8 -PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS • A maioria dos elementos e materiais não exibe propriedades magnéticas. • Materiais que exibem propriedades magnéticas: Ferro, Níquel, Cobalto, Gadolínio, algumas ligas (SmCo5, Nd2Fe14B, ...) 35 Propriedades Magnéticas dos Materiais Os “materiais magnéticos” são utilizados em inúmeras aplicações: • motores elétricos, • geradores • armazenamento de informação (quer como suporte da informação (fitas magnéticas, discos de computador, etc.), quer como ferramentas de gravação ou leitura da informação armazenada em bandas magnéticas.) Iremos tentar perceber um pouco da física do comportamento magnético de materiais. 36 O movimento de uma carga eléctrica resulta na criação de um campo magnético. Um enrolamento de fio condutor (solenóide), com n espiras, atravessado por uma corrente i origina um campo magnético, H, dado por: E induz um campo, B (de indução), dado por em que μo é a permeabilidade magnética no vácuo 37 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA • Permeabilidade Magnética (µ µ)está relacionada com a intensidade de magnetização. • A intensidade de magnetização varia em função da intensidade do campo aplicado. • É característica do material µ= tg θ = B/H É dada em Gauss/Oersted 38 O Campo de Magnetização Quando um material é submetido a um campo magnético H (campo aplicado), é originado um campo de magnetização do material, M. O campo de indução magnética gerado, B, é proporcional à soma de H e M. O fator de proporcionalidade é a permeabilidade magnética no vácuo. 39 A susceptibilidade magnética Uma vez que M resulta da aplicação de H, é natural que M seja proporcional a H ou seja, χ designa-se por susceptibilidade magnética do material. A susceptibilidade magnética permite classificar os materiais em termos das suas propriedades magnéticas. 40 Classificação dos materiais em termos de propriedades magnéticas Materiais diamagnéticos (Ex. Zn, Cd, Cu, Ag, Sn) – pequenos valores negativos de χ (ou seja, o campo de magnetização opõe-se ao campo aplicado e desaparece quando de retira o campo aplicado) Materiais Paramagnéticos (ex. Al, Ca, Pt, Ti) – pequenos valores positivos de χ (o campo de magnetização desaparece quando de retira o campo aplicado) 41 Materiais Ferromagnéticos (o Fe, o Ni e o Co) - χ é grande (>1). O campo de magnetização mantém-se quando se remove o campo aplicado. Materiais Antiferromagnéticos (Mn, Cr) - χ=0. Os dipolos magnéticos alinham-se antiparalelamente. Materiais Ferrimagnéticos (ferrites, magnetites, em geral óxidos metálicos) – os ions têm dipolos magnéticos de intensidade diferente. Logo existe sempre um momento resultante. 42 Porquê estes comportamentos diferentes ? A base física para as propriedades magnéticas dos materiais resulta do movimento dos elétrons. Quer o movimento orbital em torno do núcleo quer o movimento de rotação (spin). 43 Diamagnetismo e Paramagnetismo Quer o diamagnetismo quer o paramagnetismo são formas fracas de interação entre os sólidos e um campo magnético aplicado. O diamagnetismo (χ <0) é normalmente observado em sólidos cujos átomos apresentam camadas eletrônicas totalmente preenchidas. O paramagnetismo (χ >0) normalmente aparece associado a átomos com eletrons desemparelhados na última camada. O movimento orbital dos e- resulta sempre numa contribuição diamagnética, enquanto que o spin pode resultar numa contribuição paramagnética. 