Medicina Periodontal é um termo emergente na área da saúde que se ocupa com o estudo do relacionamento bidirecional entre patologias periodontais e certas condições sistêmicas. Essa apresentação tem por objetivo abordar a consolidação da Medicina Periodontal como um novo paradigma na odontologia e relacionar as principais condições sistêmicas que podem ser influenciadas pelas doenças periodontais. Medicina Periodontal: o potencial efeito de infecções bucais sobre condições sistêmicas DOENÇA PERIODONTAL Citocinas pró-inflamatórias: •IL-1 : produzida por macrófagos e fibroblastos; •TNF-: produzido por macrófagos e linfócitos ativados; •Ambas estimulam osteoclasto • IL-6: produzida pelo próprio responsável pela homeostasia óssea; osteoblasto • Na doença, sua produção é exacerbada e, além de promover reabsorção óssea, também induz diferenciação de células com fenótipo osteoclástico; DIAGNÓSTICO PERIODONTAL •Exame Periodontal: sondagem em seis sítios por cada dente, para avaliar: •Nível de Inserção Clínica: distância da junção cementoesmalte ao fundo da bolsa. DOENÇAS GENGIVAIS INDUZIDAS POR PLACA Gengivite e Aumento gengival. CONSEQUÊNCIA DA DOENÇA PERIODONTAL CONSEQÜÊNCIAS DA DOENÇA PERIODONTAL A perda dos tecidos periodontais pode levar clinicamente a: Retração Gengival Migração Patológica Hipersensibilidade Dentinária Possibilidades e limitações BIOFILMES BUCAIS BIOFILME DENTAL Comunidade microbiana indefinida associada à superfície do dente, ou a qualquer outro material duro não-descamativo (Wilderer & Charaklis, 1989). O sonho de toda a bactéria é transforma-se em duas. Pasteur Interação com os M.O Fatores Epidemiológicos Secundários Fator Biológico Endógeno Sexo Raça Idade Ambiente Estilo de Vida M. O. contem proteínas e enzimas extracelulares Hialorunidades; Colagenases; Neuroaminidases; Estreptoquinases; Estafiloquinases; Fosfolipases; Lecitinases; Coagulases. 1. Promove a disseminação Bacteremia; 2. Interferem na fagocitose; 3. Dificulta a Ação dos Antibióticos. Page e Korman (1997) Fatores de Risco Ambientais e Genéticos DESAFIO MICROBIANO RESPOSTA IMUNOINFLAMATÓRIA SINAIS CLÍNICOS DA DOENÇA METABOLISMO DO TECIDO ÓSSEO E CONJUNTIVO PROGRESSÃO ECOLOGIA BUCAL Estuda a relação entre a microbiota e a cavidade bucal (competição pela sobrevivência) desequilíbrio ecológico doença infecciosa ECOSSISTEMA BUCAL epitélio bucal; dorso lingual; superfície dentária supragengival; região subgengival; saliva. ECOSSISTEMA BUCAL dorso da língua região supragengival MICROBIOTA BUCAL Podemos observar: 500 espécies de bactérias/1 indivíduo 750 milhões de bactérias/ml de saliva; 160 bilhões de bactérias/g de material do sulco gengival; 200 bilhões de bactérias/g de biofilme. MICROBIOTA BUCAL Microbiota Autóctone espécies >1% (sítio particular) Microbiota Suplementar espécies < 1% Lactobacillus (10-5 – 10-3 / microbiota viável) e S. mutans Microbiota Transitória Loesche (1994) Fatores que influenciam a aquisição ou que interferem no equilíbrio da microbiota bucal. TOLERÂNCIA ao O2 Aeróbias: bactérias crescem muito bem em atmosfera normal; Microaerófilas: bactérias crescem melhor em atmosfera de O2 reduzido; Anaeróbias: crescimento na ausência de O2; Anaeróbicas Facultativas: crescem tanto em ambiente anaeróbio quanto aeróbio; Capnofílicas: bactérias crescem em ambiente com ótimas concentrações de CO2 . ANAEROBIOSE Tensões de O2 na cavidade bucal meio ambiente 21% (160mmHg) cavidade bucal 12 – 14% bolsa periodontal 1 – 2% FONTE DE NUTRIENTES DIETA SALIVA glicoproteínas sais inorgânicos aminoácidos vitaminas glicose neuraminidase ácido siálico O2 Carboidratos Saliva Streptococcus / Actinomyces Lactato Acetato Formiato FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTÁRIO SUBGENGIVAL BIOFILME DENTÁRIO SUBGENGIVAL associado ao dente Formação do cálculo Cáries radiculares PRINCIPAIS FATORES DE VIRULÊNCIA DOS ORGANISMOS PERIODONTOPATOGÊNICOS