revisão bibliográfica - fisioterapia neurofuncional síndrome de

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Anais do I Congresso de Saúde DeVry | UNIFAVIP - "Saúde Humanizada: sujeitos, práticas e perspectivas em
busca de uma qualidade de vida em sociedade" - ISBN: 978-85-5722-008-9
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRE DECORRENTE DO ZIKA VÍRUS
CECÍLIA DE ANDRADE REIS DOS SANTOS, LAÍSE DE ALBUQUERQUE LIMA,
ANDREZZA DE LEMOS BEZERRA
Introdução: O Zika Vírus pertence ao gênero Flavivirus transmitido por insetos
semelhantes aos transmissores da dengue e da febre amarela, e seus sintomas
são: Febre, dor nas articulações, conjuntivite entre outros. É conhecido desde a
década de 40, na África e Ásia, mas teve uma ampliação em sua distribuição
geográfica, entre 2007 e 2016, acometendo países do Oeste do Pacífico e das
Américas, principalmente. Foi descoberto, na década de 50 em estudos com
animais, que o vírus apresenta característica neurotrópica, levando a morte de
células nervosas. Mas, relatos de acometimentos do sistema nervoso em
humanos só foram descritos a partir de 2013, com aumento da incidência da
síndrome de Guillain-Barré e de microcefalia, após infecção pelo Zika Vírus. Por
ter se tornado uma emergência da saúde pública mundial, houve interesse em
investigar a relação causal entre o Zika Vírus e essas desordens neurológicas.
Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sobre como a
síndrome de Guillain-Barré pode ser desencadeada pelo Zika Vírus e como ela
afeta o sistema motor e biológico do indivíduo. Métodos: Foi realizada uma
revisão narrativa, utilizando as bases* de dados: Scielo, Medline, Lilacs. Para a
pesquisa, foram utilizados os descritores: Síndrome de Guillain-Barré, Zika vírus e
sistema nervoso. Foram selecionados artigos dos últimos 10 anos sobre o tema.
Resultados: Foram encontrados 65 artigos. Foram excluídos 53 artigos por não
abordarem o tema, sendo utilizados 12 artigos. Dentre os relatos de caso e
estudos de caso-controle, foi identificada a presença, por achados clínicos ou
imunológicos, do vírus em pacientes com comprometimento neurológico, também
sendo identificado que o Zika Vírus provoca a produção e ativação de uma
quantidade excessiva de anticorpos, desencadeando uma doença autoimune,
onde o sistema imune ataca as células nervosas, com consequente destruição da
bainha de mielina, levando a uma desmielinização e neuropatia axonal motora
aguda. A reação inflamatória agride as sinapses que ocorrem entre a raiz motora
e os nervos periféricos. Esse acometimento do sistema motor caracteriza a
Síndrome de Guillain-Barré, com aparecimento dos sintomas neurológicos em
torno de 6 dias após a infecção pelo vírus. Como resultado, existirá um severo
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acometimento dos nervos motores incluindo uma fraqueza muscular flácida
bilateral, com início dos membros inferiores, presença de paralisia facial
(unilateral ou bilateral) e diminuição de reflexos tendinosos profundos. Em alguns
casos, houve paralisia de músculos respiratórios, com necessidade de
internamento em terapia intensiva e uso de ventilação mecânica. Casos com
maior gravidade podem ocorrer por descompensação de comorbidades, como
nos diabéticos e cardiopatas. Conclusão: Diante do exposto, pode ser observado
que pessoas acometidas pelo Zika Vírus podem desenvolver a síndrome de
Guillain-Barré. O tratamento indicado seria imunoterapia, onde uma equipe
multidisciplinar assiste o paciente, sendo de grande importância o tratamento não
ser tardio, devendo iniciar nas primeiras quatro semanas, para diminuir as
chances de sequelas. No entanto, não esquecendo que uma vez que exista uma
propagação do vírus Zika, a situação exige claramente o aumento da vigilância
para a manifestação dessa síndrome, particularmente em países onde o mosquito
Aedes aegypti está presente. Os serviços de saúde de áreas epidêmicas devem
estar preparados para direcionar investimento em leitos de hospital e equipe
capacitada em imunoterapia para atender a demanda destes pacientes.
Palavras chave: Síndrome de Guillain-Barré; Zika vírus; Neuropatologia.
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