prótese dentária cleiton gaubi de campos a

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FACULDADE INGÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
MESTRADO PROFISSIONAL - PRÓTESE DENTÁRIA
CLEITON GAUBI DE CAMPOS
Avaliação Subjetiva Da Função Do Nervo Alveolar Inferior Após Cirurgia De
Lateralização
Subjective Assessment Of Inferior Alveolar Nerve Function After Surgery For Lateralization
MARINGÁ
2012
5
CLEITON GAUBI DE CAMPOS
Avaliação Subjetiva da Função do Nervo Alveolar Inferior após Cirurgia de
Lateralização
Subjective Assessment of Inferior Alveolar Nerve Function After Surgery For Lateralization
Orientador: Prof. Dr. Cléverson O. Silva
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado
Profissional da Faculdade Ingá, área de
concentração Prótese Dentária, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Odontologia
MARINGÁ
2012
6
CLEITON GAUBI DE CAMPOS
Avaliação Subjetiva da Função do Nervo Alveolar Inferior após Cirurgia de
Lateralização
Subjective Assessment of Inferior Alveolar Nerve Function After Surgery For Lateralization
Dissertação apresentada como exigência
parcial para obtenção do título de Mestre
à Comissão Julgadora da UNINGÀ Faculdade Ingá.
Aprovada em _______ / _________/ __________
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Cléverson O. Silva
Faculdade Ingá – UNINGÁ
______________________________________
Prof. Dr. Giovani de Oliveira Correa
Faculdade Ingá – UNINGÁ
_____________________________________
Prof. Dr. Sérgio Sábio
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
7
AGRADECIMENTOS
A minha namorada Dra. Ana Paula Piccoli que me ajudou muito e foi compreensiva.
A minha família, meu pai Clédio, minha mãe Evanice e meus irmãos Raquel e Cleber que
sempre me apoiam em tudo o que faço.
Aos meus pacientes, que souberam entender minhas ausências.
Aos colegas do Mestrado.
Aos Professores do Mestrado que com muita competência assumiram a turma e conduziram
de forma esplêndida.
Ao Professor Coordenador Dr. Fabiano Marson que permitiu a realização desse trabalho e
apoiou muito para o mesmo acontecer.
Ao Professor orientador Dr. Cléverson Silva que me incentivou e me auxiliou em todos os
momentos.
8
RESUMO
A lateralização do nervo alveolar inferior é uma opção de tratamento para mandíbulas
atróficas em que a reabilitação protética fica limitada pela reabsorção vertical na região
posterior que resulta na proximidade do canal mandibular a borda alveolar. Esta manobra
cirúrgica pode resultar em dormência e alteração sensorial ao longo do trajeto do nervo. O
objetivo deste estudo foi avaliar a função do nervo alveolar inferior após cirurgia de
lateralização, por meio de relato dos pacientes. Foram realizadas 20 cirurgias de lateralização
com instalação imediata de 52 implantes. A idade média dos pacientes foi de 49 anos, de
ambos os gêneros. Todos os pacientes foram operados pelo mesmo cirugião seguindo um
protocolo cirúrgico padronizado. Após 6 meses do procedimento os pacientes responderam a
um questionário sobre a presença de alteração sensorial após a cirurgia. Todos os indíviduos
relataram pertubação sensorial transitória inicial com relatos de melhora de uma semana até 6
meses. O caso mais rápido de melhora de sensibilidade foi de 3 dias. Ocorrendo em media de
45 dias melhora geral dos pacientes. Um caso não houve melhora por completo em 6 meses.
Conclui-se que a lateralização do nervo alveolar inferior pode ser segura e previsível
resultando em alteração sensorial mínima e reversível sem danos significativos ao paciente
desde que realizada com protocolo cirurgico padronizado.
Palavras-chave: Cirurgia bucal; Nervo alveolar inferior; Implantes dentários.
