Observatório das Ciências e Tecnologias e

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Projecto de Colaboração
entre o
Observatório das Ciências e Tecnologias
eo
Departamento de Informática da
Universidade do Minho
Para obtenção de Estatísticas do WWW em Portugal
Relatório Preliminar
de
Setembro de 2001
Resumo
Utilizando um método automático baseado na utilização dum Robot WWW, foi feito
um percurso exaustivo pelo espaço Web
estático ou com dinamismo só
dependente do tempo, publicamente acessível sob o domínio de topo pt, em Julho e
Agosto de 2001 (durante 45 dias).
Durante esse percurso foi feita uma contagem em que se apuraram 6 797 616
recursos Web únicos, 3 906 228 páginas HTML diferentes num total de 21 742
sites hospedados em 5 757 máquinas distintas Esta informação corresponde a um
total de 505,17 Gigabytes de informação não contando com recursos replicados.
Os recursos colectados, em número (e volume), encontram-se repartidos da
seguinte forma pelos principais tipo MIME: texto 62,19% (27,5%), aplicação 6,22%
(55,7%) , imagem 30,59% (7,1%), audio 0,93% (8,1%), vídeo 0,04% (1,5%) e outros
0,01% (0,1%).
Para se obter uma ideia retrospectiva do crescimento do Web, utilizou-se a data da
última modificação dos documentos obtendo-se que 30% não têm data (1,3 % em
volume), 28% (46%) foram pela última vez alterados em 2001, 20% (29,3 %) em
2000, 11% (13%) em 1999, 7% (5,4 %) em 1998, 2% (3%) em 1997 e 2% (2%)
até 1996. Como conclusão temos que quase metade dos recursos Web (75,3 %
em volume) actualmente disponíveis foram modificados ou disponibilizados nos
últimos dois anos.
Tratam-se de dados de uma única recolha que precisam de ser validados com novas
recolhas e outras metodologias de varrimento do espaço Web
I
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
UNIVERSIDADE DO MINHO - DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA
Índice
Enquadramento .......................................................................................1
Equipa do NetCensus .........................................................................1
Objectivos .....................................................................................................1
Que parte do Web foi medida? ....................................................2
Como foi feita a recolha? ...............................................................3
Estatísticas para Recursos Web...............................................5
Páginas HMTL ..........................................................................................9
Servidores Visitados ...........................................................................10
Ambiente para Medição .................................................................12
O sistema NetCensus ......................................................................14
Objectos e Métricas Web................................................................16
Discussão ...................................................................................................21
Próximos Passos ..................................................................................22
Referências ...............................................................................................24
Glossário e acrónimos ......................................................................25
II
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
UNIVERSIDADE DO MINHO - DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA
Enquadramento
O presente documento constitui um Relatório Preliminar dos resultados obtidos pelo projecto
NetCensus, no âmbito de um protocolo de colaboração entre o Observatório das Ciências e
Tecnologias ( OCT) e a Universidade do Minho (UM).
Este projecto enquadra-se numa das áreas de trabalho do OCT, iniciada em 1999 que tem como
objectivo a produção de indicadores estatísticos para a Sociedade de Informação.
O objectivo do NetCensus é a obtenção de indicadores estatísticos para a informação do Web
Português, isto é a informação WWW de acesso público e gratuita em sub-domínios do domínio
de topo pt. Para esse efeito é necessária a concepção e concretização duma plataforma hardware,
software e comunicações que permita a recolha periódica destes indicadores.
Equipa do NetCensus
A equipa do NetCensus é constituída por um grupo multidisciplinar integrado por pessoas com
experiência em redes de computadores, serviços de informação Internet e bases de dados..
Tratam-se de investigadores do Departamento de Informática, integrada por 2 PhD e 2 MsC dos
Grupos de Comunicações por Computador (GCOM) e Inteligência Artificial (IA): Alexandre Santos
(GCOM), António Costa (GOM), Joaquim Macedo (GCOM) e Orlando Belo (IA).
Objectivos
Como objectivo desta primeira fase do projecto definiu-se:

A concepção e instalação dum sistema (software, hardware, comunicações) que permita
percorrer exaustivamente o espaço Web em Portugal em tempo útil.

A definicão dum conjunto de medidas quantitativas
nomeadamente

a realizar nesse espaço Web
o
Número de recursos Web (identificados por um URL)
o
Tamanho em bytes dos recursos Web
o
Número de páginas HTML (subconjunto dos recursos web)
Distribuição de recursos Web (número e tamanho em bytes) por tipos MIME (e subtipos
mais importantes) isto é: Texto, Aplicação, Imagem, Audio, Vídeo , Outros
1
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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
Distribuição de recursos Web (número e tamanhos) nos diferentes tipos MIME por datas
de última modificação

