TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO SERVIÇOS DE SAÚDE SUS CONTAGEM Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO Histórico das Revisões Revisão 01 Data Outubro/2010 Descrição Publicação Inicial Elaborado por: Comissão Municipal de Controle de Infecção em Serviços de Saúde - CMCISS Verificado por: José Carlos Matos, Guilherme Augusto Armond, Rafaela Oliveira França, Marcelo Silva de Oliveira, Thaís Silva Maia. Aprovado por: Eduardo Caldeira de Souza Penna Secretário Municipal de Saúde SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO SERVIÇOS DE SAÚDE SUS CONTAGEM Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Coordenação José Carlos Matos – CMCISS EquipeTécnica Guilherme Augusto Armond – CMCISS Rafaela Oliveira França – CMCISS Marcelo Silva de Oliveira – CMCISS Adelino Melo Freire Júnior – Médico Infectologista Bruno Cunha Chamone – Cirurgião e Coordenador da Cirurgia Geral do HMC Edna Andréa de Carvalho – Enfermeira da CCIH do HMC Elessandra Lima Guimarães – Enfermeira da CME SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO SERVIÇOS DE SAÚDE SUS CONTAGEM Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico SIGLÁRIO ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CMCISS – Comissão Municipal de Controle de Infecção em Serviços de Saúde CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar FDA – Food and Drug Administration HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana ISC – Infecção do Sítio Cirúrgico OMS – Organização Mundial da Saúde PVP-I – Polivinilpirrolidona Iodo SENIC – Estudo sobre a Eficácia do Controle de Infecções Nosocomiais UFC – Unidades Formadoras de Colônias SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO SERVIÇOS DE SAÚDE SUS CONTAGEM Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico SUMÁRIO Apresentação Parte I Revisão da Literatura 1. Conceito e epidemiologia 2. Patogênese e microbiologia 3. Prevenção e vigilância de infecção do sítio cirúrgico 4. Fatores de risco 5. Anti-sepsia pré-operatória da pele 4.1.Compostos alcoólicos 4.2.Clorexidina 4.3.Iodóforos 6. Profilaxia antimicrobiana 7. Minimizando a contaminação na sala de operação 7.1. Garantindo a esterilização dos instrumentais cirúrgicos: indicadores de esterilização Parte II Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) 1. Cuidados pré-operatórios 1.1. Higienização das mãos 1.2. Paramentação na sala cirúrgica 1.3. Ambiente da sala cirúrgica 1.4. Preparo do sítio operatório 2. Cuidados per-operatórios 3. Cuidados pós-operatórios 4. Vigilância e Controle 5. Educação Bibliografia Consultada SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO SERVIÇOS DE SAÚDE SUS CONTAGEM Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Apresentação Este manual foi desenvolvido pela CMCISS em conjunto com profissionais diretamente envolvidos na assistência ao paciente cirúrgico no Município de Contagem. Tem como objetivo determinar parâmetros mínimos para os cuidados pré, per e pós-operatórios, visando reduzir a incidência e gravidade das infecções do sítio cirúrgico e atualizar o conhecimento e as práticas atualmente aplicadas. Com linguagem acessível, foi dividido em duas partes, a primeira com a introdução, faz uma breve revisão da literatura atual, baseando-se principalmente no Manual para a Segurança do paciente cirúrgico da OMS, traduzido e disponibilizado pela ANVISA, servindo como base para a segunda parte, na qual estão as recomendações mínimas para a prevenção das infecções do sítio cirúrgico no município de Contagem. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 1 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura ATUAL 01 Revisão de Literatura 1. Conceito e epidemiologia Uma infecção que ocorre no local da operação é conhecida como infecção do sítio cirúrgico (ISC). Estas infecções ocorrem após procedimentos invasivos nas camadas superficiais ou profundas da incisão ou no órgão ou espaço que foi manipulado ou traumatizado, tais como o espaço peritoneal, espaço pleural, mediastino ou espaço articular. Estes são problemas sérios, de alto custo e estão associados a aumento da morbidade e mortalidade, assim como à hospitalização prolongada. Atualmente, sua prevalência tem sido usada, no Brasil e no exterior, como um indicador da qualidade da assistência dos hospitais e cirurgiões. As infecções do sítio cirúrgico contribuem para cerca de 15% de todas as infecções relacionadas à assistência à saúde e para cerca de 37% das infecções de pacientes cirúrgicos, adquiridas em hospital. Dois terços das infecções do sítio cirúrgico são incisionais e um terço confinado a espaços ou órgãos. Estudo nacional realizado pelo Ministério da Saúde no ano de 1999 encontrou uma taxa de ISC de 11% do total de procedimentos cirúrgicos analisados. Em países ocidentais, a frequência de tais infecções é de 15–20% de todos os casos, com uma incidência de 2–15% em cirurgia geral. As infecções de sítio cirúrgico levam a um aumento médio da duração da internação hospitalar em 4-7 dias. Os pacientes infectados têm duas vezes mais chance de ir à óbito, duas vezes mais chance de passar algum tempo na unidade de tratamento intensivo e cinco vezes mais chance de ser readmitidos após a alta. Os custos da assistência à saúde aumentam substancialmente para pacientes com infecções do sítio cirúrgico. Observa-se grande variação dos valores atribuídos aos gastos com as ISC nas publicações disponíveis, mas a magnitude dos efeitos depende da extensão do procedimento cirúrgico, do país e do método usado para calcular os custos. 2. Patogênese e microbiologia A contaminação microbiana durante um procedimento cirúrgico é um precursor da infecção do sítio cirúrgico. A maioria das feridas cirúrgicas é contaminada por bactérias, mas apenas uma minoria progride para infecção clínica. A infecção não SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 1 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura ocorre na maioria dos pacientes, porque as defesas inatas do hospedeiro eliminam os contaminantes no sítio cirúrgico de maneira eficiente. Há pelo menos três importantes determinantes para que a contaminação possa evoluir para uma infecção do sítio cirúrgico: a dose de contaminação bacteriana, a virulência das bactérias e a resistência do paciente. A resistência do paciente pode ser entendida como a presença de predisposições agudas e crônicas e a defesa inata e adaptativa do hospedeiro. A probabilidade de infecção aumenta, proporcionalmente, na medida em que o número e a virulência das bactérias aumentam. Características locais da ferida, tais como tecido necrótico residual, suturas ou outros materiais estranhos ou a presença de drenos, ampliarão as possibilidades do inóculo bacteriano se desenvolver e levar à infecção. A contaminação bacteriana é um precursor necessário para a infecção de sítio cirúrgico, mas não é o único determinante. As bactérias da pele sempre estão presentes, apesar de rigorosa preparação (anti-sepsia) da pele. Além disso, numerosas bactérias contaminam qualquer cirurgia que envolva uma estrutura do corpo normalmente colonizada por bactérias, como o intestino. Quantitativamente, o risco para infecção do sítio cirúrgico aumenta notavelmente se o mesmo estiver contaminado com > 105 microrganismos por grama de tecido; entretanto, a dose de microrganismos contaminantes necessários para produzir infecção pode ser muito menor quando material estranho está presente no sítio cirúrgico (p.ex. 100 estafilococos por grama de tecido introduzido em fios de suturas). A agressividade de muitos microrganismos invasivos depende de suas funções biológicas. Muitas bactérias que causam infecções do sítio cirúrgico contêm ou produzem toxinas e outras substâncias que aumentam suas habilidades para sobreviver no tecido hospedeiro, invadir e danificá-lo. Como exemplo, certas variedades de clostrídios e estreptococos produzem exotoxinas que rompem as membranas celulares ou alteram o metabolismo celular; Vários microrganismos (ex: Estafilococos coagulase-negativos) formam biofilme, o que protege fisicamente a bactéria da ação dos fagócitos ou inibe a penetração ou a ligação de agentes antimicrobianos. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 2 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura Revisão de Literatura A fonte dos patógenos que causam a maioria das infecções do sítio cirúrgico é a microbiota endógena da pele do paciente, membranas mucosas ou vísceras ocas. Quando uma membrana mucosa ou pele é incisada, os tecidos expostos estão sob grande risco de contaminação. Os microrganismos são geralmente cocos aeróbios Gram positivos (p.ex. estafilococos), mas também devem ser incluídos aqueles pertencentes à microbiota intestinal (p.ex. bactérias anaeróbicas e aeróbios Gramnegativos) quando a incisão é feita próxima ao períneo ou virilha. Quando um órgão gastrointestinal é a fonte de patógenos, bacilos Gram-negativos (ex. Escherichia coli), microrganismos Gram-positivos (ex. Enterococcus faecalis) e às vezes anaeróbios (ex. Bacteroides fragilis) são tipicamente isolados. Os contaminantes bacterianos também podem entrar na ferida por fontes exógenas, incluindo o ar da sala operatória, instrumentos, próteses ou outros implantes ou a equipe cirúrgica que entra em contato com a ferida. A microbiota exógena é composta primariamente por aeróbios, especialmente por microrganismos Gram positivos (p.ex. estafilococos e estreptococos). Fungos de fontes endógenas e exógenas raramente causam infecções do sítio cirúrgico e suas patogêneses não são bem compreendidas. Os patógenos isolados do sítio cirúrgico variam, de acordo com o tipo de cirurgia, assim como com o órgão e com a localização. No entanto observa-se mudança do padrão de resistência dos patógenos aos antimicrobianos, tais como o S. aureus resistente à oxacilina e os patógenos fúngicos, especialmente Candida albicans. Este aumento pode refletir o uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, pois alguns profissionais preferem usar antimicrobianos de amplo espectro ao invés de drogas com perfil de susceptibilidade menor. O aumento dos patógenos fúngicos, também pode refletir o aumento no número de pacientes cirúrgicos imunocomprometidos. A distribuição dos patógenos que causam infecções do sítio cirúrgico é parecida em muitos países. Em um estudo sobre estas infecções na União Européia, 27–40% ocorreram devido a S. aureus, 6–11% a Estafilococos coagulasenegativo, 3–15% a E. coli e 7–10% a Pseudomonas. Um estudo na Turquia mostrou que os S. aureus contribuíram para 50% de 621 patógenos isolados de infecções do SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 3 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura sítio cirúrgico, E. coli por 8%, S. pyogenes e P. aeruginosa 7% cada uma e Estafilococos coagulase negativo por 6%. Na Tailândia, os patógenos identificados que mais comumente causam infecções do sítio cirúrgico foram a E. coli (15,3%), S. aureus (8,5%), P. aeruginosa (6,8%), K. pneumoniae (6,8%) e Acinetobacter baumannii (3,4%). 