Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC’ 2015 Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE 15 a 18 de setembro de 2015 OSCILAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS E TEMPERATURA MÉDIA DO AR EM SEIS REGIÕES HOMOGÊNEAS DO ESTADO DA PARAÍBA PAULO ROBERTO MEGNA FRANCISCO1, RAIMUNDO MAINAR DE MEDEIROS2, RIGOBERTO MOREIRA DE MATOS3, DJAIL SANTOS4* 1 Dr. Pesquisador DCR CNPq/Fapesq, UFPB, Areia-PB, Fone: (83) 3362-2300, [email protected] 2 Doutorando em Meteorologia/PPGM, UFCG, Campina Grande-PB, Fone:(83)2101-1055, [email protected] 3 Mestrando em Eng. Agrícola, UFCG, Campina Grande-PB, Fone:(83)2101-1055, [email protected] 4 Dr. em Ciência do Solo, Prof. Adjunto CCA, UFPB, Areia-PB, [email protected] Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’2015 15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil RESUMO: Objetivou-se analisar a variabilidade espaço-temporal da precipitação pluvial e temperatura média do ar do Estado da Paraíba distribuída pelas regiões homogêneas para obter suas oscilações anuais. Os valores históricos pluviométricos de 52 a 102 anos foram obtidos na Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba e pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Foi elaborada uma planilha eletrônica com os dados e preenchido os faltantes utilizando o software Estima_T, e calculado as médias mensais, anuais e dos trimestres mais quente e frio de temperatura do ar. Os resultados demonstraram que as contribuições pluviométricas foram de 70% para a região do Litoral; 69% para as regiões do Agreste e Brejo, na região do Cariri/Curimataú sua contribuição foi de 66%, nas regiões Sertão e Alto Sertão as contribuições foram de 86 e 75% respectivamente; ocorreram reduções de temperatura entre os meses de maio a agosto nas regiões do Agreste; Cariri/Curimataú e Alto Sertão, e para os meses de junho a agosto ocorreram nas regiões do Litoral, Brejo e Sertão. PALAVRAS-CHAVE: Pluviosidade, flutuabilidade térmica, krigagem. OSCILLATIONS RAINFALL AND MEDIUM TEMPERATURE OF AIR IN SIX HOMOGENEOUS REGIONS OF THE PARAÍBA STATE ABSTRACT: The objective was to analyze the spatial and temporal variability of rainfall and average temperature of Paraíba state air distributed by homogeneous regions to obtain their annual fluctuations. Rainfall historical values 52-102 years were obtained in the Executive Agency for the Management of State waters of Paraíba and the Superintendency of Northeast Development. An electronic spreadsheet was elaborated with data and filled the missing using Estima_T software, and calculated the average monthly, annual and warmest quarters and air temperature cold. The results showed that the rainfall contributions were 70% for the Littoral region; 69% for regions do Agreste and heath, the Cariri/Curimataú its contribution was 66% in the Hinterland and High Hinterland areas contributions were 86 and 75% respectively; temperature reductions occurred between the months from May to August in the regions the Agreste; Cariri/Curimataú and Alto Sertão, and for the months from June to August occurred in the regions of the Coast, Brejo and Hinterland. KEYWORDS: Rainfall, thermal floatage, kriging. INTRODUÇÃO A temperatura é um dos elementos meteorológicos, que explica os estados energéticos e dinâmicos da atmosfera e consequentemente revela a circulação atmosférica, facilitando e/ou bloqueando os fenômenos atmosféricos (Dantas et al., 2000). A temperatura do ar desempenha influencia sobre diversos processos vitais nas plantas, como a fotossíntese, respiração e transpiração, evidenciando no crescimento vegetal e, nos estádios de incremento das culturas (Lucchesi, 1987). Os valores das temperaturas do ar máximas e mínimas estão associados à disponibilidade de energia solar, nebulosidade, umidade do ar e do solo, vento (direção e intensidade) e à parâmetros geográficos como orografia, altitude e latitude local e da cobertura e tipo de solo (Ometto, 1981; Pereira et al., 2002). A amplitude térmica influencia na definição das épocas de semeadura, na escolha de cultivares e na adoção de práticas de manejo que