Para já definiu-se como espaço de contagem o domínio de topo .pt e neste instante
obteve-se apenas uma única amostra que ainda não foi validada
Que parte do Web foi medida?
O robot que foi usado na obtenção das medidas que vão ser a seguir apresentadas tem ainda
algumas limitações e por esse facto o percurso realizado inclui apenas uma percentagem do
espaço Web. Esta afirmação é suportada pelo tipo de dinamismo existente na Web pela forma
como os robots o conseguem manipular.
Na figura 1 é identificada a porção do Web que pode ser percorrida actualmente pelo Robot.
Trata-se apenas da porção estática do Web, que corresponde à descarga pura e simples dos
ficheiros armazenados, e à parte dinâmica que depende apenas do tempo.
Do Web dinâmico não é descarregada a parte cujo dinamismo é provocado pelo código embebido
no cliente, como aliás acontece com todos os robots (a vermelho). Para além disso, e nesta fase
não é colectada uma parte do Web Personalizado [8] e o Web escondido [4], que exige alguma
supervisão dum operador. Como exemplo de partes correspondentes ao Web Personalizado
Tipo de
Conteúdo
Mecanismo
de geração
Dinâmico
Estático
Ficheiros
Armazenados
Formulário
Não Aplicável
Web
Personalizado
Programas no
Servidor
Código embebido
(executado no servidor)
Baseado no cliente
Temporal
Web
Escondido
Não
Aplicável
Código embebido
(executado no cliente)
 Figura 1: Classificação do Web de acordo com o dinamismo e dificuldade dos robots (retirada de [4])
2
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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apresenta-se sub-espaços web a que normalmente temos acesso apresentando credenciais e do
Web escondido aquela que só temos acesso preenchendo formulários como é o caso de páginas
mantidas em BDs.
De acordo com artigos da literatura a maior parte do Web é dinâmico ( 80% segundo Laurence
and Giles, 1997) e a tendência é aumentar, com a existência de ferramentas cada vez mais
sofisticadas. Por este facto, os dados a seguir apresentados e que correspondem apenas à parte
estática do Web português têm que ser considerados com cautela. O Google [6], por exemplo, já
percorre uma parte do Web escondido e personalizado em modo supervisionado. Trata-se de
tecnologia que é necessário analisar se se pretender uma contagem mais precisa do Web
Português.
Uma outra parte do Web que não é para já percorrida é a acessível usando o HTTPS, protocolo
que por enquanto não faz parte da máquina protocolar utilizada. Há que acrescentar para a parte
em falta os servidores web em Portugal registados em domínios como .com .org e .net , etc isto
é servidores fora da sub-árvore .pt. Para resolver este último caso basta arranjar heurísticas que
permitam navegar nesses sub-domínios enquanto o primeiro exige que se inclua na máquina
protocolar utilizada pelo robot o protocolo https.
Resta apenas o conjunto de servidores que mantém um ficheiro de exclusão de robots que por
este facto também não foi visitado.
Como foi feita a recolha?
A recolha durou aproximadamente 45 dias (24h/dia). Ocorreu durante quase todo o mês de Julho
e parte de Agosto de 2001. A média de documentos transferida foi ligeiramente mais baixa que 10
documentos/segundo.
 Figura 2: Recursos Web e dias de recolha
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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3
Foram descobertos aproximadamente 18 milhões de recursos Web dos quais foram apenas
descarregados pouco mais de 11 milhões. Desses apenas 6 milhões e tal são recursos Web
únicos. A diferença entre os recursos descobertos e descarregados está naqueles que
correspondem a recursos replicados (usando a mesma referência) ou que são hospedados por
servidores aos quais não se conseguiu aceder. A diferença entre os recursos descarregados e
únicos corresponde a recursos que estão replicados mas com URLs distintos. Houve ainda uma
quantidade residual de recursos (2,7% do total de descargas) que não foram transferidos devido
a diversos erros que são apresentados na Figura 3.
Quer os dados a respeito dos recursos como a informação detalhada dos erros de descarga é
apresentada em gráficos nas Figuras 2 e 3.
296388
Total de Erros
33395
Exclusões do Robot (robots.txt)
2,7 % do
total de
descargas
5600
Erro no Socket
86330
Sem rota para o host
122482
Conexão recusada
Transferência de dados
interrompida
48540
41
Erro de leitura de dados
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
 Figura 3: Erros durante a recolha
Resta incluir informação a respeito da forma como foi feita a descarga dos recursos do espaço
Web analisado . A taxa de transferência teve uma média durante os 45 dias à volta de 1,8 Mbit/s.
O número de filas de espera não vazias (ou o número de fios de execução) começou em 500 e
foi diminuindo até atingir um valor inferior a 5. Analisados os URLs nessas 5 filas de espera
chegou-se à conclusão tratarem-se de sites com ratoeiras para robots e também de mirrors ftp
principalmente de software. Na altura, considerou-se na um estado razoável para terminação da
recolha. As ratoeiras para robots geram dinamicamente uma grande quantidade de URLs fictícios
para colocar o robot em ciclo.
4
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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Estatísticas para Recursos Web
Na Tabela 1, apresentam-se as estatísticas correspondentes aos recursos web visitados. São
indicados os valores totais e os parciais (em valor absoluto e percentagem) para os principais
tipos MIME.
Tipo
Texto
Imagem
Aplicação
Audio
Video
Outros
TOTAL
Nº Recursos
4227571
2079138
422933
63383
2797
1794
6797616
% Recursos
62,19%
30,59%
6,22%
0,93%
0,04%
0,03%
100%
GB
% Volume
139,030
27,52%
35,848
7,10%
281,343
55,69%
40,848
8,09%
7,756
1,54%
0,351
0,07%
505,175
100,00%
Tabela 1: Recursos Web Colectados por tipo MIME ( em número e volume)
Embora a quantidade de recursos em texto seja maior, o seu pequeno tamanho faz com
constituam apenas aproximadamente 27,5 % do volume de informação global contra 55,7% do
volume ocupado pelo tipo aplicação. Os subtipos do tipo aplicação mais volumosos fazem pensar
que grande parte do volume Web recolhido é ocupado por mirrors ftp para distribuição de software.
Estes dados de volume são aproximados porque, por um erro no software, uma percentagem
bastante grande de ficheiros de texto ficaram sem o seu tamanho registado. O erro resultou do
facto de se esperar que o servidor Web preenchesse o campo de tamanho, o que em certos casos
120
Última modificação no ano 2001
Última modificação no ano 2000
100
Última modificação no ano 1999
Última modificação no ano 1998
Última modificação no ano 1997
80
Última modificação anterior a 1997
Sem data da última modificação
GB
60
40
20
0
Aplicação
Texto
Imagem
Outros
Video
 Figura 4: Volumes de dados em Gigabytes por tipos MIME e data da última modificação
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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Audio
5
não acontece. A estratégia alternativa consistia em calcular o tamanho da entidade transferida,
mas esse valor não foi registado correctamente.
Todavia de acordo com dados da literatura, o tamanho médio dos ficheiros de texto no Web é 5
Kbytes. Como os recursos em texto cujo tamanho não foi contabilizado são aproximadamente 2
milhões, tem-se um erro da ordem de 2% (9,5 GB/ 505,157 GB).
232,825
250
200
148,505
150
GB
100
65,618
27,431
50
10,678 13,070
7,048
0
até
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Sem
data
 Figura 5: Volumes de dados totais (em Gb) por data da última modificação
Embora disponhamos apenas de uma única recolha, um dado interessante e que nos pode dar
2500000
Última modificação até 1996
Úlltima modificação em 1997
Última modificação em 1998
Última modificação em 1999
Última modificação em 2000
Última modificação em 2001
Sem Data de modificação
Nº de Recursos Web
2000000
1500000
1000000
500000
0
Texto
Imagem
Aplicação
Audio
Video
Outros
 Figura 6: Número de recursos Web por tipo MIME e última data de modificação
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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6
