1) Introdução ao século XVIII.

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INTRODUÇÃO AO SÉCULO XVIII
FRANÇA E INGLATERRA: Potências Rivais
CIÊNCIA: À PROCURA DAS LEIS UNIVERSAIS
A França entrou no século XVII governada por Luis XIV, o Rei Sol, um modelo de
Rei Absolutista. O Palácio Real de Versalhes, que ele mandara construir, e o luxo
de sua corte foram imitados por reis de outros países. A Monarquia Absolutista de
Origem Divina dos Reis era nessa época o regime político preponderante na
Europa.
Ao morrer, em 1715, Luis XIV deixou muitas dividas contraída com as guerras que
se envolveu e com as despesas da corte. Para tentar solucionar este problema,
seus sucessores, Luis XV e Luis XVI, aumentaram os impostos, causando grande
insatisfação popular. Mesmo assim, a França no século era, no século XVIII, uma
grande potência.
A Inglaterra, depois do Reinado absolutista de Isabel I, passou por crises políticas
ao longo de todo o século XVII. Os nobres e os burgueses que compunham o
Parlamento entraram em conflito com o Rei. O conflito transformou-se em Guerra
Civil (1642-1649), que levou o Rei Carlos I à prisão e sua condenação à morte.
Oliver Cromwell, um membro do Parlamento, assumiu o Poder e proclamou a
República, a primeira (e até hoje única) da história inglesa.
A república de Cromwell (1649-1658) foi na verdade uma ditadura pessoal.
Assumindo o titulo de “lorde protetor da Inglaterra”, Cromwell reformulou as leis,
protegeu e ampliou o comércio e o império colonial inglês. Suas medidas serviram
de base para o grande desenvolvimento econômico da Inglaterra no século
seguinte. Após a morte de Cromwell, o país voltou, mas por pouco tempo, ao
regime absolutista.
Em 1688, ocorreu uma nova rebelião dos parlamentares contra o Rei: A
Revolução Gloriosa. O Rei absolutista Jaime II foi deposto e, no seu lugar,
assumiu Guilherme III, jurando obedecer a Declaração de Direitos, que limitava o
Poder Real, assegurava ao Parlamento o Direito de aprovar ou rejeitar impostos,
garantia a liberdade de imprensa e a liberdade individual e confirmava o
anglicanismo como religião oficial do país.
Assim, no final do século XVII, o absolutismo tinha desaparecido da Inglaterra. A
burguesia inglesa (grandes proprietários rurais, comerciantes, manufatureiros,
banqueiros, etc.), legislando através do parlamento, tomou medidas que
incentivaram o crescimento econômico do país. No início do século XVIII, a
Inglaterra era uma potência econômica, além de ser a única monarquia
constitucional e parlamentar da Europa.
Por volta do século XV, com o Renascimento, um novo impulso foi dado às artes,
à literatura, à filosofia e a ciência. No entanto, muitos filósofos e cientistas não
puderam concluir ou aprofundar seus estudos, pois foram perseguidos pela Igreja
Católica, por suas idéias consideradas heréticas.
No século XVII, essas investigações foram revitalizadas graças aos novos valores
e instituições surgidas com o desenvolvimento da sociedade burguesa. Os
homens queriam compreender a natureza do ser humano e do universo e
conhecer as leis que regem a sociedade e o cosmo. Seus esforços deram origem
à ciência moderna e a filosofia do mundo atual.
Em 1637, o francês René Descartes – na obra Discurso sobre o Método –
revolucionou o pensamento ao afirmar que se deve duvidar de tudo. Ele afirmava:
“cogito ergo sun” (penso, logo existo). Descarte priorizava a razão, a experiência e
a aplicação do método matemático à reflexão filosófica. Em 1670, o holandês
Baruch de Spinosa foi ainda mais longe: repeliu a crença no sobrenatural, negou
que a Bíblia fosse de inspiração divina e rejeitou o governo que restringia a
liberdade de pensamento. Afirmou que a vida do homem é governada pelas leis
da natureza.
O inglês John Locke, em 1690, no Ensaio sobre o Entendimento Humano
defendeu a liberdade de opinião, a tolerância e a igualdade de direito entre os
sexos. Afirmou que o homem tinha alguns direitos naturais, como o direito à vida,
a liberdade e a prosperidade, os quais deveriam estar garantidos por uma
Constituição. Defendeu, também, que o poder Legislativo fosse separado do
executivo para evitar a Tirania.
Isaac Newton, físico e matemático inglês, em 1687 rejeitou ideia medieval de
universo estático e afirmou que todo o cosmo estava em continuo movimento,
obedecendo a Lei da Gravitação Universal. Com essa lei, Newton, pode explicar
as leis de Kepler: como os planetas se movimentam ao redor do sol e porque sua
trajetória é elíptica.
Inúmeras pesquisas levaram ao aperfeiçoamento dos cálculos matemáticos e dos
instrumentos de precisão. Fundaram-se academias de ciências e observatórios
astronômicos nas principais cidades européias. . A imprensa e as numerosas
livrarias favoreceram a divulgação de novas idéias. No início do século XVIII, nos
meios intelectuais da Europa, acreditava-se firmemente no poder da razão e que o
conhecimento científico podia explicar todos os fenômenos naturais.
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