A DISTRIBUIÇÃO DOS MINERAIS DE URÂNIO EM ROCHAS METASSEDIMENTARES DA ÁREA DO RIO CRISTALINO - SUL DO PARÁ Humberto Terrazas Salas Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN-CNEN/BH Caixa Postal 941 CEP. 30123-970, Belo Horizonte, Brasil RESUMO As rochas metassedimentares, mencionadas no presente trabalho, foram extraídas da unidade 2 ou provável formação Rio Fresco (Pré-Cambriano), uma das quatro unidades litoestratigráficas propostas por Andrade Et alii (1986). Através de estudos petrográficos e de outras técnicas de laboratório, foi possível demonstrar que os diversos tipos de rochas metassedimentares analisadas encontram-se, em sua maior parte, mineralizadas em uraninita (U2O), com pequena proporção de kasolita (PbO.UO3.SiO2.H2O) proveniente da alteração deste último mineral. As amostras apresentaram teores variáveis de U3O8, sendo que o teor mais elevado é de 6,60%. I. INTRODUÇÃO O projeto Rio Cristalino constitui um dos mais importantes trabalhos de prospecção geológica que foi desenvolvido em todo o Brasil, pela Nuclebrás, com a finalidade de pesquisar minerais radioativos. Sua área está situada no município de Santana do Araguaia no sul do Pará, sendo conduzida a prospecção pelo Escritório Regional de Goiânia da Superintendência Geral de Prospecção e Pesquisa Mineral dessa Empresa. As rochas metassedimentares mineralizadas em urânio mencionadas no presente trabalho pertencem às anomalias 03 e 06 e foram extraídas da Unidade 2 ou provável formação Rio Fresco, uma das quatro unidades litoestratigráficas propostas no trabalho “Ocorrência Uranífera na Área do Rio Cristalino - Sul do Pára” [1]. Através dos estudos petrográficos e de outras técnicas de laboratório, foi possível demonstrar que os diversos tipos de rochas metassedimentares analisadas encontram-se, em sua maior parte mineralizadas em uraninita (U2O). As amostras apresentam teores variáveis de U3O8, sendo que o teor mais elevado ocorre numa rocha classificada como meta-arenito - lítico feldspático (6,60%) e os mais baixos teores nos meta-wacke lítico feldspáticos (<0,01 a 3,24%). Além da presença expressiva de uraninita, que é o principal mineral de urânio, ainda foi detectada a kasolita (PbO.UO3.SiO2.H2O), um mineral proveniente de sua alteração e que ocorre, geralmente, em pequenas proporções. II. METODOLOGIA DE ESTUDOS Para a caracterização litológica e a determinação dos minerais de urânio das rochas metassedimentares, juntamente com os estudos petrográficos em lâmina delgada e seção polida, utilizou-se o suporte de outras análises e técnicas como: testes de autoradiografia, separações mineralógicas (bromofórmio e magnéticas) e análises feitas com o auxilio da difratometria de raios x e neutrons retardados. Na classificação das rochas e nos estudos de interpretação da distribuição do urânio, utilizou-se para os psamitos a classificação de Gilbert modificada e para os pelitos [2], as quais se baseiam, fundamentalmente, no conteúdo de matriz e no tamanho dos clastos que apresentam os diversos grupos de rochas sedimentares. Nos grupos litológicos analisados foram encontradas texturas relictas, parcialmente modificadas por metamorfismo de baixo grau e por tectônica. III. PETROGRAFIA DOS METASSEDIMENTOS Na Unidade [2] - que sugere sua correlação com a Formação Rio Fresco - foram desenvolvidos os estudos petrográficos do Projeto Rio Cristalino. Através de investigações determinou-se quais as rochas eram estéreis ou mineralizadas em uraninita. Dentro daquela Unidade foram definidos vários outros tipos litológicos [2]. A utilização específica dessa classificação de rochas sedimentares, aplicada no presente estudo de rochas metassedimentares, de fácies xistos verdes, só pode ser feita, uma vez que as mesmas ainda conservam suas texturas relíctas. Desta maneira pode-se classificar os três tipos litológicos seguintes, definidos principalmente