Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Aula 00 Biologia Biologia Molecular Professora: Cândida Ivi www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 1 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Aula 00 – Aula Demonstrativa Aula 00 01 02 03 04 05 06 07 08 Conteúdo Programático Biologia Molecular: Replicação, mutação, recombinação e reparo do DNA, expressão gênica, organização do genoma humano, estrutura e organização dos cromossomos, regiões repetitivas e polimorfismos. Bioquímica básica e biomoléculas: Estrutura e função de ácidos nucléicos, proteínas e enzimas. Padrões de herança genética; Genética de populações; Teorema de Hardy-Weinberg; Estrutura de populações; Evolução; Análise filogenética. Seleção natural, mutação, deriva, fluxo gênico; Especiação; Evolução molecular; Evolução humana. Técnicas de Biologia Molecular: técnica de PCR, PCR em tempo real, genética forense, sequenciamento de DNA; técnicas de identificação usando o DNA, técnicas de coleta e armazenamento de vestígios biológicos Organismos geneticamente modificados; Microbiologia; Diversidade microbiana; Biologia de microrganismos; Microrganismos patogênicos; Armas biológicas. Noções de parasitologia; Noções de imunologia. Ecologia: Ecologia de populações e comunidades, ecologia de paisagens, biomas e ecossistemas brasileiros, fatores ecológicos. Zoologia: Código Internacional de Taxonomia Zoológica, identificação e classificação taxonômica da fauna silvestre brasileira, manejo da fauna silvestre brasileira in situ e ex situ, técnicas de coleta e de preparo de material zoológico, entomologia forense. Botânica. Taxonomia vegetal, identificação anatômica de madeiras, plantas alucinógenas, técnicas de coleta e www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi Data 07/04 12/04 17/04 22/04 27/04 02/05 07/05 12/05 17/05 2 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 09 10 11 12 de preparo de material vegetal, anatomia e histologia vegetal, fisiologia vegetal. Biopirataria e tráfico de animais, vegetais e outros materiais de origem biológica; Recursos hídricos. Bioestatística; Avaliação de impactos ambientais e valoração de danos ambientais. Noções de microscopia óptica e eletrônica; Sistema de gestão da qualidade: Definições, requisitos técnicos da norma ABNT NBR ISO/IEC nº 17.025:2005 (versão corrigida 2:2006). Legislação ambiental: Convenção da Biodiversidade, convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies da Fauna e Flora em Perigo de Extinção (CITES), Lei nº 9.605/1998, Decreto nº 6.514/2008 (regulamenta a Lei nº 9.605/1998), Lei nº 9.985/2000, Lei nº 5.197/1967, Lei nº 12.251/2012 e suas alterações, Resolução do CONAMA nº 1/1986 (alterada pelas Resoluções nº 11/1986, nº 5/1987 e nº 237/1997), Resolução do CONAMA nº 237/1997, Lei nº 9.433/1997. 20.11 Lei nº 11.105/2005. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 22/05 27/05 01/06 06/06 3 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Conteúdo Transcrição .......................................................................................................................................... 7 Tradução ............................................................................................................................................. 12 Replicação .......................................................................................................................................... 15 Mutação............................................................................................................................................... 18 Recombinação e reparo do DNA................................................................................................ 19 Recombinação Genética ....................................................................................................................... 19 Reparação do DNA ................................................................................................................................. 22 Expressão Gênica ............................................................................................................................ 24 Controle da Expressão Gênica em Procariotos ............................................................................ 24 Controle da Expressão Gênica em Eucariotos ............................................................................. 26 Epigenética ............................................................................................................................................ 27 Metilação do DNA ................................................................................................................................ 29 Exercícios............................................................................................................................................ 33 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 4 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Queridos concursandos, sejam todos bem vindos ao nosso curso de Biologia para o concurso de perito criminal da PCDF. Meu nome é Cândida Ivi, sou servidora pública a 11 anos, já fui servidora do Ministério do Meio Ambiente e atualmente sou servidora da Secretaria de Educação do DF. Cursei Biologia na Universidade de Brasília e tenho Mestrado em Educação pela Framingham State University. Como vocês sabem, o edital já foi publicado, portanto devemos começar a estudar já. Este curso será baseado no edital de perito criminal da PCDF. Abordaremos tanto a teoria como exercícios, pois acredito que desta forma a fixação do conteúdo é mais eficaz. Buscarei mostrar como ele já foi cobrado em provas anteriores através de muitas questões de concursos. Logo abaixo estão enumerados os tópicos que serão abordados em cada aula. 00 Biologia Molecular: Replicação, mutação, recombinação e reparo do DNA, expressão gênica, organização do genoma humano, estrutura e organização dos cromossomos, regiões repetitivas e polimorfismos. 01 Bioquímica básica e biomoléculas: Estrutura e função de ácidos nucléicos, proteínas e enzimas. 02 Padrões de herança genética; Genética de populações; Teorema de Hardy-Weinberg; Estrutura de populações; Evolução; Análise filogenética; Seleção natural, mutação, deriva, fluxo gênico; Especiação; Evolução molecular; Evolução humana. 03 Técnicas de Biologia Molecular: técnica de PCR, PCR em tempo real, genética forense, sequenciamento de DNA; técnicas de identificação usando o DNA, técnicas de coleta e armazenamento de vestígios biológicos. 04 Organismos geneticamente modificados; Microbiologia; Diversidade microbiana; Biologia de microrganismos; Microrganismos patogênicos; Armas biológicas. 05 Noções de parasitologia; Noções de imunologia. 06 Ecologia: Ecologia de populações e comunidades, ecologia de paisagens, biomas e ecossistemas brasileiros, fatores ecológicos. 07 Zoologia: Código Internacional de Taxonomia Zoológica, identificação e classificação taxonômica da fauna silvestre brasileira, manejo da fauna silvestre brasileira in situ e ex situ, técnicas de coleta e de preparo de material zoológico, entomologia forense. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 5 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 08 Botânica: taxonomia vegetal, identificação anatômica de madeiras, plantas alucinógenas, técnicas de coleta e de preparo de material vegetal, anatomia e histologia vegetal, fisiologia vegetal. 09 Biopirataria e tráfico de animais, vegetais e outros materiais de origem biológica; Recursos hídricos. 10 Bioestatística; Avaliação de impactos ambientais e valoração de danos ambientais. 11 Noções de microscopia óptica e eletrônica; Sistema de gestão da qualidade: Definições, requisitos técnicos da norma ABNT NBR ISO/IEC nº 17.025:2005 (versão corrigida 2:2006). 12 Legislação ambiental: Convenção da Biodiversidade, convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies da Fauna e Flora em Perigo de Extinção (CITES), Lei nº 9.605/1998, Decreto nº 6.514/2008 (regulamenta a Lei nº 9.605/1998), Lei nº 9.985/2000, Lei nº 5.197/1967, Lei nº 12.251/2012 e suas alterações, Resolução do CONAMA nº 1/1986 (alterada pelas Resoluções nº 11/1986, nº 5/1987 e nº 237/1997), Resolução do CONAMA nº 237/1997, Lei nº 9.433/1997. 20.11 Lei nº 11.105/2005. