TERMOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DE PROCESSO

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42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
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TERMOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DE PROCESSO INFLAMATÓRIO
FRANCISCO ALIPIO DE SOUSA SEGUNDO1, ADÍLIO SANTOS DE
AZEVEDO1
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba,
campus Sousa
Resumo: A capacidade de mapeamento térmico da termografia faz com
que a técnica possa detectar processos inflamatórios, já que o calor é
um dos principais sinais de inflamação. O objetivo do estudo foi observar
a utilização da termografia como ferramenta complementar a avaliação
de processo inflamatório. Treze coelhos da raça Nova Zelândia pesando
em média 1,693 kg, foram submetidos a procedimento cirúrgico para
realização defeito ósseo na tróclea de ambos os membros. As imagens
termográficas foram obtidas antes do procedimento (T0), após o
procedimento (T1) e 7 dias após o procedimento (T2). Os valores
obtidos diferiram estatisticamente (p<0,01) com 35.4; 29.8 e 39.3 ºC
para T0, T1 e T2 respectivamente. As alterações da dinâmica
circulatória causadas pelo processo inflamatório foram expressas
através dos valores de temperatura obtidos pela termografia. A
termografia obteve êxito em complementar o diagnóstico de processos
inflamatórios.
Palavras-chaves: Diagnóstico, Inflamação, Temperatura
THERMOGRAPHY IN THE EVALUATION OF INFLAMMATORY
PROCESS
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Abstract: The thermal mapping capability of the thermal imaging makes
the technique can detect inflammatory processes, since the heat is one
of the main signs of inflammation. The aim of the study was to observe
the use of thermography as a complementary tool to evaluate
inflammation. Thirteen New Zealand rabbits weighing on average 1.693
kg, underwent a surgical procedure to perform bone defect on the
trochlea of both members. The thermographic images were obtained
before the procedure (T0), after the procedure (T1) and 7 days after the
procedure (T2). The values obtained were statistically different (p<0.01)
with 35.4; 29.8 and 39.3 °C to T0, T1 and T2 respectively. Changes in
the circulatory dynamics caused by the inflammatory process were
expressed through the temperature values obtained by thermography.
Thermal imaging was successful in complementing the diagnosis of
inflammatory processes.
Key-words: Diagnosis, inflammation, temperature
Introdução
A termografia é uma técnica não invasiva para mapeamento
térmico de corpos, através da captura da emissão de sua radiação
infravermelha. Isso faz com que a técnica possa detectar processos
inflamatórios, já que o calor é um dos principais sinais de inflamação
(Roberto & Souza 2014).
A fase inicial de qualquer processo inflamatório ocorre através da
liberação de sinalizadores celulares como prostaglandina, histamina,
serotonina e bradicinina que promovem vasodilatação e consequente
aumento de fluxo sanguíneo, levando a um aumento da temperatura no
local (Tazima et al., 2008).
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Apesar
dos
relatos
dos
benefícios
da
termografia
como
praticidade, rapidez e não ser invasivo, justificarem seu uso, na
medicina veterinária, essa técnica ainda não é amplamente utilizada,
sendo necessários estudos sobre metodologias e aplicações (Nunes et
al., 2007).
O objetivo do estudo foi observar a utilização da termografia como
ferramenta complementar a avaliação de processo inflamatório.
Material e Métodos
Foram utilizados 13 coelhos da raça Nova Zelândia pesando em
média 1,693 kg. Os animais foram submetidos a procedimento cirúrgico
para realização defeito ósseo na tróclea de ambos os membros.
As imagens termográficas foram obtidas antes do procedimento
(T0), após o procedimento (T1) e 7 dias após o procedimento (T2), no
momento de cada foto foi realizado exame clínico do ferimento cirúrgico.
Os valores de temperatura (°C) obtidos transformados em médias
e submetidos a análise de variância com o auxílio do software BioEstat
5.3.
Resultados e Discussão
Os valores obtidos diferiram estatisticamente (p<0,01) com 35.4;
29.8 e 39.3 para T0, T1 e T2 respectivamente.
As variações de temperatura entre os momentos T0, T1 e T2
observados na termografia mostram as alterações circulatórias e sua
relação com as emissões infravermelhas (Roberto & Souza 2014).
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Após o procedimento cirúrgico (T1) houve diminuição da perfusão
sanguínea devido a hemorragia causada pela própria natureza do
procedimento, a diminuição da perfusão levou a uma consequente
diminuição de temperatura.
O momento T2 foi marcado por um aumento de temperatura
superior a todos os outros momentos, isso devido ao aumento da
circulação sanguínea mediado por sinalizadores como histamina e
prostaglandina, que atuam principalmente na primeira fase do processo
inflamatório.
As alterações na temperatura observadas com o auxílio da
termografia foram acompanhadas por avaliação clínica, onde foram
observados outros sinais de inflamação, como rubor, aumento de
volume e dor (Tazima et al., 2008).
O diferencial e potencial da termografia em identificar processos
inflamatórios se baseia justamente na sua capacidade de mapear as
emissões infravermelhas das dinâmicas circulatórias, principalmente
pelo fato do calor ser o primeiro sinal inflamatório, surgindo antes
mesmo de qualquer outro sinal clínico (Gavrila 1999; Roberto & Souza
2014).
Conclusão
A termografia se mostrou eficaz em complementar o diagnóstico
de processos inflamatórios, sendo recomendado sua utilização.
Referências
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