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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
CONCEPÇÃO DE DOENÇA MENTAL PELOS ACADÊMICOS DA
FACULDADE IDEAU
ALTEMEYER, Viviane C.¹
[email protected]
BERTOTTI, Camila¹
[email protected]
BONINI, Elvis H.²
[email protected]
CALCING, Jordana²
[email protected]
COSTA, Gisele M. T.²
[email protected]
FABIANI, Nadine P.²
[email protected]
MARTELLI, Andreza C.¹
[email protected]
SILVA, Rafael A.¹
[email protected]
UMCINI, Cássia¹
[email protected]
¹ Discentes do Curso de Psicologia, Nível V 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso de Psicologia, Nível V 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
RESUMO: Este artigo é resultado de um trabalho elaborado pelo curso de Psicologia, cujo objetivo foi fazer um
levantamento sobre a concepção de doença mental pelos acadêmicos do quinto semestre do curso de Agronomia
da Faculdade IDEAU - Getúlio Vargas. Com base nas respostas obtidas no semestre anterior, uma devolução foi
proposta aos acadêmicos procurando mostrar-lhes a grande diferença que existe entre o saber científico e o senso
comum, focando em uma das patologias mais conhecidas atualmente, porém pouco explorada pela população: o
Transtorno Bipolar. Pode-se constatar que a falta de informaão das pessoas com relação a saúde mental é
vigantesca, necessitando urgentemente de campanhas que levem informações básicas a população acerca deste
tema. Apesar disso, os acadêmicos se mostraram bastante interessados diante da abordagem, tentou fazer
ligações com situações vivenciadas com familiares, amigos e conhecidos, aumentando ainda mais o interesse
pelo assunto.
Palavras-chave: Concepção de Doença Mental; Senso Comum e Cientifico; Transtorno de Humor Bipolar.
ABSTRACT: This article is the result of work based in the course of Psychology at the college IDEAU, whose
goal was to make a survey on the conception of mental illness by academics of the fifth semester of the
agronomy at college IDEAU Getulio Vargas. Based on responses from the previous six months , a return was
proposed to academics trying to show them the great difference that exists between scientific knowledge and
common sense, by focusing on one of the currently known diseases , but little explored by the population :
Disorder Bipolar. It can be seen that the lack of the info of people with mental health relationship is vigantesca ,
requiring urgent campaigns that take basic information to people about this issue. Nevertheless , scholars have
proven very interested on the approach, he tried to make connections with experienced situations with family,
friends and acquaintances , further increasing interest in the subject .
Keywords: Mental Illness Perception, Common and Scientific Sense, Bipolar Mood Disorder
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para Rodrigues (2001) a humanidade, desde os primórdios, tem dificuldade em lidar
com as diferenças e com as desarmonias do senso e convivência comum. O tratamento da
loucura por vezes foi baseado na intolerância frente aos comportamentos dos doentes mentais
tendo no cárcere dos indivíduos uma opção para afastar o diferente e proteger a sociedade.
Segundo Bandeira (2005), neste contexto, o paciente, sua família e os profissionais
dos serviços comunitários passam a serem, cada vez mais, os principais provedores de
cuidados em saúde mental. Exigindo articulação entre diversos serviços da rede de saúde em
seus diferentes níveis de atenção. Porém, no Brasil, como em muitos outros países, esta rede
de serviços ainda está em desenvolvimento e carece de ampliação da implantação de
infraestrutura extra-hospitalar mais próxima ao cotidiano de seus pacientes.
De acordo com Dalgalarrondo (2000), em psicopatologia é fundamental a observação
minuciosa, atenta e perspicaz do comportamento da pessoa, do conteúdo do seu discurso e do
seu modo de falar, da sua mímica, da postura, da vestimenta, da forma como reage e do seu
estilo de interação com o entrevistador, com outros pacientes e com seus familiares.
Saúde mental, portanto, não é um conceito puramente sanitário, que implica apenas na
ausência de “sintomas” que sugiram perturbações psicológicas; saúde mental deve ser
entendida como um estado de bem-estar psicossocial, que envolve recursos pessoais e
singulares para programar o desenvolvimento do potencial de cada indivíduo, para o seu
progresso pessoal, econômico e social, integrado à sua comunidade.
Abordaremos nesse artigo algumas psicopatologias dentre elas o Transtorno de Humor
Bipolar, uma doença que se caracteriza pela alternância de humor: ora ocorrem episódios de
euforia (mania), ora de depressão, com períodos intercalados de normalidade. Apesar de o
Transtorno Bipolar do Humor nem sempre ser facilmente identificado, existem evidências de
que fatores genéticos possam influenciar o aparecimento da doença (NETO & ELKIS, 2007).
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2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Doença mental e as ferramentas de avaliação psicológica
O termo “doença mental” já passou por diversas definições, sendo uma delas a
loucura. Segundo Silveira e Braga (2005) na Antiguidade a loucura passou por diversos
momentos, na Grécia Antiga era tida como algo positivo e até de certa forma, uma dádiva
divina, sendo valorizada socialmente.
Gradualmente a valorização sublime da loucura vai desaparecendo e vai se conduzindo
em uma direção completamente oposta, onde na Idade Média pessoas loucas passam a serem
vistas como uma forma de encarnar o mal, e começam a ser associadas a demônios e seres
possuídos (BORGES, 2013).