Virulência Propriedade que permite uma espécie bacteriana colonizar um órgão alvo, defendido pelo hospedeiro, causando dano tecidual. Socransky e Haffajee (1991) Diluições 0,5ml 0,5ml 10-1 0,5ml 10-2 10-3 0,5ml 10-4 Semeadura em Meio Seletivo 100L 100L pura 10-2 Teoria da Infecção Focal Os focos ou lesões infecciosas (incluindo na cavidade bucal), de natureza bacteriana, seriam capazes de se disseminarem, resultando em infecções sistêmicas em tecidos contínuos ou não (O’Reilly & Claffey, 2000; Apud: Billings, 1912). TEORIA DA INFECÇÃO FOCAL ( SÉCULO IX E INÍCIO DO XX ) INICIAÇÃO E PROGRESSÃO DE DOENÇAS INFLAMATÓRIAS: (ARTRITE, ÚLCERA PÉPTICA E APENDICITE ) EXODONTIA Embora as evidências ainda não sejam conclusivas, uma perspectiva nova e ampla está se abrindo para a Odontologia e Medicina, ou seja de que a Saúde Bucal é importante na prevenção de doenças sistêmicas graves e freqüentes. Se até o momento o objetivo da Odontologia foi a preservação dos dentes, atualmente os horizontes são mais amplos, objetivando a manutenção da saúde bucal e sistêmica. Esta afirmativa é válida não apenas para os indivíduos com deficiências dos mecanismos de defesa, como idosos e imunocomprometidos, mas para toda população. Esta filosofia vai permitir também uma melhor integração entre a Odontologia e a Medicina. Esta integração já é evidente em pacientes portadores de doenças mucocutâneas, discrasias sanguíneas, transplantados, diabéticos e doenças infecciosas como AIDS. COMPLEXOS MICROBIANOS A. gerencseriae A. israelii A. naeslundi 2 Socransky et al 1998 V. parvula A. odontolyticus S. mitis S. sanguinis S. oralis S. gordonii S. intermedius A. actino a e b C. gingivalis C. ochracea C. sputigena E. corrodens C. gracilis C. rectus C. showae E. nodatum F. nuc nucleatum F. nuc polymorphum F. nuc vincentii F. periodonticum M. micros P. intermedia P. Nigrescens S. constellatus P. gingivalis T. denticola T.forsythia E. saburreum G. morbillorum L. buccalis N. mucosa P. melaninogenica P. acnes I e II S. noxia S. anginosus T. socranskii Periodontopatógenos Periodontite Crônica P. gingivalis B. forsythus T. denticola Periodontite Agressiva Actinobacillus actinomycetencomitans BACTEREMIA CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS LOCAL SISTÊMICA BACTEREMIA 100% Extrações Dentárias 70% 20% Raspagens Periodontais Tratamento Endodôntico CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS LOCAL SISTÊMICA DOENÇAS SISTÊMICAS QUE PODEM SER AFETADAS PELA DOENÇA PERIODONTAL * PREMATURIDADE E BAIXO PESO AO NASCIMENTO * DOENÇA CARDIOVASCULAR * DIABETES MELLITUS * ENDOCARDITE BACTERIANA * PNEUMONIA BACTERIANA FEBRE REUMÁTICA Definição Doença inflamatória sistêmica Sequela tardia de uma infecção de vias aéreas superiores faringoamigdalite pelo S. pyogenes ( beta-hemolítico grupo A) FEBRE REUMÁTICA Epidemiologia Pico : 5 – 15 anos crianças e adolescentes Rara antes dos 3 anos e reduz sua incidência após 18 anos Baixo nível socioeconômico e aglomerados No Brasil é uma doença endêmica DOENÇA PERIODONTAL E DOENÇA CARDIOVASCULAR Plausibilidade Biológica DOENÇA CARDIOVASCULAR Vasos sanguíneos Doença Periodontal CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Microorganismos Microorganismos PGE2 PGE2 IL1- IL1- TNF- TNF- IL6 IL6 Agregação plaquetária e formação de trombo. INFARTO DO MIOCÁRDIO Pacientes com riscos de endocardite bacteriana precisam ter cobertura antibiótica durante o tratamento odontológico. O protocolo estabelecido pela American Heart Association, descreve que a primeira opção é amoxicilina, e para pacientes alérgicos a penicilina deve-se usar clindamicina. Entretanto a efetividade da antibioticoterapia para prevenir endocardite ainda não foi provada, permitindo sérias controvérsias quanto uso da antibioticoterapia preventiva em odontologia. O principal microorganismo associado a endocardite é o estreptococo, particularmente o