de acordo com a forma de apresentação e composição de seus constituintes: meta-argilito - quartzoso lítico, meta- wackes - lítico feldspático e meta-arenito lítico feldspático. META-ARGILITO - QUARTZOSO LÍTICO Este tipo de rocha, macroscopicamente, apresenta-se com granulação fina a muito fina, com níveis intercalados, irregularmente definidos pela coloração cinza-claro e cinza-escuro, observando-se que os níveis mais escuros são de maior granulação. As formas com que os minerais se apresentam nesta amostra determinaram, na mesma, uma textura laminada. Os testes de autoradiografia, para minerais radioativos, foram negativos. Ao microscópio observou-se que sua textura é inequigranular (GBP-521 - Figs. 1 e 2) constituída predominantemente por sericita e quartzo de granulação fina a muito fina, com parte deste último mineral chegando a determinar pequenas lentes suborientadas. Estes dois minerais formam ainda uma matriz, que engloba, também, em menor proporção, fragmentos líticos quartzosos assim como escassos fragmentos feldspáticos (microclina e plagioclásio), angulosos a subangulosos, que se sobressaem por seu maior tamanho e distribuição irregular. Entre as características apresentadas macroscópicamente observa-se, que os níveis cinzaclaros são constituídos, em sua maior parte, por sericita e subordinado quartzo, preferencialmente com 0,23 a 0,45 mm. Nos níveis cinza-escuros, ocorre uma maior proporção de quartzo em relação à de sericita, formando o primeiro desses minerais, clastos de tamanho variáveis, que vão determinar, porém, uma maior porcentagem de fragmentos líticos - quartzosos, atingindo até 0,91 mm no maior tamanho. Estes fragmentos ainda possuem forte extinção ondulante, são suturados e freqüentemente têm inclusões aciculares de rutilo. Tanto os fragmentos quartzosos como os feldspáticos principalmente aqueles que são de maior tamanho e pouco alongados - tendem a se dispor perpendicularmente à suborientação preferencial da rocha. A sericita, mineral que define esta suborientação, ocasionalmente contem pequenas concentrações formadas por finíssimos grãos de material carbonoso e óxido de ferro, estes últimos em menor proporção. Figura 1 - GBP-521 (Luz Polarizada) (Q)quartzo, (S)sericita, (F )feldspato 0,910 mm 0,910 mm Figura 2 - GBP-521 (Luz Natural) (O)opacos (material carbonoso) META-WACKE - LÍTICO FELDSPÁTICO Nas amostras deste tipo litológico (GBP522, GBP-525, GBP-528 e GBP-530), foi possível observar-se que a composição mineralógica é sempre semelhante, apesar de haver variações quanto as suas proporções e texturas. As autoradiografias destas amostras foram sempre positivas. Estas texturas são do tipo inequigranular e, normalmente, sugerem uma suborientação definida, em parte pelos fragmentos líticos - quartzosos e feldspáticos, principalmente quando estes se apresentam com tendência ao alongamento. A matriz também contribui para esta suborientação preferencial, através da biotita, minerais opacos e concentrações quartzo- feldspáticas. Em geral os fragmentos encontram-se em maior proporção (GBP-525), sendo predominantemente aqueles líticos - quartzosos, com freqüentes inclusões aciculares de rutilo e extinção ondulante, também correm, mas de forma subordinada, fragmentos fedspáticos, constituídos principalmente por microclina pertítica e micropertítica , como os descritos no meta-argilito. A forma desses fragmentos é, em geral, angulosa a subangulosa, porém com o seu tamanho e distribuição apresentando algumas diferenças. O tamanho dos fragmentos predominantes, varia entre 0,13 e 0,73mm, notando-se que as menores variações e dimensões ocorrem na amostra GBP-525 (0,20 a 0,29 mm). Uma uniformidade de tamanho, com fragmentos de maior porte foi verificado na amostra GBP-528 (0,41 a 0,55 mm). As maiores variações e também os menores tamanhos foram encontrados nas amostras GBP-522 (0,13 a 