No século XVIII a loucura passa a ser percebida como um elemento do conhecimento
médico caracterizando-a como doença mental, passando a ser passível de tratamento e
possivelmente de cura. De acordo com Silveira e Braga (2005) ocorre à valorização do
pensamento científico e é em meio a esse contexto que ocorre o surgimento do hospital como
espaço terapêutico.
De acordo com Borges (2013), foi na década de 70 em virtude das inúmeras denúncias
a política brasileira de saúde mental sobre as condições precarias tanto públicas quanto
privadas de atendimento psiquiátrico a população, que surgiu a Reforma Psiquiátrica no
Brasil. Este movimento veio causar uma transformação na forma de ajuda prestada aos
doentes mentais, promovendo um cuidado mais humanizado ao individuo e garantindo sua
inserção social.
Com o passar dos anos, houve um aumento da necessidade de se analisar os domínios
psicológicos de forma objetiva, para que decisões apropriadas sejam tomadas em vários
campos profissionais. Dessa forma, a tecnologia voltada a avaliação psicológica tem avançado
cada vez mais buscando a eficiência das ferramentas de trabalho do psicólogo, posicionando a
avaliação psicológica como uma atividade essencial e indispensável ao psicólogo,
contribuindo para o bom desenvolvimento de suas atividades profissionais (PASQUALI,
2001).
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Segundo o Conselho Federal De Psicologia (2013, p. 13), Avaliação Psicológica pode
ser definida como:
“Um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que,
de acordo com cada área de conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é
dinâmica e constitui-se em fonte de informações de caráter explicativo sobre os
fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes
campos de atuação do psicólogo, dentre eles, saúde, educação, trabalho e outros
setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que requer um
planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os fins para os quais a
avaliação se destina”.
Primeiramente, deve-se diferenciar avaliação psicológica dos instrumentos de
avaliação. A avaliação psicológica é uma atividade mais profunda e detalhada voltada
principalmente ao funcionamento psicológico do indivíduo de forma sistemática
possibilitando orientar ações e decisões futuras. Já os instrumentos de avaliação constituem-se
em métodos sistemáticos de coleta de dados úteis e seguro que possam servir de suporte ao
processo mais abrangente e complexo da avaliação psicológica. Deste modo, os instrumentos
estão englobados no processo mais amplo da avaliação psicológica (PRIMI; NASCIMENTO;
SOUZA, 2004).
Os testes psicológicos são ferramentas utilizadas na prática profissional do psicólogo e
podem fornecer subsídios significativos para a elaboração de um diagnóstico, podendo revelar
muitas particularidades que somente com a avaliação psicológica não viriam à tona. Estes
podem ser divididos em duas categorias: psicométricos e projetivos. Os testes psicométricos
se baseiam na Psicometria, ou seja, fazem uso de números para descrever os fenômenos
psicológicos, sendo muito utilizados em pesquisa e investigações quantitativas. Já os
projetivos se fundamentam na interpretação qualitativa, e servem principalmente para
caracterizar os sujeitos avaliados em termos de atributos e qualidades (MANFREDINI;
ARGIMON, 2010).
Para garantir a eficiência e a utilidade dos testes, sejam eles projetivos ou
psicométricos, estes devem passar por inúmeros estudos que fundamentem suas capacidades
de investigação, bem como devem estar de acordo com determinadas classificações que
garantam reconhecimento e credibilidade por parte da comunidade científica e de leigos
(NORONHA; VENDRAMINI, 2003).
Para Anastasi e Urbina (2000) os testes psicológicos devem ser manipulados e
aplicados por profissionais capacitados para tal atividade, assim como a interpretação de seus
resultados devem ser a mais correta e técnica possível. Além de tudo, o profissional psicólogo
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deve ter bom censo na hora da escolha dos testes, levando em consideração seu conhecimento
e domínio sobre a ferramenta, as propriedades psicométricas do instrumento, sua validade,
precisão e confiabilidade.
De acordo com o Conselho Federal De Psicologia (2013), para que o psicólogo possa
usufruir da avaliação psicológica como utensílio de trabalho de forma correta, ele deve
atender a alguns princípios éticos básicos, tais como: busca de aperfeiçoamento profissional
constante, utilização de testes com parecer favorável do CFP (Conselho Federal de
Psicologia), que estão disponíveis no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(SATEPSI), dominação da metodologia acerca dos testes utilizados, garantir a veracidade e a
discrição das informações obtidas.
Outras questões como garantir assegurado os documentos de avaliação psicológica em
local restrito ao uso somente do psicólogo, permitindo assim, que as informações contidas na
avaliação sejam vistas somente por aqueles que tem direito de avaliá-las. Da mesma forma,
cabe ao profissional psicólogo não comercializar nem revelar àqueles que não são psicólogos
o uso dos testes, assegurando a integridade dos mesmos (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2013).
2.2 Doença Mental Sobre o Viés Psicanalítico
De acordo com Bock (2001) a Psicanálise nasce com Freud, na Áustria e usa o
inconsciente como objeto de estudo, quebrando a tradição da Psicologia como ciência da
consciência e da razão.
A primeira vez que Freud empregou a psico-análise foi em 1896, num artigo intitulado
“A hereditariedade e a etiologia das neuroses”. Em 1922 Freud deu sua definição mais precisa
sobre esta forma de análise enfatizando que seus pilares teóricos eram o inconsciente, o
complexo de Édipo, a resistência, a repressão e a sexualidade (ZIMERMAN, 2009).