S. sanguis, componente importante das placas supra e sub-gengival. Outras bactérias da placa também foram isoladas de casos com endocardite. KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) é a sigla de uma super-bactéria que surgiu nos Estados Unidos em 2000 após uma mutação genética. No Brasil a chegada da bactéria KPC aconteceu no ano de 2006, pois desde esta data foram registrados apenas 6 casos da infecção, porém em 2010 os casos aumentaram significativamente em hospitais de todo Brasil, principalmente nos hospitais do Distrito Federal. A Superbactéria KPC é de difícil tratamento, pois como o próprio nome já diz, ela é uma super-bactéria que se tornou super resistente a remédios que infelizmente não fazem efeito nenhum sobre a bactéria. Segundo pesquisas apenas três antibióticos são eficientes contra a KPC, porém ainda não estão disponíveis em grande quantidades no país. A bactéria é nociva ao ser humano, pois os antibióticos ministrados ao doente para conter a doença não destroem a bactéria, e para piorar a situação, servem de alimento, o que tornam as bactérias ainda mais resistentes a remédios e antibióticos. DOENÇA PERIODONTAL E Infarto no Miocárdio Infarto no Miocárdio A associação com infarto do miocárdio foi descrita em 1989, por Matilla na Finlandia. Outros estudos confirmaram que pacientes com doença periodontal têm risco 2X maior de infarto, em relação a pacientes normais. A associação estende-se para ateroesclerose, tendo também sido descrito a presença de bactérias da boca na placa ateromatosa. Agentes infecciosos associados a doenças cardiovasculares incluem, Chlamydia pneumoniae (bronquite), Helicobacter pylori (úlcera gástrica), cytomegalovirus, herpes e, bactérias da placa dental. DOENÇA PERIODONTAL E PARTO PREMATURO BAIXO PESO AO NASCER Parto Prematuro Nos EUA, cerca de um décimo dos bebes nascem prematuramente, com peso considerado menor que o normal (abaixo de 2.5kg). Vários fatores são relevantes: Idade da Mãe (acima de 35 ou abaixo de 17 anos): Baixo Nível Sócio-ecônomico; Álcool; Tabaco; Hipertensão, e Diabetes. Considera-se também que infecções maternas, como as genitourinárias, podem estar associadas a estes nascimentos. Infecções estimulam a formação de mediadores inflamatórios,que podem afetar a placenta e o feto. Parto Prematuro Há evidências que mães que tiveram parto prematuro, tinham maior incidência de Doença Periodontal, indicando que infecções bucais podem interferir no desenvolvimento do feto. Anticorpos contra microorganismos da boca, foram detectados no sangue fetal. PGE2 e TNFα estão envolvidos no parto normal, e é possível que tenham nível aumentado por processos inflamatórios. Doença Periodontal pode aumentar os níveis destas moléculas através de LPS das bactérias da placa. Plausibilidade Biológica PREMATURIDADE Doença Periodontal Placenta CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Microorganismos Microorganismos PGE2 PGE2 IL1- IL1- TNF- TNF- IL6 IL6 Contração uterina, dilatação cervical e ruptura da membrana PARTO PREMATURO Rezende, J. & Montenegro, C. A. B. (1999) Obstetrícia Fundamental, Guanabara Koogan, 8ª ed. Rio de Janeiro. Plausibilidade Biológica BAIXO PESO AO NASCER Doença Periodontal CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Placenta PGE2 PGE2 TNF- TNF- Afetam o desenvolvimento intra-uterino TNF- • Potencial de causar necrose isquêmica em tumores PGE2 • Previne a absorção e utilização de lipídeos e nutrientes BAIXO PESO AO NASCER Beutler B, Cerami A. The biology of cachectin/TNF--a primary mediator of the host response. Annu Rev Immunol. 