recomendações para prevenção das infecções do sítio cirúrgico

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Recomendações para Prevenção das Infecções do
Sítio Cirúrgico
RECOMENDAÇÕES
PARA PREVENÇÃO DAS
INFECÇÕES DO SÍTIO
CIRÚRGICO
Histórico das Revisões
Revisão
01
Data
Outubro/2010
Descrição
Publicação Inicial
Elaborado por:
Comissão Municipal de Controle de Infecção em Serviços de Saúde - CMCISS
Verificado por:
José Carlos Matos, Guilherme Augusto Armond, Rafaela Oliveira França, Marcelo Silva
de Oliveira, Thaís Silva Maia.
Aprovado por:
Eduardo Caldeira de Souza Penna
Secretário Municipal de Saúde
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Coordenação
José Carlos Matos – CMCISS
EquipeTécnica
Guilherme Augusto Armond – CMCISS
Rafaela Oliveira França – CMCISS
Marcelo Silva de Oliveira – CMCISS
Adelino Melo Freire Júnior – Médico Infectologista
Bruno Cunha Chamone – Cirurgião e Coordenador da Cirurgia Geral do HMC
Edna Andréa de Carvalho – Enfermeira da CCIH do HMC
Elessandra Lima Guimarães – Enfermeira da CME
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SIGLÁRIO
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CMCISS – Comissão Municipal de Controle de Infecção em Serviços de Saúde
CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
FDA – Food and Drug Administration
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
ISC – Infecção do Sítio Cirúrgico
OMS – Organização Mundial da Saúde
PVP-I – Polivinilpirrolidona Iodo
SENIC – Estudo sobre a Eficácia do Controle de Infecções Nosocomiais
UFC – Unidades Formadoras de Colônias
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SUMÁRIO
Apresentação
Parte I
Revisão da Literatura
1. Conceito e epidemiologia
2. Patogênese e microbiologia
3. Prevenção e vigilância de infecção do sítio cirúrgico
4. Fatores de risco
5. Anti-sepsia pré-operatória da pele
4.1.Compostos alcoólicos
4.2.Clorexidina
4.3.Iodóforos
6. Profilaxia antimicrobiana
7. Minimizando a contaminação na sala de operação
7.1. Garantindo a esterilização dos instrumentais cirúrgicos: indicadores de
esterilização
Parte II
Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
1. Cuidados pré-operatórios
1.1. Higienização das mãos
1.2. Paramentação na sala cirúrgica
1.3. Ambiente da sala cirúrgica
1.4. Preparo do sítio operatório
2. Cuidados per-operatórios
3. Cuidados pós-operatórios
4. Vigilância e Controle
5. Educação
Bibliografia Consultada
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Sítio Cirúrgico
Apresentação
Este manual foi desenvolvido pela CMCISS em conjunto com profissionais diretamente
envolvidos na assistência ao paciente cirúrgico no Município de Contagem. Tem como
objetivo determinar parâmetros mínimos para os cuidados pré, per e pós-operatórios,
visando reduzir a incidência e gravidade das infecções do sítio cirúrgico e atualizar o
conhecimento e as práticas atualmente aplicadas. Com linguagem acessível, foi
dividido em duas partes, a primeira com a introdução, faz uma breve revisão da
literatura atual, baseando-se principalmente no Manual para a Segurança do paciente
cirúrgico da OMS, traduzido e disponibilizado pela ANVISA, servindo como base para a
segunda parte, na qual estão as recomendações mínimas para a prevenção das
infecções do sítio cirúrgico no município de Contagem.
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Parte I: Revisão de Literatura
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Revisão de Literatura
1. Conceito e epidemiologia
Uma infecção que ocorre no local da operação é conhecida como infecção do sítio
cirúrgico (ISC). Estas infecções ocorrem após procedimentos invasivos nas camadas
superficiais ou profundas da incisão ou no órgão ou espaço que foi manipulado ou
traumatizado, tais como o espaço peritoneal, espaço pleural, mediastino ou espaço
articular. Estes são problemas sérios, de alto custo e estão associados a aumento da
morbidade e mortalidade, assim como à hospitalização prolongada. Atualmente, sua
prevalência tem sido usada, no Brasil e no exterior, como um indicador da qualidade da
assistência dos hospitais e cirurgiões.
As infecções do sítio cirúrgico contribuem para cerca de 15% de todas as
infecções relacionadas à assistência à saúde e para cerca de 37% das infecções de
pacientes cirúrgicos, adquiridas em hospital.
Dois terços das infecções do sítio
cirúrgico são incisionais e um terço confinado a espaços ou órgãos. Estudo nacional
realizado pelo Ministério da Saúde no ano de 1999 encontrou uma taxa de ISC de 11%
do total de procedimentos cirúrgicos analisados. Em países ocidentais, a frequência de
tais infecções é de 15–20% de todos os casos, com uma incidência de 2–15% em
cirurgia geral. As infecções de sítio cirúrgico levam a um aumento médio da duração da
internação hospitalar em 4-7 dias. Os pacientes infectados têm duas vezes mais
chance de ir à óbito, duas vezes mais chance de passar algum tempo na unidade de
tratamento intensivo e cinco vezes mais chance de ser readmitidos após a alta.
Os custos da assistência à saúde aumentam substancialmente para pacientes
com infecções do sítio cirúrgico. Observa-se grande variação dos valores atribuídos
aos gastos com as ISC nas publicações disponíveis, mas a magnitude dos efeitos
depende da extensão do procedimento cirúrgico, do país e do método usado para
calcular os custos.
2. Patogênese e microbiologia
A contaminação microbiana durante um procedimento cirúrgico é um precursor
da infecção do sítio cirúrgico. A maioria das feridas cirúrgicas é contaminada por
bactérias, mas apenas uma minoria progride para infecção clínica. A infecção não
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ocorre na maioria dos pacientes, porque as defesas inatas do hospedeiro eliminam os
contaminantes no sítio cirúrgico de maneira eficiente. Há pelo menos três importantes
determinantes para que a contaminação possa evoluir para uma infecção do sítio
cirúrgico: a dose de contaminação bacteriana, a virulência das bactérias e a resistência
do paciente. A resistência do paciente pode ser entendida como a presença de
predisposições agudas e crônicas e a defesa inata e adaptativa do hospedeiro.
A probabilidade de infecção aumenta, proporcionalmente, na medida em que o
número e a virulência das bactérias aumentam. Características locais da ferida, tais
como tecido necrótico residual, suturas ou outros materiais estranhos ou a presença de
drenos, ampliarão as possibilidades do inóculo bacteriano se desenvolver e levar à
infecção. A contaminação bacteriana é um precursor necessário para a infecção de
sítio cirúrgico, mas não é o único determinante. As bactérias da pele sempre estão
presentes, apesar de rigorosa preparação (anti-sepsia) da pele. Além disso, numerosas
bactérias contaminam qualquer cirurgia que envolva uma estrutura do corpo
normalmente colonizada por bactérias, como o intestino.
Quantitativamente, o risco para infecção do sítio cirúrgico aumenta notavelmente
se o mesmo estiver contaminado com > 105 microrganismos por grama de tecido;
entretanto, a dose de microrganismos contaminantes necessários para produzir
infecção pode ser muito menor quando material estranho está presente no sítio
cirúrgico (p.ex. 100 estafilococos por grama de tecido introduzido em fios de suturas).
A agressividade de muitos microrganismos invasivos depende de suas funções
biológicas. Muitas bactérias que causam infecções do sítio cirúrgico contêm ou
produzem toxinas e outras substâncias que aumentam suas habilidades para
sobreviver no tecido hospedeiro, invadir e danificá-lo. Como exemplo, certas
variedades de clostrídios e estreptococos produzem exotoxinas que rompem as
membranas celulares ou alteram o metabolismo celular; Vários microrganismos (ex:
Estafilococos coagulase-negativos) formam biofilme, o que protege fisicamente a
bactéria da ação dos fagócitos ou inibe a penetração ou a ligação de agentes
antimicrobianos.
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Parte I: Revisão de Literatura
Revisão de Literatura
A fonte dos patógenos que causam a maioria das infecções do sítio cirúrgico é a
microbiota endógena da pele do paciente, membranas mucosas ou vísceras ocas.
Quando uma membrana mucosa ou pele é incisada, os tecidos expostos estão sob
grande risco de contaminação. Os microrganismos são geralmente cocos aeróbios
Gram positivos (p.ex. estafilococos), mas também devem ser incluídos aqueles
pertencentes à microbiota intestinal (p.ex. bactérias anaeróbicas e aeróbios Gramnegativos) quando a incisão é feita próxima ao períneo ou virilha. Quando um órgão
gastrointestinal é a fonte de patógenos, bacilos Gram-negativos (ex. Escherichia coli),
microrganismos Gram-positivos (ex. Enterococcus faecalis) e às vezes anaeróbios (ex.
Bacteroides fragilis) são tipicamente isolados.
Os contaminantes bacterianos também podem entrar na ferida por fontes
exógenas, incluindo o ar da sala operatória, instrumentos, próteses ou outros implantes
ou a equipe cirúrgica que entra em contato com a ferida. A microbiota exógena é
composta primariamente por aeróbios, especialmente por microrganismos Gram
positivos (p.ex. estafilococos e estreptococos). Fungos de fontes endógenas e
exógenas raramente causam infecções do sítio cirúrgico e suas patogêneses não são
bem compreendidas.
Os patógenos isolados do sítio cirúrgico variam, de acordo com o tipo de
cirurgia, assim como com o órgão e com a localização. No entanto observa-se
mudança do padrão de resistência dos patógenos aos antimicrobianos, tais como o S.
aureus resistente à oxacilina e os patógenos fúngicos, especialmente Candida
albicans.
Este
aumento
pode
refletir
o uso
inadequado
de medicamentos
antimicrobianos, pois alguns profissionais preferem usar antimicrobianos de amplo
espectro ao invés de drogas com perfil de susceptibilidade menor. O aumento dos
patógenos fúngicos, também pode refletir o aumento no número de pacientes cirúrgicos
imunocomprometidos. A distribuição dos patógenos que causam infecções do sítio
cirúrgico é parecida em muitos países. Em um estudo sobre estas infecções na União
Européia, 27–40% ocorreram devido a S. aureus, 6–11% a Estafilococos coagulasenegativo, 3–15% a E. coli e 7–10% a Pseudomonas. Um estudo na Turquia mostrou
que os S. aureus contribuíram para 50% de 621 patógenos isolados de infecções do
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sítio cirúrgico, E. coli por 8%, S. pyogenes e P. aeruginosa 7% cada uma e
Estafilococos coagulase negativo por 6%. Na Tailândia, os patógenos identificados que
mais comumente causam infecções do sítio cirúrgico foram a E. coli (15,3%), S. aureus
(8,5%), P. aeruginosa (6,8%), K. pneumoniae (6,8%) e Acinetobacter baumannii
(3,4%).
3. Prevenção e vigilância de infecção do sítio cirúrgico
O Estudo sobre a Eficácia do Controle de Infecções Nosocomiais (SENIC)
mostrou que cerca de 6% das infecções hospitalares podem ser evitadas através de
mínimas intervenções. Métodos simples que podem ser usados para limitar o risco
incluem:

Avaliação completa de todos os pacientes cirúrgicos no pré-operatório.

