Sobre a greve dos professores Desde o meu primeiro período da gr

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Sobre a greve dos professores
Desde o meu primeiro período da graduação aprendi sobre os verbos ao fazer uma redação
jornalística, diferentemente da que se realiza num concurso público com introdução,
desenvolvimento e conclusão. No Jornalismo, a tendência é ir para a pirâmide invertida
e sei o quanto o emprego dos verbos faz uma enorme diferença.
E nunca vi tantos jornalistas e jornais empregarem o verbo “invadir” com tanta facilidade
quando se trata da pauta “Greve dos Professores” tanto em Goiânia quanto em Aparecida
de Goiânia. Lembrando que greve é um direito, e é assegurado pela Lei Nº 7.783 de 28
de junho de 1989. E para quem irá redigir uma matéria neste teor deve-se atentar pelo
fato que no exercício deste direito compete aos trabalhadores exercê-lo e defender seus
interesses.
E quais são os interesses dos profissionais, os educadores, aqueles que têm como missão
de vida educar uma pátria? Para que não votemos errado, para que exerçamos de fato a
democracia. Para que saibamos muito mais do que é certo ou não tão assim? Eles querem
que a educação, que também é um direito seja promovida e incentivada assim como prega
a Constituição Federal.
Mas as matérias insistem em desfocar a ação como legítima numa verdadeira
desorganização. Quando não focam no fator “aumento de salário”. Recentemente os
trabalhadores da Saúde na capital do Cerrado em greve reivindicavam por melhores
condições de trabalho, exemplo, falta de seringas. Como um profissional que também têm
o direito ao seu salário e pago dignamente consegue trabalhar sem os seus instrumentos
essenciais? Imaginem o jornalista sem pauta, microfone, bloquinho, caneta, câmera,
gravador?
Seria um verdadeiro desastre. E olha que nem citei sobre as novas tecnologias. Por isso,
ao receber uma pauta, é necessário que antes de ser um profissional da imprensa
(independente de qualquer situação) que o jornalista exerça seu papel com ética,
responsabilidade e principalmente seja cidadão se colocando no lugar dos profissionais
em greve, ao invés de dizerem que eles atrapalham o trânsito, causam desordem ou
qualquer outra coisa.
Eles sim estão lutando por uma educação de qualidade. E nós, o que estamos defendendo?
Caroline Santana é especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing pela
Universidade Federal de Goiás (UFG), assessora de imprensa do Sindicato dos
Engenheiros no Estado de Goiás (SENGE-GO) e escreve para o site Sete Olhares.
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