coletanea científica n1 v2

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2016©ITPAC Porto Nacional
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
COLETÂNEA CIENTÍFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta
de Investigação
Publicação
FAPAC – Faculdade Presidente Antônio Carlos
Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Porto Ltda
Coordenação de Trabalho de Conclusão de Curso
Diretoria Geral
Cleber Decarli de Assis
[email protected]
Diretoria Acadêmica
Maria Rosa Arantes Pavel
[email protected]
Medicina
Dr. Cristiano da Silva Granadier
[email protected]
Enfermagem
Karine Kummer Gemelli
[email protected]
Odontologia
Ana Paula Mundim
[email protected]
Coordenação de Laboratórios da Saúde
Carina Scolari Gosch
[email protected]
CoPPEX
Talita Caroline Miranda
[email protected]
Clínica Odontológica
Bruna Mirelly Simões Vieira
[email protected]
Biblioteca
Raquel Modesto
Ludmila Parreiras Pacheco Leite
[email protected] /
[email protected]
Rua 02, Quadra07, S/N, Jardim dos Ipês
CEP: 77500-Porto Nacional - TO
Tel.: (63) 3363-9600 E-mail: www.itpacporto.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca FAPAC – Itpac Porto Nacional
C694
Coletânea Cientifica Presidente Antônio Carlos: utilizando o DATASUS como ferramenta de
investigação. / Josefa Moreira do Nascimento – Rocha et al. Porto Nacional - TO: FAPAC – Itpac Porto
Nacional, 2016.
In
ISBN 978-85-69629-06-1
144-274 p. (v.2)
1. Trabalhos científicos 2. Coletânea 3. DATASUS I. Título
CDD (22ª) 610
Responsável:
Processamento Técnico Biblioteca FAPAC – Itpac Porto Nacional
TERESA RAQUEL FRANCO DA CONCEIÇÃO CRB 2 – 1291
SUMÁRIO
ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS DE HIPERTENSOS CADASTRADOS EM PORTO NACIONAL–TO
....................................................................................................................................................................... 144
Eliane Carvalho de Andrade1, Elson Santos Silva Carvalho2 Cristiano da Silva Granadier²; Danilo Felix
Daud²; Ronyere Olegário de Araujo²; Tania Maria Aires Gomes Rocha²; Thompson de Oliveira Turibio²;
Asterio Souza Magalhães Filho². ............................................................................................................... 144
ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS DA SAÚDE E MORBIDADE DO HOMEM NA ATENÇÃO BÁSICA EM
PORTO NACIONAL-TO (2012-2014) ............................................................................................................ 150
Éder Rodrigues Matos¹; Juarez Dias Rodrigues1; Elson Santos Silva Carvalho2; Arthur Alves Borges de
Carvalho²; Carlline Barroso Vicentine²; Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo²; Ozenilde Alves
Rocha Martins²; Asterio Souza Magalhães Filho². .................................................................................... 150
AVALIAÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO
DE PORTO NACIONAL-TO NOS ANOS DE 2011 A 2013 ........................................................................... 154
Karina Cristina de Sá LimaKleverson Wessel de Oliveira2; Larissa Jacome B Silvestre2; ....................... 154
Obede Rodrigues Ferreira2; Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo²; Ozenilde Alves Rocha
Martins². ..................................................................................................................................................... 154
ESTRATIFICAÇÃO DOS TIPOS DE VIOLÊNCIA NOTIFICADOS PELO SINAN, NO MUNICIPIO DE PORTO
NACIONAL-TO, EM 2014 .............................................................................................................................. 159
Kamilla Chrystina Ferreira Damasceno1, Lívia de Carvalho Farias Borges1, Grazielly Mendes de Sousa2.;
Ana Carolina Camargo Rocha²; Ana Paula Faria Moraes²; Ronyere Olegário de Araujo²; Tania Maria Aires
Gomes Rocha²; Thompson de Oliveira Turibio². ....................................................................................... 159
MAPEAMENTO DOS CASOS DE GESTANTES HIV+ NO CENTRO DE TESTAGEM ACONSELHAMENTO
DE PALMAS TOCANTINS 2007-2011 .......................................................................................................... 166
Márcio Pereira Cavalcante1, Marileide Florêncio Martins2; Raquel da Silva Aires²; Thompson de Oliveira
Turibio²; Viviane Tiemi Kenmoti²; Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo²; Ozenilde Alves Rocha
Martins². ..................................................................................................................................................... 166
PACIENTES ACIDENTADOS POR RAIAS REGISTRADOS NO SINAN DE PORTO NACIONAL – TO ENTRE
2009 E 2013 .................................................................................................................................................. 173
Taynara Alves de Castro; Raquel da Silva Aires; Thompson de Oliveira Turibio²; Anne Caroline Dias Neves².
Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo². ................................................................................ 173
PERFIL DE CASOS DE TUBERCULOSE NA REGIÃO NORTE DO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA
....................................................................................................................................................................... 180
Fernanda Moreno de Castro1, Weverson Sousa Monteiro1, André Moreira Rocha2.; Anne Caroline Dias
Neves²; Vanessa Regina Maciel Uzan²; Nelzir Martins Costa²; Asterio Souza Magalhães Filho². ........... 180
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE ARANEISMO: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
....................................................................................................................................................................... 187
Ronelson Pinto Ciqueira1, Iwilson Oliveira Martins Júnior1, Bruna Mirelly Simões Vieira2; Carina Scolari
Gosch²; Fernanda Silva Magalhaes². ........................................................................................................ 187
PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO BASEADO EM PROTOCOLOS ................................................................ 192
Salvanir Rodrigues da Silva¹; Laura Souza de Castro Santos²; Cintia Ferreira Gonçalves²; Mariana Vargas
Lindemaier e Silva²; Valdir Francisco Odorizzi;² Viviane Tiemi Kenmoti². ................................................ 192
PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO UTERINO PELOS ANTIOXIDANTES NA PROMOÇÃO DA SAÚDE:
Revisão de Literatura ..................................................................................................................................... 200
Andressa Azevedo Silva¹; Carolinny Cruvinel Maia¹; Laura Leão Martins¹; Raymundo do Espirito Santo
Pedreira²; Viviane Tiemi Kenmoti²; Flávio Dias Silva²; Nelzir Martins Costa²; Carlos Eduardo Bezerra do
Amaral Silva². ............................................................................................................................................ 200
MEDICAMENTOS ALIADOS À INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS VISANDO MELHORIAS NA SAÚDE DAS
COMUNIDADES PARKINSONIANAS: Revisão de Literatura ...................................................................... 204
Camilla Macedo Abreu¹; Matheus Andrade Rocha¹; Wanessa Araújo Machado¹; Asterio Souza Magalhães
Filho²; Raymundo do Espirito Santo Pedreira²; Viviane Tiemi Kenmoti; Carlos Eduardo Bezerra do Amaral
Silva².. ........................................................................................................................................................ 204
PRINCIPAIS MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA UTILIZADOS NA PERÍCIA ODONTOLÓGICA . 210
Clara Cíntia Marinho Pires¹; Ana Paula Pedroso Brito²; Cristiano da Silva Granadier²; Danilo Felix
Daud²; Joelcy Pereira Tavares²; Jonas Eraldo de Lima Júnior². ....................................................... 210
RECIDIVAS EM CASOS DE HANSENÍASE: REVISÃO DE LITERATURA ................................................. 216
Ana Paula Rodrigues Parente, Kleverson Wessel Oliveira²; Fernanda Silva Magalhaes²; Flavio Dias Silva²;
Tania Maria Aires Gomes Rocha²; Mribel Fernàndez Fernàndez². .......................................................... 217
RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE CONSULTAS DE PRÉ-NATAL E QUANTIDADE DE EXAMES
REALIZADOS POR GESTANTES ................................................................................................................ 225
Marco Aurélio Leão Beltrami¹, Túlio César de Oliveira Júnio¹r, Natália Beltrami¹, Adriana Mendes Barros¹,
Bruna Araújo de Morais Borba¹, Thompson de Oliveira Turíbio²; Carlos Eduardo Bezerra do Amaral Silva².
................................................................................................................................................................... 225
REPERCUSSÕES DO USO DE DROGAS ILÍCITAS NO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL: Revisão de
Literatura ........................................................................................................................................................ 229
Larissa Rodrigues Vieira¹; Patrícia Magalhães Vieira¹; Nathália Frederico Giuvannucci¹; Hanna Paula
Carolayne Ferreira Pereira¹; Nelzir Martins Costa²; Albeliggia Barroso Vicentine²; Ana Carolina Camargo
Rocha². ...................................................................................................................................................... 229
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA SEXUALIDADE DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO, NA VISÃO DO
CUIDADOR .................................................................................................................................................... 234
Jairo Ribeiro Luz1 Tania Maria Aires Gomes Rocha2; Ana Carolina Camargo Rocha²; Ana Paula Faria
Moraes²; Valdir Francisco Odorizzi²; Asterio Souza Magalhães Filho²; Carlos Eduardo Bezerra do Amaral
Silva². ......................................................................................................................................................... 235
REVISÃO SISTEMÁTICA DO ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE GESTANTES
BRASILEIRAS ............................................................................................................................................... 241
Maria Izabel Saturnino dos Santos Lúcio, Fabiano Rodrigues de Souza²; Valdir Francisco Odorizzi²; Tania
Maria Aires Gomes Rocha²; Viviane Tiemi Kenmoti²; Jonas Eraldo de Lima Júnior². .............................. 241
SATISFAÇÃO DOS ENFERMEIROS QUANTO AOS ASPECTOS PROFISSIONAIS................................. 247
Luana Lima de Oliveira¹, Mylla Fabiele Ferreira Sousa¹, Renata Alves Bandeira²; Ana Carolina Camargo
Rocha²; Ana Paula Faria Moraes²; Ronyere Olegário de Araujo² ............................................................. 247
SAÚDE NA CULTURA KARAJÁ ................................................................................................................... 253
Patrícia de Souza e Sousa¹; Adriano Castorino²; Valdir Francisco Odorizzi²; Flavio Dias Silva²; Obede
Rodrigues Ferreira²; Asterio Souza Magalhães Filho² .............................................................................. 253
SEDAÇÃO CONSCIENTE COM ÓXIDO NITROSO PARA TRATAMENTO ODONTOPEDIÁTRICO: REVISÃO
DE LITERATURA .......................................................................................................................................... 260
Izabella Ferreira Neves¹; Mariana Vargas Lindemaier e Silva²; Cristiano da Silva Granadier²; Danilo Felix
Daud²; Flavio Dias Silva²; Ozenilde Alves Rocha Martins². ...................................................................... 260
TEMPO DE EFEITO DA TOXINA BOTULÍNICA EM PACIENTES MEDICADOS COM SUBSTÂNCIA A BASE
DE ZINCO- Revisão de Literatura ................................................................................................................. 266
Luara Gomes Valadares¹; Rafael Vinicius da Rocha²; Eduardo Fernandes Marquez²; Victor Cláudio de
Oliveira Alves²; Ronyere Olegário de Araujo²; Talita Rocha Cardoso²; Obede Rodrigues Ferreira². ....... 266
ABSTRACT: Introduction - Systemic arterial hypertension is one of the most important preventable
causes of premature death, according to the World Health Organization. Objective - Analysis of
patients with systemic arterial hypertension in Porto Nacional city, Tocantins state, using the suitable
information system called DATASUS as methods of data collection. Methods - This is a descriptive
research of retrospective epidemiologic review, whose methodological trajectory to be obtained is
based on public secondary data provided by the Ministry of Health through its information platform
called DATASUS. Results - prevailed, in June 2012, the lowest rate registered, out of (n = 4,126)
with only 67.94% of monitoring. On the other hand, in July 2012, prevailed the highest rate of patients
registered in this year: (n = 4377) and 81.59% received monitoring. By April 2013 (n = 4,382)
hypertension cases were registered, but there was a lower monitoring rate of only 47.24%. And in
2014 there was an increase in February corresponding to (n = 4,672) patients registered with 81.61%
monitored. Conclusion - This study conducted in the city matched the expectations of this article,
considering the importance of registration and monitoring of hypertensive cases in order to carry out
effective monitoring, minimizing users' health hazards.
Key-words: Nursing. Hypertension. Information System.
1 INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerado pela maioria dos autores de suma
importância para o desenvolvimento de inúmeras patologias. A HAS tem sido considerada problema
de saúde pública de etiologia multifatorial, descrita como um dos maiores fatores de risco
prevalentes para desenvolvimento de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares (ULBRICH et
al. 2012).
O perfil epidemiológico brasileiro vem se modificando desde os anos 1950 e, neste cenário
complexo, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) atualmente assumem papel de
destaque entre as principais causas de morbimortalidade (MARINHO et al. 2011). A HAS é uma das
mais importantes causas evitáveis de morte prematura. Segundo a Organização Mundial da Saúde
144
v. 02
RESUMO: Introdução - A hipertensão arterial sistêmica é uma das mais importantes causas
evitáveis de morte prematura Segundo a Organização Mundial de Saúde. Objetivo - Analisar
pacientes com hipertensão arterial sistêmica no município de Porto Nacional Tocantins utilizando
como métodos de obtenção dos dados o próprio sistema de informações o DATASUS. Métodos Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo de revisão epidemiológica retrospectiva, cuja a
trajetória metodológica a ser colhida apoia-se nos dados secundários públicos disponibilizados pelo
Ministério da Saúde na plataforma do DATASUS. Resultados - prevaleceu em junho de 2012 o
menor índice de cadastrado obteve 4.126 com apenas (67,94%) de acompanhamento. Já o mês
que prevaleceu um maior índice de pacientes cadastrados foi em julho com 4.377 e acompanhados
(81,59%). Em abril de 2013 foram 4.382 cadastros, porém observou-se um menor índice de
acompanhamento com apenas (47,24%). Sendo que em 2014 houve o aumento no mês de fevereiro
correspondendo ao cadastramento de 4.672 com (81,61%) de acompanhados. Conclusão - O
presente estudo realizado no município atendeu as expectativas deste artigo, considerando a
importância do cadastramento e acompanhamento de hipertensos para assim realizar o tratamento
de forma eficaz, minimizando agravos à saúde dos usuários.
Palavras-chave: Enfermagem. Hipertensão Arterial Sistêmica. Sistema de Informação.
n. 01
Eliane Carvalho de Andrade1, Elson Santos Silva Carvalho2 Cristiano da Silva Granadier²; Danilo Felix
Daud²; Ronyere Olegário de Araujo²; Tania Maria Aires Gomes Rocha²; Thompson de Oliveira Turibio²;
Asterio Souza Magalhães Filho².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
ANALYSIS OF SECONDARY DATA ON HYPERTENSION CASES REGISTERED IN PORTO
NACIONAL-TO
ISBN 978-85-69629-06-1
Prefixo Editorial: 69629
ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS DE HIPERTENSOS CADASTRADOS EM PORTO
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Prefixo Editorial: 69629
ISBN 978-85-69629-06-1
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
(OMS), existem cerca de 800 milhões de pessoas com pressão arterial elevada em todo o mundo,
causando mais de 7 milhões de mortes por ano (MOREIRA et al. 2013).
Porém, o controle da doença ainda é muito baixo, apesar da comprovação de medidas
efetivas do tratamento medicamentoso e não medicamentoso (FREITAS et al. 2012; SILVA et al.
2012). Mundialmente, estima-se que a exposição a fatores de risco cardiovascular levara a 36
milhões de mortes prematuras até o ano de 2015, com especial atenção aos países em
desenvolvimento, que, ao contrário dos desenvolvidos, tem sua população contraindo doenças,
cada vez mais jovem, frequentemente com complicações e mortes precoces (GOMES et al. 2012).
No Brasil, os desafios do controle e prevenção da HAS e suas complicações são, sobretudo,
das equipes de Atenção Básica. As equipes são multiprofissionais, cujo processo de trabalho
pressupõe vínculo com a comunidade e a clientela descrita, levando em conta a diversidade racial,
cultural, religiosa e os fatores sociais envolvidos. Nesse contexto, o Ministério da Saúde preconiza
que sejam trabalhadas as modificações de estilo de vida, fundamentais no processo terapêutico e
na prevenção da hipertensão. A alimentação adequada, sobretudo quanto ao consumo de sal e ao
controle do peso, a prática de atividade física, o abandono do tabagismo e a redução do uso
excessivo de álcool são fatores que precisam ser adequadamente abordados e controlados, sem
os quais os níveis desejados da pressão arterial poderão não ser atingidos, mesmo com doses
progressivas de medicamentos (BRASIL, 2013).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a prevalência nacional de
hipertensão arterial sistêmica na população adulta varia de 22,3% a 43,9% (PINTO et al. 2011).