uma estimativa da idade dos documentos na web, é obter estatísticas usando como parâmetro a
data da última modificação fornecida pelo servidor HTTP. A data da úiltima modificação não
permite determinar com exactidão a idade dos documentos, uma vez que um documento mais
antigo pode sofrer alterações posteriores à data da criação de um documento mais novo, tendo
portanto uma data de última modificação mais recente. Podemos sempre afirmar com exactidão,
que um documento existe, pelo menos, desde a data da sua última alteração. Esta informação
pode, no entanto, se for usada com cautela, dar uma ideia retrospectiva do crescimento do Web
Português. Esta informação é ainda menos esclarecedora pelo facto de haver um grande número
de documentos, do tipo texto mais uma vez, que não exibem qualquer data. Pela inspecção feita a
alguns URLs, trata-se em grande parte, de páginas geradas dinamicamente, para as quais só o
tipo MIME é disponibilizado. Os valores obtidos para os vários tipos MIME e por data da última
modificação estão apresentados nas Tabelas 3 (volume) e 2 (número de recursos) .
Data da última modificação (LastModified)
TIPO
2001
2000
1999 1998 1997 até 1996 sem data
Aplicação 109,802 88,691 44,330 17,280 8,778
6,684
5,778
Texto
84,837 34,951 8,404 4,475 2,146
3,048
1,169
Imagem
12,764 11,919 6,326 2,985 1,120
0,633
0,100
Outros
0,221
0,021 0,022 0,005 0,008
0,075
0,000
Video
2,662
2,801 0,989 1,052 0,084
0,168
0,000
Audio
22,539 10,121 5,549 1,634 0,934
0,071
0,000
TOTAL
232,825 148,505 65,618 27,431 13,070
10,678
7,048
TOTAL
281,343
139,030
35,848
0,351
7,756
40,848
505,175
 Tabela 3: Volume de dados em Gigabytes por tipo MIME e data da última modificação
TIPO
Texto
Imagem
Aplicação
Audio
Video
Outros
TOTAL
Data da última modificação (LastModified)
2001
2000
1999
1998
1997
até 1996 sem data
954160
514731
309950
292900
62879
62905 2030046
771939
691739
337336
166452
70036
36785
4851
147274
114546
70829
34637
17759
32403
5485
22022
17964
10980
4639
3253
480
4045
1093
941
427
131
24
121
60
192
149
152
170
178
935
18
1896680 1340070
729674
498929
154129
133629 2044505
TOTAL
4227571
2079138
422933
63383
2797
1794
6797616
 Tabela 2: Número de Recursos Web por tipo MIME e data da última modificação
Para facilitar, esta mesma informação é também apresentada graficamente. Os dois primeiros
gráficos (Fig. 4 e 5) correspondem a volumes (em Gigabytes) e os dois seguintes a número de
recursos Web (Fig. 6 e 7) .
Em cada um dos casos tem-se em primeiro lugar um gráfico por tipo MIME e a seguir um gráfico
com os valores totais. Embora haja muitos documentos sem data o respectivo volume é uma
pequena percentagem do total. O volume de documentos modificados cresce exponencialmente
para os principais tipos. Para termos mais certezas nesta abordagem retrospectiva, seria
importante obter mais informação a respeito do intervalo entre actualizações dos documentos.
7
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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Uma outra informação que se obteve relativamente aos recursos Web foi a evolução ao longo dos
vários anos dos subtipos para os principais tipos MIME. Isto permite-nos ter uma ideia da
variedade de recursos que foram estando disponíveis. No gráfico seguinte, ver Figura 8,
apresentam-se o número de subtipos encontrados para os principais tipos MIME. A maior
evolução em termos da variedade ocorreu nos tipos aplicação e texto. Esta informação é
apresentada na Fig 8.
2500000
Nº de Recursos Web
2044487
1896488
2000000
1339921
1500000
1000000
729522
498759
500000
132694
153951
0
até
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Sem
Data
 Figura 7: Total de Recursos Web por data da última modificação
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
Aplicação
Texto
Imagem
Audio
Outros
Video
2001
2000
1999
1998
1997
0
 Figura 8: Evolução do número de subtipos disponíveis para os principais tipos MIME
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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8
Páginas HMTL
Um subconjunto das páginas Web existentes são páginas escritas em HTML. As medidas
apresentadas na Figura 9 foram obtidas analisando o conteúdo desse subconjunto de páginas.
Interessa caracterizar as páginas HTML existentes em termos dos elementos que as compõem.
Nesse sentido seleccionaram-se algumas estatísticas consideradas importantes que estão
incluídas no gráfico apresentado. Parte dessas estatísticas dão conta do cuidado com que se
criam as páginas nomeadamente se incluem o título, autor, descrição, software gerador e a versão
HTML. As outras componentes dão conta das páginas que contêm tabelas, imagens e frames
permitindo ter uma ideia do formato das páginas.
Por fim, indicam-se páginas com scripts e applets dando uma medida do seu dinamismo. Os
formulários são uma medida indicativa de pontos de entrada para partes de web que possam dar
acesso a motores de busca, bases de dados e web personalizado.
3.258.630 (83,4%)
Com Imagens
539.706
Com Frames
(13,8 %)
3.189.413 (81,6%)
Com Tabelas
Com Scripts
2.337.216
32.525
Com Applets
(59,8%)
(0,8%)
1.210.506 (31,0%)
Com formulários
1.170.695
Com versão HTML
Com Software gerador
894.770
712.182
Com Descrição
916.959
Com Autor
(30,0%)
(22,9%)
(18,2%)
(23,5%))
3.616.682 (92,6%)
Com Título
Total de Páginas
3.906.228
0
500000
1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000 4000000 4500000
Nº de ocorrências
Figura 9: Estatísticas de componentes para as páginas HTML
Como se pode observar, as imagens e tabelas são usadas muito frequentemente (em
aproximadamente 80% das páginas). As frames são raramente usadas. Pouco menos de terço
das páginas têm indicação da versão HTML e do software gerador, enquanto apenas 14,2 %
aparecem com descrição e 8,5% preenchem o campo autor.
9
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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Os pontos de entrada para partes mais dinâmicas do Web representam 41% do total de páginas
enquanto quase 30% apresentam formulários permitindo de alguma forma uma personalização
dos conteúdos a visualizar ou mesmo acesso a BDs. Relativamente às páginas colectadas
aproximadamente 73% não têm a versão HTML especificada, enquanto quase 21% indicam a
versão 4.0 e quase 6% a versão 3.2. Só 23,5% das páginas preenchem o campo autor.
Servidores Visitados
Na Figura 10, são apresentados os servidores visitados e os host contados pelo RIPE. Se
considerarmos as máquinas contadas pelo RIPE (www.ripe.net, Julho de 2001) como o total de
máquinas, temos que apenas 2,4% correspondem a servidores Web. As restantes correspondem
a PCs individuais e servidores usados para outras aplicações.
245109
250000
Contados RIPE
Visitados NetCensus
200000
150000
100000
50000
21742
5757
8564
0
Hosts
Servidores
WWW.*.pt
Servidores Web comServidores Web com
nome distinto
Endereços IP
distintos
Figura 10: Servidores visitados versus servidores contados pelo RIPE
Dos nomes usados para servidores web apenas 40% têm nomes apelativos começados por
www. Toma-se como uma aproximação do total de servidores os visitados pelo NetCensus.
10
OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS
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Com dados obtidos relativamente aos hosts visitados é interessante observar a relação entre os
nomes dos servidores web e respectivos endereços IP, que nos indica quantos sites residem na
mesma máquina. Esta relação é dada pela Figura 11. Pode- verificar-se que 43 máquinas (ou
os respectivos endereços IP) hospedam mais que 50 nomes de servidores. Em particular, existem
três hosts com mais de mil domínios distintos, 30 máquinas que hospedam entre 100 e 1000 sites
e 10 que hospedam entre 100 e 50 sites. Existem para além disso 161 máquinas que suportam
entre 10 e 50 sites, 191 com entre 10 e 5, ficando as restantes com entre 2 e 5 nomes e 4305
com um único nome. Os dados relativos a endereços IP por cada nome (máquinas duplicadas
para tolerância a faltas ou distribuição de carga) apontam para poucos sites com duas máquinas.
43
161
191
1057
> 50
10-50
5-10
2-5
1
4305