3. Prevenção e vigilância de infecção do sítio cirúrgico O Estudo sobre a Eficácia do Controle de Infecções Nosocomiais (SENIC) mostrou que cerca de 6% das infecções hospitalares podem ser evitadas através de mínimas intervenções. Métodos simples que podem ser usados para limitar o risco incluem: Avaliação completa de todos os pacientes cirúrgicos no pré-operatório. Redução da hospitalização pré-operatória. Avaliação e tratamento de infecções metastáticas. Redução de peso (para pacientes obesos). Interrupção do uso de tabaco. Controle da hiperglicemia. Restauração das defesas do hospedeiro. Diminuição da contaminação bacteriana endógena. Uso de métodos apropriados para remoção de pêlos. Administração apropriada e oportuna de antimicrobianos profiláticos. Confirmação de assepsia de instrumentais e anti-sepsia correta da pele. Manutenção de técnica cirúrgica correta e de minimização do trauma tecidual. Manutenção de normotermia durante a cirurgia. Diminuição do tempo operatório. Vigilância efetiva da ferida. As taxas podem ser reduzidas em um terço ou mais, com programas bem estruturados e pessoal treinado em controle e vigilância de infecções. Em estudos no Brasil, Países Baixos, Reino Unido e Estados Unidos, as taxas de infecção do sítio cirúrgico foram reduzidas em 33–88% quando um sistema de informação específico SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 4 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura para o cirurgião foi usado, incluindo estratégias como a vigilância e medidas de controle organizados, uma equipe adequadamente treinada, educação e normas padronizadas de controle de infecção. Embora os detalhes sobre o uso destes métodos estejam fora do âmbito deste documento, os princípios de um sistema de vigilância efetivo são: Manter coleta de dados exata, eficiente e confidencial. Fornecer informações sobre as últimas taxas de infecção, estratificadas por risco multivariado para cada cirurgião e paciente. Usar definições claras e consistentes de infecção. Usar protocolos padronizados de acompanhamento pós-alta e manter os dados de maneira adequada. No Brasil, recente documento com os “Critérios Nacionais de Infecções relacionadas à assistência à Saúde: Sítio Cirúrgico”, foi divulgado em março de 2009, abordando a identificação das infecções, indicadores de processo, de estrutura e de resultados, constitui-se em valioso instrumento para a vigilância e controle das infecções operatórias. 4. Fatores de risco As características e co-morbidades do paciente desempenham um importante papel na determinação da probabilidade de infecção após uma cirurgia. Demonstrou se que infecções coincidentes em locais remotos (outro sítio corporal), colonização (em particular, colonização das narinas por S. aureus), diabetes, tabagismo, uso de corticóides sistêmicos, obesidade (índice de massa corporal ≥ 30 kg/m2), extremos de idade, estado nutricional debilitado, transfusão sanguínea pré-operatória e internação pré-operatória prolongada têm aumentado o risco de infecção do sítio cirúrgico. A permanência pós-operatória prolongada no hospital também tem sido frequentemente associada a aumento do risco de infecção de sítio cirúrgico. As características da operação também podem afetar a probabilidade de infecção do sítio cirúrgico. O preparo pré-operatório tem papel demonstrável na prevenção de infecção. O banho anti-séptico, aparar os pêlos (ao invés de raspar), o SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 5 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura preparo da pele e o ato de friccionar as mãos e antebraços com antisseptico durante a anti-sepsia cirúrgica, são etapas que podem reduzir as taxas de infecção. Vários estudos têm demonstrado que a remoção de pêlos no pré-operatório por qualquer método está associada a aumento das taxas de infecção do sítio cirúrgico e têm sugerido que não se devem remover os pêlos. A utilização correta de agentes antisépticos, as técnicas de escovação e a duração da escovação (tanto da pele do paciente quanto das mãos e antebraços da equipe cirúrgica) resultam em diminuição das contagens de colônias de bactérias, apesar de não se ter demonstrado que estas práticas definitivamente reduzam as taxas de infecção do sítio cirúrgico. Fatores trans-operatórios como o ambiente da sala de operação (ventilação apropriada e limpeza das superfícies do ambiente), a esterilização de instrumentais, os uniformes para cirurgia (incluindo máscaras, gorros e propés), campos estéreis e kit para escovação (incluindo luvas estéreis e capotes) também aumentam a chance de reduzir a contaminação da ferida cirúrgica. Há uma grande evidência que apóia o uso da profilaxia antibiótica na prevenção da infecção do sitio cirúrgico. Quando usada apropriadamente, as taxas de infecção podem ser significativamente reduzidas (ver “Profilaxia antimicrobiana” abaixo). Os dois princípios mais importantes da prevenção da infecção, entretanto, estão relacionados à duração da operação e à técnica cirúrgica asséptica. Minimizar a quantidade de tempo requerida para a cirurgia é considerado um dos principais métodos de prevenção de infecções. A falta de adesão aos princípios de assepsia durante os procedimentos foi associada a surtos de infecção pós-operatória. Considera-se amplamente que a técnica cirúrgica meticulosa reduz o risco de infecção do sítio cirúrgico e inclui a manutenção de hemostasia efetiva enquanto se preserva um suprimento adequado de sangue, a prevenção de hipotermia, o manuseio suave dos tecidos, evitar a entrada inadvertida em uma víscera oca, a remoção de tecido desvitalizado, o uso de drenos e de material de sutura apropriadamente e a erradicação de espaço morto. O manejo adequado da incisão no pós-operatório pode reduzir a infecção do sítio cirúrgico. O tipo de cuidado é determinado pelo fato da incisão ser fechada ou deixada aberta para cicatrização por segunda intenção. As evidências são inconclusivas sobre se uma incisão deve ser coberta com curativo ou se SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 6 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura ATUAL 01 Revisão de Literatura os banhos prejudicam a cicatrização. Entretanto, quando uma incisão cirúrgica é deixada aberta ao nível da pele por alguns dias antes de ser fechada (fechamento primário tardio), a incisão deve ser coberta com compressas de gaze estéril ou com curativo com hidrocolóide. Glicose sanguínea e risco de infecção: Reconhece-se há muito tempo que pacientes com diabetes estão sob risco aumentado para complicações infecciosas de todos os tipos, com taxas de infecção do sítio cirúrgico duas a três vezes mais altas que entre os pacientes sem diabetes após cirurgias cardíacas. A ocorrência de hiperglicemia (glicose > 200 ou > 220 mg/dL) entre pacientes submetidos a operações gastrointestinais ou cardíacas tem sido correlacionada a aumento significativo das taxas de infecção do sítio cirúrgico. Um relato recente sobre pacientes com e sem diabetes submetidos à cirurgia cardíaca, mostrou que o risco para infecção do sítio cirúrgico dobrou quando o nível de glicose pós-operatória era > 200 mg/dL nas primeiras 48 horas. Metade de todos os episódios hiperglicêmicos ocorreu em pacientes sem diabetes. Outras pesquisas mostraram que a hiperglicemia é comum em pacientes hospitalizados. Estudos com pacientes submetidos a re-vascularização do miocárdio demonstrou que a cada 50 mg / dL de aumento de glicose no sangue pode estar associada com maior mortalidade e maior taxa de infecção, além de maior tempo de estadia e maior custo por internação. Há evidências de que a infusão contínua de insulina leva a uma redução significativa nos níveis de glicose sangüínea perioperatória e incidência de infecção da ferida esternal profunda em relação as injeções de insulina subcutânea. Embora a evidência mais forte de benefícios ocorra em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, é provável que todos os pacientes cirúrgicos possam se beneficiar de exames peri-operatórios do nível de glicose e da infusão contínua de insulina no período peri-operatório, quando os níveis de glicose estivessem elevados. Recentemente, o Colégio Americano de Endocrinologia publicou um comunicado oficial enfatizando a importância do controle da glicose em todos os pacientes hospitalizados, incluindo o período Peri-operatório. Tensão de oxigênio e temperatura no período Peri-operatório: Todas as feridas cirúrgicas contêm pelo menos algumas bactérias ao final do procedimento. O equilíbrio SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 7 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura entre o número e a virulência das bactérias e a resistência das defesas do hospedeiro determina se a infecção do sítio cirúrgico ocorrerá. Uma das defesas chave do hospedeiro é a ação dos leucócitos na ferida. As células brancas usam oxigênio ativado para destruir bactérias e vários estudos in vitro e em experimentos em animais mostraram a importância da tensão de oxigênio no apoio a este processo. Estudos subsequentes de pacientes em pós-operatório mostraram que o risco para infecção do sítio cirúrgico foi associado à tensão de oxigênio subcutâneo na ferida. O aquecimento do tecido melhora a perfusão e a tensão de oxigênio tecidual. Um estudo multicêntrico na Europa entre pacientes que tinham se submetido à colectomia, mostrou que a manutenção da normotermia durante a operação reduziu a taxa de infecção, enquanto um estudo sobre cirurgias de pequeno porte (nas mamas, hérnias e veias varicosas) no Reino Unido, mostrou taxa de infecção mais baixa quando os pacientes foram aquecidos antes da cirurgia. Eventos cardíacos mórbidos no período peri-operatório também são reduzidos pela manutenção de normotermia durante cirurgias de grande porte. O benefício com o aumento do nível de oxigênio inspirado durante a cirurgia a fim de aumentar a tensão de oxigênio tecidual é menos claro do que aquele da manutenção da normotermia. No entanto, o aumento da fração de oxigênio inspirado pode ser benéfico e quase certamente não causa danos. 