UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AQUECIMENTO GLOBAL A AÇÃO ANTRÓPICA E SEU QUESTIONAMENTO MEDIANTE OS AVANÇOS DA CIÊNCIA DO CLIMA ESPACIAL. Por: Glaucio Oliveira dos Santos Orientador Prof. MARIA ESTHER Rio de Janeiro 2012 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AQUECIMENTO GLOBAL A AÇÃO ANTRÓPICA E SEU QUESTIONAMENTO MEDIANTE OS AVANÇOS DA CIÊNCIA DO CLIMA ESPACIAL. Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em 2012. Por: GLAUCIO OLIVEIRA DOS SANTOS 2 AGRADECIMENTOS Agradeço a meus pais e meus irmãos por sermos uma família. Aos amigos de profissão e a todos que contribuíram e continuam a indiretamente, contribuir, com direta todo ou o conhecimento adquirido em minha vida. 3 DEDICATÓRIA Dedico primeiramente a minha família (gestores paternos e irmãos), assim como a todos os interessados pela questão ambiental, seja ela em qualquer âmbito e grau de envolvimento. 4 RESUMO Muito se têm especulado a respeito das alterações climáticas devido a suas variações imprevisíveis e incomuns. A ciência busca através de pesquisas e recursos tecnológicos maneiras de se entender suas causas e de prevenir problemas futuros. Porém, existem muitas dúvidas a respeito desses efeitos. Por mais que sejam realizados estudos e pesquisas, ainda não é 100% garantido que a ação do homem seja a verdadeira responsável por todas essas variações climáticas. Cientistas renomados e organizações mundialmente respeitadas têm assumido a postura de que a ação antrópica é a verdadeira responsável pelos acontecimentos que atualmente vem causando tragédias e desconforto. Porém, pesquisadores denominados “céticos”, preferem acreditar nas próprias pesquisas e discorda plenamente do que se tem apresentado sobre as mudanças climáticas, se opondo a dados fornecidos inclusive pela ONU e afirmam que o aquecimento global está longe de ser um fator diretamente ligado as ações antrópicas, e sim, de causas naturais. Ou seja, que o homem está longe de ser o verdadeiro responsável pelas mudanças climáticas. No primeiro capítulo foi realizado um levantamento sobre o que é e como funciona o aquecimento global, com suas causas, efeitos e consequências. Assim como o início maquinário na revolução industrial, passando pelos grandes emissores de gases de efeito estufa a reuniões internacionais com projetos e soluções mitigadoras para o aquecimento global. O capitulo II retrata a relação homem x atmosfera. Tem como principal ponto a ciência do clima espacial que investiga as mudanças climáticas, seus fatores e causas. Projeções científicas futuras também integram este capítulo. O capítulo III apresenta as discordâncias antrópicas sobre o aquecimento global. Cientistas e pesquisadores se baseando em informações publicadas na mídia e assumem seus papéis contra essas informações, deixando seus pontos de vista e questionando cada relatório apresentado pelo IPCC, que é o órgão que divulga os dados sobre o aquecimento global. E por último, a conclusão que esboça o meu ponto de vista sobre o assunto. 5 METODOLOGIA Para este projeto foi realizado uma vasta busca de informações contidas em uma gama de material apresentados por especialistas em livros, revistas e folders informativos, assim como material colhido de websites. O material principal utilizado foi o banco de dados dos relatórios divulgados pela ONU (Organização Não Governamental), assim como os relatórios do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) divulgados desde 1990 e que estão disponíveis para livre acesso em seus respectivos sites. Cientistas de todo mundo vêm contribuindo para a ONU com informações, de acordo com eles, afirmativas, de que a ação antrópica é sim a grande responsável pelo Aquecimento Global. Portanto, contrapondo as informações que colocam o ser humano como o principal causador do Aquecimento Global, o NIPCC (Nongovernmental International Panel on Climate Change), uma ONG criada pelo físico atmosférico Dr. S. Fred Singer junto a outros cientistas para entender as causas e consequências das mudanças climáticas. De acordo com seus três livros Nature, Not Human Activity, Rules the Cimate, Climate Changed Reconsidered: The 2009 Report of the Nongovernmental International Panel On Climate Change (NIPCC) e Climate Change – Reconsidered: 2011 Interim Report, Singer aborda uma segunda opinião a respeito das mudanças climáticas e dos relatórios apresentados pela ONU e pelo IPCC, sendo estes relatórios, muito incertos e duvidosos. Entre os principais nomes a serem citados neste projeto como base do estudo, estão o renomado físico e cientista americano Ralph B. Alexander que escreveu o livro Aquecimento Global – Alarme Falso e assumiu uma postura cética a respeito dos relatórios emitidos pela ONU quanto ao aquecimento global. De acordo com Ralph, essas informações são manipuladoras e insustentáveis. Outro nome a ser citado é o do professor titular da USP (Universidade de São Paulo), José Eli da Veiga, que também menciona em seu livro Aquecimento Global – Frias Contendas Científicas, que o planeta não está 6 aquecendo, mas, ao contrário, se resfriará nas próximas décadas, e o agente deste tipo de mudança não é o homem, mas as variações cósmicas. Além de publicações literárias, também serão utilizadas informações de material áudio visual como o premiado documentário do ex-presidente dos Estados Unidos Al Gore, An Incovenient Trust (Uma verdade inconveniente), lançado em 2006 e eleito pela revista Norte-Americana Newsweek como o quinto dos 15 filmes imperdíveis do verão e mostra que a menos que diminuam as emissões de gás carbônico (CO2) e outros gases, o aquecimento global acabará com a vida como conhecemos. E também o documentário produzido pelo jornalista, fotógrafo e ambientalista Francês Yann Arthus-Bertrand, Home, produzido em 2009, que mostra a diversidade de vida no planeta e como a humanidade está ameaçando o equilíbrio ecológico. Outros autores e livros também serão citados ao longo deste projeto contribuindo para a produção deste material. 7 SUMÁRIO RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I - Aquecimento Global – Entenda sua Base Científica - O que é Aquecimento Global? 1.1.1 - O sistema Climático 1.1.2 - Como é Medido o Clima Espacial? 1.1.3 - Causas e Efeitos do Aquecimento Global 1.2 - Revolução industrial 1.2.1 - O Início Maquinário (A revolução das máquinas) 1.3 - Efeito estufa 1.3.1 - Variações do Efeito Estufa 1.3.2 - Como é gerado o efeito estufa? 1.3.3 - El niño – O fenômeno climático do século 1.3.4 - Entendendo o El niño 12 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 CAPÍTULO II – O Tempo Esfriou 2.1 - O aquecimento global e as medidas governamentais 2.2 - Conferências e soluções 2.2.1 – O Protocolo de Quioto 2.2.2 - Conferência de Bali 2.2.3 - Cop 15 2.3 - Evidências do aquecimento global 2.3.1 - Os maiores emissores mundiais de CO2 2.4 - INPE – O Brasil de olho no clima 2.4.1 - Relatório Brasileiro a caminho 2.5 - As geoengenharias e a missão de salvação 24 24 25 26 28 29 30 32 34 35 35 CAPÍTULO III – A antropia questionável 3.1 - Ciência versus ciência 3.2 - O aquecimento global é uma falsa emergência? 3.2.1 - Os dados do IPCC e suas ”prováveis” certezas 3.2.2 - A ciência e seus cientistas manipulados 3.3 - O aquecimento econômico 3.4 - Relatórios do IPCC desacreditados 3.5 - NIPCC – O time B 3.5.1 - Uma visão particular 38 39 43 44 45 47 49 52 53 CONCLUSÃO 55 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58 8 INTRODUÇÃO Mediante uma série de eventos climáticos que tem se tornado mundialmente cada vez mais visíveis, a origem das mudanças climáticas tem gerado inúmeras batalhas científicas, realizadas quase que secretamente, longe do conhecimento humano. Nunca se falou tanto em redução das emissões de gases de efeito estufo em reuniões governamentais, seminários e fóruns internacionais como tem se falado atualmente. Para muitos cientistas, o aumento da temperatura está relacionado a ações antrópicas, que tem como grande vilão, as emissões de altos níveis de gás carbônico (CO2) na atmosfera, produzidos principalmente da queima de combustível fóssil assim como outros gases, tornando os níveis de temperaturas mais extremos. Porém, um órgão que reúne centenas de cientistas ao redor do mundo contribui com monitoramento e estudo dessas variações, o Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Changes – IPCC). Seus relatórios são utilizados mundialmente por alarmistas, pesquisadores e órgãos governamentais como base científica para suprir a busca por informações sobre as mudanças climáticas e fazem uso confiantemente dos dados apresentados pelo órgão. Porém, outro grupo que também conta com cientistas e especialistas descontentados com o que tem sido apresentado pelo IPCC, apresenta uma interpretação diferente de dados e defende outra posição a respeito do aquecimento global. Com base nas mesmas evidências examinadas pelo IPCC, o Painel Internacional Não-Governamental Sobre Mudanças Climáticas (The Nongovernmental International Panel on Climate Change – NIPPC) emite argumentos controversos, contrários e conflitantes aos relatórios emitidos pelo IPCC e com conclusões diferentes as apresentadas por outros cientistas que também acreditam nas ações antrópicas influentes no Aquecimento Global. Para estes cientistas, chamados de céticos, essas informações não passam de teses incompletas e manipuladoras, o que agride direta e 9 eticamente a classe de cientistas e especialistas, que publicam artigos, relatórios e livros por todo o mundo com informações que contradizem todo o material divulgado pelo IPCC nos últimos anos. Aquecimento Global – O Questionamento da Ação Antrópica Mediante o Avanço da Ciência do Clima Espacial foi escolhido para mostrar ambos as vertentes fornecidas por estudiosos no assunto assim como informar mediante a uma gama de leituras bibliográficas como pode haver interpretações distintas, confirmadas ou não sobre um assunto que atualmente merece atenção e solução rápida. Neste projeto, que está dividido em três capítulos, serão apresentadas informações contidas nos relatórios apresentados pelo IPCC desde 1990 sobre as mudanças climáticas e seus fenômenos alarmistas, assim como a opinião contraditória de outros especialistas no assunto. O primeiro capítulo aborda a partir de dados literários a base científica do Aquecimento global, mencionando o sistema climático, A medição do Clima Espacial, As causas e efeitos das mudanças climáticas, assim como o início maquinário, que conta a história da revolução industrial e sua participação no aquecimento global. O efeito estufa, seu funcionamento e suas variações, assim como fenômenos gerados por ele também integram o primeiro capítulo. O segundo capítulo retrata as medidas governamentais estipuladas para analisar os processos e pesquisas que envolvem o aquecimento global. A busca por melhores condições de vida sem afetar as medidas econômicas dos países mais desenvolvidos tem reunido as nações em conferências mundiais que buscam deliberadamente por soluções rápidas e unânimes. Isso inclui a medida jurídica de combate ao aquecimento global, o Protocolo de Quioto, assim como a conferência de Bali e a COP-15 entre outras. Evidências do aquecimento global assim como os maiores emissores de CO2 concluem este capítulo. 