ANALISE MORFOLÓGICA ESTUDANDO AS PALAVRAS DA LÍNGUA¹ Mara Lucia Chamorro da Silva de CARVALHO² RESUMO: Estudo comparado a respeito da temática: principais pontos quanto à definição, dos termos das dez classes de palavras da língua portuguesa em Novíssima Gramática, Cegalla (2000), Gramática Secundária Said Ali (1969) e Gramática Normativa, Rocha Lima (1972). Comparação tanto por semelhanças como por diferenças que possam existir entre estas. 1 - Introdução É comum, comparar a língua falada com a língua escrita, diferenciá-las estruturalmente, entre outras características, pela maior freqüência, na fala, de coordenação e, na escrita. No entanto este trabalho busca abordar de modo superficial, porém de forma concisa, as dez classes gramaticais a partir de verificações em três gramáticas da língua portuguesa. Entende-se que a aceitação da dualidade de termos e conceitos não significam apontar qual a mais coerente, mas sim, descrever os conceitos únicos e os singulares que cada autor denota. Considerando que não há grande variedade de posicionamentos sobre o assunto, objetiva-se, neste estudo, analisar suas limitações. Na tentativa de se verificarem diferentes valores quanto ao emprego das dez classes de palavras da língua portuguesa. A gramática é um conjunto das regras, observadas em um ou mais idiomas, relativas aos sons ou fonemas, às formas vocálicas e à combinação destes em preposição. Said Ali (1969, p. 15). Cegalla em sua novíssima Gramática denota nas páginas iniciais que “a história, o registro e a sistematização dos fatos de uma língua constituem matéria da Gramática. A Gramática Normativa enfoca a língua como é falada em determinada fase de sua evolução: faz o registro sistemático dos fatos linguísticos e dos meios de expressão, aponta normas para a correta utilização oral e escrita do idioma, em suma, ensina a falar e escrever a língua-padrão corretamente.” Cegalla (2000, p. 16). Daí a opção pelo apoio teórico analisar a estrutura, a formação, as flexões e propriedades das dez classes de palavras abordadas: substantivos, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. 2. Classificação e Flexão das palavras Não há oposição ou diferenças entre os autores quanto à divisão e descrição das classes gramaticais. Segundo Cegalla (2000), há dez classes de palavras ou classes gramaticais. Sendo que as seis primeiras classes são variáveis: flexionam – se, sofrem alteração na forma. As quatro outras são invariáveis. 1. Substantivos 2. Artigo 3. Adjetivo 4. Numeral 5. Pronome 6. Verbo 7. Advérbio 8. Preposição 9. Conjunção 10. Interjeição 2.1 Substantivos São palavras que designam os seres. Os autores utilizam palavras com o mesmo sentido, porem termos diferenciados para definir substantivos, embora acrescente: “as qualidades, ações, ou estados, considerados em si mesmos, independente dos seres com que se relacionam” Rocha Lima (1972, p.61). Exemplo: Na praia, a alegria era geral Aquele homem comprou um livro e ganhou uma flor. Os substantivos exercem na frase diversas funções sintáticas: sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc. Dividem – se os substantivos em Cegalla (2000, p.128): Comuns – os que designam seres da mesma espécie. menino, galo, palmeira ( Há muitos meninos, há muitos falos, há muitas palmeiras.) Próprios – os que se aplicam a um ser em particular: Deus, Brasil, Roma, São Paulo, Dourados, Manoel Bandeira, UFGD Concretos – os que designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tais: avô, mulher, pedra, leão, alma, fada, lobisomem. Segundo Rocha Lima (1972, p. 61), “o substantivos concretos designam seres que têm existência independente, ou que o pensamento apresenta como tal. Não importando - se que tais seres sejam reais ou não, materiais ou espirituais. Compreendidos os nomes que indicam: pessoas, lugares, entidades, objetos, fenômenos, instituições e concepções.” Abstratos – os que designam qualidades, sentimentos, ações