9
ABSTRACT
The lateralization of the inferior alveolar nerve is a treatment option for atrophic mandible in
which the prosthetic rehabilitation is limited by the vertical resorption which results in the
posterior region of the mandibular canal near the alveolar ridge. This surgical treatment can
result in numbness and sensory changes along the nerve pathway. The objective of this study
was to evaluate the function of the inferior alveolar nerve after lateralization surgery, through
reporting of patients. Twenty surgeries were performed with lateralization and immediate
installation of 52 implants. The average age of patients was 49 years, of both genders. All
patients were operated by the same surgeon following a standardized surgical protocol. After
6 months of the procedure, patients completed a questionnaire about the presence of sensory
abnormalities after surgery. All individuals reported transient initial sensory disturbance but
with improvement between one week and six months. The fastest improvement in sensitivity
was 3 days. The average overall improvement was 45 days. In one case there was no
improvement at all in six months. It is concluded that the lateralization of the inferior alveolar
nerve can be safely and predictably treatment with minimal and reversible sensory
abnormalities without significant damage to the patient if carried out with standardized
surgical protocol.
Keywords: Oral Surgery, inferior alveolar nerve, dental implants.
10
1 INTRODUÇÃO
A perda de elementos dentais na região posterior da mandíbula resulta em reabsorção
óssea vertical limitando a reabilitação ciúrgico-protética. Nas situações em que a perda óssea
é severa a instalação dos implantes convencionais fica impossibilitada. Nestes casos as opções
de reparação incluem o uso de dispositivos para distração osteogênica, enxertos ósseos,
regeneração óssea guiada e instalação de implantes lateralmente ao nervo. Outra alternativa é
a lateralização do nervo alveolar inferior (LNAI), movendo o nervo lateralmente do seu canal
ou a transposição do nervo alveolar inferior (FRIBERG et al., 1992; PROUSSAEFS, 2005;
CHIAPASCO; ROMEO, 2007; VASCONCELOS et al., 2008).
Com a perda dos dentes, o rebordo alveolar passa por um processo ininterrupto e
irreversível de reabsorção óssea na porção vertical. Essa perda de altura óssea ocorre devido à
perda dos elementos dentais e pressão do rebordo alveolar devido ao uso de próteses
removíveis. Desta forma, a reabsorção óssea da porção posterior da mandíbula normalmente
leva a um rebordo reduzido e, por consequência, a instalação de implantes nessas regiões se
torna um desafio (SILVA et al., 1999).
Diversas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas para reabilitação de mandíbulas
atróficas com a instalação de implantes osseointegrados (MISCH, 2008).
Os enxertos aposicionais necessitam de segundo sitio cirúrgico, tem imprevisível
reabsorção, riscos de infecção e dois tempos cirúrgicos, aumentando o tempo de tratamento
(ROSENQUIST, 1994; CHIAPASCO; ROMEO, 2007; MISCH, 2008).
A região posterior da mandíbula apresenta uma qualidade óssea inferior quando
comparada a região anterior e, nas situações em que são instalados implantes curtos visando
preservar o canal mandibular, a estabilidade inicial do implante será unicortical (RUDOLF et
al, 2007).
11
A quantidade de osso superior ao canal mandibular é muitas vezes insuficiente para a
colocação de implantes do comprimento desejável. Além disso, o osso que está presente
superiorimente ao canal mandibular é muitas vezes de qualidade inferior que o seu homólogo
cortical. Esses fatores e o maior índice de falhas associados aos implantes curtos, levaram ao
desenvolvimento de métodos de lateralização do nervo alveolar inferior (LNAI) permitindo a
colocação de implantes com maior comprimento
que envolvem a cortical
inferior da
mandíbula garantindo uma maior estabilidade inicial (KAN, et al., 1997).
Atualmente a técnica de lateralização do NAI tem se mostrado uma boa alternativa de
tratamento em casos de atrofia vertical (ALHASSANI; ALGHANDI, 2010).
A técnica de lateralização do NAI consiste na exposição do nervo e tração delicada do
mesmo para fora do canal mandibular desviando lateralmente seu trajeto e permitindo a
instalação dos implantes não havendo nenhuma interferência com o nervo incisivo. Esta
técnica apresenta baixa morbidade e proporciona resultados estáveis, possibilitando a fixação
dos implantes nas duas corticais aumentando a resistência às forças oclusais e garantindo uma
boa proporção entre o implante e a prótese (GARCIA JUNIOR et al, 2006). Já a transposição
do nervo envolve o forame mental e o nervo incisivo é seccionado. A transposição do NAI
resulta na perda da sensação do seu ramo terminal incisivo. Esta perda sensitiva é
insignificante em pessoas desdentadas na região anterior da mandíbula, mas pode causar
alguma perturbação de sensibilidade dentária e periodontal quando os dentes anteriores estão
presentes (RIGATO, 2000).
