MENINGIOMA SELAR TRATADO POR

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MENINGIOMA SELAR TRATADO POR RADIOCIRURGIA
Ana Karoline Batista Burlamaqui NOVAFAPI-PI
Anna Luyza N. Gonçalves Aguiar NOVAFAPI-PI
Carlos Roberto Monti INSTITUTO RADIUM-SP
José Nazareno Pearce de Oliveira Brito NOVAFAPI-PI
Lara Chaib Rodrigues NOVAFAPI-PI
INTRODUÇÃO – A sela túrcica é uma concavidade óssea localizada na base do crânio
que abriga a glândula hipófise. Diversas patologias tumorais podem acometer essa região e
as suas estruturas adjacentes. Os meningiomas são os tumores cerebrais mesodermais,
ocorrendo numa incidência de 13% a 19% de todos os tumores cerebrais1. Cerca de 40%
dos meningiomas ocorrem na base do crânio, na região selar, e 10% nas regiões
parasselares, incluindo a região da asa do esfenóide, bulbo olfatório, tubérculo e diafragma
selares. Na região selar, esses tumores provocam graus variados de oftalmoplegia, diplopia,
queda palpebral e dor em nível da região maxilar superior, periocular e frontal (território do
primeiro ramo do V nervo). Os meningiomas parasselares podem crescer da aracnóide na
região do tubérculo selar, processo clinóide anterior, diafragma selar, plano esfenoidal, ou
da dura do seio cavernoso, e podem determinar, por efeito compressivo, disfunção no eixo
hipotálamo-hipofisário.2 O tratamento adequado para os pacientes com meningiomas
intracranianos continua sendo um desafio, principalmente o de sua variante maligna, a qual
tem incidência de 10% a 15%.3 As opções de tratamento incluem cirurgia e radioterapia
externa holocraniana. A radiocirurgia esteriotáxica (RCE) também pode ser uma alternativa
para pacientes portadores de meningiomas da região selar. É um método desenvolvido por
Lars Leksell, neurocirurgião sueco, em 1951, e se define como "uma técnica de irradiação
em dose única de estruturas de volume pequeno ou moderado, utilizando-se múltiplas
fontes convergentes de radiação ionizante, realizada em condições estereotáxicas”. 4 A
RCE difere radicalmente da cirurgia.A RCE difere radicalmente da cirurgia, já que é
geralmente um tratamento efetuado em ambulatório, não invasivo, sem necessidade de
anestesia geral e com rara morbidade aguda. No entanto, ao contrário da cirurgia, os seus
efeitos não são imediatos, o mesmo se passando quanto ás complicações que se poderá vir a
manifestar somente após meses ou anos. 5 OBJETIVO – Demonstrar a eficiência do
tratamento por radiocirurgia de um meningioma da região selar. MÉTODO – Utilizou-se
radiocirurgia estereotáxica em paciente de 41 anos portador de lesão selar, submetido
previamente a cirurgia transesfenoidal, sem sucesso, com diagnóstico pós-operatório de
meningioma. O tratamento foi realizado em 16/12/2000, no Instituto do Radium CampinasSP, com acelerador linear de partículas digital, com energia de 6 MeV. O sistema
estereotáxico de planejamento foi o Radionics, Xknife 4.0 e colimadores circulares. A
fixação do crânio foi o sistema BRW (Brown-Roberts-Wills) e aquisição de imagens
radiológicas para planejamento através de fiduciais. Utilizou-se fusão de imagens de
tomografia computadorizada com ressonância magnética no sistema de planejamento. A
dose de radiação empregada foi de 1.000 cGy na periferia da lesão, prescrita na isodose de
100%. RESULTADO – Pós-operatório mostrou remissão das crises de cefaléia e da ptose
pré-existente. Os exames de imagem através de Ressonância Nuclear Magnética
normalizaram-se após dois anos de controle. No seguimento atual o paciente encontra-se
livre de sintomas, com exames de imagens normais. CONCLUSÃO – O emprego da
radiocirurgia representa um método simples e eficiente no tratamento dos meningiomas da
região selar.
PALAVRA-CHAVE: sela túrcica; meningioma; radiocirurgia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Cecilio, Soraya; Romero, Paulo Cesar; Dumont, Paulo; Oliveira, Lanamar; Silva,
Hamilton Ayres da; Mello, Ana Lucia; Fontoura, Emilio; Settanni, Flavio. Meningeoma
justa-selar. Radiol. bras;24(4):241-7, out.-dez 2001. ilus, tab.
2. Santos Alair Augusto S.M.D. dos, Moreira Denise Madeira, Andreiuolo Pedro Ângelo,
Oliveira Fernando Barros de, Teixeira Ricardo Tostes D., Fontes Cristina Asvolinsque P. et
al . Meningiomas parasselares: aspectos na ressonância magnética. Radiol Bras. [periódico
na Internet]. 2001 Fev [citado 2006 Out 18]; 34(1): 13-16. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010039842001000100005&lng=pt&nrm=iso. doi: 10.1590/S0100-39842001000100005.
3. Neuropuc.Disponível em: http://neuropucpr.com.br/index.php?system= news&
news_id=586&action=read
4. Pitágoras Baskara Justino, Rosângela Correia Villar, Heloísa Andrade Carvalho,
Wladimir Nadalin, Eduardo Weltman.
Radiocirurgia e radioterapia estereotáxica:
princípios e aplicações. Arq Bras Neurocir 23(4): 163-170, 2004. Disponível em:
http://www.sbn.com.br/download/arqbrneuro/arqbrneuro23_4.pdf
5. Francisco Mascarenhas et al. A radiocirurgia esteriotáxica em tumores benignos e
malignos do sistema nervoso central: relato de caso. Serviços de Radioterapia, Radiologia e
Neurocirurgia. Hospital de Santa Maria, Lisboa. Acta Med Port 2005; 18: 45-60.
Disponível em:http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2005-18/1/045-060.pdf.
Ana Karoline Batista Burlamaqui- [email protected]
Anna Luyza N. Gonçalves Aguiar- [email protected]
Lara Chaib Rodrigues NOVAFAPI-PI- [email protected]
Carlos Roberto Monti
José Nazareno Pearce de Oliveira Brito - Orientador
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