ou estados dos seres, quais se podem abstrair (=separar) e sem os quais não podem existir: Beleza, coragem, brancura, rapidez (qualidades) amor, saudade, alegria, dor, fome, frio (sentimentos, sensações) viagem, estudo, doação, esforço, figa, afronta (ações) vida, morte, cegueira, doença (estados) Simples – os que são formados de um só radical: chuva, pão, lobo Compostos – os que são formados por mais de um radical: guarda-chuva, passatempo, pão-de-ló Primitivos – os que não derivam de outra palavra da língua portuguesa: pedra, ferro, dente, trovão Derivados – os que derivam de outra palavra: pedreira, ferreiro, dentista, trovoada Coletivos – os que exprimem um conjunto de seres da mesma espécie: exército, rebanho, constelação. Os coletivos podem ser: específicos – os que se aplicam a uma só espécie de seres: mantilha (cães de caça) indeterminados – os que se aplicam a diversas espécies de seres bando (de aves, crianças, etc.) numéricos – os que exprimem um numero exato de seres: semana, dúzia, século, par, dezena, centena, etc. Embora as designações sejam a mesma, Rocha Lima (1972, p. 63) ainda subclassificam os coletivos Indeterminados em: gerais e partitivos e os determinados em numéricos e especiais. Cegalla (2000, p.131), acrescenta em regra aos coletivos indeterminados, o nome dos seres a que se referem. Assim, dizemos: Exemplo: Um bando de crianças. Um bando de aves Um renque de palmeiras Um renque de colunas. “Ei - lo a passar como triunfador do futuro entre renques de caras boçais.” (Aníbal Machado) 2.1.1. Flexão dos substantivos: Gênero Cegalla (2000) em sua esfera gramatical possuem um numero maior de especificidades quanto à estrutura das palavras, é o que melhor define quando os substantivos se flexionam indicando o gênero, o numero e o grau. O gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar o sexo real ou fictício dos seres. Sendo que na língua portuguesa são os dois gêneros: masculino e o feminino. Porém, certas línguas como latim, o grego, o inglês, possuem um terceiro gênero: o neutro. Para o nome dos seres vivos, o gênero, em geral, corresponde ao sexo do indivíduo. O mesmo, porém, não acontece com os nomes dos seres inanimados, em que o gênero é puramente convencional. São masculinos os substantivos a que antepomos os artigos o, os, e femininos aqueles q que antepomos os artigos a, as. Substantivos Uniformes Há um tipo de substantivos – denominados de pessoas e animais – refratários à reflexão de gênero. Uns (os epicenos e sobrecomuns) só têm um gênero: outros, pelo contrario, têm os dois gêneros e chamam – se, por isso, comuns de dois gêneros. A caracterização da flexão dos substantivos para Rocha Lima (1972, p. 66) possui os mesmos termos técnicos, salvo algumas características onde o mesmo nomeia de três primeiras classes de gênero único: os sobrecomuns, epicenos e os substantivos que apresentam um só gênero gramatical para designar coisas (vegetais, minerais, objetos, entidades, instituições, qualidades. etc.) Ainda designa que os substantivos de dois gêneros, sem flexão possui uma só forma para os dois gêneros: o artigo ou a determinação do determinativo acompanhante é que os apontarão como masculinos , ou femininos. Substantivos de gênero incerto Cegala (2000, p.136) usa o termo substantivos de gênero incerto, Rocha Lima (2000, p. 68) refere-se a: pares de substantivos semanticamente opositivos, porém suas significações de igual valor. “Numerosos substantivos há gênero incerto e flutuante, sendo usada pelos escritores, a com a mesma significação, ora como masculinos ora como femininos”. Cegalla (2000, p.136) Gênero de nome de cidades Salvo raras exceções, nomes de cidades são femininos: Exemplos: a histórica Ouro Preto; a dinâmica São Paulo; a acolhedora Porto Alegre Gênero e significação Muitos substantivos têm uma significação no masculino e outra no feminino. Exemplo: o cabeça: chefe, líder................... a cabeça: parte do