busquem modificar o ambiente de cultivo (Strassburger, 2011). Embora existam longas séries de dados de temperatura do ar para algumas localidades de uma dada região, pode não haver registro algum exatamente daquela localidade em que se está interessado. Outro fator diz respeito ao número de estações meteorológicas que é pequeno, tornando baixa a densidade das informações disponíveis sobre a temperatura, dificultando a caracterização do campo térmico. Estas situações são muito frequentes na prática e estimulam as concepções de técnicas que busquem estimar a temperatura em locais onde não há dados (Varejão-Silva, 2006). Objetiva-se por este trabalho analisar a variabilidade espaço-temporal da precipitação pluvial e temperatura média do ar do Estado da Paraíba distribuída pelas regiões homogêneas, para obter suas oscilações anuais como auxilio aos tomadores de decisões. MATERIAIS E MÉTODOS O Estado da Paraíba, localizado na região Nordeste do Brasil, apresenta uma área de 56.372 km² e seu posicionamento encontra-se entre os paralelos 6°02’12” e 8°19’18”S, e entre os meridianos de 34°45’54” e 38°45’45”W (Francisco, 2010). O clima caracteriza-se por temperaturas médias elevadas entre 22 a 300C e uma amplitude térmica anual muito pequena, em função da baixa latitude e elevações (<700m). A precipitação varia de 400 a 800mm anuais, nas regiões interiores semiáridas, e no Litoral, mais úmido, podendo ultrapassar aos 1600 mm (Varejão-Silva et al., 1984). Os valores históricos pluviométricos de 52 a 102 anos foram cedidos pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba e pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Na metodologia foram elaborados valores da temperatura média do ar estimados pelo software Estima_T (Cavalcanti & Silva, 1994; Cavalcanti et al., 2006). Após foi elaborada uma planilha eletrônica com os dados e preenchido os faltantes com os dados obtidos com o software Estima_T, e após calculado as médias mensais, anuais e dos trimestres mais quente e frio de temperatura do ar. Para facilitar a discussão dos dados obtidos foi separado por regiões conforme a Figura 1. Figura 1. Regiões pluviometricamente homogêneas do Estado da Paraíba. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 2 observa-se a distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Litoral paraibano, onde o período chuvoso inicia-se na segunda quinzena do mês de março e prolonga-se até o final do mês de agosto, tendo como quadrimestre mais chuvoso os meses de abril, maio, junho e julho, cuja flutuabilidade climatológica ocorre entre 212,7 a 295,3 mm.mês-1. O quadrimestre mais seco centra-se nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro e suas oscilações fluem entre 27,2 a 67,7 mm.mês-1. A flutuação da temperatura média do ar ocorre proporcionalmente ao inverso da flutuação pluviométrica de acordo com a Figura 2 que coincidem com a variabilidade pluviométrica da área em estudo. A região do Agreste Paraibano, onde o período chuvoso inicia-se na segunda quinzena do mês de fevereiro e prolonga-se até a primeira quinzena do mês de agosto (Figura 3). Nesta região o quadrimestre mais chuvoso ocorre entre os meses de março a julho com flutuação de 104,5 a 126 mm.mês-1, a precipitação média anual é de 844,5mm e os meses de maiores índices pluviométricos são abril com 123,1mm e junho com 126mm. Os meses secos centram no trimestre de outubro, novembro e dezembro, com oscilações variando entre 13,2 a 23mm. Entre os meses de janeiro e fevereiro, e nos meses de setembro a dezembro, destacam-se os meses de elevadas temperaturas, e nos meses de março a agosto, as menores temperaturas registradas. Figura 2. Distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Litoral. Figura 3. Distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Agreste. Na Figura 4 observa-se a distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Brejo Paraibano, onde o período chuvoso inicia-se na segunda quinzena do mês de fevereiro e prolonga-se até a primeira quinzena de agosto, tendo como quadrimestre mais chuvoso os meses de abril, maio, junho e julho, cuja flutuabilidade climatológica