Em "O Ego e o Id", de 1923, Freud (1996) reconhece que no momento em que se
debruçou sobre a melancolia não pôde perceber "a significação plena" da substituição de um
investimento objetal por uma identificação, nem "quão comum e típico" é esse processo
conformador do eu.
Desde a antiguidade foram observadas as relações entre a mania e a melancolia, essas
duas doenças apareciam separadas sendo raramente associadas até o século XIX. A
descoberta do transtorno afetivo bipolar foi disputada por dois grandes psiquiatras. Baillarger
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descreveu uma entidade denominada de “Loucura de forma dupla”; por sua vez, J. P. Falret
em 1850 defendeu sua descoberta diante da Academia Francesa de Medicina ao falar sobre a
“Loucura Circular”, resultado vindo da vinculação de três estados particulares: mania,
melancolia e intervalo lúcido; os quais se sucedem numa ordem determinada de possível
previsão. Tanto Falret quanto Baillarger acreditavam que na doença a mania e a melancolia
eram distintas e se alternavam, mas em 1883 surgiu o trabalho de Ritti, que consagrou na
França a noção de que a doença era única caracterizada por sucessão dos estados (CAMPOS,
2009).
Ainda Campos (2009), traz que em 1899, Emil Kraeplin classificou a doença de
psicose maníaco-depressiva como psicose essencialmente constitucional, hereditária e
endógena. Descrevendo a doença com propriedade ao reunir em torno desse estado maníacodepressivo todos os estados agudos que não apresentavam doença mental. Exames mais
cuidadosos revelaram a existência de fases depressivas ou expansivas, de baixa intensidade ou
extremas, ao longo de toda a vida do doente. A aparência clinica dos pacientes era sempre
idêntica, tratando-se de Loucura circular ou de ataques isolado obtendo-se diferentes mesclas
dos sintomas das duas fases, havia casos que a crise inteira era mista.
A maneira de Kraeplin de considerar os estados mistos contribuiu para diversos
autores pensarem em outras combinações de estados mentais, visto que a escola alemã só
considerava até então estados periódicos ou intermitentes. A literatura médica então separou o
transtorno bipolar da psicose maníaco-depressiva, esse termo caiu em desuso usando-se
transtorno afetivo bipolar com sintomas psicóticos. Em casos que os sintomas psicóticos
persistem associados ao transtorno de humor denomina-se de transtorno esquizoafetivo
(CAMPOS, 2009).
Ao falarmos do transtorno bipolar dentro de um viés psicanalítico não podemos deixar
de citar “Luto e Melancolia” de Freud(1917) onde o eu só se constitui ao preço de sua divisão:
ele deve fazer-se objeto para si mesmo. E deve se amar, ou seja, a libido deverá tomá-lo como
objeto. Mas também pode se odiar e chegar a abandonar ou aniquilar a si mesmo. Se seu
apaixonamento é perigoso por sua exclusividade, como aponta a lenda grega de Narciso, a
escolha de objeto não basta para salvá-lo, pois o objeto deve ser perdido. Trata-se,
fundamentalmente, em "Luto e Melancolia", de conceber o eu como um trabalho de perda do
objeto (RIVERA, 2011).
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Freud (1895) esboçou algumas hipóteses acerca do mecanismo psíquico da
melancolia, salientando que a característica mais notável da melancolia é a sua tendência a se
transformar em mania. Observou que, tanto os quadros de melancolia quanto os de mania
consistem em desordens lutando contra um mesmo tipo de complexo. As defesas maníacas
protegem o ego do desespero total e muitas vezes consistem na única forma de superar o
sofrimento, uma vez que a resolução da depressão é muito lenta. Dessa forma, para a
psicanálise, independente de o paciente estar numa fase melancólica ou maníaca, sob os
sintomas aparentemente opostos encontra-se a mesma estrutura psíquica que precisa ser
tratada. A característica mais notável da melancolia, e aquela que mais precisa de explicação,
é sua tendência a se transformar em mania (FREUD, 1917).
Dos Santos (2014) nos traz que para dar conta dessas diferenças entre as patologias
não neuróticas, Silvia Bleichmar introduz o conceito de patologias de fronteira para definir
patologias que estão em um espaço mediador entre as psicoses com quem?– nas quais existe
uma falha no recalcamento originário existindo então uma quebra com a realidade. Propôs
que nessas patologias, o aparelho psíquico, devido aos traumas sofridos, não terminou de se
constituir, exigindo um trabalho de ligação, mais do que de interpretação.
O que acontece com os pacientes de fronteira é que o recalcamento originário
estabeleceu-se e está atuando, tanto que está conservado seu contato com a realidade,
diferente do que ocorre nas psicoses, nas quais o recalcamento originário não se constituiu e
existe uma não distinção entre o dentro e o fora. Nesses pacientes, existe um recalcamento
originário que não está satisfatoriamente seguro, suficientemente sedimentado, e que por isso
dificulta a concretização do recalcamento secundário, que proporcionaria o “trancar a porta, a
sete chaves”, do inconsciente para que o pulsional continuasse seguro em seu lugar. É como
se essa porta estivesse apenas encostada, exigindo um constante investimento,
contrainvestimento, para garantir que o pulsional não adentre (DOS SANTOS, 2014).
Por este motivo patologia de fronteira – mesmo não se tratando de uma psicose –
também é uma estrutura muito frágil, porque estamos diante de um ego que funciona com
precariedade, pois não houve o selo do recalcamento secundário e as “paredes” entre os
sistemas inconsciente e pré-consciente-consciente não estão totalmente divididas (DOS
SANTOS, 2014).