0,58 mm) e GBP-530 (0,22 a 0,47 mm), onde os fragmentos medidos apresentam os maiores tamanhos (de 1,00 a 1,29 mm). A matriz dos wackes é constituída, em maior proporção, por quartzo e plagioclásio subordinado, com menor porcentagem de biotita e opaco. Os demais constituintes ocorrem de forma escassa a rara e o tamanho observado nos cristais da matriz foram, de uma forma geral, sempre menor do que 0,30 mm. As percentagens dos minerais na matriz e seus modos de ocorrência foram utilizados para definir as texturas das amostras. Assim, na amostra GBP-522 (Figs. 3 e 4), a matriz é formada predominantemente por quartzo e, em menor proporção , por feldspato, havendo ainda concentrações com a presença de biotita ou com maiores teores de opacos (uraninita e, em menor proporção, material carbonoso), que determinam a suborientação da amostra. Nestas concentrações é que se localizam, principalmente, as maiores quantidades de fragmentos. A amostra GBP-525, além de apresentar a matriz em menor percentagem (20 %), com relação a das demais amostras, é intersticial aos fragmentos, predominantemente quartzo - feldspáticos, com abundância de minerais opacos e menor proporção de biotita. Quando os minerais opacos encontram-se em maior concentração, nota-se que os mesmos outorga à rocha uma suborientação. As amostras GBP-522. 528 e 530, assemelham-se, principalmente, pelas proporções da matriz (40%) e, em parte, pela distribuição irregular de seus níveis de fragmentos. Na amostra GBP-528, estes níveis são mais freqüentes e, como conseqüência, apresentam uma maior concentração de opacos. Figura 3 - GBP-522 (Luz Polarizada) (Q)quartzo, (F)feldspato, (B)biotita Figura 4 - GBP-522 (Luz Natural) (O)opacos (uraninita e material carbonoso) 0,357 mm 0,357 mm META-ARENITO - LÍTICO FELSDSPÁTICO Este tipo litológico é representado somente pela amostra GBP-524 (Figura 5 e 6 ), constituída predominantemente por fragmentos líticos quartzosos e, subordinadamente, feldspáticos (microclina e plagioclásio). Suas características são semelhantes aquelas que ocorrem nos meta - arenitos e meta-wackes. A matriz encontra-se numa percentagem (8%) muito inferior e diferente daquelas dos wackes. Os testes de autoradiografia, para minerais de urânio , foram positivos. Os fragmentos observados nestas amostras são preferencialmente eqüigranulares (0,46 a 0,55 mm), têm formas angulosas a subangulosas e um alongamento que vão definir, em parte, a suborientação da amostra. Sua matriz, como já foi mencionado anteriormente, ocorre em menor proporção - ao contrário do que foi observado nos wackes - contendo porém minerais opacos (uraninita menor que 0,01 mm) principalmente, preenchendo os interstícios dos fragmentos líticos, associados, por sua vez, a escassos fragmentos quartzo - feldspáticos, biotita e demais minerais, já descritos na matriz das wackes (quartzo e feldspato ). Nas superfícies de alteração desta amostra e nas suas raras fraturas é que foi detectada a presença da kasolita. Figura 5 - GBP-524 (Luz Polarizada) (Q)quartzo, (F)feldspato, (B)biotita 0,910 mm 0,910 mm Figura 6 - GBP-524 (Luz Natural) (O)opacos (uraninita) IV. RESULTADOS OBTIDOS As autoradiografias indicaram não só a presença de um mineral radioativo, como as suas diferentes intensidades e orientação preferencial. Através das análises por espectrometria de energia de Raios X (Tabela 1), verificou-se ainda que suas amostras com maior concentração de U3O8, o teor de chumbo aumenta proporcionalmente. Os resultados petrográficos (Tabela 2), em parte confirmados pela difratometria de Raios X, mostraram que a presença de urânio deve ser atribuída predominantemente à uraninita (U2O) e, ocasionalmente, a um de seus produtos de alteração, a kasolita (PbO.UO3. SiO2.H2O). O chumbo foi correlacionado com a galena, o que sugere ser o mesmo um produto de desintegração da uraninita. Na amostra classificada