mal de alzheimer e a atuação fisioterapêutica

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MAL DE ALZHEIMER E A ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
GT 4 – PRÁTICAS INVESTIGATIVAS
Gerlania Mª Silva de Mendonça*
Marilene Batista da Cruz Nascimento **
RESUMO
A doença de Alzheimer é uma demência crônica degenerativa que incide em pessoas idosas,
onde afeta a substância cerebral e é caracterizada pela perda da função cognitiva assim como
distúrbios afetivos e comportamentais. Dentro desse contexto, o presente artigo tem como
objetivos identificar as causas da doença descrevendo suas características, identificar quais as
formas de tratamento da doença e como a fisioterapia contribui no tratamento. Os
procedimentos metodológicos estão baseados na busca de artigos científicos através das bases
de dados do Scielo; Google Scholar; Google Acadêmico. Dentre os artigos provenientes da
pesquisa incluem-se artigos de 1997 até 2011, sendo artigos de revisão de literatura e artigos
de estudos de casos. Foram pesquisados 20 artigos, analisados 17 e utilizados 14. Realizada a
pesquisa, pode-se responder aos questionamentos e atender aos objetivos do artigo, onde o
tratamento fisioterapêutico é enfatizado, assim, como as técnicas e métodos utilizados para
tratar a doença.
PALAVRAS-CHAVE: Doença de Alzheimer; Tratamento fisioterapêutico; Método kabat.
ABSTRACT
The illness of Alzheimer is a degenerative chronic dementia that happens in aged people,
where affects the cerebral substance and is characterized by the loss of the cognitiva function
as well as affective and mannering riots. Inside of this context, the present article has as
objective to identify to the causes of the illness describing its characteristics, to identify to
which the forms of treatment of the illness and as the fisioterapia contributes in the treatment.
The metodológicos procedures are based on the scientific article search through the databases
of the Scielo; Google Scholar; Academic Google. Amongst articles proceeding from the
research 1997 articles are included up to 2011, being articles of literature revision and articles
of studies of cases. 20 articles, analyzed 17 had been searched and used 14. Carried through
the research, it can be answered to the questionings and be taken care of to the objectives of
the article, where the fisioterapêutico treatment is emphasized, thus, as the used techniques
and methods to treat the illness.
KEYWORDS: Illness of Alzheimer; Fisioterapêutico treatment; Method kabat.
*Graduando do Curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes. E-mail: [email protected]
** Mestranda em Educação pela Unit, especialista em Psicopedagogia Institucional/FANESE e licenciada em
Pedagogia/Faculdade Pio X. Docente de Práticas Investigativas da Unit. Membro dos Grupos de Pesquisa
EDUCON/UFS e GPGFOP/Unit; e-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
O presente estudo faz uma abordagem acerca da doença alzheimer enquanto
patologia, devendo ser acompanhada por orientações de profissionais como psiquiatra e
fisioterapeuta, enfatizando o tratamento fisioterapêutico. Tendo em vista que o mal de
Alzheimer é um tipo de demência conhecido grosseiramente por “esclerose” ou caduquice, e é
a demência mais conhecida atualmente, sabe-se ainda que é uma doença crônica e progressiva
que interfere diretamente na vida do indivíduo, na qual não existe cura mas sim tratamento.
A demência é um termo utilizado para denominar uma série de sintomas que são
encontrados em pessoas com doenças cerebrais que destroem e perde as células cerebrais.
Essa perda de células é um processo natural, mas em casos de pacientes com demência ela
ocorre numa freqüência maior causando um funcionamento anormal do cérebro, essa perda
exagerada e anormal das células do cérebro provoca o surgimento de doenças degenerativas
do cérebro. Existem as demências que não são à nível degenerativo, podendo melhorar ou
estabilizar o nível de demência, mas na maioria dos casos são incuráveis podendo levar a
morte, não apenas pela doença em si, mas principalmente por “complicações” favorecidas
pela doença (como pneumonia), complicações secundárias provocam mais mortes do que a
demência propriamente dita.