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2.3 Psicopatologias: conceito, sintomas e tratamento.
Segundo Baumgart (2006) o termo psicopatologia surgiu em 1878, como sinônimo de
psiquiatria clínica. Esse termo se compõe de psico, que se refere ao psiquismo e se origina do
grego psiqué – que significa sopro, respiro princípio vital – e pathos, que tem o sentido de
sofrimento e também de paixão, isto é, perda do controle racional de si e de seus atos. Em
“Historia de lapsiquiatría”, (COSTA apud ALEXANDER, 1985) estabelece três tendências do
pensamento psicopatológico de todos os tempos: “Conceito mágico” - tentativa de explicar o
comportamento através da magia ou sobrenatural; “Conceito organicista” - explicar o
comportamento em termos físicos; “Conceito psicogênico” - buscar uma explicação
psicológica, o que hoje em dia se definiria melhor como psicossocial.
De acordo com Paim (1992), a Psicopatologia deve considerar o individuo
integralmente atentando para os padrões de normalidade onde o indivíduo a ser examinado
está inserido, não se admitindo guiar apenas pelos sintomas.
Considerar um sintoma isolado é fazer com que o objetivo principal de compreender o
indivíduo seja esquecido. Para Cheniaux (2013) entre as principais psicopatologias
encontram-se a depressão, mania, esquizofrenia, demência, transtorno conversivo e
transtornos dissociativos.
Algumas destas psicopatologias serão descritas á seguir visando seu conceito, os
principais sintomas e a forma de tratamento. Dentre elas um maior enfoque no Transtorno de
Humor Bipolar que deu base a esta pesquisa acadêmica:
2.3.1 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH):
Esse transtorno foi considerado exclusivo da infância durante décadas, acreditando-se
que desapareceria quando o individuo alcançasse a faze adulta. No entanto estudos
sistemáticos apontaram que a doença permanece na idade adulta, sendo possível diagnosticar
adolescentes e adultos (NETO & ELKIS, 2007).
Os indivíduos que apresentam esse transtorno tem um déficit da capacidade de inibir
comportamentos, de se abster, em ambientes movimentados com muitos estímulos ele é
incapaz de inibir suas reações a todos os sons e visões ao seu redor, por isso mostram-se
inquietos e não conseguem focar a atenção em uma única atividade (BEE & BOYD, 2010)
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Existem três categorias do TDAH segundo Bee e Boyd (2010): o tipo
TDAH/hiperativo/impulsivo
onde
a
hiperatividade
é
o
principal
problema,
o
TDAH/Desatento com o principal sintoma sendo a desatenção e o TDAH/Combinado que
apresenta no mesmo quadro a hiperatividade e desatenção.
A abordagem para o tratamento do individuo com TDAH segundo Neto e Elkis (2007)
é a combinação de farmacológicos psicoestimulantes juntamente com a psicoterapia, estudos
mostram que a terapia cognitivo-comportamental apresenta melhores resultados na
diminuição dos sintomas em adultos, já em crianças abordagens psicossociais tendem a surtir
melhor efeito.
2.3.2 Depressão:
A depressão surgiu como um estado de desânimo ou perda de interesse, mas apenas no
século XIX com o surgimento de substâncias antidepressivas tornou-se uma característica
clínica e nosológica com critérios e tipos de depressão, passível de tratamento (COSER,
2003).
O termo depressão é utilizado para caracterizar tanto um estado afetivo normal quanto
um sintoma, uma síndrome ou doença (s). A síndrome depressiva pode se apresentar em
outras doenças como: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia,
alcoolismo, etc. Pode ainda ocorrer como resposta em situações estressantes, a circunstâncias
sociais e econômicas adversas, ao uso de medicamentos e substancias químicas como álcool e
drogas (PORTO, 1999).
Humor deprimido e perda de interesse são sintomas corriqueiros da depressão,
podendo haver também distúrbios do sono e da alimentação, dificuldade de concentração,
tristeza, pensamentos recorrentes de morte. O quadro clínico depressivo se diferencia de um
episódio depressivo por sua durabilidade e evolução abrangendo sintomas psíquicos,
comportamentais e fisiológicos (NETO & ELKIS, 2007).
O tratamento para o transtorno depressivo abarca a combinação de farmacológicos
antidepressivos e acompanhamento psicológico. Segundo Coser (2003) o tratamento
medicamentoso usado de forma única apresenta apenas a remissão dos sintomas, mas
associados a analise apresentou grandes avanços podendo assim diminuindo gradativamente a
medicalização, até ser totalmente retirada e o paciente sentir-se bem consigo mesmo.
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2.3.3 Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC):
A descrição do transtorno obsessivo-compulsivo se modificou muito ao longo da
historia tendo influências notáveis diante das culturas, as teorias sobre o desenvolvimento da
doença variavam de cunho religioso á melancolia, da irracionalidade á psicose, da disfunção
cerebral e orgânicas. Com a classificação dos transtornos mentais e padronização dos
diagnósticos desvinculou as hipóteses teóricas, apresentando capacidade de diagnostico e
tratamento (NETO & ELKIS, 2007).
A caracterização do transtorno baseia-se na ocorrência primária de obsessões e/ou
compulsão. Obsessão são pensamentos, impulsos ou imagens mentais desagradáveis
recorrentes que aparecem de forma intrusiva gerando ansiedade e sofrimento ao individuo. Já
as compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que o individuo executa como
rituais compulsivos (sempre excessivos, irracionais ou mágicos) em resposta a uma obsessão
ou de acordo á regras rígidas a fim de reduzir a ansiedade ou prevenir algum evento temido
(TORRES & SMAIRA, 2001).