Embora a maior parte dos diagnósticos de hipertensão arterial sistêmica seja firmada em pacientes
com idade avançada, existem evidências de que a doença tem seu início na infância ou na
adolescência (PINTO et al. 2011).
De modo geral, o tratamento de qualquer doença crônica não transmissível representa
profundo desafio para clientes e profissionais de saúde, sobretudo porque o desaparecimento de
sintomas, logo no seu início, induz a pessoa adoecida a acreditar que a doença foi curada. Esta
atitude é observada em portadores de hipertensão arterial, os quais suspendem o tratamento diante
do desaparecimento dos sintomas, o que traz sérios prejuízos em decorrência deste
comportamento. Isso pode ser apontado como um dos motivos a levar à necessidade de
atendimento em serviços de urgência pela ocorrência do aumento da pressão arterial, podendo
desencadear sequelas transitórias ou permanentes, ou mesmo causar a morte da pessoa
acometida por tal agravo (GUEDES et al. 2011).
Para alcançar tais objetivos foi criado o Departamento de Informática do Sistema Único de
Saúde (SUS) - DATASUS. A partir de 2011 o DATASUS passa a integrar a Secretaria de Gestão
Estratégica e Participativa, conforme Decreto Nº 7.530 de 21 de julho de 2011 que trata da Estrutura
Regimental do Ministério da Saúde (BRASIL, 2015).
Uma política pública eficaz se cria conhecendo-se a epidemiologia que envolve determinada
enfermidade. No Brasil, os dados do SUS são organizados pelo DATASUS, o qual possibilita
informação ampla e acesso livre (OLIVEIRA et al. 2011).
O Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (SisHiperdia)
é o mais recente sistema de monitoramento de programas instituído pelo Ministério da Saúde.
Implantado em 2002, como parte do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e
Diabetes Mellitus (PRAHADM), é uma plataforma que permite cadastrar e acompanhar portadores
de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus, captados e vinculados às unidades de saúde ou
equipes da Atenção Básica do SUS, gerando informações para profissionais e gestores de
secretarias municipais e estaduais e Ministério da Saúde (CORREIA et al. 2014). As informações
produzidas pelo SisHiperdia constituem ferramenta de apoio para auxiliar a gestão e a gerência das
ações de assistência e vigilância à saúde com vistas ao controle da hipertensão arterial (ZILLMER
et al. 2010).
3 RESULTADOS
A amostra é constituída por pacientes portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica que são
cadastrados e acompanhados pelas Unidades Básicas de Saúde do município, no período de março
de 2012 a março de 2014. Os dados estão apresentados em forma de tabelas, segue abaixo análise
das mesmas.
A tabela 1 apresenta a relação entre os pacientes cadastrados e acompanhados no ano de
2012. Nesse sentido, prevaleceu o mês de março com pacientes cadastrados (n=4.047),
correspondendo a 90,68% da relação dos acompanhados. O mês de abril apresentou cadastrado
(n=4.191) com 87,19% acompanhados. Em maio os cadastros corresponderam a (n=4.183), sendo
acompanhados 83,79%, e no mês de junho houve o menor índice na relação entre cadastrados
obteve (n=4.126) e acompanhados com apenas 67,94%. O mês que prevaleceu um maior índice
de pacientes cadastrados foi em julho com (n=4.377) com proporção de acompanhados 81,59%.
No mês de agosto e setembro foram cadastrados (n=4.339) com o acompanhamento de 82,63%.
Já o mês de outubro o número de cadastrados foram (n=4.292) e acompanhados cerca de 78,15%.
Novembro registra (n=4.345) cadastrados, numa relação de 79,63% de acompanhamento. E em
dezembro a relação foi de, respectivamente (n=4.314) cadastrados para 76,36% de
acompanhamento.
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n. 01
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo de revisão epidemiológica retrospectiva, cuja
trajetória metodológica a ser colhida apoia-se nos dados secundários públicos disponibilizados pelo
Ministério da Saúde, na plataforma do DATASUS.
Para o levantamento das informações, foi consultado o banco de dados de Atenção Básica
(SIAB), no qual é feito o registro do acompanhamento dos casos de HAS. Incluiu-se no estudo os
casos das Unidades Básicas de Saúde do município de Porto Nacional (TO) registrados entre os
anos de 2012 a março de 2014.
As variáveis estudadas, disponibilizadas via sistema, foi o recorte do município (Porto
Nacional), com os números absolutos de cadastro e acompanhamento (sem restrição a idade e
gênero).
Os dados foram reordenados e sistematizados em visualizadores estatísticos, como tabelas,
sem alteração metodológica do sistema de registro de informações e foram confrontados com
artigos de periódicos nacionais publicados entre 2009 e março de 2015, que relatam sobre
enfermagem, hipertensão arterial, sistêmica e HIPERDIA e SIAB/DATASUS.
Após o levantamento bibliográfico, realizou-se a leitura exploratória do material encontrado.
Com essa leitura, pôde-se obter uma visão ampla do material, considerando-o de interesse ou não
à pesquisa. Em seguida, efetuou-se a leitura seletiva, a qual permitiu determinar qual material
bibliográfico que se enquadre no perfil do estudo.
Os aspectos éticos e direitos autorais foram respeitados.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Desta maneira, no cuidado dos pacientes com HAS o enfermeiro é o profissional responsável
em acompanhá-lo diariamente, dando sua contribuição nas orientações, por meio de incentivos,
acolhimento, escuta qualificada e utilizando seus recursos disponíveis para incrementar e melhorar
a assistência prestada a essa clientela.
O objetivo do presente estudo foi realizar análise de pacientes com HAS no município de
Porto Nacional Tocantins utilizando como métodos de obtenção dos dados o próprio sistema de
informações o DATASUS, realizando uma revisão sistemática de literatura, buscando, assim,
informações mais atualizadas sobre o assunto exposto. A hipótese é que a quantidade de pacientes
acompanhados tem aumentado, em proporção direta ao número de cadastro no município de Porto
Nacional – TO.
TABELA 2 – Relação entre pacientes hipertensos cadastrados e acompanhados no DATASUS no ano de
2013.
HIPERTENSOS
HIPERTENSOS
RELAÇÃO
DE
MÊS / ANO CADASTRADOS
NO ACOMPANHADOS
NO ACOMPANHADOS
/
DATASUS
DATASUS
CADASTRADOS ( % )
4351
3725
85,61
jan/13
4321
3782
87,53
fev/13
4363
3830
87,78
mar/13
4382
2070
47,24
abr/13
4435
3504
79,01
mai/13
4451
3504
78,72
jun/13
4468
3015
67,48
jul/13
4523
3764
83,22
ago/13
4538
3603
78,4
set/13
4448
3592
80,76
out/13
4451
3637
81,71
nov/13
4534
3546
78,21
dez/13
A tabela 3 apresenta indicadores dos três primeiros meses do ano de 2014, onde em janeiro
o número de pacientes cadastrados (n=4.571) com o acompanhamento de 80,14%, sendo que
houve o aumento no mês de fevereiro correspondendo ao cadastramento de (n=4.672) com 81,61%
de acompanhados. Em março cadastros realizados foram de (n=4.622) e que destes 81,11% foram
realizados o acompanhamento.
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n. 01
A tabela 2 corresponde ao ano de 2013 e demonstra que no mês de janeiro cadastrado
apontou (n=4.351), no qual foram acompanhados 85,61%. No mês de fevereiro observa-se o menor
número de cadastros realizados no ano com (n=4.321), sendo que destes foram acompanhados
87,53%. Março apresenta-se cadastrados (n=4.363) com o total de 87,78% de acompanhamento.
Já em abril (n=4.382) cadastros, porém observou-se um menor índice de acompanhamento com
apenas 47,24%. Em maio houve (n=4.435) cadastros, sendo que destes 79,01 foram
acompanhados. Junho aponta o número de cadastramento (n=4.451) totalizando 78,72 de
acompanhados, sendo que em julho acompanhados foram (n=4.468) com o acompanhamento de
67,48% destes. Agosto aponta (n=4.523) cadastros sendo acompanhados 83,22%. Já o mês que
apontou o maior número de cadastros realizados equivalendo a (n=4.538) foi setembro com o
acompanhamento de 78,4%. Sendo que em outubro o número de cadastros foi de (n=4.448)
realizando 80,76% de acompanhados, já novembro mostra que cadastrados foram (n=4.451) e que
81,71% destes foram acompanhados. Em dezembro podemos observar (n=4.534) cadastrados e
acompanhados 78,21%.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
TABELA 1 – Relação entre pacientes hipertensos cadastrados e acompanhados no DATASUS no ano de
2012.
HIPERTENSOS
HIPERTENSOS
MÊS/AN
RELAÇÃO DE ACOMPANHADOS
CADASTRADOS
NO ACOMPANHADOS NO
O
/ CADASTRADOS ( % )
DATASUS
DATASUS
jan/12
0
0
0
fev/12
0
0
0
mar/12
4047
3670
90,68
abr/12
4191
3654
87,19
mai/12
4183
3505
83,79
jun/12
4126
2803
67,94
jul/12
4377
3571
81,59
ago/12
4339
3585
82,62
set/12
4339
3585
82,62
out/12
4292
3354
78,15
nov/12
4345
3460
79,63
dez/12
4314
3294
76,36
NO
RELAÇÃO
ACOMPANHADOS
CADASTRADOS ( % )
80,14
81,61
81,11
DE
/
4 DISCUSSÃO
Na avaliação dos pacientes hipertensos que estão cadastrados e que realizaram o
acompanhamento pelo DATASUS no ano de 2012, observou-se que no mês de junho houve o
menor índice de cadastrados com apenas 4.126, onde destes 67,94% realizaram o
acompanhamento. Estudos realizados apontam que a adesão ao tratamento reflete, ao menos em
parte, o modo como as pessoas compreendem e assumem o cuidado com sua saúde, determinada
por sua percepção e susceptibilidade à doença e a gravidade do problema. Pode estar relacionada
também com as características dos usuários, desde o seu comportamento em termos de tomar o
medicamento, comparecer nas consultas médicas, realizar mudanças no estilo de vida. Nesse
sentido, contém um forte componente relacional manifesto nos processos interativos entre pessoas
que necessitam de cuidado e o serviço de saúde que deve prestá-lo (RODRIGUES et al. 2012).
Quanto ao mês em que há o maior índice de pacientes cadastrados prevaleceu julho com
4.377, com equivalente de 81,59% acompanhados. Através de outros estudos, entende-se a
importância dos profissionais das Estratégia Saúde Família realizar busca ativa dos indivíduos que
abandonaram o Hiperdia e identificar os elementos dificultadores, buscando a reinserção dos
mesmos ao programa (CONTIERO et al. 2009). Com isso, o cadastramento dos habitantes
pertencentes as unidades de saúde podem ser utilizado como um indicador de situação de vida da
comunidade. Com a coleta de dados pessoais e familiares o cadastro torna-se capaz de identificar
subáreas de população expostas as piores condições de vida. Permite desse modo, um
planejamento de ações em saúde, seja na unidade de saúde ou na comunidade (RODRIGUES et
al. 2012).
A tabela 2 aponta que no ano de 2013 o mês de fevereiro obteve o menor número de
cadastros realizados no ano com 4.321 sendo que destes foram acompanhados 87,53%. Pesquisas
mostram que as políticas públicas devam contemplar a todos, atenção especial deve ser voltada
para os subgrupos mais vulneráveis, tanto para as ações de prevenção, de controle da hipertensão,
assim como para as de promoção à saúde (CASTRO et al. 2012).
Embora o mês de abril tenha apresentado 4.382 cadastros, é notória a indicação de um
menor índice de acompanhamento com apenas 47,24%. Estudos enfatizam a importância da
fidelidade no preenchimento de informações no cadastro de pacientes, para que através do
conhecimento destas, sejam elas utilizadas para planos de educação, promoção, prevenção e
recuperação de saúde. Ressaltamos a necessidade de melhorar a captação de pacientes
(OLIVEIRA et al. 2011).
A tabela 3 aponta o aumento do número de cadastros feitos no mês de fevereiro
correspondendo a 4.672 com 81,61% de acompanhados. Pesquisas afirmam que resta desenvolver
mecanismos de busca e abordagem ativa sobre os pacientes que se ausentaram do atendimento.
O papel dos profissionais de saúde em âmbito político mais amplo é crucial, lutando pelo
desenvolvimento de políticas de saúde que facilitem e motivem o acesso do paciente aos serviços
de saúde (GOMES et al. 2010).
A prática de modelos assistenciais mais coerentes como os princípios da universalidade,
equidade e integralidade da atenção deve permear o trabalho na Saúde da Família. Nesse sentido,
148
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HIPERTENSOS
ACOMPANHADOS
DATASUS
3663
3813
3749
ISBN 978-85-69629-06-1
NO
v. 02
jan/14
fev/14
mar/14
HIPERTENSOS
CADASTRADOS
DATASUS
4571
4672
4622
n. 01
MÊS / ANO
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
TABELA 3 - Relação entre pacientes hipertensos cadastrados e acompanhados no DATASUS de janeiro a
março de 2014.
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149
Prefixo Editorial: 69629
ISBN 978-85-69629-06-1
v. 02
n. 01
5 CONCLUSÃO
Esta pesquisa conclui-se que a análise de dados secundários, sua sistematização e
interpretação é fundamental na elaboração de estratégias de ação em saúde. Em relação à
quantidade de pacientes com hipertensão arterial cadastrados no DATASUS e os que realizam o
acompanhamento, é possível inferir o crescimento de uma rede de atendimento, suas dificuldades
e o efeito de ações coletivas de educação e promoção. Além disso, são de suma importância para
os profissionais de saúde, de forma que, por meio deles, prestem uma assistência de saúde
qualificada, realizando não apensas o cadastro, mas sim o acompanhamento adequado e digno, de
forma eficaz e humanizada, podendo assim evitar possíveis agravos aos usuários. Por isso, a
importância de campanhas, aumento de recursos e treinamento da equipe por parte do governo,
como também a conscientização desses profissionais em realizar a o preenchimento correto dos
dados e informa-los corretamente e no tempo estimado.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
destaca-se a necessidade de fortalecer a implementação de ações estruturais voltadas para a
capacitação dos profissionais com vistas ao atendimento qualificado das pessoas hipertensas e/ou
diabéticas, de modo a estabelecer o vínculo desejável com a população descrita sob sua
responsabilidade sanitária. Tais ações devem envolver, sobretudo, o enfermeiro, que tem
demonstrado um profundo interesse e importante participação no monitoramento e avaliação destes
usuários, além de assegurar e ampliar o espaço de atuação deste profissional na Atenção Básica
(FILHA et al. 2012).
Uma rede integrada pressupõe uma porta de entrada preferencial que organize o acesso. É
a partir dos serviços de atenção básica em Saúde da Família que se estrutura o atendimento e o
acesso aos serviços especializados com efetivação de uma porta de entrada preferencial em
serviços de Atenção Primária a Saúde resolutivos. A integração da rede de serviços na perspectiva
da Atenção Primária em Saúde (APS) envolve a existência de um serviço de procura regular, a
constituição dos serviços de APS como porta de entrada preferencial, a garantia de acesso aos
diversos níveis de atenção por meio de estratégias que associem as ações e serviços necessários
para resolver necessidades menos frequentes e mais complexas com mecanismos formalizados de
referência e a coordenação das ações pela equipe de APS, garantindo o cuidado contínuo
(GIOVANELLA et al. 2012).
ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS DA SAÚDE E MORBIDADE DO HOMEM NA ATENÇÃO
BÁSICA EM PORTO NACIONAL-TO (2012-2014)
SECONDARY DATA ANALYSIS OF MALE HEALTH AND MORBIDITY IN PRIMARY CARE AT
PORTO NACIONAL, BRAZIL (2012-2014)
Éder Rodrigues Matos¹; Juarez Dias Rodrigues1; Elson Santos Silva Carvalho2; Arthur Alves Borges de
Carvalho²; Carlline Barroso Vicentine²; Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo²; Ozenilde Alves
Rocha Martins²; Asterio Souza Magalhães Filho².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - A população masculina possui uma restrição quanto a procura aos
serviços, devido muitas vezes a fatores culturais, pois o homem é o provedor da casa e o mesmo
não tem tempo para se preocupar-se com sua saúde. Objetivo - Analisar se a população masculina
do município tem buscado os serviços de saúde precocemente reduzindo assim o índice de
internações. Métodos - Trata se de pesquisa com abordagem predominantemente quantitativa, de
caráter descritivo. Essa tipologia de estudo prioriza o que pode ser medido, exigindo descrição
rigorosa das informações obtidas, possui como objetivo quantificar dados e generalizar os
resultados da amostra para uma determinada população-alvo. Resultados - A análise conclui que
devido à procura tardia aos serviços e ações de saúde há um maior índice de internações, devido
às complicações e gravidade da patologia já instalada. Conclusão - Os homens do município de
Porto Nacional resistem à procura precoce os serviços de saúde, e quando a fazem, a patologia
instalada já está agravada, aumentado assim, o índice de internações.