Redução da hospitalização pré-operatória.

Avaliação e tratamento de infecções metastáticas.

Redução de peso (para pacientes obesos).

Interrupção do uso de tabaco.

Controle da hiperglicemia.

Restauração das defesas do hospedeiro.

Diminuição da contaminação bacteriana endógena.

Uso de métodos apropriados para remoção de pêlos.

Administração apropriada e oportuna de antimicrobianos profiláticos.

Confirmação de assepsia de instrumentais e anti-sepsia correta da pele.

Manutenção de técnica cirúrgica correta e de minimização do trauma tecidual.

Manutenção de normotermia durante a cirurgia.

Diminuição do tempo operatório.

Vigilância efetiva da ferida.
As taxas podem ser reduzidas em um terço ou mais, com programas bem
estruturados e pessoal treinado em controle e vigilância de infecções. Em estudos no
Brasil, Países Baixos, Reino Unido e Estados Unidos, as taxas de infecção do sítio
cirúrgico foram reduzidas em 33–88% quando um sistema de informação específico
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para o cirurgião foi usado, incluindo estratégias como a vigilância e medidas de
controle organizados, uma equipe adequadamente treinada, educação e normas
padronizadas de controle de infecção.
Embora os detalhes sobre o uso destes métodos estejam fora do âmbito deste
documento, os princípios de um sistema de vigilância efetivo são:

Manter coleta de dados exata, eficiente e confidencial.

Fornecer informações sobre as últimas taxas de infecção, estratificadas por risco
multivariado para cada cirurgião e paciente.

Usar definições claras e consistentes de infecção.