10 O terceiro capítulo conta com depoimentos de ambas as organizações, que expõem opiniões afirmativas e negativas, a favor e contra, confirmando e desmistificando dados sobre os eventos climáticos. Seguindo da conclusão que independente de informações estarem corretas ou não, é apresentada de forma imparcial sobre os respectivos órgãos e opiniões de outros especialistas. 11 CAPÍTULO I AQUECIMENTO GLOBAL ENTENDA SUA BASE CIENTÍFICA Para dar início a este projeto é preciso primeiramente entender como funciona o Aquecimento Global no planeta. Utilizando dados científicos apresentados pelo professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), uma gama de informações foi apresentada por ele na composição de seu material literário, Aquecimento Global – Frias Contendas Científicas, apresentando um escopo científico bem rico. 1.1 - O que é o Aquecimento Global? O termo “Aquecimento Global” que embora poucas pessoas desconheça, está relacionado às “mudanças climáticas”. Com base em dados científicos, esta expressão se deve a elevação da temperatura média da superfície da terra que teve um aumento de aproximadamente 1oC nos últimos cem anos. Este aumento é consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta devido ao aumento da temperatura dos oceanos e do ar próximo à superfície terrestre, que se sucede desde meados do século XX. Durante este período, cientistas observaram que a maior parte do aquecimento nos últimos 50 anos foi originada de concentrações crescentes de gases de efeito estufa na atmosfera, provindas de atividades humanas como queima de combustível fóssil (gasolina, petróleo, carvão mineral, diesel, gás natural e etc.), assim como a liberação dos gases de ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono que formam uma camada de poluentes de difícil dispersão. Esses gases absorvem grande parte de radiação intra vermelha emitida pela terra, dificultando a dispersão do calor. A deflorestação (desmatamento) e queimada de florestas e das matas também contribui para este processo. Os raios solares atingem o solo e irradiam calor 12 na atmosfera. E pelo fato da camada de poluentes dificultarem a dispersão deste calor, o aumento da temperatura global se torna o grande problema para o planeta. Atualmente, o aquecimento global é um assunto polêmico e questionável entre pesquisadores e cientistas do mundo todo. Suas causas ainda são muito pesquisadas e analisadas. De acordo com a ONU, o século XXI foi o mais quente dos últimos anos com um aumento de temperatura media entre 0,3°C e 0,6°C, e para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC) a temperatura global provavelmente aumentará no intervalo entre 1,1°C e 6,4°C entre os anos de 1990 e 2100. (Climate Change, 2007). Os maiores períodos de aumento foram entre 1901 a 1945 e 1976 à 2000, mas estes valores podem variar de acordo com emissões futuras de poluentes atmosféricos. E mesmo que as concentrações de efeito estufa se estabilizem, espera-se que o aquecimento e o aumento do nível do mar continuem por mais de um milênio. 1.1.1 - O Sistema Climático O sistema climático compõe-se de cinco componentes: água, terra, gelo, ar e vegetação, e das interações entre eles. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (World Metereological Organization - WMO), o clima é definido como a descrição estatística (valores médios e variabilidade) da temperatura, precipitação e velocidade dos ventos em um período de tempo de trinta anos, o que faz com que o sistema evolua sob a influência da sua própria dinâmica interna (variações da circulação atmosférica e oceânica) e de forçantes radioativas externas, que podem ser naturais, como as erupções vulcânicas e as variações da energia emitida pelo sol, ou antrópicas, como a mudança da composição da atmosfera e as mudanças do uso da terra. (Eli da Veiga, 2008, pag.20). 13 O sistema climático terrestre é determinado principalmente pela energia emitida pelo sol que é medida através do fluxo energético por unidade de área, em Watts por metro quadrado (W/m2), sendo que o fluxo de energia que chega ao topo da atmosfera terrestre é, em média, 342 W/m2. Ele é maior no Equador e menor nos polos, devido à curvatura da terra. E como a terra está continuamente recebendo energia do sol, sua temperatura se torna mais ou menos constante, cerca de 14oC em média, ela mantém o equilíbrio radioativo, perdendo para o espaço a mesma quantidade de energia que absorve. (Eli da Veiga, 2008, pag.21). 1.1.2 – Como é Medido o Clima Espacial? Nos últimos 650 mil anos a reconstrução do clima foi realizada em grande detalhe por meio do estudo de um cilindro de gelo, coletado em 1999 na Antártica por uma equipe de paleoclimatologistas europeus. Chamado de Dome C, o cilindro foi retirado por uma sonda que atingiu a profundidade de 3190m e contém desde o gelo depositado recentemente até o gelo de 700 mil anos atrás. Para estudá-lo o cilindro foi cortado em finas fatias que foram datadas e dessas fatias, foram extraídos os gases presos nas bolhas, que permitiram deduzir a composição da atmosfera na época em que o gelo foi depositado. Foi determinada também a temperatura para cada fatia por meio da composição isotrópica do gelo, podendo então ser traçado as curvas de variação da temperatura e do teor dos gases de efeito estufa. (Eli da Veiga, 2008, pag.37). Os resultados apresentados e discutidos indicam que durante os últimos 650 mil anos, ocorreram oitos ciclos climáticos, com períodos glaciais médios de 80 mil anos, e interglaciais mais curtos de 20 mil anos. Estima-se temperaturas entre 4oC e 7oC de diferença entre os picos dos períodos glaciais e interglaciais. Os quarto interglaciais mais antigos foram mais frios que os recentes, porém, mais longos. Atualmente, vivemos um período interglacial que se iniciou a cerca de 12 mil anos. (Eli da Veiga, 2008, pag.38). 14 Outros modelos para medição do clima foram testados, como os modelos de clima global (MCG) que são programas de computadores que utilizam equações ou expressões matemáticas para representar os processos físicos diretos e os de realimentação e/ou interação entre os diversos componentes do sistema terra-oceano-atmosfera para simular ou avaliar a resposta do sistema climático sob um forçamento radioativo (aumento ou diminuição do fluxo de energia). (Eli da Veiga, 2008, pag.68). Porém, mostram resultados convergentes e atualmente, um dos maiores desafios da ciência do clima é aperfeiçoar esses modelos, melhorando as simulações das mudanças climáticas. E apesar dessas limitações, muitos estudos vêm sendo realizados por pesquisadores de todo o mundo. 1.1.3 – Causas e Efeitos do Aquecimento Global As causas do aquecimento global ainda são muito pesquisadas e o que se sabe é que as mudanças climáticas ocorrem devido a dois fatores: internos e externos. Os fatores internos estão relacionados à complexidade do sistema climático por serem caóticos e não lineares, tendo a radiação solar como o principal fator externo natural, pois depende dos ciclos solares e do fato de que a temperatura do sol vem aumentando. E os fatores externos derivam de ações naturais ou antropogênicas, provindas da influência humana. Cientistas acreditam que a redução das áreas de florestais tropicais esteja contribuindo para o aumento de carbono, e que desde 1990, a quantidade de carbono absorvida é bem superior do que a liberada no desflorestamento, pois nem todo dióxido de carbono liberado na atmosfera se acumula nela, já que uma grande parte é absorvida pelos mares e pelas florestas. Existem três hipóteses sobre o aquecimento global. O aquecimento global é causado pelo homem; O aquecimento global pode ser causado pelo sol; O aquecimento global possui causas naturais. Porem, de acordo com relatórios da ONU, as principais atribuições estão relacionadas às atividades humanas. Com o aumento da temperatura no mundo, se intensifica o 15 derretimento das calotas polares (derretendo a uma velocidade de 250 km cúbicos por ano, elevando o nível dos oceanos em 0,2 milímetros a cada 12 meses) aumentando o nível das águas dos oceanos, podendo ocorrer, futuramente, a submersão de cidades litorâneas. Baseado no último relatório do IPCC (ano de 2007), o nível dos mares está aumentando em 0.01 a 0.02 metros por década e esses dados são preocupantes, pois alguns países insulares do Oceano Pacífico podem desaparecer mediante este aumento de nível. O aumenta significativo da temperatura crescimento e surgimento de desertos. também influencia no As altas temperaturas provocam a morte de varias espécies de animais e vegetais, ocasionando no desequilíbrio de vários ecossistemas. E com o alto índice de desmatamento florestal aumenta cada vez mais o numero de regiões desérticas no planeta. De acordo com o IPCC, grandes quantidades de gases têm sido emitidas na atmosfera desde que se teve inicio a Revolução Industrial. A partir daí, houve um aumento significativo de 31% de emissões de dióxido de carbono, 151% de emissões de metano, 17% de oxido de nitrogênio e 36% de ozônio troposférico, provindos da queima de combustíveis fósseis. 1.2 - A Revolução Industrial A revolução industrial foi um grande marco para a evolução maquinária no mundo. Na idade média, onde o artesanato era o meio mais comum de produção, a busca por alternativas mais rápidas, lucrativas e menos custosas logo se tornaria alvo de pesquisa e desenvolvimento, assim como atender a grande demanda da população por produtos e mercadorias. Invenções e outras formas de contribuições imaginárias tomavam conta das mentes dos futuros e brilhantes inventores que buscavam além de melhores desempenhos e resultados para a produtividade em grande escala de 16 suas companhias, batalhavam por rápidos fins lucrativos. Logo, a revolução industrial deu o passo inicial no processo que para muitos cientistas se tornou o vilão na historia do aquecimento global, conforme consta no livro Revolução Industrial do autor Francisco M. P. Teixeira (1990). 