Merrill Lynch mantém recomendação acima da média do mercado para ações do Brasil Plantão | Publicada em 28/01/2008 às 15h04m Valor Online SÃO PAULO ‐ O banco de investimentos Merrill Lynch mantém sua recomendação de acima da média do mercado (overweight) para o Brasil ao avaliar a perspectiva para as ações na América Latina. México e Chile têm recomendação neutra e a Argentina está classificada como abaixo da média do mercado. Para o banco, a liderança do Brasil na região, fundamentada pela grande exposição às commodities deve prevalecer durante o primeiro semestre do ano. Já no segundo semestre, o banco vê algumas oportunidades de rotação de investimento, com um renovado apetite pelo setor financeiro e foco nas empresas de baixa capitalização de mercado. O banco se diz otimista para a região apesar do cenário desafiador, marcado pela elevada liquidez e risco de menor crescimento em âmbito global. O baixo nível de alavancagem pública e corporativa na América Latina resulta em um colchão contra os problemas globais de crédito e dão resistência e flexibilidade contra o ciclo de negócios nos Estados Unidos. Os principais riscos para o ano, na avaliação do banco são: maior inflação regional, que ameaça a expectativa de novas retrações de juros ainda em 2008; uma limitação na tese de descolamento, resultado da perda de valor do dólar, crise de crédito global e inflação mundial; e risco de lucros abaixo do esperado, por fatores como falta de energia e medidas regulatórias, como a elevação de impostos para os bancos no Brasil. Para o Brasil, o banco estima um crescimento nos lucros da ordem de 28% em moeda local durante 2008. Resultado superior à média estimada para a América Latina, que é de 26%. E acima do previsto para México (23%), Chile (22%) e Argentina (19%). O Merrill Lynch também destaca o crescimento da demanda interna e a expectativa de fluxo de investimentos da renda fixa para renda variável como outros fatores a estimular o mercado de ações. Os riscos ao cenário positivo para o país decorrem da possibilidade de alta de juros por pressões inflacionárias e um atraso na elevação do país para grau de investimento por ingerência fiscal. O banco também fez duas alterações na lista de ações recomendadas para o Brasil, indicando a entrada da América Latina Logística e a saída da Votorantim Celulose e Papel. A lista para o Brasil é composta por: AES Tiete, Cemig Vale PN, MRV Engenharia ON, Petrobras ON, Tam PN, Unibanco Unit, Usiminas ON. Tomando por base a idéia de que o consumo interno impulsionará o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o Merrill Lynch também montou um portfólio temático de ações, composto por: Anhanguera Educacional, Lojas Renner, MRV Engenharia, Odontoprev, TAM e Unibanco. Ainda na avaliação do banco de investimentos, o Brasil é o que país que apresenta o maior potencial de se descolar de uma retração da economia norte‐americana, pois possui uma economia relativamente fechada, e um sólido balanço de pagamentos. (Eduardo Campos | Valor Online)