5. Anti-sepsia pré-operatória da pele Possui como objetivo remover rapidamente e eliminar a microbiota da pele no local onde está planejada uma incisão cirúrgica. Os anti-sépticos atualmente disponíveis não eliminam todos os microrganismos. Define-se um anti-séptico para a pele como uma “preparação anti-séptica de ação rápida, de amplo espectro e persistente que reduza de maneira significativa o número de microrganismos na pele intacta”. Não há um nível definido de carga bacteriana da pele que deva ser removido ou eliminado antes da cirurgia e 80% das bactérias de infecções do sítio cirúrgico se originam da pele do paciente. Existem padrões estabelecidos por varias entidades e SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 8 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura ATUAL 01 Revisão de Literatura autoridades internacionais (FDA, ANVISA) que devem ser seguidos por um anti-séptico para preparo pré-cirúrgico da pele antes que ele seja legalmente comercializado. O número de bactérias esperado em um sítio cirúrgico determina o número de aplicações do anti-séptico. Como regra geral, três aplicações são suficientes; entretanto, em áreas com alta densidade de bactérias, isto pode não ser suficiente para eliminar todas as bactérias vegetativas. Antes da pele do paciente ser preparada para um procedimento cirúrgico, ela deve ser limpa para a remoção de contaminação grosseira (p.ex. sujeiras, terra ou quaisquer outros debris). Apesar de não ter sido demonstrado que o banho pré-operatório reduz a incidência de infecção do sítio cirúrgico, ele pode reduzir as contagens de bactérias e assegurar que a pele esteja limpa. Os anti-sépticos usados para preparar a pele devem ser aplicados com instrumentais e luvas estéreis ou por uma técnica sem toque movendo da área da incisão para a periferia. A fricção aumenta o efeito antibacteriano de um anti-séptico. Por exemplo, o álcool aplicado sem fricção reduz as contagens de bactérias em 1.0– 1.2 log10 UFC comparado a 1.9–3.0 log10 UFC quando a fricção é usada. Os antisépticos mais comumente utilizados são os compostos alcoólicos, a clorexidina e os compostos iodados. 5.1. Compostos alcoólicos O etanol e o isopropanol agem em segundos. São minimamente tóxicos para a pele, não mancham e não são alergênicos. Evaporam imediatamente, o que é vantajoso para a maioria dos procedimentos de desinfecção e anti-sepsia. Os alcoóis têm algumas desvantagens. Se anti-sépticos alcoólicos forem usados repetidamente, eles podem ressecar e irritar a pele. Além disso, são inflamáveis (devese considerar o ponto de combustão) e não agem em materiais ricos em proteína. O mecanismo exato pelo qual os alcoóis destroem os microrganismos não é completamente compreendido. A explicação mais plausível para sua ação antimicrobiana é que eles coagulam (desnaturam) proteínas, tais como as proteínas enzimáticas, e assim impossibilitam funções celulares específicas. O etanol e o isopropanol em concentrações apropriadas possuem amplo espectro de SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 9 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura Revisão de Literatura atividade antimicrobiana que inclui bactérias vegetativas, fungos e vírus. A eficácia antimicrobiana deles melhora na presença de água, sendo as concentrações ótimas de álcool entre 60–90% por volume. Alcoóis, como o etanol a 70–80%, destrói bactérias como o S. aureus, Streptococcus pyogenes, Enterobacteriaceae e P. aeruginosa em 10-90 s em testes de suspensão. O isopropanol é levemente mais bactericida que o etanol e é altamente efetivo contra Enterococcus resistentes à vancomicina. Possui excelente atividade contra fungos dermatitidis, como Candida Coccidioides spp., immitis, Cryptococcus Histoplasma neoformans, capsulatum, Blastomyces Aspergillus níger, dermatófitos e micobacterias como Mycobacterium tuberculosis. Entretanto, geralmente os alcoóis não destroem esporos bacterianos e infecções fatais, devido a espécies de Clostridium, já ocorreram quando o álcool foi usado para desinfetar instrumentais cirúrgicos. Tanto o etanol como o isopropanol inativam a maioria dos vírus que possuem envelope lipídico (p.ex. vírus influenza, vírus do herpes simples e adenovírus). O isopropanol tem menos atividade virucida contra vírus não-envelopados. Os compostos alcoólicos não são adequados para uso durante a cirurgia nas membranas mucosas ou olhos ou em áreas muito próximas dos mesmos. 5.2. Clorexidina O digluconato de clorexidina, uma biguanida catiônica, tem sido amplamente reconhecido como um anti-séptico efetivo e seguro por cerca de 40 anos. As formulações de clorexidina são extensivamente usadas para anti-sepsia cirúrgica e higienização das mãos; outras aplicações incluem banhos pré-operatórios (ou antisepsia da pele do corpo), anti-sepsia em obstetrícia e ginecologia, manejo de queimaduras, anti-sepsia de feridas e prevenção e tratamento de doenças bucais (controle de placa, bochechos pré e pós-operatórios, higiene bucal). Quando a clorexidina é usada na cavidade oral, seu sabor amargo precisa ser mascarado e pode também pigmentar os dentes. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 10 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura A clorexidina é mais comumente formulada como solução aquosa a 4% em uma base detergente; entretanto, demonstrou-se em vários estudos que as preparações alcoólicas têm melhor atividade antimicrobiana que as formulações em base detergente. As concentrações bactericidas destroem a membrana celular bacteriana, fazendo com que os constituintes celulares saiam da célula e que o conteúdo celular coagule. A atividade bactericida do digluconato de clorexidina contra bactérias Grampositivas e Gram-negativas vegetativas é rápida. Possui ação antimicrobiana persistente que evita o novo crescimento de microrganismos por até 6 horas. Este efeito é desejável quando uma redução prolongada da microbiota reduz o risco de infecção, como durante os procedimentos cirúrgicos. A clorexidina tem pouca atividade contra esporos bacterianos e fúngicos a não ser em altas temperaturas. As micobactérias são inibidas, mas não destruídas pelas soluções aquosas. As leveduras e dermatófitos são geralmente suscetíveis, apesar da ação fungicida variar com as espécies. A clorexidina é efetiva contra vírus lipofílicos, como o HIV, vírus influenza e vírus do herpes 1 e 2, mas vírus como o poliovírus, coxsackievírus e rotavírus não são inativados. O sangue e outros materiais orgânicos não afetam a atividade antimicrobiana da clorexidina de maneira significativa, ao contrário dos seus efeitos sobre o iodo povidine. Os ânions orgânicos e inorgânicos como os sabonetes são, entretanto, incompatíveis com a clorexidina que também tem sua atividade reduzida em pH extremamente ácido ou alcalino e na presença de hidratantes aniônicos e não iônicos e detergentes. Microrganismos podem contaminar as soluções de clorexidina e isolados resistentes de Proteus mirabilis, P. aeruginosa, Burkholderia (Pseudomonas) cepacia, P.mirabilis, S. marcescens e S. aureus já foram identificados. Há várias outras limitações para o uso da clorexidina. Quando ela é absorvida por tecidos de algodão ou outros, geralmente é resistente à remoção por lavagem. A experiência de longo prazo com o uso da clorexidina demonstrou que a incidência de hipersensibilidade e irritação cutânea é baixa, mas reações alérgicas graves incluindo anafilaxia já foram relatadas. Apesar de a citotoxicidade ter sido observada em fibroblastos expostos, nenhum efeito deletério sobre a ferida cirúrgica foi encontrado in SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 11 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura vivo. Embora não haja evidência de que o digluconato de clorexidina seja tóxico se for absorvido pela pele, a ototoxicidade é uma preocupação quando a clorexidina é instilada dentro do ouvido médio durante as cirurgias. Altas concentrações de clorexidina e preparações contendo outros compostos, como álcool e surfactantes, também podem danificar os olhos e seu uso em tais tecidos não é recomendado. 5.3. Iodóforos Complexos químicos de iodo, ligado a um carregador como a polivinil-pirrolidona (povidine) ou detergentes não iônicos etoxilados (poloxâmeros), os quais gradualmente lançam pequenas quantidades de iodo microbicida livre. O iodóforo mais comumente usado é o iodo povidine. As preparações geralmente contêm 1–10% de iodo povidine, equivalente a 0,1–1,0% de iodo disponível. O componente ativo parece ser a molécula livre de iodo. O S.aureus pode sobreviver a até dois minutos de exposição a uma solução de iodo povidine integral, mas não pode sobreviver após exposição por 15 segundos a uma diluição de 1:100 do iodóforo. Assim, os iodóforos devem ser usados na diluição recomendada pelo fabricante. O mecanismo exato pelo qual o iodo destrói os microrganismos não é conhecido. Ele pode reagir com os aminoácidos e ácidos graxos dos microrganismos, destruindo as enzimas e estruturas celulares. As preparações comerciais são bactericidas, micobactericidas, fungicidas e virucidas, mas não esporocidas, nas diluições recomendadas para uso. O contato prolongado é necessário para inativar certos esporos fúngicos e bacterianos. Apesar de sua atividade bactericida, as soluções de iodo povidine e de iodo poloxâmero podem se tornar contaminadas por B. cepacia ou P. aeruginosa e soluções contaminadas já causaram surtos de pseudo-bacteremia e peritonite. Observou-se que a B. cepacia sobrevive por até 68 semanas em uma solução de iodo povidine. A explicação mais provável para a sobrevivência destes microrganismos nas soluções de iodóforos é que material orgânico ou inorgânico e o biofilme forneçam proteção mecânica. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 12 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura Os iodóforos são amplamente usados para a anti-sepsia da pele, membranas mucosas e feridas. Uma solução oftalmológica a 2,5% de iodo povidine é mais efetiva e menos tóxica que a pomada de eritromicina ou nitrato de prata, quando usada como profilaxia para a conjuntivite neonatal. Em alguns países, as soluções alcoólicas de iodo povidine são usadas extensivamente para anti-sepsia da pele antes de procedimentos invasivos. As soluções de iodóforos destinadas ao uso na pele não devem ser usadas para desinfecção de superfícies porque as concentrações das soluções anti-sépticas são geralmente muito baixas para esta finalidade. Efeitos colaterais, tais como pigmentação, irritação tecidual e reabsorção, é mais baixo com o uso de iodóforos do que com o iodo aquoso. Os iodóforos não corroem superfícies metálicas; entretanto, uma superfície corporal tratada com iodo ou soluções de iodóforos pode absorver iodo livre. Pacientes com hipertireoidismo e outras desordens da função tireoidiana são contra-indicações para o uso de preparações que contenham iodo. Da mesma forma, os iodóforos não devem ser aplicados em grávidas e a mulheres que estejam amamentando ou a recém-nascidos e crianças pequenas. Os iodóforos e o iodo não devem ser usados em pacientes com alergia a estas preparações. Os iodóforos apresentam pouco efeito residual; entretanto, eles podem ter atividade bactericida residual na superfície cutânea por um tempo limitado porque o iodo livre se difunde para o interior de regiões profundas e superfície cutânea. A eficácia antimicrobiana dos iodóforos é reduzida na presença de material orgânico como sangue. 6. Profilaxia antimicrobiana Antes dos anos 60, a maioria dos antimicrobianos “profiláticos” eram administrados após o final de um procedimento cirúrgico e, portanto, eram ineficazes. Os antimicrobianos profiláticos começaram então a ser administrados quando os pacientes eram chamados à sala operatória, mas estudos subsequentes demonstraram que a infusão imediatamente antes da indução anestésica alcançava melhores níveis séricos e teciduais tanto no começo quanto no final da operação. A vancomicina é um SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 13 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura dos poucos antimicrobianos que requer ajustes no tempo; o princípio da infusão deve ser tal que o término seja obtido dentro de uma hora antes da incisão. Existe ampla concordância e boas evidencias que apóiam o uso de antimicrobianos profiláticos antes de todos os procedimentos gastrointestinais (incluindo apendicite), orofaríngeos, vasculares (incluindo abdominais e pernas), obstétricos e ginecológicos, cirurgia cardíaca aberta, adaptação de prótese ortopédica, cirurgias da coluna, craniotomias e mesmo alguns procedimentos “limpos”. Embora haja controvérsia sobre o uso de antimicrobianos profiláticos para cirurgias “limpas”, ele é bem aceito para cirurgias cardíacas abertas, substituições articulares, prótese vascular e craniotomias nas quais o número absoluto de infecções é baixo, mas as consequências de qualquer infecção são severas. A redução na taxa de infecção é parecida para outros procedimentos “limpos”, mas o número absoluto de infecções preveníveis é mais baixo, quando a taxa de infecção subjacente é mais baixa. Poucos estudos examinaram a dose ideal de antimicrobianos profiláticos. Um estudo sobre pacientes obesos mórbidos mostrou uma redução de dois terços nas taxas de infecção do sítio cirúrgico quando a dose de cefazolina foi aumentada de 1g para 2g. Estudos demonstraram uma correlação entre o risco de infecção e a ausência de antimicrobiano no soro ao final da operação. A repetição da administração da droga em intervalos uma a duas vezes a meia-vida (T ½) da droga ou o uso de uma droga de meia-vida longa durante cirurgias maiores também reduziu as taxas de infecção. Assim, o aspecto mais importante sobre o momento e a dose dos antimicrobianos profiláticos é a obtenção de níveis efetivos ao longo do tempo em que a ferida esteja aberta. Estudos iniciais sobre profilaxia antibiótica geralmente envolviam um regime de três doses, com a primeira e a última dose separadas por 12 horas. Dentro de um curto período, muitos estudos controlados por placebo demonstraram a eficácia de uma dose única no pré-operatório do antimicrobiano profilático. Muitos estudos nos quais se comparou uma duração mais curta de profilaxia com uma mais longa falharam em demonstrar qualquer benefício na duração mais longa. Outros estudos mostraram que bactérias mais resistentes são encontradas em pacientes que recebem profilaxia por um longo período. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 14 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura O antimicrobiano usado deve ser ativo contra o espectro de bactérias comumente encontradas durante o procedimento e nas infecções do sítio cirúrgico. Há concordância geral que os agentes antimicrobianos usados para profilaxia devem ser diferentes daqueles geralmente escolhidos como primeira linha de tratamento de infecções estabelecidas. Geralmente, é suficiente o uso de uma única cefalosporina de primeira geração, para cirurgias nas quais não se espera encontrar anaeróbios, ou uma única cefalosporina de segunda geração com atividade contra anaeróbios, para operações onde se espere encontrar anaeróbios, baseado nos padrões de suscetibilidade locais. Várias sociedades e organizações, publicaram orientações e recomendações bem documentadas sobre profilaxia antibiótica cirúrgica. As alergias aos β-lactâmicos são frequentemente citadas como uma contraindicação para a profilaxia antimicrobiana. Antes de escolher um agente profilático alternativo para um paciente com histórico de “alergia”, a natureza da reação prévia deve ser confirmada. Pacientes que tiveram reações do tipo anafiláticas, imediatas não devem receber um antimicrobiano para o qual sejam alérgicas. Para cirurgias nas quais o risco está relacionado primariamente a organismos da pele, se os padrões locais de susceptibilidade forem favoráveis, a clindamicina pode ser usada. A vancomicina ou a teicoplanina são também escolhas comuns para pacientes alérgicos aos β lactâmicos.. Não existem estudos controlados sobre profilaxia antimicrobiana para cirurgias de cólon com agentes apropriados para pacientes alérgicos a β-lactâmicos. A lógica sugere que combinações de clindamicina ou metronidazol com um aminoglicosídeo ou uma fluoroquinolona, ou mesmo de sulfametoxazol e trimetroprima, ou uma combinação de clindamicina com aztreonam devem ser efetivas. Profilaxia para cesariana: A cesariana, uma das cirurgias mais comumente realizadas, apresenta um risco significativo de infecção pós-operatória. Uma revisão de Cochrane concluiu que a redução de dois terços nas infecções de feridas e de três quartos na endometrite, justifica a recomendação de profilaxia antimicrobiana tanto nas cesarianas eletivas como nas não eletivas. A primeira geração de cefalosporinas são os agentes mais comumente usados. O momento da administração da profilaxia tem sido alvo de questionamento. Num estudo a administração de antimicrobianos antes da SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 15 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura incisão cirúrgica resultou na diminuição de complicações infecciosas maternas quando comparada à administração no momento do clampeamento do cordão, sem interferir na evolução do neonato. No entanto ainda existem controvérsias sobre o melhor momento para iniciar a administração do antimicrobiano profilático e ambas as práticas são aceitáveis e mais efetivas na prevenção de infecção pós-cesariana do que o uso de placebos. Profilaxia em crianças: Pouquíssimos estudos sobre profilaxia antimicrobiana têm sido realizados na população pediátrica. O tema foi revisado pela Academia Americana de Pediatria, que concluiu que os princípios biológicos básicos de profilaxia provavelmente não são diferentes entre pacientes pediátricos e adultos. Recomenda-se então que os mesmos princípios básicos sejam seguidos, mas que as doses sejam ajustadas de acordo com os padrões de doses para pacientes pediátricos. Profilaxia da endocardite bacteriana subaguda em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos: A profilaxia da endocardite não é recomendada para pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, incluindo endoscopia, a não ser para os que possuem válvulas protéticas ou episódio prévio de endocardite bacteriana, receptores de transplante cardíaco que tenham valvulopatia cardíaca ou os seguintes exemplos de doença cardíaca congênita: doença cardíaca congênita cianótica não operada (incluindo pacientes com shunts e conduits paliativos), defeitos cardíacos congênitos completamente reparados com materiais protéticos apenas durante os primeiros seis meses após o procedimento, e doença cardíaca congênita operada com defeitos residuais no local (ou adjacente ao local) de um reparo protético ou prótese. A amoxicilina ou a ampicilina são os agentes de preferência para a profilaxia enterocócica para estes pacientes. Para pacientes com as condições listadas acima “que se submetem a um procedimento cirúrgico que envolva a pele, estrutura cutânea ou tecido músculo-esquelético infectado, é prudente que o regime terapêutico administrado para tratamento da infecção contenha um agente ativo contra estafilococos e estreptococos β-hemolytico, tais como uma penicilina anti-estafilocócica ou uma cefalosporina.. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 16 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura 7. Minimizando a contaminação na sala de operação Além dos riscos associados ao paciente, a cirurgia e a equipe, o ambiente da sala operatória também pode aumentar o risco de infecção do sítio cirúrgico. A limpeza e a manutenção regulares das dependências cirúrgicas são essenciais. Limpeza das superfícies: As superfícies das salas operatórias devem ser mantidas limpas pelo uso de água, detergente e panos. Uniforme cirúrgico: O uso de máscaras cirúrgicas que cubram a boca e o nariz, coberturas para o cabelo como gorros, capotes cirúrgicos estéreis e luvas estéreis compõem um padrão para as equipes cirúrgicas. O objetivo do uso de máscaras para cobrir a boca e o nariz é impedir a contaminação dos tecidos do paciente por microrganismos originados do trato respiratório superior da equipe cirúrgica e também impedir a exposição da boca e nariz da equipe da sala operatória aos respingos de sangue ou outros fluidos durante um procedimento. Existem evidências que o uso de máscaras protege contra respingos de sangue ou outros fluidos durante a cirurgia, mas seu papel na prevenção da transmissão de microrganismos não está claro, pois se documentou a redução da contaminação da sala cirúrgica, mas não há evidência da redução das taxas de infecção. Capotes estéreis são usados para impedir que bactérias da pele dos cirurgiões entrem em contato com os tecidos do paciente e também para impedir que sangue e fluidos dos pacientes entrem em contato com a pele da equipe cirúrgica. Alguns tecidos são menos permeáveis do que outros aos fluidos, umidade ou bactérias. O uso de diferentes tecidos não fez diferença na contaminação durante estudos experimentais que não envolveram cirurgias de verdade. Nenhuma diferença nas taxas de infecção de sítio cirúrgico por S. epidermidis, S. aureus ou outros agentes foi observada em estudos randomizados controlados em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca por cirurgiões usando uniformes cirúrgicos feitos com material descartáveis ou com tecido de algodão reutilizável. O uso de luvas estéreis para cirurgia é uma prática padronizada; entretanto, 8– 15% das luvas cirúrgicas são rasgadas ou perfuradas durante os procedimentos. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 17 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Revisão de Literatura Nenhuma diferença nas taxas de infecção do sítio cirúrgico foi observada quando as luvas foram danificadas ou não durante a cirurgia e o uso de dois pares de luvas (duplo enluvamento) não diminuiu as taxas. Quando o duplo enluvamento foi usado, a luva mais externa tinha mais perfurações que a luva mais interna e as mãos da equipe cirúrgica foram menos contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais. O uso de protetores de sapato (propés) para transitar na sala operatória ou durante uma cirurgia é uma prática frequente apesar da relação entre contaminação do piso da sala de operações e a taxa de infecções do sítio cirúrgico não ter sido estabelecida. Em uma revisão sistemática dos estudos publicados entre 1950 e 2003, observou se que a dispersão de microrganismos do piso para o ar foi baixa e que não houve associação entre a dispersão e a contaminação da ferida cirúrgica ou a taxa de infecções do sítio cirúrgico. 7.1 Garantindo a esterilização dos instrumentais cirúrgicos: indicadores de esterilização A esterilização é o processo pelo qual um item é purificado de todos os microrganismos e esporos. O uso de materiais estéreis para cirurgia é considerado uma prática padronizada internacionalmente. Os microrganismos têm diferentes níveis de resistência aos métodos de esterilização dependendo do tipo, capacidade de formação de esporos, sensibilidade ao calor, a produtos químicos e desinfetantes e da composição e espessura da parece celular bacteriana ou envelope viral. Os agentes microbianos podem ser organizados por sua resistência aos procedimentos de esterilização: vírus de tamanho médio tendem a ser os menos resistentes à destruição, enquanto os esporos bacterianos tendem a ser os mais resistentes. Qualquer processo que destrua os esporos bacterianos é considerado capaz de eliminar todos os outros agentes infecciosos e a eliminação dos esporos bacterianos é um indicador satisfatório de que a esterilização foi alcançada. Processos que destroem o M. tuberculosis, mas que não eliminam esporos bacterianos nem príons são considerados como “desinfecção de alto nível”. (A destruição de príons requer procedimentos especiais e não está descrita neste documento.) SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 18 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-RPISC-003 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte I: Revisão de Literatura Revisão de Literatura No sistema de classificação de Spaulding et al, dispositivos que normalmente entram em tecido estéril, cavidades do corpo ou no sistema vascular devem estar estéreis. Artigos que entram em contato com membranas mucosas intactas e que não penetram corriqueiramente tecidos estéreis são classificados como “semi-críticos” e devem receber pelo menos desinfecção de alto nível. Apesar de que as categorias de desinfecção possam estar muito simplificadas neste sistema, ele é atualmente o método mais útil para categorização da descontaminação de instrumentos. Obter a esterilização, particularmente em instrumentais cirúrgicos reutilizáveis, requer uma sequência de limpeza e remoção mecânica dos contaminantes grosseiros, inspeção e montagem, empacotamento, esterilização, armazenamento, transporte e entrega na sala operatória e certificação do processo de esterilização. A limpeza é a remoção mecânica ou química de qualquer matéria residual, orgânica ou inorgânica, de um item, usando água, detergentes e métodos mecânicos. A esterilização é a exposição dos instrumentais, aparelhos e outros materiais a um agente esterilizante. Todos os microrganismos e esporos restantes devem ser eliminados pelo uso deste agente. O armazenamento, transporte e entrega são processos pelos quais os instrumentos e aparelhos são conservados até o seu uso na sala de operação. Devem estar disponíveis maneiras de preservar a integridade e impermeabilidade do empacotamento através da manutenção dos materiais esterilizados em armazenagem apropriada (idealmente em prateleiras fechadas e livres de poeira em um ambiente seco). A certificação é o método pelo qual a esterilização é verificada e confirmada. As equipes devem ser treinadas para assegurar que procedimentos e processo adequados ocorram a fim de garantir a limpeza da sala operatória e a esterilidade dos instrumentais e equipamentos usados durante a cirurgia. Medidas conhecidas por reduzir as infecções devem ser implementadas de uma maneira oportuna. Políticas públicas para minimizar sistematicamente os riscos de infecção podem fazer uma tremenda diferença nos resultados do procedimento cirúrgico, salvar muitas vidas e impedir muita morbidade. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 19 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte II: Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) ATUAL 01 Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) As recomendações adotadas no Município de Contagem para a prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico podem ser divididas em cuidados pré, per e pósoperatórios. Os serviços de cirurgia devem implementar normas e práticas com objetivo de reduzir o risco de ISC que estejam em conformidade com os requerimentos dos três níveis de governo e que estejam alinhadas com praticas baseadas em evidências científicas. Recomenda-se que as normas preconizadas pelo serviço de controle de infecção devam ser implementadas rigorosamente. Normas e práticas devem incluir, mas não estão limitadas a: i- Reduzir os fatores de risco modificáveis, ligados aos pacientes. ii- Otimizar a limpeza e desinfecção dos equipamentos e do ambiente. iii- Otimizar a preparação e desinfecção do sítio operatório e das mãos da equipe cirúrgica. iv- Adesão e higienização das mãos. v- Controlar o tráfego na sala de cirurgia.. 1. Cuidados pré-operatórios Tempo de internação pré-operatório o mais curto possível. Compensar as co-morbidades existentes. Infecções prévias devem ser eliminadas antes de uma cirurgia agendada (eletiva) Aguardar cicatrização prévia de feridas cutâneas sempre que possível. Controle glicêmico adequado (Glicemia < 200mg/dl). Suporte nutricional para pacientes desnutridos, aguardando a recuperação nutricional. Perda de peso para pacientes obesos. Suspender, sempre que possível, o uso de corticosteróides. Administrar dose de hidrocortisona para stress no pré e pós-operatório imediato. O uso de tabaco deve ser interrompido pelo menos 30 dias antes de um procedimento cirúrgico eletivo. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 1 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte II: Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Banho no pré-operatório com sabonete associado a anti-séptico. Todo serviço deve ter uma rotina no processo de esterilização que incluam métodos de verificação da esterilidade de todos os instrumentais, aparelhos e materiais. Indicadores devem ser usados para determinar a esterilidade e devem ser checados antes do equipamento ser introduzido dentro do campo operatório. Antes da indução anestésica, o profissional da equipe de enfermagem, responsável pela preparação das bandejas cirúrgicas, deve confirmar a esterilidade dos instrumentais pela avaliação dos indicadores de esterilidade e deve comunicar quaisquer problemas ao cirurgião e ao anestesiologista. 1.1. Higienização das mãos Retirar anéis, relógio, unhas postiças, etc. Escovar as mãos e antebraços por 2-5 minutos com solução de PVP-I degermante ou clorexidina degermante, no sentido distal-proximal, utilizando escova estéril de cerdas macias. Se as mãos estiverem visivelmente limpas, um agente anti-séptico para as mãos à base de álcool pode ser usado para anti-sepsia. Não é recomendado uso da “luva química” ou qualquer outra solução após a antisepsia com PVP-I degermante ou clorexidina degermante. Após a escovação as mãos devem permanecer elevadas acima dos cotovelos e afastadas do corpo. Utilizar compressa estéril para enxugar as mãos e antebraços. Vestir o capote e luvas estéreis de forma asséptica. 1.2. Paramentação na sala cirúrgica Equipe cirúrgica: vestimentas do centro cirúrgico; máscara que cubra completamente a boca e nariz; gorro que cubra completamente os cabelos; capote cirúrgico; e luvas estéreis. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 2 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte II: Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) ATUAL 01 Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anestesistas, enfermeiros e auxiliares de enfermagem: vestimentas do centro cirúrgico; máscara que cubra completamente a boca e nariz; gorro que cubra completamente os cabelos. O uso de propés no intuito de prevenir infecção do sítio cirúrgico é dispensável. 1.3. Ambiente da sala cirúrgica Manter as portas da sala operatória fechadas, exceto para a passagem de equipamentos, pessoal ou paciente. Limitar ao mínimo necessário o número de pessoas na sala cirúrgica. Não transitar entre as salas cirúrgicas. A sala de operação deve ser meticulosamente limpa após casos “sujos” ou “infectados” e ao final de cada dia de cirurgias. 