Figura 12: Número de nomes versus endereços IP para servidores Web
0%
7%
22%
11%
Windows
Unix
Linux
Desconhecido
Outros
60%
Figura 11: Distribuição de servidores visitados por sistema operativo
11
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1%
Apache
Microsoft
Netscape
Outros
3%
21%
75%
Figura 13: Distribuição das máquinas visitadas por software do servidor Web
As máquinas com mais que 50 sites pertencem na sua maior parte a máquinas de fornecedores
de serviço, as com uma dezena de sites pertencem a grandes organizações e as com 2 nomes
correspondem na sua maior parte a duas designações para uma mesma máquina (um deles
começa quase sempre por www)
Ainda se obteve mais informação, nomeadamente o sistema operativo utilizado e o software de
servidor Web correspondente. A maior parte dos servidores Web usados correm Unix ou Linux
(71%) e o servidor Web mais utilizado é o Apache (75%). Para além disso, 97% dos servidores
visitados dispõem da versão 1.1 do Protocolo HTTP.
Ambiente para Medição
Para melhor compreensão do problema a resolver, é apresentada nesta secção um modelo do
ambiente em que são realizadas as medições, ilustrado na figura 14.
Existem k fornecedores de serviço Internet (ISP) que dão conectividade Internet a um grande
número n(k) de organizações (Org) , cada uma das quais está ligada usando uma linha (L) de
débito variável e dispõe de um certo número de servidores de documentos (SD) onde são
mantidas centenas e mesmo milhares de páginas (P) WWW.
Os fornecedores de serviço (ISPs)
estão interligados entre si pelo
Exchanger (PIX), através de ligações dum débito (Lxk) variável.
Portuguese Internet
Cada organização está ligada ao seu fornecedor de serviço Internet com uma linha (Lj) com
determinado débito e mantém um conjunto de servidores com um certo número de páginas.
Nesse servidor mantém algumas páginas originais com informação própria. Algumas dessas
páginas podem estar em várias línguas (tipicamente português e inglês) por necessidades de
12
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internacionalização. Há páginas que podem ser de acesso restrito aos membros da organização,
isto é serem acessíveis apenas na Intranet da organização.
Página
Original
NetCensus
NetCensus
Servidor
WWW
Org 2
Linha de acesso
Lx1
ISP1
PIX
Lx2
ISP2
L1
Org 1
Cache
Página Replicada
 Figura 14: Modelo do ambiente sob medição do NetCensus
Podem ser mantidas algumas páginas replicadas estaticamente (por exemplo mirrors http) para
facilitar o acesso a essas páginas aos utilizadores locais à organização ou mesmo de
organizações da mesma região ou mesmo país. Esse tipo de replicação estática é usada também
para prevenir situações de congestão no servidor, quando se prevê que pode ser acesso
simultâneo por
Para diminuir a latência da rede, os ISPs mantêm réplicas dinâmicas das páginas remotas mais
populares para os seus utilizadores em servidores de cache local.
A plataforma NetCensus é por enquanto mantida com única ligação de 2 Mbits à RCTS2 . Por
este facto, é de esperar que o acesso a páginas de organizações possa ter como ponto de
estrangulamento o PIX, pelo menos para organizações ligadas a ISPs que não mantenham uma
boa conectividade com o PIX. Esta má conectividade é por vezes justificada não apenas por
razões técnicas ou financeiras, mas também por razões comerciais.
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O sistema NetCensus
Na figura seguinte é apresentado o fluxo de trabalho a realizar pela plataforma NetCensus. Os
componentes com um fundo acinzentado ainda não foram concretizados. Na secção em que se
apresentou uma classificação do Web quanto ao seu dinamismo, já se explicou o que é o Web
escondido e personalizado. A BD relacional com as estatísticas está em fase avançada de
concretização.
O NetCensus na sua versão final vai consistir num sistema que precisa de ser assistido por um
Aprendizagem
supervisionada
para Web escondido
e personalizado
Site Web
Imagem
Domínio
Robot
WWW
Utilizador
Operador
Site Web com
estatísticas
Navegação
Disco Local
Interrogação
Gerador de
Relatórios
URL sementes
Robot
DNS
Carregador da
BD Relacional
Gerador de
sementes
BD Relacional
com
Estatísticas
Figura 15: Fluxo de trabalho no NetCensus
operador para, pelo menos para já , ajudar o Robot a percorrer uma parte do Web dinâmico [10].
Estão neste instante concretizados os componentes ou que permitem contar as páginas estáticas
ou com dinamismo dependente do tempo em subdomínios de PT. Um gerador de sementes que
usa informação disponível no Serviço de Resolução de Nomes( DNS) e que também pode usar,
após a primeira recolha, informação da BD de estatísticas [9] com URLs ou endereços IP
visitados em recolhas anteriores. O gerador de sementes pode ainda obter informação usando
ligações com sistemas intermediários (routers) onde estejam disponíveis endereços de rede da
maior parte dos ISPs em Portugal. Essa informação pode ser usada para, percorrendo exaustiva
ou aleatoriamente a parte do endereço correspondente ao host, realizar correspondências
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reversas no Serviço de Resolução de Nomes (DNS) para obtenção de nomes de máquinas que
são posteriormente verificadas para a presença de servidores Web. Essa estratégia permite obter
sites em sub-domínios fora da sub-árvore de pt. Usando as várias estratégias apresentadas
anteriormente consegue-se obter um bom conjunto de sementes.
Com base nas sementes, são realizados percursos que usam essas sementes como ponto de
partida. Todas as páginas desse percurso que cumprirem um determinado conjunto de restrições
(em que a principal é a estarem no sub-domínio pt) são descarregadas para disco local. Cada
página é processada para extracção de referências e da informação considerada relevante para
efeito das estatísticas. Essas referências são colocadas em filas de espera para posterior
processamento. Mantém-se uma estrutura de dados com a assinatura dos URLs já
descarregados para evitar que o objecto por ele referenciado seja descarregado mais que uma
vez. Como mesmo objecto pode ser referenciado por mais que um URL, mantém-se também
uma estrutura de dados com assinatura dos conteúdos já processados, para não processar várias
vezes o mesmo conteúdo [1,6]. Esta última informação pode dar indicações a respeito do nível de
replicação dos conteúdos entre os sites Web em Portugal. Para se saber se determinado
conteúdo é uma réplica nacional dum original estrangeiro, podem ser usadas algumas heurísticas.
O processo de descarga carrega suavemente cada servidor, estabelecendo a sequência de
pedidos de forma delicada (um pedido de cada vez e com intervalo de tempo entre pedidos
parametrizável). O método utilizado é colocar todos os URLs correspondentes ao mesmo host
na mesma fila de espera, que é tratada sequencialmente por um mesmo fio de execução.
Web Site
Imagem 1
Imagem 2
Imagem 3
Disco Local
Figura 16: Descarga de Recursos Web para disco local
O objectivo da descarga é armazenar em disco local uma imagem do espaço Web a analisar. Se
forem feitas descargas periódicas é possível dispor de várias imagens do espaço em análise em
instantes de tempo diferente, podendo obter informação sobre a sua variação ao longo do tempo
(ver figura 16).
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A informação a respeito das várias transações realizadas pelo Robot é igualmente armazenada
porque permite obter dados de acessibilidade para cada recurso (tempo médio de acesso),
organização e ISP, entre outras informações. Guardam-se todas as transações ,quer sejam bem
sucedidas ou não.
Objectos e Métricas Web
A obtenção de estatísticas tem como pressuposto a definição clara das entidades ou objectos que
estão sob medição. Posteriormente é necessário determinar que características ou actividades
desses objectos vão ser medidas isto é as métricas utilizadas.
Os conceitos e definições apresentadas nesta secção são baseadas em trabalho desenvolvido no
âmbito do W3C e OCLC [11,12].
Terminologia
Comecemos pela definição dos elementos primitivos que são aqueles conceitos e termos que
permitem descrever um espaço de informação como o Web.

