Gabarito - Unifesp

Propaganda
Ano Opcional em Pediatria – Transplante de Rim - Pediatria (Cód. 1289)
01. Qual a importância das alterações genéticas na síndrome nefrótica em pediatria? Explique sua
resposta com ao menos três exemplos (gene e proteína envolvida) de alterações genéticas já
descritas nessa doença.
Nos últimos 20 anos, várias mutações genéticas foram identificadas em pacientes com a síndrome
nefrótica congênita (SNC) e glomerulosclerose segmentar e focal (GESF), tanto familiar, como
esporádica. A caracterização da base genética da SNC e GESF levou ao reconhecimento da
importância da lesão podócitos para o desenvolvimento de glomerulosclerose. As mutações
genéticas induzem a efeitos sobre o podocito, seja em sua estrutura, no citoesqueleto de actina, na
sinalização de cálcio, e na função mitocondrial. As investigações relacionadas com o efeitos de
mutações genéticas em podócitos podem identificar novos caminhos para a terapêutica da síndrome
nefrótica.
Uma das contribuições da genética para a melhor compreensão da saúde do podocito é o potencial
para a novas opções terapêuticas. Direccionamento terapêutico para a regulação do citoesqueleto
de actina, a sinalização de cálcio e autofagia são áreas potenciais para a investigação.
Algumas barreiras ainda limitam nossa compreensão da genética e da saúde do podocito. Estamos
apenas começando a ter estudos em grande escala de populações etnicamente diversas de
crianças com síndrome nefrótica e GESF para nos fornecer uma compreensão detalhada das
correlações genótipo-fenótipo-ambientais, incluindo a resposta à terapêutica, risco para a doença
renal em estágio final, e recorrência após transplante.
Alguns dos princiapias genes envolvidos estão enumerados abaixo:
1. NPHS1 nephrin
2. NPHS2 podocin
3. TRPC6 short transient receptor potential channel 6
4. CD2AP CD2-associated protein
5. ACTN4 α-actinin-4
6. INF2 inverted formin-2
7. MYH9 myosin-9
8. WT1 Wilms tumor protein
9. LMX1B LIM homeobox transcription factor 1-β
10. SMARCAL1 SWI/SNF-related matrix-associated actin-dependent regulator of chromatin
subfamily A-like protein 1
11. LAMB2 laminin subunit β−2
12. COQ2 4-hydroxybenzoate polyprenyltransferase, mitochondrial
13. COQ6 ubiquinone biosynthesis monooxygenase COQ6
14. PDSS2 decaprenyl-diphosphate
15. SCARB2 lysosome membrane protein 2 (LIMP II)
16. APOL1 apolipoprotein L1
02. Quais são as principais etiologias e os principais fatores conhecidos que aumentam a velocidade
de progressão da doença renal crônica em pediatria? Por faixa etária, quais são as melhores opções
de tratamento para crianças com DRC em estágio 5?
As principais etiologias são as malformações do trato urinário, a hipo/displasia renal, as
glomerulopatias, as doenças hereditárias (cistinose nefropática, doença policística autossômica
recessiva/dominante), as sequelas de injúria renal aguda e causas indeterminadas.
Os fatores mais importantes são hipertensão arterial mal controlada, início da puberdade, anemia
mal controlada e a hipoalbuminemia.
Em geral o melhor tratamento para a DRC em estágio 5 é o transplante renal, tanto no que concerne
sobrevida dos pacientes, qualidade de vida, como em custo do tratamento. Em crianças pequenas,
Ano Opcional em Pediatria – Transplante de Rim - Pediatria (Cód. 1289)
de peso inferior a 6-7 Kg pode-se considerar que o transplante representa um risco maior pela
dificuldade cirúrgica envolvida. Nesses casos pode ser necessário iniciar tratamento com diálise até
que o paciente atinja o peso necessário para o transplante.
Quantos ao métodos dialíticos existentes (DP e HD) não há evidências de superioridade indiscutível
em nenhum dos métodos. Tanto diálise peritoneal como hemodiálise podem funcionar com eficácia.
Recentemente tem se mostrado boa eficácia com utilização de hemodiálise diária, principalmente
em crianças anúricas e com morbidade cardíaca prévia.
EPM / UNIFESP - RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
2
Download