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 6 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 00 – aula demonstrativa - Biologia Molecular Transcrição A transcrição é o processo pelo qual todos os RNAs celulares são sintetizados, sendo a etapa inicial da expressão gênica e onde ocorre grande parte da regulação da expressão. As enzimas que catalisam esse processo são as RNA polimerases (RNAP), que apresentam complexidade crescente durante a evolução. Nos fagos, a RNAP é composta por uma proteína, ao passo que nas bactérias o complexo ativo contém seis subunidades (α2ββ'ωσ) e nas arqueas podem ser onze ou doze subunidades. Nesses sistemas há apenas uma RNAP que sintetiza todas as classes de RNA. Nos eucariotos existem três classes de euRNAPs nucleares especializadas: a euRNAPI que sintetiza rRNAs (35-45S prérRNA processado nos rRNAs 28S, 18S e 5,8S), a euRNAPII que transcreve todos os genes que codificam proteínas (mRNAs) e alguns RNAs pequenos nucleares (snRNAs), e a RNAPIII que sintetiza rRNA 5S, tRNAs e snRNAs. Os eucariotos contêm ainda RNAPs de organelas e as angiospermas possuem mais duas RNAPs. Independentemente da sua complexidade, as RNAPs têm múltiplas atividades: (1) reconhecem e se ligam à sequências específicas de DNA; (2) separam a hélice dupla do DNA, expondo a sequência de nucleotídeos a ser copiada; (3) mantêm as fitas de DNA separadas na região de síntese do RNA; (4) mantêm estável o híbrido DNA-RNA na região de síntese; (5) renaturam o DNA na região posterior à da síntese; (6) sozinhas ou com o auxílio de proteínas específicas, terminam a síntese do RNA. A reação catalisada é a adição de ribonucleotídeostrifosfatados no sentido 5'→3', utilizando uma das fitas do DNA como molde, sem necessitar de iniciadores para começar a síntese. A transcrição é dividida nas fases de início, alongamento e terminação. O início da transcrição ocorre em sequências definidas nos genomas, denominadas promotores, que devem ser www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 7 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida adequadamente reconhecidos pelo complexo de transcrição. As bacRNAPs reconhecem os promotores e iniciam a transcrição, quando o fator faz parte do complexo principal (holoenzima). Por sua vez, as euRNAPs não reconhecem os promotores com facilidade, necessitando proteínas acessórias, os fatores de transcrição (TF). Alguns TFs reconhecem e ligam-se aos promotores e recrutam a euRNAP para montar os complexos de pré-iniciação (PIC), que podem iniciar a transcrição. Os promotores são mais simples em procariotos e muito complexos em eucariotos. O início da transcrição ocorre pela desnaturação da hélice dupla do DNA, que expõe a sequência molde e o primeiro ribonucleotídeo é incorporado (+1, IT ou TSS). Estabilizado o complexo de iniciação, é iniciada a fase de alongamento da cadeia em que o fator, nas bactérias, e a maioria dos TFs, nos eucariotos, é desligada do complexo e a síntese prossegue até o término da transcrição. O desenrolamento do DNA gera supertorção no DNA a jusante que é neutralizada por topoisomerases, também atuando a montante refazendo o superenrolamento original. Nos genes da classe II (mRNAs eucarióticos), nesta fase, ocorre a adição do 5'-CAP e alguns fatores de poliadenilação são ligados ao complexo. A transcrição sofre várias pausas durante a fase de alongamento e nos eucariotos é concomitante com a excisão dos íntrons pelos spliceossomos. As RNAPs têm capacidade de corrigir erros durante a transcrição e removem o RNA já sintetizado em complexos estagnados antes de reiniciar a transcrição. Esses mecanismos de correção de erro são denominados backtracking e, como na polimerização, são atividades intrínsecas das RNAPs. A terminação da transcrição nas bactérias é sinalizada por sequências no RNA sintetizado, reconhecíveis na sequência do DNA (terminadores intrínsecos), ou ocorre por atividade da proteína Rho que atua no complexo de transcrição, provocando a sua dissociação. Nos eucariotos a terminação da transcrição varia de acordo com a classe de euRNAP, mas em geral ocorre por pausas longas e sequências ricas em Ts. A terminação da transcrição em eucariotos tende a ser dispersa, em uma região com mais de mil nucleotídeos do terminal 3' dos genes. Na fase de terminação da transcrição o complexo é dissociado, liberando o RNA e a RNAP, e o DNA é renaturado. A cromatina representa uma barreira para a transcrição em eucariotos, e os nucleossomos são reposicionados durante o alongamento da transcrição. Nos promotores existem regiões livres de nucleossomos (NFR), o que facilita seu reconhecimento pelos TFs. Vários complexos participam do remodelamento da cromatina para a transcrição. A transcrição pode ocorrer em regiões de macroorganização denominadas “fábricas de transcrição”. Modelo esquemático de organização de um promotor principal de eucariotos O iniciador (Inr) contém o sítio de início de transcrição TSS (+1), sendo o elemento mais comum encontrado em promotores principais. É definido pela sequência consenso YYANWYY, em seres humanos e TCAKTY, em Drosophila. Está posicionado entre –2 a +5 e é independente do TATA box. O TATA box e os elementos Inr são os únicos que sozinhos podem recrutar o PIC para iniciar a transcrição. Esse elemento é reconhecido por TFIID. O elemento TATA box (é www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 8 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida um dos principais promotores eucarióticos conhecidos) apresenta a sequência consenso TATAWAWR e está posicionado entre –31 (ou –30) a –24 em relação ao Inr (+1). O TATA box foi o primeiro elemento dos promotores principais a ser descoberto, e é um dos sítios de ligação dos fatores de transcrição mais estudados. A sequência consenso TATAA liga-se ao fator geral de transcrição TBP (de TATA bindingprotein), que faz parte do PIC e participa da transcrição pelas três euRNAPs. TBP e o elemento TATA box são conservados desde Arquea até seres humanos. TATA box está associado a promotores tecido-específicos fortes e, com frequência, ocorrem conjuntamente com sequências semelhantes ao elemento iniciador (Inr -like). TATA box está presente em apenas 10 a 15% dos promotores principais de mamíferos. Outros dois elementos, BREu e BREd, atuam em conjunto com o TATA box e tanto aumentam como diminuem os níveis de transcrição basal. Os elementos BRE (de TFIIB recognitionelement = elemento que reconhece TFIIB) são sequências de ligação de TFIIB, que podem ligar-se a montante (BREu) ou a jusante (BREd) do TATA box. BREu apresenta a sequência consenso SSRCGCC e está posicionado em –38 a –32 e BREd apresenta a sequência consenso RTDKKKK. Dependendo das sequências do promotor, BREu e BREd podem aumentar, ou diminuir o nível de transcrição. O elemento DPE (de downstream promoter element = elemento promotor a jusante) é um elemento promotor a jusante, importante para a atividade basal (mínima) de transcrição. Esse elemento tem como sequência consenso RGWYVT ou RGWYV, e é conservado de Drosophila até seres humanos, estando localizado nas posições +28 a +33 ou +32, em promotores sem TATA box. Em geral, DPE atua cooperativamente com elementos Inr e acredita-se que tenha função semelhante a TATA box no direcionamento da localização do PIC próximo ao TSS. O espaçamento entre DPE e o elemento Inr é decisivo para a transcrição máxima. O elemento MTE (de motiftenelement = elemento motivo dez) apresenta a sequência consenso CSARCSSAACGS e está posicionado em +18 a +27. Semelhante a DPE, o MTE funciona cooperativamente com Inr e são elementos de reconhecimento para TFIID. MTE pode atuar independentemente de TATA e DPE, entretanto, existe sinergia entre MTE e DPE, assim como entre TEM e o TATA box. Foi construído um super promotor principal contendo TATA, Inr, TEM e DPE, mais potente que o promotor principal, tanto in vitro como em cultura de células, mostrando que os níveis de expressão podem ser modulados pelo promotor principal. O elemento DCE (de downstream core element = elemento cor a jusante) apresenta três subelementos: SI, CTTC (+6 a +11); SII, CTGT (+16 a +21); e SIII, AGC (+30 a +34). O DCE frequentemente ocorre com o TATA box e parece ser distinto de DPE. O elemento XCPE1 (de X core promoter element 1 = elemento promotor principal X 1) tem a sequência consenso DSGYGGRASM e está posicionado em –8 a +2. Esse elemento aparece em cerca de 1% dos promotores principais de genes humanos, sendo a maioria sem