como meta-arenito - lítico feldspático, verificou-se que o teor de U3O8 é, relativamente, menor em relação ao de Al2O3, porém é maior que os de Fe2O3, Na2O e K2O . Sua matriz apresenta, entretanto, abundante uraninita e uma menor proporção de biotita. No caso dos metawackes - líticos feldspáticos, além dos teores de U3O8 serem variáveis e menores que aqueles do metaarenito, observou-se que os teores de Al2O3 são sempre superiores, em parte, aos de Fe2O3, Na2O e K2O . Entre os óxidos maiores, verifica-se, além disso, no caso por exemplo do meta-argilito quartzoso lítico (GBP-521), que o Al2O3 pode ser atribuído principalmente a sericita, um mineral relativamente abundante nessa amostra. Os elevados teores de uraninita indicam a importância da mineralização dos metassedimentos, o que exigiu investigar os aspectos petrogenéticos e metamórficos que afetaram estas rochas. As amostras classificadas como metaargilito - quartzoso feldspático, cuja composição mineralógica indica uma origem principalmente argilo-silicosa com alguma contribuição de matéria orgânica, sugere que parte desta sílica era provavelmente de origem química, junto também com alguma contribuição clástica (quartzo feldspática). Nas amostras classificadas como metawackes - lítico feldspático, verificou-se que, de um modo geral, elas apresentam composição mineralógica semelhante entre si. Sob o ponto de vista textural, entretanto, elas são um pouco diferentes, havendo indicações de uma origem preferencialmente clástica - lítico - quartzosa e feldspática. Sua abundante matriz clástica de granulação fina, contem também quartzo - feldspato e uma discreta contribuição argilo-silicosa. Apenas na amostra GBP-521 sugere-se uma considerável associação com a matéria orgânica. A presença de concentrações irregulares de minerais opacos (uraninita), com proporções variáveis para cada amostra, sugere, por outro lado, a existência de uma solução metassomática, que foi depositada sob condições favoráveis. Para o meta-arenito - lítico feldspático, indica-se uma origem predominantemente sedimentar clástica, com muito retrabalhamento, conforme foi evidenciado na forma de seus fragmentos subangulosos a subarredondados, com tendência à uniformidade no tamanho dos grãos, como foi observado, preferencialmente, naqueles quartzosos. Sua matriz, originalmente pelítico argilosa, era escassa, porém com minerais opacos (uraninita) preenchendo, de forma abundante, interstícios intergranulares. Estes últimos encontram-se associados, em parte, à biotita, provavelmente um produto do metamorfismo de contato daquelas argilas. A cimentação do mineral opaco na amostra, deve ser atribuída a um processo de cimentação metassomática posterior a sedimentação. A composição mineralógica das rochas metassedimentares estudadas, mostrou que o metaargilito - quartzoso lítico (GBP-521) indica somente um processo metamórfico de fácies xistos verdes, provavelmente regional. No meta-arenito - lítico feldspático (GBP-521) e nos meta- wackes - lítico feldspáticos (GBP-522, 525, 528, e 530), tanto na primeira como na maior parte das outras amostras, mineralizadas em uraninita, observa-se também a existência de biotita, originária, provavelmente de um mineral de argila. Além do metamorfismo regional, evidenciado no meta-argilito, associado ao metamorfismo de contato que formou a biotita, sugere-se para estas amostras um evento metassomático como aquele que proporcionou a mineralização em uraninita. O melhor exemplo de condições e ambientes favoráveis para a mineralização de uraninita foi observado [3 e 4] no meta-arenito - lítico feldpático, onde se deu uma abundante cimentação dos interstícios de seus constituintes. Esta mineralização nos wackes é porém irregular, indicando que a mesma efetuou-se nos níveis ou concentrações de fragmentos quartzosos - feldspáticos, de forma local, quando as formas