propriedade antioxidante in vitro de extratos orgânicos da raiz

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6º Seminário de Iniciação Científica
Goiânia, de 29 de agosto a 01 de setembro de 2012
PROPRIEDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO DE EXTRATOS
ORGÂNICOS DA RAIZ DA PLANTA SPIRANTHERA
ODORATISSIMA
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio (PIBIC-EM / CNPq)
Resumo: A espécie Spiranthera odoratissima, popularmente conhecida como
manacá é uma espécie típica do Cerrado brasileiro. Suas propriedades antioxidantes
são popularmente conhecidas e o chá de suas raízes e outras partes é amplamente
consumido. O objetivo desse trabalho foi quantificar o potencial antioxidante da raiz
do manacá, possibilitando sua indicação para substituir em partes e/ou na totalidade
os antioxidantes sintéticos amplamente aplicados na conservação de alimentos,
determinar o teor proantocianidinas e antioxidantes totais. A determinação do teor de
proantocianidina foi realizada pelo método da vanilina e expressa em equivalente em
ácido tânico e a determinação de antioxidantes totais determinado em equivalente
em ácido ascórbico. Os resultados para proantocianidinas mostram a presença
desses compostos na concentração de 7,28 mg/mL de extrato, equivalente em ácido
tânico, de acordo com a metodologia utilizada e indica a importância de pesquisas
nesta área em relação à planta. Os resultados para antioxidantes totais mostram a
presença na concentração de 0,46 mg/mL de extrato, equivalente em ácido
ascórbico, indicando que a espécie estudada possui esta propriedade e deve ser
melhor analisada em futuros projetos de pesquisa. O trabalho realizado mostrou o
potencial da planta, manacá, como antioxidante. As espécies do Cerrado brasileiro
são um amplo campo para a pesquisa dos produtos naturais e devem ser cada vez
mais incentivadas.
Palavras-chave: Antioxidante. Radicais livres. Spiranthera odoratissima, Manacá
Introdução
As células do nosso organismo têm a necessidade constante de receber
oxigênio para converter nutrientes absorvidos dos alimentos em energia. Neste
processo são liberadas moléculas altamente reativas que são os radicais livres. Os
fatores exógenos são os principais contribuintes para a formação em excesso de
radicais livres, como resultado provoca um desequilíbrio no organismo que é o
estresse oxidativo. (BIANCHI, 1999)
Nos últimos anos pesquisas mostram que cada vez mais a população vem
produzindo em excesso radicais livres, a má alimentação, a poluição e consumo
excessivo de álcool e cigarro são os fatores predominantes para o diagnostico deste
quadro. (SOUZA, 2007) Na tentativa de encontrar fontes exógenas de antioxidantes,
cientistas de varias partes do mundo voltaram os olhos para a pesquisa de
antioxidantes em plantas e alimentos. Algumas destas pesquisas revelaram uma
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substância chamada proantocianidinas esta substância são bioflavonoides ativos.
(MONTEIRO, et al., 2005)
Em busca de antioxidantes exógenos esta pesquisa analisou a raiz da
espécie Spiranthera odoratissima. A planta foi coletada no jardim botânico de
Brasília-DF, identificada e classificada pela equipe de técnicos do local. Esta espécie
é conhecida popularmente como manacá nos estados de Mato grosso e Goiás, é
uma planta medicinal cujas raízes são freqüentemente comercializadas em feiras
livres de todo o estado de Goiás para tratar principalmente o reumatismo. Outras
atribuições etnofarmacológicas atribuídas a esta espécie é ação contra dores de
estômago, dores de cabeça, dores musculares, disfunções hepáticas e para
estimular o apetite. (GALDINO, et al., 2007)
Essa interceptação dos radicais livres é importante para os processos do
metabolismo e torna interessante o estudo dos antioxidantes naturais, como os
encontrados em plantas típicas da região do Cerrado brasileiro.
Objetivos
Identificar e quantificar o potencial antioxidante da raiz da planta Spiranthera
odoratissima (manacá), típica da região do Cerrado, possibilitando sua indicação
para substituir em partes e/ou na totalidade os antioxidantes sintéticos amplamente
aplicados na conservação de alimentos. Determinar o teor proantocianidinas e
antioxidantes totais.
Metodologia
1- Coleta e preparo da planta
Foram coletados pedaços da raiz da planta, Spiranthera odoratissima
(manacá), no Jardim Botânico de Brasília/DF. O material foi seco e armazenado à
temperatura ambiente, a raiz foi cortada em pequenos pedaços.
2- Preparação do extrato em água
Em um béquer foi colocado 10 gramas do material seco juntamente com 100
mL de água aquecida a 90°C, por um período de três minutos. Após o aquecimento
a solução foi filtrada, restando apenas o extrato do material que foi armazenado em
um frasco âmbar sob refrigeração a 5 °C. (MORAIS, 2009)
3- Determinação de proantocianidinas
Para a determinação das proantocianidinas foi utilizado o método da vanilina.