Palavras-chave: Atenção Primária. Datasus. Saúde do Homem.
ABSTRACT: Introduction - The male population has a constraint as demand services, often due
to cultural factors, for man and the provider of the house and it has no time to worry about it.
Objective - To analyze the male population of the municipality has sought health services earlier
thereby reducing the hospitalization rate. Methods - This research is predominantly quantitative
approach, descriptive character. This study emphasizes the type that can be measured, requiring
accurate description of the information obtained, has the objective of quantifying data and generalize
the sample results for a given target population. Results - The analysis concludes that due to the
late demand for health services and actions leads to a higher rate of hospitalization, complications
and severity of already installed pathology. Conclusion - The man of the Porto Nacional city in early
resist looking to health services, and when they seek is already installed pathology worsened,
thereby increasing the hospitalization rate.
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n. 01
v. 02
ISBN 978-85-69629-06-1
Prefixo Editorial: 69629
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2 METODOLOGIA
Trata se de revisão sistemática de literatura com abordagem predominantemente
quantitativa, de caráter descritivo, com a utilização de dados públicos disponíveis no DataSUS. Essa
tipologia de estudo concentra-se no que pode ser medido, exigindo descrição rigorosa das
informações obtidas, possui como objetivo quantificar dados e generalizar os resultados da amostra
para uma determinada população-alvo (OLIVEIRA, 2013).
A pesquisa de caráter descritivo descreve características de uma determinada população ou
fenômeno, ou estabelece relações entre variáveis por meio da adoção de técnicas padronizadas
para coleta de dados como questionários e a observação sistemática, são muito comuns,
geralmente assume a forma de um levantamento de dados ou ainda de pesquisa bibliográfica e
documental (OLIVEIRA, 2013).
Foram coletados os dados dos atendimentos usando como critérios de inclusão o
atendimento aos indivíduos do sexo masculino com idade entre 25 e 59 anos por meio das
estatísticas de atendimento no município de Porto Nacional realizado entre 2012 e 2014 que
estejam dentro da faixa etária alvo da PNAISH (25 a 59 anos). A amostra (homens com idade entre
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n. 01
1 INTRODUÇÃO
As diferenças em saúde entre homens e mulheres têm sido elemento de grande
interesse científico. Isso é representado por estudos que analisam diferenciais de morbidade e
utilização dos serviços de saúde. A constatação que no Brasil as mulheres vivem mais que os
homens e frequentam mais os serviços de saúde são produtos dessas investigações estatísticas
(AQUINO, 2006).
No âmbito da sociedade a definição do que é ser homem parte de dois conceitos, o que
considera a anatomia e a fisiologia expressando o “sexo” e por outro lado o conceito de “gênero”,
surgido nos anos de 70 do século passado dentro das Ciências Sociais e expressa o resultado da
construção social do homem tendo como base o sexo ao qual são acrescidas as características
culturais (MELO et al. 2008).
Durante a vida o fato de ser homem ou mulher determina riscos diferenciados, algumas
vezes tendo o fator biológico “sexo” um peso maior e, em outras, predominando a questão
socioeconômica e cultural. No decorrer da vida, ocorrem interações com fatores sociais e culturais,
levando a uma diminuição proporcional do papel do sexo (diferença biológica) em relação à
categoria mais ampla do gênero (MELO et al. 2008).
Ao reconhecer a importância do gênero como essencial na situação de saúde, criou-se a
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Homens (PNAISH) alinhada a Política
Nacional de Atenção Básica – PNAB (BRASIL, 2012). O modelo do Sistema Único de Saúde
(SUS) tem a Atenção Básica como porta de entrada ao sistema público de saúde baseada
na integralidade e no acesso universal (BRASIL, 2012).
A PNAISH é uma forma de organizar os sistemas locais de saúde e os tipos de gestão, de
maneira que se alcance o aumento da expectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade dos homens (ANDRADE et al. 2013).
Uma questão a ser debatida para que essa política tenha sucesso é a questão do
reconhecimento das necessidades da saúde do homem, porém, tais necessidades só
podem ser percebidas através da análise da procura de cuidados por estes usuários, o que
deve ser um aspecto importante para a organização das ações de saúde (KEIJER, 2003).
O objetivo principal deste trabalho foi analisar, com base nas estatísticas de atendimento,
no município de Porto Nacional, pela sistematização de dados de atendimentos entre 2012
a 2014 a relação entre patologias típicas da população masculina adulta, os índices de
internação e morbidade.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Key-words: Primary Care. Datasus. Male Health.
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n. 01
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As doenças respiratórias constituem importante causa de morte em adultos e crianças
no mundo. A carga das doenças respiratórias crônicas em 2005 correspondia a 4% da carga total
de doenças no mundo. E tais agravos também ocupam posição de destaque entre as principais
causas de internação no Sistema Único de Saúde, em todas as faixas etárias e sexo (TOYOSHINA
et al. 2005).
O gráfico II demonstra uma oscilação na quantidade de homens acometidos por
doenças respiratórias, onde em 2012 teve 27 (0,11%) de casos, em 2013 o número de casos
aumentou para 34 (0,13%) e em 2014 caiu para 22(0,08%) casos. Aspectos relevantes para essa
constatação por estarem relacionadas a características e estilo de vida, diferentes em regiões
quentes e frias do Brasil, escolaridade e a renda, apresentaram expressiva relação com os sintomas
respiratórios. Quanto menor o nível educacional e o nível rendimentos dos indivíduos, maior será a
probabilidade de problemas respiratórios (BERNAT et al. 2009) que podem interferir decisivamente
neste índice de internação.
No gráfico II é observável uma queda significativa no índice de homens acometidos por
doenças e transtornos mentais. De 5 (0,02%) casos em 2012 caíram para 4 (0,016%) casos em
2013 e continuou a tendência em 2014, com 2(0,008%) casos. Como exemplo de transtorno mental
prevalente, reconhece-se o transtorno bipolar, que é influenciado por fatores determinados como
os demográficos (sexo, etnia), relacionados ao nascimento (complicações na gestação ou no parto,
estação do ano no nascimento, local de nascimento – urbano/rural, ordem de nascimento),
antecedentes pessoais, fatores sociais (padrão socioeconômico, eventos de vida estressantes),
antecedentes familiares (disfunção familiar, perda parental), história médica pregressa (epilepsia,
trauma cranio-encefálico), condição socioeconômica desfavorável, como desemprego ou baixa
renda, e estado civil. Importante salientar que mulheres também apresentam risco aumentado nos
três primeiros meses do pós-parto de modo consistente (MICHELON e VALLADA, 2005).
A figura 1 mostra a população masculinaFIGURA 1 – População masculina e feminina de
Porto Nacional.
(24.513) e feminina (24.616) residente no município
de Porto Nacional, onde podemos concluir que a
população feminina é pouco superior a população
masculina.
A figura 2 mostra uma mudança
significativa na quantidade de homens acometidos
por doenças no aparelho circulatório, tais como
Infarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial.
Essas mudanças podem ser explicadas como um
reflexo da atenção integral a pessoas que vivem com
doenças crônicas não infecciosas, principalmente
doenças circulatórias, que representam a principal
causa de morte e incapacidade física no mundoFonte: DATA/SUS.
(OPAS, 2003). O enfrentamento desse grupo de
patologias está diretamente relacionado à melhoria no acesso a serviços de saúde. Em especial,
as ESF podem reduzir este índice de internações e consequentemente o risco de morte (MANSUR
et al. 1998).
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
25 e 59 anos) é global, com recorte temporal janeiro de 2012, 2013 e 2014, pela autodeclaração do
gênero masculino, nas respectivas unidades de saúde, considerando nossas variáveis; idade,
atendimento ao portador de neoplasia, atendimento por doença do aparelho circulatório,
atendimento por doenças do aparelho digestivo, atendimento a portador de doença mental e
atendimento por doenças do aparelho respiratório.
4 CONCLUSÃO
Concluímos por meio das estatísticas, dados secundários disponibilizados e sistematizados,
que a população masculina adulta do município de Porto Nacional oscilou muito na busca aos
serviços de saúde. O número de internações pode estar relacionado com a deficiência no acesso
desses homens aos serviços primários de saúde, e que muitas vezes demoram a procurar esses
serviços, alegando suas responsabilidades como os provedores de casa e que não tem tempo para
o tratamento indicado, optando pela automedicação. Ao procurarem tratamento, provavelmente
acometido de complicações nos sintomas, a patologia instalada já está avançada e acarretando um
aumento no índice de internação. Ao perceberem a necessidade da procura precoce aos serviços
de saúde, onde a patologia é tratada rapidamente, diminui-se assim, o índice de internações.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
O câncer é um grande problema de saúde pública em países desenvolvidos e em
desenvolvimento, ele é responsável por mais de seis milhões de óbitos por ano, cerca de 12% de
todas as causas de morte no mundo (GUERRA et al. 2005). O gráfico II mostra mudança
significativa na quantidade de homens acometidos pelo câncer de próstata nesse período, como a
aumento do acometimento desse tipo de câncer. De 1 (0,004%) caso em janeiro de 2012 para 5
(0,02%) em janeiro de 2014. Isto pode ser explicado pelo perfil da distribuição epidemiológica do
câncer no Brasil, envolvendo um aumento entre os tipos de câncer normalmente associados a alto
status sócio-econômicos, como por exemplo, o câncer de próstata, reto e pela presença de tumores
que na maioria das vezes são
FIGURA 2 - Evolução quantitativa em patologias de acompanhamento
associados com a pobreza, que
prioritário no PNAISH
são o câncer de reto, câncer no
pênis, estômago e cavidade oral
(GUERRA et al. 2005).
Evidencia-se, no índice de
homens acometidos por doenças
no
sistema
digestório
por
patologias, como gastrite e úlcera
péptica e que tais patologias
podem ser influenciada pelo
estresse agudo que altera as
funções gastrointestinais, através
do sistema nervoso autônomo
inibindo a inibição da atividade
vagal, diminuição de motilidade
levando ao aparecimento daFonte: DATA/SUS.
síndrome do cólon irritável, que é uma doença funcional caracterizada por cólicas (TSIGOS et al.
2016).
Os indicadores que tratam sobre doenças respiratórias conduzem à constatação de que
essa diminuição nos casos de internação é influenciada pela comportamento inverso ao
imediatamente descrito: a procura precoce aos serviços de saúde. Trata-se de um direito de todos,
assegurado pela regulamentação do PNAISH, e demonstra a importância de que os esforços, na
adesão das redes de atenção primária, adaptem-se às particularidades culturais desse gênero. Em
Porto Nacional, no período analisado, o movimento decrescente pode indicar uma aproximação dos
objetivos das políticas específicas ao grupo.
AVALIAÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL
NO MUNICÍPIO DE PORTO NACIONAL-TO NOS ANOS DE 2011 A 2013
EVALUATION OF SIGNS AND SYMPTOMS IN PATIENTS WITH VISCERAL LEISHMANIASIS
IN THE CITY OF PORTO NACIONAL-TO THROUGH THE RESEARCH DATA SHEETS FROM
2011 TO 2013
Karina Cristina de Sá Lima1; Kleverson Wessel de Oliveira2; Larissa Jacome B Silvestre2;
Obede Rodrigues Ferreira2; Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo²; Ozenilde Alves Rocha
Martins².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - A leishmaniose visceral-LV poderá apresentar de duas formas; a
tegumentar e a visceral (calazar). Sendo que a forma clinica da LV apresentam os sinais e sintomas
semelhantes a outras doenças tais como: malária, esquistossomose, chagas, linfoma, leucemia. O
diagnóstico clínico de leishmaniose visceral humana diagnosticada, devido à diversidade dos
sintomas clínicos da doença, pois nenhum sinal é tido patognômonico da LV quando encontrado
individualmente em um mesmo hospedeiro, tendo em vista que várias enfermidades também podem
apresentar quadro sintomatológico semelhante. Desta forma, o diagnóstico definitivo requer uma
associação entre os parâmetros clínicos, epidemiológicos, parasitológicos e sorológicos. Objetivo:
Desta forma esse trabalho visa traçar uma sintomatologia desses pacientes, para que no futuro
possa melhorar o diagnóstico diferencial com os de outra doença. Metodologia: Trata-se de uma
pesquisa retrospectiva, quantitativa de caráter descritiva junto à vigilância epidemiológica do
município do Porto Nacional – TO, com a coleta de dados do Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (SINAN), nos anos de 2011 a 2013, para avaliar os sinais e sintomas que mais
ocorrem em pacientes com leishmaniose visceral no Município de Porto Nacional – TO.
Resultados: De acordo com o SINAN, 2014 foram notificados 160 pacientes com a Leishmaniose
Visceral, no município de porto nacional no período de janeiro a dezembro nos anos de 2011 a
2013. Sendo que no ano de 2011 apresentou o maior percentual de casos confirmados. No que se
refere à sintomatologia predominou-se a: febre, fraqueza, edema, emagrecimento, tosse ou palidez,
154
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ISBN 978-85-69629-06-1
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KEIJER B. Hasta donde el cuerpo aguante: género, cuerpo
y salud masculina. In: Cáceres C, Cueto M, Ramos M,
Vallens S (coord.). La salud como derecho ciudadano:
perspectivas y propuestas desde América Latina. Facultad
de Salud Pública y Administración de la Universidad
Peruana Cayetano Herida, Lima. 2003.
1 INTRODUÇÃO
A leishmaniose é endemia presente nas regiões tropicais e subtropicais do globo terrestre,
acometendo um grande número de pessoas a cada ano. Apresentam como agentes etiológicos
tripanossomatídeos flagelados do gênero Leishmania, subgêneros Leishmanias e Vianna,
transmitidos ao homem através da picada de fêmeas hematófagas de dípteros flebotomíneos do
gênero Lutzomyia. De acordo com as manifestações clínicas apresentadas pelos pacientes, as
leishmanioses são classificadas em duas formas principais: tegumentar e visceral (calazar). Na
leishmaniose tegumentar são observadas lesões cutâneas ou mucosas¹.
As leishmanioses são consideradas zoonoses primárias, apresentando várias espécies de
animais silvestres como reservatórios (e.g. raposa, timbu, cotia, etc.). O homem, assim como o cão
doméstico, é considerado um hospedeiro eventual das leishmanias, infectando-se tanto no
ambiente silvestre, durante incursões no interior da mata, quanto nos ambientes intra e Peri
domiciliar. A leishmaniose tegumentar apresenta um quadro epidemiológico bastante complexo,
com várias espécies de parasitas, vetores e reservatórios envolvidos².
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença que afeta os órgãos como o fígado, baço e
medula óssea sendo que os principais sinais e sintomas são: febre, fraqueza, edema,
emagrecimento, tosse ou diarreia palidez, icterícia, esplenomegalia, sendo observado
hepatomegalia, quadro infeccioso e poderá ocorre um fenômeno hemorrágico6.
De acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, em 2009, o Tocantins
registrou a maior taxa de incidência da doença no país (33.1 casos/100 mil habitantes)³.
Muitas doenças podem ter curso parecido com a leishmaniose visceral-LV, entre elas:
enterobacteriose de curso prolongado (associação com esquistossomose), malária, brucelose,
febre tifoide, esquistossomose hepatoesplênica, forma aguda da doença de Chagas, linfoma,
leucemias, mieloma múltiplo, anemia falciforme, tuberculose disseminada, histoplasmose,
granuloma tose de Wegener, endocardite, sarcoidose, melioidose, riquetsioses, Síndrome de
deficiência imunológica adquirida AIDS- e Vírus da Imunodeficiência Humana HIV4.
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n. 01
ABSTRACT: Introduction - Visceral leishmaniasis - LV can present in two ways; cutaneous and
visceral (kalaazar). Since the clinical form of the LV show the signs and symptoms similar to other
diseases such as malaria, schistosomiasis, sores, lymphoma, leukemia. The clinical diagnosis of
human visceral leishmaniasis diagnosed because of the diversity of clinical symptoms of the disease,
as no signal is considered pathognomonic of LV when found individually in the same host, given that
various diseases may also present similar symptomatology. Thus, definitive diagnosis requires an
association between clinical, - epidemiological, parasitological and serological. Objective - Thus this
work aims to draw a symptomatology of these patients, so that in the future can improve the
differential diagnosis with other disease. Methods - This is a retrospective search , quantitative of
descriptive research status with the epidemiological surveillance of the city of Porto Nacional - TO
with the collection of the Information System for Notifiable Diseases (SINAN) in the years 2011-2013,
to assess the signs and symptoms that occur in most patients with visceral leishmaniasis in the city
of Porto Nacional - TO. Results - According to the SINAN, 2014 were reported 160 patients with
visceral leishmaniasis, the national port city in the period from January to December in 2011 to 2013.
