Grãos que Curam Embora ainda anos distantes do sucesso, os pesquisadores estão usando a biotecnologia para desenvolver uma vacina para a AIDS. Por Michael Horn da ProdiGene Imagine colocar um punhado de salgadinhos de milho em sua boca. Agora imagine não somente desfrutar o sabor e receber excelente nutrição, mas que você está se autovacinando contra o mortal vírus da AIDS. Você está imaginando o futuro da medicina – vacinas comestíveis. Muito em breve, elas poderão revolucionar os cuidados com a saúde, fornecendo vacinações baratas,fáceis de usar e amplamente disponíveis. A AIDS continua a matar, devastando comunidades através do mundo. Estima-se que, mundialmente, 33 milhões de pessoas tenham o vírus, com centenas sendo acrescentadas diariamente. Através de uma doação dos Institutos Nacionais de Saúde, meus colegas e eu ajudamos a desenvolver plantas especiais de milho por meio da biotecnologia que poderiam ser cultivadas e conter uma vacina potencial comestível contra a AIDS. Vacinas para doenças variando da poliomielite ao resfriado comum já existem há anos. Funcionam pela introdução de pequenas quantidades de vírus inativados no corpo, o que causa a produção de anticorpos. Então, quando a verdadeira infecção acontece, esses anticorpos já estão presentes para combater o vírus. Uma vacina comestível contra a AIDS custaria centavos por dose e não teria virtualmente nenhum custo de armazenamento. Hoje, as vacinas estão na maior parte disponíveis por injeção, tornandoas dispendiosas, requerendo habilidade adequada, equipamento estéril e armazenamento refrigerado – todas as coisas que são difíceis de encontrar em lugares com a África sub-Sahara, onde a AIDS está tendo um impacto devastador. Pesquisadores nas universidades e companhias como a ProdiGene estão trabalhando para produzir remédios em plantas usando a biotecnologia vegetal, um método de melhoramento de culturas pela incorporação de genes com funções específicas. Neste caso,estamos usando um gene para instruir a planta de milho a produzir proteínas para o vírus da AIDS. Se bem sucedidos, poderemos então cultivar o milho para usá-lo como uma vacina comestível. Espera-se que a proteína do vírus da AIDS produza anticorpos (substâncias específicas contra o vírus no corpo) que ofereçam resistência a futura infecção. Esse sistema ímpar poderia ser usado para tratar ou prevenir muitas doenças além da AIDS. O milho é um grande veículo para isso – é fácil de plantar, é cultivado em larga escala e é um alimento nutritivo que as pessoas de todo o mundo já consomem. Nossa pesquisa ainda está em um estágio muito inicial. Falta ainda ver quais proteínas contidas na vacina contra AIDS produzirá anticorpos contra a doença. Entretanto, uma vez que a vacina esteja aperfeiçoada, a biotecnologia vegetal forneceria o caminho que permitirá a essa incrível inovação medicinal chegar ao maior número de pessoas, e àqueles mais desesperadamente necessitados. Copyright © 2002 Council for Biotechnology Information. All rights reserved. Terms of Use Privacy Policy