Usar protocolos padronizados de acompanhamento pós-alta e manter os dados de
maneira adequada.
No Brasil, recente documento com os “Critérios Nacionais de Infecções
relacionadas à assistência à Saúde: Sítio Cirúrgico”, foi divulgado em março de 2009,
abordando a identificação das infecções, indicadores de processo, de estrutura e de
resultados, constitui-se em valioso instrumento para a vigilância e controle das
infecções operatórias.
4. Fatores de risco
As características e co-morbidades do paciente desempenham um importante
papel na determinação da probabilidade de infecção após uma cirurgia. Demonstrou se
que infecções coincidentes em locais remotos (outro sítio corporal), colonização (em
particular, colonização das narinas por S. aureus), diabetes, tabagismo, uso de
corticóides sistêmicos, obesidade (índice de massa corporal ≥ 30 kg/m2), extremos de
idade, estado nutricional debilitado, transfusão sanguínea pré-operatória e internação
pré-operatória prolongada têm aumentado o risco de infecção do sítio cirúrgico. A
permanência pós-operatória prolongada no hospital também tem sido frequentemente
associada a aumento do risco de infecção de sítio cirúrgico.
As características da operação também podem afetar a probabilidade de
infecção do sítio cirúrgico. O preparo pré-operatório tem papel demonstrável na
prevenção de infecção. O banho anti-séptico, aparar os pêlos (ao invés de raspar), o
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preparo da pele e o ato de friccionar as mãos e antebraços com antisseptico durante a
anti-sepsia cirúrgica, são etapas que podem reduzir as taxas de infecção. Vários
estudos têm demonstrado que a remoção de pêlos no pré-operatório por qualquer
método está associada a aumento das taxas de infecção do sítio cirúrgico e têm
sugerido que não se devem remover os pêlos. A utilização correta de agentes antisépticos, as técnicas de escovação e a duração da escovação (tanto da pele do
paciente quanto das mãos e antebraços da equipe cirúrgica) resultam em diminuição
das contagens de colônias de bactérias, apesar de não se ter demonstrado que estas
práticas definitivamente reduzam as taxas de infecção do sítio cirúrgico.
Fatores trans-operatórios como o ambiente da sala de operação (ventilação
apropriada e limpeza das superfícies do ambiente), a esterilização de instrumentais, os
uniformes para cirurgia (incluindo máscaras, gorros e propés), campos estéreis e kit
para escovação (incluindo luvas estéreis e capotes) também aumentam a chance de
reduzir a contaminação da ferida cirúrgica. Há uma grande evidência que apóia o uso
da profilaxia antibiótica na prevenção da infecção do sitio cirúrgico. Quando usada
apropriadamente, as taxas de infecção podem ser significativamente reduzidas (ver
“Profilaxia antimicrobiana” abaixo). Os dois princípios mais importantes da prevenção
da infecção, entretanto, estão relacionados à duração da operação e à técnica cirúrgica
asséptica. Minimizar a quantidade de tempo requerida para a cirurgia é considerado um
dos principais métodos de prevenção de infecções. A falta de adesão aos princípios de
assepsia durante os procedimentos foi associada a surtos de infecção pós-operatória.
Considera-se amplamente que a técnica cirúrgica meticulosa reduz o risco de infecção
do sítio cirúrgico e inclui a manutenção de hemostasia efetiva enquanto se preserva um
suprimento adequado de sangue, a prevenção de hipotermia, o manuseio suave dos
tecidos, evitar a entrada inadvertida em uma víscera oca, a remoção de tecido
desvitalizado, o uso de drenos e de material de sutura apropriadamente e a
erradicação de espaço morto. O manejo adequado da incisão no pós-operatório pode
reduzir a infecção do sítio cirúrgico. O tipo de cuidado é determinado pelo fato da
incisão ser fechada ou deixada aberta para cicatrização por segunda intenção. As
evidências são inconclusivas sobre se uma incisão deve ser coberta com curativo ou se
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os banhos prejudicam a cicatrização. Entretanto, quando uma incisão cirúrgica é
deixada aberta ao nível da pele por alguns dias antes de ser fechada (fechamento
primário tardio), a incisão deve ser coberta com compressas de gaze estéril ou com
curativo com hidrocolóide.
Glicose sanguínea e risco de infecção: Reconhece-se há muito tempo que
pacientes com diabetes estão sob risco aumentado para complicações infecciosas de
todos os tipos, com taxas de infecção do sítio cirúrgico duas a três vezes mais altas
que entre os pacientes sem diabetes após cirurgias cardíacas. A ocorrência de
hiperglicemia (glicose > 200 ou > 220 mg/dL) entre pacientes submetidos a operações
gastrointestinais ou cardíacas tem sido correlacionada a aumento significativo das
taxas de infecção do sítio cirúrgico. Um relato recente sobre pacientes com e sem
diabetes submetidos à cirurgia cardíaca, mostrou que o risco para infecção do sítio
cirúrgico dobrou quando o nível de glicose pós-operatória era > 200 mg/dL nas
primeiras 48 horas. Metade de todos os episódios hiperglicêmicos ocorreu em
pacientes sem diabetes. Outras pesquisas mostraram que a hiperglicemia é comum em
pacientes hospitalizados. Estudos com pacientes submetidos a re-vascularização do
miocárdio demonstrou que a cada 50 mg / dL de aumento de glicose no sangue pode
estar associada com maior mortalidade e maior taxa de infecção, além de maior tempo
de estadia e maior custo por internação. Há evidências de que a infusão contínua de
insulina leva a uma redução significativa nos níveis de glicose sangüínea perioperatória e incidência de infecção da ferida esternal profunda em relação as injeções
de insulina subcutânea. Embora a evidência mais forte de benefícios ocorra em
pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, é provável que todos os pacientes cirúrgicos
possam se beneficiar de exames peri-operatórios do nível de glicose e da infusão
contínua de insulina no período peri-operatório,
quando os níveis de glicose
estivessem elevados. Recentemente, o Colégio Americano de Endocrinologia publicou
um comunicado oficial enfatizando a importância do controle da glicose em todos os
pacientes hospitalizados, incluindo o período Peri-operatório.
Tensão de oxigênio e temperatura no período Peri-operatório: Todas as feridas
cirúrgicas contêm pelo menos algumas bactérias ao final do procedimento. O equilíbrio
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entre o número e a virulência das bactérias e a resistência das defesas do hospedeiro
determina se a infecção do sítio cirúrgico ocorrerá. Uma das defesas chave do
hospedeiro é a ação dos leucócitos na ferida. As células brancas usam oxigênio
ativado para destruir bactérias e vários estudos in vitro e em experimentos em animais
mostraram a importância da tensão de oxigênio no apoio a este processo.
Estudos subsequentes de pacientes em pós-operatório mostraram que o risco
para infecção do sítio cirúrgico foi associado à tensão de oxigênio subcutâneo na
ferida. O aquecimento do tecido melhora a perfusão e a tensão de oxigênio tecidual.
Um estudo multicêntrico na Europa entre pacientes que tinham se submetido à
colectomia, mostrou que a manutenção da normotermia durante a operação reduziu a
taxa de infecção, enquanto um estudo sobre cirurgias de pequeno porte (nas mamas,
hérnias e veias varicosas) no Reino Unido, mostrou taxa de infecção mais baixa
quando os pacientes foram aquecidos antes da cirurgia. Eventos cardíacos mórbidos
no período peri-operatório também são reduzidos pela manutenção de normotermia
durante cirurgias de grande porte.
O benefício com o aumento do nível de oxigênio inspirado durante a cirurgia a
fim de aumentar a tensão de oxigênio tecidual é menos claro do que aquele da
manutenção da normotermia. No entanto, o aumento da fração de oxigênio inspirado
pode ser benéfico e quase certamente não causa danos.
5. Anti-sepsia pré-operatória da pele
Possui como objetivo remover rapidamente e eliminar a microbiota da pele no
local onde está planejada uma incisão cirúrgica. Os anti-sépticos atualmente
disponíveis não eliminam todos os microrganismos. Define-se um anti-séptico para a
pele como uma “preparação anti-séptica de ação rápida, de amplo espectro e
persistente que reduza de maneira significativa o número de microrganismos na pele
intacta”. Não há um nível definido de carga bacteriana da pele que deva ser removido
ou eliminado antes da cirurgia e 80% das bactérias de infecções do sítio cirúrgico se
originam da pele do paciente. Existem padrões estabelecidos por varias entidades e
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autoridades internacionais (FDA, ANVISA) que devem ser seguidos por um anti-séptico
para preparo pré-cirúrgico da pele antes que ele seja legalmente comercializado.
O número de bactérias esperado em um sítio cirúrgico determina o número de
aplicações do anti-séptico. Como regra geral, três aplicações são suficientes;
entretanto, em áreas com alta densidade de bactérias, isto pode não ser suficiente para
eliminar todas as bactérias vegetativas. Antes da pele do paciente ser preparada para
um procedimento cirúrgico, ela deve ser limpa para a remoção de contaminação
grosseira (p.ex. sujeiras, terra ou quaisquer outros debris). Apesar de não ter sido
demonstrado que o banho pré-operatório reduz a incidência de infecção do sítio
cirúrgico, ele pode reduzir as contagens de bactérias e assegurar que a pele esteja
limpa. Os anti-sépticos usados para preparar a pele devem ser aplicados com
instrumentais e luvas estéreis ou por uma técnica sem toque movendo da área da
incisão para a periferia. A fricção aumenta o efeito antibacteriano de um anti-séptico.
Por exemplo, o álcool aplicado sem fricção reduz as contagens de bactérias em 1.0–
1.2 log10 UFC comparado a 1.9–3.0 log10 UFC quando a fricção é usada. Os antisépticos mais comumente utilizados são os compostos alcoólicos, a clorexidina e os
compostos iodados.
5.1. Compostos alcoólicos
O etanol e o isopropanol agem em segundos. São minimamente tóxicos para a
pele, não mancham e não são alergênicos. Evaporam imediatamente, o que é
vantajoso para a maioria dos procedimentos de desinfecção e anti-sepsia.
Os alcoóis têm algumas desvantagens. Se anti-sépticos alcoólicos forem usados
repetidamente, eles podem ressecar e irritar a pele. Além disso, são inflamáveis (devese considerar o ponto de combustão) e não agem em materiais ricos em proteína.
O mecanismo exato pelo qual os alcoóis destroem os microrganismos não é
completamente
compreendido.
A
explicação
mais
plausível
para
sua
ação
antimicrobiana é que eles coagulam (desnaturam) proteínas, tais como as proteínas
enzimáticas, e assim impossibilitam funções celulares específicas. O etanol
e o isopropanol em concentrações apropriadas possuem amplo espectro de
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Revisão de Literatura
atividade
antimicrobiana
que
inclui
bactérias
vegetativas,
fungos
e
vírus.
A eficácia antimicrobiana deles melhora na presença de água, sendo as concentrações
ótimas de álcool entre 60–90% por volume.
Alcoóis, como o etanol a 70–80%, destrói bactérias como o S. aureus,
Streptococcus pyogenes, Enterobacteriaceae e P. aeruginosa em 10-90 s em testes de
suspensão. O isopropanol é levemente mais bactericida que o etanol e é altamente
efetivo contra Enterococcus resistentes à vancomicina. Possui excelente atividade
contra
fungos
dermatitidis,
como
Candida
Coccidioides
spp.,
immitis,
Cryptococcus
Histoplasma
neoformans,
capsulatum,
Blastomyces
Aspergillus
níger,
dermatófitos e micobacterias como Mycobacterium tuberculosis.
Entretanto, geralmente os alcoóis não destroem esporos bacterianos e infecções
fatais, devido a espécies de Clostridium, já ocorreram quando o álcool foi usado para
desinfetar instrumentais cirúrgicos.
Tanto o etanol como o isopropanol inativam a maioria dos vírus que possuem
envelope lipídico (p.ex. vírus influenza, vírus do herpes simples e adenovírus). O
isopropanol tem menos atividade virucida contra vírus não-envelopados.
Os compostos alcoólicos não são adequados para uso durante a cirurgia nas
membranas mucosas ou olhos ou em áreas muito próximas dos mesmos.
5.2. Clorexidina
O digluconato de clorexidina, uma biguanida catiônica, tem sido amplamente
reconhecido como um anti-séptico efetivo e seguro por cerca de 40 anos. As
formulações de clorexidina são extensivamente usadas para anti-sepsia cirúrgica e
higienização das mãos; outras aplicações incluem banhos pré-operatórios (ou antisepsia da pele do corpo), anti-sepsia em obstetrícia e ginecologia, manejo de
queimaduras, anti-sepsia de feridas e prevenção e tratamento de doenças bucais
(controle de placa, bochechos pré e pós-operatórios, higiene bucal). Quando a
clorexidina é usada na cavidade oral, seu sabor amargo precisa ser mascarado e pode
também pigmentar os dentes.
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A clorexidina é mais comumente formulada como solução aquosa a 4% em uma
base detergente; entretanto, demonstrou-se em vários estudos que as preparações
alcoólicas têm melhor atividade antimicrobiana que as formulações em base
detergente. As concentrações bactericidas destroem a membrana celular bacteriana,
fazendo com que os constituintes celulares saiam da célula e que o conteúdo celular
coagule. A atividade bactericida do digluconato de clorexidina contra bactérias Grampositivas e Gram-negativas vegetativas é rápida.
Possui ação antimicrobiana persistente que evita o novo crescimento de
microrganismos por até 6 horas. Este efeito é desejável quando uma redução
prolongada da microbiota reduz o risco de infecção, como durante os procedimentos
cirúrgicos. A clorexidina tem pouca atividade contra esporos bacterianos e fúngicos a
não ser em altas temperaturas. As micobactérias são inibidas, mas não destruídas
pelas soluções aquosas. As leveduras e dermatófitos são geralmente suscetíveis,
apesar da ação fungicida variar com as espécies. A clorexidina é efetiva contra vírus
lipofílicos, como o HIV, vírus influenza e vírus do herpes 1 e 2, mas vírus como o
poliovírus, coxsackievírus e rotavírus não são inativados. O sangue e outros materiais
orgânicos não afetam a atividade antimicrobiana da clorexidina de maneira significativa,
ao contrário dos seus efeitos sobre o iodo povidine. Os ânions orgânicos e inorgânicos
como os sabonetes são, entretanto, incompatíveis com a clorexidina que também tem
sua atividade reduzida em pH extremamente ácido ou alcalino e na presença de
hidratantes aniônicos e não iônicos e detergentes. Microrganismos podem contaminar
as soluções de clorexidina e isolados resistentes de Proteus mirabilis, P. aeruginosa,
Burkholderia (Pseudomonas) cepacia, P.mirabilis, S. marcescens e S. aureus já foram
identificados.
Há várias outras limitações para o uso da clorexidina. Quando ela é absorvida
por tecidos de algodão ou outros, geralmente é resistente à remoção por lavagem. A
experiência de longo prazo com o uso da clorexidina demonstrou que a incidência de
hipersensibilidade e irritação cutânea é baixa, mas reações alérgicas graves incluindo
anafilaxia já foram relatadas. Apesar de a citotoxicidade ter sido observada em
fibroblastos expostos, nenhum efeito deletério sobre a ferida cirúrgica foi encontrado in
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vivo. Embora não haja evidência de que o digluconato de clorexidina seja tóxico se for
absorvido pela pele, a ototoxicidade é uma preocupação quando a clorexidina é
instilada dentro do ouvido médio durante as cirurgias. Altas concentrações de
clorexidina e preparações contendo outros compostos, como álcool e surfactantes,
também podem danificar os olhos e seu uso em tais tecidos não é recomendado.
5.3. Iodóforos
Complexos químicos de iodo, ligado a um carregador como a polivinil-pirrolidona
(povidine) ou detergentes não iônicos etoxilados (poloxâmeros), os quais gradualmente
lançam pequenas quantidades de iodo microbicida livre. O iodóforo mais comumente
usado é o iodo povidine. As preparações geralmente contêm 1–10% de iodo povidine,
equivalente a 0,1–1,0% de iodo disponível. O componente ativo parece ser a molécula
livre de iodo.
O S.aureus pode sobreviver a até dois minutos de exposição a uma solução de
iodo povidine integral, mas não pode sobreviver após exposição por 15 segundos a
uma diluição de 1:100 do iodóforo. Assim, os iodóforos devem ser usados na diluição
recomendada pelo fabricante. O mecanismo exato pelo qual o iodo destrói os
microrganismos não é conhecido. Ele pode reagir com os aminoácidos e ácidos graxos
dos microrganismos, destruindo as enzimas e estruturas celulares.
As preparações comerciais são bactericidas, micobactericidas, fungicidas e
virucidas, mas não esporocidas, nas diluições recomendadas para uso. O contato
prolongado é necessário para inativar certos esporos fúngicos e bacterianos. Apesar
de sua atividade bactericida, as soluções de iodo povidine e de iodo poloxâmero
podem se tornar contaminadas por B. cepacia ou P. aeruginosa e soluções
contaminadas já causaram surtos de pseudo-bacteremia e peritonite. Observou-se que
a B. cepacia sobrevive por até 68 semanas em uma solução de iodo povidine. A
explicação mais provável para a sobrevivência destes microrganismos nas soluções de
iodóforos é que material orgânico ou inorgânico e o biofilme forneçam proteção
mecânica.