1.4. Preparo do sítio operatório Pêlos não devem ser removidos a não ser que interfiram na cirurgia. Se for necessário sua remoção, deve-se usar aparelho elétrico ou tonsura com tesoura, restritos à área operada. Realizá-la imediatamente (menos de duas horas) antes da cirurgia. A raspagem não é recomendada, pois aumenta o risco de infecção do sítio cirúrgico. Realizar antissepsia da área a ser operada de forma centrífuga e circular, com PVPI degermante ou clorexidina degermante, seguido de PVP-I alcoólico ou clorexidina alcoólico. A anti-sepsia das mucosas deve ser feita com PVP-I tópico. A área preparada deve ter extensão suficiente para o caso de necessidade de ampliar a incisão ou colocar drenos. Não é recomendado o uso de éter, álcool ou qualquer outra solução após a antisepsia. Proteger o campo operatório com campos de tecido, estéreis. Campos cirúrgicos que sejam efetivos quando molhados devem ser usados como parte da barreira estéril. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 3 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte II: Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) ATUAL 01 Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) 2. Cuidados per-operatórios Abrir o material cirúrgico imediatamente antes do uso. Utilizar técnica asséptica quando da colocação de cateteres intravasculares, espinhais e peridurais, ou quando da administração de drogas intravenosas. Manusear os tecidos delicadamente, realizar hemostasia eficiente, minimizar a desvitalização dos tecidos e introdução de corpos estranhos, e erradicar espaços mortos no sítio cirúrgico. Evitar a hipotermia do paciente (temperatura corporal < 36oC). Medidas para manter normotermia central devem ser tomadas ao longo do período peri-operatório. Nos casos onde a hipotermia for detectada recomenda-se o uso de botas, gorros e cobertores antes do procedimento; uso de líquidos endovenosos aquecidos, cobertores sob o paciente e aumento da temperatura na sala durante a cirurgia – desligar o ar condicionado, e uso de cobertores na sala de recuperação anestésica. Utilizar fechamento primário retardado ou deixar a incisão aberta se o cirurgião considerar que o sítio cirúrgico está grosseiramente contaminado. Se uma drenagem se fizer necessária, preferir os sistemas fechados e à vácuo. Exteriorizar o dreno com técnica asséptica, por uma incisão separada e distante da incisão cirúrgica. Retire o dreno o mais precoce possível. Pacientes cirúrgicos devem receber oxigênio ao longo do período peri-operatório, de acordo com necessidades individuais. Antimicrobianos profiláticos devem ser usados rotineiramente em todos os procedimentos classificados como cirurgia potencialmente-contaminada e considerados para uso em qualquer caso de cirurgia limpa. Quando os antimicrobianos são utilizados profilaticamente para evitar infecção, eles devem ser administrados dentro de uma hora e até 30 minutos antes da incisão, em dose e espectro microbiano que sejam efetivos contra os patógenos que provavelmente contaminariam o procedimento. Antes da incisão cirúrgica, a equipe deve confirmar que antimicrobianos profiláticos foram administrados nos últimos 60 minutos Quando a vancomicina é usada, a infusão deve ser concluída dentro de uma hora antes da incisão cirúrgica. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 4 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte II: Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) ATUAL 01 Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Deve-se considerar a repetição dos antimicrobianos profiláticos se o procedimento cirúrgico durar mais de quatro horas (se usar cefazolina) ou se houver evidência de sangramento trans-operatório excessivo (maior que 1500 ml para adulto e maior que 7 ml/kg para criança). Quando a vancomicina é usada como agente profilático, não há necessidade de repetição em cirurgias que durem menos de dez horas. Antimicrobianos usados para profilaxia devem ser interrompidos dentro de 24 horas após o procedimento. Preferir dose única. 3. Cuidados pós-operatórios Proteger as feridas operatórias que foram fechadas primariamente com curativo estéril por 24-48h. Proteger os sítios de drenos e cateteres com curativo estéril até a sua retirada (exceto os drenos adaptados em bolsas de colostomia, que não necessitam de curativo). Lavar as mãos antes e depois da troca do curativo ou qualquer contato com o sítio cirúrgico. Usar material e técnicas assépticas nas trocas de curativo. Retirar drenos, sondas e cateteres intravasculares o mais breve possível. Controle glicêmico adequado (glicemia<200mg/dl). O controle glicêmico pósoperatório é desejável principalmente em grandes procedimentos. O rastreamento de hiperglicemia com a dosagem de glicemia capilar de jejum, deve ser realizado diariamente nos dois primeiros dias pós-procedimento. No caso de glicemia capilar acima de 200mg/dl iniciar esquema de correção preferencialmente com insulina em bomba de infusão. Uma alta fração de oxigênio inspirado (80%) deve ser administrada ao longo da cirurgia e oxigênio suplementar deve ser administrado por pelo menos duas horas no pós-operatório. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 5 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Parte II: Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) ATUAL 01 Parte II - Recomendações para prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) 4. Vigilância e Controle Vigilância ativa das infecções do sítio cirúrgico deve ser conduzida de maneira prospectiva por profissionais de controle de infecção. Informações sobre as taxas de infecção do sítio cirúrgico devem ser fornecidas aos cirurgiões e aos administradores competentes. Os critérios nacionais de ISC publicados pela ANVISA devem ser seguidos para a vigilância das ISC. Recomenda-se a utilização dos indicadores de processo e de estrutura associados às taxas de infecção (resultado) 5. Educação a) Eduque os cirurgiões e equipe cirúrgica sobre prevenção das ISC Inclua fatores de risco, desfechos associados com ISC, epidemiologia local (Ex: taxas de ISC por procedimento e a taxa de infecção por microrganismo e as medidas básicas de prevenção). As equipes cirúrgicas devem ser educadas sobre prevenção e controle de infecção pelo menos anualmente. b) Eduque pacientes e seus familiares sobre a prevenção de ISC, como apropriado Proveja instruções e informações para pacientes e familiares antes da cirurgia descrevendo as estratégias para reduzir o risco de ISC. .(ver em anexo) SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 6 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Anexo1: Informativo para Pacientes e seus Familiares Anexo 1: Informativo para Pacientes e seus Familiares O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE INFECÇÕES APÓS CIRURGIA O que é uma infecção do sitio cirúrgico (ISC)? Uma infecção do sítio cirúrgico, também conhecida como infecção cirúrgica, é uma infecção que ocorre após a cirurgia, no local que foi operado. A maioria dos pacientes que são submetidos a uma operação, não desenvolve infecção. Entretanto, infecções ocorrem em cerca de 1 a 3 de cada 100 pacientes operados. Alguns dos sintomas mais comuns de uma infecção do sítio cirúrgico são: Vermelhidão e dor na área que foi operada Drenagem de pus na ferida cirúrgica Febre As infecções do sitio cirúrgico podem ser tratadas? Sim. A maioria das infecções do sítio cirúrgico pode ser tratada com antibióticos. Algumas vezes pacientes com infecção cirúrgica também necessitam de outra cirurgia para tratar a infecção. O que tem sido feito para prevenir as infecções do sítio cirúrgico? Para prevenir infecções do sítio cirúrgico, médicos, enfermagem e outros profissionais da área de saúde: Higienizam suas mãos e antebraços até os cotovelos com soluções anti-sépticas (matam microrganismos) antes da cirurgia. Higienizam suas mãos com água e sabão ou álcool à 70% em gel/glicerinado, antes e após prestar cuidados a cada paciente. Pode ser necessário remover um pouco de pêlos imediatamente antes da cirurgia, usando aparelho elétrico, se estiverem na área que será operada. Não deve ser feita raspagem com gilete ou aparelho de barbear. Usam coberturas especiais para cabelo, usam máscara, aventais e luvas durante a cirurgia para manter a área cirúrgica limpa. Poderão dar a você antibióticos logo antes do início da cirurgia. Em muitos casos, devem ser interrompidos dentro de 24 horas após a cirurgia. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 1 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Anexo1: Informativo para Pacientes e seus Familiares Anexo 1: Informativo para Pacientes e seus Familiares Higienizam sua pele, no local que será operado, com um sabão que eliminam microrganismos. O que eu posso fazer para ajudar a prevenir as Infecções do Sítio Cirúrgico? - Antes da Cirurgia - Na consulta pré-operatória Traga uma lista atualizada de todas as medicações que você toma. Fale para o cirurgião sobre o motivo de você tomá-las e como elas lhe ajudam. Fale a seu médico outros problemas de saúde que você possa ter. Problemas como alergias, diabetes, e obesidade entre outros, podem afetar sua cirurgia e seu tratamento. Pare de Fumar. Pacientes que fumam tem mais infecções. Converse com seu médico sobre como você poderá parar de fumar antes da cirurgia. - No dia ou noite antes da cirurgia Faça uma boa higiene corporal Não faça remoção de pelos com aparelho de barbear no local que será operado. O uso do barbeador poderá irritar sua pele e pode levar a infecção. Se você é homem e se barbeia todo dia, pergunte seu cirurgião se deve ser feito no dia da cirurgia. - No Momento da Cirurgia Informe ao anestesista sobre todos os medicamentos que você toma. A melhor forma de fazer isto é levar uma lista atualizada com nomes e doses dos medicamentos. Fale ao anestesista se você tem diabetes ou se sua glicose está alta. Pessoas com alta taxa de glicose (açúcar) no sangue tem maior chance de ter uma infecção no pos-operatório. Tente se informar sobre come você será mantido aquecido durante e após a cirurgia. Solicite cobertor extra se você estiver sentindo frio. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 2 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Anexo1: Informativo para Pacientes e seus Familiares Anexo 1: Informativo para Pacientes e seus Familiares Pergunte se você tomará algum antibiótico. Se você for receber antibiótico, pergunte por quanto tempo. A maioria das pessoas tomará antibióticos por apenas um dia. Questione se alguém tentar raspar pelos com um barbeador (lâmina ou gilete) antes da cirurgia. Pergunte por que você precisa ter os pelos removidos e converse com seu cirurgião se discordar. - Após sua cirurgia Tenha certeza que os profissionais de saúde higienizem suas mãos antes de examinarem você, seja com água e sabão ou fricção com solução alcoólica. Familiares e amigos que estejam visitando você, não devem tocar na ferida cirúrgica ou curativo. Familiares e amigos devem higienizar suas mãos com água e sabão ou com uma solução alcoólica antes e após visitar você. Se você não tiver certeza de que eles higienizaram as mãos, por favor, peça-lhes que o façam. Se você não tiver certeza de que o profissional higienizou as mãos, por favor peça-lhe que o faça. O que eu preciso fazer quando tiver alta e for para casa ? Antes que você vá para casa, seu médico ou alguém da enfermagem deverá explicar a você tudo o que você precisa saber quanto aos cuidados com a ferida operatória. Esteja seguro de que você entendeu os cuidados antes de deixar o hospital. Sempre faça a higienização das mãos antes e após cuidar da ferida cirúrgica. Antes de ir para casa, esteja certo de que você sabe a quem procurar, se tiver dúvidas ou se surgir algum problema após ir para casa. Se você perceber quaisquer sinais de infecção, tais como vermelhidão e dor no local da cirurgia, drenagem de secreção purulenta ou febre, procure um serviço de saúde. De preferência onde você foi operado. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 3 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia ATUAL 01 Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia SIGLAS CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar SEH: Serviço de Epidemiologia Hospitalar g: grama L: litro Kg: quilo mg: miligrama VO: via oral IV: intra venoso GI: gastro-intestinal PO: pós operatório BID: duas vezes ao dia MRSA: Staphylococcus aureus resistente a Oxacilina PNC: Penicilina CGP: Coco GRAM positivo CRVM: cirurgia de revascularização miocárdica ATB: Antibiótico DIP: Doença Inflamatória Pélvica Materiais Antibióticos e materiais necessários para administração dos mesmos Princípios da antibióticoprofilaxia cirúrgica Usar antimicrobiano profilático apenas para procedimentos onde há evidência de beneficio; ou seja, procedimentos com alto índice de infecção cirúrgica (> 5%), procedimentos com implantes de material protético, procedimentos nos quais a ocorrência infecção é um evento catastrófico. O antibiótico deve ser administrado no tempo correto para permitir um nível tecidual adequado no momento da incisão inicial, ou seja, por volta de 30 minutos antes da incisao. Os antibióticos profiláticos não devem ser dados com intervalo maior que 60 minutos antes da incisão. EXCEÇOES: A Vancomicina e Ciprofloxacina e Metronidazol requerem infusão lenta (60 min); assim, a administração IV deve iniciar 90 min antes da incisão cirúrgica. Cirurgias com duração prolongada (> 400min) requerem nova dose profilática, repique, de acordo com a meia vida da droga utilizada. Perdas sanguíneas volumosas durante a cirurgia (cada 4 unidades de produto transfundido ou a cada 1000 ml de perda sanguínea para adultos ou 7 ml/kg para crianças) requerem nova dose profilática. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 1 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Pacientes que apresentem urticária, angioedema ou anafilaxia a penicilinas não devem receber cefalosporinas ou carbapenêmicos. Nestes casos a droga de escolha deve ser a clindamicina ou a vancomicina. As doses pré e per operatórias devem ser ajustada por Kg de peso e não dependem da função renal. Ajuste de doses para doses pós-operatórias são necessário naqueles com função renal comprometida e/ou idosos. A dose pré-operatória é a mais importante. Não há evidências científicas que suportem o uso de antimicrobiano profilático após o procedimento cirúrgico, exceto para cirurgias cardíacas extensas e ortopédicas com implante de próteses, nas quais o uso de ATB profilático por até 48 horas ainda é aceito. Observação: Nas cirurgias cardíacas a profilaxia utilizada como dose única préoperatória é tão eficiente quanto profilaxia mantida por 24 ou 48horas. Em cirurgias infectadas e grosseiramente contaminadas, o uso de antibiótico não deve ser classificado como profilático e sim como terapêutico. Ampicilina Dose na indução anestésica (30 a 60min antes da incisao cirúrgica) 1grama (2g se peso >80kg) 1grama (2g se peso >80kg) 2 gramas Clindamicina 600 mg EV em 10 min 6 horas 6 horas Metronidazol 500mg EV em 10 min 8 horas 8 horas Gentamicina 80mg EV em 30 min 8 horas 8 horas Vancomicina* 1 grama EV em 60 min 8 horas 12 horas Ciprofloxacina* 400mg EV em 60 min 8 horas 12 horas Antibiótico Cefazolina Cefalotina Administração Intervalo de repetição intraoperatoria. Intervalo de repetição pósoperatoria, se necessário. EV em bolus 4 horas 8 horas EV em bolus 2 horas 4 horas EV em bolus 2 horas 6 horas * Necessitam de infusão lenta, em 60min, portanto deve ser iniciada a profilaxia cerca de 90 min antes da incisão cirúrgica SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 2 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Descrição de kits de antibióticos profiláticos KIT 1 - Cefazolina 1g IV (2g se ≥ 80Kg) – DOSE ÚNICA KIT 2 – Clindamicina 600mg IV - DOSE ÚNICA KIT 3 - Vancomicina 1g (15mg/kg) - DOSE ÚNICA KIT 4 - Ampicilina/Sulbactam 1,5g (3,0g IV se ≥ 80 Kg) - DOSE ÚNICA KIT 5 - Ciprofloxacina 500mg VO ou 400 mg IV - DOSE ÚNICA KIT 6 - Metronidazol 500mg IV - DOSE ÚNICA KIT 7 - Gentamicina 1,7mg/Kg IV - DOSE ÚNICA KIT 8 – Sulfametoxazol + Trimetoprim 400/80mg – 2 comprimidos VO – DOSE ÚNICA KIT 9 – Doxiciclina 100mg VO – 1 comprimido 60 min antes e 2 comprimidos 30 min após procedimento CIRURGIA ORTOPÉDICA Procedimento cirúrgico Fratura de quadril Antibiótico profilático Regime alternativo Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) ou Vancomicina (KIT 3) Comentários Artrodese de coluna Artroscopias cirúrgicas com implante (incluindo fio) Redução aberta de fratura Artroplastias Amputação sem infecção Cefazolina (KIT 1) Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) ou Vancomicina (KIT 3) Clindamicina (KIT 2) ou Vancomicina (KIT 3) Não há evidencias de que o uso de ATB após o procedimento cirúrgico seja benéfico. No entanto a duração de profilaxia por 24 horas é permitida. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 3 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Artroscopias sem implante Laminectomia Outros procedimentos ortopédicos limpos Sem indicação Sem indicação Não há evidência na literatura que suporte uso de profilaxia Uso de manguito pneumático: aguardar pelo menos 10 mim da administração do antibiótico para inflá-lo. Nos procedimentos longos dose suplementar de antibiótico deve ser dada antes de desinsuflar o garrote pneumático (cefazolina a cada 4 horas). ESQUEMAS TERAPEUTICOS EM ORTOPEDIA Procedimento Cirúrgico Antibiótico Terapêutico Fratura exposta Classificação de Gustilo e Anderson Grau I: lesão menor que 1cm, puntiforme, limpa Grau II: lesão maior que 1 cm, sem grande perda tecidual Grau III: fratura com grande perda tecidual ou trauma de alta energia (Profilaxia apenas para ossos longos ou articulações importantes) Amputação com infecção (ATB terapêutico) Mordedura de gato Mordedura de cão Mordedura humana Ferida puntiforme profunda plantar Grau I e II Cefazolina 1g ( até 48 h) Grau III Cefazolina 1g IV + Gentamicina 5mg/Kg/dia (por 3 a 5 dias ou até ferida seca ou com boa evolução) Amoxicilina + clavulanato Amoxacilina/ clavulanato 875 mg BID Amoxacilina/ clavulanato VO 875 mg BID Clindamicina VO 300mg QID + Ciprofloxacina 400mg VO BID Regime alternativo Grau I e II Clindamicina 600mg 6/6h ou Unasyn 1.5g IV 6/6 h Grau III Clindamicina 600mg IV + Gentamicina 5mg/Kg/dia IV ou Unasyn 1.5g IV 6/6h ou Individualizado de acordo com tipo de contaminação Ciprofloxacina + Clindamicina Doxiciclina VO 100 mg BID Clindamicina VO 300mg QID + Ciprofloxacin 400mg VO BID Amoxacilina/ clavulanato VO 875 mg BID Comentários Evite uso prolongado de antibiótico sempre que possível. O grau de contaminação e a evolução da cicatrização são parâmetros importantes ao determinar o tempo de tratamento. Grau I e II – predomínio de CGP Grau III – predomínio GRAM negativo O antibiótico deve ser considerado terapêutico O ATB deve ser mantido por pelo menos 72h se houver chance de infecção no coto. O antibiótico deve ser considerado terapêutico Mordedura de cão – indicar profilaxia de raiva quando necessário Checar se paciente está em dia com vacina antitetânica e caso apropriado recomendar imunização SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 4 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia CIRURGIA UROLÓGICA Procedimento cirúrgico Antibiótico profilático Regime alternativo Cistoscopia com instrumentação Implante de prótese Biópsia transretal de próstata Ciprofloxacina (KIT 5) Bactrim oral (KIT 8) Litotripsia Ureteroscopia Cistoscopia sem instrumentação – utilizar profilaxia apenas se: urocultura positiva ou não realizada uso prévio de sonda vesical Ciprofloxacina (KIT 5) Bactrim oral (KIT 8) Comentários Possível utilizar ATB oral uma hora antes do procedimento. Uso pós-operatório de antibiótico não recomendado. Possível utilizar ATB oral uma hora antes do procedimento. Uso pós-operatório de antibiótico não recomendado. Se houver manipulação intestinal utilizar esquema indicado para cirurgia coloretal. Cirurgia aberta ou Ciprofloxacina laparoscópica inclusive (KIT 5) Cefazolina procedimentos com entrada + (KIT 1) em trato urinário e implante de Clindamicina protese (KIT 2) Pacientes com infecção urinária devem ser tratados antes do procedimento cirúrgico. Cirurgia de urgência em paciente com ITU ou risco de ITU: colher urocultura, iniciar tratamento com ciprofloxacina ou ceftriaxona e ajustar terapia após resultado do antibiograma. Nestes casos tratar por 7 a 10 dias. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 5 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia CIRURGIA GERAL Procedimento cirúrgico Esôfago Gastroduodenal Colecistectomia Laparotomia sem entrada em TGI Gastroplastia Trato biliar Hérnia com implante de tela Intestino Delgado Apendicectomia (sem perfuração) Apendicite perfurada (ATB terapêutico) Cirurgia Colo-retal Trauma abdominal penetrante Antibiótico profilático Regime alternativo Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) Cefazolina (KIT 1) Cefazolina (KIT 1) + Metronidazol (KIT 6) Ciprofloxacina + Metronidazol Cefazolina (KIT 1) + Metronidazol (KIT 6) + ATB oral no dia anterior (Neomicina 1g VO + Eritromicina 1g VO às 13h, 14h e 23h) Cefazolina (KIT 1) + Metronidazol (KIT 6) Clindamicina (KIT 2) Comentários Procedimentos sem implantes são considerados limpos e não tem indicação de ATB profilático. Ampicilina+sulbactam (KIT 4) Ceftriaxone + Metronidazol Ampicilina+sulbactam (KIT 4) Ampicilina+sulbactam (KIT 4) Ou Ciprofloxacina (KIT 5) + Clindamicina (KIT 2) Tempo de tratamento geralmente entre 5 e 7 dias. Casos graves podem necessitar de ATB por mais tempo. O uso de antibiótico VO é recomendado principalmente para casos de maior risco (Ca avançado, procedimentos extensos). Tempo de ATB entre 12 e 24 horas parece ser tão eficaz quanto por 5 dias. Lavagem eficiente da cavidade é mais importante que uso do ATB. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 6 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO Procedimento cirúrgico Tumores do trato aéreo digestivo Antibiótico profilático Clindamicina (KIT 2) Cirurgias maiores com penetração de mucosa: laringectomias estenoses laringotraqueais uvulo -Balatoplastias Regime alternativo Comentários Cefazolina (KIT 1) + Metronidazol (KIT 6) Ou Ampicilina+sulbactam (KIT 4) Cirurgias do nariz: septo nasal sinusectomia Cirurgias do ouvido: estapedectomia timpanoplastia mastoidectomia Adenoidectomia, amigdalectomia, tireoidectomias, paratireoidecto-mias, ressecção de glândulas esvaziamento cervical simples. linfadenectomias Cirurgias menores da laringe (nódulos, pólipos edemas; cistos, papilomas) Outras cirurgias do ouvido (tubo de ventilação, timpanotomia exploradora) Antibiótico deve ser administrado apenas na presença de infecção ativa. Sem indicação de profilaxia SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 7 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia CIRURGIA CARDIOVASCULAR Procedimento cirúrgico Antibiótico profilático Regime alternativo CRVM Dose única pré-operatória é tão eficiente quanto profilaxia mantida por 24 ou 48horas. Cardiopatias congênitas, Valvuloplastias Troca valvar Implante de marca-passo Cefazolina (KIT 1) Vancomicina (KIT 3) Aneurisma de aorta abdominal Amputação por isquemia Amputação com infecção (ATB terapêutico) Varizes Atentar para repique de doses em cirurgias com mais de 4 horas. A descolonização de MRSA com mupirocina é indicada nas cirurgias cardíacas em pacientes sabidamente colonizados (aplicação nasal por 3 dias antes da cirurgia) Implante de desfibrilador ByPass vascular periférico Comentários Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) Amoxicilina + clavulanato Ciprofloxacina + Clindamicina Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) O ATB deve ser mantido por pelo menos 72h se houver chance de infecção no coto. Apenas em pacientes de alto risco (história de erisipela, úlceras abertas em mmii). SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 8 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia NEUROCIRURGIA Procedimento cirúrgico Antibiótico profilático Regime alternativo Cefazolina (KIT 1) Vancomicina (KIT 3) Ampicilina+sulbactam (KIT 4) Clindamicina (KIT 2) Comentários Craniotomia Derivação VentrículoPeritoneal Atentar para repique de doses em cirurgias com mais de 4 horas Coluna Craniotomia potencialmente contaminada (via seios da face ou naso-orofaringe) SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 9 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia CIRURGIA GINECOLÓGICA E OBSTETRICA Procedimento cirúrgico Cesariana Aborto ou curetagem Histerectomia via abdominal ou vaginal Histeroscopia Antibiótico profilático Regime alternativo Clindamicina (KIT 2) + Gentamicina (KIT 8) Cefazolina (KIT 1) Doxiciclina (KIT 9) Clindamicina (KIT 2) + Gentamicina (KIT 7) Clindamicina (KIT 2) + Gentamicina (KIT 7) Clindamicina (KIT 2) + Gentamicina (KIT 7) Ou Ampicilina+sulbactan (KIT 4) Comentários O uso de ATB profilático antes do clampeamento do cordão umbilical é considerado seguro e mais eficiente do que após o clampeamento. Doxiciclina posologia: 100mg VO 60 min antes do procedimento e 200mg VO 30 min após. Recomendado apenas nos casos de ablação de endométrio e ressecção de miomas onde se presume duração > 1 h. Cefazolina (KIT 1) Histerosonografia Inserção de DIU Biópsia de Endométrio Profilaxia de Sepse neonatal por Estreptococo do grupo B Sem indicação de profilaxia Penicilina cristalina 5.000.000 U EV (dose de ataque) + 2.500.000 U EV 4/4h até o final do parto Ampicilina 2g EV (dose de ataque) 1g EV 4/4h até o final do parto ou Clindamicina: 900 mg EV a cada 8 h. Indicações: - Swab vaginal ou anorretal colhido na 35ª a 37ª semana positivo para estreptococo do grupo B. - Parto prévio com neonato infectado pelo estreptococo do grupo B. - Bacteriúria por Estreptococo do grupo B na gestação / parto prematuro (<37 semanas). - Ruptura de membranas > 18 horas. - Temperatura axilar materna > 38ºC durante o parto. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 10 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia CIRURGIAS TORÁCICAS Procedimento cirúrgico Antibiótico profilático Regime alternativo Com abordagem mediastino, pulmão, pleura. Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) Procedimento cirúrgico Antibiótico profilático Regime alternativo Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) Comentários CIRURGIAS MAMA Mastectomia Comentários CIRURGIA PLÁSTICA Procedimento cirúrgico Cirurgias estéticas maiores Mamoplastia com implante de prótese Enxertos com penetração de mucosa Enxerto de pele Mamoplastia sem implante de prótese Antibiótico profilático Regime alternativo Cefazolina (KIT 1) Clindamicina (KIT 2) Comentários Clindamicina (KIT 2) Ampicilina+sulbactan + (KIT 4) Gentamicina (KIT 7) Não há evidência na literatura que suporte uso de profilaxia CIRURGIAS OFTÁLMICAS Procedimento cirúrgico Cirurgias oftálmicas Antibiótico profilático Gentamicina, tobramicina, ciprofloxacina, moxifloxacina, levofloxacina, neomicinagaramicina-polimixina B Regime alternativo Varias gotas entre 2 e 24 horas SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 11 EDIÇÃO ANTERIOR TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia ATUAL 01 Anexo 2: Orientações para uso dos KITs de Antibioticoprofilaxia Registros Boletim de Procedimentos Cirúrgicos Formulário de Solicitação de Antimicrobianos Hospital ------------------------ de Contagem Antibioticoprofilaxia Cirúrgica Paciente: ______________________________________________ Data: __________ Cirurgia: _____________________________________________________________ Checar indicação de acordo com procedimento: □ KIT 1 - Cefazolina 1g IV– DOSE ÚNICA Se > 80 kg : □ KIT 1 / 80 - Cefazolina 2g IV– DOSE ÚNICA Se risco de gram negativos associar: □ KIT Gram negativo - Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA Se risco de MARSA associar: □ □ KIT MARSA - Vancomicina 1g - DOSE ÚNICA KIT 2 – Clindamicina 600mg + Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA Se risco de gram negativos associar: □ KIT Gram negativo - Gentamicina 240 mg IV - DOSE ÚNICA Se risco de MARSA associar: □ □ KIT 3 - Vancomicina 1g - DOSE ÚNICA Se risco de gram negativos associar: □ □ □ KIT Gram negativo - Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA KIT 4 - Ampicilina 500mg IV + Gentamicina 240 mg IV - DOSE ÚNICA KIT 5 - Cefazolina 1g IV + Metronidazol 1g IV – DOSE ÚNICA Se > 80 kg : □ □ □ □ □ KIT MARSA - Vancomicina 1g - DOSE ÚNICA KIT 5 / 80 - Cefazolina 2g IV + Metronidazol 1g IV – DOSE ÚNICA KIT 6 - Ciprofloxacina 400 mg IV - DOSE ÚNICA KIT 7 - Metronidazol 1g + Gentamicina 240mg IV - DOSE ÚNICA KIT 8 - Ciprofloxacina 400mg IV + Clindamicina 600mg IV - DOSE ÚNICA KIT Streptococo B - Penicilina cristalina 5.000.000 U/frasco - 4 frascos Necessário repique intra-operatório: □ NÃO □ SIM Quantidade: ___ Médico responsável: Nome legível: ________________________________________________ CRM: ________ SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 12 TIPO DE DOCUMENTO Nº MANUAL DE ORGANIZAÇÃO SMS-MOHCA-002 SISTEMA SUBSISTEMA / PROCESSO Recomendações para Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico Bibliografia Consultada EDIÇÃO ANTERIOR ATUAL 01 Bibliografia Consultada 1. Bratzler DW, Houck PM. Antimicrobial prophylaxis for surgery: an advisory statement from the National Surgical Infection Prevention Project. Clin Infect Dis 2004; 38:1706-1715 2. Strategies to Prevent Surgical Site Infections in Acute Care Hospitals The Society for Healthcare Epidemiology of America. Infect Control Hosp Epidemiol 2008; 29:S51–S61 3. ASHP therapeutic guidelines on antimicrobial prophylaxis in surgery. American Society of Health-System Pharmacists. Am J Health Syst Pharm 1999; 56:1839 1888. 4. Mangram AJ, Horan TC, Pearson ML, et al. Gudeline for prevention of surgical site infection, 1999. Hospital Infection Control Practices Advisory Committee Infect Control Hosp Epidemiol 1999; 20:247-80. 5. OMS. Segundo desafio global para a segurança do paciente: Manual - cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / Rio de Janeiro: OPAS; Ministério da Saúde; ANVS, 2009. 6. MM Constantine et al. Timing of perioperative antibiotics for cesarean delivery: a metaanalysis. Am J Obstet Gynecol 2008; 199:301. 7. ACOG Practice Bulletin. Antimicrobial prophylaxis for gynecologic procedures. Obstet Gynecol 2009; 113:1180. 8. K Slim et al. Updated systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials on the role of mechanical bowel preparation before colorectal surgery. Ann Surg 2009; 249:203. 9. Antimicrobial prophylaxis in surgery. Med Lett Drugs Ther 2009;vol 7(82):47-52. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS Av. General David Sarnoff, 3113 – Cidade Industrial - Contagem/MG - CEP 32210-110 E-mail: [email protected] 1