XXI Curso de Inverno de Atualização em Dependências Química PSICOTERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA DEPENDÊNCIA QUÍMICA Greici Elias Laitano [email protected] Julho - 2009 A TERAPIA COGNITIVA 1. Nos transtornos psicológicos existem pensamentos e crenças disfuncionais. 2. Um indivíduo sente e age de acordo com o modo pelo qual ele interpreta suas experiências. 3.Modificar os pensamentos automáticos disfuncionais produz melhora de sintomas. A melhora é mais durável quando são modificadas crenças centrais. 4. A terapia cognitiva utiliza um modelo cognitivo do transtorno, uma compreensão cognitiva do paciente e uma variedade de técnicas cognitivas e comportamentais. MODELO COGNITIVO CRENÇAS CENTRAIS SITUAÇÃO PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS REAÇÕES EMOCIONAIS COMPORTAMENTAIS FISIOLÓGICAS MODELO COGNITIVO DE TRANSTORNO PSICOLÓGICO SITUAÇÃO ESTÍMULO CRENÇAS CENTRAIS •INTERNO DISFUNCIONAIS •EXTERNO REAÇÕES EMOCIONAIS, COMPORTAMENTAIS E FISIOLÓGICAS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS DISFUNCIONAIS MODELO COGNITIVO DAS ADIÇÕES • 1993 Beck apresenta o modelo cognitivo para uso de substâncias; • Este teve o nome de Modelo Cognitivo de Recaíada; • O Modelo teve influência de trabalhos anteriores de Marlatt e Gordon(1985), com conceitos de lapso e situação de risco; • Também Miller e Rollnick, em 1992, com a Entrevista Motivacional enriqueceram o modelo de Beck. • O Modelo Cognitivo vem sendo aplicado em psicoterapia individual, grupos, família e Unidades de Internação com objetivo de ter um ambiente cognitivamente orientado. OBJETIVO GERAL Com a utilização de técnicas cognitivocomportamentais no programa terapêutico da Unidade de Dependências Químicas do Hospital Mãe de Deus de P.Alegre , desenvolver um ambiente cognitivamente orientado para o tratamento da dependência química dos pacientes ali internados, sem interferir na orientação psicoterápica e medicamentosa dedicada a cada paciente por seus terapeutas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • • • • • • • • • Motivar estilo de vida sem substâncias psicoativas. Identificar e modificar crenças disfuncionais sobre o uso de SPA. Identificar situações de risco de recaída e elaborar estratégias de enfrentamento. Estimular a adesão ao tratamento psicoterápico e medicamentoso indicados. Treinar técnicas de relaxamento. Introduzir exercícios físicos no estilo de vida. Oportunizar o conhecimento e o acesso aos grupos de auto-ajuda. MODELO COGNITIVO DAS ADIÇÕES SITUAÇÃO ESTÍMULO interno externo CRENÇAS CENTRAIS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS FISSURA USO CONTINUADO OU RECAÍDA PLANO DE AÇÃO CRENÇAS PERMISSIVAS Exemplo 1 Deprimido. Exposição ao álcool. Frustrado com a vida sexual. Briga com a esposa. O álcool alivia as tensões. Trabalhei tanto; bem que mereço um trago Muito trabalho. Forte desejo Toma o primeiro gole Não volta para casa. Segue bebendo. Compra cocaína. de beber. Planos de beber. Várias exposições. Sai de casa só. Compra chiclete. Não sou doente. Um só não faz mal Mereço beber. Exemplo 2 Abstinente há 3 meses Isolado numa festa, ansioso Sou feio, desajeitado Não sou interessante Não sei falar Com bebida melhoro Se eu tomar só um, me transformo Fico relaxado Forte desejo de beber Toma o primeiro Repete algumas doses Não se ‘enturma’ Sai da festa para procurar cocaína Chama garçom Só um não vai me fazer mal Bebo só hoje, amanhã paro Eu também sou filho de Deus AS CRENÇAS ATIVADAS SOBRE USO DE DROGAS As crenças que facilitam o uso de drogas são as chamadas crenças aditivas e são