corpo 2.1.2. Flexão do substantivo: Número Os autores citam a flexão dos substantivos numero. Segundo Rocha Lima (1972, p.73) número é o acidente gramatical que indica se o ser nomeado é um ou mais de um. Em português há dois números gramaticais: singular e plural, porém ainda expõem da seguinte forma: Os substantivos flexionam – se no plural de diferentes maneiras: - substantivos terminados em vogal ou ditongo oral; substantivos terminados em -r ou z; substantivos terminados em -al, -el, -ol, -ul; substantivos terminados em –il; substantivos terminados em -m; substantivos terminados em -s; substantivos terminados em –ão . Cegalla (2000, p. 140-143); - Nomes compostos; Plural com metafonia. Rocha Lima (1972, p.79) Ao analisar as gramáticas em estudo, observa-se que alguns termos são encontrados em uma e em outra não. Quando se referem ao numero dos substantivos, sendo eles: “Plural do substantivo compostos, Plural das palavras substantivas, Plural dos diminutivos, Plural dos nomes próprios personativos, Plural dos substantivos estrangeiros, Plural das siglas, Plural com mudanças de timbre.” Cegalla (2000, p.143146). Ainda, há as particularidades sobre o numero dos substantivos, onde definem que há substantivos que só se usam no singular: o sul, o norte, a fé etc. outros só no plural; os idos, as cãs, as núpcias, os pêsames, etc.; outros, enfim, têm no plural, sentido diferente do singular: bem, virtude, bens, riquezas; honra, probidade, bom nome, honras, homenagens, títulos. - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com sentido de plural: Exemplo: “Aqui morreu muito negro.” (Coelho Neto) 2.1.3. Flexão do substantivo: Grau Em resumo aos termos dos autores, o grau dos substantivos é a propriedade que essas palavras têm de exprimir as variações ao de aumento ou a diminuição ao tamanho normal dos seres. São dois os graus dos substantivos: o aumentativo e o diminutivo. Exemplos: forma normal gato casa aumentativo gatão casarão diminutivo gatinho casinha Grau Aumentativo Sintético e analítico, onde: Sintético: forma – se com sufixos aumentativos, sendo os mais comuns Exemplo: aça barcaça, barbaça, populaça, caraça; Cegalla (2000, p.149) “forma-se com os sufixos ázio, orra, ola, az e, principalmente, ão que possuem as variantes: eirão, alhão, arão, arrão, zarrão.” Rocha Lima (1972, p.81). Analítico: forma-se com o auxilio do objetivo grande ou outros do mesmo sentido: letra grande, pedra enorme, estatua colossal, obra gigantesca. Cegalla (2000, p.149). Grau do diminutivo Cegalla (2000) descreve que o grau diminutivo exprime um ser com seu tamanho normal diminutivo, também pode ser formado sintética e analiticamente (forma-se com sufixos diminutivos): Sintético: Acho riacho, fogacho. Analítico: forma-se com adjetivo pequeno ou de igual sentido. 2.2 Artigo O mesmo autor define artigo como uma palavra que antepomos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado ou indeterminado. Enquanto Rocha Lima (1972, p. 84) refere-se a uma partícula que precede o substantivo, assim à maneira de “marca” dessa classe gramatical. As divisões de artigos nas gramáticas estudadas são a mesma. Os artigos dividem – se em definidos (o, as, as) e indefinidos (um, uma, uns, umas), termos descrito da mesma forma por Said Ali (1969, p. 49). 2.3 Adjetivo São palavras que expressam as qualidades, características, modo de ser, ou dos seres. Rocha Lima (1972, p. 86-89) traz as seguintes distinções de adjetivos: por gênero: Adjetivos uniformes; Adjetivos Biformes, Adjetivos Compostos; por numero, as regras regulam a formação do plural dos adjetivos analisadas de uma forma geral são as mesmas que regem a formação do plural dos substantivos: Adjetivos terminados em vogal oral, ou ditongo; Adjetivos terminados em “l”; Adjetivos terminados em “ão” acentuado; e adjetivos compostos. Para Cegalla (2000, p. 154), há os adjetivos pátrios, que designam a nacionalidade, o lugar de origem de alguém