texturais são semelhantes aquelas do meta-arenito - lítico feldspático. TABELA 1. - Análises Quantitativas por Fluorescência de Raios X, Espectrometria de Energia de Raios X (U3O8 e PbO) e Combustão ( C e S ) Amostra Óxidos (%) SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO Na2O MgO K2O TiO2 U3O8 ThO2 PbO S C PF(*) GBP-521 63,0 18,6 0,45 0,10 5,23 0,57 4,62 0,47 0,01 <0,01 0,01 0,07 0,11 6,50 GBP-522 77,0 9,46 0,40 < 0,10 1,62 0,12 3,38 0,11 0,43 <0,01 0,16 0,10 0,08 6,40 GBP-524 74,0 9,45 0,32 < 0,10 0,31 0,10 2,63 0,08 6,60 <0,01 2,66 0,11 0,05 3,60 GBP-525 70,0 10,6 1,23 0,39 3,49 0,14 3,28 0,15 3,24 <0,01 0,95 0,43 0,06 5,20 GBP-528 74,0 10,8 1,29 < 0,10 1,07 0,30 3,45 0,28 <0,01 <0,01 1,82 0,50 0,01 3,00 GBP-530 76,0 11,4 1,30 < 0,50 2,82 0,41 3,45 0,16 <0,01 <0,01 0,14 0,50 0,02 2,00 Convenção: PF(*) = Perda ao fogo TABELA 2 - Composição Mineralógica das Amostras por Microscopia Ótica Amostra Minerais (%) Quartzo Microclina Plagioclásio Sericita “Matéria Carbonosa” Uraninita Leucoxênio “Óxido de Ferro Zirconita Biotita Apatita Kasolita Pirita Galena GBP-521 P m-t m-t P-m m GBP-522 P M-m M-m m GBP-524 P M-m M-m - GBP-525 P M-m M-m - GBP-528 P M-m M-m - GBP-530 P M-m M-m - m-t m t t m-t t t m-t t - m t t m-t t mt m-t m-t t t m-t t t t m-t t t t m-t t m-t t t m-t t t t t Convenção: P = maior que 50%, M = menor que 50% e maior que 10%, m = menor que 10% e t = menor que 1%. Amostras: GBP-521 - Meta-argilito-quartzoso lítico GBP-522 - Meta-wacke-lítico feldspático GBP-524 - Meta-arenito-lítico feldspático GBP-525 - Meta-wacke-lítico feldspático GBP-528 - Meta-wacke-lítico feldspático GBP-530 - Meta-wacke-lítico feldspático V. CONCLUSÕES Os resultados obtidos sugerem que a mineralização uranífera efetuou-se a partir de uma pré-concentração de rochas pertencentes possivelmente ao embasamento cristalino. Neste caso as rochas poderiam ser, preferencialmente, granitos férteis do complexo Xingu, com o urânio sendo ainda depositado, porém em baixos teores e associado as rochas que originalmente tinham abundante material carbonoso, como a amostra GBP521 (meta-argilito - quartzoso lítico). Admite-se, portanto, que uma remobilização desse urânio, deve ter ocorrido, através de metamorfismo de contato e metassomatismo, em ambientes semelhantes aos referidos no estudo da amostra GBP-524, classificada como meta-arenito - lítico feldspático, onde foram encontradas as maiores concentrações de uraninita. REFERÊNCIAS [1] Andrade, S. M.,. Ribeiro, E., Camarço, P. E. N., Puppin, C., Santos Filho, dos J. L., Ocorrência Uranífera na Área do Rio Cristalino, XXXIV Congresso Brasileiro de Geologia, Goiânia, p 17511757, 1986. [2] Rodrigo, L.A ., Coumes, F., Manual de Sedimentologia, Universidade Mayor de San Andres, La Paz, p 131-141, 1973. [3] Salas, H. T., Caracterização Petrográfica das Rochas Mineralizadas em Uraninita –Projeto Rio Cristalino - Goiás, Nota Técnica DETM - CN No 012/86, CDTN/Nuclebrás, Belo Horizonte (Relatório Inédito), p 60, 1986. [4] Salas, H. T. , Murta, R. L. L. Caracterização Litológica e Distribuição dos Minerais de Urânio nos Metassedimentos da Área do Projeto Rio Cristalino - Sul do Pará, XXXIV Congresso Brasileiro de Geologia, Goiânia (Resumo), p1, 1986. ABSTRACT This work presents the petrographic studies carried out to establish the lithologic characterization and uranium distribution in unit 2, which is probably the Rio Fresco formation (Lower Proterozoic), in the south of Pará State. This formation constitutes one of the four lithostratigraphic units proposed by Andrade et alii (1986). The uranium mineralization is predominantly in the form of uraninite (U2O) with subordinate kazolite (PbO.UO3.SiO2.H2O), which is a secondary alteration product of the former. Higher uranium values are present in some of the analysed samples, and in one in particular a uranium grade of 6,60 % was detected.