descritas em três categorias: • Crenças Antecipatórias: expectativa de que o uso da droga produzirá recompensa, gratificação ou prazer. • Crenças de Alívio: expectativa de que o uso da droga aliviará ou afastará algum desconforto ou sofrimento. • Crenças Permissivas ou Facilitadoras: consideram o uso da droga aceitável apesar das conseqüências. CRENÇAS ADICTIVAS • a droga é necessária para manter o equilíbrio psicológico ou emocional. • a droga melhorará o funcionamento social e intelectual. • a droga trará prazer e excitação. • a droga fornecerá força e poder. • a droga terá efeito calmante. • a droga trará alívio para a monotonia, ansiedade, tensão e depressão. • sem o uso da droga, o “craving-fissura” continuará, indefinidamente, e cada vez mais forte. CRENÇAS DE CONTROLE • Em oposição às crenças adictivas os pacientes apresentam crenças de controle, aquelas que diminuem a possibilidade do uso e do abuso de substâncias. • Os dependentes lidam com situações mistas, ou seja, convivem com a coexistência de crenças adictivas e crenças de controle. • Cabe a TCC modificar e atenuar as crenças adictivas, fortalecendo as crenças de controle do paciente e auxiliando-o a desenvolver novas. O MODELO COGNITIVO DE BECK, NEWMAN E WRIGHT (1993) PERMITE: • Focar esforços terapêuticos em 7 momentos do processo de recaída; • Diminuir a influência dos pensamentos e crenças disfuncionais; • Prevenir a recaída; • Estimular a mudança do estilo de vida do dependente químico. ASPECTOS COGNITIVOS CRENÇAS PERMISSIVAS x CRENÇAS CONTROLADORAS CP CC USO ABSTINÊNCIA TÉCNICAS ULTILIZADAS • Identificação de Pensamentos Automáticos; • Avaliação e questionamento desses Pensamentos; • Registro diário de Pensamento automáticos disfuncionais; • Identificação de crenças; • Avaliação e modificação de crenças; • Seta descendente; • Solução de problemas; • Vantagens e desvantagens; • Distração; • Experimentos comportamentais; • Cartões de enfrentamento; • Relaxamento; ATIVIDADES * Pensamentos e crenças – o modelo cognitivo * O estudo de uma recaída * Exame comparativo de recaídas * Modificando crenças * Craving e fissuras * Alongamento * Psicoterapia na dependência química * Estilo de vida * Grupos de auto-ajuda * Tratamento medicamentoso * Atividade física – exercício físico * Os efeitos das substâncias psicoativas * As complicações médicas do uso de substâncias REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • • • • • • • • • Beck, A e cols. Cognitive Therapy on Substance Abuse. New York: Guilford Press, 1993. Beck, J. Terapia Cognitiva. Teoria e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 1998. Knapp, P e Rocha< D. M. Conceitualização cognitiva: modelo de Beck. In Caminha,R, Wainer,R, Oliveira M. e Piccoloto N.M. Psicoterapias cognitivocomportamentais, São Paulo, Casa do psicólogo, 2003 Knapp, P, Luz , E J e Baldisserotto, G. Terapia cognitiva no tratamento da dependencia química. In Rangé,B (org) Psicoterapias cognitivocomportamentais, um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre:Artes Médicas, 2001 Marlatt, G. A. e Gordon, J. R. Prevenção da Recaída. Porto Alegre: ARTMED, 1993. Miller, W. R. and Rollnick, S. Motivational Interviewing: Preparing People to Change Addictive Behavior.New York: Guilford, 1992. Rangé, B. Psicoterapia Comportamental e Cognitiva. São Paulo: Editorial Psy, 1995. Rangé, B. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais. Porto Alegre: ARTMED, 2001. Wright, J.H., Thase, M.E., Beck, A.T., Ludgate, J.W. Cognitive Therapy with Inpatients – Developing a Cognitive Milieu. New York: The Giilford Press, 1993.