O transtorno pode ser tratado por três recursos, esses recursos podem ser utilizados
isoladamente ou combinados dependendo da gravidade e evolução da doença. Um dos
recursos e o mais utilizado é o uso de farmacológicos que abrange os antidepressivos,
ansiolíticos e antipsicóticos. A psicoterapia por si só mostra bons resultados em casos mais
leves, tendo as abordagens psicanalítica e cognitiva-comportamental como as mais bem
indicadas para o tratamento. Outro recurso disponível é a neurocirurgia utilizada apenas em
casos muito graves, apresenta melhora significativa, entretanto alguns pacientes continuam
sintomáticos e com limitações importantes após o procedimento. (NETO & ELKIS, 2007).
2.3.4 Esquizofrenia:
As primeiras aparições dos sintomas parciais da doença podem ser encontradas em
textos hindus e gregos de séculos antes de cristo, mas somente no séc. XIX d.C. começaram a
surgir descrições mais precisas das doenças mentais (NETO & ELKIS, 2007).
A descrição da esquizofrenia foi dada por Emil Kraepelin no século XIX, ele
estabeleceu como uma classificação de transtornos mentais e a denominou como demência
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precoce. Apenas em 1857 Bleuler criou o termo esquizofrenia (esquizo= divisão, phrenia=
mente) que substituiu o termo demência precoce na literatura (SILVA, 2006).
A esquizofrenia manifesta-se pela primeira vez na adolescência ou adultos na segunda
ou terceira década de vida, o inicio pode ser abrupto ou insidioso. Não há sintomas ou sinais
patognomônicos o diagnóstico é feito a partir dos sinais e sintomas expostos pelos pacientes
na anamnese. O paciente costuma apresentar isolamento, perda do interesse do cuidado
consigo próprio, desinteresse nos estudos e trabalho e em algum casos adquire interesses
bizarros e fixação em um determinado assunto (NETO & ELKIS, 2007).
Os aspectos mais característicos da esquizofrenia são alucinações e delírios,
transtornos de pensamento e fala, perturbação das emoções e do afeto, déficits cognitivos e
avolição (SILVA, 2006, p.265).
O tratamento do paciente com esquizofrenia exige a participação de diversos
profissionais, que devem trabalhar em equipe para combinar as abordagens farmacológicas e
psicossociais. O uso de antipsicóticos tem eficácia comprovada e são fundamentais na
prevenção de novos surtos. Na abordagem psicossociais inicialmente é indicado à terapia
ocupacional, psicodinâmicas, psicoterapia de apoio e orientação sobre a doença após deve
ocorrer o processo de reabilitação do paciente visando sua reintegração social, profissional,
uma melhor qualidade de vida dentro dos limites que a doença impõe (NETO & ELKIS,
2007).
2.3.5 Stress:
Em 1926 o Dr. HansSelye usou o termo “estressologia” para descrever um estado de
tensão patogênico do organismo, o termo foi substituído por “estresse” e também utilizado
por alguns especialistas como “stress”. Denominasse stress um estado de tensão que causa
ruptura no equilíbrio interno do organismo (LIPP, 2000).
Segundo Sadir et all (2010) o stress é uma reação do organismo que ocorre diante de
situações que exijam dele adaptações além do limite, suas consequências desaguam no corpo
e na mente humana muitas vezes abrangendo também a qualidade de vida da sociedade. Os
altos níveis de stress são caracterizados pela queda de produtividade, desmotivação, irritação,
dificuldades interpessoais, relações afetivas conturbadas ou rompimentos, doenças físicas
variadas, depressão, ansiedade e infelicidade.
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O tratamento para o stress é indicado psicoterapia que são extremamente eficazes,
trabalhasse com as fontes do stress, principalmente se elas forem internas próprias do
comportamento do individuo. Em casos que há doenças físicas associadas ao stress é
indispensável seu tratamento com um médico especialista junto à psicoterapia (LIPP, 2000).
2.3.6 Transtorno de Humor Bipolar (THB):
O Transtorno de Humor Bipolar é uma doença mental, caracterizada por variações
extremas de Humor. Existem quatro tipos de Transtono Bipolar e uma categoria chamada de
Transtono Ciclotimico (NETO & ELKIS, 2007).
O Transtono Ciclotimico é a forma mais branda do THB, tem como característica
essencial à cronicidade e a oscilação do humor, envolvendo vários períodos de sintomas
hipomaníacos e períodos depressivos distintos entre si. Durante o período inicial de dois anos,
os sintomas precisam ser persistentes e presentes na maioria dos dias e qualquer intervalo sem
sintomas não pode durar mais do que dois meses. Esse diagnostico só é feito se no período
inicial de dois anos, o mesmo, esteja livre de Episódios Depressivos Maiores, Maníacos e
Mistos (NETO & ELKIS, 2007).
O THB Tipo I afeta apenas 1 % da população e geralmente se evidencia entre os 15 e
30 anos. É a forma mais intensa com forte alteração do humor, caracterizado pelo menos um
episódio de mania, apresenta humor exaltado ou irritável, aumento da pressão pra falar e nível
de energia e atividades, e sua amplitude tem variação do humor, do pico mais alto que pode
durar várias semanas e poderá ocorrer internação. É comum apresentar sintomas psicóticos,
como delírios ou alucinações, até mesmo depressão grave. Se não for tratado, em geral
prejudica de forma exacerbada a qualidade de vida do paciente (NETO & ELKIS, 2007).