Since the year 2011 had the highest percentage of confirmed cases. As regards the predominant
symptoms are to fever, weakness, swelling, weight loss, cough or paleness, weight loss,
hepatosplenomegaly, infection, hemorrhagic phenomena, jaundice others. Conclusion - was
observed that the most prevalent signs and symptoms were fever, hepatosplenomegaly, weakness,
weight loss.
Key-words: Differential diagnosis. Epidemiology. Leishmania.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
emagrecimento, hepatoesplenomegalia, quadro infeccioso, fenômeno hemorrágico, icterícia,
outros. Conclusão: Observou-se que os sinais e sintomas mais predominantes foram a febre,
hepatoesplenomegalia, fraqueza, emagrecimento.
Palavra-chave: Diagnóstico Diferencial. Epidemiologia. Leishmanias.
3 RESULTADOS
De acordo com o SINAN, 2014 explícitos na tabela 1, foram notificados 160 pacientes com
a Leishmaniose Visceral, no município de porto nacional no período de janeiro a dezembro nos anos
de 2011 a 2013.
Após a referida sintomatologia, diagnosticada por exames parasitológico e imunológico se
obteve o resultado de 38 casos confirmados da doença, atingiram o percentual no total de 23,75%.
E foram descartados 121 casos atingindo a média no total de 75,62%.
Observa-se que no período de janeiro a dezembro no ano de 2011, houve o maior numero
casos notificados foram 43 de pacientes com LV e confirmados apresentaram 21 pacientes,
quantificando o percentual 48.8% dos casos confirmados no município de porto nacional- TO.
156
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n. 01
2 MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, quantitativa de caráter descritiva junto à vigilância
epidemiológica do município do Porto Nacional – TO, com a coleta de dados do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e através das fichas de notificações no período de
janeiro a dezembro nos anos de 2011 a 2013.
Para realização deste trabalho foram coletados os dados complementares dos casos no
sistema de informação manifestações clinicas como sinais e sintomas.
A coleta de dados das fichas de notificação compulsória de pacientes suspeito para a
Leishmaniose Visceral foi realizada pela própria pesquisadora no período de setembro de 2014
junto ao setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Nacional –
TO.
Os dados foram extraídos de relatórios gerados pelo SINAN, e também do Tabwin
ferramenta de tabulação desenvolvida pelo, departamento de informática do Sistema Único de
Saúde do Brasil (DATASUS) que permite, dentre outras possibilidades, a obtenção de dados dos
Sistemas de Informação do SUS.
A tabulação e análise dos dados obtidos foram realizadas com o auxílio do programa
Microsoft Office Excel 2007, sendo apresentados em gráficos e tabelas.
Quanto ao aspecto ético o projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Tocantins (UFT), conforme estabelece a Resolução
466/12 do CNS – Conselho Nacional de Saúde, que normatiza pesquisas envolvendo seres
humanos. Sendo aprovado sob o parecer nº 274/2013.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Diferentes técnicas podem ser utilizadas para o diagnóstico de leishmaniose visceral
humana. O diagnóstico clínico é insuficiente devido à diversidade dos sintomas clínicos da doença,
pois nenhum sinal é tido patognomônico da LV quando encontrado individualmente em um mesmo
hospedeiro, porque podem ser compatíveis com outras enfermidades. Desta forma, o diagnóstico
definitivo requer uma associação entre os parâmetros clínicos, epidemiológicos, parasitológicos e
sorológicos6.
As alterações que se refere epidemiologia da AIDS e da LV no Brasil, bem como a
interiorização da infecção pelo HIV, apresentarão os sinais e sintomas mais comuns da doença e
estão relacionados com o diagnóstico confirmado e coinfecção para HIV; estão sendo apontadas
para maior exposição da população as duas infecções5.
As manifestações clínicas mais frequentes nos indivíduos coinfectados Leishmanias - HIV
apresenta febre, esplenomegalia e hepatomegalia, semelhantes às dos casos de LV imuno
competentes7.
Essa sintomatologia se assemelha bastante com as de outras parasitoses como os da
malária, esquistossomose, doença de Chagas5.
Desta forma esse trabalho visa traçar à sintomatologia desses pacientes para que no futuro
possa melhorar o diagnóstico diferencial com os de outra doença6.
Prefixo Editorial: 69629
TOTAL Nº
CASOS
43
54
63
160
No período de janeiro a dezembro no ano de 2012, foram notificados 54 paciente por LV,
houve um decréscimo de pacientes confirmados para 08 casos com o percentual de 14,8% e no
ano seguinte foram notificados 63 casos somente 9 casos foram confirmados com o percentual de
14,2%.
No que se refere à figura 1 fonte SINAN, 2014; foram avaliados 160 pacientes da ficha de
notificação, com as principais sintomatologias do caso de Leishmaniose Visceral em porto nacional
no período de janeiro a dezembro nos anos de 2011 a 2013.
Nos últimos três anos, foram observados os principais sinais e sintomas: febre apresentou
em 48 pacientes nos anos de fraqueza apresentou em 45 pacientes no ano de 2013;
emagrecimento apresentou em 34 pacientes no ano de 2013; tosse ou diarreia e palidez apresentou
em 28 pacientes no ano de 2013; esplenomegalia apresentou em 27 pacientes no ano de 2013;
hepatomegalia apresentou em 26 pacientes no ano de 2011; icterícia apresentou em 12 pacientes
no ano de 2011; outros sintomas como cefaleia, anemia, vômito, inapetência e pele ressecada
apresentou em 11 pacientes no ano de 2012.
4 DISCUSSÃO
A leishmaniose visceral, no município de Porto Nacional nos anos 2011 a 2013, observouse que houve um decréscimo no número caso confirmado nos anos de 2012 e 2103 provavelmente
em decorrência de uma política pública assistida, voltada ao monitoramento e prevenção da doença
em virtude dos elevados casos no ano anterior.
Em 2012, pela primeira vez, o Brasil instituiu uma proposta de ações educativas denominada
de Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose – Lei nº 12.604, de 3 de abril de 2012,
que deverá ser celebrada anualmente na semana que incluir o dia 10 de agosto13.
RANGEL13 diz que ações de educação em saúde e de mobilização social desempenham um
papel essencial no âmbito da Vigilância e Controle da LV, na medida em que se constitui em saberes
e fazeres da sociedade em relação à prevenção e controle da doença. Mobiliza-se o serviço local,
na perspectiva de ações e práticas de saúde participativas, educativas, colaborando para aumentar
a consciência e compreensão sobre as condições de vida e as relações existentes com a saúde11.
Nos últimos três anos, os resultados obtidos da sintomatologia até a hospitalização LV, foram
tais como: febre apresentou em 48 pacientes nos anos de fraqueza apresentou em 45 pacientes
no ano de 2013; emagrecimento apresentou em 34 pacientes no ano de 2013; tosse ou diarreia e
palidez apresentou em 28 pacientes no ano de 2013; esplenomegalia apresentou em 27 pacientes
no ano de 2013; hepatomegalia apresentou em 26 pacientes no ano de 2011; icterícia apresentou
em 12 pacientes no ano de 2011; outros sintomas como cefaleia, anemia, vômito, inapetência e
pele ressecada apresentou em 11 pacientes no ano de 2012.12.
A análise deste estudo comprova que a primeira sintomatologia da visceralisação
apresentada foi a febre baixa, recorrente, frequentemente com dois ou três picos diários que
persistem com remissões durante todo o curso da infecção da doença. A febre é o sintoma mais
notável devido a sua característica irregular ou remitente12.
Já as doenças crônicas o autor refere que são marcadas pelo progressivo emagrecimento e
enfraquecimento geral, com aumento da suscetibilidade às infecções secundárias, isso ocorre em
pacientes não tratados ou com recidiva da LV12.
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DESCARTADO
N(%)
22 (51.16%)
45 (83.33%)
54 (85.71%)
121
v. 02
IGN/BRANCO
CONFIRMADO
N(%)
N(%)
2011
00
21 (48.8%)
2012
01
08 (14.8%)
2013
00
09 (14.2%)
TOTAL
01
38
Fonte: Dados coletados no SINAN/Porto, no mês setembro 2014.
n. 01
ANO
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
TABELA 1: Número de casos notificados de Leishmaniose Visceral em porto nacional anos 2011 a 2013.
5 CONCLUSÃO
As principais sintomatologias da LV que apresentaram neste referido estudo foram; febre
com o primeiro sintoma da visceralização com característica irregular ou remitente até mesmo em
casos de recidiva. Já em doenças crônicas apresentaram emagrecimento e enfraquecimento;
esplenomegalia, hepatomegalia; dentre outros achados clínicos seguida de icterícia, diarreia ou
palidez, posteriormente podem ocorre outros sintomas poderá desencadear como a cefaleia,
anemia, vômito, inapetência e um possível ressecamento de pele e a infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) que comparado com os casos de pacientes coinfectados por HIV e
atualmente será importância para a Saúde Pública.
A evolução é a manifestação do quadro clinico crônico, evidenciado no ano de 2011
hepatomegalia apresentou em 26 pacientes e já 2013 apresentou esplenomegalia em 27 pacientes.
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n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
A evolução da hepatoesplenomegalia é a segunda manifestação no desenvolvimento do
quadro clinico pode ser rápida, levando o paciente à caquexia e à morte dentro de algumas semanas
ou alguns meses, ou pode assumir caráter crônico. Nos resultados encontrados apresentou
esplenomegalia em 27 pacientes no ano de 2013; hepatomegalia em 26 pacientes no ano de 201112,
8
.
Embora as alterações provocadas pelo parasito possam, por si só, determinar a morte dos
pacientes, frequentemente, ela é atribuída a infecções secundárias ou agravam com o decorrer da
doença; seguida de icterícia, diarreia ou palidez, posteriormente podem ocorre outros sintomas
poderá desencadear como
a cefaleia, anemia, vômito,
FIGURA 1: Perfil da Sintomatologia dos casos de Leishmaniose Visceral
em porto nacional anos 2011 a 2013.
inapetência e um possível
8, 9.
ressecamento de pele .
60
Esses
dados
discutidos corroboram com
4848
50
45
os
resultados
da
sintomatologia do referido
40 38
36
estudo CAVALCANTE(5),
34
sendo que houve uma
29
28272728 27
30
26
26
predominância de febre,
25
24
24
24
fraqueza, emagrecimento,
18
17
hepatoesplenomegalia.
20
13
PALATNIK(10), diz
12
12
12 11 11
10
9
8
que o aparecimento de
10
6
6
6
5
4
doenças
importante
233
1
0
espectro
clínico
e
0
diversidade
epidemiológica variam de
acordo com a espécie de
Leishmanias
inoculada
pelo vetor, o indivíduo
infectado
apresentará
quadros
diferentes,
2011
2012
2013
variando
desde
o
aparecimento de lesões Fonte: Dados coletados no SINA/Porto no mês setembro/2014.
cutâneas,
até
a
visceralização da infecção.
ESTRATIFICAÇÃO DOS TIPOS DE VIOLÊNCIA NOTIFICADOS PELO SINAN, NO MUNICIPIO
DE PORTO NACIONAL-TO, EM 2014
STRATIFICATION OF TYPES OF VIOLENCE NOTIFIED THE SINAN DISORDERS IN THE
PORTO NATIONAL CITY -TO IN 2014
Kamilla Chrystina Ferreira Damasceno1, Lívia de Carvalho Farias Borges1, Grazielly Mendes de Sousa2.;
Ana Carolina Camargo Rocha²; Ana Paula Faria Moraes²; Ronyere Olegário de Araujo²; Tania Maria Aires
Gomes Rocha²; Thompson de Oliveira Turibio².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - A violência pode ser percebida como o intencional uso da força física, em
ameaça ou real, contra si próprio ou a outra pessoa, contra um grupo ou comunidade, que resulte
ou tenha probabilidade de resultar em ofensa, morte, dano psicológico, privação ou prejuízos no
desenvolvimento da pessoa. Objetivo - identificar os tipos de violência mais notificados no ano de
2014 no município de Porto Nacional utilizando a base de dados do SINAN. Métodos - Trata se de
um estudo epidemiológico, descritivo e exploratório com abordagem quantitativa, com emprego da
técnica de avaliação de fonte secundária baseado em dados do SINAN. Realizada através de
relatórios emitidos pelo SINAN na Secretaria Municipal de Saúde de Porto Nacional. A população
da pesquisa foi constituída de N=130 notificações de violência. A coleta de dados ocorreu no mês
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8.
SILVA, E. S.; GAIOSO, A. C. I. LEISHMANIOSE
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artigo revisado Recebido em 25.01.2013 – Aprovado em
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artigo revisado Recebido em 25.01.2013 – Aprovado em
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v. 02
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n. 01
REFERÊNCIAS
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Conclui que os sinais e sintomas mais comuns da doença estão relacionados com a
precariedade das condições socioeconômicas da população, está associada à maior incidência de
doenças infecciosas, entre elas a LV.
1 INTRODUÇÃO
A violência pode ser percebida como o intencional uso da força física, em ameaça ou real,
contra si próprio ou a outra pessoa, contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha
probabilidade de resultar em ofensa, morte, dano psicológico, privação ou prejuízos no
desenvolvimento da pessoa. É vivenciada na forma de mortes no trânsito, no ambiente doméstico,
escolar, urbano e social, bem como nas relações internacionais. Nos últimos anos, a temática
violência e vulnerabilidade tem sido alvo de estudos na área da saúde tanto pelo impacto que
provoca na qualidade de vida, pelas lesões físicas, psíquicas e morais que acarreta, como pelas
exigências de atenção e cuidados nos serviços de saúde (BUDÓ et al. 2010; BHONA et al. 2011).
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ABSTRACT: Introduction - Violence can be perceived as the intentional use of physical force,
threatened or actual, against oneself or the other person against a group or community , that either
results in or is likely to result in injury, death , psychological harm , deprivation or losses in the
development of the person. Objective - identify the types of more violence reported in 2014 in the
city of Porto Nacional using the SINAN database. Methods - It is an epidemiological, descriptive and
exploratory study with a quantitative approach to valuation technique employment secondary source
based on SINAN data. Accomplished through reports issued by the SINAN in the Municipal Health
Secretariat of Porto National, The research population consisted of N = 130 reports of violence. Data
collection took place in October 2015. The variables for data collection were: age, sex and type of
violence. The analysis was simple descriptive way, the data were first released in a EXCEL
worksheet, they were subsequently analyzed by simple and presented in tables statistics. Results Of the 130 notifications of recorded violence, it could characterize the violence against women,
children and adolescents against elderly and other violence. Of the forms of violence identified
physical violence predominated in all types of violence. Discussion - In this study the results showed
that violence against women was the most commonly reported type. It was found that physical
violence was followed by psychological forms of higher prevalence of violence among women.
Regarding forms of violence against children and adolescents the physical, sexual and psychological
violence were the most frequently reported. As for the forms of violence against the elderly this study
only points to physical violence. Conclusion - The type of violence most commonly reported in 2014
in the city of Porto Nacional was violence against women. For forms / nature of violence, physical
was the one that had the highest prevalence among the most reported types, followed by sexual and
psychological. The identification and notification of violence is a decisive step towards solving them,
as for its mediation is possible to map the occurrence and determine the characteristics which make
it possible to trace best interventions that are most effective in preventing and combating violence.
Key-words: Notification Health. Information System on health. Violence.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
de outubro de 2015. As variáveis para coleta de dados foram: idade, sexo e tipologia da violência.
A análise ocorreu de forma descritiva simples, os dados obtidos foram lançados primeiramente em
uma planilha do EXCEL, posteriormente foram analisados através de estatística simples e
apresentados em forma de tabelas. Resultados - Das 130 notificações sobre violências registradas,
foi possível caracterizar a violência contra mulher, criança e adolescente, contra idoso e outras
violências. Das formas de violência identificadas a violência física predominou em todos os tipos de
violência. Discussão - Neste estudo os resultados revelaram que a violência contra a mulher foi o
tipo mais notificado. Constatou-se que a violência física seguida da psicológica foi às formas de
violência de maior predominância entre as mulheres. Em relação às formas de violência contra
criança e adolescente as violências física, sexual e psicológica foram as mais notificadas. Quanto
às formas de violência contra o idoso este estudo aponta somente a violência física. Conclusão O tipo de violência mais notificado em 2014 no Município de Porto Nacional foi à violência contra
mulher. Em relação às formas/natureza da violência, a física foi a que teve maior predominância
entre os tipos mais notificados, seguido da sexual e psicológica. A identificação e notificação da
violência é um passo decisivo para seu enfrentamento, pois pela sua mediação é possível mapear
as ocorrências e determinar as características, que possibilitam traçar melhores intervenções que
sejam mais efetivas na prevenção e combate da violência.