A doença de Alzheimer não é curável e nem reversível, porém existem maneiras
de amenizar o sofrimento do paciente e retardar a progressão da doença, isso é possível com
tratamentos que aliviam os sintomas e ajudam os familiares desse paciente a cuidar do
mesmo. A doença atinge cerca de 10% a 20% de pessoas que estão na 3º idade (60 anos), e é a
quarta causa de morte nos Estados Unidos, aqui no Brasil ela atinge cerca de 1 milhão de
pessoas e nos Estados Unidos existem cerca de 4 milhões de pacientes (RIBEIRO, 2008).
Sabido que não existe uma cura para essa doença, é necessário que os familiares
do paciente procurem auxílio profissional para ajudá-los orientando nos devidos cuidados e
precauções, e também tratar a doença evitando assim uma rápida progressão da doença. O
fisioterapeuta está apto a tratar esse tipo de paciente e concede-lo uma melhor qualidade de
vida, aliviando os sintomas, ajudando a manter o quadro clínico o mais estático possível (já
que não existe regressão da doença), e assim evitando a invalidez total do paciente.
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Dentro desse contexto questiona-se: Quais as causas da doença? Quais as
características gerais da doença? Como é feito o diagnóstico e qual o tratamento da doença
enfatizando a fisioterapia?
Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivos: a) Identificar as causas da
doença; b) descrever as características gerais da doença de Alzheimer; c) Identificar quais as
formas de tratamento da doença e como a fisioterapia contribui no tratamento e na
manutenção da saúde desses pacientes.
Justifica-se pesquisa á prática da investigação cientifica e á relação teoria- prática.
O tema proposto faz uma abordagem sobre a doença de Alzheimer destacando o papel do
fisioterapeuta e a importância do mesmo para a manutenção da saúde desses pacientes, assim
como as técnicas utilizadas pelo mesmo na intenção de amenizar a invalidez do paciente.
Os procedimentos metodológicos estão baseados na busca de artigos científicos
através das bases de dados do Scielo; Google Scholar; Google Acadêmico. Dentre os artigos
provenientes da pesquisa inclui-se artigos de até 2005, sendo artigos de revisão de literatura e
artigos de estudos de casos. Foram pesquisados 20 artigos, analisados 17 e utilizados 14. As
palavras-chaves utilizadas para a busca foram: Doença de Alzheimer; Tratamento
fisioterapeutico, Hidroterapia; Cinésioterapia; Método Kabat.
HISTÓRICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER
A doença de Alzheimer consiste numa demência, onde ocorre uma degeneração
do cérebro atingindo as células de forma lenta e progressiva. Em 1906, o psiquiatra e
neuropatologista alemão Aloïs Alzheimer descreveu os sintomas e os efeitos neuropatológicos
da doença de Alzheimer, por esse motivo a doença chama-se Alzheimer.
Alois Alzheimer nasceu em junho de 1864, em Marktbreit (pequena aldeia na
Alemanha), e vivei entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX. Estudou
medicina nas Universidades de Berlim, Tübingen e Wurzberg, e em 1888 Alois Alzheimer se
dedicou ao estudo de doenças mentais, começou sua carreira residindo na área de saúde
mental no Hospital para doentes mentais e epiléticos, Frankfurt. O seu objetivo de estudo não
tinha foco nas demências degenerativas e vasculares, seus estudos abrangiam também as
doenças de psicose, epilepsia e outras. Seu interesse por neuropatologia especificamente em
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demências foi compartilhado com seu colega Franz Nissl, que forneceu a Alois Alzheimer
novas tecnologias para o estudo histológico dos transtornos nervosos (MAURER et al, 1997).
No ano de 1901, Auguste D deu entrada no Hospital Frankfurt e foi examinada
por Alois Alzheimer, onde ele pode perceber diversos sintomas de uma demência como
dificuldade de memória, alucinações, desorientação, mudanças de comportamento, entre
outros sintomas. Em 1903, Alois deixou o Hospital de Frankfurt e foi transferido para “Royal
Psychiatric Clinic” onde continuou acompanhando o caso de Auguste D’s até a sua morte em
8 de abriu de 1906, e assim Alois começou a estudar a doença de Auguste D. e suas
características neuropatológicas (MAURER et al, 1997).