ou de alguma coisa. Quanto à formação do adjetivo pode ser: primitivo; derivado; simples; composto. Possuem uma mesma significação, apenas os termos de apresentação de diferem Adjetivos primitivo, o que não deriva de outra palavra; os derivados, o que deriva de substantivos ou verbos; simples, é formada de apenas um elemento, uma única forma, e composto é formado de mais de um elemento “e apenas o segundo pode assumir forma feminina. Rocha Lima (1972, p.87). A gramática do autor, um pouco mais antiga, comparada a de Cegalla (2000), nos faz analisar que alguns termos estruturais, flexão e formação uso modificaram – se, transformaram – se, ou foram criados com o longo dos anos. Isso não quer dizer que o português mudou seus termos ou regras, porém há a necessidade de adequação da língua escrita. Na Gramática Normativa de Rocha Lima (1972), não se encontra o termo: Locução Adjetiva, porém, encontramos o termo “Grau de Significação do Adjetivo”, termo também não encontrado nas demais gramáticas. Locução Adjetiva, Adjetivos eruditos, são termos encontramos na Novíssima Gramática normativa de Cegala (2000), onde: Locução adjetiva é uma expressão que equivale a um adjetivo. Exemplo: presente de rei = presente régio. Adjetivos Eruditos equivalem a adjetivos eruditos, que significam "relativo a", "próprio de", "da cor de", "semelhante a". Já Said Ali descreve sobre: adjetivos determinativos, qualificativos, forma aumentativa, diminutiva, (1969, p. 50-57), os termos diferem apenas a maneira da escrita, o sentido é o mesmo. O adjetivo também varia em gênero, numero e grau. Onde o gênero divide-se em adjetivos Uniformes (possuem a mesma forma em ambos os gêneros) e Biformes (possuem duas formas, um masculino e outro feminino). Quanto ao Grau do adjetivo Cegalla (2000) define quando exprime a intensidade dos seres. Rocha Lima (1972) atribui a significação de um adjetivo pode receber intensidade maior ou menor. Said Ali (1969) distingue da seguinte ao afirmar que a a qualidade existente em um ser, sendo então igual ou superior ou inferior.. Daí o encontro de informações das partes: a existência de dois graus comparativos e superlativos. Comparativo ainda pode ser de três espécies: de igualdade, de superioridade e inferioridade. Os superlativos pode ser absoluto ou relativo e apresentam as seguintes modalidades: Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas: Analítica (a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade) e Sintética (a intensificação se faz por meio do acréscimo de sufixos). Por exemplo: Analítica O secretário é muito inteligente. Sintética O secretário é inteligentíssimo. Em síntese, para os autores não há diferença ao discriminar e sintetizar no que se refere: adjetivos. As gramáticas possuem igual valor em seus termos, normas, uso e definições. Ainda, o Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser: de Superioridade e de Inferioridade: Por exemplo: Superioridade Clara é a mais bela da sala. Inferioridade Clara é a menos bela da sala. Rocha Lima (1972, p. 90-91) descreve ainda algumas formas literárias de Superlativos absolutos sintéticos, Cegalla (2000, p.163) define o termo como: Superlativos absolutos sintéticos eruditos descrevendo algumas quase todos exclusivos da língua culta. Ainda descreve alguns temos que o adjetivo pode – se também superlativar a ideia contida no adjetivo, sendo; a) por meio de certos prefixos; b) com a repetição do adjetivo; c) por meio de uma comparação; d) por meio de certas expressões da língua coloquial; e) com a flexão diminutiva do adjetivo; f) com a flexão aumentativa do adjetivo. 2.4. Numeral Essa classe de palavra não há alteração em sua significação, termos ou uso. Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência. Pode ser: cardinal, ordinal, multiplicativo e fracional. Sua flexão caracteriza-se: Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis. Os numerais ordinais variam em gênero e número. Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Por exemplo: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção. “Os fracionários exprimem a divisão de quantidade” (Rocha Lima, 1972, p. 96). 2.5. Pronome A definição para pronome é possui igual valor. As palavras usadas para definição são iguais. “Pronome é a palavra que dentro denota o ente ou a ele se refere, considerando - o apenas como pessoa do discurso.” Said Ali (1969, p. 61), Os pronomes podem ser classificados em seis espécies: pessoais (retos e oblíquos), possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos (variáveis e invariáveis) e interrogativos. Cegalla (2000, p. 170-171), cita os pronomes substantivos e pronomes adjetivos, para Rocha Lima (1972, p.105) o termo define-se como o pronome na oração, porém ambas possuem a mesma significação. Exemplo: Prendi teu cachorro, mas não o maltratei. Descrevendo que a palavra o é pronome substantivo, porque substitui o substantivo cachorro, ao passo que teu é pronome adjetivo, porque determina o substantivo junto o qual se encontra. Dentre as gramáticas estudadas todas trazem as mesmas divisões e subdivisões exceto pela gramática de Rocha Lima (1972) que não se refere, quanto à acentuação, onde os pronomes oblíquos monossilábicos dividem – se em “tônicos (mim, ti, si) e átonos (me, te, se, lhe, lhes, o, a, os, as, nos, vos) 2.6. Verbo Verbo é uma palavra que denota ação ou estado. Seu conceito também de igual valor para os autores estudados. Rocha Lima (1672, p.107), acrescenta que estes incidentes gramaticais fazem com ele mude de forma para exprimir cinco idéias: voz (ativa, passiva e reflexiva), modo (indicativo, imperativo e subjuntivo/infinitivo pessoal ou impessoal, gerúndio e particípio), tempo (presente, pretérito e futuro), numero (singular, plural) e pessoa. “Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjunções, de conformidade com a terminação do infinitivo. Cegalla (2000, p.184) “Os verbos portugueses se distribuem em três conjunções.” (Rocha Lima, 1972, p.108). Cada conjunção se caracteriza por uma vogal temática: a 1ª conjunção: levar e 2ª conjunção: bater i 3ª conjunção: unir Quando o assunto é VERBO, as gramáticas apresentam um conteúdo extenso e denso. No entanto a proposta aqui é limitar - se, as diferentes identificações, forma e conteúdo. Basicamente, os termos técnicos diferem – se para identificar as variações e denominações desta classe de palavra: verbo, porém sua objetividade não se altera. Dos elementos estruturais dos verbos devemos distinguir por: a) o radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo; b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo; c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Quanto a formação do imperativo forma- se assim: afirmativo (a 2ª pessoa do singular tu e a 2ª do plural (vós) derivam das pessoas correspondentes do presente do indicativo, suprimindo – se o s final; as demais pessoas - você, nós, vocês - são tomadas do presente do subjuntivo, sem qualquer alteração.) O imperativo negativo não possui, em português, formas especiais: suas pessoas são iguais as correspondentes do presente do subjuntivo. Rocha Lima, cita “verbos com mutação vocálica.” Grandes grupos de verbos portugueses apresentam, regularmente, em algumas formas, alteração da vogal do radical. Na 1ª conjugação este fato ocorre com os verbos que têm a vogal e ou o no radical. Por exemplo: rezar e rogar. Na 2ª conjugação os verbos apresentam alternância vocálica, também se distribuem em dois grupos: a) os que têm a vogal e no radical, como – dever; b) os que têm a vogal o no radical, como morder. Ainda, os verbos classificam –se em: Regulares (possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical); Irregulares (aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências); Defectivos ( aqueles que não apresentam conjugação completa. Este ultimo classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais. Os