A maior dificuldade clínica associada à lateralização do NAI é a disfunção nervosa
temporária ou permanente, todos os pacientes submetidos a este procedimento cirúrgico
podem apresentar transtornos neurossensoriais que envolvem principalmente a parestesia (
LUNA et al, 2008).
12
A lateralização do NAI é considerada uma cirurgia de alto risco já que esta técnica
pode causar hipoestesia, parestesia ou perda total da sensibilidade da região. Desta forma, é
imprescindível que o profissional que executa esta manobra tenha domínio da técnica
operatória além de ter conhecimento anatômico da região a ser operada, assim como o trajeto
do canal mandibular e a fisiologia do feixe neurovascular (PELEG et al., 2002).
A literatura tem demonstrado a ocorrência de alterações sensoriais em testes objetivos
e subjetivos na maioria dos casos, mas há de se considerar que grande parte dos estudos foi
realizado utilizando amostra de diversos cirurgiões dificultando a padronização da técnica
cirúrgica já que não há como calibrar igualmente todos os profissionais quanto a manipulação
dos tecidos (NOCINI et al., 1999; PELEG et al., 2002; DI PILLO; RAPOPORT, 2009).
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar subjetivamente a função do
nervo alveolar inferior (NAI) após a cirurgia de lateralização com simultânea colocação de
implantes.
13
2 MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho teve sua metodologia submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa, sendo
aprovada sob o número CAAE 9106/1 – 2012.
O presente estudo retrospectivo baseou-se na avaliação pós-cirúrgica de 20 pacientes
submetidos à técnica de lateralização do nervo alveolar inferior. Os pacientes selecionados
para o devido estudo, apresentavam bom estado de saúde geral, não fumantes, normorreativos
e com atrofia óssea severa mandibular posterior que optaram por reabilitar com implantes
dentários.
Como critério de inclusão admitiu-se pacientes que foram submetidos a LNAI com
instalação imediata de implantes osseointegráveis e que tiveram acompanhamento até a
reabertura para cicatrizadores no período pós-cirúrgico de seis meses. Operados pelo mesmo
cirurgião, seguindo o mesmo protocolo cirúrgico, no período de janeiro de 2010 até abril de
2012.
Para exclusão foram considerados os pacientes que não haviam completado os seis
meses de pós-cirúrgico ou que não deram continuidade no tratamento.
Foram operados pacientes de ambos os sexos com idade média de 49 anos, variando
de 42 a 75 anos. Instalados imediatamente 52 implantes dentários (Tabela 1). Após 6 meses
do processo cirúrgico foi realizada a avaliação subjetiva através de um questionário. Nenhum
dos pacientes foi submetido à teste neurosensorial pré-operatório.
14
Tabela 1- Casuística dos implantes
Pacientes
Idade
Nº implantes instalados
Implantes perdidos
Caso 1
48
3
0
Caso 2
44
3
0
Caso 3
47
3
0
Caso 4
42
2
0
Caso 5
60
3
0
Caso 6
44
2
0
Caso 7
43
2
1
Caso 8
59
3
0
Caso 9
45
3
0
Caso 10
42
2
0
Caso 11
75
3
0
Caso 12
43
2
0
Caso 13
47
3
0
Caso 14
51
2
0
Caso 15
55
3
2
Caso 16
51
2
0
Caso 17
46
2
0
Caso 18
52
3
0
Caso 19
47
3
0
Caso 20
43
3
0
15
O protocolo cirúrgico foi precedido da avaliação da tomografia computadorizada cone
beam em que se estabeleceu a localização do NAI.
Foi prescrita medicação pré-operatória via oral: Amoxicilina 875mg e Nimesulida
100mg de 12/12hs iniciando na noite anterior à cirurgia. Dexametasona 4mg 1 hora antes e
sedação consciente com Midazolan 15 mg 15 minutos antes do procedimento.
16
2.1 Técnica cirúrgica
Bloqueio regional do nervo alveolar inferior (anestesia troncular), associado à
anestesia do nervo bucal e do plexo no fórnice vestibular. Foi utilizado anestésico de longa
duração, geralmente, articaína ou bupivacaína com vasoconstritor.
Considerando que esta intervenção sempre está associada à colocação de implantes,
foi realizada uma incisão na crista óssea, de espessura total, com extensão para posterior até o
início do ramo ascendente, permitindo ampla exposição do corpo da mandíbula, e
anteriormente além do forame mentoniano, com relaxantes na região de canino e região
retromolar.