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Os iodóforos são amplamente usados para a anti-sepsia da pele, membranas
mucosas e feridas. Uma solução oftalmológica a 2,5% de iodo povidine é mais efetiva e
menos tóxica que a pomada de eritromicina ou nitrato de prata, quando usada como
profilaxia para a conjuntivite neonatal. Em alguns países, as soluções alcoólicas de
iodo povidine são usadas extensivamente para anti-sepsia da pele antes de
procedimentos invasivos. As soluções de iodóforos destinadas ao uso na pele não
devem ser usadas para desinfecção de superfícies porque as concentrações das
soluções anti-sépticas são geralmente muito baixas para esta finalidade.
Efeitos colaterais, tais como pigmentação, irritação tecidual e reabsorção, é mais
baixo com o uso de iodóforos do que com o iodo aquoso. Os iodóforos não corroem
superfícies metálicas; entretanto, uma superfície corporal tratada com iodo ou soluções
de iodóforos pode absorver iodo livre. Pacientes com hipertireoidismo e outras
desordens da função tireoidiana são contra-indicações para o uso de preparações que
contenham iodo. Da mesma forma, os iodóforos não devem ser aplicados em grávidas
e a mulheres que estejam amamentando ou a recém-nascidos e crianças pequenas.
Os iodóforos e o iodo não devem ser usados em pacientes com alergia a estas
preparações. Os iodóforos apresentam pouco efeito residual; entretanto, eles podem
ter atividade bactericida residual na superfície cutânea por um tempo limitado porque o
iodo livre se difunde para o interior de regiões profundas e superfície cutânea. A
eficácia antimicrobiana dos iodóforos é reduzida na presença de material orgânico
como sangue.
6. Profilaxia antimicrobiana
Antes dos anos 60, a maioria dos antimicrobianos “profiláticos” eram
administrados após o final de um procedimento cirúrgico e, portanto, eram ineficazes.
Os antimicrobianos profiláticos começaram então a ser administrados quando os
pacientes eram chamados à sala operatória, mas estudos subsequentes demonstraram
que a infusão imediatamente antes da indução anestésica alcançava melhores níveis
séricos e teciduais tanto no começo quanto no final da operação. A vancomicina é um
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dos poucos antimicrobianos que requer ajustes no tempo; o princípio da infusão deve
ser tal que o término seja obtido dentro de uma hora antes da incisão.
Existe ampla concordância e boas evidencias que apóiam o uso de
antimicrobianos profiláticos antes de todos os procedimentos gastrointestinais
(incluindo apendicite), orofaríngeos, vasculares (incluindo abdominais e pernas),
obstétricos e ginecológicos, cirurgia cardíaca aberta, adaptação de prótese ortopédica,
cirurgias da coluna, craniotomias e mesmo alguns procedimentos “limpos”. Embora
haja controvérsia sobre o uso de antimicrobianos profiláticos para cirurgias “limpas”, ele
é bem aceito para cirurgias cardíacas abertas, substituições articulares, prótese
vascular e craniotomias nas quais o número absoluto de infecções é baixo, mas as
consequências de qualquer infecção são severas. A redução na taxa de infecção é
parecida para outros procedimentos “limpos”, mas o número absoluto de infecções
preveníveis é mais baixo, quando a taxa de infecção subjacente é mais baixa. Poucos
estudos examinaram a dose ideal de antimicrobianos profiláticos. Um estudo sobre
pacientes obesos mórbidos mostrou uma redução de dois terços nas taxas de infecção
do sítio cirúrgico quando a dose de cefazolina foi aumentada de 1g para 2g. Estudos
demonstraram uma correlação entre o risco de infecção e a ausência de antimicrobiano
no soro ao final da operação. A repetição da administração da droga em intervalos uma
a duas vezes a meia-vida (T ½) da droga ou o uso de uma droga de meia-vida longa
durante cirurgias maiores também reduziu as taxas de infecção. Assim, o aspecto mais
importante sobre o momento e a dose dos antimicrobianos profiláticos é a obtenção de
níveis efetivos ao longo do tempo em que a ferida esteja aberta.
Estudos iniciais sobre profilaxia antibiótica geralmente envolviam um regime de
três doses, com a primeira e a última dose separadas por 12 horas. Dentro de um curto
período, muitos estudos controlados por placebo demonstraram a eficácia de uma dose
única no pré-operatório do antimicrobiano profilático. Muitos estudos nos quais se
comparou uma duração mais curta de profilaxia com uma mais longa falharam em
demonstrar qualquer benefício na duração mais longa. Outros estudos mostraram que
bactérias mais resistentes são encontradas em pacientes que recebem profilaxia por
um longo período.
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Revisão de Literatura
O antimicrobiano usado deve ser ativo contra o espectro de bactérias
comumente encontradas durante o procedimento e nas infecções do sítio cirúrgico. Há
concordância geral que os agentes antimicrobianos usados para profilaxia devem ser
diferentes daqueles geralmente escolhidos como primeira linha de tratamento de
infecções estabelecidas. Geralmente, é suficiente o uso de uma única cefalosporina de
primeira geração, para cirurgias nas quais não se espera encontrar anaeróbios, ou uma
única cefalosporina de segunda geração com atividade contra anaeróbios, para
operações onde se espere encontrar anaeróbios, baseado nos padrões de
suscetibilidade locais. Várias sociedades e organizações, publicaram orientações e
recomendações bem documentadas sobre profilaxia antibiótica cirúrgica.
As alergias aos β-lactâmicos são frequentemente citadas como uma contraindicação para a profilaxia antimicrobiana. Antes de escolher um agente profilático
alternativo para um paciente com histórico de “alergia”, a natureza da reação prévia
deve ser confirmada. Pacientes que tiveram reações do tipo anafiláticas, imediatas não
devem receber um antimicrobiano para o qual sejam alérgicas. Para cirurgias nas quais
o risco está relacionado primariamente a organismos da pele, se os padrões locais de
susceptibilidade forem favoráveis, a clindamicina pode ser usada. A vancomicina ou a
teicoplanina são também escolhas comuns para pacientes alérgicos aos β lactâmicos..
Não existem estudos controlados sobre profilaxia antimicrobiana para cirurgias de
cólon com agentes apropriados para pacientes alérgicos a β-lactâmicos. A lógica
sugere que combinações de clindamicina ou metronidazol com um aminoglicosídeo ou
uma fluoroquinolona, ou mesmo de sulfametoxazol e trimetroprima, ou uma
combinação de clindamicina com aztreonam devem ser efetivas.
Profilaxia para cesariana: A cesariana, uma das cirurgias mais comumente
realizadas, apresenta um risco significativo de infecção pós-operatória. Uma revisão de
Cochrane concluiu que a redução de dois terços nas infecções de feridas e de três
quartos na endometrite, justifica a recomendação de profilaxia antimicrobiana tanto nas
cesarianas eletivas como nas não eletivas. A primeira geração de cefalosporinas são
os agentes mais comumente usados. O momento da administração da profilaxia tem
sido alvo de questionamento. Num estudo a administração de antimicrobianos antes da
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Revisão de Literatura
incisão cirúrgica resultou na diminuição de complicações infecciosas maternas quando
comparada à administração no momento do clampeamento do cordão, sem interferir na
evolução do neonato. No entanto ainda existem controvérsias sobre o melhor momento
para iniciar a administração do antimicrobiano profilático e ambas as práticas são
aceitáveis e mais efetivas na prevenção de infecção pós-cesariana do que o uso de
placebos.
Profilaxia em crianças: Pouquíssimos estudos sobre profilaxia antimicrobiana
têm sido realizados na população pediátrica. O tema foi revisado pela Academia
Americana de Pediatria, que concluiu que os princípios biológicos básicos de profilaxia
provavelmente não são diferentes entre pacientes pediátricos e adultos. Recomenda-se
então que os mesmos princípios básicos sejam seguidos, mas que as doses sejam
ajustadas de acordo com os padrões de doses para pacientes pediátricos.
Profilaxia da endocardite bacteriana subaguda em pacientes submetidos a
procedimentos cirúrgicos: A profilaxia da endocardite não é recomendada para
pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, incluindo endoscopia, a não ser para
os que possuem válvulas protéticas ou episódio prévio de endocardite bacteriana,
receptores de transplante cardíaco que tenham valvulopatia cardíaca ou os seguintes
exemplos de doença cardíaca congênita: doença cardíaca congênita cianótica não
operada (incluindo pacientes com shunts e conduits paliativos), defeitos cardíacos
congênitos completamente reparados com materiais protéticos apenas durante os
primeiros seis meses após o procedimento, e doença cardíaca congênita operada com
defeitos residuais no local (ou adjacente ao local) de um reparo protético ou prótese. A
amoxicilina ou a ampicilina são os agentes de preferência para a profilaxia enterocócica
para estes pacientes. Para pacientes com as condições listadas acima “que se
submetem a um procedimento cirúrgico que envolva a pele, estrutura cutânea ou tecido
músculo-esquelético infectado, é prudente que o regime terapêutico administrado para
tratamento da infecção contenha um agente ativo contra estafilococos e estreptococos
β-hemolytico, tais como uma penicilina anti-estafilocócica ou uma cefalosporina..
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Revisão de Literatura
7. Minimizando a contaminação na sala de operação
Além dos riscos associados ao paciente, a cirurgia e a equipe, o ambiente da
sala operatória também pode aumentar o risco de infecção do sítio cirúrgico. A limpeza
e a manutenção regulares das dependências cirúrgicas são essenciais.
Limpeza das superfícies: As superfícies das salas operatórias devem ser
mantidas limpas pelo uso de água, detergente e panos.
Uniforme cirúrgico: O uso de máscaras cirúrgicas que cubram a boca e o nariz,
coberturas para o cabelo como gorros, capotes cirúrgicos estéreis e luvas estéreis
compõem um padrão para as equipes cirúrgicas.
O objetivo do uso de máscaras para cobrir a boca e o nariz é impedir a
contaminação dos tecidos do paciente por microrganismos originados do trato
respiratório superior da equipe cirúrgica e também impedir a exposição da boca e nariz
da equipe da sala operatória aos respingos de sangue ou outros fluidos durante um
procedimento. Existem evidências que o uso de máscaras protege contra respingos de
sangue ou outros fluidos durante a cirurgia, mas seu papel na prevenção da
transmissão de microrganismos não está claro, pois se documentou a redução da
contaminação da sala cirúrgica, mas não há evidência da redução das taxas de
infecção.
Capotes estéreis são usados para impedir que bactérias da pele dos cirurgiões
entrem em contato com os tecidos do paciente e também para impedir que sangue e
fluidos dos pacientes entrem em contato com a pele da equipe cirúrgica. Alguns tecidos
são menos permeáveis do que outros aos fluidos, umidade ou bactérias. O uso de
diferentes tecidos não fez diferença na contaminação durante estudos experimentais
que não envolveram cirurgias de verdade. Nenhuma diferença nas taxas de infecção
de sítio cirúrgico por S. epidermidis, S. aureus ou outros agentes foi observada em
estudos randomizados controlados em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca por
cirurgiões usando uniformes cirúrgicos feitos com material descartáveis ou com tecido
de algodão reutilizável.
O uso de luvas estéreis para cirurgia é uma prática padronizada; entretanto, 8–
15% das luvas cirúrgicas são rasgadas ou perfuradas durante os procedimentos.
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Revisão de Literatura
Nenhuma diferença nas taxas de infecção do sítio cirúrgico foi observada quando as
luvas foram danificadas ou não durante a cirurgia e o uso de dois pares de luvas (duplo
enluvamento) não diminuiu as taxas. Quando o duplo enluvamento foi usado, a luva
mais externa tinha mais perfurações que a luva mais interna e as mãos da equipe
cirúrgica foram menos contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais. O uso de
protetores de sapato (propés) para transitar na sala operatória ou durante uma cirurgia
é uma prática frequente apesar da relação entre contaminação do piso da sala de
operações e a taxa de infecções do sítio cirúrgico não ter sido estabelecida. Em uma
revisão sistemática dos estudos publicados entre 1950 e 2003, observou se que a
dispersão de microrganismos do piso para o ar foi baixa e que não houve associação
entre a dispersão e a contaminação da ferida cirúrgica ou a taxa de infecções do sítio
cirúrgico.
7.1 Garantindo a esterilização dos instrumentais cirúrgicos: indicadores de
esterilização
A esterilização é o processo pelo qual um item é purificado de todos os
microrganismos e esporos. O uso de materiais estéreis para cirurgia é considerado
uma prática padronizada internacionalmente. Os microrganismos têm diferentes níveis
de resistência aos métodos de esterilização dependendo do tipo, capacidade de
formação de esporos, sensibilidade ao calor, a produtos químicos e desinfetantes e da
composição e espessura da parece celular bacteriana ou envelope viral. Os agentes
microbianos podem ser organizados por sua resistência aos procedimentos de
esterilização: vírus de tamanho médio tendem a ser os menos resistentes à destruição,
enquanto os esporos bacterianos tendem a ser os mais resistentes. Qualquer processo
que destrua os esporos bacterianos é considerado capaz de eliminar todos os outros
agentes infecciosos e a eliminação dos esporos bacterianos é um indicador satisfatório
de que a esterilização foi alcançada. Processos que destroem o M. tuberculosis, mas
que não eliminam esporos bacterianos nem príons são considerados como
“desinfecção de alto nível”. (A destruição de príons requer procedimentos especiais e
não está descrita neste documento.)
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Parte I: Revisão de Literatura
Revisão de Literatura
No sistema de classificação de Spaulding et al, dispositivos que normalmente
entram em tecido estéril, cavidades do corpo ou no sistema vascular devem estar
estéreis. Artigos que entram em contato com membranas mucosas intactas e que não
penetram corriqueiramente tecidos estéreis são classificados como “semi-críticos” e
devem receber pelo menos desinfecção de alto nível. Apesar de que as categorias de
desinfecção possam estar muito simplificadas neste sistema, ele é atualmente o
método mais útil para categorização da descontaminação de instrumentos. Obter a
esterilização, particularmente em instrumentais cirúrgicos reutilizáveis, requer uma
sequência de limpeza e remoção mecânica dos contaminantes grosseiros, inspeção e
montagem, empacotamento, esterilização, armazenamento, transporte e entrega na
sala operatória e certificação do processo de esterilização. A limpeza é a remoção
mecânica ou química de qualquer matéria residual, orgânica ou inorgânica, de um item,
usando água, detergentes e métodos mecânicos. A esterilização é a exposição dos
instrumentais, aparelhos e outros materiais a um agente esterilizante. Todos os
microrganismos e esporos restantes devem ser eliminados pelo uso deste agente. O
armazenamento, transporte e entrega são processos pelos quais os instrumentos e
aparelhos são conservados até o seu uso na sala de operação. Devem estar
disponíveis
maneiras
de
preservar
a
integridade
e
impermeabilidade
do
empacotamento através da manutenção dos materiais esterilizados em armazenagem
apropriada (idealmente em prateleiras fechadas e livres de poeira em um ambiente
seco). A certificação é o método pelo qual a esterilização é verificada e confirmada.
As equipes devem ser treinadas para assegurar que procedimentos e processo
adequados ocorram a fim de garantir a limpeza da sala operatória e a esterilidade dos
instrumentais e equipamentos usados durante a cirurgia. Medidas conhecidas por
reduzir as infecções devem ser implementadas de uma maneira oportuna. Políticas
públicas para minimizar sistematicamente os riscos de infecção podem fazer uma
tremenda diferença nos resultados do procedimento cirúrgico, salvar muitas vidas e
impedir muita morbidade.
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Cirúrgico
Parte II: Recomendações para prevenção de
Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
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Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
As recomendações adotadas no Município de Contagem para a prevenção
das Infecções do Sítio Cirúrgico podem ser divididas em cuidados pré, per e pósoperatórios. Os serviços de cirurgia devem implementar normas e práticas com objetivo
de reduzir o risco de ISC que estejam em conformidade com os requerimentos dos três
níveis de governo e que estejam alinhadas com praticas baseadas em evidências
científicas. Recomenda-se que as normas preconizadas pelo serviço de controle de
infecção devam ser implementadas rigorosamente.
Normas e práticas devem incluir, mas não estão limitadas a:
i- Reduzir os fatores de risco modificáveis, ligados aos pacientes.
ii- Otimizar a limpeza e desinfecção dos equipamentos e do ambiente.
iii- Otimizar a preparação e desinfecção do sítio operatório e das mãos da equipe
cirúrgica.
iv- Adesão e higienização das mãos.
v- Controlar o tráfego na sala de cirurgia..
1. Cuidados pré-operatórios