autores apresentam a conjugação dos verbos auxiliares (ser, estar, ter, haver). “Conjugação dos verbos regulares 1ª conjugação do verbo cantar, 2ª conjugação do verbo Bater; 3ª conjugação do verbo Partir; conjugação de um verbo na voz passiva analítica verbo Guiar; conjugação dos verbos pronominais - que só usam com pronomes átonos.” Cegalla (2000) 2.7. Advérbio É a expressão modificadora que por si só denota uma circunstância (de lugar, de tempo, modo, intensidade, condição, etc.) e desempenha na oração a função de adjunto adverbial. Cegalla (2000) e Rocha Lima (1972), concordam que o advérbio é, fundamentalmente, um modificador do verbo, ainda, Cegalla descreve que “de acordo com as circunstancias ou idéia acessória que exprime, os advérbios se dizem: de afirmação, de dúvida, de intensidade, de lugar, de modo, de negação e de tempo.” Cegalla (2000, p. 243-244). Rocha Lima (1972, p. 153-154), no entanto cita apenas cinco distribuições do advérbio: de dúvida, de intensidade, de lugar, de modo, e de tempo. Como se percebe, os autores se atêm à idéia principal de advérbio como modificador verbal, porém devido à diferença no ano da escrita de suas obras, há um pequeno acréscimo em suas definições. Contudo, observaremos, conforme constatados nas duas gramáticas logo seguem a sequencia de abordagem: locução adverbial, onde Cegalla (2000, p.245) descreve como: são expressões que têm a função dos advérbios. Rocha Lina, no entanto denota que locuções adverbiais são duas ou mais palavras que funcionem como um advérbio. Por exemplo: às vezes, às cegas, às claras, de viva voz, por atacado, por pouco, etc. Ambos os autores apresentam, os advérbios interrogativos, Cegalla (2000, p.244) define que são as palavras onde, aonde, donde, quando, como, por que, nas detonando respectivamente lugar, tempo, modo, causa. Rocha Lima (1972, p. 155) define com os mesmo termos porém apresenta somente as palavras: onde, quando, como e porque. Há a descrição quando referem – se ao grau dos advérbios, relacionando – se a certos advérbios de modo, tempo, lugar e intensidade são, à semelhança do adjetivo, suscetíveis de grau: comparativo (de igualdade, de superioridade e inferioridade) e superlativo absolutos (analíticos e sintéticos). Cegalla (2000, p. 245-146) acrescenta que o comparativo de superioridade pode ser analítico e sintético. O mesmo ainda denota as palavras e locuções denotativas, “de acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, serão classificadas à parte, outrora consideradas advérbios, que não se enquadram em nenhuma das dez classes conhecidas que exprimem: afetividade, designação ou indicação, exclusão, inclusão, limitação, realce, retificação, explanação, situação. Dentre os apontamentos sintetizamos citados acima, conclui – se, que a definição e a classificação dos advérbios não estão fechadas nem resolvidas, um autor difere do outro em suas abordagens. Porém este é um estudo um tanto superficial para concretização de tais afirmações seja conclusiva. 2.7. Preposição A partir da analise das duas gramáticas em estudo, constata-se que a definição para preposição possui a mesma significação. Preposição é uma palavra que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo uma relação entre ambas. Dividem – se em essenciais e acidentais. Cegalla (2000, p.250-251). Ainda descreve sobre as locuções prepositivas, sendo duas ou mais palavras que desempenham o papel de uma preposição, em geral formada de advérbio + preposição. Rocha Lima (1972) é breve quando o assunto é preposição, aborda sua significação, classificação e descreve brevemente sobre as locuções prepositivas. Em contrapartida, Cegalla (2000) denota suas especificidades tais como: combinações e contrações; a crase (crase da preposição a com os artigos a, as; casos onde não há crase; casos especiais; crase da preposição a com os pronomes demonstrativos). Em linhas gerais podemos dizer que a crase fora acrescentado ao longo de um período ao outro, isso conceituando a noção de espaço e tempo que as gramáticas foram publicadas. 