Em um balão volumétrico de 10,0 mL foram adicionados 0,4 mL do extrato e o balão
completado com água destilada. Desta solução foi retirada uma alíquota de 1,0 mL e
transferida para um tubo de ensaio. Neste mesmo tubo de ensaio adicionaram-se
2,0 mL de uma solução recém preparada de vanilina (Aldrich Co.) em ácido sulfúrico
70%, na concentração de aproximadamente 10,0 mg mL . A mistura foi mantida em
um banho de água a uma temperatura de 50 ºC por 15 min. A amostra foi resfriada e
a absorbância registrada a 500 nm. Da mesma forma, foi feita uma curva de
calibração com ácido tânico. As leituras foram registradas contra um branco. O teor
de proantocianidinas foi expresso em mg equivalentes de ácido tânico por mL de
solução do extrato. (MORAIS, 2009)
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4- Determinação da atividade antioxidante total
A atividade antioxidante total do extrato foi determinada de acordo com o
método de Prieto et al (PRIETO P, 1999). Resumidamente, 0,3 mL de solução do
extrato (5 % v/v) foi misturado com 3,0 mL de solução reagente (0,6 M de ácido
sulfúrico, 28 mM fosfato de sódio e 4 mM de molibdato de amônio). A mistura de
reação foi incubada a 95 °C por 90 min em banho-maria. Absorbância de todas as
amostras da mistura foi medida em 695 nm. A atividade antioxidante total foi
expressa como o número de equivalência de ácido ascórbico. Uma curva de
calibração do ácido ascórbico foi preparada e a atividade antioxidante total
padronizada contra o ácido ascórbico e expressa em mg equivalentes de ácido
ascórbico por mL de solução do extrato.
Resultados e discussão
1) Teor de proantocianidinas
Pelas análises realizadas obtemos resultados que indicam à presença de
proantocianidina no extrato. Esses resultados podem ser observados na tabela 1.
Tabela 1 – Teor de proantocianidina no extrato do manacá, equivalente em ácido tânico.
Concentração
(mg/mL)
Amostra 1
Amostra 2
Amostra 3
6,96
7,44
7,28 ± 0,27
7,44
Média ± SD
Largamente encontrados no reino vegetal, os taninos condensados ou
proantocianidinas são polímeros de flavan-3-ol e/ou flavan- 3,4-diol, produtos do
metabolismo do fenilpropanol. As proantocianidinas, assim denominadas
provavelmente pelo fato de apresentarem pigmentos avermelhados da classe das
antocianidinas, apresentam uma rica diversidade estrutural. Apesar de várias
pesquisas realizadas sob diferentes abordagens com teores de taninos, a
associação dessas informações com o aproveitamento de plantas medicinais é
escassa. Os resultados mostram a presença desses compostos, de acordo com a
metodologia utilizada e indica a importância de pesquisas nesta área em relação à
planta.
2) Atividade Antioxidante Total
Com as análises realizadas para determinar a capacidade antioxidante total
da planta pôde-se comprovar a presença desses antioxidantes, (Tabela 2).
Tabela 2 – Teor de antioxidantes totais no extrato de manacá, equivalente em ácido ascórbico.
Concentração
(mg/mL)
Amostra 1
Amostra 2
Amostra 3
0,448
0,469
0,469
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Média ± SD
0,46 ± 0,01
Os antioxidantes são muito importantes para o organismo, e as pesquisas tem
buscado fontes naturais dessas substâncias que possam substituir os produtos
sintéticos, largamente usados pelas indústrias. Os resultados mostram a presença
de antioxidante total, equivalente em ácido ascórbico, indicando que a espécie
estudada possui esta propriedade e deve ser melhor analisada em futuros projetos
de pesquisa.
Conclusões
O trabalho realizado mostrou o potencial da planta Spiranthera odoratissima
(manacá) como antioxidante devido à comprovação da presença de substâncias
equivalentes em ácido tânico e ácido ascórbico. As espécies do Cerrado brasileiro
são um amplo campo para a pesquisa dos produtos naturais e devem ser cada vez
mais incentivadas. Para uma caracterização mais completa da planta é necessária à
utilização de metodologias variadas, permitindo uma maior comparação e também a
pesquisa com outras partes (caule, folhas e frutos), avaliando o seu completo
potencial.
Agradecimentos
Ao Prof. Douglas Queiroz Santos, que deu início a este projeto, ao CNPq, ao
Instituto Federal de Goiás e ao Jardim Botânico de Brasília.
Referências
BIANCHI, M. D. L. P. e L. N. M. G. Antunes. Radicais livres e os principais
antioxidantes da dieta. Revista de Nutrição, v.12, p.123-130. 1999.
GALDINO, P. M; HONÓRIO, T. C. D.; PAULA, Marcio André de; MATOS, Lécia
Garcia de; PAULA, José Realino de; COSTA, Elson Alves.Especis vegetais do
cerrado,avaliadas no laboratório de farmacologia de produtos naturais-ICBUFG,quanto ao potencial neurofarmacológico de seus extratos. Revista eletrônica
de farmácia. Vol. IV (2), p.99-102, 2007.
MORAIS, S. A. L.; AQUINO, F. J. T.; NASCIMENTO, P. M. N.; Nascimento, E. A N.;
Chang, R. Compostos bioativos e atividade antioxidante do café conilon submetido a
diferentes graus de torra. Quim. Nova, v. 32, n. 2, p.327-331, 2009.
MONTEIRO, J. M.; ALBUQUERQUE, U. P.; ARAÚJO, E. L.; Taninos: Uma
Abordagem Da Química à Ecologia. Quim. Nova, v.28, p.892-896. 2005.
PRIETO, P. P. M.; AGUILAR, M. Spectrophometric quantification of antioxidant
capacity through the formation of phosphomolybdenum complex: specific application
to the determination of vitamin E. Anal Biochem, v.269, p.337-341. 1999.
SOUSA, C. M. D. M.; SILVA, H. R. E. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco
plantas medicinais. Quim. Nova, v.30, p.351-355. 2007.
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