1.2.1 - O Início Maquinário (A Revolução das Máquinas) As locomotivas tomaram conta da Inglaterra depois que o engenheiro George Stephenson, em 1829, venceu a primeira corrida com sua locomotiva, chamada Rocket. A partir dai, ficou comprovada a eficiência dessas máquinas que passariam a funcionar diretamente no transporte de cargas e de passageiros, pois eram muito mais rápidas que as diligências. Em pouco tempo, a rede ferroviária Inglesa crescia de 1000 para 10.000km entre os anos de 1830 e 1850, se tornando a “febre das ferrovias” no país. Essa expansão foi o lado espetacular da industrialização britânica que naquela época, passava por inúmeras inovações e as estradas de ferro eram vistas como a verdadeira revolução, além de fonte inesgotável de riqueza para seus construtores. Logo, vários países passaram a adotar essas medidas mecanizadas que tinham um rápido retorno nos setores de produtividade como a extração de carvão, a metalurgia, a fiação, o cultivo agrícola, a construção fundiária e naval. Durante este período, intensificaram-se a exploração das imensas jazidas de carvão para fins industriais e domésticos (de 10 para 50 milhões de toneladas/ano, entre 1800 e 1850), cresceu a fundição de ferro (de 200 mil para 1,4 milhão de toneladas/ano, de 1800 a 1840), e aumentaram significativamente a produção de máquinas, motores e equipamentos destinados à fábrica de tecidos, roupas, alimentos, bebidas, sapatos e chapéus, além de outras atividades como cutelaria, joalheria, ferrovias, estaleiros, docas, construção civil e serviços públicos (como iluminação a gás, rede de água e esgotos). Muitos fatores colocam a Inglaterra como pioneira no desenvolvimento da revolução industrial, pois, possuía grandes reservas de carvão em seu subsolo, o que foram as principais fontes de energia para as maquinas e locomotivas. Além dessas reservas, os Ingleses possuíam também grandes 17 quantidades de reservas de minérios de ferro que foi a principal matéria prima utilizada naquele século. A burguesia inglesa possuía dinheiro suficiente para comprar matéria prima, investir em fabricas e contratar mão de obra que estava em abundância naquela época, pois havia uma quantidade grande de trabalhadores em busca de emprego. Os transportes (trens e locomotivas a vapor) e as maquinas tiveram um grande salto tecnológico neste período, principalmente os gigantes teares com seu modo de produzir. Logo, a máquina substituiu o homem, deixando milhões desempregados e com isso, a produtividade se tornou maior e a redução nos preços das mercadorias se tornou o atrativo principal para as pessoas que não pertenciam à classe burguesa. Todo esse material era transportado em trens e locomotivas, que com o tempo, passaram a transportar mais pessoas e mercadorias em menos tempo e com custo reduzido. Com a produção mais eficiente, custos reduzidos, agilidade e estimulo ao consumo, a Revolução Industrial serviu de estimulo para o mundo todo investir neste processo. Sem qualquer conhecimento ou informações sobre problemas futuros gerados pela emissão de poluentes que diretamente eram gerados, as fabricas e outras produtoras foram se desenvolvendo e se tornando grandes companhias, aumentando com isso a poluição ambiental, a poluição sonora e o êxodo rural que firmaram o crescimento desordenado e trouxeram diversas consequências para a humanidade. Todo esse material despejado diretamente no meio ambiente sem qualquer preocupação e os gases lançados na atmosférica com a queima de combustível fóssil dava início a série de problemas tendo como o principal deles o aquecimento global, causado pelo efeito estufa e outros processos físicos internos de não menor importância. 1.3 - O EFEITO ESTUFA Um dos grandes colaboradores para o aumento da temperatura do planeta na última década tem sido o efeito estufa, baseado em dados dos 18 relatórios do IPCC. De acordo com pesquisadores, o século XX foi o período mais quente nos últimos 500 anos. Para os cientistas, num futuro próximo, o aumento da temperatura poderá acarretar em problemas severos e irreversíveis ao planeta. Um deles seria o derretimento das calotas polares e o aumento do nível do mar, que resultaria no desaparecimento de muitas cidades litorâneas do mapa. As consequências negativas poderão afetar o clima, vegetação, fauna e os ecossistemas que atingidos, além de espécies vegetais e animais que poderão ser extintas devido o aumento de temperatura. Furacões, maremotos, enchentes e outros eventos também ocorrerão com mais intensidade. A produção agrícola de vários países também poderá ser afetada, tendo a quantidade de alimentos reduzida no planeta, intensificando o processo de desertificação em algumas regiões do planeta. O aumento da temperatura marítima poderia alterar o desvio do curso das correntes, causando a extinção de vários animais marítimos e reduzindo a quantidade de peixes nos mares. 1.3.1 – Variações do Efeito Estufa Para que a terra esteja sempre em equilíbrio, é necessário que ela emita para o espaço a mesma quantidade de energia recebida pelo sol, descontando o albedo (medida da quantidade de radiação solar refletida por campo ou uma superfície, ou seja, a quantidade de luz refletida). O albedo médio da terra está em torno de 30%, mas pode variar de 90% a menos de 5%, dependendo da refletividade da superfície. A termodinâmica compreende que para medirmos 235 W/m2, a terra deveria possuir -19oC de temperatura, o que é inferior a temperatura medida na superfície, de 14oC, em média. Essa diferença de 33oC é causada pelo efeito estufa natural. Sem esses gases, o planeta seria completamente gelado e impróprio para quaisquer formas de vida. Logo, os gases de efeito estufa na atmosfera são responsáveis pelo aumento da temperatura da superfície e da troposfera, seguidos do declínio da temperatura da estratosfera, funcionando como um balanço de equilíbrio. Em levantamento científico sobre gases de efeito estufa, realizado pelo professor da USP, José Eli da Veiga, em seu livro Aquecimento Global – Frias 19 contendas científicas, ele menciona que as emissões de gás carbono devido a queima de combustíveis fósseis e a manufatura do cimento foram responsáveis por 75% do aumento dos teores de CO2 na atmosfera, a partir de 1750. “O restante é resultado de mudanças do uso da terra. Os processos naturais que produzem CO2, (respiração, decaimento da matéria orgânica, etc.) não são capazes de explicar o aumento observado de 280 para 379 ppmv entre 1750 e 2005”. 1.3.2 – Como é Gerado o Efeito Estufa? A derrubada e a queimada de florestas é um dos grandes percussores do efeito estufa, pois são elas que regulam a temperatura, os ventos e o nível das chuvas em diversas regiões. A temperatura do mundo tem aumentado de acordo com a mesma proporção que as florestas são eliminadas. Outro fator que também contribuem para a causa do efeito estufa é o lançamento de gases na atmosfera resultantes da queima de combustíveis fosseis. O óleo diesel e a gasolina nos grandes centros urbanos colaboram para este efeito, assim como o gás metano, óxido nitroso e óxidos de nitrogênio. O dióxido de carbono (gás carbônico) e o monóxido de carbono também são grandes vilões, pois ficam concentrados em determinadas regiões da atmosfera e bloqueia a dissipação do calor. Esta camada de poluentes funciona como um isolante térmico que retém o calor nas camadas mais baixas da atmosfera, causando graves problemas ao planeta. O gás carbônico, o metano e o óxido nitroso são os gases de efeito estufa de longa vida por permanecerem por algumas décadas na atmosfera, possibilitando sua distribuição homogênea e sua influência de longo prazo no clima. O vapor d´água, por outro lado, é o gás mais poderoso, porém sua concentração é muito variável e depende da temperatura. Mas os gases mais importantes são os clorofluorcarbonos (CFCs), que são gases sintéticos exclusivamente produzidos da atividade humana. Eles são gases de uso proibido, pois sua permanência na atmosfera permanece por anos depois de emitido. O ozônio é outro gás de efeito estufa importante. Ele é formado e destruído por reações químicas. Na troposfera, ele age como gás de efeito 20 estufa, aquecendo a terra e ao mesmo tempo ele contribui na redução da quantidade de radiação solar que chega a terra, pois consome radiação ultravioleta. Os aerossóis também são importantes forçantes radioativas, porém seu papel no resfriamento da terra ainda não é bem conhecido, gerando incertezas em suas medidas e nos modelos dos processos envolvidos. Com a emissão desenfreada desses gases resultando num nível mais alto de temperatura, o IPCC acredita que outros fenômenos como furacões, tufões e ciclones se tornem mais comum. Estes se dão devido à quantidade maior de evaporação das águas do oceano, o que nos leva ao encontro de dois fenômenos já bastante conhecidos: O El Niño e La Niña. 1.3.3 - El Niño – O Fenômeno Climático do Século Muito se foi observado na mídia nestes últimos anos como catástrofes originadas da ocorrência de fenômenos climáticos têm ganhado proporções assustadoras. E o principal deles tem sido o El Niño. Para muitos pesquisadores, a década de 90 teve o maior índice de aumento de temperatura da história e baseado nessas informações, consequentemente, fenômenos causados pelo aumento de temperatura tem se tornado mais frequentes desde então. O meteorologista José de Fátima da Silva, autor do livro El Niño – O Fenômeno Meteorológico do Século (2000), conta que nos anos de 97/98 ocorreram uma série de eventos climáticos que ocasionaram danos rigorosos de um modo global, atingindo dois hemisférios, com fortes ondas de calor afetando a saúde e grandes populações em uma sequência de tempo alternada, ocasionando também incêndios de grandes proporções. Tempestades e chuvas torrenciais também acabaram com a agricultura, deixando milhões de pessoas desabrigadas, em situação de calamidade pública. 21 Um dos grandes problemas causados pelo El Niño ocorreu em meados de 1998, onde na China, ocorreram enchentes devastadoras e o México sofreu com uma forte seca que assolou grande parte de seu território, assim como o Sul dos Estados Unidos. Naquela mesma época, com seus 5 graus acima da média histórica, o aquecimento das águas do pacífico que se manteve estável perdia forças, e em Fevereiro, não havia dúvidas que processo se inverteria de Maio para Junho, podendo em julho de 1998, se iniciar o fenômeno La Niña. Em julho de 1998, com temperatura em torno de -1 grau célsius, abaixo do normal, a La Niña se manteve caindo lentamente até -2 graus célsius, quando em Dezembro de 1999 alcançou -2 graus célsius. No mesmo ano de 98, quatorze ocorrências devastadoras entre furacões e tempestades marcaram a transição do El niño La niña. Neste caso, foi o furação Mich, no final de outubro, o mais trágico de todos. Fortes enchentes e deslizamento de terra fizeram deste furacão o segundo maior já registrado em número e formato, deixando um prejuízo de 6 a 7 bilhões de dólares e 18 mil mortes que se sucederam nas áreas de Honduras, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Península de Yucatan e sul da Flórida. 1.3.4 - Entenda o El Niño O El Niño é um fenômeno com alteração significativa de curta duração na distribuição da temperatura da superfície da água no oceano pacifico. Esses eventos que vão de 12 a 18 meses modificam um sistema de flutuação das temperaturas, chamado Oscilação Sul. Quando acontece um El Niño, que possui intervalos irregulares de 2 a 7 anos, com uma media de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos intensidade no centro do oceano pacifico, resultando na diminuição de ressurgência de águas profundas e na acumulação de águas mais quentes que o normal na costa oeste da America do Sul, e consequentemente, na diminuição da produtividade primaria e das populações de peixe. La Niña é o fenômeno inverso. Caracterizado por temperaturas frias, também no fim do ano, ocorre na região equatorial do oceano pacifico equatorial central e oriental, formando, em algumas vezes, uma piscina de águas frias nesse oceano. 22 Entretanto, o aquecimento global pode ter como resposta pra seus efeitos alguns valores positivos, pois o aumento de temperatura e o aumento de concentrações de CO2 podem aprimorar as atividades de produção do ecossistema. Como consta no livro de José da Silva, dados analisados por satélites demonstraram que houve um aumento significativo na produtividade no hemisfério norte desde 1982. Porem, a quantidade de biomassa produzida pode não ser muito boa, pois pode haver uma diminuição no numero de espécies novas. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) o aquecimento pode se agravar nas próximas décadas e calcula que para o ano de 2030, as alterações climáticas possam causar 300 mil mortes por ano. E pior, para o IPCC, a temperatura da terra pode subir 6 graus ate o final do século, devido os níveis pré-industriais, provocando catástrofes inimagináveis. 