Recurso : qualquer coisa com identificação. Como exemplo pode-se apresentar um
documento electrónico, uma imagem, um serviço. Nem todos os recursos estão acessíveis
pela rede. Exemplos: Página Web, colecção de páginas Web, serviço que disponibiliza
informação de uma BD, mensagem de correio electrónico, Classes Java

Identificador Universal de Recurso (URI1) : uma cadeia compacta de caracteres para
identificação dum recurso físico ou abstracto.

Manifestação de Recurso : é a forma assumida por recurso num ponto específico do tempo e
do espaço. Existe uma correspondência conceptual entre um recurso e uma sua manifestação
ou conjunto de manifestações. A razão é que há uma série de propriedades do recurso
herdadas pelas suas manifestações embora haja outras propriedade tal como estrutura, forma
e conteúdo que variam com o ambiente em que é visualizada, instante de acesso, etc…
Exemplo: página web multimédia acedida por um cliente particular.

Referência : expressa uma ou mais relações explícita ou implícita entre dois recursos.
Exemplo: um elemento HTML <a href="http://www.uminho.pt/index.html#Events">…</a>
ou <img src="http://www.uminho.pt/icons/log.gif ">

Âncora : Um área dentro de recursos que pode ser a fonte ou destino de um ou mais
referências. Uma âncora pode referenciar todo o recurso, partes deles ou manifestações
particulares
do
recurso.
Exemplo:
um
elemento
HTML
<a
href="http://www.uminho.pt/index.html#Events">…</a>.
1
Universal Resource Identifier, em inglês
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
Cliente: o papel adoptado por uma aplicação ao ir buscar e/ou mostrar recursos ou
manifestações de recursos. Exemplos: browser WWW, leitor de correio, etc…

Servidor: o papel adoptado por uma aplicação que disponibiliza recursos ou manifestações de
recursos. Exemplos: servidor HTTP, servidor de ficheiros, etc…

Proxy: um proxy actua como intermediário e funciona como cliente e servidor com objectivo de
aceder a recursos ou suas manifestações no lugar de outros clientes. Os clientes que usam
um proxy sabem disso. Exemplo: servidor proxy para firewall.

Gateway: um gateway é um intermediário que actua como servidor em lugar de outro servidor
qualquer disponibilizando os recursos ou as suas manifestações de outro servidor. Os clientes
sabem que o gateway está presente mas não sabem que ele funciona como um intermediário.
Exemplo: gateway para acesso HTTP a uma base de dados.

Mensagem: uma unidade de dados trocada entre serviços ou camadas de rede equivalentes
localizadas em diferentes computadores. Exemplos: datagramas trocados entre as camadas
internet de dois computadores ou uma mensagem enviada por um leitor de correio
electrónico e recebida por outro.

