Cancro da Prostata - USF Monte de Caparica

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Cancro da Próstata *
O que é a próstata?
A próstata é um órgão do aparelho sexual masculino. Sensivelmente do
tamanho e da forma de uma castanha, fica situada logo por debaixo da bexiga
e encostada à parte terminal do intestino grosso (recto). Envolve
completamente a porção inicial da uretra, que é o canal que transporta a
urina desde a bexiga até ao exterior.
Dada esta sua localização, é facilmente palpável através do recto e, quando
se encontra aumentada de volume ou inflamada, causa muitas vezes
dificuldade a urinar por apertar a já citada uretra e/ou por causar irritação
na bexiga onde está encostada, como já vimos.
Com a idade, a próstata tende a aumentar de volume, situação que é mais
frequente após os 50 anos de idade. Na maioria das situações, este facto não
traz complicações de maior (ver HBP ), mas por vezes é necessário intervir. É
por isso fundamental, sobretudo nos homens com mais de 50 anos e naqueles
em que existe uma história familiar de cancro, fazer uma vigilância regular
desta órgão.
Para que serve a próstata?
A próstata tem um papel importante no acto de urinar e também no acto
sexual.
Tem uma função de controlo do fluxo do jacto urinário durante a micção,
para além de fechar a saída da urina durante a ejaculação e assim evitar que
a urina se misture com o esperma.
A próstata é uma glândula que produz cerca de um terço do líquido que sai na
ejaculação. Esse líquido, que dá o aspecto esbranquiçado ao esperma, serve
como veículo e nutriente para auxiliar os espermatozóides na sua progressão.
Cancro da Próstata
É o cancro mais comum nos homens nos países desenvolvidos. É mais
frequente nos homens acima dos 55/60 anos de idade. As células cancerosas
começam por aparecer no interior da próstata e não se espalham de imediato
graças à existência de uma cápsula que envolve aquele órgão. Caso a situação
evolua, as células cancerosas podem espalhar-se pelo resto do organismo
(metástases), principalmente para os ossos e pulmões, embora possam chegar
a outros locais.
Sintomas:
Os mais frequentes, embora não signifiquem necessariamente existência de
cancro, são:
• Aumento de frequência do acto de urinar (principalmente durante a noite,
por irritação da bexiga).
• Dificuldade ou mesmo impossibilidade em urinar (devido ao "aperto" da
uretra pela próstata).
• Dificuldade em iniciar ou suspender o acto de urinar.
• Jacto urinário com pouca força ou mesmo com interrupções.
• Dor ou ardor ao urinar.
• Dor ao ejacular.
• Sangue na urina ou no esperma.
Como dissemos, a existência destes sintomas não quer dizer que se esteja
obrigatoriamente na presença de um cancro da próstata e, felizmente na
maioria das vezes, apenas estão em causa situações mais benignas. No
entanto, é sempre indicado ser observado por um médico se um destes
sintomas aparecer e/ou persistir, sobretudo num homem com mais de 50
anos. Também é bom saber que, por vezes, esta doença pode aparecer em
homens mais novos, embora com mais raridade.
Como detectar atempadamente o cancro da próstata?
O cancro da próstata cresce muito lentamente e frequentemente sem
sintomas até chegar a uma fase avançada em que, muitas vezes, se torna
difícil o tratamento. É por isso que se tem procurado desenvolver a prevenção
neste campo. Hoje em dia, é cada vez mais frequente detectar-se cancro da
próstata numa fase muito inicial, o que tem permitido resolver e curar
situações que, de outro modo, poderiam evoluir de forma dramática. Para
isso, utilizam-se fundamentalmente quatro tipos de exames:
•
•
•
Toque rectal - O médico introduz um dedo no recto do indivíduo a
examinar para, através da palpação da face anterior desta parte do
intestino, onde está encostada a próstata, poder detectar se existem
nódulos, rugosidades ou outras alterações de consistência e
sensibilidade que podem indiciar lesão prostática.
PSA (Prostate Specific Antigen) - É uma análise feita ao sangue para
pesquisar a existência desta proteína só produzida pela próstata.
Normalmente, a sua dosagem não deve exceder os 4,0 nanogramas
por mililitro. O cancro da próstata e também outras situações como o
adenoma da próstata (ver HBP ) fazem normalmente subir estes
valores, pelo que o seu aumento deve levar o médico a fazer uma
pesquisa mais avançada da situação.
Este exame, embora não tenha uma especificidade absoluta, tem
sido, nos últimos anos, um precioso auxiliar na detecção desta
doença.
Ecografia prostática - Trata-se de um exame feito através de ultra
sons que nos permite observar a forma e textura da próstata, bem
como se existe ou não integridade da sua cápsula e massas anormais
no seu interior. Idealmente, deve ser feita por via trans-rectal,
mediante a introdução de uma pequena sonda no recto do paciente.
