Universidade Federal de Pelotas – UFPEL Departamento de Economia - DECON Economia Ecológica Professor Rodrigo Nobre Fernandez Capítulo 3 – Economia dos Recursos Naturais Pelotas, 2010 3.1 Introdução Economia neoclássica é o mainstream, pensamento que vigora atualmente; Pressupostos são simplificadores; Instrumentos de modelagem matemática; Teoria fisiocrata; 2 1 3.1 Introdução Alerta da escola clássica no início do século XIX ; Thomas Malthus (crescimento escassez de terras férteis); David Ricardo – teoria da renda da terra; Jevons, uso indiscriminado no carvão na inglaterra; populacional, 3 3.1 Introdução Como os recursos naturais são livres a função de produção se modificou da equação (1) para a (2): y = f ( K , L, R ) (1) y = f ( K , L) (2) 4 2 3.1 Introdução A partir dos anos 70 os recursos naturais foram inseridos novamente como escopo principal da teoria econômica; O que se conhece por economia dos recursos naturais é um campo na microeconomia que faz análises neoclássicas a respeito da utilização destes recursos; 5 3.1 Classificação dos Recursos Naturais Renováveis; Reprodutíveis; Exauríveis; Exemplos: - água, solo, ar, florestas; (renováveis) - petróleo e gás natural; (exauríveis) - aço, vidro; (reprodutíveis); 6 3 3.3 Teoria dos Recursos Exauríveis Para diferenciar os recursos economicamente aproveitáveis dos que estão apenas dispersos se utiliza o conceito de reservas, recursos e recursos hipotéticos; Para a determinação disto usa-se a caixa de MacKelvey; 7 3.4 Estratégia para a Gestão de Recursos Exauríveis Este recurso deve extrair sua utilização ótima do ponto de vista econômico; Qual seria a escala ótima de produção? Decisões inter-temporais; 8 4 3.4 Estratégia para a Gestão de Recursos Exauríveis Variáveis críticas para a decisão intertemporal: VP = Valor presente; VF = Valor futuro; i = taxa de juros; n = período de tempo; VF = VP(1 + i) n 9 3.4 Estratégia para a Gestão de Recursos Exauríveis Valor presente líquido: VF VPL = (1 + i) n 10 5 3.4 Estratégia para a Gestão de Recursos Exauríveis Preço Cmg Cmg = P Quantidade 11 3.4 Estratégia para a Gestão de Recursos Exauríveis O problema de maximização do lucro será: Max π = qf (q) − [A + g (q)] ∂π =0 ∂q 12 6 3.5 A Regra de Hotelling Segundo Hotteling os preços dos recursos exauríveis devem evoluir ao ritmo de uma taxa de desconto que é igual a taxa de juros; 13 3.5 A Regra de Hotelling - Pressupostos do modelo de Hotteling: Proprietário privado; Mercado de concorrência perfeita; Demanda é decrescente em Preços e esgota na data t; Custo Marginal, constante ou nulo; Informação Perfeita; Taxa de preferência constante; se 14 7 3.5 A Regra de Hotelling O rendimento em outra aplicação proporcionaria o equivalente a taxa de juros do mercado; Esgotamento da reserva, se reflete na escassez da oferta; Os preços crescem de acordo com a evolução da taxa de juros; No ponto de esgotamento o preço é máximo; 15 3.5 A Regra de Hotelling O custo de oportunidade é chamado de royalty; O valor de uma jazida equivale ao VP de vendas futuras; Se a indústria mineradora é competitiva, o preço líquido é o preço de mercado menos o custo marginal de extração de uma tonelada de minério. Esta diferença é justamente o royalty; 16 8 3.5 Regra de Hotteling P1 Cmg Pe Q1 Qe 17 3.5.1 Efeitos Sobre a Velocidade da Exaustão dos Recursos Exauríveis O uso dos recursos naturais depende do seu valor econômico; O mercado ajustará os preços destes bens, assim como é mostrado por Hotteling; 18 9 3.5.1 Efeitos Sobre a Velocidade da Exaustão dos Recursos Exauríveis - Fatores que contribuem para valorização do recurso: Elevação da demanda; Esgotamento de fontes alternativas; Descobertas de novos usos; a 19 3.5.1 Efeitos Sobre a Velocidade da Exaustão dos Recursos Exauríveis A utilização do recurso é diretamente proporcional a taxa de desconto. Logo, uma elevação na taxa de juros conduz ao aumento na taxa de extração encurtando o prazo de esgotamento do recurso; 20 10 3.5.1 Efeitos Sobre a Velocidade da Exaustão dos Recursos Exauríveis - - O preço do recurso resulta no confronto de duas forças: escassez e progresso tecnológico; Questionamentos do modelo: Falhas de mercado; Desconhecimento da demanda; Discrepância entre as taxas de desconto social e de mercado; Existência de tecnologia de fundo; 21 3.5.2 Exemplos de Políticas sobre a Extração de Minerais Brasil, taxa de 0,2 a 