Após o descolamento do tecido e exposição de todo corpo mandibular e forame
mentual foi feita a regularização da crista do rebordo com broca de tungstênio.
Posteriormente, a área da osteotomia foi demarcada com lápis para o preparo da janela óssea.
Com broca 702 para peça reta iniciou-se a osteotomia horizontal superior e medular, seguida
pela osteotomia vertical distal, vertical mesial e horizontal inferior (Figura 1). Para o
deslocamento do bloco foi utilizado cinzel com atenção para preservar o feixe vásculonervoso de qualquer lesão, posteriormente a medular foi removida com o auxílio de
descolador de Molt para promover a localização da cortical do canal mandibular em toda sua
extensão. Com cinzel superior e inferior ao nervo foi realizado o rompimento da cortical, em
seguida com descolador de Molt foi removida a cortical do canal (pela face vestibular do
canal, inferior ao canal e superior ao canal). Com instrumento em forma de gancho o nervo é
liberado em toda sua extensão e puxado para vestibular com leve movimento e passar a fita
para manter seu tracionamento delicado durante a instalação dos implantes. Após a instalação
17
dos implantes (Figura 2) a janela óssea foi preenchida com o osso triturado (próprio osso da
janela) iniciando-se o preenchimento no espaço entre os implantes e preenchendo toda a
janela óssea. Nos casos em que a quantidade de osso foi insuficiente foi utilizado Bio-Oss®
para complementar o tamponamento da fenestração. Sutura com pontos isolados em U e
contínuo em colchoeiro.
Figura 1 - Foto transcirúrgica, já tendo sido realizada a regularização da crista óssea,
marcação da posição dos implantes com ponta diamantada esférica e osteotomia da parede
vestibular.
18
Figura 2 - Implantes instalados após lateralização do nervo alveolar inferior e o mesmo
acomodado delicadamente na loja óssea.
No pós operatório o paciente recebeu prescrição de Amoxicilina 875mg de 12/12
horas durante 7 dias, Nimesulida 100mg de 12/12 horas durante 5 dias, Dipirona sódica
500mg de 6/6 horas ou no caso de dor persistente Tylex 30mg enquanto houver dor e
Citoneurin 5.000 UI 01 comprimido ao dia durante 60 dias. Foi orientado ao paciente não
utilizar a prótese durante todo o período pré-reabilitador.
19
2.2 Método de avaliação
Foi elaborado um questionário (tabela 2) abordando as possíveis alterações
decorrentes da cirurgia e a satisfação do paciente quanto ao procedimento.
A abertura dos implantes foi realizada 6 meses após o procedimento cirúrgico.
Momento em que o questionário foi entregue ao paciente para mensuração das sequelas pósoperatórias.
Foi realizada uma análise descritiva dos dados.
20
Tabela 2- questionário de avaliação
PESQUISA PARESTESIA
Gênero: ___
Data de Nascimento: _____/_____/_____
cirurgia Sim ( )
Não ( )
Sim ( )
Não ( )
Hoje ainda sente amortecido?
Sim ( )
Não ( )
Houve alguma melhora desde o ocorrido?
Sim ( )
Não ( )
A falta de sensibilidade é acompanhada de sensação de Sim ( )
Não ( )
Teve
perda
de
sensibilidade
após
a
lateralização?
Decorrente de ato cirúrgico?
Qual a região afetada?
Quanto tempo durou?
dor?
Há alteração do paladar?
Sim ( )
Não ( )
Atrapalha o seu cotidiano?
Sim ( )
Não ( )
Atrapalha o seu convívio social?
Sim ( )
Não ( )
Você se machuca devido a perda de sensibilidade?
Sim ( )
Não ( )
Indicaria a técnica de Lateralização para outros?
Sim ( )
Não ( )
Faria novamente o procedimento?
Sim ( )
Não ( )
21
Quantos implantes foram instalados?
Perdeu algum implante?
Sim (
) Não ( )
Quantos
Estado do paciente:_____/_____/_____
Observações:
22
3 RESULTADOS
Todos pacientes relataram alteração sensorial inicial decorrente do ato cirúrgico, em
região mentoniana.
O caso mais rápido de melhora de sensibilidade foi de 3 dias. Sendo que em média a
melhora geral demorou cerca de 45 dias pós-operatórios.
