em farmacovigilância

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CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ
(CEFACE)
INFORME Nº 21
DEZEMBRO - 2004
EM FARMACOVIGILÂNCIA
DICLOFENACO: CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO
O diclofenaco, antiinflamatório não esteroidal
(AINE) derivado do acido fenilacético2, é um dos
fármacos mais consumidos no Brasil, segundo o
International Market Service (IMS)1.
Como todo AINE, o mecanismo de ação do
diclofenaco dá-se pela inibição da biosíntese de
prostaglandinas.Alem de inibir não seletivamente a
enzima ciclooxigenase (COX), o diclofenaco
diminui a concentração de araquidonato livre nos
leucócitos por a alterar a liberação ou captação
desse lipídio.3
Adverte-se para as reações adversas que
podem surgir do uso impróprio desta droga
disseminado na população, que por julgar o
fármaco inócuo, utiliza-o como paliativo para os
mais diversos males (às vezes até de forma
crônica).
O diclofenaco exerce efeitos adversos em
cerca de 20% dos pacientes e aproximadamente 2%
interrompem a terapia por esse motivo.3,4 Os
efeitos gastrintestinais são os mais comuns.3 . Pode
ocorrer aumento dos níveis de aminotransferases
mais comumente com essa droga do que com
outros AINE,4 em geral esses aumentos são
reversíveis.
Contudo
as
atividades
das
aminotransferases devem ser determinadas durante
as oito primeiras semanas de terapia devendo o
diclofenaco ser interrompido se os valores
anormais persistirem ou se surgirem outros
sintomas ou sinais.3
Conquanto a hepatotoxicidade associada ao
diclofenaco dá-se
mais pela via de reação
idiossincrásica que pela toxicidade intrínseca do
fármaco, há um maior risco de desenvolvimento de
injúrias hepáticas em pacientes femininos que fazem
uso do diclofenaco para osteoartrite bem como em
pacientes que o utilizam a mais de seis meses.2
diclofenaco (e os demais AINEs) deprime os
efeitos antihipertensivos dos inibidores da enzima
conversora de angiotensinogênio (IECA).6
È comum a ocorrência de necrose tecidual
(Síndrome de Nicolau) quando da admnistração
intramuscular
de
diclofenaco,
outras
conseqüências dessa via de admnistração são os
assintomáticos altos níveis de atividade de CPK
(creatinina fosfoquinase) ou dano ao músculo,
nervo, ou vasos sanguíneos.7
As reações adversas mais comuns são:
Dermatológicas: rash
Gastrointestinal: indigestão, náusea, azia, dores
abdominais.5
As reações adversas raras são :
Cardiovascular: angina pectoris, arritmias.
Sistema nervoso central: tontura, nervosismo
Dermatológicas: formigamento
Gastrointestinal:ulceração
gastrointestinal,
vômitos.
Gênito-urinário :sangramento vaginal
Ótico: zumbido5
Outras respostas adversas incluem exantemas
cutâneos, reações alérgicas, retenção hídrica,
edema e, raramente, comprometimento da função
renal.3
O diclofenaco não é recomendado para
crianças, mulheres em lactação ou gestantes.3
Diante das considerações expostas sobre o
diclofenaco, notifique ao CEFACE através da
Ficha Amarela de Notificação ou pelos telefones
(0xx85) 3288 8276 (FAX) OU (OXX85) 3288
8242. Se você ainda não tem Ficha de
Notificação, solicite-nos!
E-mail: [email protected] ou pela ANVISA
www.anvisa.gov.br .
Além do conhecido efeito danoso que a forma
sódica do diclofenaco exerce sobre pacientes
hipertensos, atualmente suspeita-se que o
Bibliografia:1.International Market Service2001-02...2. MARTINDALE – The Extra Pharmacopoeia- 33ª edição. London: Royal Pharmaceutical Society,
3.Goodman & Gilman, As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 10ª edição-Rio de Janeiro,editora McGraw Hill,2003; 4. KATZUNG, B.G.;
Farmacologia básica e clínica . 8ª edição. Guanabara Koogan-Rio de Janeiro.2001 5- Drug Information Handbook 2000-2001; 6.IZHAR,MUNAVAR et al. Effects
of COX inhibtion on blood pressure kidney function in ACE inhibition: treated blacks and hispanics. Hypertension, v.43,P.573-577,2004..7- Meyler´s Side Effects of
Drugs. Vol-1.Elsevier Science 2000.
Responsável: Antonio Vinicios A. Silva (acadêmico de farmácia) e Eudiana Vale Francelino (mestranda em ciências farmacêuticas e farmacêutica do CEFACE).
ATENCIOSAMENTE,
CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ
Droga envolvida
Anticoagulantes
Efeito da interação
Inibição plaquetária;lesões
Gastrointestinais e risco de
sangramento
Metotrexato
de Risco de toxicidade;inibição
sódio
da excreção renal
de metotrexato; depleção de
folato.
digoxina
A diminuição da função renal
leva a redução do clearence
Aminoglicosídeos A diminuição a função renal,
aumenta a concentração de
Aminoglicosídeo e risco de
nefrotoxicidade.
litio
Redução da função renal
aumenta o risco de toxicidade
pelo
litio
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