No Tipo II a alteração do humor não é tão intensa quanto no Tipo I, mas apresenta
fases de hipomania e depressão. Pode iniciar na adolescência, com oscilação de humor, mas
uma parte dos pacientes só expressa a fase depressiva ao redor dos 40 anos. Com frequência,
os sintomas de humor deixam de ser marcadamente de um polo para ter características mistas,
turbulentas (NETO & ELKIS, 2007).
Nesse tipo a fase maníaca é mais branda e curta, chamada de hipomania. Os sintomas
são semelhantes, como mudança de humor para eufórico ou irritável, hiperatividade,
tagarelice, diminuição do sono, mas não prejudicam a pessoa de modo tão significativo. As
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depressões, por outro lado, podem ser profundas, pois tem características de humor triste,
vazio ou irritável, e vem acompanhado com mudanças somáticas e cognitivas que afetam
significativamente a capacidade da pessoa de funcionar, podendo ocorrer ideação suicida ou
sintomas psicóticos (KNAPP & ISOLAN, 2005).
O Tipo III é semelhante ao tipo II, porém o quadro de hipomania é desencadeado pelo
uso de antidepressivos ou psicoestimulantes. É uma classificação usada apenas quando a fase
maníaca ou hipomaníaca é induzida por um antidepressivo ou psicoestimulante, ou seja, os
pacientes fazem parte do espectro bipolar, mas o polo positivo só é descoberto pelo uso destas
drogas. Sem o antidepressivo, em geral manifestam características do temperamento
hipertímico ou ciclotímico. Como regra, devem ser tratados como bipolares, mesmo que
saiam do quadro maníaco (KNAPP & ISOLAN, 2005).
Já no IV a oscilação de humor é mais leve e o paciente é, geralmente, uma pessoa com
temperamento mais determinado, dinâmico, empreendedor, extrovertido e expansivo, e que,
esporadicamente, passa a ter o humor mais turbulento e depressivo na meia-idade. Esses
pacientes nunca tiveram mania ou hipomania, mas têm uma história de humor um pouco mais
vibrante, na faixa hipertímica, que frequentemente gera vantagens. A fase depressiva pode só
ocorrer em torno ou depois dos 50 anos e às vezes é de característica mista e oscilatória
(KNAPP & ISOLAN, 2005).
Segundo Knapp e Isolan (2005) o Trasntorno Bipolar e Transtorno Ciclotímico podem
ser tratados com várias classes de medicação.
Os médicos primeiramente introduz ao parciente portar um estabilizador do humor e
se não melhorar associa um antidepressivo, que são eles: Tofranil, Anafranil, Tryptanol,
Pamelor, e o Ludiomil. Também são utilizados os estabilizadores de humor que são os
remédios mais importantes e usados a partir do diagnostico de THB, com exceção do Lítio,
todos eles são usados também como anticonvulsivantes. São eles: lítio (Carbolitium, Litiocar,
Carbolim), carbamazepina (Tegretol), oxcarbazepina (Trileptal), ácido valpróico (Depakene),
lamotrigina (Lamictal), gabapentina (Neurontin), topiramato (Topamax). Os tranquilizantes
devem ser usados temporariamente, enquanto os estabilizadores de humor não fizerem efeito:
Valium, Rivotril, Lorax, Lexotan, Stilnox. Porém mesmo utilizando-se das mais adequadas
estratégias medicamentosas, o individuo com transtorno bipolar frequentemente nescessita de
internações (KNAPP & ISOLAN, 2005).
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A compreensão desse transtorno tem sido focada em aspectos genéticos e biológicos e
a psicofarmacoterapia tem-se constituído como um componente essencial do manejo desse
transtorno, mas há evidencias crescentes da importância da abordagem psicoterápica. A
importância de se combinar a psicoterapia com medicações reside no fato de que apenas 60%
dos pacientes bipolares respondem ao lítio ou aos outros estabilizadores do humor. Além do
mais, apenas 40% dos pacientes permanecem sem recaídas/recorrências mesmo com uso
adequado de medicação (KNAPP & ISOLAN, 2005).
As principais intervenções psicoterápicas para individos com Transtorno de Humor
Bipolar, segundo Knapp e Isolan (2005) são:

Psicoeducação: objetiva dar aos pacientes informações sobre a natureza e o
tratamento d THB, promovendo ensinamentos teóricos e práticos para que o paciente possa
compreender e lidar melhor com a doença.

Terapia Cognitiva Comportamental (TCC): é uma terapia breve e estruturada,
orientada para a solução imediata de problemas. Os objetivos da TCC no THB são: Educar os
pacientes e familiares a cerca da doença; Ensinar métodos para monitorar a ocorrência, a
gravidade e o curso dos sintomas; Facilitar a aceitação e a cooperação do tratamento; Oferecer
técnicas não farmacológicas para lidar com sintoma e problema; Ajudar o paciente a lidar
com fatores estressantes que interferem diretamente no tratamento; Estimular a aceitação da
doença; Aumentar o efeito protetor da família; Diminuir o trauma e o estigma associado à
doença (KNAPP & ISOLAN, 2005).