Dos vinte pacientes, apenas uma paciente do gênero feminino com idade de 42 anos
relatou ainda ter mudanças no quadro neurossensorial, ora sentindo a região do lábio ora
deixando de senti-la. Ainda relata uma melhora gradativa da sensibilidade e que mesmo que
não retorne pra normalidade indicaria a técnica.
Nenhum paciente relatou qualquer interferência no dia-a-dia com suas atividades e
convivio social.
Nenhum paciente relatou irritabilidade, mordidas no lábio, dor e redução da salivação.
No total, 52 implantes foram instalados, sendo que em 3 destes não ocorreu
osseointegração, tendo que ser trocados.
Todos pacientes responderam que realizariam novamente a técnica e indicariam esse
tratamento.
23
Tabela 3 – Descrição dos resultados
Alteração
sensorial
inicial
Machucouse devido
LNAI
Tempo de
parestesia
(dias)
Alteraçao
do cotidiano
ou convivio
social
Indicaria a
tecnica ou
faria o
procedimento
novamente
Caso 1
SIM
NÃO
45
NÃO
SIM
Caso 2
SIM
NÃO
20
NÃO
SIM
Caso 3
SIM
NÃO
34
NÃO
SIM
Caso 4
SIM
NÃO
180
NÃO
SIM
Caso 5
SIM
NÃO
90
NÃO
SIM
Caso 6
SIM
NÃO
21
NÃO
SIM
Caso 7
SIM
NÃO
60
NÃO
SIM
Caso 8
SIM
NÃO
45
NÃO
SIM
Caso 9
SIM
NÃO
30
NÃO
SIM
Caso 10
SIM
NÃO
3
NÃO
SIM
Caso 11
SIM
NÃO
30
NÃO
SIM
Caso 12
SIM
NÃO
90
NÃO
SIM
Caso 13
SIM
NÃO
60
NÃO
SIM
Caso 14
SIM
NÃO
30
NÃO
SIM
Caso 15
SIM
NÃO
45
NÃO
SIM
Caso 16
SIM
NÃO
15
NÃO
SIM
Caso 17
SIM
NÃO
45
NÃO
SIM
Caso 18
SIM
NÃO
15
NÃO
SIM
Caso 19
SIM
NÃO
7
NÃO
SIM
Caso 20
SIM
NÃO
60
NÃO
SIM
24
4 DISCUSSÃO
Os avanços na área da Odontologia tornaram o uso de implantes osseointegráveis um
método consagrado de reabilitar estética e funcionalmente pacientes acometidos pela perda de
elementos dentários.
A região posterior da mandíbula tem as piores taxas de sucesso na implantodontia.
Normalmente pela desfavorável proporção implante x prótese, pela ancoragem unicortical do
implante ou pela baixa qualidade óssea (KAN, et al., 1997; SILVA et al., 1999;
PROUSSAEFS, 2005; RUDOLF, et al., 2007; LUNA et al., 2008).
O sucesso dos implantes na literatura baseia-se em estudos longitudinais. Entretanto,
devido a natureza retrospectiva deste trabalho e a prioridade em relação a parestesia realizouse a análise do sucesso primário dos implantes. No presente estudo houve uma taxa de
sucesso de 94%, semelhante a implantes convencionais e maior do que em áreas de enxertos
aposicionais ( JONES et al., 1999; AGHALOO; MOY, 2007; FRIBERG et al., 2008)
Entre as alternativas para mandíbulas atróficas, indica-se enxerto ósseo de aposição
vertical, regeneração óssea guiada vertical, distração osteogênica, osteotomia horizontal com
enxerto de interposiçao, instalação de implantes lateralmente ao nervo e transposição ou
lateralização do nervo alveolar inferior
(FRIBERG et al., 1992; PROUSSAEFS, 2005;
CHIAPASCO; ROMEO, 2007; VASCONCELOS et al., 2008).
Quando comparadas as técnicas em relaçao a LNAI, as mesmas apresentam como
desvantagens a necessidade de segundo tempo operatório para colocação de implantes, área
doadora para coleta óssea, risco de reabsorção, maior risco de deiscência com exposição e
infecção, necessidade de mínimo de 5 mm de distância entre a crista óssea e o NAI (GARCIA
JUNIOR et al, 2006; CHIAPASCO; ROMEO, 2008).