Apenas após a morte de Auguste D. Alois Alzheimer pediu os registros e o
cérebro dela para estudo, publicou o artigo em 1907 “A characteristic serious disease of the cerebral
córtex”,
onde ele apresenta achados clínicos de Auguste D., que foi tratada por ele aos 51 anos
por apresentar sintomas de delírio (ciúmes excessivos) para com o marido, em seguida
sugiram outros sintomas como desorientação de espaço e tempo, alterações na memória e
também na linguagem, e esses sintomas pioravam progressivamente.
O epônimo “Doença de Alzheimer” só começou a ser utilizado para os casos de
demência após o professor de Psiquiatria alemão E. Kraepelin fazer pela primeira vez menção
a esta doença em uma palestra na “Conference of South-West German Psychiatrists” em
Tübingen (MAURER et al, 1997).
A DOENÇA
O mal de Alzheimer é sem dúvida o tipo de demência mais freqüente em idosos,
apresentada de maneira idêntica a uma demência de senil, no caso da Auguste D., que foi
examinada por Aluis Alzheimer, apresentou uma demência pré-senil pois a paciente tinha
menos de 65 anos, sedo que os sintomas da doença começam a aparecer após os 65 anos
(CARVALHO et al., 2008).
As alterações causadas pelas placas de senil e emaranhados de neurofilamentos
começam no córtex cerebral e, posteriormente, atinge uma estrutura a qual é responsável pela
memória, o hipocampo. Sabido que a doença acomete esta região, suas células se degeneram
sendo essa a causa da perca da memória. O córtex, podendo também ser acometido pela
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doença, é responsável pela linguagem e pela razão, o acometimento dessa área provocará no
paciente uma deficiência de suas funções deixando a linguagem confusa e a razão perturbada.
Essa falha no intelecto causada por danos em áreas específicas no cérebro podem levar o
indivíduo a incapacidade total (SHIMODA et al., 2007).
A relação da causa dessa doença com os sintomas que ela apresenta é bastante
intima, pois o paciente apresenta memória confusa, problemas comportamentais, mudanças de
personalidade, dificuldades na linguagem, razão perturbada, e muitos outros sintomas que só
serão desencadeados com uma falha nas estruturas responsáveis por tais funções, isso ocorre
com a degeneração dessas áreas, o que é uma característica dessa doença podendo assim levar
esse paciente a dependência total de seus parentescos por não conseguir desempenhar de
forma adequada essas funções.
A partir dos 70 anos a doença se transforma de uma raridade para uma das mais
freqüentes demências e que tem causado preocupações na população. A prevalência desta
aumenta progressivamente com a idade, e por causa do envelhecimento populacional (que
antes era caso de países desenvolvidos e agora está generalizando-se) aumenta o risco dessas
doenças degenerativas em todo o mundo, transformando o envelhecimento em uma ameaça de
epidemia (SHIMODA et al., 2007).
O alto índice de envelhecimento populacional é explicado pelo avanço
tecnológico, onde as doenças fatais e a taxa de natalidade puderam ser controladas pela
tecnologia, provocando consequentemente um envelhecimento da população e aumentando
assim o numero de risco da doença de alzheimer (CRUZ et al, 2004).
Sem dúvidas as técnicas desenvolvidas no mundo atual tem sido o principal
motivo do envelhecimento populacional, assim como as descobertas científicas a tecnologia é
a responsável pela diminuição da natalidade e o controle de doenças fatais, onde modos de
cura, profilaxia, prevenções e outros meios de controle populacional vem se mantendo até a
atualidade, e assim se explica o envelhecimento da população.
Dados do Ministério da Saúde indicam o acelerado crescimento da
população idosa no Brasil. Verificou-se que no ano de 1971 a proporção de
idosos era de 7,3%, chegando a 9,1% no ano de 2006. Também, nota-se
nesse período maior proporção de idosos nas regiões Sul (10,4 %) e Sudeste
(10,3%), diferentemente das regiões Norte (5,6%), Nordeste (8,0%) e
Centro-Oeste (7,4%). (DOMINGUES et al, 2009, p. 162).
A doença se subdivide em três estágios: inicial, intermediário e grave ou final. Na
fase inicial o paciente apresenta distração, dificuldades de lembrar nomes e palavras simples,
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esquecimento crescente que geralmente é de lembranças recentes, dificuldade para aprender
novas informações, desorientação em ambientes familiares, lapsos pequenos onde não
característicos de julgamentos e comportamento, redução das atividades dentro e fora de casa.