Palavras-chave: Notificação Saúde. Sistema de Informação em Saúde. Violência
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
No Brasil, as mortes por causas externas ocupam o segundo lugar no perfil da mortalidade
geral e é a primeira causa de óbitos na faixa etária de 5 a 49 anos. Desse modo, deve-se encarar
a violência como uma problemática, pois, o perfil de mortalidade e da morbidade da população
brasileira hoje é marcado mais pelas condições, situações e estilos de vida do que pelas doenças
tradicionais. A elevação das taxas de mortalidade por violência tem sido observada há muitos anos
(BUDÓ et al. 2010).
A discussão de violência como assunto relacionado à saúde teve seu início na segunda
metade do século XX, pela denúncia de profissionais da área em relação aos abusos perpetrados
contra crianças, adolescentes e mulheres. A violência contra os idosos foi à última a ser
contemplada nas agendas da política e da saúde na maioria dos países (MINAYO e SOUZA, 2010).
As consequências da violência podem afetar a multidimensionalidade das vítimas e são
responsáveis por mais de cinco milhões de mortes por ano em todo território nacional, isso gera
muitas hospitalizações, centenas de atendimento e milhares de consulta ambulatoriais. Ocasionam
problemas de saúde física, reprodutiva e mental como lesões corporais, principalmente a violência
sexual que causa gestação indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, fobias, pânico,
síndrome do estresse pós-traumático, depressão e outras alterações psicológicas e, também,
problemas familiares e sociais como abandono dos estudos, perda de empregos, separações
conjugais, abandono de casa, entre outros (MATTAR et al. 2007; RODRIGUES, 2012).
Os profissionais hoje têm um desafio na prática do seu dia-dia, que é atender uma pessoa
em situação de violência ao procurar o serviço de saúde, até por que as dificuldades que existem
representam a possibilidade de criar estratégias para o enfrentamento da violência. Para que isso
ocorra é necessário um trabalho de parcerias com outros setores da sociedade (ANDRADE e
FONSECA, 2008).
A violência é apresentada de diversos tipos podendo ser caracterizada em violência contra
criança, mulher, idoso e intrafamiliar, também pode ser definida quanto a natureza de sua ação
como violência física, sexual, psicológica, tortura, tráfico de seres humanos, financeira, trabalho
infantil, negligência e abandono entre outros.
Violência intrafamiliar ocorre na família, envolvendo parentes que vivem ou não sob o
mesmo teto, embora a probabilidade de ocorrência seja maior entre parentes que convivem
cotidianamente no mesmo domicílio (ARAUJO, 2008).
A violência cometida contra a mulher é um fenômeno histórico que duram milênios, pois a
mulher era tida como um ser sem expressão, uma pessoa que não possuía vontade própria dentro
do ambiente familiar. Ela não podia sequer expor o seu pensamento e era obrigada a acatar ordens
que, primeiramente, vinham de seu pai e, após o casamento, de seu marido (MELLO, 2007).
A violência contra as crianças e os adolescentes tem deixado de ser tratada como um fato
natural ou como “apenas” um modo particular de os pais lidarem com os seus filhos, para ser tratada
como um grave problema a ser combatido tanto pelo Estado, como pela sociedade civil e as próprias
famílias (ZANELLA, 2009).
A violência contra o idoso é qualquer ação que cause dano físico, emocional ou financeiro
ao idoso, cometido por uma pessoa que está numa posição de confiança, seja um amigo, familiar,
vizinho ou cuidador. As preocupações com os maus-tratos aos idosos aumentaram, também, em
decorrência de uma conscientização mundial de que, nas próximas décadas, haverá um importante
aumento demográfico nesse segmento da população (BASTOS, 2007; SOUZA, 2007).
A violência física é a ofensa à vida, à saúde e integridade física. É uma das formas mais
frequentes de violência intrafamiliar, pois se origina de várias formas, através de punições e
disciplinamento, costume que foi introduzido no Brasil pelos jesuítas, que puniam quem ousasse
faltar à escola jesuítica com palmadas e o tronco (PORTO, 2012).
Violência sexual é ação que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal,
ou a participar de outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coação, chantagem,
suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade
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n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
pessoal. Considera-se também o fato de o agressor obrigar a vítima a realizar alguns desses atos
com terceiros (BUDÓ et al. 2010).
A Violência psicológica é tão ou mais prejudicial que a física. É caracterizada por rejeição,
depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma
agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis
para toda a vida.
Definições de tráfico são tão instáveis quanto o número de suas vítimas em alguns relatórios,
todos os imigrantes não documentados que são detidos nas fronteiras são contados como se
estivessem sendo traficados. Outros documentos se referem ao tráfico envolvendo exclusivamente
vítimas da exploração sexual (CHAPKIS, 2006).
O trabalho infantil tem como consequência diversos fatores, dentre eles os educacionais, os
econômicos, os políticos e ainda os efeitos diretos sobre o desenvolvimento físico e psicológico das
crianças e adolescentes. Dificilmente crianças e adolescentes exercerão com qualidade sua
prerrogativa de sujeitos de Direito sem uma sólida formação psicológica, social e intelectual (VIEIRA
e VERONESE, 2006).
A negligência é a modalidade entre as diferentes formas de maus-tratos que, segundo a
definição proposta, inclui tanto eventos isolados quanto um padrão de cuidado estável no tempo
por parte dos pais e/ou outros membros da família, pelos quais esses deixam de prover o
desenvolvimento e o bem-estar da criança/adolescente considerando que poderiam fazer isso em
uma das seguintes áreas: saúde, educação, desenvolvimento emocional, nutrição, abrigo e
condições seguras.
O Sistema de Informação de agravos de Notificações (SINAN) é um sistema informatizado
de base de dados, gerenciado pelo Ministério da Saúde (MS), alimentado a partir de informações
coletadas pelas Unidades de Saúde e transferidas para o nível municipal, estadual e federal. O
SINAN Foi gradualmente implantado no Brasil de 1990 até 1993 e em 1998 os instrumentos de
coleta, fluxo e software foram redefinidos. Tem por objetivo facilitar a formulação e avaliação das
políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões, com intuito
de contribuir para a melhoria da situação da saúde da população através do registro e
processamento dos dados sobre agravos de notificação em todo o território nacional, fornecendo
assim informações para análise do perfil da morbidade e posteriormente para a tomada de decisões
(BRASIL, 2010).
A Notificação tem um papel estratégico no desencadeamento de ações de prevenção e
proteção, ela é um dos mecanismos definidos pelas políticas publicas especificas e está garantido
na legislação Brasileira, sendo um instrumento da garantia de direitos e de proteção social (BRASIL,
2012).
Diante do exposto pergunta-se: Quais os tipos de violência mais notificados pelo SINAN no
município de Porto Nacional – TO no ano de 2014? Dentre os diferentes tipos e formas de violência
à física e sexual são as mais notificadas levando em consideração ao grande número de violências
acometidas contra mulheres.
A violência é vista como um comportamento que causa intencionalmente dano ou
intimidação moral a outra pessoa ou ser vivo, pois tal comportamento pode invadir a autonomia,
integridade física ou psicológica e até mesmo a vida de outro. É considerada uma questão de ordem
social que permeia os grandes centros urbanos, causando um problema para área de saúde,
afetando a saúde individual e coletiva dos indivíduos envolvidos, sofrimento físico e mental. Avaliar
os tipos de violência que são mais registradas no município de Porto Nacional justifica-se com o
intuito de contribuir nas possíveis intervenções por parte do poder público e viabilizar nas medidas
específicas de prevenção e controle.
Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo de identificar os tipos de violência mais
notificados no ano de 2014 no município de Porto Nacional utilizando a base de dados do SINAN.
TABELA 1: Distribuição e frequência dos tipos de violência notificados pelo SINAN no ano de 2014 em Porto
Nacional – TO.
Tipos de Violência
n
(%)
Violência Contra Criança/Adolescente
49
37,7%
Violência Contra Mulher
61
47%
Violência Contra o Idoso
05
4%
Outros
15
11,5%
Total (N)
130
100%
Fonte: Dados coletados durante a pesquisa - outubro de 2015.
Considerando as demais formas de violência em relação às tipologias analisadas a violência
sexual foi a de maior ocorrência entre crianças/adolescentes 20 (32%), que também estiveram
expostas as violências: psicológica 08 (13%), negligência e abandono 02 (3%), tortura 01 (2%) e
outros tipos de violência 10 (16%). Em relação à violência contra mulher a violência psicológica 10
(13%) se destacou, o seguido foi a sexual 05 (7%), tortura 02 (3%), negligência e abandono 01
(1%), intervenção legal (1%) e outras formas de violência 11 (14%). No que tange a violência contra
o idoso não foram identificadas nenhuma outra forma de violência. A violência contra o idoso ocorre
de várias formas e geralmente não são notificadas por serem neutralizadas nas relações familiares,
por insegurança dos idosos e por isso não apresentam queixas formais contra seus agressores ou
por subnotificações por parte dos profissionais.
TABELA 2: Distribuição das formas de violência segundo a frequência dos tipos de violência notificada pelo
SINAN no ano de 2014 em Porto Nacional – TO.
Formas de Violência Tipologia da Violência
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n. 01
3 RESULTADOS
De acordo com os dados estratificados, das 130 notificações sobre violências registradas no
ano de 2014 em Porto Nacional pela base de dados do SINAN, foi possível caracterizar a violência
contra mulher 61 (47%), criança e adolescente 49 (37,7%), contra idoso 05 (4%) e outras violências
15 (11,5%). Os dados estão apresentados na Tabela 1.
Das formas de violência identificadas a violência física predominou em todos os tipos de
violência: contra criança/adolescente, mulher e idoso com 21 (34%), 46 (61%) e 05 (100%)
respectivamente (Tabela 2).
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
2 METODOLOGIA
Trata se de um estudo epidemiológico, descritivo e exploratório com abordagem quantitativa,
com emprego da técnica de avaliação de fonte secundária baseado em dados do SINAN.
A pesquisa foi realizada através de relatórios emitidos pelo SINAN na Secretaria Municipal
de Saúde de Porto Nacional no setor de vigilância epidemiológica. A população da pesquisa foi
constituída de N=130 notificações de violência suscitadas no ano de 2014 em Porto Nacional.
A coleta de dados ocorreu no mês de outubro de 2015. Foi utilizada como base um checklist
(APENDICE 1) baseado nos dados da ficha de investigação do SINAN (ANEXO 1) com a finalidade
de identificar as variáveis selecionadas. As variáveis para coleta de dados foram: idade, sexo e
tipologia da violência.
A análise ocorreu de forma descritiva simples, os dados obtidos foram lançados
primeiramente em uma planilha do EXCEL, posteriormente foram analisados através de estatística
simples, apresentados em forma de tabelas com apresentação dos valores absolutos e discutidos
posteriormente.
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
FAPAC/ITPAC ARAGUAÍNA, com o parecer de nº 1.244.282, conforme estabelece a resolução
466/12 do Conselho Nacional de Saúde.
1%
-
-
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%
100%
-
1%
14%
100%
05
ficha de notificação.
Contra
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%
61%
13%
3%
7%
-
Violência
Idoso
n
05
-
100%
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Variáveis*
Física
Psicológica
Tortura
Sexual
Tráfico
de
seres
Humanos
Financeira
Negligência
e 02
3%
01
abandono
Trabalho infantil
Intervenção legal
01
Outros
10
16%
11
Total
62
100%
76
* As formas de violência poderiam ser apresentadas associadas em cada
Fonte: Dados coletados durante a pesquisa - outubro de 2015.
Contra
4 DISCUSSÃO
A violência tem se tornado um problema mundial, social e de saúde pública. Tem relação
direta com a forma com que a sociedade se organiza e constrói seus valores. Compromete a saúde
e a qualidade de vida do indivíduo levando a maior vulnerabilidade.
Consiste em um problema social não específico da área da saúde, porém reconhecida como
um complexo problema de saúde pública, pois afeta os envolvidos não só pelas mortes, lesões ou
traumas, mas também pelo impacto que gera nas condições de vida e saúde de indivíduos e
coletividade. Por essa razão, o Brasil adotou a estratégia de notificação universal dos casos de
violência, tornando-a objeto de políticas públicas com o proposito de garantir e promover os direitos
sociais e de proteção às vítimas desse agravo (GUEDES et al. 2013).
Neste estudo os resultados revelaram que a violência contra a mulher foi o tipo mais
notificado. É provável que essa predominância seja porque o assunto sobre violência contra a
mulher tenha despertado o interesse da sociedade que a partir da pressão dos movimentos sociais
feministas tem buscado formas para o enfrentamento do problema.
No Brasil, nos últimos anos, vários estudos têm apontado a grande frequência com que as
mulheres têm sofrido violências, especialmente no ambiente doméstico e no âmbito das relações
afetivas (DIAS, 2009; SOUSA et al. 2015).
No que diz respeito sobre as formas de violência, foi verificado que a física está presente
em todos os tipos de violência, e é entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou
a saúde corporal do indivíduo, podendo ocorrer com crianças, adolescentes, adultos e idosos sendo
eles homens ou mulheres, e por esse motivo muitas vezes são difíceis de serem ocultadas
tornando-as mais fáceis de serem identificadas e notificadas.
A diferença entre as formas de violência pode ser advinda pelo fato de algumas passarem
despercebidas pela sociedade ou mesmo ocultadas pela vítima como a psicológica e a sexual,
levando à subnotificação, o que torna mais difícil de acontecer com a violência física que geralmente
deixa marcas pelo corpo e são difíceis de esconder (ARAUJO, 2008); BUDÓ et al. 2010).
Constatou-se que a violência física seguida da psicológica foi às formas de violência de
maior predominância entre as mulheres. Esses achados corroboram com outro estudo, que
mostram características semelhantes e aponta a violência física como de maior ocorrência (57,97%)
seguida pela psicológica com (16,06%) nessa população (LABRONICI et al. 2013).
Em relação às formas de violência contra criança e adolescente as violências física, sexual
e psicológica foram as mais notificadas. Ao comparar esses dados com outro estudo realizado na
Bahia, observou-se que as formas mais identificadas foram à física (63,4%), sexual (43,7%) e
negligência/abandono (33,8%) (SOUZA et al. 2015). Ao analisar, percebe-se que as notificações de
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Violência
Mulher
n
46
10
02
05
-
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Violência
Contra
Criança/adolescente
N
%
21
34%
08
13%
01
2%
20
32%
-
5 CONCLUSÃO
A partir do desenvolvimento deste estudo e com base nos dados do SINAN, foi possível
identificar que entre os tipos de violência mais notificados em 2014 no Município de Porto Nacional
a violência contra mulher foi a que mais prevaleceu. Em relação às formas/natureza da violência, a
física foi a que teve maior predominância entre os tipos mais notificados, seguido da sexual e
psicológica. Considerando as tipologias estratificadas de maneira isolada, as formas mais
notificadas em relação à violência contra criança e adolescente foram à física, sexual e psicológica;
na violência contra mulher a física, psicológica e sexual e na violência contra o idoso somente a
física. Contudo, percebe-se que a identificação e notificação da violência é um passo decisivo para
seu enfrentamento, pois pela sua mediação é possível mapear as ocorrências e determinar as
características, que possibilitam traçar melhores intervenções que sejam mais efetivas na
prevenção e combate da violência.
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IN: FREITAS, André Guilherme Tavares de (org.). Novas
Leis de Violência Doméstica contra a Mulher e de Tóxicos
(Lei 11.340/06 e 11.343/06) Doutrina e Legislação. Rio de
Janeiro: Editora: Lúmen Juris, 2007.
BHONA, F. M. C de; LOURENCO, L. M.; BRUM, C. R. S.
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Bras. Psicol. Rio de Janeiro, v. 63, n. 1, 2011. Disponível
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Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2015.
GUEDES, R. N., FONSECA, R. M. G. S., EGRY, E. Y.
Limites e Possibilidades Avaliativas da Estratégia de
Saúde da Família para Violência de Gênero. Rev. Esc.
Enferm. USP, 47(2):304-311, 2013.
LABRONICI, L. M., et al. Perfil da Violência Contra
Mulheres Atendidas na Pousada de Maria. Rev. Esc.
Enferm. USP, 44 (1) :123-133, 2010.
MATTAR, R, A. A. R, ANDALAFT N. J, COLAS, O. R,
SCHROEDER, I, MACHADO S. J. R. Assistência
multiprofissional à vítima de violência sexual: a
experiência da Universidade Federal de São Paulo. Cad.
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MELLO, A. R. D; Aspectos gerais da lei. In: _______.