Tempo de internação pré-operatório o mais curto possível.

Compensar as co-morbidades existentes.

Infecções prévias devem ser eliminadas antes de uma cirurgia agendada (eletiva)

Aguardar cicatrização prévia de feridas cutâneas sempre que possível.

Controle glicêmico adequado (Glicemia < 200mg/dl).

Suporte nutricional para pacientes desnutridos, aguardando a recuperação
nutricional.

Perda de peso para pacientes obesos.

Suspender, sempre que possível, o uso de corticosteróides. Administrar dose de
hidrocortisona para stress no pré e pós-operatório imediato.

O uso de tabaco deve ser interrompido pelo menos 30 dias antes de um
procedimento cirúrgico eletivo.
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Parte II: Recomendações para prevenção de
Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)

Banho no pré-operatório com sabonete associado a anti-séptico.

Todo serviço deve ter uma rotina no processo de esterilização que incluam métodos
de verificação da esterilidade de todos os instrumentais, aparelhos e materiais.

Indicadores devem ser usados para determinar a esterilidade e devem ser
checados antes do equipamento ser introduzido dentro do campo operatório. Antes
da indução anestésica, o profissional da equipe de enfermagem, responsável pela
preparação das bandejas cirúrgicas, deve confirmar a esterilidade dos instrumentais
pela avaliação dos indicadores de esterilidade e deve comunicar quaisquer
problemas ao cirurgião e ao anestesiologista.
1.1. Higienização das mãos

Retirar anéis, relógio, unhas postiças, etc.

Escovar as mãos e antebraços por 2-5 minutos com solução de PVP-I degermante
ou clorexidina degermante, no sentido distal-proximal, utilizando escova estéril de
cerdas macias.

Se as mãos estiverem visivelmente limpas, um agente anti-séptico para as mãos à
base de álcool pode ser usado para anti-sepsia.

Não é recomendado uso da “luva química” ou qualquer outra solução após a antisepsia com PVP-I degermante ou clorexidina degermante.

Após a escovação as mãos devem permanecer elevadas acima dos cotovelos e
afastadas do corpo.

Utilizar compressa estéril para enxugar as mãos e antebraços.

Vestir o capote e luvas estéreis de forma asséptica.
1.2. Paramentação na sala cirúrgica

Equipe
cirúrgica:
vestimentas
do
centro
cirúrgico;
máscara
que
cubra
completamente a boca e nariz; gorro que cubra completamente os cabelos; capote
cirúrgico; e luvas estéreis.
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Cirúrgico
Parte II: Recomendações para prevenção de
Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
ATUAL
01
Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)

Anestesistas, enfermeiros e auxiliares de enfermagem: vestimentas do centro
cirúrgico; máscara que cubra completamente a boca e nariz; gorro que cubra
completamente os cabelos.

O uso de propés no intuito de prevenir infecção do sítio cirúrgico é dispensável.
1.3. Ambiente da sala cirúrgica

Manter as portas da sala operatória fechadas, exceto para a passagem de
equipamentos, pessoal ou paciente.

Limitar ao mínimo necessário o número de pessoas na sala cirúrgica.

Não transitar entre as salas cirúrgicas.

A sala de operação deve ser meticulosamente limpa após casos “sujos” ou
“infectados” e ao final de cada dia de cirurgias.
1.4. Preparo do sítio operatório

Pêlos não devem ser removidos a não ser que interfiram na cirurgia. Se for
necessário sua remoção, deve-se usar aparelho elétrico ou tonsura com tesoura,
restritos à área operada. Realizá-la imediatamente (menos de duas horas) antes da
cirurgia. A raspagem não é recomendada, pois aumenta o risco de infecção do sítio
cirúrgico.

Realizar antissepsia da área a ser operada de forma centrífuga e circular, com PVPI degermante ou clorexidina degermante, seguido de PVP-I alcoólico ou clorexidina
alcoólico. A anti-sepsia das mucosas deve ser feita com PVP-I tópico. A área
preparada deve ter extensão suficiente para o caso de necessidade de ampliar a
incisão ou colocar drenos.

Não é recomendado o uso de éter, álcool ou qualquer outra solução após a antisepsia. Proteger o campo operatório com campos de tecido, estéreis. Campos
cirúrgicos que sejam efetivos quando molhados devem ser usados como parte da
barreira estéril.
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Cirúrgico
Parte II: Recomendações para prevenção de
Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
ATUAL
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Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
2. Cuidados per-operatórios

Abrir o material cirúrgico imediatamente antes do uso.

Utilizar técnica asséptica quando da colocação de cateteres intravasculares,
espinhais e peridurais, ou quando da administração de drogas intravenosas.

Manusear os tecidos delicadamente, realizar hemostasia eficiente, minimizar a
desvitalização dos tecidos e introdução de corpos estranhos, e erradicar espaços
mortos no sítio cirúrgico.

Evitar a hipotermia do paciente (temperatura corporal < 36oC). Medidas para manter
normotermia central devem ser tomadas ao longo do período peri-operatório. Nos
casos onde a hipotermia for detectada recomenda-se o uso de botas, gorros e
cobertores antes do procedimento; uso de líquidos endovenosos aquecidos,
cobertores sob o paciente e aumento da temperatura na sala durante a cirurgia –
desligar o ar condicionado, e uso de cobertores na sala de recuperação anestésica.

