O USO DA TECNOLOGIA ALIADO AOS 5 MODELOS DE

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NEO-FACCAT
REDIN
O USO DA TECNOLOGIA ALIADO AOS 5 MODELOS DE APRENDIZADO
ELETRÔNICO
Daniella Caruso Gandra
Contato: [email protected]
RESUMO
O presente artigo tem como propósito considerar e destacar as peculiaridades dos modelos de
aprendizagem eletrônica na educação a distância, porque eles são fundamentados em
abordagens pedagógicas e andragógicas e, simultaneamente, a sua aplicação, que ocorre por
meio de recursos tecnológicos, as denominadas tecnologias de informação e comunicação.
Além de apontar a importância de tais modelos para a gestão do próprio conhecimento e na
aquisição de novas habilidades. A pesquisa ainda demonstra, através de entrevistas realizadas
com educadores da modalidade de EaD, quais tecnologias são empregadas de acordo com os
modelos de aprendizado eletrônico.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia, Aprendizagem, Modelos, Teorias.
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1. INTRODUÇÃO
Há de se saber que a educação a distância ou ensino on-line, que acontece por meio de
um ambiente virtual de aprendizagem, baseia-se em abordagens pedagógicas e andragógicas;
isto é, enquanto a primeira se refere às estratégias para efetivar o aprendizado, que visem a
forma como os conteúdos serão recebidos pelo aluno, se ocorrerá somente uma exposição de
ideias ou uma intervenção por parte do aprendiz, por exemplo; a segunda, diz respeito às
práticas que orientam adultos na aquisição de novos saberes, levando em conta suas
experiências e motivações. E tanto uma como outra se alia às tecnologias para enfim
desenvolver uma aprendizagem significativa. Tais estratégias e práticas são implantadas
através de uma autoinstrução ou pelo trabalho colaborativo em rede, e refletem modelos de
aprendizado eletrônico que são comumente utilizados e caracteristicamente definidos.
A educação só é realizada virtualmente com eficácia a partir do entendimento dos
esquemas cognitivos que organizam as informações na memória do indivíduo, da diferença
entre rede consumida e produzida, e de que forma as informações distribuídas no ambiente
virtual de aprendizagem garantirão o desenvolvimento de habilidades.
Na rede consumida, os usuários apenas recebem as informações de modo passivo, sem
interação, e na rede produzida, eles elaboram ideias e as trocam com outros usuários. E tanto
o consumo quanto a produção de conhecimento gera aprendizagem significativa, levando o
indivíduo a construir seu próprio saber com o uso que faz dos recursos que lhe estão
disponíveis.
Os modelos que abrangem objetivos de aprendizagem, tecnologias e formas de
controle dividem-se em 5: Informacional, Suplementar, Essencial, Colaborativo e o Imersivo,
e são o assunto deste artigo, com o intuito de auxiliar professores e desenhistas instrucionais
na melhor escolha para adequar todo o material utilizado juntamente com as devidas
estratégias e práticas a fim de conceber a aprendizagem.
2. MÉTODO
O delineamento hoje observado em cursos a distância produzidos e ofertados no Brasil
usam grande parte do potencial que a Web 2.0 (rede que permite receber e produzir
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conteúdos) sugere, no qual toda informação selecionada para ser objeto de aprendizagem num
ambiente virtual já possibilita que os aprendizes colaborem e construam o seu próprio
conhecimento. E isso corresponde ao atual cenário que facilita e oportuniza condições para
que a educação se concretize por meio on-line, situando-se através de recursos interativos e
que fomentem uma constante colaboração e/ou cooperação por parte daqueles que ali
interagem.