Pedido: Uma mensagem que descreve uma operação atómica a ser realizada no contexto
dum recurso específico. Exemplo: Um GET, POST ou HEAD HTTP.

Resposta: A mensagem que contém o resultado de um pedido executado. Exemplo: Um
documento HTML, uma mensagem de erro do servidor….

Utilizador: o principal a usar um cliente para aceder e visualizar interactivamente recursos ou
as suas manifestações. Exemplo: uma pessoa a usar um browser Web ou um leitor de
correio electrónico.

Responsável pela publicação: o principal responsável pela publicação dum dado recurso e
pela correspondência entre o recurso e as suas manifestações. Exemplo: pessoa a escrever
uma mensagem de correio electrónico ou a compor uma página Web.
Terminologia para caracterização do Web
Os conceitos acima apresentados são bastante úteis quando se fala do Web em termos
genéricos mas são demasiado genéricos quando se pretende caracterizar o Web com um
determinado nível de rigor.
Para efeitos da sua caracterização o Web consiste em três componentes: o núcleo, a vizinhança
e a periferia.

Núcleo Web : uma colecção de recursos residentes na Internet que podem ser acedidos
usando uma das versões implementadas do HTTP como parte da pilha de protocolos, quer
directamente como através de um intermediário

Recurso Web: um recurso identificado por um URI que é membro do Núcleo Web.
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
Manifestação de Recurso Web: uma manifestação gerada por um recurso Web.

Vizinhança Web: um conjunto de recursos directamente referenciados por um recursos Web.

Recurso da Vizinhança Web: um recurso, identificado por um URI, que seja membro da
vizinhança Web. Exemplo: uma referência ftp dentro dum documento HTML que possa ser
acedido via HTTP ou uma referência mailto num documento HTML acessível por HTTP.

Periferia Web: colecção de recursos no Web que não façam parte do núcleo Web nem da
Vizinhança Web.

Clientes Web: passam-se a apresentar conceitos relacionados com o acesso a recursos Web
e a visualização de manifestações de recursos Web.

Cliente Web : um cliente capaz de aceder a recursos Web fazendo pedidos e mostrando
as manifestações dos recursos Web

Pedido Web : trata-se dum pedido feito por um cliente Web. O pedido pode ser explícito
ou implícito, embebido ou introduzido pelo utilizador.
Exemplos: o utilizar segue uma referência numa página html (explícito, embebido); o
cliente Web vai buscar o documentoe pedido e também faz um pedido adicional para
essa imagem (implícito, embebido); o utilizador vê um endereço numa revista e coloca-lo
no cliente (explícito, introduzido pelo utilizador).


Cabeçalho de Pedido Web: contém informação a respeito do pedido, do cliente e
potencialmente informação a respeito da manifestação.

Corpo de Pedido Web: casos há em que se usa o Post e a informação vem no corpo do
pedido.

Sessão de Utilizador: um conjunto delimitado de clicks do utilizador em um ou mais
servidores Web. Exemplo: numa biblioteca, um utilizador senta-se num terminal acede a
uma ou mais páginas Web e cede o lugar a outro utilizador.

Episódio: um subconjunto de clicks relacionados que ocorrem numa sessão do utilizador.
Exemplo: O utilizador do exemplo anterior acede a informação sobre o tempo (episódio 1)
e vai ler o Jornal (episódio 2).
Servidores Web: conceitos relacionados com o processo de fornecer manifestações de
recursos Web.

Servidor Web: servidor que disponibiliza recursos Web e que fornece manifestações de
recursos para o requisitante.

Resposta Web: resposta dada por um servidor Web

Cabeçalho de Resposta Web: contém informação a respeito da resposta, o servidor em si
e potencialmente duma manifestação do recurso que pode conter ou não.
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
Corpo de Resposta Web: se existir contem a totalidade da informação útil mensagem
HTTP

Visita ou Sessão de servidor : conjunto de clicks do utilizador num mesmo servidor
durante a sessão.

Cookie: dados enviados pelo servidor ao cliente, a serem mantidos localmente pelo cliente
e enviados ao servidor nos pedidos subsequentes.
Exemplo: Quando o site Web dum jornal é acedido pela primeira vez por um cliente particular,
pode-lhe ser atribuído um cookie que depois poder usado para determinar pela administração
do site o seu padrões de leitura.
Estruturas de Recursos: conceitos relacionados com a estrutura do conteúdo do Web.

Página Web: colecção de informação, consistindo dum ou mais recursos Web,
concebidos para serem manipulados simultaneamente, e identificados por um único URI.
Mais especificamente uma página Web consiste dum recurso Web com zero, um ou mais
recursos Web embebidos concebidos para serem manipulados com uma única unidade, e
referidos pelo recurso não embebido.
http://www.uminho.pt/info.htm
http://www.uminho.pt/images/logo.gif
http://www.uminho.pt/applet.class
Figura 17: Relação entre recursos e páginas web
Exemplo: um ficheiro HTML, um ficheiro de imagem e um applet identificados e acedidos por
um único URI e visualizados simultaneamente por um cliente Web como apresentado na
figura anterior. Esta distinção é importante porque vão ser apresentadas estatísticas de
recursos Web e de páginas Web, pelo que estes dois conceitos não devem ser confundidos.

Vista de Página Web: visualização duma página Web particular por um cliente particular
num determinado instante de tempo.
Exemplo: uma página tem vistas diferentes quando visualizada usando o Internet Explorer ou
o Netscape Navigator.
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
Página de Host: a página identificada pelo URI que contém a componente <autorithy> e
cujo path é vazio ou contém apenas /
Exemplos. www.mct.pt e www.uminho.pt .

Site Web: um conjunto de páginas Web interligadas, incluindo um página de host,
residindo na mesma localização de rede. Interligadas aqui significa que qualquer página
Web que pertença ao Web site pode ser acedida a partir de uma sequência de
referências começando na pagina de host do site, passando por zero, uma ou mais
páginas localizadas no mesmo site e terminado na página Web em questão.

Página Web Independente: uma página web que não é parte do Site Web associado com
a sua localização de rede. Especificamente não é possível chegar à página em questão
percorrendo uma sequência de links internos ao site, a partir da página de host.

