DINÂMICAS DAS POPULAÇÕES E DAS COMUNIDADES Profº Júlio Arrué 12 10 8 6 4 2 0 Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4 DINÂMICA DAS POPULAÇÕES 12 10 8 6 4 2 0 Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS POPULACIONAIS Numa população animal, são os seguintes os fatores que alteram os seus números: Taxa de natalidade (N) Número de indivíduos que nascem em um determinado intervalo de tempo. Taxa de mortalidade (M)Número de indivíduos que morrem em um determinado período de tempo. Taxa de imigração (I) Número de indivíduos que chegam a uma população. Taxa de emigração (E) Número de indivíduos que saem de uma população. Densidade populacional (D) é a relação entre o número de indivíduos que compõem determinada população e o espaço ocupado por eles. D = n° de indivíduos/espaço. Para uma população em equilíbrio, temos: N+I = M+E Lembrando: Normalmente o gráfico apresenta dois eixos. Os eixos Y e X. No caso do gráfico abaixo, temos como o eixo Y o tamanho da população (Population Size (N) e como eixo X o número de gerações (Numbe of generations). Então, no crescimento exponencial - em azul – percebemos que a população em duas gerações (eixo X), aproximadamente, cresce rapidamente de 200 mil para dois milhões de indivíduos. Eixo X Eixo Y CURVAS DE CRESCIMENTO - Crescimento Exponencial - Potencial biótico Esses são dois gráficos que mostram o crescimento de uma população animal. No exponencial, azul, há um crescimento rápido. Como é o caso das doenças causadas por bactérias. Por outro lado, o crescimento “S” é aquele que ocorre na maioria das populações. - Crescimento Real - Curva de crescimento sigmóide CURVAS DE CRESCIMENTO “S” O gráfico, ao fundo, representa o crescimento “S” e mostra três etapas no crescimento populacional. O primeiro é lento onde a taxa de crescimento é baixa. No segundo há um rápido aumento na taxa de crescimento que caracteriza o crescimento como exponencial. E, por fim, no terceiro há uma estabilização da taxa de crescimento e inclusivo do próprio crescimento. Normalmente, após o terceiro estágio há um decréscimo no crescimento e, consequentemente, há o decréscimo no N populacional (N = número de indivíduos). Fatores que regulam o crescimento populacional Potencial Biótico = Capacidade dos indivíduos de gerar descendentes em quantidade ilimitada; Resistência Ambiental = São barreiras naturais ao potencial biótico. Exemplo, disponibilidade de alimento e espaço, clima, predatismo, parasitismo e competição; Capacidade Limite do Meio = Capacidade de carga. Valor numérico máximo permitido pelo ambiente. Fatores Dependentes da Densidade São aqueles fatores que impedem o crescimento excessivo de uma determinada população. Estão relacionados ao tamanho populacional 1) Disputas por espaços; 2) Disputas por alimentos; 3) Disputas por parceiro sexual; 4) Predatismo; 5) Parasitismo. Fatores Independentes da Densidade São aqueles populacional. fatores que não estão relacionados ao tamanho Exemplo: Clima – desempenha um importante papel regulador. Frio ou calor, intensos, podem reduzir o alimento, causar mortandade ou migrações. Taxa de crescimento no RS A taxa de crescimento populacional do RS, entre 1950 a 2000, apresenta considerável variação. No gráfico podemos observar que a maior taxa de crescimento foi de 2,57%, em 1960, enquanto que a menor foi de 1,23%, em 2000. Isso indica que a partir de 1960 o RS vem decrescendo sua taxa de crescimento, ou seja, o crescimento continuou ocorrendo nesse período, no entanto há uma “desaceleração” nesse processo. Cidades com Taxa de Crescimento Acima de 5% no RS Na tabela acima, pode-se observar que a cidade com maior taxa de crescimento foi Balneário Pinhal. Isso não nos indica o que está ocorrendo se o crescimento é apenas o aumento da taxa de natalidade ou da taxa imigração ou na redução da taxa de mortalidade. No entanto, é importante que se tenha claro que um fator apenas, normalmente, não promove uma taxa de crescimento tão elevada. Certamente o que ocorre é que no mínimo dois ou mais fatores são responsáveis pelos índices apresentados. Taxas de Emigração e Imigração no RS Taxas de imigração e emigração são importantes pois o movimento das populações acabam influenciando no aumento ou na redução das populações. Taxas de Imigração dos Estados Brasileiros Taxas de Imigração de Outros Países Caxias do Sul Área (2009): 1.643,9 km² População Total (2009): 413.890 habitantes Densidade Demográfica (2009): 251,8 hab/km² O cálculo da densidade foi: D=N/Área - D = 413.890/1.643,9 = 251,8 CICLOS E DESIQUILÍBRIOS POPULACIONAIS Espécie A Espécie B O gráfico mostra o crescimento de duas populações que estão intimamente ligadas. Neste caso, a espécie