2.8. Conjunção Como escrevera Said Ali (1969, p.103) Conjunção é a palavra ou locução que se costuma pôr no principio de uma oração relacionada de uma oração com outra, a fim de mostrar a natureza da relação. As conjunções dividem – se: coordenativas e subordinativas, isso todos abordam com uma mesma forma. Entende-se que a definição e a divisão desta classe é única para as partes, todavia, há uma diferença entre as três gramáticas estudadas, quando refere-se a divisão da conjunção Said Ali (1969, p. 103-104) apresenta as conjunções como: Conjunções coordenativas: copulativa/aditiva; adversativas; alternativas/disjuntivas; conclusivas e partes das casuais; Conjunções subordinadas: adversativas integrantes, temporal Conjunção adversativa, concessiva/casual; consecutivas; finais e comparativas. E o conceito e explicações de Said Ali, terminam por ai, embora em duas páginas tenha conceituado definido e exemplificado. Rocha Lima (1972, p.160-164) e Cegalla (2000, p.268-272) descrevem da mesma forma as Conjunções coordenativas e subordinativas, vejamos: Coordenadas: aditivas; adversativas; alternativas; conclusivas e explicativas; subordinadas: casuais; comparativas; concessivas; condicionais; conformativas; consecutivas; finais; proporcionais; temporais; integrantes. Em exceção, Cegalla apresenta as locuções conjuntivas e suas especificidades. 2.9. Interjeição Ao verificar as gramáticas, observa-se que das dez classes de palavras, a Interjeição se utiliza de pouco espaço para definir-se. Os autores explicam que Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito. Said Ali (1969, p. 105), utiliza-se de pouco mais de 20 linhas para definir e exemplificar a interjeição. Rocha Lima (1972, p. 165) é ainda mais breve utiliza-se de doze linhas. Enquanto Cegalla (2000, p.277-278), em sua novíssima além de definir ainda cita a classificação da interjeição (vozes ou exclamações registrando os mais variados sentimentos e emoção); interjeições imitativas; locução interjetiva (expressão que vale por uma interjeição), por exemplo: Meus Deus! Muito bem! Alto lá! Ai de mim! 3. Considerações Finais Como podemos observar nas analises de cada objeto, os conceitos das classes de palavras, não diferem uma da outra, possuindo uma mesma significação. A diferença ocorre quanto; à estrutura, à formação, as flexões e propriedades, porém os mesmos assimilam os ensinamentos gramaticais facilmente para que possamos aplicá-los seguramente na prática da comunicação. Dessa forma conclui-se que os autores abordam as definições com o mesmo grau de importância; palavras diferentes, no entanto com o mesmo sentido. Duas situações nos conduzem a perceber que, há classificações diferenciadas nos três objetos estudados, isso prende - se ao fato a data de publicação e, consequentemente as alterações e acréscimos de termos no decorrer dos anos. Como diz Cegalla, a gramática, não é e nem deve ser um fim, senão um meio posto a nosso alcance para disciplinar a linguagem e atingir a forma ideal da expressão oral e escrita. Se, por um lado, o contraste das gramáticas não foi revelador, por outro não se pode dizer, de maneira alguma, que as três gramáticas não sejam muito bem servidas das suas significações e propósitos, que por sua vez, conservam em si, riscos e variados valores observados. 3. Referências bibliográficas CEGALA, Domingos Pascal. Novíssima gramática da língua portuguesa. Ed. São Paulo. Companhia Editora Nacional, 2000. p. 127-178 SAID ALI, M. Gramática Secundária da Língua Portuguesa, 8.ª edição revista e comentada de acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira pelo Prof. Evanildo Bechara. São Paulo: Melhoramentos, 1969. p. 31-105 ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. 15ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972. p. 61-165