Terapia Interpessoal e de Ritmo Social: muitos pacientes apresentam menos
oscilações de humor quando mantem um estilo de vida regular (sono, alimentação, entre
outros). E essa terapia tem por objetivo regularizar e padronizar os ritmos diários do paciente,
e ao mesmo tempo resolver áreas- chaves de problemas interpessoais que afetam o seu estado
de humor e sua estabilidade de ritmos diários (KNAPP & ISOLAN, 2005).

Terapia Familiar e Conjugal: que segundo Knapp e Isolan (2005), tem por
objetivo modificar as interações familiares que interferem no tratamento; Psicoeducação para
o paciente e seus familiares sobre o THB; Desenvolver habilidades de comunicação;
Desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas.

Psicodinâmica: essa abordagem varia conforme integração com o paciente no
período entre as crises e seu grau de motivação e seu desejo de se compreender melhor na sua
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relação com o THB. Essa terapia não se dirige a sintomas específicos, ela busca apenas o
significado e a função simbólica desses sintomas (KNAPP & ISOLAN, 2005).
Um dos recursos que também vem sendo utilizado como forma de tratamento é a
grupo terapia que tem sido reconhecida de fundamental importância para a promoção da
saúde mental e recuperação, Zimerman e Osório (1997) sinalizam que a primeira experiência
com grupo é atribuída ao americano Joseph H. Pratt em 1905 com pacientes que sofriam de
tuberculose. Ele observou que os pacientes, ao compartilharem seus problemas, demonstraram
maior confiança e esperança, e isso gera melhora. A partir disso, apresentou importantes
contribuições a respeito do mecanismo de identificação no grupo, indicando que por meio do
processo de identificação e idealização, as pessoas elegem um líder que se tornará o
responsável por todos e por todas as decisões do grupo, capaz de amar a todos sem distinção.
Convém enfatizar também a contribuição de Kurt Lewin a partir de 1936 sobre o
campo grupal e a formação de papéis. Sua hipótese era que o sujeito representa no grupo os
mesmos papéis que executa na vida. Os principais papéis estudados por Lewin foram os de
bode expiatório, porta-voz, radar, instigador, sabotador, vestal, apaziguador, obstrutor,
atuador e líder (ZIMERMAN, 2000).
Outro autor importante que cita a terapia de grupo é Bion que refere que há três
suposições básicas presentes em todo grupo humano: o suposto de dependência, o suposto de
luta e fuga e o suposto de acasalamento. Para ele, às vezes, os objetivos do grupo são
interrompidos ou ocasionalmente promovidos por emoções inconscientes, pois ansiedades
psicóticas estão presentes e os supostos básicos seriam formas do grupo se defender destas
ansiedades (ZIMERMAN & OSÓRIO, 1997).
De acordo com Zimerman e Osório (1997), nos processos grupais os relatos de
experiências podem ter uma finalidade de produzir insights destinados a mudanças
caracterológicas ou podem limitar-se a benefícios terapêuticos como a remoção dos sintomas,
alívio das ansiedades e resolução de crises. Além disso, buscam promover uma melhor
adaptabilidade nas inter-relações familiares, profissionais e sociais e objetivam a manutenção
de um estado de equilíbrio psíquico no caso dos pacientes psicóticos.
É preciso conhecer muito bem os fundamentos básicos de cada escola, além da
psicanalítica e a partir daí construir seu estilo próprio e autêntico de trabalhar
psicanaliticamente, fazendo as necessárias adaptações às peculiaridades do campo grupal,
com suas leis dinâmicas específicas (ZIMERMAN & OSÓRIO, 1997).
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2.4 Metodologia
O presente artigo tem como finalidade a pesquisa básica ou fundamental, segundo
Fontelles (2009) esta tem como objetivo reunir informações e conhecimentos que induzem
resultados acadêmicos ou aplicados importantes.
A pesquisa de campo foi realizada com acadêmicos do curso de Agronomia do nível V
do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai – Faculdade Ideau. Com o
objetivo de apresentar uma devolutiva da concepção dos acadêmicos sobre doença mental e
levar ao conhecimento detes o que de fato é considerado uma doença mental, foi desenvolvido
material didático para a apresentação juntamente com um folder explicativo com enfoque no
Transtorno Bipolar.
Com a finalidade de compreender os mais diferentes parâmetros de uma determinada
realidade foi feita a utilização de técnicas observacionais, que deram base aos resultados desta
pesquisa. Ao que condiz com o tempo utilizado para a realização da coleta de dados da
pesquisa denomina-se como pesquisa transversal, executada em um curto período de tempo
(FONTELLES, 2009).
Quanto à abordagem utilizada o estudo foi administrado de forma qualitativa. Este
método de pesquisa é participativa com fonte de dados inteiramente no ambiente natural,
porem menos controláveis. Os dados são analisados interpretados e comparados, dando maior
ênfase
na
qualidade
do
material
coletado,
sem
considerar
aspectos
numéricos
(BOAVENTURA, 2004).
3 RESULTADOS E ANÁLISE
Através da realização da presente pesquisa pode-se verificar quanto a sociedade ainda
hoje possui um pensamento voltado a prejulgamento quando o assunto doença mental. Por
meio da análise das respostas obtidas, pode-se constatar quanto os acadêmicos em questão
possuem um conhecimento limitado com relação a este assunto, bem como, um entendimento
baseado principalmente no senso comum.
Visando ampliar os conhecimentos destes alunos, desmistificando o assunto e
possibilitando de forma significativa a compreensão deste tema, foi proposta uma devolução a
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turma, na qual foram abordados os pontos mais relevantes voltados a saúde mental, dando
ênfase no Transtorno Bipolar e abrindo espaço para que os mesmos pudessem falar acerca de
suas dúvidas e anseios.