No caso de se verificarem aspectos suspeitos, o passo seguinte é
•
normalmente a execução de uma biópsia prostática.
Biópsia prostática - É um exame feito em meio hospitalar em que,
com o auxílio de uma agulha especial, se recolhe uma pequena
amostra de tecido da zona suspeita de lesão cancerosa.
Normalmente, a agulha é guiada através da utilização simultânea de
um aparelho de ecografia. Essa amostra é depois analisada num
laboratório de anatomopatologia que irá definir o diagnóstico final.
Tratamento do cancro da próstata
Conforme a idade do doente, a evolução da doença e a sua situação clínica
geral, assim se devem considerar vários tipos de tratamento, muitas vezes
associados entre si. Cabe à equipa médica, obviamente, decidir a estratégia
mais adequada para tratar esta doença em cada caso particular. Como
dissemos, quanto mais cedo for detectado o cancro, maior é a probabilidade
de sucesso e de cura. Hoje em dia, graças à vigilância e detecção precoce,
bem como aos progressos terapêuticos e cirúrgicos que se têm verificado,
uma percentagem cada vez maior de casos fica totalmente curada.
Fundamentalmente, utilizam-se quatro métodos de terapêutica:
• Cirurgia, em que se faz a remoção do cancro.
• Radioterapia, em que se sujeitam as células cancerosas a uma radiação
intensa e dirigida, a fim de as destruir.
• Crioterapia, em que se provoca o congelamento da próstata para a destruir
e provocar a sua saída pelas vias naturais.
• Tratamento hormonal, em que o doente toma uma combinação de
hormonas para parar o crescimento das células cancerosas.
Todos estes tratamentos têm riscos inerentes que devem ser ponderados pelo
médico e discutidos com o doente.
Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP)
Felizmente, na maioria das situações, o aumento de volume da próstata não
se deve a uma situação grave e maligna, como é o caso do cancro da próstata
, mas sim a outra doença muito mais frequente e benigna, conhecida por
adenoma ou Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP).
À medida que o homem envelhece, principalmente a partir dos 40 anos e com
maior frequência quanto mais avançada a idade, existe uma tendência normal
para o progressivo aumento de volume desta glândula. Muitas vezes, a
situação evolui sem sintomas, mas por vezes podem aparecer. Mais de
metade dos homens com 60 anos, e cerca de 90% dos que têm cerca de 80
anos ou mais, apresentam alguns sintomas de HBP.
O aumento de volume desta glândula, dada a sua localização (fig.1), provoca
um aperto progressivo do canal por onde passa a urina, causando assim uma
dificuldade em urinar que pode ir até à obstrução total.
Essa retenção crónica provoca um engrossamento das paredes da bexiga que
se torna inflamada e sensível à irritação provocada pela urina no seu interior,
levando a que se contraia e provoque necessidade de urinar mesmo quando
existe pouca quantidade de urina no seu interior. É por isso que aumenta a
frequência das micções (acto de urinar), sobretudo durante a noite.
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Sintomas mais frequentes
• Jacto urinário com pouca força ou mesmo com interrupções.
• Dificuldade em iniciar o acto de urinar (urinas "presas").
• Urgência imediata em urinar com dificuldade em se conter.
• Urinar mais frequentemente, sobretudo durante a noite.
O tamanho da próstata nem sempre está em relação com a gravidade ou
intensidade dos sintomas. Existem homens com próstatas muito aumentadas e
poucos sintomas, sendo também verdadeira a situação inversa.
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Evolução da doença
Uma HBP severa e não tratada pode ter sérias consequências; não só
pode dificultar a cura ou controle da situação, como pode lesar
seriamente a bexiga, os rins, provocar cálculos renais e incontinência
urinária (incapacidade de reter as urinas).
Diagnóstico da HBP
Como no cancro da próstata, com o qual é necessário muitas vezes
fazer um diagnóstico diferencial.
Tratamento da HBP
Em primeiro lugar, e dado o risco de um cancro da próstata, é sempre
de boa norma fazer um controlo regular. Nas situações em que não se
verifique existir risco para o doente, e em que não haja mal estar,
não é necessário fazer medicação específica.
Quando a situação se complica, utilizam-se muitas vezes antibióticos para
combater infecções da bexiga que tendem a aparecer com bastante
frequência nestes casos. Havendo sintomas de aumento de volume causando
aperto ou dificuldades na função urinária, utilizam-se hoje em dia vários
medicamentos destinados a fazer reduzir o volume da próstata, a relaxar a
musculatura da bexiga e também a diminuir a sintomatologia irritativa.
Nos casos em que o tratamento médico não consegue resolver a situação,
recorre-se então à cirurgia, na qual se utilizam vários métodos de abordagem
e excisão total ou parcial da próstata.
(*) Adaptado da Fonte: www.sexualidades.com
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