Utilizar fechamento primário retardado ou deixar a incisão aberta se o cirurgião
considerar que o sítio cirúrgico está grosseiramente contaminado.

Se uma drenagem se fizer necessária, preferir os sistemas fechados e à vácuo.
Exteriorizar o dreno com técnica asséptica, por uma incisão separada e distante da
incisão cirúrgica. Retire o dreno o mais precoce possível.

Pacientes cirúrgicos devem receber oxigênio ao longo do período peri-operatório,
de acordo com necessidades individuais.

Antimicrobianos profiláticos devem ser usados rotineiramente em todos os
procedimentos
classificados
como
cirurgia
potencialmente-contaminada
e
considerados para uso em qualquer caso de cirurgia limpa. Quando os
antimicrobianos são utilizados profilaticamente para evitar infecção, eles devem ser
administrados dentro de uma hora e até 30 minutos antes da incisão, em dose e
espectro microbiano que sejam efetivos contra os patógenos que provavelmente
contaminariam o procedimento. Antes da incisão cirúrgica, a equipe deve confirmar
que antimicrobianos profiláticos foram administrados nos últimos 60 minutos
Quando a vancomicina é usada, a infusão deve ser concluída dentro de uma hora
antes da incisão cirúrgica.
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Parte II: Recomendações para prevenção de
Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
ATUAL
01
Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)

Deve-se considerar a repetição dos antimicrobianos profiláticos se o procedimento
cirúrgico durar mais de quatro horas (se usar cefazolina) ou se houver evidência de
sangramento trans-operatório excessivo (maior que 1500 ml para adulto e maior
que 7 ml/kg para criança). Quando a vancomicina é usada como agente profilático,
não há necessidade de repetição em cirurgias que durem menos de dez horas.

Antimicrobianos usados para profilaxia devem ser interrompidos dentro de 24 horas
após o procedimento. Preferir dose única.
3. Cuidados pós-operatórios

Proteger as feridas operatórias que foram fechadas primariamente com curativo
estéril por 24-48h.

Proteger os sítios de drenos e cateteres com curativo estéril até a sua retirada
(exceto os drenos adaptados em bolsas de colostomia, que não necessitam de
curativo).

Lavar as mãos antes e depois da troca do curativo ou qualquer contato com o sítio
cirúrgico.

Usar material e técnicas assépticas nas trocas de curativo.

Retirar drenos, sondas e cateteres intravasculares o mais breve possível.

Controle glicêmico adequado (glicemia<200mg/dl). O controle glicêmico pósoperatório é desejável principalmente em grandes procedimentos. O rastreamento
de hiperglicemia com a dosagem de glicemia capilar de jejum, deve ser realizado
diariamente nos dois primeiros dias pós-procedimento. No caso de glicemia capilar
acima de 200mg/dl iniciar esquema de correção preferencialmente com insulina em
bomba de infusão.

Uma alta fração de oxigênio inspirado (80%) deve ser administrada ao longo da
cirurgia e oxigênio suplementar deve ser administrado por pelo menos duas horas
no pós-operatório.
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Parte II: Recomendações para prevenção de
Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
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Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC)
4. Vigilância e Controle

Vigilância ativa das infecções do sítio cirúrgico deve ser conduzida de maneira
prospectiva por profissionais de controle de infecção.

Informações sobre as taxas de infecção do sítio cirúrgico devem ser fornecidas aos
cirurgiões e aos administradores competentes.

Os critérios nacionais de ISC publicados pela ANVISA devem ser seguidos para a
vigilância das ISC.

Recomenda-se a utilização dos indicadores de processo e de estrutura associados
às taxas de infecção (resultado)
5. Educação
a) Eduque os cirurgiões e equipe cirúrgica sobre prevenção das ISC

Inclua fatores de risco, desfechos associados com ISC, epidemiologia local (Ex:
taxas de ISC por procedimento e a taxa de infecção por microrganismo e as
medidas básicas de prevenção).

As equipes cirúrgicas devem ser educadas sobre prevenção e controle de infecção
pelo menos anualmente.
b) Eduque pacientes e seus familiares sobre a prevenção de ISC, como
apropriado

Proveja instruções e informações para pacientes e familiares antes da cirurgia
descrevendo as estratégias para reduzir o risco de ISC. .(ver em anexo)
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Cirúrgico
Anexo1: Informativo para Pacientes e seus Familiares
Anexo 1: Informativo para Pacientes e seus Familiares
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE INFECÇÕES APÓS CIRURGIA
O que é uma infecção do sitio cirúrgico (ISC)?

Uma infecção do sítio cirúrgico, também conhecida como infecção cirúrgica, é uma
infecção que ocorre após a cirurgia, no local que foi operado. A maioria dos
pacientes que são submetidos a uma operação, não desenvolve infecção.
Entretanto, infecções ocorrem em cerca de 1 a 3 de cada 100 pacientes operados.
Alguns dos sintomas mais comuns de uma infecção do sítio cirúrgico são:

Vermelhidão e dor na área que foi operada

Drenagem de pus na ferida cirúrgica

Febre
As infecções do sitio cirúrgico podem ser tratadas?

Sim. A maioria das infecções do sítio cirúrgico pode ser tratada com antibióticos.
Algumas vezes pacientes com infecção cirúrgica também necessitam de outra
cirurgia para tratar a infecção.
O que tem sido feito para prevenir as infecções do sítio cirúrgico?
Para prevenir infecções do sítio cirúrgico, médicos, enfermagem e outros profissionais
da área de saúde:

Higienizam suas mãos e antebraços até os cotovelos com soluções anti-sépticas
(matam microrganismos) antes da cirurgia.

Higienizam suas mãos com água e sabão ou álcool à 70% em gel/glicerinado, antes
e após prestar cuidados a cada paciente.

Pode ser necessário remover um pouco de pêlos imediatamente antes da cirurgia,
usando aparelho elétrico, se estiverem na área que será operada. Não deve ser
feita raspagem com gilete ou aparelho de barbear.

Usam coberturas especiais para cabelo, usam máscara, aventais e luvas durante a
cirurgia para manter a área cirúrgica limpa.

Poderão dar a você antibióticos logo antes do início da cirurgia. Em muitos casos,
devem ser interrompidos dentro de 24 horas após a cirurgia.
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Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio
Cirúrgico
Anexo1: Informativo para Pacientes e seus Familiares
Anexo 1: Informativo para Pacientes e seus Familiares

Higienizam sua pele, no local que será operado, com um sabão que eliminam
microrganismos.
O que eu posso fazer para ajudar a prevenir as Infecções do Sítio Cirúrgico?
- Antes da Cirurgia
- Na consulta pré-operatória

Traga uma lista atualizada de todas as medicações que você toma. Fale para o
cirurgião sobre o motivo de você tomá-las e como elas lhe ajudam.

Fale a seu médico outros problemas de saúde que você possa ter. Problemas como
alergias, diabetes, e obesidade entre outros, podem afetar sua cirurgia e seu
tratamento.

Pare de Fumar. Pacientes que fumam tem mais infecções. Converse com seu
médico sobre como você poderá parar de fumar antes da cirurgia.
- No dia ou noite antes da cirurgia

Faça uma boa higiene corporal

Não faça remoção de pelos com aparelho de barbear no local que será operado. O
uso do barbeador poderá irritar sua pele e pode levar a infecção. Se você é homem
e se barbeia todo dia, pergunte seu cirurgião se deve ser feito no dia da cirurgia.
- No Momento da Cirurgia

Informe ao anestesista sobre todos os medicamentos que você toma. A melhor
forma de fazer isto é levar uma lista atualizada com nomes e doses dos
medicamentos.

Fale ao anestesista se você tem diabetes ou se sua glicose está alta. Pessoas com
alta taxa de glicose (açúcar) no sangue tem maior chance de ter uma infecção no
pos-operatório.

Tente se informar sobre come você será mantido aquecido durante e após a
cirurgia. Solicite cobertor extra se você estiver sentindo frio.
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Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio
Cirúrgico
Anexo1: Informativo para Pacientes e seus Familiares
Anexo 1: Informativo para Pacientes e seus Familiares

Pergunte se você tomará algum antibiótico. Se você for receber antibiótico,
pergunte por quanto tempo. A maioria das pessoas tomará antibióticos por apenas
um dia.

Questione se alguém tentar raspar pelos com um barbeador (lâmina ou gilete) antes
da cirurgia. Pergunte por que você precisa ter os pelos removidos e converse com
seu cirurgião se discordar.
- Após sua cirurgia

Tenha certeza que os profissionais de saúde higienizem suas mãos antes de
examinarem você, seja com água e sabão ou fricção com solução alcoólica.

Familiares e amigos que estejam visitando você, não devem tocar na ferida
cirúrgica ou curativo.

Familiares e amigos devem higienizar suas mãos com água e sabão ou com uma
solução alcoólica antes e após visitar você. Se você não tiver certeza de que eles
higienizaram as mãos, por favor, peça-lhes que o façam.
Se você não tiver certeza de que o profissional higienizou as mãos, por
favor peça-lhe que o faça.
O que eu preciso fazer quando tiver alta e for para casa ?

Antes que você vá para casa, seu médico ou alguém da enfermagem deverá
explicar a você tudo o que você precisa saber quanto aos cuidados com a ferida
operatória.

Esteja seguro de que você entendeu os cuidados antes de deixar o hospital.

Sempre faça a higienização das mãos antes e após cuidar da ferida cirúrgica.

Antes de ir para casa, esteja certo de que você sabe a quem procurar, se tiver
dúvidas ou se surgir algum problema após ir para casa.

Se você perceber quaisquer sinais de infecção, tais como vermelhidão e dor no
local da cirurgia, drenagem de secreção purulenta ou febre, procure um serviço de
saúde. De preferência onde você foi operado.
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
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Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
SIGLAS
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
SEH: Serviço de Epidemiologia Hospitalar
g: grama
L: litro
Kg: quilo
mg: miligrama
VO: via oral IV: intra venoso
GI: gastro-intestinal
PO: pós operatório
BID: duas vezes ao dia
MRSA: Staphylococcus aureus resistente a Oxacilina
PNC: Penicilina
CGP: Coco GRAM positivo
CRVM: cirurgia de revascularização miocárdica
ATB: Antibiótico
DIP: Doença Inflamatória Pélvica
Materiais
Antibióticos e materiais necessários para administração dos mesmos
Princípios da antibióticoprofilaxia cirúrgica

Usar antimicrobiano profilático apenas para procedimentos onde há evidência de
beneficio; ou seja, procedimentos com alto índice de infecção cirúrgica (> 5%),
procedimentos com implantes de material protético, procedimentos nos quais a
ocorrência infecção é um evento catastrófico.

