http://dx.doi.org/10.5540/DINCON.2011.001.1.0223 835 T-17 RODNEY GOMES Dinâmica de Evolução Primordial do Sistema Solar – Observatório Nacional – CNPq - MCT Resumo: Os principais efeitos dinâmicos de um sistema planetário em formação começam quando planetas já formados estão imersos em um disco de gás e planetesimais. O efeito do torque do disco nos planetas recém-formados acarreta a migração dos planetas que em geral se dá em direção à estrela. Esta é a razão mais aceita de se encontrarem vários sistemas planetários com planetas gigantes muito próximos à estrela. Algumas condições entre o disco e os planetas formados podem acarretar, no entanto, uma migração para fora ou quase estacionária. Tal deve ter sido o caso do Sistema Solar em que um planeta com a massa de Saturno tendo sido formado simultaneamente com Júpiter impede a migração rápida de Júpiter em direção ao Sol. Simulações hidrodinâmicas geram resultados finais em que Júpiter e Saturno entram e permanecem em ressonância 2:3 até o final da migração quando o gás do disco é dissipado. Uma vez dissipado o gás do disco de acreção primordial, restam planetas e um disco exterior de planetesimais. A interação deste disco com os planetas acarreta uma segunda fase de migração que, no caso do Sistema Solar, implica numa migração para fora de Saturno, Urano e Netuno e uma migração para dentro de Júpiter. Algumas condições devem ser satisfeitas para que a migração dos planetas no disco de planetesimais possa gerar no final uma configuração orbital semelhante à observada no Sistema Solar atual. Estas principais condições são: - Os planetas de gelo devem ter tido encontros próximos com os planetas gigantes a fim de excitar as excentricidades destes de maneira correta para que as excentricidades finais dos planetas de gás possam ser compatíveis com as atuais. - Através destes encontros próximos a razão de períodos orbitais entre Saturno e Júpiter deve ter saltado em um curto intervalo de tempo de 1.5, valor original devido às interações com o disco de gás, até em torno de 2.3, a fim de que sejam evitadas posições mútuas entre Júpiter e Saturno que gerem ressonâncias seculares que poderiam desestabilizar o sistema solar interno. Serão apresentados os mais recentes resultados baseados na evolução cataclísmica do sistema solar externo (denominada modelo de Nice), seus sucessos e algumas dificuldades.