23 CAPÍTULO II O TEMPO ESQUENTOU Primeiramente, há quem diga que a natureza é cordialmente benigna. Fascinante em seus âmbitos, caprichosa e imprevisível em seus moldes e modelos, assim como fornecedora de todas as matérias-primas essenciais para a sobrevivência humana. Outros preferem descrevê-la como delicada. Merecedora de cuidados especiais e um tratamento respeitoso tanto carnal quanto espiritual, para quem a tem com verdadeira hidrolatria. Porém, alguns não tão familiarizados com ela, preferem usar o termo “malvada”, por representar grande parte das catástrofes que destroem lares, retiram vidas e criam sentimentos repulsivos com lembranças frias de seus momentos de “revolta” contra o homem. O ex-vice-presidente americano Al Gore aproveitando de sua “popularidade” pegou o gancho do aquecimento global. Em 2006 lançou o documentário Uma Verdade Inconveniente o que lhe rendeu um bom posicionamento no ranking dos alarmistas que buscam serem ouvidos e vistos, obviamente! O vídeo faz uma eloquência aos perigos ocasionados pelo aquecimento global. Com apresentações bem elaboradas, gráficos e imagens bem produzidas e uma gana de material suficiente para assustar e converter qualquer leigo no assunto, o vídeo é um acervo de bombas prontas a explodirem pelo mundo. 2.1 - O Aquecimento Global e as Medidas Governamentais Baseado nesta série de fenômenos que fomentam inúmeras discussões mundiais sobre as mudanças climáticas em busca de resultados mais concisos, uma série de reuniões, congressos, conferências entre outros nomes, foram criadas por órgãos governamentais com a finalidade de informar através de dados estatísticos e relatórios formais, ações e medidas mitigadoras para reduzir ao máximo as emissões de gases poluentes dos países que direta ou 24 indiretamente contribuem para as mudanças climáticas. A tarefa parece simples, mas se torna bem complexa quando o assunto envolve uma série de fatores econômicos e políticos, se tornando, obviamente, polêmico, quando a ideia é criar comprometimentos ambientais. Em vista da importância e da complexidade do tema, a Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (United Nations Environmental Progreamme – Unep) e a Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization – WMO) criaram em 1988 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC) que tinha como objetivo, produzir informações claras, objetivas e transparentes, de forma científica, técnica e socioeconômica, para o entendimento das bases dos riscos das mudanças climáticas induzida pelo homem, assim como seus impactos e medidas de adaptação e mitigação. Esta entidade científica global que agrega centenas de cientistas de mais de cem países, funciona como um “apoio” para o debate sobre o aquecimento global e fornece a base científica para a elaboração de políticas públicas. As evidências dos efeitos antrópicos são baseadas no aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE) desde o início da revolução industrial, especialmente de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Logo, os relatórios do IPCC foram apresentados como a entidade que simboliza um suposto “consenso científico” sobre o assunto, sendo considerada a palavra final da ciência sobre a influência humana no clima terrestre. 2.2 – Conferências e Soluções O que era um assunto exclusivo da comunidade científica assume atualmente dimensões muito mais amplas, se tornando a grande preocupação mundial. Há tempos ambientalistas e ONGs vêm alertando o governo sobre os problemas causados pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e as consequências provinda dessas emissões. Porém, foi preciso que as supostas 25 informações alertadas por eles se tornassem reais e trágicas para que o mundo observasse que realmente algo estaria acontecendo ou mesmo, condenando o planeta. Anualmente representantes de diversos países se reúnem para negociar suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa no mundo. Várias conferências foram realizadas e muita frustração se gerou com a falta de compromisso de alguns países. Mas nem tudo fio negativo. Novos projetos e metas foram estipulados e muitos se comprometeram em assumir seus papeis de redução de emissões de gases de efeito estufa. As reuniões se sucederam nas seguintes fases: Estocolmo (1972), Toronto (1988), Genebra (1990), Rio de Janeiro (1992), Berlim (1995), Genebra (1996), Quito (1997), Buenos Aires (1998), Haia (2000), Bonn (2001), Nova Déli (2002), Milão (2003), Buenos Aires (2004), Montreal (2005), Nairóbi (2006), Bali (2007), Poznan (2008), Copenhagen (2009), México (2010), África do Sul (2011) e a Rio+20 (2012). Entre as principais conferências e com as medidas adotadas foram criadas o Protocolo de Quioto, a Conferência de Bali e a Cop-15. 2.2.1 - O Protocolo de Quioto Adotado em 1997, durante a 3ª Conferência das partes da Convenção, o Protocolo de Quioto entrou em vigência internacional em 16 de Fevereiro de 2005, e contou com mais de 176 membros, sendo que nem todas as partes que participaram da conferência ratificaram o Protocolo. (Ex. os EUA). Firmouse então, aos que ratificaram, o comprometimento na redução de emissões de gases de efeito estufa a níveis em média 5% inferiores aos níveis emitidos em 1999, a serem aplicados entre os anos de 2008 e 2012. Logo, cientistas e ambientalistas questionaram o valor de redução estimado e sugeriram que este valor equivalesse a 60%, o que seria necessário para alcançarmos um número seguro de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Porém, este valor ainda está em discussão no 26 âmbito do regime multilateral que definirá a meta para os países desenvolvidos que se comprometeram com o protocolo de Quito após 2012, durante o Rio+20. Conhecido como “Compromissos Quantificados de Limitação ou Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa” as metas impostas pelo Protocolo de Quito devem ser cumpridas pelas partes, alocando essas metas as atividades industriais privadas e públicas instaladas em seu país, nos setores econômicos como manejo de florestas, agricultura sustentável, fontes alternativas de energia, processos produtivos mais limpos, tratamento de resíduos humano e dejetos animais, entre outros. Dentre as medidas estipuladas pelo Protocolo de Quito para os países signatários a cooperarem com ações básicas estão: - Reformar os setores de energia e transporte; - Promover o uso de fontes energéticas renováveis; - Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos; - Proteger florestas e outros sumidouros de carbono; - Aumentar o uso de fontes de energias limpas (biocombustíveis, energia eólica, biomassa e solar); - Proteção de florestas e outras áreas verdes; - Otimização de sistemas de energia e transporte, visando o consumo racional; - Diminuição das emissões de metano, presentes em sistemas de depósito de lixo orgânico; - Definição de regras para a emissão dos créditos de carbono (certificados emitidos quando há a redução de emissão de gases poluentes). Portanto, para o Protocolo de Quioto ser implementado com sucesso, estimula-se que a temperatura seja reduzida entre 1,4o C e 5,8o C até o ano de 2100. 27 2.2.2 - Conferência de Bali Também conhecida como Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, a conferência tinha como objetivo discutir e estabelecer um novo acordo, a fim de substituir o Protocolo de Quioto que chega ao fim a primeira fase do tratado em 2012, firmando compromissos mais ambiciosos nos próximos anos com políticas que aproximem as posições defendidas por cerca de 200 países que possuem economias diferentes e sofrerão as consequências do aquecimento global. Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro, em Bali, na Indonésia, esta cúpula internacional que conta com 190 países reuniu cerca de 11 mil pessoas no maior evento já realizado sobre o assunto, o que permitiu que fossem apresentados experiências e perspectivas futuras sobre mudanças climáticas, resultando no “Bali Roadmap”, um plano estratégico para as negociações de um novo acordo. Várias metas foram removidas durante as negociações. As negociações também evidenciaram divergências. Representantes do grupo de países recusaram o texto que propunha medidas equivalentes atribuídas aos países desenvolvidos (PDs), e defenderam a necessidade de aplicação de fórmulas específicas a cada economia, buscando a garantia de espaço para políticas de desenvolvimento. Portanto, as negociações seguiram por mais 2 anos, em Copenhague, onde os países poderiam reforçar ou ignorar as promessas feitas em Bali. O representante da Comissão Européia, David O´Sulivan, comentou que a incapacidade de chegar a um acordo global sobre mudanças climáticas poderia complicar as relações comerciais internacionais. Porém, este diálogo enfrentou oposições da maioria dos participantes, como a representante dos EUA, Susan Schwab, que condenou a medida restritiva ao comércio em nome de ações dirigidas a mudanças climáticas, considerando que o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável precisavam ser levados em consideração. A China também defendeu que as ações precisam ter um princípio de responsabilidades comuns, porém, diferenciadas, e os ministros 28 concordaram que deve ser concedida aos países em desenvolvimento e economias emergentes a margem necessária para seu desenvolvimento. 2.2.3 - COP-15 Realizada entre os dias 7 a 18 de dezembro de 2009, em Copenhague, Dinamarca, a COP-15, 15ª Conferência de Copenhague, da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC), foi a conferência com o maior nível de expectativas por diversos governos, ONGs, empresas e pessoas que buscavam respostas para os problemas do aquecimento global e a sobrevivência humana. Naquele momento, o mundo que tinha recebido informações do 4º Relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, lançado em 2007 e que reuniu os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, estava preocupado com os dados contidos no relatório que alertava sobre o aumento da temperatura que não poderia aumentar mais de 2º C até o fim deste século, pois as alterações climáticas sairiam completamente do controle. Para o IPCC, é preciso frear o aumento da temperatura, reduzindo a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, porém, reduzir a emissão desses gases implica em modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país. Por isso, os governos têm se mostrado menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono. Apesar da COP-15 se reunir anualmente para encontrar soluções para as mudanças climáticas, poucas medidas são tomadas. Espera-se sempre que haja um acordo entre os países desenvolvidos para que se criem metas quantitativas em que os países ricos reduzam suas emissões em equilíbrio com os países em desenvolvimento. O que significa que os países industrializados que possuem um histórico de emissões antigo e claro, lançam uma quantidade 29 maior de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera em função de seu crescimento econômico, deve reduzir em porcentagem maior o corte de carbono. Um documento sem valor jurídico, elaborado sem muita pretensão, visa à redução de 80% dos gases de efeito estufa até o ano de 2050, porém, espera-se mais certamente que os países ricos reduzam de 25% a 40% os seus níveis de emissão até o ano de 2020. Houve também a intenção de se investir o valor equivalente a 100 bilhões de dólares em meio ambiente até o ano de 2020, assim como também a medição desses gases a cada dois anos, emitindo relatórios para a comunidade internacional. O ideal é que os países optem por um modelo econômico mais verde para manter o mínimo controle sobre as consequências do aquecimento global para que até 2017 a concentração de carbono esteja estabilizada, chegando a 80% menor do que o calculado em 1990. 