A “GRAMÁTICA ESCOLAR”: UM SUBGÉNERO GRAMATICAL

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A “GRAMÁTICA ESCOLAR”: UM SUBGÉNERO GRAMATICAL?
MINICURSO
Ministrante: Profª Drª Maria Filomena Gonçalves
Universidade de Évora/ECS/DLL
CIDEHUS-UÉ/Fundação para a Ciência e Tecnologia
Projeto HIS/00057/2013 (POCI-01-0145-FEDER-007702)
[email protected]
Duração: 9h
RESUMO
O minicurso tem como objetivo identificar as “marcas” distintivas da “gramática
escolar”, procurando situar a gramática destinada ao ensino-aprendizagem do Português
no contexto do género metalinguístico conhecido, desde a Antiguidade, como
“gramática”. Trata-se de identificar traços que possibilitem a caracterização da
“gramática escolar” como “subgénero gramatical”, tanto no plano da estrutura interna
como no da estrutura externa da gramática escolar, uma vez que os destinatários
(público-alvo), a faixa etária destes, o programa da escolarização, o tipo de escola e o
nível de ensino (fundamental/elementar, médio…) não só condicionam como
determinam os conteúdos e o discurso gramatical.
Partindo destes pressupostos, o minicurso visa caracterizar a gramática escolar
quer no plano estrutural e conteudístico, quer no plano discursivo, de maneira a
encontrar uma resposta para a interrogação lançada no título do curso. Trata-se, pois, de
determinar em que aspectos se distingue a “gramática escolar” da gramática tout court.
Com este propósito, serão analisados trechos de textos gramaticais (relativos, em
particular, aos elementos “paratextuais”, aos principais conceitos, à divisão em partes e
à terminologia a ela associada) cujos títulos identificam e circunscrevem os
destinatários ou remetem para determinado nível de ensino. Assim, após uma prévia
problematização epistemológica e uma contextualização histórica, que vai da tradição
gramatical portuguesa e seu desenvolvimento até à oficialização do ensino do português
em 1770, centraremos a nossa atenção em textos do século XVIII e, em especial, em
obras gramaticais do século XIX, centúria em que à produção portuguesa se junta a
brasileira. Dada a importância de Oitocentos para a compreensão da deriva brasileira no
domínio gramaticográfico, este período será objeto de uma atenção particular,
porquanto é nele que encontramos, em boa parte, as raízes da gramática escolar atual.
Por último, importa salientar que a gramática escolar será analisada como
exemplo da transferência do conhecimento (meta)linguístico e, ainda, como espaço de
“ideologização” em torno da língua.
BIBLIOGRAFIA*
BASTOS, Neusa e PALMA, Dieli Vesaro (orgs.): História entrelaçada: a Construção
de gramáticas e o ensino da Língua Portuguesa do século XVI ao XIX. Rio de Janeiro:
IP-PUCSP/Editora Lucerna.
CAVALIERE, Ricardo (2014): A gramática no Brasil: ideias, percursos e parâmetros.
Rio de Janeiro: Lexikon.
COELHO, Olga et al. (2012): “O português do Brasil em gramáticas brasileiras do
século XIX”. Confluência, nº46, 1º semestre de 2014. Rio de Janeiro, pp. 115-141.
Disponível
em:
https://www.academia.edu/10902097/Artigo_Revista_Conflu%C3%AAncia_O_portugu%C3%
AAs_do_Brasil_em_gram%C3%A1ticas_brasileiras_do_s%C3%A9culo_XIX
FÁVERO, Leonor Lopes e MOLINA, Márcia A. G. (2010): “Construção do saber
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pp. 69-90. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/flp/article/view/59858/62967
GONÇALVES, Maria Filomena (2012): "Gramáticas do português na transição do
século XIX para o século XX: a gramática científica". In: Cestero Mancera, et al., La
lengua, lugar de encuentro. Actas del XVI Congreso Internacional de la Asociación de
Lingüística y Filología de América Latina. Universidad de Alcalá de Henares:
Publicaciones
de
la
Universidad,
pp.
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Disponível
em:
http://alfal2011.mundoalfal.org
GONÇALVES, Maria Filomena (2012):"La gramática escolar en Portugal a finales del
siglo XIX e inicios del siglo XX. Cuestiones de gramática y de ideología lingüística".
In: E. Battaner Moro, V. Calvo, P. Peña Jiménez eds., Historiografía lingüística: líneas
actuales de investigación, vol. I. Münster: Nodus Publikationen, pp. 411-423.
*Será facultada bibliografia específica para cada sessão.
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