(Org.). Violência
MINAYO, M.C.S; SOUZA, E.R. de. Inserção do tema
violência contra a pessoa idosa nas políticas públicas
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negligência/ abandono foram mais expressivas do que neste estudo, provavelmente tenha sido pela
sua difícil identificação, pois envolve aspectos sociais, culturais e econômicos.
Conforme o protocolo da Rede de Proteção, a negligência/abandono acontece quando não
há provimento das necessidades e cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e
social (GESSNER et al. 2014).
Quanto às formas de violência contra o idoso este estudo aponta somente a violência física.
Apesar disso traz-se aqui a ressalva de que a violência contra o idoso pode ocorrer de várias formas
(física, sexual, negligencia e abandono, financeira e psicológica), e muitas vezes sua identificação
se torna difícil dependendo do contexto cultural em que esteja inserida ou até mesmo os idosos por
medo, não denunciam seus agressores.
No estudo de Gil, et al., a violência física e psicológica foram os tipos mais identificados,
sendo (87,8%) e (69,6%) dos idosos estudados respectivamente. Quase metade das vítimas
(47,5%) mencionaram situações de violência financeira, (7,5%) violência sexual e (6,5%)
negligência (GIL et al. 2015).
Constatou-se que no ano de 2014 não houve registros de outras formas de violência
acometidas em idosos, porém não significa necessariamente que não tenham sido vitimizados, a
ausência de notificações pode estar relacionada à maior dificuldade de identificação.
Na violência contra o idoso, o fato muitas vezes é oculto pelas famílias, ainda não há uma
consciência coletiva de denúncia dos abusos e deve-se levar em consideração que alguns
profissionais de saúde ainda não focalizam seu olhar clínico para detecção do problema e gera
informações errôneas ou subnotificações (SOUSA et al. 2010).
MAPEAMENTO DOS CASOS DE GESTANTES HIV+ NO CENTRO DE TESTAGEM
ACONSELHAMENTO DE PALMAS TOCANTINS 2007-2011
MAPPING IN PREGNANT WOMEN IN POSITIVE HIV TESTING AND COUNSELING CENTER
OF PALMS 2007-2011
Márcio Pereira Cavalcante1, Marileide Florêncio Martins2; Raquel da Silva Aires²; Thompson de Oliveira
Turibio²; Viviane Tiemi Kenmoti²; Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo²; Ozenilde Alves Rocha
Martins².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - No Brasil, o primeiro diagnóstico de HIV positivo aconteceu 2 (dois) anos
mais tarde da confirmação em outros países, na cidade de São Paulo. Segundo dados do Ministério
da Saúde (2011), o Tocantins possui um total de 1303 casos notificados de pacientes infectados
pelo vírus HIV em vários estágios de doença. No ano de 2004, o município de Palmas-Tocantins
tinha 167 casos de HIV. O CTA - Centro de Testagem e Aconselhamento, Henfil de Palmas, atende
a uma média de 800 pacientes. Objetivo - Levantar os casos de Gestantes HIV (+) a partir do SINAN
e Identificar a predominância através da idade e correlacionar com a escolaridade as gestantes HIV
positivas. Metodologia - Pesquisa quantitativa de campo, descritiva, retrospectiva e epidemiológica
realizada no CTA de Palmas-TO. N= 46 (quarenta e seis) gestantes HIV+ notificadas no SINAN no
período proposto da pesquisa. Resultados - Entre 2007 a 2011 a maior frequência de casos de
HIV+ esteve na faixa etária de 20-34 anos, totalizando 37 casos, um percentual de 80,4%. Das
gestantes HIV+ que não concluíram o ensino médio (ensino médio incompleto), um total de 13
casos, ou seja, um percentual de 28, 26%. Os bairros da periferia de Palmas-TO, portanto, que
apresentaram maior número de casos foi: Aureny III, Aureny IV e Santa Bárbara ambos com 3 casos
(6,52%) respectivamente. Conclusão - A maior frequência de casos de HIV+ esteve na faixa etária
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n. 01
de atenção à saúde no Brasil. Centro Latino-Americano
de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli RJ. 2010
PORTO, P. R. D. F.; Anotações preliminares à Lei
11.340/2006 e sua repercussão em face dos Juizados
Especiais Criminais. 2012.
RODRIGUES, J. M. Da J; Análise da sensibilidade do
sistema de vigilância de violência e acidentes (viva)
em Cuiabá-MT. 2012. Dissertação (Mestrado Profissional
em Saúde Coletiva) Instituto de Saúde Coletiva,
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.
SOUSA, D. J.; White, H. J.; Soares, L. M.; Nicolosi, G. T.
Cintra, F. A.; D’Elboux, M.J. Maus-tratos Contra Idosos:
Atualização dos Estudos Brasileiros. Rev. Bras. Geriat.
Geronto., V.13(2): 321-328, 2010.
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compulsória em serviços de saúde que atendem
mulheres que sofrem violência sexual. Rev. Bras.
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<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext
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Edição – 2010 – Brasília- DF. IBGE. Bases de Dados Meta
Dados MS sistema de informações de agravos de
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USP, São Paulo, v. 48, n. spe,p. 102-108, 2014.
1 INTRODUÇÃO
Os primeiros casos de infecção pelo vírus HIV, responsável pela AIDS foram comprovados
na década de 80, mas precisamente em 1981, nos Estados Unidos, Haiti e África Central. No Brasil
o primeiro diagnóstico aconteceu 2 (dois) anos mais tarde da confirmação em outros países, na
cidade de São Paulo1.
Em 1983 é identificado o primeiro caso de Aids entre mulheres. No Tocantins, de acordo
com os relatórios do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde divulgados em 2006 pelo Ministério
da saúde, até 2004 foram relatados 691 casos, sendo a taxa de mortalidade foi de 1,6 óbitos por
100 mil habitantes1.
Denominada inicialmente como deficiência imune relacionada a gays (GRID, sigla em
inglês), ou “câncer gay”, termo amplamente divulgado, na época, pelos veículos de comunicação,
o vírus despertou no mundo sentimento de medo, preconceito, dúvida, preocupação, culpa1.
Em 1982, estudiosos concluíram que a doença estava relacionada ao sangue. E, a partir
deste diagnóstico, muda-se o perfil dos seus portadores que passam a incluir também os primeiros
casos em heterossexuais, hemofílicos, recém-nascidos e outros grupos que tinha se submetido à
transfusão de sangue. O vírus é rebatizado como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
e classificado como epidemia1.
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, em 1987, conseguiram pela primeira vez, isolar o
vírus HIV-1, na América Latina e inicia a administração do AZT no tratamento da Aids. Percebe-se
uma mudança com relação ao quadro dos responsáveis pela transmissão. No topo da lista estão
as relações heterossexuais e não mais os homossexuais e usuários de drogas injetáveis2.
A evolução mostrou que o padrão de transmissão do vírus foi mudando com o crescimento
do número de mulheres infectadas. Com isso, aumentou-se também o número de crianças
portadoras do vírus. Esse fenômeno denominado de ‘feminização’ do vírus aconteceu
principalmente, a partir de 2003, começando assim, a igualar aos casos entre homens/mulheres3.
167
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n. 01
ABSTRACT: Introduction - In Brazil, the first diagnosis of HIV positive has happened two (2) years
later confirmation in other countries, in the city of São Paulo. According to the Ministry of Health
(2011), Tocantins has a total of 1303 reported cases of HIV-infected patients at various stages of
disease. In 2004, the city of Palmas, Tocantins had 167 cases of HIV. CTA - Counseling and Testing
Center - Henfil Palmas, serving an average of 800 patients. Objective - Raise cases of HIV (+)
pregnant women from SINAN and identify the prevalence by age and education correlate with HIVpositive pregnant women. Methods - Quantitative research field, descriptive, retrospective
epidemiological and CTA performed in Palmas-TO. N = 46 (forty six) HIV + pregnant women
reported in SINAN the proposed survey period. Results - Between 2007 to 2011 the highest rate of
HIV + was aged 20-34 years, totaling 37 cases, a percentage of 80.4%. Pregnant women
with
HIV+ who have not completed high school, a total of 13 cases, a percentage of 28, 26%. The
neighborhoods on the outskirts of Palmas-TO, so that a higher number of cases were Aureny III, 3
cases (6.52%) Aureny IV, 3 cases (6.52%) and Santa Barbara, 3 cases (6, 52%) Conclusion - The
higher frequency of HIV + cases was in the age group of 20-34 years. The pregnant women with
lower educational level are the most vulnerable to the disease. The socioeconomic status may be a
determinant in HIV infection; the greater the number of diagnosed cases has been among pregnant
women living in marginal neighborhoods. However, note a significant frequency of cases in pregnant
women residents of the center, becoming clear that the disease is present in all social classes.
Key-words: Pregnancy, HIV, Mapping.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
de 20-34 anos. Quanto menor o grau de escolaridade mais vulneráveis à doença essas gestantes
estão. A condição socioeconômica pode ser determinante na infecção pelo vírus HIV, o maior
número de casos diagnosticados esteve entre as gestantes moradoras de bairros da periferia. No
entanto, nota-se frequência significativa de casos em gestantes moradoras do centro, ficando clara
que a doença está presente em todas as classes sociais.
Palavras-chave: Gestante, HIV, Mapeamento.
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Essa feminização ocorreu e ainda ocorre principalmente entre o grupo de mulheres com
menos acesso às informações; o sexo sem consentimento, ou violência sexual; o baixo poder de
negociação que muitas mulheres têm, se submetendo as relações sexuais desprotegidas; mulheres
que contraem o vírus dos seus maridos, parceiros fixos. Outro fator de relevância é a resistência
com relação ao uso de preservativo feminino3.
Esse quadro fez com que o Brasil repensasse sua política de atendimento e assistência à
saúde. É criado, com o propósito de mudar a situação epidemiológica vigente no País, pelo
Ministério da Saúde, o Programa Nacional de DST/AIDS. Em seguida, houve a implantação da
Rede Nacional de Laboratórios para o monitoramento de pacientes soropositivos em terapia
antirretroviral, disponibilização de antirretrovirais, implantação da Rede Nacional de Genotipagem
do HIV-1, criação dos primeiros Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA)1,4.
Mas era preciso que houvesse uma proposta que, de fato, reorganizasse o modelo de
atenção à saúde pública brasileira. É criado, com a Constituição 1988, o Sistema Único de Saúde SUS, onde designa ao Estado a obrigação e o dever de promover a saúde como direito fundamental
e de cidadania a todos, proporcionando assim, a universalização da saúde pública no Brasil5.
No Estado do Tocantins, foi criado na rede municipal de Palmas, o Núcleo de Assistência
Henfil para o tratamento ou acompanhamento dos portadores de doenças sexualmente
transmissíveis (DST), entre elas a Aids. Este centro de referência também realiza serviços de
promoção e prevenção das DST/Aids, como aconselhamentos, atividades educativas, educação
sexual e orientações gerais à população. Também faz parte do trabalho oferecido pelo Henfil a
realização de exames de sorologia para HIV, Sífilis, Hepatite B e C e o teste rápido para o
diagnóstico de HIV, gratuitamente6.
Essa pesquisa se justifica devido à necessidade de se conhecer real distribuição dos casos
de gestantes HIV++, levando em consideração que a região periférica tende a ser a menos
favorecida e a concentração de HIV nessa região merece melhor atenção no sentindo de se
fortalecer as políticas de prevenção e controle do HIV.
As gestantes soropositivas atendidas no CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) em
Palmas em sua grande maioria residem nos bairros de periferia do município, o que dificulta o
acesso e adesão das mesmas ao tratamento durante a gestação.
As gestantes com HIV que foram atendidas no Henfil de Palmas nos anos de 2007 a 2011
apresentam ganhos e benefícios relacionados à saúde e a vida, sendo que as mesmas têm mais
informações sobre o risco de poder acometer a sua saúde e a do seu filho.
O aumento do número de casos em gestantes é preocupante, tendo como consequência a
possibilidade real de transmissão do vírus para a criança, intitulada transmissão vertical que pode
ocorrer durante o parto.
Aprender a lidar com uma nova realidade é considerada um grande desafio para a mulher,
população e profissionais, devido ao fato da mulher já encontrar-se fragilizada, tanto
psicologicamente quanto fisicamente, devido à própria gestação e principalmente pela existência
do HIV.
Nesse sentido a presente pesquisa se faz importante porque abrange um assunto que é
preocupante para a população de Palmas, especialmente para as gestantes portadoras do vírus
HIV que residem nos bairros periféricos.
Essa pesquisa faz parte de uma linha de pesquisa macro, cujo projeto foi elaborado no ano
de 2013, executado parte dos objetivos específicos, tendo em vista a dimensão da proposta anterior
e possibilidade e necessidade de se realizar uma intensificação do problema de pesquisa, optou-se
por executar os objetivos específicos que respondam as peculiaridades no que se refere o
mapeamento das gestantes HIV positivo, levando em consideração que as políticas de prevenção
só serão eficazes se forem traçadas a partir das necessidades da população a ser assistida. Os
objetivos foram levantar os casos de Gestantes HIV (+) a partir do SINAN; Identificar a
3 RESULTADOS
Com base nos dados coletados, o número de casos gestantes HIV+ no período de 2007 a
2011 totalizou 46. Dentro desse total, pode-se destacar a seguintes inferências, a partir das
variáveis adotadas para execução da análise dos dados as quais foram: idade, escolaridade e
bairros de Palmas-TO. Estes resultados estão apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3.
Na variável idade as faixas etárias foram: 15 as 19 anos; 20 a 34 anos e 35 a 49 anos. No
ano de 2007 na faixa etária de 15 a 19 anos e 35 a 49 anos não houve casos de HIV+, porém os
indivíduos entre 20 e 34 anos houve um total de 7 casos (15,21%) sendo, portanto a faixa etária
com maior frequência de casos neste ano.
No ano de 2008 houve 1 caso (2,17%) na faixa etária de 15 a 19 anos, entre 20 e 34 anos
foram 6 casos (13,04%) e, de 35 a 49 anos não houve casos. Em 2009, na faixa etária entre 15 e
19 anos não houve casos, entre 20 a 34 anos houve 3 casos (6,52%) e, entre 35 e 49 anos houve
1 caso (2,17%). No ano de 2010 foram 2 casos (4,34%) na faixa etária de 15 a 19 anos, entre 20 e
34 anos houve 10 casos (21,76%) e, entre 35 e 49 anos não houve casos. Já no ano de 2011 foram
4 (8,69%) o número de casos diagnosticados entre as gestantes na faixa etária de 15 a 19 anos,
entre 20 e 34 anos foram 11 casos (23,91%), entre 35 e 49 anos foram 2 casos (4,34%).
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa de dados epidemiológicos sobre gestantes HIV+, na secretaria
municipal de saúde, onde foram coletados dados através de fonte secundária (SINAN). Esse estudo
faz parte de uma linha de pesquisa maior. Trata-se de uma pesquisa, quantitativa de campo,
descritiva, retrospectiva e epidemiológica, cujo projeto foi elaborado no ano de 2013.
O presente estudo foi realizado na Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, mais
especificamente no setor de Registro de informações da vigilância epidemiológica no banco de
dados do SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação, com foco nos dados
registrados na unidade notificadora Centro de Testagem e Aconselhamento HENFIL.
A população estudada foi composta por um total de 46 (quarenta e seis) gestantes
notificadas no SINAN no período proposto da pesquisa. Como o N= é representado por um número
reduzido de casos diagnosticados e lançados no SINAN, optou-se por estudar o todo. Os principais
critérios de inclusão foram as fichas de notificação e investigação de gestantes HIV positivas
lançadas no sistema de informação; bem como, as fichas de notificações e investigação em
completitude. Já os critérios de exclusão foram as fichas de notificação e investigação de gestantes
caso AIDS lançadas no sistema de informação.
Neste estudo foi utilizado um chek-list (roteiro de pesquisa) que continha as variáveis que
responderam os objetivos específicos. Esse roteiro foi elaborado de forma sistemática, embasado
na ficha de notificação e investigação do SINAN. A coleta de dados foi realizada entre o mês de
Agosto de 2013 à Junho de 2014.
Para análise dos dados, foi utilizado o programa Excel, programa que compõe o pacote office
da Windows destinado à realização de cálculos e análise de informações. Esse foi utilizado para
fazer a análise estatística do mapeamento dos casos de HIV em gestantes residentes nos bairros
de Palmas, a partir do SINAN e identifica a predominância das idades e escolaridades.
O projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do comitê de Ética em pesquisa da
Universidade Federal do Tocantins, UFT, conforme estabelece a resolução CNS 196/96 do (466
12/12/12) CNS, que normatiza pesquisas envolvendo seres humanos. O projeto foi aprovado sob o
número de parecer 094/2011.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
predominância através da idade, bem como, correlacionar com a escolaridade e, com os bairros de
residência dessas gestantes.