A seria a presa e a espécie B, a predadora. No início das observações de campo, em 1920, a espécie A crescera de forma quase que exponencial. Alguns fatores explicam esse crescimento, como por exemplo, a oferta de alimento aumentara e a competição intra-específica (interna) diminuiara. Por outro lado, o parasitismo e a predação ainda eram muito baixos. Como a população da espécie presa aumentara significativamente, a partir de 1930 a população da espécie B também começara aumentar. Pois a lógica é que houvera um aumento na disponibilidade de alimento para a espécie predadora. Isso se comprova, pois assim que a população da espécie A diminuira, consequentemente a população da espécie B também diminuira. De forma mais simplificada, o gráfico acima mostra o comportamento das duas populações, presa e predador, e os picos populacionais. Por exemplo, quando a população da presa chega na capacidade de carga, ela começa a diminuir. Enquanto isso, a população do predador continua aumentando e, em seguida, começa a diminuir. No caso da população do predador é importante lembrar que sua diminuição acontece pela diminuição de alimento. Isso acaba gerando uma competição intraespecífica levando alguns indivíduos à morte. Outros fatores também contribuem, como predadores e parasitas dessa população. DINÂMICA DAS COMUNIDADES RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS Sociedade – Os organismos reúnem-se em grandes grupos, nos quais existem um grau de hierarquia ou divisão de trabalho. Isso ocorrem com abelhas, formigas e cupins. Colonia – Os organismos da mesma espécie encontram-se fundidos uns aos outros fisicamente, formando um conjunto coeso. Como é o caso desses corais. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS Interações Harmônicas Cooperação (Protocooperação) – Os organismos das duas espécies são beneficiados. No caso do exemplo, aves poderiam estar incomodando o boi, uma vez que elas ficam bicando na narina dele. No entanto, o boi nada faz porque elas estão se alimentam de pequenos parasitas presentes na narina. Para elas é alimento e para ele é um forma de eliminar os parasitas. Sinfilia – É uma espécie de protocooperação. No exemplo, a formiga passa as antenas nos pulgões que, por sua vez, liberam, pelo ânus, uma gota de líquido rico em glicose. Em contrapartida os pulgões tem proteção da formiga contra seus predadores. Mutualismo – Os organismos vivem uma interação obrigatória com benefícios mútuos para ambas espécies. As duas figuras, embaixo e ao lado, mostram esse tipo de relação. Naquela, ao lado é possível ver as raízes do pé de feijão com nódulos de bactérias que fixação biológica do nitrogênio Em contrapartida, a planta disponibiliza substâncias fundamentais para as bactérias. Essa é uma relação onde a falta de um leva o outro à morte. Comensalismo – Nesta relação uma espécie é beneficiado e outra não, porém também não sofre prejuízo. A rêmora aproveitam as sobras do alimento do tubarão sem causar prejuízo. Inquilinismo – É uma modalidade de comensalismo em que o inquilino vive no hospedeiro sem prejudicá-lo e sem ser prejudicado. No caso da imagem, ao lado, a bromélia se utiliza do tronca da árvore para suporte. Em florestas como da Amazônia é possível encontrar plantas que habitam os dosséis das grandes árvores. Assim elas tem acesso a luminosidade que é quase inexistente no solo da floresta. Interações Desarmônicas Predatismo – Uma espécie (predadora) usa outra (presa) como fonte de alimento. Parasitismo – O parasita explora a sua presa durante seu ciclo de vida. Endoparasitismo – O hospedeiro abriga o parasita no seu interior. Esse é o caso da Tênia ou Solitária. Ectoparasitismo – Quando o parasita é externo ao hospedeiro, permitindo-o a mudanças de hospedeiros. Os piolhos é um bom exemplo, mas carrapatos também. Competição Interespecífica – Remete a disputa por recursos (luz, alimento, espaço, etc.). Normalmente, Leões quando vêem hienas com sua caça, atacam-nas e pegam-a. Amensalismo – Uma espécie inibe o desenvolvimento da outra por meio da liberação de “substâncias tóxicas”. Não existe qualquer benefício para a espécie inibidora. É diferente de alelopatia que, ao contrário, é uma relação de competição. Na figura, o fenômeno da maré vermelha. Isso ocorre devido ao crescimento exponencial de fitoplanctos Dinoflagelados que produzem uma substância tóxico deixando a agua de coloração avermelha. Sucessão ecológica SUCESSÃO ECOLÓGICA Sucessão ecológica é a mudança que uma comunidade passa ao longo de um determinado tempo. Existem dois tipos de sucessões ecológicas, a primária e a secundária. Na figura abaixo, podemos ver as diferentes estágios de uma sucessão ecológica e as