Materialismo Histórico

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MATERIALISMO HISTÓRICO
1)
-
Concepção materialista da história
A produção, e com ela a troca de produtos, é a base de toda
organização social
Em todas as sociedades, a história é determinada pela
produção econômica
“materialismo histórico é o nome para designar a
concepção dos roteiros da história universal que vê a causa
final e a causa propulsora decisiva de todos os
acontecimentos históricos importantes do modo de
produção e de troca, na conseqüente divisão da sociedade
em diferentes classes e nas lutas dessas classes entre si”
F. Engels, “Prefácio à edição Inglesa” In: Do Socialismo
Utópico ao Socialismo Cientídico, p.14
2- Os fundamentos filosóficos
- Francis Bacon: a ciência da natureza é o critério
de verdade de todo conhecimento
- Thomas Hobbes: o aparelho sensorial é a fonte
de todos os conhecimentos; os conceitos, as
idéias e as representações mentais são
fantasmas do mundo físico, despojado de sua
forma sensorial;
- O empirismo de John Locke: as idéias são
representações das sensações
- O iluminismo de Rousseau, Voltaire e Diderot
Dados biográficos de Karl Marx
• Nasceu em Treves (Alemanha) em 05/05/1818;
• Ingressou na Universidade de Bonn para estudar Direito e
abandonou o curso para viver uma vida boêmia;
• Em 1836 matriculou-se na Universidade de Berlim para
estudar história e filosofia, onde obteve o título de doutor
defendendo a tese sobre “Diferença entre a Filosofia da
Natureza de Demócrito e Epicuro”
• Foi editor de vários jornais que faziam um diagnóstico dos
problemas sociais e políticos de seu tempo;
• Publicou A miséria da Filosofia em 1847; O manifesto do
partido comunista em 1848; e O Capital em 1867;
• Faleceu em 14/03/1883
Contexto Histórico
• Emergência da Burguesia: do mercantilismo ao capitalismo industrial
“Dividimos a história da produção industrial desde a Idade Média em três
períodos:
• 1) indústria artesanal, pequenos mestres artesãos com alguns oficiais e
aprendizes, em que cada operário elabora o artigo completo;
• 2) manufatura, em que se congrega num completo estabelecimento um
número considerável de operários, elaborando-se o artigo completo de
acordo com o princípio da divisão do trabalho, onde cada operário só
executa uma operação parcial, de tal forma que o produto só esta completo
e acabado quando tenha passado sucessivamente pelas mãos de todos;
• 3) indústria moderna, em que o produto é fabricado mediante a máquina
movida pela força motriz e o trabalho do operário se limita a vigiar e
retificar operações do mecanismo” (ENGELS, Idem, p.7)
= Revolução Gloriosa na Inglaterra em 1689
= Revolução Francesa em 1789
“Introdução ao estudo da filosofia e do materialismo
histórico” in: Concepção dialética da história de
Antonio Gramsci
O que é o homem?
É esta a primeira e principal pergunta da filosofia
(...) O homem é um processo, precisamente o processo
de seus atos (...) a humanidade que se reflete em cada
individualidade é composta de diversos elementos: o
individuo, os outros homens, a natureza.
O individuo não entra em relação com os outros
homens por justa posição, mas organicamente
(...) O homem não entre em relações com a
natureza simplesmente pelo fato de ser ele
mesmo natureza, mas ativamente, por meio do
trabalho e da técnica.
Curso de Filosofia Marxista: o materialismo histórico
ministrado por Georges Politzer
Universidade Operária de Paris – 1935/1936
“Marx rejeitou o invólucro idealista do sistema hegeliano, para
manter o núcleo racional, isto é, a dialética”
Marx e Engels modificaram a dialética de Hegel a partir do
impulso das ciências da natureza desde o final do século
XVIII:
1- A descoberta da célula viva, a partir da qual se
desenvolvem os mais complexos organismos
2- A descoberta da transformação da energia: calor,
eletricidade, magnetismo, energia química etc...são
formas qualitativamente diferentes da mesma
realidade material.
3- O evolucionismo de Darwin: sustentando suas
hipóteses em dados da paleontologia e da zoologia,
mostrou que todos os seres vivos – entre eles
incluindo o homem – são produtos de uma evolução
natural.
A fecundidade do método dialético de Marx e Engels
gerou combatentes revolucionários
tanto quanto homens de pensamento. Deu a eles, por
serem dialéticos, a solução para o problema que
seus mais geniais predecessores não tinham sabido
propor corretamente: aplicando a dialética
materialista à história humana, fundaram
efetivamente a ciência das sociedades – que tem por
teoria geral o materialismo histórico.
(Georges Politzer)
História e Verdade – Adam Schaff
Acontecimento histórico:
A Revolução Francesa
- O
condicionamento
social
do
conhecimento
- O caráter de classe do conhecimento
histórico
- A objetividade da verdade histórica
Questão ao historiador
- A limitação das suas opiniões, resultado do fator
subjetivo a que está sujeito, poderá ser superada
apenas pela crítica científica formulada
exclusivamente por outros pensadores, sobretudo
por aqueles que representam pontos de vista
diferentes, determinados por outros
condicionamentos sociais, tais como uma mudança
das condições gerais da época ou dos interesses
divergentes de classe?
“O materialismo histórico considera que há, entre as
condições da vida material da sociedade, outra
força, cuja existência não depende da vontade dos
homens; essa é a força principal do desenvolvimento
social: o modo pelo qual os homens obtém seus
meios de existência, os bens materiais necessários
para garantir a vida. É a isso que se dá o nome de
modo de produção dos bens materiais”
(Georges Politzer)
Relações de produção
“A produção é luta do homem contra a
natureza. Porém, nunca, e em parte alguma,
o homem luta isoladamente, sob pena de
sucumbir ou retornar à condição animal. Os
homens lutam contra a natureza
em
conjunto. Quaisquer que sejam as
condições, a produção é sempre uma
produção social. Foi a sociedade que fez do
homem o que ele é, foi a produção social
que o arrancou da animalidade.”
(Georges Politzer)
“Se a produção tem sempre e por toda parte um
caráter social, é inevitável que, por ocasião da
produção, no interior da produção, se estabeleçam
certas relações entre os homens. Não se trata de
relações platônicas. Trata-se de relações que dizem
respeito a produção, que são comandadas por ela.
Não temos de considerar apenas as relações dos
homens com a natureza (forças produtivas),
existem também relações dos homens entre si no
processo da produção; essas relações entre
homens, nos as denominamos relações de
produção”
(Georges Politzer)
Ciência e Ideologia: conhecimento e poder
Qual a relação entre ciência e sociedade?
“A produção de idéias, de representações, da
consciência, está, de inicio diretamente entrelaçada com
a atividade material e com o intercâmbio material dos
homens, como a linguagem da vida real. O representar o
pensar, o intercâmbio espiritual dos homens, aparecem
aqui como emanação direta de seu comportamento
material. O mesmo ocorre com produção espiritual, tal
como aparece na linguagem da política, das leis, da
moral, da religião, da metafísica de um povo”
(Marx e Engels, A Ideologia Alemã, 1845)
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