Responsável por publicação de Site Web: uma pessoa ou organismo que reclama os
benefícios resultantes do uso do site web, suportando pelo menos uma parte dos custos
de produção e acessibilidade do site, e exercendo o controlo editorial sobre o seu
conteúdo.
Exemplo: o Departamento de Informática da Universidade do Minho é responsável pela
publicação do site www.di.uminho.pt.

Subsite: um aglomerado de páginas Web num site que é mantido por um responsável de
publicação diferente que o do site Web pai. O responsável pela publicação do subsite
exerce controlo editorial sobre as suas páginas, talvez de acordo com regras mais gerais
definidas pelo responsável pela publicação do site pai.
Exemplo: um fornecedor de serviços Internet, disponibilizando serviços de hospedagem
para os seus clientes. Os sites web dos clientes podem residir na mesma máquina ou
endereço IP, mas representam sites independentes logicamente (podem inclusive ter
nomes de domínio diferentes, no caso da hospedagem virtual).

Colecção Web: uma porção ou secção do site Web, consistindo de uma ou mais páginas
Web, que represente um recurso não trivial, auto-contido, mas mantido pelo mesmo
responsável pela publicação do site.
Exemplo: Jornal Web, monografia electrónica, etc…

Supersite: Um único site Web que pode estender-se por várias localizações de rede, mas
é suposto ser visto como um único site Web. É transparente ao utilizador que o site esteja
distribuído por várias localizações. Uma única hostpage pode ser aplica a todo o
supersite.
Exemplo: o caso de grandes organizações como a Universidade do Minho.
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Métricas a usar no Web
Associada a cada métrica [13] podem ser associadas algumas propriedades nomeadamente o
elemento a que diz respeito, a população alvo da medição a realizar e o tempo em que vai ser
feita a observação. De acordo com o elemento as métricas podem ser classificadas em: espaço
web, utilizador web, cliente web, servidor web, site web e da colecção web. Como nos
restringimos a medidas que possam ser obtidas usando apenas informação publicamente
acessível, limitamos para já a nossa atenção para as seguintes métricas:
As métricas do Web: tamanho em bytes, tamanho em bytes por tipo Mime, tamanho em bytes
por método de acesso, número de servidores Web, número de sites Web, número de sites
web únicos, número de páginas Web, relação entre o tamanho do núcleo e a periferia,
percentagem de protocolos através da periferia, fiabilidade e localidade.
As métricas dos Sites Web: tamanho em bytes, tamanho em bytes por site Mime, tamanho em
bytes por método de acesso, descrição textual do conteúdo do site, nº de páginas web,
profundidade, fiabilidade, localidade e popularidade.
As métricas das Páginas Web : tamanho agregado dos recursos Web componentes (em
bytes), número e tipo de objectos não textuais embebidos, referências por página, número de
páginas em que é referenciada, percentagem de tipos MIME nas referências, percentagem de
protocolos nas , razão entre referências internas e externas , percentagem de referências
inválidas, percentagem de referências , elementos HTML , gerador de páginas, fiabilidade e
localidade.
Discussão
Foi apresentado um sistema que permite a medição automática , de acordo com métricas
estabelecidas em normas internacionais ou propostas de normas, do espaço Web em Portugal.
Por se tratar dum sistema em desenvolvimento e por se ter feito apenas uma recolha as
estatísticas apresentadas neste relatório devem ser interpretadas com prudência.
Em termos técnicos o sistema precisa ainda de dispor de técnicas alternativas de colecta de
dados para verificação dos dados obtidos e novos módulos que permitam percorrer o Web
escondido, personalizado e seguro. Algumas destas partes do Web exigem tecnologia mais
sofisticada (embora já disponível) e alguns casos mesmo de supervisão humana.
Há aspectos legais e éticos não menos importantes que devem ser contemplados para um
melhor relacionamento entre as entidades que disponibilizam a informação na Web e a entidade
ou organização que realiza a colecta. Esses aspectos assumem muita importância na qualidade
das medições obtidas no sentido de se minimizar ratoeiras ou mesmo o ficheiro de exclusão de
robots.
Existem outras fontes de informação como registos históricos de servidores e clientes, inquéritos
aos utilizadores que se disponíveis permitiriam enriquecer bastante a qualidade e a quantidade de
métricas e das medições.
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Embora seja um sistema que precisa ainda de muito trabalho adicional (como se verá na próxima
secção) não restam dúvidas que só por esta via se conseguem estatísticas fiáveis dos conteúdos
disponíveis no Web em Portugal.
Próximos Passos
Pelos dados recolhidos vemos que o número de URLs semente (usados como ponto de partida) é
muito importante para o desempenho do Robot. A primeira colheita arrancou com 13.836
sementes “descobertas” com heurísticas de varrimento do Serviço de Resolução de Nomes: todos
os WWW.qualquer.coisa.pt e todos os nomes de domínio de topo com endereço IP associado...
A segunda colheita poderá arrancar com todos os sites descobertos na primeira colheita. Deverão
ser acrescentadas algumas heurísticas que permitem colectar informação em organizações em
Portugal que estejam registadas noutros domínios como .com, .org, etc..
Em termos das sementes, o varrimento do espaço de nomes feito via DNS, deverá ser
complementado com o varrimento do espaço de endereços e detecção de servidores HTTP. O
varrimento do espaço de endereços deve ser complementada com a correspondência reversa de
endereços em nomes usando o Serviço de Resolução de Nomes2.
No Robot, deverá ser feito um controlo do fluxo de pedidos por fio de execução por forma a não
exceder a largura de banda disponível. Para o tornar mais robusto será ainda necessário introduzir
algumas heurísticas para detectar situações de falha da rede e adaptar o seu funcionamento a
essas situações.
Para além de acrescentar o módulo HTTPS na máquina protocolar do Robot, deverá ser
acrescentada a maquinaria necessária para com o mínimo de supervisão colectar o máximo
possível do Web escondido e personalizado.
Para validação de resultados deverão ser combinadas as estratégias de percurso aleatório com
percurso exaustivo e deveram ser feitas correlações e comparações com outras fontes de dados
(RIPE, etc...)
O funcionamento do NetCensus e em particular o do UMBOT poderá ser optimizado usando
técnicas de simulação. O simlulador poderá ser submetido a traces reais obtidos com o Robot.