Esta manobra cirúrgica envolve alteração sensorial no nervo, transitória ou não e em
maior ou menor grau em todos os pacientes submetidos à lateralização do NAI. (FRIBERG et
25
al., 1992; ROSENQUIST, 1994; NOCINI et al., 1999; SILVA et al., 1999; RIGATO, 2000;
MORRISON et al., 2002; PELEG et al., 2002; PROUSSAEFS, 2005; GARCIA JUNIOIR et
al., 2006; CHIAPASCO e ROMEO, 2007; LUNA et al., 2008; MISCH, 2008;
YOSHIMOTO², 2008; VASCONCELOS, et al., 2008; DI PILLO; RAPOPORT, 2009), o qual
condiz com resultados encontrados nesse estudo.
Entretanto, assim como demonstrado pela literatura, desde que o paciente esteja bem
consciente das sequelas oriundas desta técnica não haverá insatisfação dos mesmos
(FRIBERG et al., 1992; VASCONCELOS et al., 2008).
A manipulação do NAI para instalação de implantes osseointegrados pode ser
executada por duas técnicas, lateralização do NAI (sem envolvimento do forame mentual) e
transposição do NAI (com envolvimento do forame mentual). Entretanto a técnica de
lateralização tem se mostrado mais conservadora e com menor grau de sequelas no plexo
nervoso (JENSEN; NOCK, 1987; KAN et al., 1997).
O presente estudo foi baseado na execução da técnica de lateralização, ou seja, sem o
envolvimento do forame mentual e sem a utilização de membrana entre o implante e o nervo,
a mesma primeiramente preconizada por Jensen e Nock, em 1987.
A literatura revela que não há consenso quanto a utilização de barreira como forma de
proteção ao nervo para evitar lesões sensoriais (JENSEN; NOCK, 1987, ROSENQUIST,
1994, TOLEDO FILHO et al., 2005).
A cirurgia de lateralização do NAI pode ser realizada em ambiente ambulatorial, com
anestesia local e sedação consciente (JENSEN; NOCK, 1987; PELEG et al., 2002;
CHIAPASCO; ROMEU, 2007). Entretanto, há também a indicação de execução desta
cirurgia com paciente sob anestesia geral (MORRISON et al., 2002; CHIAPASCO; ROMEU,
2007). Embora alguns autores considerem a necessidade de anestesia geral para realização
desta técnica, a colocação dos implantes é mais fácil com anestesia local.
26
A técnica de lateralização do NAI permite a instalação de implantes com comprimento
mais favorável nos casos em que a reabsorção da porção posterior da mandíbula indicaria a
inserção de implantes curtos conferindo a reabilitação maior longevidade (YOSHIMOTO², et
al., 1999; BLOCK; ACHONG, 2006; CHIAPASCO ; ROMEO, 2007; MISCH, 2008).
Embora existam vários tipos de tratamento para auxiliar na recuperação do NAI, no
presente estudo os pacientes não fizeram nenhuma outra terapia para acelerar a recuperação
neurossensorial, somente uso de Citoneurin 5000 UI uma vez ao dia, durante 60 dias. Alguns
autores utilizaram laserterapia como adjuvante na recuperação neurossensorial, mas não foi
encontrada diferença no tempo de melhora neurossensorial comparado ao presente estudo
(OZEN et al. 2006; YOSHIMOTO¹ et al., 2008).
Independente da técnica utilizada, o mais importante é a indicação correta para o caso
em questão, levando em consideração a anatomia e a localização do defeito, a condição
sistêmica do paciente e, finalmente, os custos e os benefícios para obtenção dos objetivos
estéticos e funcional para o local, devolvendo qualidade de vida aos pacientes
(ROSENQUIST, 1994).
Neste estudo, 95% dos casos houve recuperação das funções sensoriais em 6 meses, o
qual corrobora com resultados existentes na literatura (FRIBERG et al., 1992;
ROSENQUIST, 1994; NOCINI et al., 1999; SILVA et al., 1999; RIGATO, 2000;
MORRISON et al., 2002; PELEG et al., 2002; PROUSSAEFS, 2005; GARCIA JUNIOIR, et
al., 2006; LUNA et al., 2008; YOSHIMOTO² et al., 2008; VASCONCELOS et al., 2008; DI
PILLO; RAPOPORT, 2009).
27
5 CONCLUSÃO
A lateralização NAI é um complemento útil para a reabilitação da mandibula atrófica
posterior, preservando os remanecentes anteriores.
O risco de disfunção permanente do nervo mentual parece pequena. Todos os
pacientes tiveram a reparação sem complicações.
28
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