Nessa fase os sintomas são bastante imperceptíveis, podendo não ser considerado pelos
familiares como uma demência, é aceito como sintomas comuns ao envelhecimento
(BORGES, 2011).
Na fase intermediária ocorre uma perda marcante de memória e da atividade
cognitiva, ocorre uma deterioração das habilidades verbais diminuindo o conteúdo e a
variação da fala, e apresenta mais alterações de comportamento: frustração, impaciência,
inquietação, agressão verbal, também são comuns alucinações e delírios. Nessa fase o
indivíduo torna-se incapaz de ter uma vida social autônoma passando assim a depender dos
cuidados de seus familiares ou responsáveis, possui uma tendência à fugir ou até mesmo
perambular pela casa, e nessa fase também se inicia a perda do controle da bexiga (BORGES,
2011).
O ultimo estágio é o grave ou final, nessa fase a fala torna-se monossilábica
progredindo para a perda total da fala, os delírios continuam sendo mais constantes,
transtornos emocionais, transtornos emocionais e de comportamentos, perda do controle da
bexiga e do intestino, piora da marcha levando o paciente a ficar mais assentado ou no leito,
enrijecimento das articulações, dificuldades para engolir alimentos e evolui para o uso de
sondas. As pessoas que cuidam de pacientes com doença de Alzheimer são em sua maioria
parentes ou pessoas próximas, e o fato de a doença apresentar sintomas conforme o avanço do
quadro clínico faz com que as pessoas que convivem com esse paciente tenha dificuldade em
diagnosticar a doença.
Apesar das limitações referidas, os cuidadores são na sua maioria familiares
próximos (cônjuges ou filhos) dos doentes, conhecedores da sua
personalidade e nível de funcionamento pré-mórbidos e por isso bem
posicionados para fornecer dados sobre o processo demencial. Está também
provado que em doentes com compromisso de memória a percepção dos
cuidadores sobre os déficits cognitivos foi preditiva do desenvolvimento de
DA num período de dois anos. (CRUZ et al, 2004, p. 437).
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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Referente ao diagnóstico, não existe um teste específico que comprove
definitivamente a presença ou ausência da doença, isso só é permitido apartir de um processo
eliminatório de demências feito com base no exame de sangue fazendo um teste ao marcador
para o gene que se encontra no cromossomo 19, e é nele que é produzida a proteína
apolipoproteina E (ApoE4). Esse teste não é confiável para o diagnóstico, pois ele apenas
indica uma possibilidade que o indivíduo tem de desenvolver a doença (RIBEIRO, 2008).
Para se obter resultados com precisão é necessário um exame do tecido cerebral
obtido por biópsia ou necropsia. Neste caso o resultado deriva de uma exclusão de demência
que é feita apartir de outros exames como exames de sangue (hipotireoidismo, deficiência de
vitamina b), tomografia ou ressonância (múltiplos infartos, hidrocefalia) e outros exames, e
então, após os resultados desses exames é realizado um processo eliminatório de demências
até concluir a presença da doença de Alzheimer. O histórico da demência também ajuda no
diagnóstico como, por exemplo, saber se o paciente apresenta depressão, perda de memória
associada a idade ou outros sintomas característicos da doença (RIBEIRO, 2008).
O tratamento é feito por diferentes profissionais da área da saúde e acompanhado
com medicamentos com indicação médica. Não existe tratamento preventivo, nem paliativo
ou curativo da doença de Alzheimer, mas muito se pode fazer por esses pacientes para que
possam usufruir de uma melhor qualidade de vida. A doença de Alzheimer necessita de uma
reabilitação global, o que exige uma equipe multidisciplinar em seu tratamento, e nessa
equipe o fisioterapeuta tem um papel importantíssimo já que o mesmo tenta proporcionar ao
paciente tanto uma reabilitação motora quanto o retorno às relações pessoais e interpessoais, e
tentando tornar possível a independência do paciente nas realizações de suas tarefas diárias
(CARVALHO et al., 2008).
O fisioterapeuta trata o paciente com o objetivo de prevenir contraturas
articulares, atrofias, encurtamento muscular, manutenção da massa muscular, mobilização das
secreções pulmonares, visando um prolongamento do tempo de independência do paciente
(CARVALHO et al., 2008).