2.3 – Evidências do Aquecimento Global “Mesmo que cortemos as emissões em 60%, para 12 gigatoneladas por ano, isso não bastaria”. (James Lovelock, 2009) Muito se tem especulado a respeito das evidências do aquecimento global, se elas estão relacionadas aos diversos fenômenos trágicos provindos da natureza que atualmente estão mais rotineiros ou se o que presenciamos é apenas o início do que está por vir. Conforme James Lovelock, a respiração é uma poderosa fonte de dióxido de carbono, assim como as exalações da respiração de toda população mundial, dos animais de estimação, do gado entre outros que somados representam 23% de todas as emissões de gases de efeito estufa. Se acrescentarmos o combustível fóssil queimado na atividade total para cultivar, colher, vender e etc, totalizará cerca da metade de todas as emissões de dióxido de carbono. E se apenas, por viver com nossos animais de estimação e gado, somos responsáveis por quase metade das emissões de 30 dióxido de carbono. Contudo, somos responsáveis por quase metade das emissões de dióxido de carbono e que a redução de 60% das emissões não possa ser atingida, completa James. (James Lovelock., 2009) No livro de Marco Antônio Fugihara e Fernando Giachin Lopes, que fala de sustentabilidade e mudanças climáticas, eles apontam esses impactos como não uniformes e afirmam que diferentes áreas sofrerão impactos positivos e negativos de diferentes formas. “As alterações se intensificarão nos próximos anos, afetando mais profundamente padrões de chuva, salinidade do mar, intensidade de secas e outros eventos externos, causando grandes mudanças nas mais diversas atividades humanas.” (Fugihara e Lopes, 2009). De acordo com a revista Veja (2006), uma lista de evidências de que o aquecimento global estaria anunciando um presságio, conecta o que antes parecia ficção ao temido apocalipse, conforme consta no título da revista. Nos dados constam: - 11 dos últimos 12 anos foram os mais quentes registrados no século XX; - A temperatura na região ártica dobrou nos últimos 100 anos; - Desde 1978, a cada década, quase 3% da camada de gelo do Polo Norte derreteu, contribuindo para o aumento do nível do mar; - O Polo Norte pode desaparecer até 2100; - Montanhas glaciais e geleiras vêm derretendo em ritmo recorde; - As geleiras do Himalaia estão derretendo, as ilhas do Leste da Índia estão ficando embaixo d’água e os desertos do país estão sendo inundados por chuvas incomuns; - Os lagos glaciais estão aumentando tanto em tamanho quanto em números, levando potencialmente a cheias mortais; - O gelo permanente nas regiões montanhosas em altas latitudes está esquentando, aumentando o risco de deslizamento de terra; - Os oceanos absorvem 80% do calor excedente gerado nos últimos anos, o que ajuda a aumentar o nível dos mares; 31 - O nível dos mares subiu 1,8mm entre 1961 e 2003, entretanto, entre 1993 e 2003, a média de alta no nível do mar foi de 3,1mm por ano; - Nível das chuvas cresceu de forma alarmante na América do Norte e América do Sul, no Norte da Europa e no Centro da Ásia; - Secas aumentaram no Sahil, Mediterrâneo, sul da África e partes do sul da Ásia; - A água do mar no hemisfério norte tem ficado mais fria, no hemisfério sul, o grau de salinidade aumentou; - Aumentou o número de dias quentes e diminuiu a quantidade de nevascas e dias de baixa temperatura; - Desde 1970, aumentou a incidência de tufões e furacões no Atlântico Norte; - A medida da temperatura de rios e lagos aumentaram, sua estratificação térmica e qualidade da água mudaram. - As correntes dos rios, afetados pelo derretimento do gelo e geleiras, estão acelerando durante a primavera; - Muitas plantas e animais estão expandindo seus “habitats” para regiões montanhosas e latitudes mais altas que estão se tornando mais amenas. 2.3.1 – Os Maiores Emissores Mundiais de CO2 Segundo dados da Agência de Avaliação Ambiental da Holanda, no ano de 2007, a China seria a maior poluidora mundial, superando os EUA nas emissões de CO2 com sua população que chega a 1,3 bilhão, representando quase 4,7 toneladas de CO2 por pessoa. No ranking dos países poluidores da Agência Holandesa os 10 maiores seriam: China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Japão, Brasil, Alemanha, Canadá, México e Irã. 1 - China: Produziu 9.441 mega toneladas de CO2-equivalente (CO2e) no ano de 2010. Grande parte dessas emissões vem da crescente dependência e demanda por energia dos combustíveis fósseis. 32 2 - Estados Unidos: São os maiores poluentes entre os países desenvolvidos e os recordistas em taxas de emissões de CO2 em todo o mundo. Em 2010, emitiram cerca de 6.538 mega toneladas de CO2e. 3 - Índia: Ocupa a terceira colocação no ranking de emissões globais de gases de efeito estufa, produzindo 2.272 mega toneladas de CO2 equivalente. Pelo fato do carvão ser o combustível fóssil mais barato na índia, seu consumo eh de grande quantidade. 4 - Rússia: Suas emissões poluidoras declinaram depois do colapso da União Soviética. Mesmo assim os russos continuam produzindo intensa quantidade de CO2e, com 1.963 mega toneladas. 5 - Japão: Produz emissões globais de 1.203 mega toneladas de CO2 equivalente. Existe uma grande preocupação com a segurança energética deste país o que pode se tornar a grande vilã, podendo então recorrer a combustíveis fósseis. 6 - Brasil: A agropecuária e agricultura são as principais responsáveis pelo nível de poluentes do Brasil no ranking. São liberados grandes quantidades de metano e óxido nitroso, o que equivale a 1.144 mega toneladas de emissão de CO2e. Porém, este número não inclui os desmatamentos. 7 - Alemanha: É o que mais contribui com o efeito estufa da União Europeia. Sua contribuição maior de CO2 está na produção de energia e queima de combustíveis fósseis. O aumento populacional e o crescimento na construção civil do país também estão se tornando um grande vilão para o nível de emissões no país. 8 - Canadá: Os canadenses são responsáveis por 2% de todas as emissões lançadas no mundo. De acordo com um estudo da (Statistics Canada), as emissões tiveram um nível maior estatístico entre os anos de 1990 e 2005. 9 - México: É o segundo maior emissor de gases de efeito estufa da América Latina, depois do Brasil. Porém, o país assumiu a promessa de reduzir em 30% suas emissões até 2020 e também é a favor da criação de um fundo climático que visa ajudar financeiramente países em desenvolvimento. 33 10 - Irã: Este é um dos grandes poluidores dentre do Oriente Médio, pois depende dos combustíveis fósseis que são produzidos em grande quantidade com petróleo e gás. Durante a conferência do Rio+20, um novo relatório será gerado contendo dados atualizados sobre emissões e emissores de CO2. 2.4 – INPE – O Brasil de Olho no Clima No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) busca compreender a investigação física e química de fenômenos que ocorrem na atmosfera e no espaço exterior com pesquisas e experimentos. Sua base de dados busca fornecer maiores detalhes sobre o Brasil para níveis diferentes de aquecimento global. Em colaboração com o Met Office Hadley Centre, o INPE publicou dados preliminares do projeto “Mudanças Climáticas Impactantes no Brasil” (Dangerous Climate Change in Brazil), indicando que o aquecimento global e desmatamentos além de afetar o clima local e regional, podem causar grande impacto na floresta amazônica. (2009). O estudo foi desenvolvido a partir de modelos climáticos do INPE e do Harley Centre, que indicam aquecimento maior nas regiões trópicas amazônicas em relação ao aumento da temperatura. Modelos mostram que concentrações mais baixas de CO2 na atmosfera causam menor aquecimento e, portanto menos impactos nas chuvas e nos regimes de temperatura. Desde os anos 80 o INPE vem utilizando modelos climáticos globais para estudar os impactos dos desmatamentos da Amazônia no clima de todo o Brasil que tem como principais fontes de emissões de gases de efeito estufa a derrubada de florestas para conversão da terra em pastagens ou áreas agrícolas, porém, para o pesquisador do INPE José Marengo, a melhor opção 34 de mitigação dos efeitos do aquecimento global seja reduzir o desmatamento tanto quanto possível. 2.4.1 - Relatório Brasileiro a caminho Também inspirado no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 2012, será lançado o primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) que tratará de aspectos científicos sobre mudanças climáticas. Com o tema “Mudanças do uso da Terra”, será baseado por informações de especialistas da Força Tarefa em Metodologias de Inventários de Emissões de Gases de efeito Estufa do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Constará de três grupos de trabalho (GTs) que trará aspectos científicos sobre mudanças climáticas (GT1); adaptação, incluindo impactos e vulnerabilidades (GT2); e mitigação (GT3). Cabe à força tarefa a revisão periódica da literatura científica, visando o aperfeiçoamento da aplicação das diretrizes do IPCC para a elaboração dos inventários nacionais de emissões antrópicas por fontes e remoções por sumidouros de gases de efeito estufa. 2.5 - As Geoengenharias e a Missão de Salvação Que o mundo tem se tornado palco de vários fatores que envolvem problemas climáticos disso já sabemos, mas o que ainda não se sabe é como exatamente evitar estes tipos de tragédias ambientais que se tem criado inesperadamente. Durante anos inúmeros projetos vêm sendo desenvolvidos por pessoas que se preocupam com a questão do aquecimento global. Uns simples, outros complexos, porém, o nível de interesse em conseguir a tão sonhada 35 estabilidade e redução de emissões se tornou igual perante a vontade de se sobreviver. A Geoengenharia é a manipulação deliberada de aspectos físicos, químicos ou biológicos do ecossistema global na tentativa de confrontar as mudanças climáticas. Logo, o que teria parecido pura ficção científica, atualmente promete uma forma alternativa de retomar o controle do clima, temporariamente. Mas como ainda não se pode ter certeza se realmente estes projetos que buscam reduzir o nível de impacto são confiáveis, o oceanógrafo John Shepherd, da revista Royal Society, escreveu um relatório sobre geoengenharia e defende esses modelos inovadores, contestando ao mesmo tempo em que se sabe muito pouco sobre os impactos possíveis, mas mesmo assim, os projetos precisam ser aplicados. “É aceitável a preocupação de que algo pode dar errado, mas eu não acredito que a geoengenharia seja tão prejudicial para o meio ambiente como o efeito estufa está sendo para o mundo”. Wolfgang Neumann, idealizador do Prêmio Energy Globe para sustentabilidade, recebe anualmente, desde 1999, projetos vindos do mundo todo a fim de mitigar impactos ambientais. As ideias são inúmeras como o famoso espelho gigante no espaço que rebate parte dos raios de volta para o sol assim como a ideia de se criar nuvens artificialmente cheias de água do mar ajudariam a reforçar a barreira antirradiação. Oceanos com proliferação intensa de fitoplâncton após a adição de ferro na água ajudariam a capturar o carbono da atmosfera. Porém, existem incertezas no processo de redução de impacto e a maratona de pesquisa que envolve a geoengenharia é muito polêmica, o que pode gerar riscos ambientais irreversíveis. Os custos de investimento também 36 são caríssimos. Variam de US$ 27 bilhões (fertilização de oceano) a US$ 5 trilhões (espelhos gigantes). 