2010
2011
Total
(n = 46)
0 (0%)
7(15,21%)
0 (0%)
7(15,21%)
1(2,17%)
6(13,04%)
0 (0%)
7(15,21%)
0 (0%)
3(6,52%)
1(2,17%)
4(8,69%)
2 (4,34%)
10(21,76%)
1(2,17%)
13(28,26%)
4 (8,69%)
11(23,91%)
0(0%)
15(32,60%)
7 (15,21%)
37(80,43%)
2(4,34%)
46(100%)
Tabela 2. Frequência e distribuição de casos de gestantes HIV+ por escolaridade em Palmas-TO entre os
de 2007 a 2011.
Ano
2007
2008
2009
2010
2011
Total
Escolaridade
Ign/Branco
0 (0%)
0(0%)
1(2,17%)
0(0%)
1(2,17%)
2(4,34%)
1ª a 4ª série
0(0%)
0(0%)
0(0%)
3 (6,52%)
1(2,17%)
4(8,69%)
incompleta do EF
4ª série completa
0(0%)
0(0%)
0(0%)
1(2,17%)
1(2,17%)
2(4,34%)
do EF
5ª a 8ª série
10
2(4,34%)
2(4,34%)
0(0%)
3(6,52%)
3(6,52%)
incompleta do EF
(21,76%)
Ensino
fundamental
0(0%)
0(0%)
0(0%)
0(0%)
1(2,17%)
1(2,17%)
completo
Ensino
médio
3(6,52%)
3(6,52%)
1(2,17%)
3(6,52%)
3(6,52%)
13(28,26%)
incompleto
Ensino
médio
2(4,34%)
1(2,17%)
1(2,17%)
3(6,52%)
4(8,69%)
11(23,91%)
completo
Educação
superior
0(0%)
1(2,17%)
1(2,17%)
0(0%)
1(2,17%)
3(6,52%)
incompleta
Total
7(15,21%)
7(15,21%)
4(8,69%)
13(28,26%) 15(32,6%)
46(100%)
Na variável escolaridade dividiu-se da seguinte forma: Ign (ignorados) /Branco, 1ª a 4ª série
incompleta do Ensino Fundamental, 4ª série completa do Ensino Fundamental, 5ª a 8ª série
incompleta do Ensino Fundamental, Ensino fundamental completo, Ensino médio incompleto Ensino
médio completo, Educação superior incompleta.
O número de casos diagnosticados entre as gestantes com escolaridade Ign/Branco em
2007 foi de 0 (0%); Esse número se manteve em 2008: 0(0%), Já em 2009 foi 1 caso (2,17%); Em
2010 não houve casos 0(0%); Em 2011 houve 1 caso (2,17%), um total de 2 casos (4,34%).
As que fizeram de 1ª a 4ª série incompleta do Ensino Fundamental, nos ano de 2007, 2008
e 2009 não houve casos (0%) respectivamente; Em 2010 esse número subiu para 3 (6,52%); Já em
2011 houve 1 caso (2,17%); Totalizando 4 casos (8,69%);
As que concluíram a 4ª série Ensino Fundamental em 2007, 2008 e 2009 não houve caso
(0%) respectivamente; nos anos em 2010 foi 1 caso diagnosticado (2,17%); no ano de 2011 também
se diagnosticou 1 caso; obtendo-se um total de 2 casos 2 (4,34%);
As que fizeram de 5ª a 8ª série incompleta do Ensino Fundamental: em 2007 foram 2 casos
(4,34%); em 2008 também foram 2 casos (4,34%); em 2009 não houve casos 0(0%); em 2010
houve 3 casos (6,52%); esse número se manteve em 2011: 3 casos (6,52%); Um total de 10 casos
(21,76%).
Das gestantes que concluíram o Ensino fundamental: em 2007, 2008, 2009 e 2010 não
houve casos 0(0%); Houve 1 caso (2,17%) em 2011.
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2009
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2008
v. 02
2007
n. 01
Ano
Faixa
Etária
15-19
20-34
35-49
Total
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Tabela 1. Frequência e distribuição de casos de gestantes HIV+ por Faixa etária em Palmas-TO entre os anos
de 2007 a 2011.
4 DISCUSSÕES:
Após análise dos resultados da pesquisa pode-se notar que a maior frequência de casos de
HIV positivo se concentra na faixa etária de 20 a 34 anos, podendo-se dizer que a juventude é a
parcela da população mais vulnerável a essa doença. O jovem tem conhecimento sobre a doença
e sobre como se prevenir, porém não se previne(7). Esses resultados podem refletir o aumento da
prevalência da infecção que vem ocorrendo na população jovem, conforme informações do Boletim
Epidemiológico Aids – DST8.
De acordo com dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),
em 2008, no Relatório ‘Como prevenir a transmissão vertical do HIV e da sífilis no seu município
(Guia do Gestor)’, a prevalência de DST na população jovem acontece devido ao início da vida
sexual ser cada vez mais cedo. Isso se dá devido à vulnerabilidade dos jovens e sua inconsistência
no uso de preservativos9.
Os resultados apontam que, no período de 2007 a 2011, ao contrário do que se pode
imaginar, as gestantes com nível de escolaridade ensino médio incompleto, 13 casos (28,26%) e
ensino médio completo, 11 casos (23,91%) apresentam maior frequência de casos. Ou seja, menor
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Já as participantes que tem o Ensino médio incompleto, em 2007 foram 3 casos (6,52%);
em 2008 também foram 3 casos (6,52%); em 2009 houve 1 caso (2,17%); Em 2010 houve 3 casos
(6,52%) e em 2011 foram 3 casos (6,52%). Um total de 13 casos (28,26%).
As gestantes infectadas que concluíram o Ensino médio, em 2007 foram 2 casos (4,34%);
Em 2008 foi 1 caso (2,17%); em 2009 também foi 1 caso (2,17%); em 2010 foram 3 casos (6,52%)
e em 2011 foram 4 casos (8,69%); um total de 11 casos (23,91%).
As gestantes HIV positivo que estão na Educação superior incompleta, em 2007 não houve
casos 0(0%); Já em 2008 houve 1 caso (2,17%); Em 2009 também houve 1 caso (2,17%); em 2010
não houve casos 0(0%); em 2011 houve 1 caso (2,17%); Totalizando 3 casos (6,52%).
Considerando a variável bairros, tendo os dados de 30 bairros de Palmas-TO, constatou-se
que no ano de 2007, os bairros que apresentaram casos de HIV foram: Aureny III 1 caso (2,17%),
Taquari 1 caso (2,17%), 504 NORTE (Arne 61) 1 caso (2,17%), 607 NORTE (Arno 73) 2 casos
(4,34%), Bela Vista 1 caso (2,17%), 603 S (Arso 61) 1 caso (2,17%), Totalizando 7 casos, um
percentual de 15,21%.
No ano de 2008 houve 1 caso (2,17%) na 407 NORTE -Arno 43 . Na 404 NORTE (Arne 51)
houve 1 caso (2,17%); Na 307 NORTE (Arno 33) também houve 1 caso (2,17%). No bairro Santa
Bárbara houve 1 caso (2,17%); Em Taquaralto houve 1 caso (2,17%); Na Zona Rural houve 1 caso
(2,17%); Totalizando 7 casos com um percentual de 15,21%.
Já em 2009, houve 1 caso (2,17%) no Bairro Santa Bárbara, no bairro Morada do Sol houve
1 caso (2,17%); no Taquaruçu houve 1 caso (2,17%); No bairro 1204 SUL (Arse 121) também houve
1 caso (2,17%), Totalizando 4 casos, com um percentual de 8,69%
Em 2010, houve 1 caso (2,17%); na 407 NORTE Arno 43; Na 303 NORTE (Arno 31) houve
1 caso (2,17%), na 603 NORTE houve 1 caso (2,17%); Na 712 SUL (Arse 75) houve 3 casos
(6,52%); na 612 SUL (Arse 65) houve 1 caso (2,17%); Na Morada do Sol II houve 1 caso (2,17%);
Em Taquaralto houve 1 caso; Em Taquaruçu houve 1 caso (2,17%); Na 1006 SUL (Arse 102) houve
1 caso (2,17%); Na 103 NORTE (Acne 01) houve 1 caso (2,17%); Totalizando 13 casos com
percentual de 28, 26%.
Em 2011 foi diagnosticado 1 caso (2,17%) na 904 SUL (Arse 91); Na 1203 SUL (Arso 121)
houve 1 caso (2,17%); No Aureny III houve 2 casos (4,34%); Na Aureny IV houve 3 casos (6,52%);
Na 405 NORTE (Arno 42) houve 1 caso (2,17%); Na 712 SUL (Arse 75) houve 1 caso (2,17%); Na
504 NORTE (Arne 61) houve 1 caso (2,17%); No Santa Bárbara houve 1 caso (2,17%); Na 2012
NORTE (Arse 25) houve 1 caso (2,17%); Na Zona Rural houve 1 caso (2,17%); Na 1306 SUL houve
1 caso (2,17%); No Bairro Morada do Sol III houve 1 caso (2,17%); Totalizando 15 casos com um
percentual de 32,6%. Foram diagnosticados 46 casos (100%) no período de 2007 a 2011.
REFERENCIAS
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Programa Nacional de DST e AIDS. 2008. Disponível
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2013.
Disponível
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<http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-0919/contaminacao-pelo-hiv-e-oito-vezes-maior-entreusuarios-de-crack>. Acesso: 03/10/2013.
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por um de seus descobridores. Ano: 2011
Disponível
em:
<http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
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Nanci. Juventude e Prevenção das DST/Aids. Disponível
em:
<https://sistema.
planalto.
gov.br/spmulheres/textos/ECOS/juventude.pdf>.Acesso em:
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Ministério
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Saúde:
2010.
Disponível
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<http://www.aids.gov.br/publicacao/2012/boletimepidemiologico-aids-e-dst-2012>. Acesso em: 25 Out. 2014.
9. BRASIL. Ministério da Saúde. DST/AIDS. Programa
Nacional de DST e AIDS. 2008. Disponível em:
http://www.aids.gov.br/main.asp. Acesso em: 20 de outubro
de 2013.
10. IRFFI, Guilherme Diniz; SOARES, Ricardo Brito; SOUZA,
Sergio
Aquino
de.
Fatores
Socioeconômicos,
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frequência de casos está entre as participantes com menor escolaridade. Porém, o número de
gestantes infectadas que não concluíram o ensino superior não supera as que têm ensino médio
incompleto ou ensino médio completo. Infere-se que a escolaridade é um fator importante na
qualidade do conhecimento sobre HIV/AIDS. Um maior nível educacional estimula a demanda por
conhecimentos específicos sobre a doença e facilita o entendimento dos riscos de contágio quando
as informações são providas através da mídia, de parentes ou de outras pessoas10.
Quanto à frequência de casos nos bairros, nota-se a prevalência entre os bairros mais
carentes, ou seja, os fatores socioeconômicos estariam diretamente relacionados à questão de
infecção pelo vírus HIV. As gestantes das camadas mais pobres estariam mais vulneráveis a
infecção9. Os bairros da periferia de Palmas-TO, portanto, que apresentaram maior número de
casos foi: Aureny III, 3 casos (6,52%), Aureny IV, 3 casos (6,52%), e Santa Bárbara, 3 casos
(6,52%).
Nesse sentido, Garcia e Souza11 afirmam que as desigualdades socioeconômicas
influenciam diretamente na dinâmica da AIDS, o que pode ser observado no aumento da incidência
de casos na população de menor nível socioeconômico. Fazendo, uma relação com o contexto da
cidade de Palmas-TO onde os bairros que apresentam maior frequência de casos estão nas regiões
mais carentes e desprovidas de saneamento básico, serviço de saúde de qualidade, dentre outros11,
12
. Além disso, o fato dessas gestantes residirem nesses bairros aparece como algo que dificulta o
acesso dessas mulheres a o tratamento adequado, uma vez que, precisam se deslocar para o
centro da cidade.
Notou-se, entretanto, que apesar de a maior frequência de casos de gestantes HIV+ estar
nos setores da periferia, percebeu-se que, também existe uma frequência significativa entre os
bairros do centro da cidade. Diferentemente do esperado um dos setores que aparece como
primeiro em números de casos está localizado no centro.
O foco da pesquisa estava em mapear os casos de gestantes HIV+ nos bairros periféricos,
no entanto, também foram diagnosticados casos em bairros do centro da cidade. Dentre eles, podese destacar a 712 SUL-Arse 75, onde houve 4 casos (8,69%), nos anos de 2007 a 2011. Apesar
disso, nota-se que o percentual de gestantes HIV+ do centro não supera o número de casos nos
bairros periféricos.
Sendo assim, após análise dos resultados obtidos pode-se inferir que a população de
gestantes HIV+ infectadas está na faixa etária de 20-34 anos, podendo ser considerada uma parcela
da população palmense vulnerável a infeção pelo vírus, ou seja, percebe-se a população de jovens
como sendo mais vulneráveis devido às características da idade e a própria atitude que a juventude
em geral apresenta diante da prevenção do HIV. Entende-se ainda que quanto menor o grau de
escolaridade mais vulneráveis essas gestantes estão à doença. É notável, portanto, a necessidade
de mais políticas públicas voltadas para conscientização dessas gestantes com relação à
importância da realização do pré-natal a fim de reduzir o risco de crianças nascerem com HIV+.
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n. 01
PACIENTES ACIDENTADOS POR RAIAS REGISTRADOS NO SINAN DE PORTO NACIONAL
– TO ENTRE 2009 E 2013
v. 02
Demográficos, Regionais e Comportamentais que
Influenciam no Conhecimento sobre HIV/AIDS. [Online]
Disponível
em:
<
http://www.anpec.org.br/encontro2008/artigos/20080721173
5260-.pdf> Acesso em: 03 Nov. 2014.
11. GARCIA, Sandra; SOUZA, Fabiana Mendes de.
Vulnerabilidades ao HIV/aids no Contexto Brasileiro:
iniquidades de gênero, raça e geração. Revista Saúde Soc.
São Paulo, v.19, supl.2, p.9-20, 2010 11. Disponível em:
<www.revistas.usp.br/sausoc/article/download/29687/31561
>. Acesso em: 29 Out. 2011
12. SALDANHA, Ana Alayde Werba. Vulnerabilidade e
construção de enfrentamento da soro positividade ao HIV
por mulheres infectadas em relacionamentos estáveis.
(Tese de Doutorado). [Online]. Universidade de São Paulo.
Departamento de Psicologia e Educação. Disponível em:<
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde.../Tesedou
torado.pdf>. Acesso em: 02 Out. 2014
PATIENTS INJURED BY STINGRAYS SINAN LOGGED IN PORTO NACIONAL – TO
BETWEEN 2009 AND 2013
Taynara Alves de Castroi; Raquel da Silva Airesii; Thompson de Oliveira Turibio²; Anne Caroline Dias
Neves². Tiago Farret Gemelli²; Ronyere Olegário de Araujo².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - As raias são peixes peçonhentos responsáveis pela maioria dos acidentes
entre habitantes das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Os acidentes com estes animais são
pouco estudados, apresentam elevada morbidade e são reconhecidos como um importante
problema de saúde pública, merecendo maior atenção dos profissionais de saúde e pesquisadores.
Objetivo - Traçar o perfil epidemiológico dos pacientes acidentados por raias registrados no SINAN
no município de Porto Nacional-TO entre 2009 e 2013. Metodologia - A pesquisa é de natureza
quali-quantitativa e com base nos seus objetivos é de natureza exploratória e descritiva. Os dados
foram coletados através das fichas de investigação de acidentes por animais peçonhentos do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), fornecidos pela Secretaria Municipal de
Saúde de Porto Nacional - TO. A amostra foi composta por 60 casos registrados no SINAN. Os
dados foram analisados através do programa Bioestat 5.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Tocantins com o número 059/2014. Resultados Dentre o total de casos encontrados, 49 (81,7%) são do gênero masculino, com faixa etária entre
21 a 31 anos. Em relação à escolaridade, 19(31,7%) possuem Ensino Fundamental Incompleto.
Com base na zona de ocorrência, 54 (90%) casos se deram em zona urbana. Quanto à
sazonalidade, 15 (25%) ocorreram no mês de Julho. Dos dados coletados, 59(98,3%) acidentados
apresentaram manifestação clínica local. Quanto ao tempo decorrido entre a picada/atendimento,
27 (45%) procuraram o local de atendimento nos intervalos de 0 ⱶ 1h. Conclusão - Através dos
dados apresentados na pesquisa, foi possível traçar o perfil epidemiológico dos pacientes
acidentados por raias, concluindo que a maioria dos acidentes está relacionada ao sexo masculino,
com faixa etária entre 21 e 31 anos, sendo possível identificar também a sazonalidade dos
acidentes.