Com a intenção de analisar como as tecnologias são aplicadas, segundo os modelos de
aprendizado eletrônico, realizou-se uma pesquisa com alguns profissionais da área de
educação a distância, em sua maioria, docentes e tutores, e teve como suporte teórico as
observações de COELHO & RIBEIRO (2006); CAMPOS et al (2003), numa abordagem
qualitativa dos dados ao explorar os diferentes pontos de vista e as diversas experiências
quanto ao tema em questão. A cada um desses profissionais foi feita uma breve entrevista
estruturada em 4 tópicos com respostas abertas a respeito da forma como eles entendiam e
executavam os recursos tecnológicos apoiados nos moldes de aprendizagem eletrônica em sua
experiência prática, porém, cada uma das 4 questões foram selecionadas e direcionadas a cada
um deles. Para garantir a privacidade dos entrevistados, a referência a eles se dará por meio
das letras A, B, C e D. O local desta pesquisa abrangeu algumas regiões do país, como Rio de
Janeiro, Mato Grosso do Sul, Bahia e Porto Alegre, cujas respostas de cada participante estão
determinadas na ordem do quadro abaixo.
Quadro dos Tópicos da Entrevista
Perguntas
Entrevistados
B- Através de recursos multimídia,
1- Como a tecnologia atende à
por exemplo, mas de maneira que o
necessidade de desenvolver uma ou
indivíduo explore individualmente
mais habilidades específicas?
cada etapa. Jogos são ótimos nesse
sentido.
D- Por meio da colaboração, coparticipação de todos no processo,
2- De que forma a tecnologia facilita
isto é, o tutor oferece momentos
diálogos para que ocorra a
desafiadores que são enfrentados em
aprendizagem?
grupo. Editores de texto são ótimas
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ferramentas.
A- É quando a responsabilidade
3- Como se dá o desempenho
pela própria aprendizagem é
estendido em contextos variados
compartilhada e avaliada
(pensando em AVA)?
entre os participantes, e pelo
feedback do professor-tutor.
O Fórum é um bom exemplo
disso.
4- Em que modelo de aprendizagem
B- No modelo imersivo, já que
eletrônico a autoavaliação é mais
se baseia na teoria
eficaz?
construtivista.
3. RESULTADOS
As respostas dos entrevistados enfocam 3 dos 5 modelos de aprendizado eletrônico,
excetuando-se o modelo informacional e o suplementar, que adiante esboçaremos. É possível,
então, a verificação de que a aprendizagem vem a ser acreditada quando é ativa, ou seja, os
indivíduos concebem um novo saber ao interagir com aquilo que os rodeia, incluindo outros
indivíduos, e assim constroem e desenvolvem conceitos, competências e habilidades
mediados por um aparato tecnológico que integre a descoberta individual e a descoberta em
grupo. A apresentação acima reflete a teoria construtivista e a socioconstrutivista, sendo que a
primeira se apoia numa interação social, mas cuja aprendizagem se dá individualmente pela
reflexão, e a segunda trabalha com a potencialidade que o indivíduo é capaz de desenvolver
quando aprende num processo de colaboração. Portanto, notamos que para que novas
habilidades sejam aprendidas, precisa haver interatividade, e isto só acontece quando a
multimídia está envolvida na educação, seja por meio de jogos ou vídeos e etc., possibilitando
um ensino híbrido ― tecnologia personalizada para fins específicos.
“É possível criar padrões de aprendizado e, muito rapidamente, quando o aluno entra
na plataforma, identificar qual é o perfil desse aluno para determinado assunto. Com
um histórico de informações de como é que essas pessoas aprendem, é possível criar
um plano de estudos personalizado para esse aluno.” (Cláudio Sassaki, fundador da
Geekie).
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Este primeiro ponto embasa os modelos de aprendizagem eletrônica denominados de
essencial e imersivo. Pois, para que a aprendizagem seja dialógica e ao mesmo tempo
estendida, é necessária a cooperação nas atividades realizadas, apontando o modelo
colaborativo de aprendizagem.
“A aprendizagem cooperativa é uma técnica ou proposta pedagógica na qual
estudantes ajudam-se no processo de aprendizagem, atuando como parceiros entre si
e com o professor, com o objetivo de adquirir conhecimento sobre um dado objeto.
