Formação Planetária em um Sistema Estelar Triplo Luana Liberato Mendes, Othon Cabo Winter, Rita de Cássia Domingos e André Izidoro Campus de Guaratinguetá – Faculdade de Engenharia, Curso Bacharelado em Física [email protected] Bolsa PIBIC Palavras Chave: Sistema estelar triplo, formação planetária, disco protoplanetário Introdução A descoberta de planetas em sistemas com duas ou mais estrelas1 é de grande interesse dos pesquisadores. Dados observacionais dos planetas associados a estudos teóricos são essenciais para um entendimento de como a formação do planeta pode ocorrer. Neste trabalho, nós apresentamos um estudo numérico sobre a formação planetária em um sistema com três estrelas. Nós estudamos o último estágio de formação planetária quando os protoplanetas já estão formados. A distribuição da massa do disco é baseada no valor da Mínima Massa da Nebulosa Solar2 (MMSN), sendo 140 corpos de massa igual à Lua e 14 corpos com massa igual à Marte, o que implica em uma massa total de 2,6 massas terrestres (MT). foi 71%. Em um disco com 4 MMSN menos que 50% (5MT) da massa inicial do disco foi usada para formar o planeta. Para massa inicial 8 MMSN (ou 20,8MT ) é formado um planeta com massa 8,5M T, somente 41% da massa inicial é utilizada. Este resultado é esperado, pois quanto maior a massa do disco maiores planetas podem ser formados, a interação gravitacional entre os planetas torna-se muito mais forte e eles tendem a ser ejetados do sistema. Os planetas formados tem órbitas quase circulares, assim como os planetas terrestres no Sistema Solar. Nossos resultados são sumarizados na Figura 1. Objetivos Nosso objetivo é estudar a eficiência de formação de planetas quando considerando diferentes massas do disco protoplanetário. Material e Métodos Nosso modelo de sistema estelar triplo é composto por: a) Duas estrelas com massas 0,699 e 0,582 massas do Sol, semi-eixo orbital 0.983U.A. (unidades astronômicas) e excentricidade 0,7849. b) um disco protoplanetário entre 6 e 8 U.A. ao redor do centro de massa do binário B; c) uma terceira estrela distante (semi-eixo maior 61.9U.A, excentricidade 0.3 e massa 1,2 massa solar) orbitando o centro de massa do sistema. As órbitas de todos os corpos envolvidos são coplanares. O disco assumiu valores proporcionais 1, 2, 4 e 8 MMSN. Colisões entre os corpos são consideradas inelásticas. Um total de 10 integrações numéricas foi feita para cada caso. Nossa pesquisa tem caráter teórico e computacional. Para tanto, nós utilizamos o pacote de integração numérica MERCURY 3. Resultados e Discussão Nossos resultados mostraram que para um disco protoplanetário com 1 MMSN (ou 2,6M T ), o maior planeta formado teve 2,1MT. Em média mais que 80% da massa inicial Aumentando a massa inicial do disco para 2 MMSN, em média a massa usada para formar o maior planeta, massa igual a 3,91M T, XXV Congresso de Iniciação Científica Figura 1. Porcentagem da massa inicial do disco usada para formar planetas como uma função da massa inicial do disco. Conclusões A quantidade da massa inicial do disco tem um papel importante nas características do sistema planetário formado. Discos mais massivos tendem a formar um pequeno número de planetas massivos. Resultados similares foram mostrados em integrações numéricas de formação de planetas terrestres no Sistema Solar5. Isto sugere que a formação de planetas terrestres em sistemas de três estrelas poderia ser similar ao nosso Sistema Solar. Agradecimentos Ao suporte financeiro da Capes e do CNPq. ___________________ Orosz, J. A., Welsh, W. F., Carter, J. A., et al., Science 2012, 337, 1511 Hayashi, 1981 Chambers, J. E. MNRAS 1999, 304, 793. 74 Press, W., Teukolsky, S. A., Vetterling, W., Flannery, B., 1996, ”Numerical Recipes in Fortran 77 - The Art of Scientific Computing”, Cambridge University Press. 5 Chambers J. E., Wetherill G. W. Icarus 1998, 304 1 2 6