37 CAPÍTULO III A ANTROPIA QUESTIONÁVEL A onda de calor que atinge o sudeste da Europa, com temperaturas superiores a 40o C, já deixou 40 mortos, 29 deles na Romênia. Do outro lado do mundo na China, o clima também não tem sido ameno: Violentas tempestades mataram 50 pessoas, 37 delas atingidas por um raio. G1/Globo.com – 26/06/07. Cerca de 800 pessoas foram mortas no Haiti em quatro grandes tempestades que devastou o país em agosto e setembro. Mais de 300 estão desaparecidos. BBC News – 03/10/2008. EUA registram onde de calor com recorde de temperatura que se estende até o leste do país, e a sensação térmica pode passar de 50o C. Terra.com – 19/07/2011. Fortes chuvas deixam mais de 800 mortos na região serrana no Rio de Janeiro. O Ministério Público informou que ainda há mais de 500 pessoas desaparecidas. G1/Globo.com – 23/01/2011. Ciclone Aila mata ao menos 191 em Bangladesh, na Índia, deixando milhares de casas destruídas e milhões de pessoas desabrigadas. MSNBC – 27/05/2009. Estas são algumas das notícias que têm garantido a atenção das mídias sensacionalistas de todo o mundo que bombardeiam a população com informações que têm gerando desconforto, com bombas em forma de informações, o que garante o medo em quem tem presenciado esses eventos catastróficos nos últimos anos. 38 As pesquisas sobre mudanças climáticas nunca foram tão solicitadas e enfatizadas como tem sido ultimamente. Mas estariam essas pesquisas sendo realizadas corretamente e seus resultados apresentados de forma concisa? As contribuições de inúmeros cientistas de centros de pesquisas em todo o mundo têm se tornado a grande referência para os que buscam por quaisquer soluções para as mudanças climáticas. O Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas - IPCC que já emitiu quatro relatórios, tendo o quinto previsto para 2014, propaga seus dados pelo mundo com a ajuda de vorazes alarmistas que se preocupam com o planeta de um modo geral. Porém, para um grupo de cientistas, nada é o que parece ser. Contraditórios aos dados fornecidos pelo IPCC, esses cientistas acreditam que os eventos ocorridos resultantes da força da natureza não passam de ações de vias naturais, e não antrópicas. Muito se tem observado e analisado, porém, muito ainda precisa ser feito mediante tais dados alarmantes. Artigos, matérias e uma vasta quantidade de livros publicados por cientistas têm ganhado as prateleiras das livrarias com informações sobre os riscos de um aquecimento climático futuro, assim como uma quantidade ainda maior de livros publicados por escritores que usam estes dados alarmistas para lançar verdadeiras catástrofes literárias. Estes sim são os verdadeiros mestres na criação do armagedom, com tamanha voracidade e drama contidos a cada página folheada. Vídeos com mega produções como o documentário do ex-vice-presidente americano Al Gore, também agrega a lista de discordância dos “céticos” que o classificam como um filme hollywoodiano. E obviamente, devido a esta obra, muitos outros filmes surgirão ao longo do tempo. 3.1.- Ciência versus Ciência Conflitos de opiniões têm se tornado comum no meio científico. Pesquisadores têm se alfinetado com informações dúbias, hora por 39 comprovarem suas pesquisas, hora por terem suas informações desvalidadas. Porém, essas pesquisas são realizadas discretamente e fora do alcance da mídia. O resultado disso são as dúvidas que se criam com a chuva de informações que surge de ambos os lados, com perguntas sem respostas ou respostas pras perguntas. Acredita-se enormemente que o CO2 seja o grande vilão nessa história onde o homem é a arma, o planeta o alvo e a clima a munição. Ambas as partes defendem seus pontos de vista, embora a ONU, órgão mundialmente conhecido, absorve maior parte da credibilidade por ser um órgão de respeito, se tornando então um suposto porto seguro de informações. Devido a isso, muitas opiniões e publicações divulgadas pelos denominados “céticos” não são creditadas. Seus artigos são recusados em revistas científicas e são acrescidos do rótulo de “loucos” pela sociedade. Assim também nomeados pelo presidente do IPCC, Dr. Rajendra Pachauri, que ridiculariza aqueles que questionam a ortodoxia do aquecimento global antrópico. (Ralph B., 2010). De acordo com os antropólogos, as variações climáticas serão as responsáveis pela acumulação de catástrofes sociais, com influência temporária ou permanente sobre a formação da sociedade, onde um futuro próximo encontrará dificuldades cada vez maiores com a expansão dos desertos, com as progressivas exigências sobre a fertilidade do solo e sua consequente erosão que resultará mais e mais na possibilidade de sobrevivência em muitas regiões, acrescido de aumento excessivo da acidez das águas oceânicas, da pesca predatória, poluição dos rios e encolhimento dos lagos. Exemplo disso é o que diz o antropólogo Brian Fagan (2008) ao mencionar que vivemos uma época dramática, com um aumento nas temperaturas globais acompanhados por desastres ligados a fatos meteorológicos. 40 “Estamos entrando em uma era em que a aridez extrema afetará uma grande parte da agora muito maior população mundial, em que os desafios da adaptação à escassez de água e do insucesso nas colheitas são infinitamente mais complexos. Podemos apenas esperar que nossa capacidade singular de adaptação, inventividade e oportunismo nos conduzam por um futuro incerto e desafiador”. Atribuindo também a esses fatos, o psicólogo e cientista alemão, Harald Welzer (2010), condena drasticamente essas ações antrópicas. “Nada disso será consequência de catástrofes naturais, porque as razões desses processos são basicamente antropogênicas, ou seja, causadas pelo homem (seres humanos). E de qualquer modo, suas consequências serão sociais, se manifestando por meio de conflitos entre aqueles que estarão em busca de recursos escassos, os quais terão de abandonar as regiões tornadas inabitáveis e procurar estabelecer-se em outras”. Mas Welzer vai ainda mais além, fixando que as consequências de transformações climáticas terão efeitos profundos sobre as condições de vida e as diversas culturas distribuídas mundo afora. “Os espaços vitais disponíveis encolherão e provocarão conflitos armados permanentes. As guerras civis, os poderosos fluxos de refugiados e as injustiças atuais se aprofundarão não somente entre norte e sul, mas também entre as gerações, fornecendo combustível para incontornáveis explosões sociais”. Mas será o CO2 emitido pelo homem um dos verdadeiros responsáveis pelas mudanças climáticas? 41 O relatório publicado pelo IPCC (2007), que apresenta a probabilidade de 90% de que as variações climáticas observadas seriam resultado de atividades humanas, sim, principalmente da emissão de gases de efeito estufa, desde o início do processo industrial, deixa claro essa evidência. A temperatura média global vem sendo medida desde 1850 e conforme o IPCC, os onze anos mais quentes foram registrados no período de 1995 a 2006. E se as atuais emissões de gases continuarem, o aumento da temperatura será ainda mais alto. A partir de dados atuais, calcula-se que o limite mínimo de temperatura da ordem seja de 1,10 C até o final do século e um limite superior de elevação média de até 6,40 C no planeta. Apesar dos relatórios serem descreditados por muitos cientistas, alguns dizem não ser do contra ao trabalho apresentado pelo IPCC, pelo contrário, respeitam muito os seus climatologistas, conforme conta o cientista inglês James Lovelock (2009), que preferia acreditar que suas conclusões sobre climas futuros fossem verdadeiros. “Não gosto de discussão, mas não posso ignorar as grandes diferenças que existem entre as previsões deles e o que se observa. Foi muito ruim ver um honesto conjunto problemático de previsões por meio de modelos apresentado como um consenso, mas quando, além disso, vi quão enormemente observações climáticas do IPCC feita a poucos anos atrás, percebi que precisava me pronunciar claramente. Além disso, parece que havia pouco entendimento a respeito dos grandes perigos que enfrentamos”. 42 3.2 - O Aquecimento Global é uma Falsa Emergência? “O aquecimento global não é uma ameaça à humanidade. A histeria aquecimentista, sim!” (Geraldo Luis, 2009) Geraldo Luis Lino, geólogo e avaliador de impactos ambientais, rebate as afirmações do aquecimento global e diz que o fenômeno foi convertido numa falsa emergência global. “Felizmente para a humanidade, tais relatos catastrofistas não passam de factoides sem fundamentos científicos concretos, extrapolações exageradas ou simplificações de fenômenos mais desafortunadamente, complexos. os fatos Por outro científicos reais lado, são ofuscados pelo alarmismo artificial, que costuma render manchetes midiáticas mais atrativas e tem ensejado a transformação do aquecimento global em uma obsessão mundial e uma lucrativa indústria – fenômeno que pode chamar de aquecimentismo”. Outro ponto que também se torna alarmante para Geraldo é a questão do empenho dos aquecimentistas em convencer a população mundial a aceitar uma série de sacrifícios para evitar um alegadamente catastrófico aumento de 20 C nas temperaturas globais sobre os níveis pré-industriais. “Os 20 C são uma espécie de “número mágico”, que querem fazer crer ter saído diretamente dos seus modelos matemáticos rodados em supercomputadores como se houvesse algum sistema de equação que permitisse vincular as temperaturas às emissões humanas de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa”. 43 3.2.1 - Os Dados do IPCC e suas “Prováveis” Certezas. Um dos grandes fatos que envolvem os relatórios divulgados pelo IPCC são as incertezas acerca dos impactos gerados na sociedade (de 9 a 10% de certeza). Para muitos cientistas, o aquecimento global pode ser fato real, mas tem muita pouca ligação com evidências científicas adequadas de que exista estreita relação com a quantidade de CO2 produzido por nós, ou até com a elevação da temperatura, como diz o IPCC. O físico e cientista Ralph B. Alexander (2010) contraria radicalmente tudo o que se tem falado sobre o clima atualmente, e diz que a ONU e o IPCC hoje se tornaram objeto de desconfiança mundial. Mas porque um cientista repudiaria tão radicalmente um órgão tão respeitado? “Escrevi este livro porque sou cientista e sinto-me ofendido pelo fato de a ciência estar sendo desrespeitada em nome do aquecimento global, a atual cause célèbre (incidente com debate mundial) do meio ambiente, e porque o mundo parece ter perdido o sentido de coletividade e substituído o espírito de investigação científica pela convivência política”. O exagero na forma como Ralph descreve sua frustração mediante os relatórios apresentados pelo IPCC é apenas mais um entre tantos outros cientistas que se sentem ofendidos com informações, de acordo com eles, incertas, e muitos outros assim como James Lovelock (2009), lamenta que cientistas importantes e tão respeitados se submetam a trabalhar com incertezas. “Lamentavelmente, muitos climatologistas admitiram que suas conclusões até agora são provisórias e imprecisas. As lacunas no conhecimento sobre o estado do oceano, sobre aquela parte da superfície da terra que é o gelo, a criosfera, e mesmo sobre as/ nuvens e os aerossóis da 44 atmosfera, tornam a previsão irreal. A resposta da biosfera ao clima e mudança composicional é ainda menos compreendida.” Mas e se os dados do IPCC estiverem realmente corretos? E se a organização estiver fornecendo informações quase 100% precisas? A fraude do aquecimento global supostamente causado pelo homem está sendo manipulado para converter a atividade científica em um processo de “assembleia de consenso”, apoiado por uma mídia e pelos recursos técnicos de Hollywood. Por trás dela, se encontram interesses políticos e econômicos inconfessáveis, que, enquanto promovem o aquecimento global como uma nova ameaça “ptolomaica”, se empenham em faturar bilhões de dólares com a sua transformação em uma lucrativa indústria. (Geraldo Luís, 2009). 