Pode-se observar nesta fase o quanto a visão da sociedade em relação a doença mental
ainda é associada a “loucura” assim como nos primórdios. Porém, os acadêmicos se
mostraram bastante interessados e dispostos a compreender o real sentido do termo doença
mental, trazendo para a apresentação questionamentos e exemplos práticos de suas vidas em
família, com amigos e conhecidos, melhorando a comunicação entre ambas as partes
envolvidas.
Mesmo a sociedade tendo tão poucas informações sobre as doenças mentais, elas estão
aí, e aumentando cada dia mais suas “vítimas”. De acordo com o Ministério da Saúde (2004)
a prevalência anual dos transtornos mentais gira em torno de 20% da população, sendo 3%
transtornos mentais severos e persistentes; 6% transtornos psiquiátricos graves decorrentes do
uso de álcool e outras drogas; 12% necessitam de algum atendimento em saúde mental, seja
ele contínuo ou eventual e 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado/gasto com a Saúde
Mental.
Quando questionados acerca do Transtorno Bipolar, souberam responder questões
básicas relacionadas à como esse transtorno afeta a vida do portador e de sua família. Com o
decorrer das explicações, se mostraram entender o tema de forma clara conseguindo interagir
uns com os outros, trazendo para a sala de aula perguntas até então ocultas pelo saber do
senso comum. Mais uma vez fica explícito quanto a sociedade atual sofre psicologicamente,
porém, está tão desatualizada que acaba não conseguindo distinguir o normal, o saudável do
patológico.
Segundo a ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de
Transtornos Afetivos), a doença ainda causa muitas dúvidas nas pessoas, pois tem dois
momentos bem distintos de comportamentos. Caracteriza-se pela alternância de humor, indo
desde episódios de euforia, até episódios de depressão, com períodos intercalados de
normalidade. Apesar de o Transtorno Bipolar nem sempre ser facilmente identificado, existem
evidências de que fatores genéticos possam influenciar o aparecimento da doença (ABRATA,
2012).
Pode-se dizer que está é a doença do século. Segundo a ABP (Associação Brasileira de
Psiquiatria), essa doença afeta cerca de 27 milhões de pessoas em todo mundo. Analisando
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apenas de maneira nacional o dado é ainda mais alarmante. Cerca de 4% da população do
Brasil tem ou desenvolverá em alguma etapa da vida o Transtorno Bipolar (ABP, 2013).
Os resultados obtidos possibilitaram aos acadêmicos de Agronomia fazer uma reflexão
acerca de suas concepções, reformulando suas opiniões sobre doença mental e também sobre
o Transtorno Bipolar, agregando conhecimentos e enriquecendo seu saber. Deve-se frisar que
a sociedade necessita urgentemente de políticas públicas que levem informação a população,
esclarecendo dúvidas não deixando margem para que essa e outras patologias passem
despercebidas, mas sim diagnosticadas e tratadas da melhor forma possível.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No objetivo de levar uma devolução dos resultados obtidos no artigo desenvolvido
com alunos do curso de Agronomia do quinto semestre da Faculdade Ideau de Getulio
Vargas, foi apresentado ao grande grupo os demonstrativos com base no questionário
respondido por eles no semestre anterior sobre concepção mental.
Foi uma oportunidade muito importante, um momento diferenciado onde houve troca
de informações, através de um modo interativo com todos os alunos desta turma. Neste
trabalho prático, conseguiu-se explorar de uma maneira ampla o assunto e esclarecer diversas
dúvidas dos entrevistados, contemplando a diferença do que é conhecimento cientifico e o que
é senso comum, movendo-os à reflexão sobre casos de pre-conceito que existentem com
relação ao assunto.
É um tema que costuma chamar bastante a atenção, e com estes alunos não foi
diferente. Além da curiosidade diante das informações recebidas, o grupo de alunos do curso
de agronomia, tentou fazer ligações com situações vivenciadas usando como exemplo os
familiares, amigos e conhecidos, aumentando assim a interação e instigando ainda mais o
interesse pelas psicopatologias em geral e buscando maiores explicações sobre o transtorno de
humor bipolar, o qual foi dado ênfaze durante a apresentação dos resultados. Houve
envolvimento e colaboração da turma, mostrando-se curiosos a par do tema, o que facilitou a
abordagem e a troca de informações.
Esse estudo nos proporcionou visualizar a necessidade que as pessoas tem de
verbalizar sobre o tema e o quão difícil isso se mostra, sendo que o senso comum era até então
predominante entre os acadêmicos da agronomia, após a apresentação pode-se dizer que com
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o conhecimento científico apresentado aos mesmos, aumentou a compreensão bem como a
possibilidade de identificar prováveis comportamentos relacionados a alguma doença mental
no seu cotidiano. Outro fator que contribuiu para o êxito deste trabalho foi à apreensão dos
acadêmicos sobre o assunto levantado, sendo que nossas politicas públicas deixam a desejar
no que se trata de informações a par do assunto em questão.
Sendo assim, o propósito deste artigo foi alançado com sucesso, ao levarmos
conhecimento, ao provocar a ânsia de entender uma pessoa que sofre de alguma doença
mental, e principalmente em instigar pessoas de áreas diferentes ao da psicologia em procurar
por orientação de um profissional quando houver situações que exijam um olhar mais
cuidadoso e cauteleso em relação ao psiquico.
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