44 O diamagnetismo está associado aos momentos magnéticos orbitais dos elétrons nos átomos ou moléculas que constituem a substância em questão. Por isso, está presente em todas as substâncias embora, na maioria, com uma intensidade tão pequena que sua presença é mascarada por outros comportamentos. Nos supercondutores, parece que o diamagnetismo é suficientemente intenso para que o campo magnético resultante no interior da amostra seja nulo. 45 46 Ao se aplicar um campo magnético a uma substância qualquer, cada elétron que se move nos átomos ou moléculas fica sujeito a uma força adicional que provoca uma perturbação no seu movimento equivalente a uma mudança no módulo da sua velocidade e, portanto, uma mudança no módulo do seu momento magnético orbital. 47 Domínios magnéticos São regiões da estrutura do material onde todos os átomos cooperam magneticamente, ou seja, são zonas de magnetização espontânea (<0,05mm). Quando um campo magnético é aplicado, os domínios magnéticos tendem a se alinhar com o campo e, então, o material exibe propriedades magnéticas. 48 Domínios Magnéticos De modo a minimizar a sua energia magnetostática (associada ao fecho das linhas de campo), os dipolos formam domínios magnéticos de dimensões relativamente reduzidas (por vezes submicrométricas). Os domínios estão separados por limites de domínio designados por paredes de Bloch. 49 Domínios Magnéticos Quando expostos a um campo aplicado externo, os domínios tendem a alinhar-se segundo a direção do campo aplicado, à custa do crescimento dos domínios com orientações favoráveis (b) ou da reorientação dos dipolos (c). 50 Domínios Magnéticos A B Imagem dos domínios magnéticos numa liga YFe11-xTix Obtida por microscopia de força atômica. Notem que os domínios magnéticos na zona A e B (amp em c) têm cerca de 300 nm de espessura. (fonte: Daniela Nunes, Tese de Mestrado, IST, Abril de 2008) 51 Antiferromagnetismo e Ferrimagnetismo O antiferromagnetismo é exibido por alguns materiais e resulta do alinhamento em sentidos opostos dos dipolos magnéticos. Como resultado os materiais antiferromagnéticos apresentam χ=0. Exemplos de materiais antiferromagnéticos: Mn e Cr. O ferrimagnetismo surge em alguns materiais cerâmicos em que os íons têm diferentes momentos magnéticos. Como tal há um momento magnéticos resultante. Os materiais ferrimagnéticos naturais são conhecidos genericamente por ferrites, sendo a magnetite Fe3O4, a mais conhecida , uma vez que é um mineral nativo em muitas regiões do planeta. 52 As ferrites, em geral, têm baixas condutividades elétricas e por isso têm algumas aplicações em electrónica: transformadores, indutores de alta frequência, cabeças de gravação magnética, etc. 53 Ferromagnetismo Os sólidos ferromagnéticos são aqueles que apresentam χ>>1. São materiais que apresentam uma forte interação entre os dipolos magnéticos locais (domínios magnéticos) associados a spins desemparelhados dos eletrons. Ou seja, os dominíos magnéticos locais permanecem após a remoção do campo aplicado daí resultando que o campo de magnetização permanece após a remoção do campo aplicado. 54 Ferromagnetismo É a propriedade de concentrar as linhas de força magnética, caracterizada pela permeabilidade magnética. • Ferromagnéticos- permeabilidade magnética >1 (subst. Paramagnéticas) - elétrons desemparelhados Ferro, Cobalto, Níquel e Gadolínio • Outros metais-permeabilidade magnética <1 (subst. Diamagnéticas) - elétrons emparelhados 55 As flutuações de origem térmica tendem a desalinhar aleatoriamente estes domínios magnéticos, enfraquecendo a sua interação e, como tal os materiais ferromagnéticos só o são abaixo de uma determinada temperatura crítica designada por Temperatura de Curie. Existe um valor máximo de M, designado por magnetização de saturação 56 Ponto de Curie É a temperatura na qual os domínios magnéticos são destruídos. 57 Os principais materiais ferromagnéticos à temperatura ambiente com aplicações em engenharia são: •O Fe ( Tc = 1063 K) •O Co (Tc = 1390 K) •O Ni (Tc = 627 K) Os metais de transição Dy (Disprósio), Gd (Gadolínio), Tb (Térbio) e Ho (Hólmio) também são ferromagnéticos à temperatura ambiente. 