A cooperação como apoio ao processo de aprendizagem enfatiza a participação ativa
e a interação tanto dos alunos como dos professores. O conhecimento é considerado
um construtor social, e desta forma o processo educativo acaba sendo beneficiado
pela participação social em ambientes que propiciem a interação, a colaboração e a
avaliação. Espera-se que os ambientes de aprendizagem cooperativos sejam ricos em
possibilidades e proporcionem o desenvolvimento do grupo” (CAMPOS et al, 2003,
p. 26-27).
Com relação aos modelos de aprendizagem eletrônica que foram dispensados nas
respostas dadas pelos educadores, o informacional trata da informação sem interação,
servindo apenas como consulta, onde o processo de aprendizagem é transmitido para o aluno,
e este o recebe de forma passiva. E o modelo suplementar fornece conteúdos variados, porém,
propensos a serem acessados sem que haja interatividade com o computador, logo, o aluno
baixa tais documentos e os lê off-line.
Ainda abordando os aspectos do aprendizado eletrônico, uma expressão hoje muito
comum para designar os processos que ocorrem na modalidade da aprendizagem realizada a
distância, denomina-se “Comunidades Virtuais de Aprendizagem e Conhecimento”, que nada
mais significam do que usuários conectados à internet compartilhando conhecimento. E nesse
espaço virtual, as tecnologias de informação e comunicação são utilizadas de duas maneiras
diferentes. A primeira como ferramentas para facilitar o acesso a informações e o intercâmbio
entre os que acessam, sem uma finalidade didática; e a segunda, como recursos a dinamizar a
aprendizagem. Isto é, nesta última há uma intenção educacional específica, com objetivos de
aprendizagem definidos e frequentemente uma avaliação.
Num ambiente virtual, tanto a informação como a comunicação podem estar presentes,
sendo exploradas simultaneamente, mas é imprescindível uma mediação por parte do
professor ou tutor para que os objetivos iniciais propostos no curso ou treinamento sejam
atingidos. E esta intervenção ou orientação se dá através do uso adequado dos recursos
tecnológicos disponíveis no AVA, e em uma metodologia de ensino que esteja baseada nas
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teorias pedagógicas que melhor reflitam os objetivos ao final do curso. Sem esquecer também
da andragogia, que estuda o aprendizado de adultos.
As tecnologias possuem a capacidade de transformar a forma com que a educação é
concebida, construindo características que potencializam a aprendizagem num espaço
semiótico (onde a comunicação ou interação/interatividade é analisada). Veja abaixo como
ocorre a dinâmica do ensino-aprendizagem num ambiente virtual.
TIC’S
TIC’S
(1)
(2)
CONTEÚDOS
ATIVIDADE
CONJUNTA
4
PROFESSOR
TIC’S
ALUNO
TIC’S
(3)
(3)
Identificam-se na pirâmide uma representação visual a respeito da mediação dividida
em 4 categorias: (1) a relação entre professor/conteúdo/tarefas de ensino; (2) a relação entre
alunos e conteúdo; (3) relação entre professor e alunos e entre alunos; (4) é o esforço conjunto
durante as tarefas realizadas para promover a aprendizagem.
[...] Especialmente em aplicações que medeiam a relação entre os três elementos do
triângulo interativo, seja condicionado e determinar as formas de organização da
atividade conjunta (categoria quatro), já está a moldar um ambiente ou espaço de
ensino e aprendizagem (categoria cinco), o que pode ser esperado, em nossa opinião,
que se manifesta com particular intensidade o potencial das TIC para transformar e
inovar as práticas educativas (Coll, Mauri e Onrubia, 2008a: 21).
A seguir, serão apresentadas as reais contribuições e a possível aplicação simultânea
dos modelos de desenho dos cursos baseados na aprendizagem eletrônica: o Informacional, o
Suplementar, o Essencial, o Colaborativo e o Imersivo inseridos na educação a distância com
enfoque a promover a interação social e o desenvolvimento profissional.