diferentes formas de vida que compõem cada uma dessas fases. Colonizadoras – São plantas que possuem uma grande capacidade de reprodução, dispersão e desenvolvimento. Período de vida é muito curto. São as primeiras a ocuparem o espaço físico. Geralmente são ervas e gramíneas. Pioneiras – São plantas que também possuem grande capacidade de reprodução e dispersão, mas o desenvolvimento é mais lento. O período de vida é curto e as plantas características dessa fase são os vassourais. Secundárias – São plantas de porte médio, ou seja, árvores. Processo de reprodução, dispersão e desenvolvimento é lento. Normalmente levam mais de ano para chegarem ao desenvolvimento completo. Período de vida dessas árvores é de médio a longo. Comparativamente aos estágios anteriores. São exemplares desse estágio, coqueiros, ipês, canelas, etc. Clímax – Neste estágio, as plantas se caracterizam por apresentar porte enorme. A reprodução anual, no entanto a germinação depende de vários fatores, principalmente, pelo espaço físico. São árvores com dosel (copa) alto. Exemplo é a floresta amazônica. O processo de sucessão ecológica pode ser dividido em três fases: ecese, sere e clímax. Ecese – Há invasão do meio por organismos pioneiros. Normalmente são os liquens, cuja atividade biológica desfaz a rocha e prepara o solo para a instalação de outros organismos vivos. As alterações também são promovidas pelos fatores físicos (abióticos) e são intensas. Sere – Período de alterações rápidas da comunidade, em que os próprios organismos alteram o meio através de suas atividades. Ocorrem mudanças completas nas comunidades. As alterações também são promovidas pelos fatores físicos (abióticos). Clímax – A diversidade biológica permanece constante e as alterações promovidas pelos fatores abióticos (chuva, vento, etc.) são pequenas. Há homeostase ao longo do tempo, ou seja, o equilíbrio entre Comunidades perdura. Ecese Sere Climax SUCESSÃO PRIMÁRIA A sucessão primária caracteriza-se por ser a primeira sucessão que ocorre em um espaço. Por exemplo, quando ocorre o surgimento de uma ilha em alto mar, após o resfriamento desta, ocorre um fenômeno de ocupação, lento, por diferentes formas de vida. Inicia com organismos simples. A medida que o tempo vai passando, essas formas de vida mais simples vão sendo substituídas por outras formas de vidas mais complexas. O resultado esperado é que em determinado período a ilha estará abrigando uma considerável diversidade de espécies, porém, muito diferente daquelas que iniciaram a Colonização. Na figura ao lado o surgimento de uma ilha, após atividade vulcânica. SUCESSÃO SECUNDÁRIA Para entendermos a sucessão secundária vamos diretamente a um exemplo. Imagine que você pretende fazer um jardim no seu quintal. Retirou toda a cobertura vegetal e deixou o solo totalmente descoberto. No entanto, por motivo qualquer, não continuou mais com as atividades e abandonou, literalmente, o pátio onde seria um jardim. Por um período de tempo o solo permanecerá da forma que você deixou. Desnudo. Depois, lentamente começarão surgir pequenas plantinhas que se caracterizam pelo rápido crescimento e dispersão de suas sementes. Essas serão chamadas de gramíneas. Elas ocuparão em curto espaço de tempo toda a superfície desnuda. Após um tempo, entre as gramíneas, surgiram ervas rasteiras que também possuem ciclo de vida curto e se dispersam rapidamente. Mais a frente, no tempo, entre gramíneas e ervas irão surgir pequenos arbustos que, ao crescerem, farão sombra sobre a superfície do solo eliminando as gramíneas e as ervas rasteiras. A medida que o tempo avança novas espécies de plantas, de hábitos diferentes, surgirão e mudarão a composição da comunidade que, agora, convive no pátio da sua casa. O exemplo citado acima se caracteriza como sendo uma sucessão. Agora para ser secundária ela precisa ocorrer em um ambiente onde já havia uma comunidade anteriormente. Como é o caso do pátio da casa. A comunidade foi retirada e posteriormente se formou uma nova comunidade. Outra forma de entender a sucessão secundária é observarmos na figura ao lado e vermos como ocorre o desaparecimento de um lago e, o local onde esse lago se encontra, tornar-se um ambiente terrestre com vasta cobertura vegetal de ambiente não aquático. O processo ocorre de forma lenta o que não nos permite, cotidianamente, percebermos essa transformação. Somente depois de longo período. Esse também caracteriza a sucessão secundária. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Bibliografia UZINIAN, A.; BIRNER, E. Biologia. São Paulo: Harbra, 2005. Sites - Imagens http://www.qued.com.br http://setqui.blogspot.com http://ecoblogarido.wordpress.com http://www.fee.tche.br