mauro benevides

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DISCURSO PROFERIDO PELO DEP. MAURO BENEVIDES
NA SESSÃO DE 15 DE JUNHO DE 2.004
SENHOR PRESIDENTE
SENHORAS E SENHORES DEPUTADOS:
A retomada do crescimento econômico há sido tema de
constantes debates neste plenário, conjugando opiniões de oposicionistas e
situacionistas , num empenho generalizado, com vistas a garantir um maior
impulsionamento em nossas atividades produtivas, o que ensejará o
surgimento de novos postos de trabalho, destinados a absorver a mão de obra
trabalhadora, dentro do projeto do Presidente Luis Inácio Lula da Silva,
anunciado ainda ao tempo de sua vitoriosa campanha eleitoral de 2.002.
Mesmo que a audaciosa meta dos dez milhões de empregos
não se concretize, na exatidão do que pretendera o Primeiro Mandatário, tornase indispensável que o percentual dos marginalizados no aproveitamento
formal seja reduzido, o que melhorará, substancialmente, a imagem de
prestígio do atual Primeiro Mandatário do País.
Como os resultados constatados no quadrimestre deste ano
apontam para um PIB positivo, com a balança comercial apresentando
números alvissareiros, é imprescindível que se intensifiquem os esforços para
que não se frustre a expectativa daqueles que continuam confiantes na gestão
da área econômica, entregues ao Ministro da Fazenda, Antônio Palocci,
detentor da integral apoio de importantes segmentos de nossas lideranças
empresariais.
Sobre os rumos a serem seguidos pelo Brasil, a partir de
agora, o jornal O GLOBO, em sua edição de domingo, faz inserir oportuno
Editorial, sob o título Riscos à Frente, cuja transcrição em nossos Anais
requeiro, com base no Regimento Interno da Casa.
Eis o teor de referenciado editorial do importante jornal, de
circulação em todo o País:
Riscos à frente
Depois da divulgação do PIB do primeiro trimestre, com a
confirmação de que a economia começara a decolar no final do ano passado,
as estatísticas positivas se sucedem. Em abril, a indústria, embora tenha
reduzido o ritmo em relação a março, apresentou um aumento de produção de
6,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior; e nos últimos doze
meses encerrados em abril, um setor-chave como o de bens de capital
(máquinas e equipamentos) avançou 10,5%. Mesmo segmentos mais
dependentes do mercado interno, cujo motor é a renda da população, já
emitem algum sinal de vida.
Assim, o atual ciclo de crescimento, puxado inicialmente pela
locomotiva vigorosa das exportações, começa a se propagar em ondas pelo
sistema produtivo. É questão de tempo para que toda a economia dê passos
para a frente — embora uma postura menos conservadora do Comitê de
Política Monetária (Copom) diante dos juros possa acelerar esse processo.
A boa safra de índices inspirou uma animada reunião do
Ministério de Luiz Inácio Lula da Silva. Com razão. Ministros chegaram a
garantir à imprensa que o crescimento sustentado enfim chegara. Um exagero.
Como tudo em economia, há o verso da moeda e os perigos.
No caso da atual retomada de crescimento, existem barreiras importantes à
frente, capazes de reduzir o alcance do vôo da economia. Alguns desses riscos
estão no Congresso, onde há uma importante pauta de projetos capazes de
incentivar a imprescindível retomada dos investimentos.
Sem isso, a economia esbarrará, em algum momento, na falta
de capacidade produtiva e no agravamento dos problemas de infra-estrutura. O
resultado será inflação e um necessário freio na expansão. Será como um vôo
de galinha.
Os parlamentares precisam entender a importância da Parceria
Público-Privada, da Lei de Falências, das mudanças nas agências reguladoras,
das
reformas
tributária
e
da
Previdência,
por
exemplo.
Não teriam de fazer muito. Bastaria dedicar a essa agenda parte do esforço
que devotam à tentativa de salvar o salário pago pelo contribuinte a 3.500
vereadores.
MAURO BENEVIDES
Deputado Federal
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