58 Curvas de magnetização: histerese, materiais magneticamente duros e magneticamente macios Quanto maior é a área do ciclo de histerese de magnetização mais “duro magneticamente” é o material Hc: campo coercitivo Bs: campo remanescente 59 Curva de magnetização ou de histerese Indução residual (Br) - é a indução magnética que se conserva no corpo magnetizado, depois de anulada a intensidade do campo. É dada em Gauss Força coercitiva (Hc)- é a intensidade de campo que tem de ser aplicado para desmagnetizar. É dado em Oersted Material com elevado Hc = consome energia para alinhar os domínios magnéticos, de uma direção para outra. A quantidade de energia necessária para magnetizar é proporcional a área do ciclo de histerese. Permeabilidade Magnética (µ µ)- é a intensidade de magnetização. A intensidade de magnetização varia em função da intensidade do campo. ë característica do material µ= tg θ= B/H É dada em Gauss/Oersted 60 Aplicações Ímãs permanentes (materiais magneticamente duros) • campaínhas, • altofalantes, • relés, • rotores em motores elétricos, • etc. Transformadores: o material está sujeito a campos magnéticos e elétricos alternados: deve ser magneticamente macio. 61 Armazenamento de informação magnética. Os dois principais requisitos que um material deve ter para poder ser utilizado como “armazém” de informação magnética é ter um elevado Br e um pequeno Hc. Porquê? Para poder reter a magnetização quando o campo aplicado é retirado (elevado Br), e para poder ser magnetizado e desmagnetizado (limpo, reformatado) com facilidade (pequeno Hc). 62 Imagem por microscopia de força atômica de uma fita de cassete de vídeo (Cr2O4) A espessura dos domínios magnéticos é cerca de 400 nm, ou seja 4x10-7 m, ou seja 40 milhões de caracteres por metro... 63 Classificação das ligas magnéticas • A classificação é feita de acordo com a forma da curva de histerese. • O nome esta relacionado com as propriedades mecânicas/metalúrgicas da liga: • Ligas Magnéticas Duras • Ligas Magnéticas Macias 64 Ligas magnéticas duras - Se caracterizam pelo grande valor de Hc e alto Br - São ligas endurecidas com estruturas desequilibradas, dispersas - São utilizadas na fabricação de imãs permanentes 65 Ligas magnéticas macias - Apresentam Hc de baixo valor e pequenas perdas de histerese e baixo Br. - São ligas organizadas. Geralmente metais puros com boa qualidade estrutural. - São empregadas como ligas a serem submetidas à magnetização alternada (núcleos de transformadores) 66 Os materiais magneticamente macios São utilizados sobretudo em aplicações onde existam campos magnéticos alternados e as perdas de energia devem ser minimizadas. Os materiais magneticamente duros são utilizados em ímãs permanentes. 67 CURVA HISTERÉTICA PARA LIGAS MAG. DURAS E MACIAS 68 Papel dos elementos de liga • Aumentam a força coercitiva ou “dureza” magnética • Diminuem o tamanho de grão A formação de uma segunda fase, pela adição de elementos de liga (acima do limite de solubilidade), contribui para o aumento do Hc. Quanto mais elevada a dispersão da segunda fase maior o Hc. O endurecimento causado pela transformações de fase ou pela diminuição do tamanho de grão aumenta o Hc, porque evita a redistribuição ao acaso dos domínios magnéticos. 69 Campo Eletromagnético gerado por um toróide 70 71 Força Magneto-Motriz 72 Regra de Fleming para determinar a relação entre I, H e F 73 Regra de Ampère – Regra da Mão Direita Mão direita envolvendo o condutor com o polegar apontando para o sentido convencional da corrente elétrica, os demais dedos indicam o sentido das linhas de campo que envolvem o condutor. 74