3.2.2 - A Ciência e seus Cientistas Manipulados Em dezembro de 2007, durante um discurso no senado sobre aquecimento global e a mídia, o senador americano James Inhofe discursou sobre as bases científicas das mudanças climáticas. Seu relatório incluía uma lista de cerca de 40 cientistas de quase 20 países e todos se expressaram sobre o consenso do aquecimento causado pelo homem. A lista que é atualizada anualmente passou de 400 para 700 cientistas em 2009. Portanto, nem todos os que estavam na lista eram cientistas. 25 deles eram economistas, economistas que também eram autores e revisores dos relatórios climáticos do IPCC. E entre esses, havia também vários associados ao próprio painel que questionam as afirmações climáticas feitas pelo IPCC. Logo surge outra pergunta: Como uma organização respeitada pode ter colaboradores que discordam dos dados divulgados pelo órgão que são filiados? Ralph B. (2010) acredita que as crenças ambientalistas vão além do alarmismo, mas respondem também a interesses políticos e economias em 45 desenvolvimento. E ainda relata em seu livro que no próprio relatório originado no senado em dezembro de 2007, consta informações de que: “muitos dos cientistas que aparecem neste relatório afirmam de maneira sistemática que vários colegas compartilham seus pontos de vista, mas não falam em público por medo de retaliação”. Mike Hulme, professor de mudanças climáticas na escola de ciências ambientais da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e colaborador do IPCC, publicou em 2009 um livro que contem admissões de suas incertezas da comunidade de pesquisa de mudanças climáticas, raramente falado pelos que estão por dentro do assunto. Hulme também admitiu incertezas nas previsões científicas sobre o desempenho futuro do clima global e regional. E as incertezas se multiplicaram quando se considera todas as consequências que podem decorrer de tais mudanças do clima. Sobre o assunto de credibilidade do IPCC, ele admitiu ser governado por uma mesa composta por representantes governamentais selecionados, confirmando que o trabalho do Painel foi claramente servido as necessidades do governo e da política. Apenas alguns meses após o livro de Hulme ser lançado, um grande cache de e-mails vazou por alguém na Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia. Climategate, como veio a ser conhecido, revelou esforços deliberados pelos principais defensores científicos do IPCC, e de alarmismo climático para esconder falhas em seus depoimentos e análises. O e-mail revelou que os dados importantes, subjacentes à política climática estão faltando ou foram manipulados. O livro Climategate foi seguido por uma série de revelações em que muitas das descobertas do quarto relatório de avaliação do IPCC (IPCC - AR4) contavam com críticos de fora. Como resultado, o IPCC teve que retratar afirmações sobre as florestas tropicais da Amazônia, as colheitas das culturas africanas, as tendências em perdas de desastres, as inundações em Bangladesh e muito mais. 46 3.3 - O Aquecimento Econômico Uma observação clara que se tem hoje em dia sobre o aquecimento global é que um novo cenário integra o mundo dos negócios levando empresas a se preocupar e focarem em seus impactos sobre o meio ambiente. Este é um tópico presente em todas as reuniões que buscam tratar de assuntos ambientais, seja para evitar danos no solo, água ou ar, porém o que se torna factual é que realmente estas reuniões estão tomando outro rumo. O que antes tinha como foco principal o aquecimento global, hoje, a economia, perda e ganho de cada país é a energia que move esses encontros de líderes mundiais. Um dos exemplos disso foi a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), onde deveria entrar para a história como a mais bem sucedida reunião devido ao caráter de positivismo adicionado a ela, porém, a cúpula do clima de Copenhague terminou sem um acordo unânime conforme informado pela folha online de 19/12/2009. “Terminou em completo desacordo a conferência mundial do clima, em Copenhague. Depois de horas de discussão, os 193 países encerraram a fracassada negociação ao tomar nota do acordo que havia sido aprovado por Estados Unidos, China, Índia, Brasil e a África do Sul. Pelas regras da ONU, um acordo precisa de unanimidade para vigorar. Neste caso, no entanto, essa unanimidade exigia a conciliação de interesses de países exportadores de petróleo com os de ilhas tropicais preocupados com as elevações do nível do mar”. Outra conferência que também tevê seu foco voltado a interesses políticos foi a Conferência de Bali. Em reunião informal onde ministros discutiram relação entre comércio e mudanças climáticas, reunião esta paralela a Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, organizada pelo Chanceler da Indonésia, Mari Pangestu, ministros e autoridades de comércio dos EUA, 47 Brasil, Japão, EU, China e Índia, entre outros, foi ressaltado a necessidade de formular políticas de combate a mudanças climáticas de forma a minimizar seus impactos econômicos e sociais. Mari Pangestu ressaltou que a proposta não era estabelecer negociações, mas sim, um diálogo para prover uma plataforma de intercâmbio entre os participantes, que as mudanças climáticas, assim como o comércio, demandam soluções multilaterais, uma vez reconhecidas às necessidades de considerar o uso de medidas comerciais como parte da resposta as mudanças climáticas. Mas estaria a economia relacionada à redução do CO2? De acordo com a agência Internacional de Energia (AIE) em 2008, devido a crise financeira, houve a maior redução das emissões de CO2 em 40 anos. Muito maior, inclusive, do que estabelece o Protocolo de Quioto. Isso ocorreu em consequência da queda de demanda energética, com redução da atividade produtiva. Segunda a AIE, essa seria uma grande oportunidade para os países e as grandes corporações mudarem a sua visão de crescimento, baseada nos combustíveis fosseis. Analisando a quantidade de cientistas envolvidos nos processos climáticos pertencentes a cada país, somado ao tempo intermediário entre uma conferência e outra, realmente uma “aspas” destaca o termo interesse político, nos levando a crer que a questão ambiental e alarmista é apenas um intermédio de assuntos secundários. “As mudanças climáticas são fenômenos naturais que ocorrem há centenas de milhões de anos e contra os quais a humanidade pouco pode fazer no seu atual estágio de conhecimento, além de atender melhor a sua dinâmica e se adaptar adequadamente a elas. O infundado alarmismo “aquecimentista” é promovido por interesses políticos e econômicos, que transformaram um 48 debate científico em uma obsessão mundial e uma verdadeira indústria”. (Geraldo Luís, 2009) 3.4 - Os relatórios do IPCC Desacreditados Muito se questiona a respeito da produção dos relatórios emitidos pelo IPCC. Se eles são feitos com dados corretos, se suas fontes são confiáveis e etc. Os relatórios do IPCC restringem a uma compilação e resenhas de trabalhos científicos publicados nos anos anteriores à publicação dos seus relatórios. As conclusões são sintetizadas nos relatórios dos três grupos de trabalho que são apresentados pelo órgão. O grupo de trabalho I (WGI) avalia cientificamente os aspectos das mudanças climáticas, O grupo II (WGII) retrata impactos, adaptações e mitigações; e o grupo III (WGIII) dimensões econômicas e sociais das mudanças climáticas. Ao final das análises, os resultados são condensados nos “sumários”, com algumas dezenas de páginas que são os documentos lidos por pesquisadores e não especialistas no assunto. Existe uma ambiguidade muito grande quanto a esses relatórios e analisando os quatro apresentados, o geólogo Geraldo Luis Lino (2008) comentou uma escalada de ameaças retóricas. No primeiro relatório, de 1990, um texto afirma que: “é certo que as emissões resultantes das atividades humanas estão aumentando substancialmente as concentrações atmosféricas dos gases de efeito estufa, resultando em média em um aquecimento adicional da superfície da terra” e ao mesmo tempo admite que “a detecção inequívoca do efeito estufa ampliada é improvável por uma década ou mais”. 49 No segundo relatório, de 1995 (SAR): “O balanço das exigências sugerem uma discernível influência humana sobre o clima global”. No terceiro, de 2001 (TAR): “Existem evidências novas e mais fortes de que a maior parte do aquecimento observado nos últimos 50 anos pode ser atribuída às atividades humanas”. E no quarto relatório do IPCC, de 2007 (AR4): “A maior parte do aumento observado nas temperaturas médias globais desde meados do século XX se deve, muito provavelmente, ao observado aumento nas concentrações de gases de efeito estufa antropogênicos”. De acordo com Geraldo Luis, o documento define “muito provavelmente” como um grau de probabilidade de pelo menos 90% e que também: “por todo o exposto, é difícil escapar à conclusão de que o IPCC é um órgão político a serviço de uma agenda política, e que a verdadeira ciência passa longe de sua pauta de trabalho”. Outra revisão feita por um dos mais acirrados críticos, o físico-químico inglês radicado na Nova Zelândia, Dr. Vincent Gray, diz que todo o processo do IPCC é uma fraude. “Desde o início, o IPCC recebeu uma licença para usar quaisquer métodos que fossem necessários para proporcionar “evidências” de que os aumentos de CO2 estivessem prejudicando o clima mesmo se isto envolver 50 a manipulação de dados duvidosos e o uso de opiniões de pessoas, em vez de ciência, para “provar” os seus argumentos”. E Vincent ainda completa sua crítica ao dizer que: “o desaparecimento do IPCC em descrédito é não apenas inevitável, mas desejável. Cedo ou tarde todos nós compreenderemos que essa organização e toda a linha de pensamentos por detrás dela são uma impostura. Infelizmente é provável que a sua influência provoque sérios prejuízos econômicos antes que isso aconteça”. Além dos dados reunidos para a constituição dos relatórios, o modelo de reconstrução do clima que se baseia no estudo do cilindro de gelo (Dome C.), realizado por cientistas europeus que traçam as curvas de variação da temperatura e do teor dos gases de efeito estufa de até 700 mil anos atrás também engorda a lista das incertezas científicas conforme conta o glaciologista polonês, Zbigniew Jaworowski (2007), ao afirmar que: “nunca foi demonstrado que a metodologia dos cilindros de gelo tenha gerado resultados confiáveis e que ela sempre tendeu a produzir concentrações de CO2 30% a 50% abaixo das reais por vários motivos”. Mediante tantas informações provindas de nomes tão importantes da ciência climática, se torna realmente difícil não se criar pensamentos dúbios quanto as mudanças climáticas e a ação antrópica. Que o planeta passou por alterações extremas de temperaturas, isso os registros nos permite saber, porém, algumas fontes de dados parecem não condizer com as sentenças abordadas. Não obstante, o clima terrestre encontra-se permanentemente “em mudança” dentro de certos limites, ou seja, nas escalas de tempo histórico e 51 geológica, nunca existiu e jamais existirá um clima “estático”, afirma Geraldo Luís. Grosso pode-se afirmar que em 90% do Eon Fanerozóico (os últimos 570 milhões de anos) a terra experimentou temperaturas mais altas que as atuais; e em 90% do período Quaternário (os últimos 2,5 milhões de anos), prevaleceram temperaturas bem mais baixas. E colocando um ponto final no que diz assunto ao aquecimento global, Geraldo enfatiza ao dizer que: “não há qualquer evidência científica concreta que vincule os combustíveis fósseis ao aumento de temperatura ocorrido desde o final do século XIX.” “As temperaturas pararam de subir no final a década de 90 e estão em queda.” “Os níveis do mar já foram mais altos que os atuais.” “As atuais concentrações atmosféricas de CO2 estão entre as mais baixas da história geológica da terra.” e “Temperaturas e níveis de CO2 mais altos que os atuais seriam benéficos para a maioria dos seres vivos, inclusive o homem”. 