1989;7:625-55. CRONOLOGIA DOS ESTUDOS: DOENÇA PERIODONTAL GESTAÇÃO/PUERPÉRIO Estudos que associam a DP como fator de risco para P/BPN Gengivite gravídica 1930 1942 Estudos sobre a etiopatogenia da gengivite em gestantes 1960 1972 Maior prevalência e severidade da gengivite em gestantes Demonstração da influência de inoculação de endotoxinas bacterianas e E. coli sobre embriões de animais 1992 10 estudo epidemiológico 1994 1996 10 experimento em animais com patógeno periodontal 2001 10 estudo de coorte e 10 ensaio clínico A inoculação intracervical de E. coli e T. cruzi durante a gestação de coelhas gerou o aumento de IL-1β, IL-1α, TFN-α e PG-E2 nos fluidos amnióticos 2003 10 revisão sistemática A associação do parto prematuro com infecções é suportada por estudos que detectaram elevados níveis de bacteróides em gestantes com prematuridade Minkoff et al., 1984; Mc Donald et al., 1995 Os partos prematuros que decorrem de infecções são indiretamente mediadas pelo deslocamento de produtos bacterianos como endotoxinas (lipopolissacarídeos) e pela ação de mediadores inflamatórios produzidos pela gestante Gibbs et al., 1992 Doença Periodontal x Parto Prematuro/Baixo Peso ao Nascer 35 34 Número total de estudos 30 Número de estudos que encontraram associação 25 25 23 19 20 15 10 6 4 5 3 1 0 Total Caso-controle Corte Ensaio Clínico The relationship between periodontitis and preterm low birth weight Vettore, M.V.; Leal, M.do C.; Leão, A.; Lamarca, G.A.; Sheiham, A. Estudo Caso-controle Objetivo: Investigar a relação entre infecção periodontal materna e prematuridade/baixo peso ao nascer Casuística: N = 542 puérperas Grupo controle = 393 Grupos de Casos: Puérperas de recém-natos prematuros.....................110 Puérperas de recém-natos com BPN.........................96 Puérperas de recém-natos prematuros e BPN..........63 Offenbacher et al. (1996) Amostra: 124 mulheres primípiras com 3 mm de perda da inserção periodontal . 60% - tinham risco de 7.5 x maior para o parto pré-termo . Comparação das médias de proporções de cada complexo microbiano nas amostras de placa subgengival entre os grupos Diabetes Mellitus Está bem estabelecido que a diabetes é fator predisponente para a doença periodontal. Atualmente as evidências também indicam o inverso, ou seja que a doença periodontal agrava a diabetes. Alguns artigos indicam que pacientes diabéticos tratados da doença periodontal, necessitavam de menor quantidade de insulina. Estudos nos EUA com índios do Arizona, da tribo Pima, que têm prevalência de diabetes tipo II de 50%, mostraram que o tratamento periodontal diminuiu o nível de hemoglobina glicosilada, considerada importante nas degenerações da retina e vasculares. DIABETES • Projeções Globais 25.0 38.2 39.7 44.2 81.8 156 59% 16% 91% 18.7 Mundial 2003 = 183 milhões 2025 = 324 milhões Crescimento de 72% 13.6 35.9 10.4 26.9 97% 19.7 98% 88% 1.1 1.7 59% IDF Incretinas Hormônios produzidos no intestino após ingestão alimentar. Principal função: Estimular produção de insulina pelas células β, de forma glicose-dependente Suprimir a produção de glucagon pelas células α pancreáticas. Efendic S. et al. Overview of incretin hormones. Horm Met Res 2004; 36: 742-746. Análogos e Agonistas do GLP-1 Resistentes à Ação da DPP-4 Análogos e Agonistas do GLP-1 – Liraglutida (análogo) – Exenatida (agonista) Ação das Incretinas A. Diabético controle Des-F-sitagliptina Rosiglitazona Não-diabético controle Glipizida Sitagliptina em uso crônico aumentou céls- e diminuiu a área de céls-α em modelo de rato com DM 2 A. Ihotas coradas com anticorpo anti-insulina (verde) sobreposto com anticorpo anti-glucagon (vermelho) . B. Insulin-positive β:razão da área da ilhota . Glucagon-positive α-cell: area total da ilhota. ( *p<0.003 vs. grupo controle de diabeticos, † p=0.011 vs controle diabeticol, n=40 ilhotas em cada grupo). Mu J et al, 2006. Diabetes 55 (Suppl 1):A140 (Abstract 588-P). Sitagliptina em uso crônico aumentou céls- e diminuiu a área de céls-α em modelo de rato com DM 2 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 C. * * † 0.5 0.4 * 0.3 α-cell / total islet area -cell / área total ilhota B. 0.2 0.1 0.0 * A. Ihotas coradas com anticorpo anti-insulina (verde) sobreposto com anticorpo anti-glucagon (vermelho) . B. Insulin-positive β:razão da área da ilhota . Glucagon-positive α-cell: area total da ilhota. ( *p<0.003 vs. grupo controle de diabeticos, † p=0.011 vs controle diabeticol, n=40 ilhotas em cada grupo). Mu J et al, 2006. Diabetes 55 (Suppl 1):A140 (Abstract 588-P). Sitagliptina melhora a função cél Beta Disfunção Cél-Beta Sitagliptina aumenta a síntese e liberação de insulina Insulino Resistência Metformina tem propriedades insulino sensibilizadoras. Retarda o esvaziamento Gástrico Metformina diminui a superprodução hepática de glicose promovendo diminuição da gliconeogênese e da glicogenólise. Sitagliptina diminui a SPHG através da supressão de glucagon a partir das céls.alfa Superprodução Hepática de glicose (SPHG) Stewart et al. (2001) Estuda o efeito do tratamento periodontal sobre o controle dos níveis de glicose através de casocontrole: Amostra: 72 diabéticos insulino-dependente Tempo: 9 meses de tratamento periodontal Redução: 17.1% hemoglogina glicada – com tratamento 6.1% hemoglobina glicada – sem tratamento Vários estudos clínicos tem considerado Diabetes mellitus como um importante fator de risco para periodontite em adultos. A American Diabetes Association relacionado periodontite como risco diabetes (Oliver & Tervonen,1994). tem para A analise epidemiológica nos Estados Unidos, a partir de dados do National Health and Nutrition Examination Survery, conduzidos de 1971 a 1974, e dados do Hispanic Health and Nutrition examination Survery conduzidos de1982 a 1984, encontrou alta prevalência de doença periodontal: Pessoas com diabetes (36%), respectivamente, e Pessoas sem diabetes (9,7%) respectivamente (Katz et al 1991). Os sintomas orais mais comuns descritos em associação com a Diabetes mellitus são: Boca seca que pode causar ulceras e cáries , Sangramento e Edema gengival, formação avançada de bolsas e abscessos periodontais. Zambon et al. (1998) encontraram alta prevalência e larga proporção de anaeróbios gram-negativo incluindo: Prevotella intermédia, Porphiromonas gengivalis, e Weitonella recta. Os três mais importantes patógenos na placa subgengival de pacientes diabéticos não insulino-dependentes. A disfunção de neutrófilos em indivíduos diabéticos pode ser resultado da: Diminuição da quimiotaxia dos leucócitos, Aderência e diapedese, Diminuição da atividade bactericida e prejuízo da fagocitose. Esta disfunção pode influenciar os mecanismos de defesa do hospedeiro diabético contra infecções. A associação entre doença periodontal e a diabetes tem sido extensivamente estudada por anos, e é geralmente aceito que a doença periodontal é mais prevalente e severa em indivíduos diabéticos do que em não diabéticos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Medicina Periodontal é tema de grande importância para a Odontologia e a Medicina. Os profissionais que atuam nessas áreas e sua clientela devem deixar de encarar as doenças periodontais como problemas restritos à cavidade bucal, pois as pesquisas aqui citadas demonstraram que existe possibilidade de impacto negativo sobre a saúde geral: uma boca saudável contribui para um corpo saudável. CONSIDERAÇÕES FINAIS Mais trabalhos ainda são necessários para comprovar os resultados até aqui apresentados, principalmente através de estudos de intervenção que demonstrem que o tratamento da doença periodontal produz efeitos sistêmicos. Porém, podemos nos preocupar com maior divulgação para os profissionais da saúde e seu público dos conhecimentos já adquiridos, pois muitos ainda desconhecem o assunto. CONSIDERAÇÕES FINAIS A sociedade deve estar ciente de que uma boca saudável é importante para a alimentação, auto-imagem, auto-estima, convívio social e, certamente, risco reduzido de doenças sistêmicas. P.A.D.R.C. P.A.D.R.C. P.A.D.R.C. P.A.D.R.C. Hospital Naval Marcílio Dias Academia Nacional de Medicina