A utilização da simulação permitirá determinar os recursos mínimos para uma qualidade prédefinida de recolha e a determinação dos recursos necessários no NetCensus para obter
determinado desempenho com o aumento da escala (sites, páginas, recursos, actualizações).
Embora nesta primeira fase se pretendam obter apenas estatísticas quantitativas do espaço Web
em Portugal poder-se-á evoluir para obtenção de estatísticas mais qualitativas.
Poderá ser obtida a quantidade de erros de HTML, número de hiperligações quebradas,
informação inconsistente e incompleta. Relativamente às páginas poderá ainda ser detectada a
língua em que estão escritas (português e inglês, por exemplo) e erros ortográficos.
2
Vulgo DNS (Domain Name System)
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A colocação da informação colectada pelo Robot numa BD relacional permite a médio prazo a
concepção e concretização duma Interface Web, possibilitando a obtenção de estatísticas mais
específicas e sensíveis a respeito de cada site. Apresenta-se como exemplo alguma informação
que pode ser obtida utilizando essa interface: pontuação de Sites em tamanho, qualidade das
páginas, númetro de ligações de entrada e número de ligações de saída; pontuação de páginas
por número de ligações de entrada e número de ligações de saída; etc... Em particular a
exploração das relações entre páginas potenciam a obtenção de informação muito interessante.
Relativamente ao conteúdo das páginas poderá quando possível ser associada uma localização
geográfica que permita localizar o objecto ou entidade descrita numa localidade em Portugal.
Relativamente aos objectos referenciados ( URLs) poderão ser associados países ou região
dentro do pais se houver muitas referências.
Outro tipo de informação qualitativa que pode ser extraída semi-automaticamente é a
classificação das páginas por tipo (pessoais, de host, lojas) e por tema usando heurísticas e
algoritmos de aprendizagem supervisionada.
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Referências
1. Mercator: A Scalable, Extensible Web Crawler, Technical Report, Compaq Systems
Research Center, Palo Alto, CA,USA , 1995
2. On Near-Uniform URL Sampling, Monika Henziger, Allan Heyton, Michel Mitzenmacher
and Marc Najork. WWW00 Conference, Amesterdam, Holland, 2000.
3. Measuring Index Quality using Random Walks on the Web, Monika Henziger, Allan
Heyton, Michel Mitzenmacher and Marc Najork. WWW99 Conference, Canada, 1999.
4. Crawling the Hidden Web, Sriram Raghavan, Hector Garcia Molina, Technical Report,
Stanford University, USA
5. Breadth-first search crawling yields high-quality pages, Marq Najork, Janet L.Wiener,
Technical Report, Compaq Systems Research Center, Palo Alto, CA,USA
.
6. The anatomy of large scale hipertextual search engine, L.Page and S.Brin, WWW98
Conference, Brisbane, Australia, 1998.
7. Archiving the Internet, B.Kahle, Technical Report, Internet Archive, 1997.
8. Sphinx: a framework for creating personal, site-specific web crawlers, WWW98
Conference, Brisbane, Australia, 1998.
9. ParaSite: Mining the Structural Information on the World-Wide Web, Ellen Spertus, PhD
Thesis, MIT, USA, 1998.
10. Machine Learning, Tom Mitchel, Mc-Graw Hill, 1997.Web Characterization Terminology &
Definitios Sheet, Brian Lavoie, Henrik Nielsen, W3C Working Draft, Maio de 1999.
12. Web Characterization Metrics, Brian Lavoie, Technical Report, OCLC, Maio 1999.
13. The OCLC Web Characterization Project, Ed O’Neil, Brain Lavoie e Pat MacLain, W3C
Web Characterization Group Conference, Maio de 1998.
14. Caracterização da Informação WWW na RCCN, Maria João Nicolau, Joaquim Macedo e
António Costa, WorkShop de Redes da RCCN, Março de 1997.
15. Measuring the Web, Tim Bray, 5th WWW Conference, Paris, 1996.
24
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Glossário e acrónimos
IP (Internet Protocol) – Protocolo de rede usado por todas as máquinas ligadas à Internet.
ISP (internet Service Provider) – Fornecedor de Serviço Internet.
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions) - trata-se duma norma Internet que
especifica como as mensagens devem ser formatadas para serem trocadas entre diferentes
sistemas de correio electrónico. Trata-se dum formato bastante flexível que permite que se
troca qualquer tipo de ficheiro ou documento através duma mensagem de correio lectrónico.
Especificamente as mensagens MIME podem conter texto, imagens, audio, video ou
formatos específicos para aplicações. É um formato muito parecido com o usado para trocas
de informação entre um servidor e um cliente Web, usando o protocolo HTTP. Para os
principais tipos de dados MIME (texto, imagens, audio, video, aplicação, etc, ) podem ainda
ser definidos subtipos. Por exemplo o html é um subtipo do tipo texto e o msword é um
subtipo de aplicação.
PIX (Portuguese Internet eXchanger) – Serviço de Interligação entre os ISPs em Portugal,
gerido pela FCCN.
RCTS (Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade) – gerida pela FCCN para ligação à Internet de
instituições de ensino. A RCTS2 é uma rede mais rápida para ligação de isntituições de
ensino universitário e laboratórios de investigação.
RIPE (Réseaux IP Européens) – é uma organização à escala europeia participada pelos ISPs na
Europa para assegurar alguma coordenação administrativa. Para além de manter bases de
dados com informação de administração de redes produz algumas estatísticas sobre as redes
dos vários países.
Rota – Percurso a realizar para chegar a determinado destino.
Robot – Programa que percorre o WWW usando um algoritmo recursivo que vai processando
cada página e extraindo os URLs referenciados para continuar o seu processamento. O
processamento a realizar depende da aplicação.
Script – Programas escritos em várias linguagens embedidos ou referenciados em páginas HTML
que podem ser executados no cliente ou no servidor.
Servidor – Máquina de maior porte onde residem as aplicações que prestam serviços a clientes
que normalmente residem em PCs dos utilizadores.
Sistema Intermediário (Router) – Equipamentos que são responsáveis pelo encaminhamento
dos pacotes originados pelos hosts (Sistemas finais ou hosts) desde a origem até ao destinatário.
Socket – dispositivo do sistema operativo usado pelas aplicações para comunicação entre
processos na mesma máquina e entre máquinas diferentes.
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URI (Uniform Resource Locator) – nome que identifica univocamente os recursos Web.
URL (Uniform Resource Locator) – nome que indica a localização ou endereço dos recursos
Web na rede.
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