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No Brasil, existem diversos programas, por exemplo, de capacitação de docentes para
atuarem na EaD que contribuem para superar os desafios políticos, econômicos e sociais pelos
quais passa a sociedade como um todo no que tange à sua formação educacional. Reflexos
reais disso é o Instituto Universal Brasileiro (IUB), o qual desde 1941 oferece cursos
profissionalizantes e supletivos, tendo iniciado apenas pelo método de correspondência
impressa, onde o material chegava aos alunos pelo correio, com a finalidade de informar
sobre a área profissional escolhida; a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED)
que vai além da qualificação técnica, ofertando também cursos de pós-graduação, entre tantos
outros. E ambos conectam em suas plataformas virtuais de aprendizagem os modelos
anteriormente estudados, nos quais o aparato tecnológico complementa o aspecto pedagógico
e andragógico.
Outra contribuição que os novos modelos de aprendizado eletrônico trouxeram à
sociedade digital trata da flexibilidade dos cursos oferecidos na rede ao proporcionar um
rápido mecanismo de inscrição para ganhar acesso à formação, uma distribuição eficiente dos
materiais aos alunos e o acompanhamento destes no ambiente virtual de aprendizagem,
atividades centradas nos alunos, motivando a criatividade e o trabalho colaborativo, com o
feedback permanente do professor ou tutor, troca de informação em tempo real e assíncrono,
com a possibilidade de armazenamento do conhecimento partilhado, o rompimento das
fronteiras de comunicação, onde alunos distantes um do outro geograficamente podem
interagir, e com a mediação de um docente dedicado, o desenvolvimento de cidadãos
conscientes, críticos e transformadores da realidade em que vivem.
4. DISCUSSÃO / CONCLUSÃO
Conclui-se que, os modelos de aprendizagem eletrônica possuem semelhanças e
diferenças entre si, mas características bem definidas. No caso do modelo informacional e do
suplementar, o foco são os conteúdos, fixados na rede ou no ambiente virtual de
aprendizagem, sendo assim consumidos por indivíduos que buscam leituras, sem a
necessidade do uso do computador. Já no modelo de aprendizagem eletrônica essencial, focase no indivíduo, exigindo deste certa autonomia para a aquisição do seu aprendizado. E nos
modelos colaborativo e imersivo é o grupo que centraliza o processo de ensino-aprendizagem,
pois ao mesmo tempo em que recebe informações, conteúdos, e interage com estes, também
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os produz. As tecnologias colaborativas favorecem uma forma criativa de aprender, pois o
foco é o grupo ao proporcionar produções e interações entre os agentes desse grupo e destes
com os recursos tecnológicos de informação e comunicação, utilizados para o diálogo entre
todos do grupo. (RIBEIRO e COELHO, 2006).
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPOS, Fernanda Cláudia Alves; SANTORO, Flávia Maria; BORGES, Marcos Roberto
da Silva; SANTOS, Neide. Cooperação e aprendizagem on-line. Rio de Janeiro: DP&A,
2003.
COLL, C.; MAURI, T.; ONRUBIA, J. (2008a). “A Incorporação das TIC’s na Educação: as
práticas de uso do projeto técnico-pedagógico” em Monereo C. e C. Coll (Eds). Psicologia da
educação virtual. Ensino e aprendizagem com as tecnologias da informação e comunicação,
Madri: Morata, PP. 74-103.
Educação
sob
Medida.
Acesso
em:
07
de
jul.
2015.
Disponível
em:
http://www.porvir.org/especiais/personalizacao/
RIBEIRO, Antônio Mendes; COELHO, Maria de Lourdes. O uso das novas tecnologias e as
formas de aprendizagem: análise de uma experiência. 4º Seminário Nacional de Educação a
Distância. Brasília: ABED, 2006.
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