3.5 - NIPCC – O Time B Seguindo uma linha de pesquisa independente e chegando a conclusões opostas as fornecidas pelos relatórios do IPCC, um grupo de cientistas e estudiosos prefere desenvolver sua própria linha de pesquisa e escrever suas hipóteses sem integrar qualquer organização para compreender as causas das mudanças climáticas. A organização se deu início em 1990 pelo físico atmosférico Dr. S. Fred Singer o The Nongovernmental International Panel on Climate Change – NIPCC (Painel Internacional não-governamental sobre mudanças climáticas). Originalmente chamado de “Team B”, o órgão foi criado para fornecer uma “segunda opinião” sobre os temas abordados nos relatórios do IPCC. 52 O IPCC lançou documentos para compreender e constituir o padrão de referência para todos os envolvidos com as mudanças climáticas nos governos, universidades e indústrias em todo o mundo. 3.5.1 – Uma Versão Particular O último relatório fornecido pelo IPCC (2007) contém dados alarmantes ao afirmar que “o aquecimento global vai aumentar o número de pessoas doentes, morte e ferimentos causados por onda de calor, inundações, tempestades, incêndios e secas”. Porém, o NIPCC chega a conclusão oposta. “Um mundo mais quente será um mundo mais seguro e saudável para os seres humanos e animais selvagens da mesma forma: mais uma vez, não dizemos que o aquecimento global não irá ocorrer ou ter quaisquer efeitos (positivos ou negativos) na saúde humana e dos animais selvagens, pelo contrário, nossa conclusão é que a evidência mostra o efeito de um aquecimento contínuo e crescente de carbono. 3 concentrações de dióxidos na atmosfera será benéfica para os seres humanos, plantas e animais”. (Climate Change Reconsidered, 2009). Falando em aumento do nível do mar, para o NIPCC não há nenhuma evidência de um aumento da taxa de derretimento total desde que os níveis de CO2 aumentaram acima de seus níveis pré-industriais, sugerindo que o CO2 não é responsável pelo derretimento das geleiras. Evidências mostram que a maior parte do relatado afinamento do gelo no mar Ártico que ocorreu em 1990 foi uma consequência natural das mudanças na dinâmica do gelo, que tem ocorrido há várias décadas e continuará a ocorrer, totalmente independente do passado ou futuro com o CO2 no ar. Sobre a questão mais importante, a afirmação do IPCC que "a maior parte do aumento de temperaturas médias observados no mundo desde meados do século 20 é muito provável (definido pelo IPCC como entre 90 para 99 por cento certo), devido ao aumento nas concentrações de efeito estufa antropogénicas de gases". O NIPCC atinge a conclusão oposta. As causas naturais são muito prováveis que sejam as causas dominantes. Gases de efeito 53 estufa não pode produzir qualquer aquecimento e a evidência mostra que eles não estão desempenhando um papel significativo. A conclusão que o órgão tem é que a compreensão imperfeita das causas e conseqüências da mudança climática significa que a ciência está longe de ser resolvida. Isto, por sua vez, significa que os esforços propostos para mitigar o clima, reduzindo as emissões de gases de GH são prematura e equivocada. Qualquer tentativa para influenciar as temperaturas globais, reduzindo tais emissões seria fútil e caro. Deveria ser óbvio, mas aparentemente não é que fatos tais como derretimento de geleiras e desaparecimento o gelo do Ártico, embora interessante, são inteiramente irrelevantes para iluminar as causas do aquecimento. Qualquer aquecimento significativo, seja ele antropogénico ou natural, vai derreter o gelo, muitas vezes bem devagar. Além disso, as flutuações de geleira em massa dependem de muitos fatores e diferentes temperaturas. Concluindo ainda que a questão do aquecimento global atualmente não tem qualquer evidência convincente ou observações de que as mudanças climáticas significativas vão além de causas naturais. 54 CONCLUSÃO No projeto apresentado foram pesquisadas bibliografias de diversos autores. Autores que contribuem direta ou indiretamente para instituições científicas que difundem informações sobre as mudanças climáticas. Assim como autores que buscam apenas difundir o assunto com publicações literárias produzidas com dados de publicações científicas. Todos os autores e organizações assim como seus pontos de vista foram apresentados de forma clara, com linguagem concisa e imparcialidade contextual, sendo então, todos os assuntos abordados igualmente, sem distorção ou exagero de informações. O objetivo deste projeto foi demonstrar que existem, sim, questionamentos ainda sem respostas ou com respostas imprecisas de que o aquecimento global tem sua principal causa provinda de ações antrópicas, mesmo sendo essas informações pouco divulgadas. Mesmo com pesquisas e ações mitigadoras, o aquecimento global divide as hipóteses entre os mais renomados especialistas e cria inúmeras suposições sobre o assunto. Tanto o IPCC que têm a ONU interligada como órgão mundialmente respeitado com seus relatórios questionáveis quanto o NIPPC que possui sua própria teoria e desacredita em grande parte do que é apresentado pela ONU, ambas fomentaram o conflito de informações apresentados, sendo estes então satisfatórios quanto ao objetivo deste projeto. Durante a pesquisa, muito material didático foi analisado, porém, o conteúdo de cada análise, independente das fontes pesquisadas, apresentou quase que repetitivamente o mesmo contexto, com suas causas e medidas mitigadoras similares. Quanto ao questionamento antrópico, como já mencionado pelo presidente do IPCC, Dr. Rajendra Pachauri que ridiculariza os que questionam o aquecimento global, foi um pouco custoso adquirir informações diferenciadas de cientistas, principalmente de brasileiros. Falando mundialmente, muitos se preocupam a não se opor a este argumento, mesmo afirmando não da incerteza de suas pesquisas, tendo então, na mídia, a 55 valorização em sua grande maioria das informações creditadas principalmente pela ONU. Com as pesquisas foi observado que o aquecimento global transita por inúmeras observações e causas. Muitas delas acreditadas e outras não. Existe uma gama de informações que menciona o aquecimento de causa antrópica, porém pelo fato de sua incerteza, alguns cientistas têm publicado livros que de acordo com eles é possível provar que o homem não está relacionado diretamente as mudanças climáticas. E este assunto parece estar ganhando novos adeptos, porém, em quantidade ainda muito ínfima. Muitos pesquisadores preferem compor o grupo de ortodoxos, mesmo discutindo suas incertezas sobre o assunto em “off”. Ao mesmo tempo uma enxurrada de publicações tem sido lançada por autores independentes que usam dessas informações pré-moldadas para divulgam seus trabalhos didáticos. É nítido que exista um conflito de ideias muito grande entre cientistas e pesquisadores e que ambas hipóteses tenham um valor significativo muito grande. Ficou claro também que as discordâncias científicas abordadas compõem uma discussão interminável e que provavelmente se propagará até o momento que a questão do aquecimento global se una em concordâncias e assuma com 100% de certeza as causas deste fenômeno. Pode parecer que este seja o início de uma nova guerra, guerra de organizações e pesquisadores que buscam expor suas verdades particulares. Que o mundo está passando por mudanças climáticas isso a ciência não tem como negar. Nuca se falou tanto em sustentabilidade e recursos mitigadores que envolvessem grandes companhias e grandes investimentos com pesquisas das mais diversificadas possíveis. Todos querem frear o aquecimento global investindo em grandes projetos para redução de emissões de CO2, porém, a economia de cada país ainda funciona com a nota mais alta. Percebe-se que indiretamente existe um interesse econômico envolvido neste assunto. Empresas buscam soluções para reduzir índice de poluição, mas ao mesmo tempo, não querem reduzir o nível de produção que contribui para a 56 porcentagem que polui o planeta. E no final, sempre se encontra uma forma de compensar o que possa ser o problema para as mudanças climáticas. Conforme citado, a porcentagem do homem que correspondente a interferência nas mudanças climáticas, sendo elas verdadeiras ou apenas hipóteses é preciso ser levada a sério independente de seu questionamento e do ponto de vista, amenizando qualquer tipo de impacto desenvolvendo projetos de economia com baixa emissão de gases-estufa, energia renováveis e reflorestamento deve ser o mínimo de prioridade mundial. O mercado corporativo nunca esteve tão em alta nos tópicos de discursão sobre sustentabilidade. Empresas e profissionais se preocupam mais e mais com a questão da responsabilidade em evitar danos ao meio ambiente. Como é o caso da IPCC que mesmo tendo suas pesquisas (de acordo com os céticos) não creditadas 100% em seus relatórios pelos que contribuem para compor o quadro de informações, merece ser levado a sério pelo desempenho e interesse pelas soluções verdes. Muito investimento ainda precisa ser feito. É preciso reduzir sim a quantidade de emissões na atmosfera, não somente para reduzir o aquecimento global, conforme a ONU tem sugerido, mas também para ter uma melhor qualidade de vida. Por fim, independente dos posicionamentos apresentados neste projeto, o que espero realmente é que se continue sendo feitos sempre programas e projetos para evitar as tragédias ambientais, transformando as grandes e pequenas empresas em centros de responsabilidade social com projetos verdes, cumprindo com as exigências impostas pelos órgãos ambientais que trabalham para que suas leis sejam cumpridas, proporcionando então a harmonia homem x meio ambiente tão esperada. 57 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ONU http://www.un.org/ data de acesso: 16/10/11 IPCC http://www.ipcc.ch/ data de acesso 16/10/11 NIPCC, Climate Change Reconsidered http://nipccreport.org/ data de acesso: 17/10/11 ALEXANDER, Ralph B. Global Warming: False Alarm, USA, Canterbury Publishing, 2009. 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