TATA box, e atua em conjunto com ativadores sequência-específicos. O elemento XCPE2 (de X core promoter element 2 = elemento promotor núcleo X 2) apresenta a sequência consenso VCYCRTTRCMY e está posicionado em –9 ~+2. Descoberto no gene X do vírus da hepatite B, mostrou-se também presente em regiões promotoras de genes humanos e parece possibilitar o início da transcrição a partir de um dos múltiplos TSSs em promotores sem TATA. As www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 9 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida ilhas CpG correspondem a segmentos genômicos, nos quais os dinucleotídeos CG estão super-representados. Tem-se mostrado que cerca de 70% dos promotores de genes humanos estão associados à ilhas CpG. As ilhas CpG são, com frequência, associadas a promotores de genes de expressão ubíqua com promotores principais do tipo disperso. Os nucleotídeos degenerados são designados de acordo com os códigos da International Union ofPureandAppliedChemistry (IUPAC). D= A, T, ou G; K= G ou T; S= C ou G; Y= C ou T; R= A ou G; M= C ou A; W= T ou A; V= A, C, ou G. Todo RNA é produzido a partir de um molde de DNA; a principal diferença entre a duplicação do DNA e a síntese de RNA é que nesta última são ultilizados ribonucleotídeos (que contém ribose) e apenas uma das cadeias do DNA serve de molde para a molécula que está sendo sintetizado. No processo de produção do RNA, denominado, transcrição genética, as duas cadeias do DNA se separam e uma delas de molde ao RNA; a outra cadeia do DNA permanece inativa. Ao final do processo, as cadeias de DNA voltam a se emparelhar, reconstituindo a dupla-hélice. A síntese de RNA a partir de DNA é caracterisada pela enzima polimerase do RNA. Essa enzima une-se a uma das extremidades do gene e começa a separar as cadeias do DNA, orientando o emparelamento de ribonucleotídeos livres a uma das cadeias. Esse emparelhamento segue a regra: ribonucleotídeos com uracila emparelham-se às adeninas da cadeia-molde de DNA (U→A); ribonucleotídeos com adeninas emparelham-se às timinas do DNA (A→T); ribonucleotídeos com citosina emparelham-se às guaninas do DNA (C→G); ribonucleotídeos com guanina emparelham-se às cotisinas do DNA (G→C). À medida que se emparelham ao DNA, os ribonucleotídeos unem-se por ação da polimerase do RNA, formando a molécula de RNA. Esta, à medida que é produzida, desprende-se da cadeia-molde de DNA, que volta a se juntar à sua parceira. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 10 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Fonte: Biologia Molecular Básica, 2014, p.219 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 11 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Tradução A tradução é um processo no qual haverá a leitura da mensagem contida na molécula de RNAm pelos ribosomo, decodificando a linguagem de ácido nucleico para a linguagem de proteína. Agora veremos os mecanismos gerais utilizados pelas células para sintetizar as suas proteínas. Na tabela do código genético, estão organizadas as trincas de nucleotídeos presentes nas moléculas de RNA mensageiro correspondentes aos diferentes aminoácidos. Entre as 64 possíveis combinações de três nucleotídeos, 61 delas correspondem aos diferentes aminoácidos, sendo as restantes responsáveis pela finalização da síntese da proteína. Os códons que representam o mesmo aminoácido podem variar na terceira posição, sendo possível uma variação total (qualquer das quatro bases corresponde ao mesmo aminoácido) ou parcial, ocorrendo a substituição dentro do grupo das purinas ou pirimidinas. As moléculas de tRNAs apresentam uma estrutura conservada, sendo, no entanto, reconhecidas por aminoacil-tRNAsintetases específicas que realizam a ligação ao aminoácido correspondente. O tRNA ligado aos seus respectivos aminoácidos (aa-tRNA) contém a sequência do anticódon que reconhece os códons no mRNA, realizando o pareamento entre as bases (códon-anticódon). Um tRNA iniciador contendo metionina (tRNAi-Met) é utilizado no início da síntese de proteínas, pois apresenta a característica de ligação ao fator iniciador IF2 (procariotos) ou eIF2 (eucariotos) e também de se ligar ao sítio P parcial do ribossomo. Este tRNAi-Met apresenta uma sequência de bases no anticódon complementar ao códon AUG presente no mRNA. Os ribossomos são formados por moléculas de RNA (rRNA) e diversas proteínas, apresentando uma estrutura conservada entre os diferentes organismos. A estrutura funcional é formada pela associação das duas subunidades (menor e maior). Cada subunidade apresenta diferentes centros ativos, todos relacionados com o processo de síntese de proteínas. Os principais centros ativos são os sítios P (peptidil), A (aminoacil), E (saída do tRNA desacetilado), peptidil-transferase e o sítio de ligação do mRNA. Os três primeiros centros ativos (P, A e E) são formados pela associação das duas subunidades, estando parcialmente representados em cada subunidade. Entretanto, o sítio de atividade de peptidil-transferase está localizado na subunidade maior, e o sítio de ligação do mRNA está presente na subunidade menor do ribossomo. Durante a síntese de proteínas, os ribossomos carregam dois tRNAs ao mesmo tempo, sendo um posicionado no sítio P (ligado ao peptídeo nascente) e outro no sítio A (aa-tRNA). Portanto, o movimento dos tRNAs durante a síntese do peptídeo ocorre através da entrada no sítio A, onde, após a ligação peptídica, se movimenta para o sítio P e finalmente é eliminado do ribossomo através do sítio E. Além destas moléculas de RNA (mRNA, tRNA e rRNA-ribossomo), fatores proteicos associados são necessários durante todas as etapas da síntese de proteínas. A síntese de proteínas pode ser dividida em três etapas principais: início, alongamento e término. Para o início da tradução, são necessários a subunidade menor do ribossomo, o tRNA iniciador e os fatores iniciadores IF e eIF. Durante a etapa de alongamento da cadeia peptídica, a subunidade maior deve se associar originando o ribossomo completo. Nesta etapa, ocorre também, a participação de fatores proteicos denominados EF ou eEF. Um dos www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 12 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida fatores EF é responsável pela ligação aos aa-tRNAs e sua apresentação ao sítio A do ribossomo. Após a reação de peptidil-transferase, outro fator EF se liga ao sítio A induzindo o movimento total do ribossomo (translocação) e o posicionamento no sítio A do próximo códon do mRNA. O término da síntese proteica ocorre quando no sítio A é exposto a um dos códons de terminação. Esses códons são reconhecidos por fatores de terminação (RF) que são moléculas de proteína, e não de tRNA, indicando o final da síntese do peptídeo. Fonte: Biologia Molecular Básica, 2014, p.257 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 13 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Proteínas são substâncias essenciaias à estrutura das células vivas, além disso, elas atuam como enzimas, comandando praticamente todos os processos vitais. Como já vimos, proteínas podem ser constituídas por um ou mais polipeptídeos. A síntese de uma cadeia polipeptídea consiste em unir aminoácidos de acordo com a sequência de códons do RNAm. Como essa sequência é determinada pelas bases do DNA (gene) que serviu de molde ao RNAm, a síntese de proteínas representa, portanto, a “tradução” da informação do gene, sendo por isso chamada de tradução gênica. No processo de tradução gênica, participam, dentre outros fatores, um ribossomo, um RNAm, vários RNAt, aminoácidos e diversas enzimas. O ribossomo encaixa-se em uma das extremidades do RNAm e o percorre até a outra extremidade. À medida que esse deslocamento ocorre, os RNAt vão encaixando os aminoácidos na sequência definida pela ordem dos códons do RNA mensageiro. Dessa forma, a informação inscrita na sequência de bases do RNAm vai sendo traduzida na sequência de aminoácidos da proteína. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 14 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Replicação Todas as células replicam seu DNA de maneira semiconservativa, considerando a complementaridade de bases e o antiparalelismo das fitas duplas de DNA. A replicação do genoma se origina sempre em um local específico, denominado origem da replicação, e o número de origens da replicação varia entre os diferentes organismos. As enzimas que realizam a replicação do DNA, as DNApolimerases, sintetizam as novas fitas de DNA incorporando os nucleotídeos na extremidade 3'-OH livre. Portanto, uma das fitas novas é sintetizada continuamente no sentido 5'→3' e a outra fita deve ser sintetizada descontinuamente, na forma de fragmentos, para manter a incorporação no sentido 5'→3'. A replicação semi-conservativa do DNA exige que duas cadeias polinucleotídicas que formam a hélice do DNA se separem, de modo a expor as bases que irão orientar o emparelhamento dos nucleotídeos para formação das novas cadeias complementares às cadeias moldes. A separação de duas cadeias da hélice do DNA ocorre à medida que as novas cadeias vão sendo sintetizadas. A região de separação das cadeias tem a forma de uma letra Y e é denominada forquilha de replicação. Os experimentos mostraram que ambas as cadeias filhas são sintetizadas na forquilha de replicação por um complexo de enzimas que inclui a polimerase III do DNA. Como, no entanto, as duas cadeias moldes são antiparalelas, em uma delas a síntese da cadeia complementar ocorre no sentido 5´→ 3´, mas na outra cadeia essa síntese teria que se dar no sentido inverso, ou seja, 3´→5´. No entanto, as duas cadeias são sintetizadas pela polimerase III do DNA, que só catalisa o crescimento da cadeia no sentido 5´→ 3´. A explicação para esse paradoxo é que, na forquilha de replicação, uma das cadeias é sintetizada continuamente por uma polimerase que se move no mesmo sentido do deslocamento da forquilha. Já a cadeia com polaridade inversa é sintetizada no sentido inverso ao do deslocamento da forquilha de replicação, portanto, também no sentido 5´→ 3´. Isso é possível porque, nesse último caso, a polimeraze sintetiza segmentos polinucleotídicos curtos, que são, posteriormente, unidos para formar a nova cadeia contínua. A cadeia que cresce no mesmo sentido que o deslocamento da forquilha de replicação, e cuja síntese ocorre continuamente, é chamada de cadeia leading. A cadeia que cresce no sentido oposto ao deslocamento da forquilha de replicação, e cuja síntese ocorre descontinuamente, é chamada de cadeia lagging. Esse modo de replicação do DNA, em que uma das cadeias é sintetizada continuamente e a outra, descontinuamente, é chamado de síntese semidescontínua. Costuma-se dizer também qua a síntese do DNA na forquilha de replicação é assimétrica, pois em uma das cadeias (cadeia leading) ela www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 15 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida ocorre continuamente, enquanto que na outra (cadeia lagging) ela ocorre de modo descontínuo, em fragmentos. Esses fragmentos são denominados fragmentos de Okazaki. Além da DNA-polimerase, diversas proteínas participam do processo de replicação, formando um complexo denominado replissomo. Na forquilha de replicação estão presentes enzimas que rompem pontes de hidrogênio entre as bases, separam as fitas (helicase) e sintetizam sequências iniciadoras (primase), fornecendo segmentos nucleotídicos com extremidades 3'-OH livres (iniciadores) para o alongamento por parte da DNA polimerase. O reconhecimento da origem de replicação por meio de proteínas específicas é uma etapa fundamental para o processo de replicação. Em bactérias, como E. coli, a proteína DnaA é responsável pelo reconhecimento da origem da replicação, e os sistemas de metilação e o sequestro da origem são responsáveis pelos mecanismos de controle da ativação da origem da replicação. Em genomas circulares, o término da replicação ocorre quando duas forquilhas de replicação se encontram, permitindo a síntese completa das moléculas de DNA. Em genomas lineares existem alguns mecanismos para permitir a síntese das extremidades das moléculas, evitando perdas de material genético. No processo de duplicação do DNA (também chamado de replicação), as pontes de hidrogênio que unem as duas cadeias se desfazem e as cadeias se separam. À medida que as bases de cada cadeia se desemparelham de suas complementares, nucleotídeos livres presentes na célula unem-se a elas, respeitando a seguinte regra de emparelhamento: adenina emparelha-se com timina (A→T) e citosina, com guanina (C→G). Os nucleotídeos que se encaixam em cada uma das cadeias do DNA em duplicação vão unindo-se uns aos outros, originando uma nova cadeia complementar à que serve de molde. Ao final do processo de duplicação, haverá duas moléculas de DNA idênticas, cada uma formada por uma cadeia proveniente da molécula original e por uma cadeia nova, recém-sintetizada a partir da união de nucleotídeos ordenados pela sequência das bases nitrogenadas da cadeia molde. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 16 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Fonte: Biologia Molecular Básica, 2014, p.112 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 17 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Mutação Todo organismo que exibe uma forma diferente da de seus ascendentes, resultado da presença de uma mutação, é denominado mutante. Qualquer base do DNA pode ser mutada. Uma mutação pontual envolve modificação em um único par de bases (substituição) ou em poucos pares de bases (adição ou deleção). Devido à grande variedade de tipos e efeitos das mutações, elas são classificadas de diversas maneiras, podendo uma mesma mutação se enquadrar em mais de uma classificação. Mutações espontâneas podem surgir devido a erros durante a replicação do DNA, pelas lesões provocadas por agentes ambientais, como a hidrólise pela água, ou por lesões oxidativas. A taxa de mutação espontânea é muito baixa para todos os organismos, mas varia consideravelmente entre diferentes organismos e, em uma mesma espécie, a taxa de mutação espontânea varia de gene para gene. A ocorrência de mutações pode ser aumentada pelo tratamento com determinados compostos, denominados agentes mutagênicos, causadores de mutações induzidas. Muitos mutagênicos atuam diretamente no DNA devido a sua capacidade de atuar como uma determinada base (análogos de base), de incorporar-se à cadeia polinucleotídica (corantes de acridina), ou de alterar quimicamente as bases (ácido nitroso e agentes alquilantes). Raios X, gama, cósmicos e luz ultravioleta também são mutagênicos. Os principais produtos da luz UV, dímeros e hidratos de pirimidinas, são lesões graves no DNA, para as quais existem vários mecanismos de reparação. Muitos dos danos sofridos pelo DNA podem ser reparados, porque a informação genética é preservada em ambas as fitas da hélice dupla. Erros que ocorrem durante a replicação do DNA são corrigidos pela capacidade de revisão de leitura da própria DNA-polimerase e pelo sistema de reparação de maus pareamentos. Dímeros de pirimidinas e outros danos provocados pela luz UV são reparados por fotorreativação enzimática, reparação por excisão de nucleotídeos, ou por recombinação. Bases modificadas são corrigidas pelo sistema de excisão de bases. Bases alquiladas são reconhecidas por metil-transferases específicas. O sistema de reparação por excisão de nucleotídeos pode ser dividido em dois subcaminhos: o de reparação global do genoma e o de genes ativos, que tem a preferência de reparação. Várias doenças humanas estão associadas aos defeitos nos sistemas de reparação, como a xerodermapigmentosa, a síndrome de Cockayne e a PIBIDS. Quando o número de lesões é muito grande, E. coli utiliza o sistema SOS, no qual uma série de genes envolvidos em diversos mecanismos de reparação têm a sua expressão induzida. Entre esses genes estão os que codificam as DNApolimerases translesão, fazendo uma reparação sujeita a erro. Quebras duplas em uma mesma molécula de DNA podem ser corrigidas pela reparação por recombinação, união de extremidades não homólogas, união de extremidades mediada por micro-homologias e por anelamento de fitas simples. Todos esses processos, exceto o por recombinação, provocam mutações no sítio onde ocorreu a quebra. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 18 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Recombinação e reparo do DNA Recombinação Genética O DNA das células é capaz de sofrer rearranjos, que podem ocasionar desde novas combinações entre os genes presentes em qualquer genoma individual até alterações qualitativas e quantitativas na expressão desses genes. Esses rearranjos são realizados pela recombinação genética, na qual duas amplas classes são reconhecidas: a recombinação homóloga ou geral e a recombinação sítio-específica. A recombinação homóloga pode ocorrer em qualquer lugar ao longo de duas moléculas complementares de DNA e o seu principal resultado é que essas moléculas de DNA se sobrepõem e trocam partes (crossing-over). O sítio de troca pode ocorrer em qualquer lugar da sequência de nucleotídeos homóloga das duas moléculas de DNA envolvidas. Nesse local, uma fita de uma das moléculas de DNA faz pareamento de bases com uma das fitas da outra molécula, criando a junção heterodúplex entre as duas diferentes hélices duplas, que pode ter centenas de pares de bases de comprimento. Não há alteração nas sequências de nucleotídeos no sítio de troca; a quebra e os eventos de religação ocorrem de forma tão precisa que não há perda, ganho ou alteração de nenhum nucleotídeo. O modelo de Holliday demonstra como ocorre a recombinação entre dois cromossomos homólogos e como ela é resolvida. A recombinação genética entre sequências de DNA de cromossomos homólogos permite o resgate de cromossomos quebrados ou incompletamente replicados em todos os organismos. Existem três tipos de reações de recombinação que podem mediar a reparação de cromossomos danificados: reparação de forquilhas de replicação colapsadas, reparação de quebras duplas e reparação para o preenchimento de lacunas por recombinação. Em E. coli e organismos superiores, a inativação de proteínas que atuam na recombinação provoca redução na viabilidade celular e, com uma elevada taxa de lesões no DNA, as células são levadas à morte. Entre as diversas enzimas participantes da recombinação homóloga, RecA de E. coli e seus homólogos correspondentes em outros organismos, Rad51 e Dmc1, têm a função de encontrar a molécula de DNA correspondente para iniciar um evento de recombinação. Outras proteínas, como RecBCD, RecFOR e RuvABC, também participam da resolução dos intermediários da recombinação. Em eucariotos, a recombinação homóloga também é fundamental para o correto pareamento dos cromossomos durante a meiose e, assim como em bactérias, envolve uma série de enzimas especializadas. Na recombinação sítio-específica, não é necessária uma homologia extensa do DNA. Neste caso, as trocas ocorridas são curtas. Sequências específicas de nucleotídeos (sobre uma ou ambas as moléculas de DNA participantes) são reconhecidas por uma enzima de recombinação sítio-específica, chamadas de recombinases. As funções da recombinação sítio-específica in vivo incluem: a www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 19 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida integração e excisão de fagos, a resolução de intermediários na transposição, as modificações na expressão gênica, a regulação do número de cópias de plasmídeos, o splicing de genes em nível de DNA e a monomerização de cromossomos e plasmídeos bacterianos multiméricos. As recombinases examinadas in vitro podem ser classificadas em duas famílias, com base nas suas sequências de aminoácidos. Uma família, denominada tirosinorecombinase, é exemplificada pela integrase do bacteriófago, e a outra, denominada serino-recombinase, pela resolvase do transposon Tn3. Em adição à recombinase, muitos sistemas necessitam de proteínas acessórias, que possuem outras importantes funções celulares, por exemplo: IHF, FIS, HU e ArgR. Na recombinação sítio-específica, estas proteínas estão envolvidas na curvatura do DNA, na montagem do complexo DNA-proteína e no controle ou na seletividade das reações. A recombinação sítio-específica não envolve extensa homologia entre as seqüências de DNA, como ocorre no crossing-over. Ela necessita apenas que as seqüências de ligação sejam localizadas por enzimas especializadas, que catalisam a quebra e a reunião das moléculas. Esse tipo de recombinação é iniciado por processos reguladores que tornam as enzimas corretas disponíveis. Na recombinação sítio-específica conservativa, uma molécula de DNA é clivada em ambas as fitas em dois locais específicos e as extremidades são religadas às suas novas parceiras. O primeiro passo na recombinação sítio-específica é a ligação de proteínas (recombinases) a alguns ou a todos os elementos de reconhecimento de um ou ambos os sítios que irão recombinar. Depois disso, esses sítios fazem uma sinapse (ou troca de fitas). Não é necessária homologia entre as partes recombinantes nessa etapa. A complexidade dos sistemas de recombinação sítio-específica varia muito, e cada sistema tem uma recombinase específica que reconhece as seqüências de DNA. Freqüentemente, a região codificadora dessa recombinase está relacionada com seus sítios de reconhecimento e, algumas vezes, com um elemento reforçador (enhancer) recombinacional. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 20 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Fonte: Biologia Molecular Básica, 2014, p.166 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 21 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Reparação do DNA Um mutante sobrevive quando a alteração genética sofrida não é prejudicial ou, em alguns casos raros, é benéfica. A maioria das mutações é desvantajosa e as células não conseguiriam sobreviver se não possuíssem mecanismos enzimáticos para reverter os efeitos dos processos mutagênicos, naturais ou artificiais. Como visto anteriormente, as bases do DNA podem ser alteradas ou perdidas, as ligações fosfodiéster da cadeia podem ser quebradas e as fitas livres podem ser cruzadas e covalentemente ligadas. Essas lesões são produzidas por radiações ionizantes, luz ultravioleta e uma variedade de compostos químicos. Muitos dos danos sofridos pelo DNA podem ser reparados, pois a informação genética é preservada em ambas as fitas da hélice dupla, de forma que a informação perdida em uma fita pode ser recuperada a partir da fita complementar. Dentre as inúmeras maneiras existentes de se reparar o DNA, existem algumas principais. Esses tipos são: - Fotorreativação Enzimática: é ativada quando dímeros de bases pirimídicas (Timina, Citosina e Uracila) são formados no material genético por meio da exposição a raios UV. Nesse caso, a enzima fotoliase se liga ao dímero e, utilizando a energia proveniente da luz, catalisa a reação de dissociação do dímero. - Reparo de bases alquiladas: ocorre quando há a adição de radicais alquila principalmente o grupo metil no material genético. Nesse caso a enzima Ometilguanina-metiltransferase reconhece essa alteração no DNA e remove o grupamento metila causador da mutação. Vale lembrar que cada molécula de CH3 (metil) removida consome uma enzima O-metilguanina-metiltransferase. Ou seja, não existe uma maneira de se reciclar a enzima que catalisa o reparo. - Reparo por excisão de bases: acontece, por exemplo, quando ocorre a desaminação da citosina à uracila. O sistema de reparação, então, reconhece a uracila como base estranha ao DNA, já que ela é característica de RNA. Como esse problema ocorre, geralmente, em apenas uma das fitas de DNA, a célula faz o reparo utilizando a fita não-danificada como molde. Esse processo consiste na transformação da uracila à citosina – voltando à conformação original – e é mediado por um complexo enzimático que possui enzimas como a DNA glicosilase, aAP-endonuclease e, principalmente, a DNA-polimerase. O sistema de reparo de DNA é extremamente importante para a manutenção da homeostase – equilíbrio – corporal. Isso se justifica pelo fato de que o corpo possui mecanismos que, de forma seletiva, atuam nas mutações do material genético, a fim de corrigi-los. Por ser um processo tão constante e que deve possuir uma precisão extrema, há a necessidade de que esse seja um processo www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 22 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida bem específico, com atuações de diferentes enzimas em cada caso, para que haja uma correção das mutações ocorridas. Fonte: Biologia Molecular Básica, 2014, p.150 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 23 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Expressão Gênica Controle da Expressão Gênica em Procariotos Dentre o repertório de genes contidos em um genoma procariótico, aqueles que devem ser expressos pela célula em um determinado momento, ou em resposta a fatores internos ou externos, são regulados por mecanismos bem definidos de controle da expressão