A avaliação fisioterapeutica dependerá do comportamento do paciente,
considerando as fazes da doença. No princípio da doença os itens avaliados serão amplitude
articular, força muscular, alterações posturais e capacidade pulmonar. Elementos como
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coordenação motora, equilíbrio, autopercepção, marcha, habilidade, imagem corporal e as
funções a qual o indivíduo exerce durante a vida diária deve ser valorizada e avaliada de
maneira mais cautelosa. Nas fases mais tardias por conta do comprometimento físico ser bem
maior a avaliação de mobilidade é feita com movimentos passivos, nessa fase a avaliação
pulmonar torna-se mais críticas (CARVALHO et al., 2008).
Existem técnicas na fisioterapia que participam do tratamento dessa doença. A
cinésioterapia é utilizada com o intuito de manter ou até mesmo melhorar a amplitude de
movimento e manter a massa muscular ou melhorar a força muscular do indivíduo
(CARVALHO et al., 2008).
A cinésioterapia tem como objetivo manter, corrigir e/ou recuperar dos
movimentos, tendo efeitos de melhoria da força, resistência, flexibilidade, relaxamento,
coordenação motora, e alcança seus objetivos apartir de técnicas baseadas em anatomia,
fisiologia e biomecânica (GUIMARÃE; CRUZ, 2003).
Segundo Guimarães e Cruz (2003, p. 2) “A cinesioterapia é o uso do movimento ou
exercício como forma de tratamento, o recurso se autodenomina, cinesio significa movimento”.
Sabido que a cinésioterapia é a terapia pelo movimento, conclui-se que as técnicas de
cinésioterapia busca conceder ao paciente um trabalho de manutenção, cura e até mesmo
prevenção de forma mais eficaz e melhorada. Na doença de alzheimer a cura e a prevenção
não é possível, mas a manutenção da qualidade de vida pode ser obtida com a cinésioterapia.
O programa de exercícios para cada paciente é determinado de acordo com
suas necessidades e baseia-se na avaliação da incapacidade do paciente. A
modalidade, freqüência e duração do tratamento cinesioterapêutico são
determinados frente à história clínica e exame físico do paciente, sendo que
este inclui a inspeção, palpação, mensuração, avaliação dos reflexos, testes
especiais, teste de força muscular e de amplitude articular de movimento
(apud GUIMARÃES; CRUZ, 2003, p. 3).
Todos esses recursos são utilizados em processos de reabilitação, e essa
reabilitação é conseguida de forma rápida e eficaz graças as propriedades físicas da água
(densidade relativa, força de empuxo, tensão superficial, pressão hidrostática), onde os
exercícios são realizados com sobrecarga natural, fortalecendo a musculatura da respiração,
estimulando a circulação periférica, e contando com o efeito massageador contido na água (R
BIASOLI, 2006).
A hidroterapia e a cinésioterapia associada no padrão respiratório são essenciais
para a manutenção da musculatura, coordenação motora, equilíbrio, melhor amplitude de
movimento, entre outros benefícios alcançados por estes tipos de recursos fisioterapeutico.
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Caminhadas diariamente (com acompanhante) ajuda a melhorar o sistema cardiorrespiratório,
evitando complicações posteriores. O acompanhamento na fisioterapia respiratória é
indispensável na ultima fase da doença, pois nessa fase existem grandes incidências de
doenças respiratórias. Existem outros métodos utilizados para aprimorar o tratamento, tal
como o método de kabat (CARVALHO et al., 2008).
O método de Kabat foi criado na década de quarenta pelo Dr. Herman Kabat, esse
método foi conhecido primordialmente como “Técnica de Facilitação Proprioceptiva” e
“Reabilitação neuromuscular”, hoje o termo utilizado é “Facilitação Neuromuscular
Proprioceptiva (FNP)”. Durante o desenvolvimento desse método foi enfatizado a aplicação
de resistência na área de movimentos, empregando reflexos e endireitamento da postura,
movimentos combinados que levavam em consideração dois componentes de ação muscular e
permitindo a ação muscular em duas articulações. Essas técnicas puderam ser aprimoradas
com o passar do tempo (CARVALHO et al., 2008).