O antibiótico deve ser administrado no tempo correto para permitir um nível tecidual
adequado no momento da incisão inicial, ou seja, por volta de 30 minutos antes
da incisao. Os antibióticos profiláticos não devem ser dados com intervalo maior
que 60 minutos antes da incisão.
EXCEÇOES:
A Vancomicina e Ciprofloxacina e Metronidazol requerem infusão lenta (60 min);
assim, a administração IV deve iniciar 90 min antes da incisão cirúrgica.

Cirurgias com duração prolongada (> 400min) requerem nova dose profilática,
repique, de acordo com a meia vida da droga utilizada.

Perdas sanguíneas volumosas durante a cirurgia (cada 4 unidades de produto
transfundido ou a cada 1000 ml de perda sanguínea para adultos ou 7 ml/kg para
crianças) requerem nova dose profilática.
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia

Pacientes que apresentem urticária, angioedema ou anafilaxia a penicilinas não
devem receber cefalosporinas ou carbapenêmicos. Nestes casos a droga de
escolha deve ser a clindamicina ou a vancomicina.

As doses pré e per operatórias devem ser ajustada por Kg de peso e não
dependem da função renal. Ajuste de doses para doses pós-operatórias são
necessário naqueles com função renal comprometida e/ou idosos.

A dose pré-operatória é a mais importante. Não há evidências científicas que
suportem o uso de antimicrobiano profilático após o procedimento cirúrgico, exceto
para cirurgias cardíacas extensas e ortopédicas com implante de próteses, nas
quais o uso de ATB profilático por até 48 horas ainda é aceito.
Observação: Nas cirurgias cardíacas a profilaxia utilizada como dose única préoperatória é tão eficiente quanto profilaxia mantida por 24 ou 48horas.