ocorre entre 126,8 a 161,3 mm.mês -1. A precipitação média anual é de 1.070mm e o quadrimestre mais seco centra-se nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, e suas oscilações fluem entre 15,8 a 42,3 mm.mês -1. Entre os meses de setembro a março destacam-se os meses de elevadas temperaturas e nos meses de abril a agosto as menores temperaturas registradas. Na Figura 5 observa-se a distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Cariri/Curimataú Paraibano, onde o período chuvoso inicia-se na segunda quinzena do mês de fevereiro e prolonga-se até a primeira quinzena de julho, tendo como quadrimestre mais chuvoso os meses de março, abril, maio, e junho, cujas oscilações climatológicas fluem entre 47,5 a 112,9 mm.mês-1. A precipitação média anual é de 532,6mm e o quadrimestre mais seco centra-se nos meses de setembro a dezembro e suas flutuações ocorrem entre 6,4 a 17,9mm.mês -1. Figura 4. Distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Brejo. Figura 5. Distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Cariri/Curimataú. Na Figura 6 observa-se a distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Sertão Paraibano. O período chuvoso inicia-se na segunda quinzena do mês de dezembro e prolonga-se até o final do mês de maio, tendo como quadrimestre mais chuvoso os meses de fevereiro a maio, com flutuações entre 83,5 a 189,5 mm.mês-1. O quadrimestre mais seco centra-se nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro e suas oscilações fluem entre 2,6 a 29 mm.mês -1. A flutuação da temperatura média do ar máxima ocorre entre os meses de setembro a janeiros, coincidindo com as menores variabilidades pluviométricas, ocorrendo as maiores flutuações da temperatura. Nos meses de abril a agosto as menores temperaturas registradas. Na Figura 7 observa-se a distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Alto Sertão Paraibano. O período chuvoso inicia-se na segunda quinzena do mês de dezembro e prolonga-se até a primeira quinzena do mês de maio, tendo como quadrimestre mais chuvoso os meses de janeiro a abril, oscilando entre 110,5 a 221,3 mm.mês-1. O quadrimestre mais seco centra-se nos meses de julho a outubro com oscilações fluindo entre 5,3 a 17,2 mm.mês -1 sua média anual é de 881,5mm. A flutuação da temperatura média do ar máxima ocorre entre os meses de setembro a janeiro, coincidindo com as menores variabilidades pluviométricas e ocorrendo as maiores flutuações da temperatura. Nos meses de fevereiro a agosto as menores temperaturas registradas. Figura 6. Distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Sertão. Figura 7. Distribuição anual da precipitação e temperatura média do ar para a região do Alto Sertão. CONCLUSÕES As contribuições pluviométricas foram de 70% para a região do litoral; 69% para as regiões do Agreste e Brejo, na região do Cariri/Curimataú sua contribuição foi de 66%, nas regiões Sertão e Alto Sertão as contribuições foram de 86 e 75% respectivamente. Ocorreram reduções de temperatura entre os meses de maio a agosto nas regiões do Agreste; Cariri/Curimataú e Alto Sertão, e para os meses de junho a agosto ocorreram nas regiões do Litoral, Brejo e Sertão. REFERÊNCIAS Cavalcanti, E. P., Silva, E. D. V. Estimativa da temperatura do ar em função das coordenadas locais. IN: Congresso Brasileiro de Meteorologia. 8. 1994. Belo Horizonte, Anais... Belo Horizonte: SBMET, 1994, v.1, 154-157pp. Cavalcanti, E. P.; Silva, V. de P. R.; Sousa, F. de A. S. Programa computacional para a estimativa da temperatura do ar para a região Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Brasil, v.10, n.1, p.140-147, 2006. Dantas, R. T.; Nóbrega, R. S.; Correia, A. M; Rao, T. V. R. Estimativas das temperaturas máximas e mínimas do ar em Campina Grande - PB. In: Congresso Brasileiro de Meteorologia; Rio de Janeiro, 11. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro. SBMET, 2000. p. 534-537. Francisco, P. R. M. 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Varejão-Silva M.A.; Braga, C.C.; Aguiar M.J.N.; Nietzche, M.H.; Silva, B. B. Atlas Climatológico do Estado da Paraíba. Campina Grande, UFPB,1984.