Receptores são aplicados nos tendões, músculos e articulações objetivando
corrigir, melhorar ou manter a função motora do paciente. Conclui-se então que os objetivos
desse método é aumentar a amplitude de movimento, melhorar a estabilidade, direcionar um
movimento ativo por meio da introdução de resistência ideal, da maneira correta, estimular os
movimentos coordenados por meio da sincronização correta dos estímulos e ampliar a
resistência (CARVALHO et al., 2008).
Todos esses objetivos são importantes para o paciente de Alzheimer, pois a
fraqueza muscular, a perda da amplitude de movimento,as dores articulares, as dificuldades
para realizar suas tarefas diárias são sintomas marcantes nessa doença, portanto trabalhar para
promover a manutenção da força muscular desses pacientes ajuda a mante-los mais aptos a
realizar suas atividades de vida diária e adiar a dependência em parentes para realização de
atividades que, aparentemente simples, já não podem ser realizadas com a mesma perfeição.
Diante das informações referidas anteriormente é importante destacar que o
tratamento fisioterapeutico precisa respeitar os limites do paciente levando em consideração
cada fase da doença e a história clínica do paciente, pois os sintomas são crescentes em cada
fase e isso dificulta a realização do tratamento. Porém, ação fisioterapeuta no tratamento de
mal de Alzheimer é incontestável, pois a fisioterapia é um dos meios mais eficientes para
atingir um prolongamento do surgimento de sintomas, assim como tratar as alterações
cognitivas, do humor e dos sintomas, e o mais importante tardar a incapacidade e invalidez do
paciente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mal de Alzheimer consiste em uma doença degenerativa crônica, onde se
caracterizada pela perda da massa encefálica, pelo emaranhamento de placas que são
formadas por aglomeração de proteínas anormais entre as células, essa proteína é chamada de
β-Amiloide, elas apresentam efeito tóxico podendo ativar o sistema imunológico
desencadeando assim um processo inflamatório que destrói as células afetadas. Sabido que
essa doença causa a degeneração da massa encefálica e morte demasiada de células cerebrais
os efeitos dessa deficiência será uma perda da memória, mudanças comportamentais,
dificuldade na emissão e compreensão da linguagem, mudanças de personalidade, mudanças
físicas como perda do peso, redução da massa muscular, entre outros.
Quanto ao diagnóstico da doença, não existe nenhum teste específico que
confirme a presença ou ausência da doença, isso é obtido apartir de um processo eliminatório
de demências feito com base no exame de sangue. Neste caso o resultado deriva de uma
exclusão de demência que é feita apartir de outros exames como exames de sangue
(hipotireoidismo, deficiência de vitamina b), tomografia ou ressonância (múltiplos infartos,
hidrocefalia) entre outros exames, e então, após os resultados desses exames é realizado um
processo eliminatório de demências até concluir a presença da doença de Alzheimer. Para
obter uma confirmação precisa seria necessário um exame do tecido cerebral obtido por
biópsia ou necropsia.
A doença de Alzheimer não é curável, mas existe tratamentos para
minimizar/tardar os sintomas. O tratamento é feito por diferentes profissionais da área da
saúde e acompanhado com medicamentos com indicação médica. O fisioterapeuta faz parte
dessa equipe multidisciplinar ocupando um papel indispensável no tratamento, pois esse
profissional objetiva é prevenir contraturas articulares, atrofias, encurtamento muscular,
manutenção da massa muscular, mobilização das secreções pulmonares, visando um
prolongamento do tempo de independência do paciente, e assim reabilitar tanto as funções
motoras e cognitivas do paciente e também incluí-lo de forma segura no ambiente em que ele
vive.
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REFERÊNCIAS
BIASOLI, Maria Cristina; MACHADO, Christiane Márcia Cassiano. Hidroterapia:
aplicabilidades clínicas. RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 63 - Nº 5 - maio – 2006.
BORGES, Márcio F.. Convivendo com alzheimer, Manual do cuidador. Disponível em: <
http://www.alzheimer.med.br >. Acesso em: 10 de mar. 2011.
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CRUZ, Víctor Tedim et al. Sintomas iniciais de demência de Alzheimer: A Percepção dos
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DOMINGUES, Marisa Accioly R.C. et al. O Mundo da Saúde: Doença de Alzheimer: o
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RIBEIRO, Ricardo. Revista Espaço Acadêmico: Alzheimer – Que doença é esta? nº 91,
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