gênica. Esses mecanismos podem operar em nível transcricional ou pós-transcricional. Em nível transicional, um tipo de controle pode ser exercido pela disponibilidade de diferentes fatores, essenciais para o início da transcrição. Ainda em nível transcricional, o controle pode ser exercido por proteínas repressoras (controle negativo) ou ativadoras (controle positivo), que interagem com sítios específicos no DNA e impedem ou facilitam, respectivamente, a ligação (ou movimentação) da RNA-polimerase. As moléculas efetoras nestes casos são os indutores ou correpressores, moléculas pequenas (metabólitos) cuja disponibilidade no meio modulará a resposta transcricional, pela interação com os repressores ou ativadores. Os genes sujeitos a esse tipo de controle estão muitas vezes organizados sob forma de óperons, conjuntos policistrônicos de controle transcricional. Outro nível de controle transcricional pode ser exercido por meio da formação seletiva de grampos de terminação, acoplados ao processo de tradução, no mecanismo de atenuação da transcrição. Com relação ao controle póstranscricional, diversos mecanismos tem sido descritos. Um primeiro envolve a ligação de proteínas à extremidade 5' do mRNA, bloqueando a tradução pelo ribossomo. Uma modulação deste mecanismo poderia ocorrer pela disponibilidade de sRNAs reguladores, com múltiplos sítios de alta afinidade por estas proteínas, e que as removeriam de circulação. Outra forma, ainda, de ação dos RNAsriborreguladores envolve sua ligação, por complementaridade e emparelhamento de bases, à extremidade 5' do mRNA cuja tradução será regulada. Em um controle positivo da tradução, a ligação do sRNAriborregulador ao seu alvo desfaz uma estrutura secundária (grampo) que bloqueava o acesso do ribossomo ao seu sítio de ligação. No controle negativo, a ligação do riborregulador ao alvo bloqueia o sítio de ligação ao ribossomo. Finalmente, um nível diferenciado de controle da expressão gênica é exercido pelos ribocomutadores, capazes de interagir diretamente com metabólitos por meio da formação de estruturas secundárias bem definidas no RNA, e exercer dois níveis de controle: transcricional, mediado pela formação/remoção de grampos de terminação; ou póstranscricional, regulando o início da tradução pela acessibilidade do sítio de ligação ao ribossomo. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 24 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Fonte: Biologia Molecular Básica, 2014, p.294 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 25 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Controle da Expressão Gênica em Eucariotos A regulação da expressão dos genes em células eucarióticas envolve a modificação da cromatina, possibilitando a ativação da transcrição, as modificações posteriores para dar origem ao RNA mensageiro, o transporte desse RNA para o citoplasma e a sua tradução em uma proteína. Um dos níveis importantes da regulação é o início da transcrição, em que sequências reguladoras são reconhecidas pela maquinaria de transcrição, possibilitando a ativação do gene e levando à síntese de RNA. As sequências reguladoras presentes nos promotores e reforçadores dos genes são reconhecidas pelos fatores de transcrição, que podem ser basais, necessários para a expressão de todos os genes transcritos por um determinado tipo de RNA-Pol, ou específicos, que incluem os ativadores, os coativadores, os repressores e os correpressores. Os ativadores são constituídos de domínios funcionais que possibilitam o transporte para o núcleo, o reconhecimento das sequências reguladoras dos genes, a ativação da transcrição e a interação com outras proteínas. Grande parte dos fatores de transcrição eucarióticos conhecidos apresenta um dos seguintes motivos estruturais para ligação ao DNA: homeodomínio, dedo de zinco (zincfinger), zíper de leucina (leucinezipper), hélice-alça-hélice (helixloop-helix) e hélice “alada” (winged-helix). Junto com os promotores, os reforçadores exercem uma função muito importante na regulação da expressão gênica, pois eles são reconhecidos por ativadores que, com a participação de outros fatores (coativador, mediador), interagem com o complexo multiproteico basal de transcrição, aumentando o nível da transcrição. No núcleo da célula eucariótica, a modificação das histonas e o remodelamento da cromatina são fatores importantes no processo de regulação da expressão. As histonas e, em particular, suas porções aminoterminais caracterizam-se por apresentar um grande número de modificações, como metilação de resíduos de arginina; metilação, acetilação, ubiquitinação, ADP-ribosilação e sumoilação de resíduos de lisina; e fosforilação de resíduos de serina e treonina. A cromatina pode ser modificada por complexos remodeladores, que utilizam a hidrólise do ATP para alterar os contatos histona-DNA. O remodelamento da cromatina pode provocar um desenrolamento transitório entre o DNA e os octâmeros de histonas, facilitando o acesso de fatores de transcrição ao DNA. A expressão gênica regulada por hormônios lipossolúveis, como hormônios esteróides, ácido retinóico e hormônios da tireoide, é um exemplo de regulação que envolve muitas proteínas. A regulação de lócus multigênico, como o do gene da βglobina, envolve a participação de elementos regulatórios (LCR) localizados em regiões bastante distantes dos genes que eles controlam. A regulação da expressão pode envolver os RNAs não codificadores (ncRNA) e pode ocorrer, também, em etapas posteriores ao início da transcrição, como, por exemplo, nas etapas que envolvem as modificações do RNA precursor. A participação de pequenos RNAs, como os miRNAs e siRNAs, no controle da tradução ou na degradação dos mRNAs contribui de forma importante para a regulação da expressão gênica. Por fim, essa regulação também pode ocorrer na tradução do mRNA ou na sua localização celular. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 26 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Epigenética Já parou para se perguntar como pode existir uma mesma informação genética para cada célula e termos uma quantidade enorme de tipos de células com diferentes funções? A epigenética pode tentar explicar. Epigenética é um termo referido como uma informação genética extra que com ajuda de modificações de cromatina e de DNA ajudam ou inibem determinados genes. A expressão gênica segue uma ordem: DNA→RNA (transcrição) → Proteína (tradução), mas cada célula expressa um número restritos de genes, por exemplo um neurônio não expressa hemoglobina nem mioglobina, porém expressa dopamina. Já uma célula muscular não expressa hemoglobina nem dopamina, mas expressa mioglobina. Sendo assim, no neurônio o gene da hemoglobina foi epigeneticamente silenciado pelas marcas epigenéticas. As marcas epigenéticas são marcas pontuais que marcam ou desmarcam o os genes. Dependendo da pontualidade da marca, pode expressar (ativar) ou não expressar (silenciar) o gene. As principais alterações epigenéticas são: 1. Metilação de DNA: Ocorre metilação nas ilhas CpG feitas por metiltransferases. CpGs são frequentemente regiões promotoras de genes (promotor estão no início do gene, onde ocorre a ligação com a maquinária de transcrição). A metilação nas ilhas CpG fazem o silenciamento da expressão gênica. 2. Modificações pós-tradução de histonas: As histonas pode sofrer metilações, ubiquitinação, fosforilação, sumolação, acetilação de resídíos na calda Nterminal das histonas. Acetilação é correlacionado com ativação dos genes, pois provoca mudanças de carga entre as histonas (+) e DNA (). As metilações podem ativar o locus ao redor do promotor (H3k4me) ou inativar o locus do genes de heterocromatinas constitutivas (H3K9me) e facultativas (H3K27me). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 27 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 3. Remodelação da cromatina: Fator epigenético ATP-dependente o qual usa energia da hidrólise do ATP para mover o nucleossoma. Isso causa alterações da compactação da cromatina, deixando mais denso ou empacotado, espalhado ou desempacotado nos locais de início da transcrição. 4. Histonas variantes: Diferentes histonas variantes existem para H2A, H3 e H1. Cada variente apresenta propriedades específicas, usadas para diferentes funções. Ex: Aumentar estabilidade e diminuir a estabilidade, modificar aminoácidos como a serina, outros que ainda não são entendidos. Exemplo de uma histona variente é a histona variante do centrômero CENP-A (diferentes nomes para outras espécies), histona H2AX envolvida no reparo do DNA, macroH2A envolvida na inativação do cromossomo X. E muitas outras varientes. 