Em cirurgias infectadas e grosseiramente contaminadas, o uso de antibiótico não
deve ser classificado como profilático e sim como terapêutico.
Ampicilina
Dose na indução
anestésica
(30 a 60min antes
da incisao
cirúrgica)
1grama
(2g se peso >80kg)
1grama
(2g se peso >80kg)
2 gramas
Clindamicina
600 mg
EV em 10 min
6 horas
6 horas
Metronidazol
500mg
EV em 10 min
8 horas
8 horas
Gentamicina
80mg
EV em 30 min
8 horas
8 horas
Vancomicina*
1 grama
EV em 60 min
8 horas
12 horas
Ciprofloxacina*
400mg
EV em 60 min
8 horas
12 horas
Antibiótico
Cefazolina
Cefalotina
Administração
Intervalo de
repetição
intraoperatoria.
Intervalo de
repetição pósoperatoria, se
necessário.
EV em bolus
4 horas
8 horas
EV em bolus
2 horas
4 horas
EV em bolus
2 horas
6 horas
* Necessitam de infusão lenta, em 60min, portanto deve ser iniciada a profilaxia cerca de 90 min antes da incisão
cirúrgica
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
Descrição de kits de antibióticos profiláticos
KIT 1 - Cefazolina 1g IV (2g se ≥ 80Kg) – DOSE ÚNICA
KIT 2 – Clindamicina 600mg IV - DOSE ÚNICA
KIT 3 - Vancomicina 1g (15mg/kg) - DOSE ÚNICA
KIT 4 - Ampicilina/Sulbactam 1,5g (3,0g IV se ≥ 80 Kg) - DOSE ÚNICA
KIT 5 - Ciprofloxacina 500mg VO ou 400 mg IV - DOSE ÚNICA
KIT 6 - Metronidazol 500mg IV - DOSE ÚNICA
KIT 7 - Gentamicina 1,7mg/Kg IV - DOSE ÚNICA
KIT 8 – Sulfametoxazol + Trimetoprim 400/80mg – 2 comprimidos VO – DOSE ÚNICA
KIT 9 – Doxiciclina 100mg VO – 1 comprimido 60 min antes e 2 comprimidos 30 min após
procedimento
CIRURGIA ORTOPÉDICA
Procedimento
cirúrgico
Fratura de quadril
Antibiótico
profilático
Regime alternativo
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
ou
Vancomicina
(KIT 3)
Comentários
Artrodese de coluna
Artroscopias
cirúrgicas com
implante (incluindo
fio)
Redução aberta de
fratura
Artroplastias
Amputação sem
infecção
Cefazolina
(KIT 1)
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
ou
Vancomicina
(KIT 3)
Clindamicina
(KIT 2)
ou
Vancomicina
(KIT 3)
Não há evidencias de que o
uso de ATB após o
procedimento cirúrgico seja
benéfico. No entanto a
duração de profilaxia por 24
horas é permitida.
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
Artroscopias sem
implante
Laminectomia
Outros procedimentos
ortopédicos limpos
Sem indicação
Sem indicação
Não há evidência na
literatura que suporte uso
de profilaxia
Uso de manguito pneumático: aguardar pelo menos 10 mim da administração do antibiótico para
inflá-lo. Nos procedimentos longos dose suplementar de antibiótico deve ser dada antes de
desinsuflar o garrote pneumático (cefazolina a cada 4 horas).
ESQUEMAS TERAPEUTICOS EM ORTOPEDIA
Procedimento
Cirúrgico
Antibiótico
Terapêutico
Fratura exposta
Classificação de
Gustilo e Anderson
 Grau I: lesão
menor que 1cm,
puntiforme, limpa
 Grau II: lesão
maior que 1 cm, sem
grande perda tecidual
 Grau III: fratura
com grande perda
tecidual ou trauma de
alta energia
(Profilaxia apenas
para ossos longos ou
articulações
importantes)
Amputação com
infecção (ATB
terapêutico)
Mordedura de gato
Mordedura de cão
Mordedura humana
Ferida puntiforme
profunda plantar
Grau I e II
Cefazolina 1g ( até 48 h)
Grau III
Cefazolina 1g IV
+
Gentamicina 5mg/Kg/dia
(por 3 a 5 dias ou até ferida
seca ou com boa evolução)
Amoxicilina + clavulanato
Amoxacilina/ clavulanato
875 mg BID
Amoxacilina/ clavulanato
VO
875 mg BID
Clindamicina VO 300mg
QID + Ciprofloxacina
400mg VO BID
Regime alternativo
Grau I e II
Clindamicina 600mg
6/6h
ou
Unasyn 1.5g IV 6/6 h
Grau III
Clindamicina 600mg IV
+
Gentamicina
5mg/Kg/dia IV
ou
Unasyn 1.5g IV 6/6h
ou
Individualizado de
acordo com tipo de
contaminação
Ciprofloxacina
+
Clindamicina
Doxiciclina VO 100 mg
BID
Clindamicina VO
300mg QID +
Ciprofloxacin 400mg
VO BID
Amoxacilina/
clavulanato VO
875 mg BID
Comentários
Evite uso prolongado de
antibiótico sempre que
possível. O grau de
contaminação e a
evolução da cicatrização
são parâmetros
importantes ao
determinar o tempo de
tratamento. Grau I e II –
predomínio de CGP
Grau III – predomínio
GRAM negativo
O antibiótico deve ser
considerado terapêutico
O ATB deve ser
mantido por pelo menos
72h se houver chance de
infecção no coto.
O antibiótico deve ser
considerado terapêutico
Mordedura de cão –
indicar profilaxia de
raiva quando necessário
Checar se paciente está
em dia com vacina antitetânica e caso
apropriado recomendar
imunização
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SUBSISTEMA / PROCESSO
Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio
Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
CIRURGIA UROLÓGICA
Procedimento cirúrgico
Antibiótico
profilático
Regime
alternativo
Cistoscopia com
instrumentação
Implante de prótese
Biópsia transretal de próstata
Ciprofloxacina
(KIT 5)
Bactrim oral
(KIT 8)
Litotripsia
Ureteroscopia
Cistoscopia sem
instrumentação – utilizar
profilaxia apenas se:
 urocultura positiva ou não
realizada
 uso prévio de sonda vesical
Ciprofloxacina
(KIT 5)
Bactrim oral
(KIT 8)
Comentários
Possível utilizar ATB oral
uma hora antes do
procedimento.
Uso pós-operatório de
antibiótico não
recomendado.
Possível utilizar ATB oral
uma hora antes do
procedimento.
Uso pós-operatório de
antibiótico não
recomendado.
Se houver manipulação
intestinal utilizar esquema
indicado para cirurgia
coloretal.
Cirurgia aberta ou
Ciprofloxacina
laparoscópica inclusive
(KIT 5)
Cefazolina
procedimentos com entrada
+
(KIT 1)
em trato urinário e implante de
Clindamicina
protese
(KIT 2)
Pacientes com infecção urinária devem ser tratados antes do procedimento cirúrgico. Cirurgia de urgência
em paciente com ITU ou risco de ITU: colher urocultura, iniciar tratamento com ciprofloxacina ou
ceftriaxona e ajustar terapia após resultado do antibiograma. Nestes casos tratar por 7 a 10 dias.
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
CIRURGIA GERAL
Procedimento cirúrgico
Esôfago
Gastroduodenal
Colecistectomia
Laparotomia sem entrada
em TGI
Gastroplastia
Trato biliar
Hérnia com implante de
tela
Intestino Delgado
Apendicectomia (sem
perfuração)
Apendicite perfurada
(ATB terapêutico)
Cirurgia Colo-retal
Trauma abdominal
penetrante
Antibiótico
profilático
Regime alternativo
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
Cefazolina
(KIT 1)
Cefazolina
(KIT 1)
+
Metronidazol
(KIT 6)
Ciprofloxacina
+
Metronidazol
Cefazolina (KIT 1)
+
Metronidazol (KIT 6)
+
ATB oral no dia
anterior
(Neomicina 1g VO
+ Eritromicina 1g VO
às 13h, 14h e 23h)
Cefazolina
(KIT 1)
+
Metronidazol
(KIT 6)
Clindamicina
(KIT 2)
Comentários
Procedimentos sem
implantes são
considerados limpos e
não tem indicação de
ATB profilático.
Ampicilina+sulbactam
(KIT 4)
Ceftriaxone
+
Metronidazol
Ampicilina+sulbactam
(KIT 4)
Ampicilina+sulbactam
(KIT 4)
Ou
Ciprofloxacina
(KIT 5)
+
Clindamicina
(KIT 2)
Tempo de tratamento
geralmente entre 5 e 7
dias. Casos graves
podem necessitar de
ATB por mais tempo.
O uso de antibiótico
VO é recomendado
principalmente para
casos de maior risco
(Ca avançado,
procedimentos
extensos).
Tempo de ATB entre
12 e 24 horas parece
ser tão eficaz quanto
por 5 dias.
Lavagem eficiente da
cavidade é mais
importante que uso do
ATB.
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO
Procedimento cirúrgico
Tumores do trato aéreo
digestivo
Antibiótico
profilático
Clindamicina
(KIT 2)
Cirurgias maiores com
penetração de mucosa:
 laringectomias
 estenoses laringotraqueais
 uvulo -Balatoplastias
Regime alternativo
Comentários
Cefazolina
(KIT 1)
+
Metronidazol
(KIT 6)
Ou
Ampicilina+sulbactam
(KIT 4)
Cirurgias do nariz:
 septo nasal
 sinusectomia
Cirurgias do ouvido:
 estapedectomia
 timpanoplastia
 mastoidectomia
 Adenoidectomia,
 amigdalectomia,
 tireoidectomias,
 paratireoidecto-mias,
 ressecção de glândulas
 esvaziamento cervical
simples.
 linfadenectomias
 Cirurgias menores da
laringe (nódulos, pólipos
edemas; cistos, papilomas)
 Outras cirurgias do ouvido
(tubo de ventilação,
timpanotomia exploradora)
Antibiótico deve ser
administrado apenas na
presença de infecção
ativa.
Sem indicação de
profilaxia
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
CIRURGIA CARDIOVASCULAR
Procedimento cirúrgico
Antibiótico
profilático
Regime
alternativo
CRVM
Dose única pré-operatória é
tão eficiente quanto
profilaxia mantida por 24
ou 48horas.
Cardiopatias congênitas,
Valvuloplastias
Troca valvar
Implante de marca-passo
Cefazolina
(KIT 1)
Vancomicina
(KIT 3)
Aneurisma de aorta abdominal
Amputação por isquemia
Amputação com infecção
(ATB terapêutico)
Varizes
Atentar para repique de
doses em cirurgias com
mais de 4 horas.
A descolonização de MRSA
com mupirocina é indicada
nas cirurgias cardíacas em
pacientes sabidamente
colonizados (aplicação
nasal por 3 dias antes da
cirurgia)
Implante de desfibrilador
ByPass vascular periférico
Comentários
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
Amoxicilina
+
clavulanato
Ciprofloxacina
+
Clindamicina
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
O ATB deve ser mantido
por pelo menos 72h se
houver chance de infecção
no coto.
Apenas em pacientes de alto
risco (história de erisipela,
úlceras abertas em mmii).
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
NEUROCIRURGIA
Procedimento cirúrgico
Antibiótico
profilático
Regime
alternativo
Cefazolina
(KIT 1)
Vancomicina
(KIT 3)
Ampicilina+sulbactam
(KIT 4)
Clindamicina
(KIT 2)
Comentários
Craniotomia
Derivação VentrículoPeritoneal
Atentar para repique de
doses em cirurgias com
mais de 4 horas
Coluna
Craniotomia potencialmente
contaminada (via seios da
face ou naso-orofaringe)
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
CIRURGIA GINECOLÓGICA E OBSTETRICA
Procedimento
cirúrgico
Cesariana
Aborto ou
curetagem
Histerectomia
via abdominal
ou vaginal
Histeroscopia
Antibiótico
profilático
Regime alternativo
Clindamicina
(KIT 2)
+
Gentamicina
(KIT 8)
Cefazolina
(KIT 1)
Doxiciclina
(KIT 9)
Clindamicina
(KIT 2)
+
Gentamicina
(KIT 7)
Clindamicina
(KIT 2)
+
Gentamicina
(KIT 7)
Clindamicina
(KIT 2)
+
Gentamicina
(KIT 7)
Ou
Ampicilina+sulbactan
(KIT 4)
Comentários
O uso de ATB profilático
antes do clampeamento do
cordão umbilical é
considerado seguro e mais
eficiente do que após o
clampeamento.
Doxiciclina posologia:
100mg VO 60 min antes do
procedimento e 200mg VO
30 min após.
Recomendado apenas nos
casos de ablação de
endométrio e ressecção de
miomas onde se presume
duração > 1 h.
Cefazolina
(KIT 1)
Histerosonografia
Inserção de DIU
Biópsia de
Endométrio
Profilaxia de Sepse
neonatal por
Estreptococo do
grupo B
Sem indicação de
profilaxia
Penicilina cristalina
5.000.000 U EV (dose de
ataque) + 2.500.000 U EV
4/4h até o final do parto
Ampicilina 2g EV
(dose de ataque)
1g EV 4/4h até o final
do parto
ou
Clindamicina: 900 mg
EV a cada 8 h.
Indicações:
- Swab vaginal ou anorretal
colhido na 35ª a 37ª semana
positivo para estreptococo do
grupo B.
- Parto prévio com neonato
infectado pelo estreptococo
do grupo B.
- Bacteriúria por
Estreptococo do grupo B na
gestação / parto prematuro
(<37 semanas).
- Ruptura de membranas >
18 horas.
- Temperatura axilar materna
> 38ºC durante o parto.
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Cirúrgico (ISC)
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de
Antibioticoprofilaxia
Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
CIRURGIAS TORÁCICAS
Procedimento
cirúrgico
Antibiótico
profilático
Regime alternativo
Com abordagem
mediastino, pulmão,
pleura.
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
Procedimento
cirúrgico
Antibiótico
profilático
Regime alternativo
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
Comentários
CIRURGIAS MAMA
Mastectomia
Comentários
CIRURGIA PLÁSTICA
Procedimento
cirúrgico
Cirurgias estéticas
maiores
Mamoplastia com
implante de prótese
Enxertos com
penetração de
mucosa
Enxerto de pele
Mamoplastia sem
implante de prótese
Antibiótico
profilático
Regime alternativo
Cefazolina
(KIT 1)
Clindamicina
(KIT 2)
Comentários
Clindamicina
(KIT 2)
Ampicilina+sulbactan
+
(KIT 4)
Gentamicina
(KIT 7)
Não há evidência na literatura que suporte uso de
profilaxia
CIRURGIAS OFTÁLMICAS
Procedimento
cirúrgico
Cirurgias oftálmicas
Antibiótico profilático
Gentamicina, tobramicina, ciprofloxacina,
moxifloxacina, levofloxacina, neomicinagaramicina-polimixina B
Regime alternativo
Varias gotas entre 2 e 24
horas
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Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia
Registros
Boletim de Procedimentos Cirúrgicos
Formulário de Solicitação de Antimicrobianos
Hospital ------------------------ de Contagem
Antibioticoprofilaxia Cirúrgica
Paciente: ______________________________________________ Data: __________
Cirurgia: _____________________________________________________________
Checar indicação de acordo com procedimento:
□
KIT 1 - Cefazolina 1g IV– DOSE ÚNICA
Se > 80 kg :
□ KIT 1 / 80 - Cefazolina 2g IV– DOSE ÚNICA
Se risco de gram negativos associar:
□ KIT Gram negativo - Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA
Se risco de MARSA associar:
□
□
KIT MARSA - Vancomicina 1g - DOSE ÚNICA
KIT 2 – Clindamicina 600mg + Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA
Se risco de gram negativos associar:
□ KIT Gram negativo - Gentamicina 240 mg IV - DOSE ÚNICA
Se risco de MARSA associar:
□
□
KIT 3 - Vancomicina 1g - DOSE ÚNICA
Se risco de gram negativos associar:
□
□
□
KIT Gram negativo - Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA
KIT 4 - Ampicilina 500mg IV + Gentamicina 240 mg IV - DOSE ÚNICA
KIT 5 - Cefazolina 1g IV + Metronidazol 1g IV – DOSE ÚNICA
Se > 80 kg :
□
□
□
□
□
KIT MARSA - Vancomicina 1g - DOSE ÚNICA
KIT 5 / 80 - Cefazolina 2g IV + Metronidazol 1g IV – DOSE ÚNICA
KIT 6 - Ciprofloxacina 400 mg IV - DOSE ÚNICA
KIT 7 - Metronidazol 1g + Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA
KIT 8 - Ciprofloxacina 400mg IV + Clindamicina 600mg IV - DOSE ÚNICA
KIT Streptococo B - Penicilina cristalina 5.000.000 U/frasco - 4 frascos
Necessário repique intra-operatório:
□
NÃO
□
SIM Quantidade: ___
Médico responsável:
Nome legível: ________________________________________________ CRM: ________
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Bibliografia Consultada
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Bibliografia Consultada
1.
Bratzler DW, Houck PM. Antimicrobial prophylaxis for surgery: an advisory
statement from the National Surgical Infection Prevention Project. Clin Infect Dis
2004; 38:1706-1715
2.
Strategies to Prevent Surgical Site Infections in Acute Care Hospitals The Society
for Healthcare Epidemiology of America. Infect Control Hosp Epidemiol 2008;
29:S51–S61
3.
ASHP therapeutic guidelines on antimicrobial prophylaxis in surgery. American
Society of Health-System Pharmacists. Am J Health Syst Pharm 1999; 56:1839
1888.
4.
Mangram AJ, Horan TC, Pearson ML, et al. Gudeline for prevention of surgical site
infection, 1999. Hospital Infection Control Practices Advisory Committee Infect
Control Hosp Epidemiol 1999; 20:247-80.
5.
OMS. Segundo desafio global para a segurança do paciente: Manual - cirurgias
seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / Rio de Janeiro:
OPAS; Ministério da Saúde; ANVS, 2009.
6.
MM Constantine et al. Timing of perioperative antibiotics for cesarean delivery: a
metaanalysis. Am J Obstet Gynecol 2008; 199:301.
7.
ACOG Practice Bulletin. Antimicrobial prophylaxis for gynecologic procedures.
Obstet Gynecol 2009; 113:1180.
8.
K Slim et al. Updated systematic review and meta-analysis of randomized clinical
trials on the role of mechanical bowel preparation before colorectal surgery. Ann
Surg 2009; 249:203.
9.
Antimicrobial prophylaxis in surgery. Med Lett Drugs Ther 2009;vol 7(82):47-52.
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