3% minerais e até 15% o petróleo e gás; Base da cobrança incide sobre o faturamento líquido; Participação no resultado ou compensação financeira pela exploração de recursos minerais; 22 11 3.6 Teoria dos Recursos Naturais Renováveis Recursos renováveis podem se esgotar e se tornar não renováveis, principalmente quando estiverem em espaço de uso comum; Há incompatibilidades entre a dinâmica biológica e a econômica; 23 3.6.1 Modelo Geral de Exploração dos Recursos Renováveis x = G ( x(t )) − h(t ) onde : x = estoque do recurso G em qualquer tempo t G(x(t)) = taxa natural de recomposição de x h(t) = taxa de utilização de x 24 12 3.6.1 Modelo Geral de Exploração dos Recursos Renováveis π = π [ x(t ); h(t ); t ] ' π Gx' = x' = i πh 25 3.6.2 Modelo de Gestão de Pesca O modelo de gestão de pesca é baseado na lei da logística; Capacidade de suporte (k): é o estoque máximo que pode ser mantido sem comprometer a capacidade de regeneração do recurso; 26 13 3.6.2 Modelo de Gestão de Pesca G ( x) = αx(1 − x / k ), onde : α = taxa de crescimento intríseco k = capacidade de suporte em nível de saturação 27 3.6.2 Modelo de Gestão de Pesca X= G(x) RMS 0 x X RMS k 28 Estoque de População 14 3.6.2 Modelo de Gestão de Pesca - A idéia central é que , para qualquer população situada abaixo de um certo nível k, existe um excedente que pode ser continuamente explorado; Opções de exploração: Extrai tudo; Não extrai nada; Extrai RMS anualmente; 29 3.6.2 Modelo de Gestão de Pesca Induzindo-se considerações sobre os custos de produção e o custo de produtividade é possível compreender as causas; Para tanto, é necessário considerar as seguintes variáveis: d= taxa de desconto; c = custo de produção; p = preço do pescado; t = taxa de crescimento da produção; 30 15 3.6.3 Modelo de Gestão de Pesca Se a taxa de desconto for maior que a taxa de crescimento da população (t), o ganho líquido que se pode obter com a pesca é menor com outra atividade; Se d for muito elevada pode haver risco de esgotamento da espécie, pois o VPL será muito baixo; Se d for nula (igual a zero) valerá a pena algum peixe para o futuro; 31 3.6.3 O Problema dos Recursos de Propriedade Comum p = preço da tonelada; y = quantidade pescada; c = custo unitário de pesca (renda); x= insumos utilizados; π = py − cx py / x Lucro Produtividade Média 32 16 3.6.4 Modelo de Gestão de Floresta Os modelos evoluíram em termos dinâmicos; No modelo estático, o valor comercial de uma árvore é função de seu volume, que por sua vez depende de sua idade; Neste modelo o RMS é a idade ideal para o corte; 33 3.6.4 Modelo de Gestão de Floresta T= T representa o período de rotação de abate; T*= Surge no ponto de tangência da curva V(t) de uma reta que passa pela origem; V(T*) = ponto inferior ao valor máximo que uma árvore isolada poderia tomar sem rotação; V(t) = curva de crescimento das árvores, indicando que seu valor comercial (V) é função de sua idade (t), por sua vez, é função do tempo (T); V(TTM) = valor máximo que uma árvore isolada poderia tomar sem rotação; 34 17 3.6.4 Modelo de Gestão de Floresta V (T M ) V (t ) V (T *) t T* TM 35 3.6.4 Modelo de Gestão de Floresta O modelo de Fisher, retrata que o aumento no valor líquido da floresta se dá ao longo do tempo, e deve ser igual ao que renderia a receita líquida, desta floresta se fosse posta uma taxa de juros; A fórmula de Faustamann indica que a floresta deve ser cortada regularmente a uma idade “T” para qual o aumento marginal do valor das árvores é iguala soma dos custos de oportunidades do investimento feito nas árvores integrantes da floresta; 36 18 3.6.5 Modelo de Gestão de Biodiversidade - - Modelo de Gordon-Schafer-Clark: O acesso livre aos recursos; A taxa de crescimento desse recurso; A existência de uma relação entre o preço do recurso e seu custo; IMPORTANTE: Quanto mais baixa a taxa de crescimento do recurso e mais elevada a relação preço/custo, maior é o risco de extinção da espécie. 37 3.6.5 Modelo de Gestão de Biodiversidade Crescimento Exploração Crescimento Exploração Taxa de Exploração Taxa de Crescimento Relação preço/custo a) Sobrevivência da espécie Taxa de Exploração Relação preço/custo Taxa de Crescimento b) Extinção da espécie 38 19 3.7 Conclusões Possibilidade da extinção de recursos e conservação de exauríveis; Papel crucial do sistema de preços para a definição da trajetória ótima da exploração; 39 20