5. Noncoding RNAs: Existem várias classes de pequenos, médios e longos noncoding RNAs, mas temos alguns em destaques. 5.1. MicroRNAs (miRNAs): Tem um papel importante no silenciamento de genes pós-transcrição. 5.2. Piwi-intericting RNAs (piRNAs): Controla elementos transponíveis e direciona metilação de DNA em elementos transponíveis 5.3. Long non-coding RNAs (lncRNAs): Parecem agir diretamente como maquinaria epigenética e estabelece diferentes estados epigenéticos. Um dos grandes representantes é o Xist. Este tem a função de inativar o cromossomo X, recentemente manipulado em pesquisa científica com objetivo de inativar o cromossomo 21 em cultura de células, dando perspectivas de contribuição para síndrome de down. Epigenética tem prometido muito para estudos de câncer. São visto aberrações epigenéticas de metilação de DNA (hipermetilação ou hipometilação), de modificações de histonas e variações, de arquitetura nuclear e de noncoding RNAs. Isso causa implicações clínicas para controle das aberrações, procurando-se por diagnóstico usando biomarcadores de alterações epigenéticas, prognósticos com alterações específicas e terapia com inibidores de modificação epigenética. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 28 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Metilação do DNA A metilação consiste na adição de grupamentos metila a base citosina (C) do DNA, dependendo de suas posições na molécula, tanto o DNA procariótico quanto o eucariótico podem ser metilados; a metilação é catalizada por enzimas, sendo fundamental na regulação do “silenciar dos genes”, regulação das funções das proteínas, metabolismos de RNA além de estar presente no metabolismo da bactéria. A modificação química dos nucleotídeos é importante para a regulação de genes em eucariontes principalmente em mamíferos. Uma determinada quantidade dos pares de bases G-C são modificados pela adição de um grupo metila a citosina. A metilação da citosina sempre ocorre em duplas de pareamento de bases como segue abaixo: 5' mC p G3' 3'G p Cm 5' mC representa a metilcitosina e p indica a ligação fosfodiéster entre as bases de um filamento de DNA. Essa estrutura pode ser abreviada simplesmente dando a composição de um filamento mCpG Os dinucleotídeos CpG juntamente com as enzimas de restrição que são sensíveis a modificação química em seus sítios de reconhecimento digerem o DNA; as enzimas de restrição são divididas em várias classes, dependendo da estrutura, da atividade e dos sítios de reconhecimento e clivagem. A enzima Hpall reconhece e cliva (corta) a sequência CCGG, porém quando a segunda citosina nesta sequência é metilada, Hpall não pode mais clivar a sequência. Os dinucleotídeos CpG contém junto de si vários elementos curtos de DNA tendo uma densidade muito mais alta de C e G que qualquer outra região do genoma, estes segmentos são chamados de ilhas de CpG. Metilação no genoma humano: www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 29 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida No genoma Humano, existe cerca de 45.000 destas ilhas, a maioria próximas ao sítio de início da transcrição, porque as citosinas que estão próximas a essas ilhas nunca são metiladas e este estado não metilado conduz a transcrição. Onde o DNA metilado é encontrado a transcrição é restrita, como exemplo o cromossomo X inativo de algumas fêmeas de mamíferos que é extensamente metilado. Os mecanismos que fazem com que o DNA metilado seja transcricionalmente silencioso não são bem compreendidos. Pórem sabe-se que duas proteínas que reprimem a transcrição se ligam ao DNA metilado, uma delas se chama MeCP2 e causa mudança na cromatina, entretanto é possível que os dinucleotídeos metilados CpG liguem mais proteínas específicas desconhecidas e que essas proteínas formem um complexo que evita a transcrição de genes vizinhos. Exemplo de metilação em DNA dos mamíferos: Quando ocorrem casos em que um gene é controlado por sua origem parental, por exemplo um gene conhecido como H19 é expresso quando é herdado da mãe, mas não é expresso quando é herdado do pai, ou seja, a expressão do gene esta condicionada a origem parental, os geneticistas dizem que esse gene foi imprintado, quer dizer que o gene foi marcado de algum modo, para que “lembre” de qual genitor veio. A marca que condiciona a expressão de um gene é a metilação de um ou mais dinucléotideos CpG na vizinhança do gene, esses dinucleotídeos metilados são inicialmente formados na linhagem germinativa parental. Fonte: http://genetica.ufcspa.edu.br/seminarios%20monitores/epigenetica_texto_2007.pdf Figura 27: as bases em vermelho são as citosinas, essa ramificação indica a adição de grupamento metila a base. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 30 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Exemplo de metilação em bactérias: Na metilação de bactérias o grupo metil (CH3) são adicionados a determinados locais do DNA para impedir que ele seja destruído por enzimas de restrição. A metilação do DNA acontece, quando as bactérias são invadidas por vírus bacteriófago, elas se defendem do vírus através do seu sistema imunológico cortando o DNA do vírus em pedacinhos; para realizar esse procedimento as bactérias desenvolveram uma série de enzimas de restrição (restringem o ataque do vírus a bactéria) que reconhecem seqüências especificas de DNA do vírus, e cortam o DNA no meio dessas seqüências. As enzimas de restrição distinguem entre o DNA bacteriano e o DNA do vírus através do metil que está ligado a certas seqüências do DNA da bactéria, não cortando portanto o DNA bacteriano. Porém o vírus não tem essa enzima de restrição e quando ele injeta o seu DNA na bactéria, esse não contém nenhuma proteção, ou seja, nenhum metil para impedir que a enzima de restrição o corte em pedacinhos. Eco R1 em E.coli e BamH1: nome de duas enzimas de restrição somente de bactérias. Metilases: Enzimas que realizam a metilação do DNA. Alguns exemplos de metilação nos seres Vivos: Bactérias: O DNA bacteriano possui certas sequências metiladas que se distingue do DNA exógeno do vírus não-metilado que é introduzido, as bactérias usam proteínas chamadas de enzima de restrição para cortar qualquer DNA viral não metilado. Eucarióticos: No DNA eucariótico, as bases citosina são metiladas para formar o 5-metilcitosina, os organismos eucarióticos se diferem muito em seu grau de metilação: Células animais: 5% citosinas metiladas. Plantas: mais de 50% citosinas metiladas. Células de leveduras: nenhuma metilação de citosina detectada. Ainda não está claro por que os organismos eucarióticos se diferem tanto em seu grau de metilação. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 31 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Consequências da metilação: A metilação afeta a estrutura da molécula de DNA, e conseqüentemente o desenvolvimento da célula. As seqüências que são metiladas não são transcritas, enquanto as seqüências sem metilação estão sendo transcritas ativamente. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 32 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida Exercícios 1. A respeito dos ácidos nucléicos (DNA e RNA) podemos afirmar que: A) gene é um segmento de RNA capaz de produzir proteína. B) a uracila é a base nitrogenada exclusiva do DNA. C) a duplicação do DNA é dita semiconservativa porque cada novo DNA conserva metade do DNA antigo. D) a pentose do DNA é a ribose. E) durante a transcrição, os dois segmentos do DNA permanecem ativos. 2. Para que possa ocorrer a síntese de proteínas, devem ocorrer em ordem os seguintes eventos: A) replicação, transcrição e tradução. B) transcrição, replicação e tradução. C) transcrição e tradução. D) tradução, transcrição e replicação. E) replicação e transcrição. 3. A molécula de DNA é constituída por: A) uma cadeia de polipeptídeos unidos por pontes de hidrogênio. B) duas cadeias de polipeptídeos formando uma dupla hélice. C) uma cadeia de nucleotídeos que tem a capacidade de se replicar. D) duas cadeias de nucleotídeos unidas por pontes de hidrogênio. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 33 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida E) duas cadeias de bases azotadas unidas por polipeptídeos. 4. Numa molécula de DNA, a quantidade de... A) adenina mais timina é igual à de citosina mais guanina. B) citosina mais uracila é igual à de timina mais adenina. C) uracila mais adenina é igual à de citosina mais guanina. D) guanina mais timina é igual à de citosina mais uracila. E) adenina mais citosina é igual à de guanina mais timina. 5. O esquema seguinte representa duas cadeias de ácidos nucleicos. Podemos concluir que... A) I e II correspondem a duas moléculas de RNA. B) I e II correspondem a duas cadeias de uma molécula de RNA. C) I e II correspondem a duas cadeias de uma molécula de DNA. D) I corresponde a uma cadeia de ADN e II a uma cadeia de RNA. E) I corresponde a uma cadeia de RNA e II a uma cadeia de DNA. 6. O esquema seguinte é referente à estrutura do DNA. Os algarismos 1, 2 e 3 representam,respectivamente... A) base azotada, desoxirribose e fosfato. B) base azotada, fosfato e desoxirribose. C) fosfato, desoxirribose e base azotada. D) fosfato, base azotada e desoxirribose. E) desoxirribose, fosfato e base azotada. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 34 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 7. Leia as afirmativas abaixo: I. A troca de uma única base na molécula de DNA leva, obrigatoriamente, à substituição de um aminoácido na cadeia polipeptídica correspondente. II. A duplicação do DNA ocorre de maneira semiconservativa. III. A DNA polimerase é uma enzima especial que está diretamente envolvida na duplicação da molécula de DNA. A afirmativa está CORRETA em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas D) II e III, apenas. E) II, apenas. 8. (UFPE) O esquema da figura à baixo relaciona-se com os ácidos nucléicos. Assinale as afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas. ( ) Em 1, o DNA está acoplado a uma cadeia de RNA, dando início ao processo de síntese de proteínas. ( ) Em 2, a dupla cadeia de nucleotídeos do DNA apresenta uma região de separação, com rompimento de pontes de hidrogênio. ( ) A RNA polimerase é a enzima responsável pela replicação do RNA. ( ) Em 3, é exemplificada a formação de uma molécula de RNA – mensageiro, contendo informações transcritas a partir do DNA. ( ) Uma molécula de DNA com a seqüência de bases GCGTATTAT produzirá um RNA-m com a seqüência de bases: CGCCAUAAUA. A afirmativa está CORRETA em: www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 35 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida A) FVVFF B) FVFVV C) VFVFV D) FFVFF E) FVFVF 9. (PUCCamp-SP) Os itens a seguir referem-se à estrutura, composição e função dos ácidos nucléicos. – Estrutura: I. dupla hélice II. cadeia simples – Composição: 1. presença de uracila 2. presença de timina – Função: a. síntese de proteínas b. transcrição gênica São características do ácido ribonucléico: A) I – 1 – a B) I – 2 – b C) II – 1 – a D) II – 1 – b E) II – 2 – b www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 36 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 10. (UFSM-RS) Numere a 2ª. Coluna de acordo com a 1ª. Coluna 1 1 – DNA 2 – RNA Coluna 2 ( ) Dupla hélice ( ) Ribose ( ) Fita única ou simples ( ) Desoxirribose ( ) Bases nitrogenadas: adenina, guanina, citosina, timina ( ) Bases nitrogenadas: adenina, guanina, citosina, uracila. A seqüência correta é: A) 1 – 2 – 1 – 2 – 2 – 1 B) 2 – 1 – 1 – 2 – 2 – 2 C) 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 2 D) 2 – 1 – 2 – 1 – 1 – 2 E) 1 – 1 – 2 – 2 – 2 – 1 11. (Cefet-PR) Do melhoramento genético passando pela engenharia genética, processos de clonagem e transgênicos, os conhecimentos sobre os ácidos nucléicos têm gerado tecnologias de grande utilidade para a humanidade. Assinale a alternativa que contém uma proposição incorreta acerca do funcionamento dos ácidos nucléicos. A) Transcrição gênica é o processo de fabricação de RNA a partir de um modelo de DNA. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 37 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida B) As moléculas de DNA são capazes de se reproduzir por meio de um processo conhecido como duplicação semiconservativa. C) Se uma cadeia de DNA apresenta a seqüência de bases: ATTGCTGCGCATT, a outra cadeia apresenta na região correspondente a seqüência complementar: TAACGACGCGTAA. D) O RNA diferencia-se do DNA principalmente por possuir como açúcar a pentose e a base nitrogenada uracila em lugar da timina. E) Cada aminoácido é codificado por um grupo de quatro bases chamado de códon. 12. (UFRGS-RS) Cinco amostras com ácidos nucléicos foram analisadas quimicamente e apresentaram os seguintes resultados: I) 1ª. amostra: ribose II) 2ª. amostra: timina III) 3ª. amostra: dupla hélice IV) 4ª. amostra: uracila V) 5ª. amostra: 20% de guanina e 30% de citosina Entre estas amostras, quais se referem a DNA? A) Apenas I e II. B) Apenas I e III. C) Apenas II e III. D) Apenas II e IV. E) Apenas II e V. 13. (UFRGS-RS) Cinco amostras com ácidos nucléicos foram analisadas quimicamente e apresentaram os seguintes resultados: I) 1ª.amostra: ribose www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 38 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida II) 2ª. amostra: timina III) 3ª. amostra: dupla hélice IV) 4ª. amostra: uracila V) 5ª. amostra: 20% de guanina e 30% de citosina Entre estas amostras, quais se referem a DNA? a) Apenas I e II. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III. e) Apenas II e IV. e) Apenas II e V. 14. (Fuvest-SP) Um pesquisador que pretende estudar comparativamente a síntese de DNA e RNA em uma célula deve usar nucleotídeos radioativos contendo: A) timina e uracila B) guanina e timina C) citosina e guanina D) adenina e timina E) citosina e uracila 15.(Med. Santos-SP) Na hidrólise de ácidos nucléicos, as bases pirimídicas produzidas pelo RNA são: A) citosina e guanina B) adenina e uracila C) citosina e timina www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 39 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida D) adenina e timina E) citosina e uracila. 16. (UFMS) Os ácidos nucléicos são as moléculas “mestras” da vida. Elas são “responsáveis” pela síntese de todas as enzimas que controlam, de alguma forma, a atividade celular. Relacione os ácidos nucléicos com suas características. I) DNA II) RNA A) açúcar da molécula = desoxirribose B) açúcar da molécula = ribose C) presença de timina D) presença de uracila E) cadeia dupla F) cadeia simples G) capacidade de autoduplicação Está(ão) correta(s) a(s) associação(ões): 01) I – A 02) II – B 04) II – G 08) I – C 16) I – F 32) II – E 64) II – D www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 40 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 17. (FEPA) O DNA e o RNA são constituídos de muitas unidades, os nucleotídeos. Cada nucleotídeo é constituído por um grupo fosfato, uma pentose e uma base nitrogenada. A diferença entre DNA e RNA está: A) na pentose e nas bases nitrogenadas. B) no fosfato e nas bases nitrogenadas. C) na pentose e no fosfato. D) na pentose, nas bases nitrogenadas e no fosfato. E) apenas nas bases nitrogenadas. 18. (Perito criminal/PCDF/2012) Uma nova proposta para estimativa de idade da vítima, que não está ainda em uso, é a avaliação de modificações epigenéticas. Todos os tecidos de um organismo são afetados pela idade, e esse processo aparentemente está associado a modificações epigenéticas. Trabalho recente com avaliação do perfil de metilação de DNA de determinados genes em diferentes tecidos mostrou que há o que está sendo chamado de “assinatura epigenética de idade”. Com a continuação desses estudos, é provável que, no futuro, seja possível extrapolar a idade de uma vítima pela análise do perfil epigenético de tecidos específicos. As modificações epigenéticas descritas no texto estão, portanto, diretamente relacionadas à idade e, quando presentes em um gene, espera-se que ocorra o (a) A) mutação no gene B) silenciamento do gene C) produção constitutiva do gene D) aumento da taxa de reparo no gene. E) aumento da taxa de transcrição do gene www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 41 Biologia – Perito da PCPE Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Cândida 1 C 7 D 13 A 2 C 8 B 14 A 3 D 9 C 15 E 4 C 10 C 16 75 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Cândida Ivi 5 D 11 E 17 A 6 C 12 C 18 B 42