Palavras-chave: Animais Peçonhentos. Epidemiologia. Raias. Saúde Pública.
ABSTRACT: Introduction - The rays are responsible for most venomous fish on accidents among
residents of northern and Midwestern regions of the country. Accidents involving these animals are
little studied, have high morbidity and are recognized as an important public health issue deserving
more attention from healthcare professionals and researchers. Objective - To describe the
173
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
4. GRANGEIRO, Alexandre; FERRAZ, Dulce (Org.).
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ISBN 978-85-69629-06-1
v. 02
n. 01
1 INTRODUÇÃO
Animais peçonhentos possuem um aparelho inoculador de veneno, que injeta no homem e
em outros animais, no momento da picada ou ferroada, substâncias tóxicas ou venenosas
chamadas peçonha. Em território brasileiro, os maiores causadores de acidente humano são
escorpiões, serpentes, abelhas, marimbondos, vespas e arraias 1.
As arraias ou raias são peixes pertencentes da subclasse Elasmobranchii que representam
o organismo marinho mais conhecido na Antiguidade. Os primeiros registros sobre as arraias foram
feitos por Aristóteles em 384-322 a.C. Outros personagens da história fizeram referências sobre o
tema, referindo-se à gangrena que a picada da arraia pode causar e a descrição do ferrão como um
possuidor de veneno letal 2. São peixes exclusivamente encontrados em região neotropical e
pertencentes à família Potamotrygonidae. Fazem parte do filo Chordata, pertencem à ordem
Rajiforme, subordem Myliobatiformes (raias de espinho) classe Chondrichthyes grupo de peixes
cartilaginosos, que possuem maxilares, esqueleto cartilaginoso, nadadeiras pares e ímpares e duas
narinas, subdivisão Batoidea 3, 4, 5.
As raias são peixes considerados peçonhentos, podendo ser de água doce ou de água
marítima. As arraias fluviais são encontradas nas principais bacias hidrográficas da América do Sul,
sendo na Bacia Amazônica onde se encontra o maior número de espécies 2. Apresentam ferrões
de estrutura rígida recobertos por um epitélio contendo grandes quantidades de células glandulares
que produzem veneno, cuja composição e mecanismo de ação ainda não foram totalmente
esclarecidos. Além disso, o dorso destes animais é frequentemente coberto por muco que também
apresenta atividade tóxica6.
Esses peixes peçonhentos são normalmente encontrados em repouso no fundo arenoso ou
lamacento de águas rasas dos rios. Devido a estes hábitos, é grande a possibilidade de acidentes,
que ocorrem quando os humanos casualmente pisam na parte dorsal destes animais, que utilizam
a cauda com ferrões ósseos retrosserrilhados como mecanismo de defesa resultando na
penetração do aguilhão no corpo da vítima7.
Tais acidentes com arraias de água doce são bastante frequentes no estado do Tocantins e
são considerados como um problema de saúde pública, já que os ferimentos provocados pelos
ferrões das raias são dolorosos e de difícil cicatrização, podendo evoluir para processos graves de
necrose, podendo levar a amputações de membros. Infecções bacterianas também podem está
associada a estas lesões 7.
A dor de grande intensidade acompanhada de edema e eritema no local da ferroada é o
principal sintoma que ocorre nas vítimas de acidentes por raia, podendo ocorrer também alguns
sintomas sistêmicos como taquicardia, sudorese fria, náuseas, vômitos e agitação 8.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
epidemiology of patients injured by stingrays SINAN registered in the municipality of Porto Nacional
– TO between 2009 and 2013. Method - The research is qualitative in nature – quantitative and
based on your goals is exploratory and descriptive in nature. Data were collected through the
investigation files envenomations of the Notifiable Diseases Information System (SINAN), provided
by Municipal Secretary of Health of Porto Nacional – TO. The sample consisted of 60 cases reported
in SINAN. Data were analyzed using the Biostat 5.0 software. The study was approved by the Ethics
Committee of the Federal University of Tocantins with number 059/2014. Results - Among the total
number of cases found, 49(81.7%) were male, aged between 21 and 31 years. Regarding education,
19 (31,7%) have Completed Elementary Education. Based on the area of occurrence, 54(90%)
patients took place in urban areas. Regarding seasonality, 15(25%) occurred in the month of July.
The data collected, 59(98,3%) had local rough clinical manifestation. As the time elapsed
betweenthe bite/care, 27(45%) returned to the place of attendance at intervals of 0 ⱶ 1pm.
Conclusion - Through the data presented in the survey, it was possible to trace the Epidemiological
profile of patients injured by stingrays, concluding that most accidents are related to male, with age
range between 21 and 31 years, being also possible to identify the seasonality of accidents.
Key-words: Animals Venomous. Epidemiology. Public Health. Rays.
175
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n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Logo em seguida a área afetada apresenta flacidez no tecido, havendo formação de necrose
extensa e úlcera profunda rosa pálida, que lentamente, sendo essas uma característica própria
desse tipo de envenenamento 9,10.
A maioria dos acidentes por raias acontecem nas extremidades dos membros inferiores,
como o pé e tornozelo, em decorrência das vítimas, durante o banho em lagos, rios, mares, pisar
sobre a arraia que habitam o fundo das águas 2.
Os acidentes com este tipo de animal apresentam elevada morbidade e são frequentemente
observados entre habitantes das regiões norte e centro-oeste do país. Assim, os acidentes são
muito temidos, pelo fato deles estarem quase sempre associados a casos de incapacidade física
temporária ou permanente 7,11.
O fato de ainda não haver tratamento específico e eficaz para os acidentes por raias, a
terapêutica normalmente utilizada por populares vítimas do acidente baseia-se na utilização de
urina, bem como a utilização de ervas e óleos para cicatrização imediatamente após o acidente e
ao sair da água, como alternativas para minimizar o quadro clínico causado pela picada 3.
A abordagem terapêutica neste tipo de acidente é sintomática, onde são utilizados
analgésicos; anti-inflamatórios e antibióticos, pois não há disponível para o tratamento de lesões
por raia um antiveneno específico. O ideal seria um tratamento como a soroterapia específica que
é utilizada para a neutralização de venenos inoculados após acidente por animal peçonhento, como
nos casos dos acidentes ofídicos 10,15. A única forma de neutralizar as consequências das ferroadas
por raias é a inativação das toxinas, mesmo com o controle do quadro utilizando medidas clínicas.
O controle inicial da dor deve ser feito através da imersão do membro afetado em água quente não
escaldante, com a finalidade de inibir a ação das toxinas que foram depositadas na pele da vítima.
Outros procedimentos a ser realizado para minimizar o quadro clínico, incluem a limpeza de
ferimentos, procura por fragmentos de ferrões, profilaxia do tétano, infiltração de anestésica local
caso a dor não cesse durante as primeiras duas horas 11,12.
Estudos mostram que as maiores ocorrências de acidentes por raias acontecem com
pessoas do sexo masculino, com idade superior a 18 anos, estando relacionado ás atividades em
que as vítimas exercem durante o acidente. A maioria dessas vítimas é acidentada em ambiente de
trabalho (pescadores) e em atividades de lazer (banhistas), as quais necessitam deslocamento
dentro d’água. Com relação à sazonalidade, as maiores incidências de acidentes ocorrem no
período da tarde para o início da noite, durante o verão, se agravando durante o período chuvoso,
entre novembro e março quando a transparência da água reduz dificultando a visualização das
arraias 3,8.
A utilização de equipamentos de proteção, como barreiras físicas, redes ou telas, uso de
placas de advertência com informações, a fim de evitar o contato dos humanos com as raias,
recebem destaque como uma importante medida preventiva quanto aos acidentes. Outras ações
como alertar as populações que estão situadas em áreas de risco sobre a presença de arraias,
notificação dos casos de acidentes e capacitação dos profissionais de saúde para o atendimento
as vitimas, também devem acontecer, com o objetivo de minimizar os impactos causados à
população 8.
No Brasil, vários estudos sobre acidentes causados por animais aquáticos apresentam
comunicações dispersas e pouco conclusivas em se tratando de epidemiologia, relato dos sinais,
sintomas e medidas terapêuticas empregadas. Entre os acidentes com animais aquáticos, os
causados por raias tornam-se importantes pelo fato de ainda não existir tratamento específico e
muitos profissionais de saúde não receberem treinamento adequado sobre o tema em cursos de
graduação ou no decorrer da atividade profissional 13.
Acidentados por animais peçonhentos necessitam receber atendimento em unidades
equipadas para atenção às urgências clínicas, não só pelo fato do caso exigir rapidez na
neutralização das toxinas inoculadas durante o acidente, como pela frequente necessidade de
introduzir medidas de sustentação das condições vitais dos pacientes acidentados, proporcionando
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
De acordo com o modo de abordagem a pesquisa é de natureza quali-quantitativa e com
base nos seus objetivos é de natureza exploratória e descritiva.
Os dados dos acidentes com raias no município de Porto Nacional – TO entre os anos de
2009 a 2013 foram coletados a partir das fichas de investigação de acidentes por animais
peçonhentos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde
(MS). A presente pesquisa foi realizada em setembro de 2014, na Secretaria Municipal de Saúde
do município de Porto Nacional – TO. A amostra é constituída por 60 casos de pacientes
acidentados por raias.
Foram inclusos no estudo pacientes cadastrados no SINAN do município de Porto Nacional
- TO no período de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2013. Foram excluídos no presente
estudo, acidentes que não foram notificados no SINAN de Porto Nacional – TO e pacientes
cadastrados, porém fora do período de estudo.
Os dados foram coletados por meio de um instrumento elaborado pelos pesquisadores,
contendo para coleta de dados as seguintes variáveis: notificação individual (Mês/Ano da
notificação, idade, sexo, escolaridade, município de residência, zona, tempo decorrido
picada/acidente).
Foi realizada uma abordagem quantitativa das variáveis em estudo. Para as variáveis
quantitativas será empregada à técnica de estatística, utilizando o software Bioestat 5.0, disponível
na internet. Já para as variáveis qualitativas foi realizada a técnica de agrupamento e ordenação.
Tratou-se de procedimento não invasivo em seres humanos, e sim a avaliação das fichas
de cadastro dos pacientes acidentados por raias que foram registrados no SINAN no município de
Porto Nacional-TO. Foram seguidos aspectos éticos de acordo com resolução nº 466, que envolve
pesquisa com seres humanos. Segundo a Resolução n° 466 a pesquisa tem que ter os quatro
referenciais básica da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e
visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade cientifica, aos sujeitos da
pesquisa e ao Estado. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Tocantins com o número 059/2014.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
um cuidado adequado. Portando, os profissionais de saúde devem estar capacitados para o
atendimento às vítimas de acidentes por animais peçonhentos, tendo em vista a gravidade que
podem assumir determinados casos. O profissional enfermeiro, além de proporcionar cuidados
especializados e de qualidade a estes pacientes nos serviços de urgências e de internação,
necessitam utilizar-se de dados epidemiológicos com a finalidade de elaboração de atividades
educativas e de prevenção destes acidentes 1.
Diante do exposto acredita-se que as pacientes vítimas de acidentes por raias são em sua
maioria pertencentes ao sexo masculino, com faixa etária superior a 18 anos estando relacionado
ás atividades em que as vítimas exercem durante o acidente. A maioria dessas vítimas é acidentada
em ambientes de trabalho e em atividades de lazer, normalmente são pescadores e banhistas, que
necessitam se deslocar dentro d’ água.
Sendo assim, este estudo tem por objetivo traçar o perfil epidemiológico dos pacientes
acidentados por raias registrados no SINAN no município de Porto Nacional-TO entre 2009 e 2013.
Dessa forma, as informações resultantes deste trabalho poderão ser úteis para conhecer a
população de risco, a fim de traçar um plano de promoção da saúde para o público alvo, assim
como orientar as vítimas adequadamente como proceder em casos de acidente.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Número De Casos
Número De Casos
3 RESULTADOS
FIGURA 1. Distribuição quanto ao número de pacientes
Na Secretaria Municipal de
acidentados por raias registrados no SINAN entre
2009 e 2013.
Saúde do município de Porto
Nacional - TO foram registrados
26
30
através das fichas do SINAN, 60
25
casos de acidentes por raias entre
20
os anos de 2009 a 2013,
13
11
15
considerando todos os critérios de
8
10
inclusão e exclusão conforme a
2
metodologia apresentada para
5
obtenção dos dados.
0
2009
2010
2011
2012
2013 Ano
Nos anos citados foram
registrados 2 (3,3%) casos de
acidentes por raias em 2009, 8
FIGURA 2.
Distribuição quanto ao sexo dos pacientes
(13,3%) em 2010, 13 (21,7%) no ano
acidentados por raias registrados no SINAN de
de 2011, a maioria dos casos foram
Porto Nacional - TO entre 2009 e 2013.
registrados em 2012 com total de 26
20
20
(43,3%) e em 2013 foram notificados
11 (18,3 %) casos, resultando um
15
10
total de 60 (100%) casos, conforme
9
8
10
figura 1.
6
Dentre o total de casos
3
2
2
5
0
0
notificados no SINAN do município de
Ano
0
Porto Nacional – TO, por acidentes
2009
2010
2011
2012
2013
com animais peçonhentos raias nos
anos de 2009 a 2013, segundo o
Masculino
Feminino
sexo, 49 (81,7%) do gênero
masculino e 11 (18,3%) do gênero feminino,
evidenciando que a maioria dos acidentes TABELA 1. Distribuição quanto à faixa etária dos
pacientes
acidentados
por
raias
ocorreram em homens, dados mostrados na
registrados no SINAN de Porto Nacional figura 2.
TO entre 2009 e 2013.
Segundo a faixa etária, do total de
Classes
Xi
Fi
Percentual
casos analisados, 15 (25,00%) possuem
1.0 – 11.0
6.0
6
10.00%
entre 21 a 31 anos, 13 (21,67%) entre 31 a
11.0 – 21.0
16.0
10
16.67%
41 anos, 10 (16,67%) entre 11 a 21 anos, 9
21.0 – 31.0
26.0
15
25.00%
(15%) entre 41 a 51 anos, 6 (10,00%) entre
31.0 – 41.0
36.0
13
21.67%
41.0 – 51.0
46.0
9
15.00%
01 a 11 anos, 4 (6,67%) entre 61 a 71 anos,
51.0
–
61.0
56.0
3
5.00%
3 (5,00%) entre 51 a 61 anos. A maior
61.0 – 71.0
66.0
4
6.67%
prevalência dos acidentes foi em pacientes
Total
60
100%
com faixa etária entre 21 a 31 anos (média=
31,5), seguido da faixa etária entre 31 a 41 anos, conforme apresentado na tabela 1.
Em relação à escolaridade dos pacientes acometidos, 19 (31,7%) possuem de 5ª a 8ª série
incompleto, 11 (18,3%) possuem Ensino Médio Completo, 10 (16,7%) possuem 1ª a 4ª série
incompleto, 5 (8,3%) Ensino Médio Incompleto, 4 (6,7%) não se aplica, 4 (6,7%) Ensino Superior
Incompleto, 3 (5%) são analfabetos, 3 (5%) ignorados e 1 (1,7%) possui Ensino Fundamental
Completo. De acordo com o exposto, evidenciou – se que a maioria possui Ensino Fundamental
Incompleto de 5ª a 8ª série.
Com base na zona de ocorrência, a maioria dos acidentes ocorreram em zona urbana
registrando 54 (90%) casos de pacientes acometidos por picada de raias e 6 (10%) se deram em
zona rural.
4 DISCUSSÃO
Na avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes acidentados por raias, foi observada a
prevalência do sexo masculino 81,7% dos casos, como mostrado na figura 1, confirmando assim,
vários estudos realizados por outros pesquisadores. Sá- Oliveira, Costa e Pena (3), publicaram um
estudo realizado em quatro comunidades da área de proteção ambiental do Rio Curiaú, Macapá –
AP, com uma amostra composta por 22 vítimas de acidentes por raias no ano de 2009, confirmando
a prevalência do sexo masculino, onde 16 (72,73%) eram do sexo masculino e apenas 6 (27,27%)
eram do sexo feminino. Outra pesquisa realizada por Garrone Neto e Haddad Jr (8) em rios da região
Sudeste do Brasil, entre os anos 2004 e 2009, com uma amostra de 16 vítimas de acidentes por
raias, evidencia também que a prevalência dos acidentes ocorre em pessoas do sexo masculino,
onde 15 (94%) eram do sexo masculino e 1 (6%) era do sexo feminino.
A maior incidência de acidentes por raias no sexo masculino registrados no SINAN do
município de Porto Nacional - TO conferem com dados supracitados. Sá – Oliveira, Costa e Pena
(3)
mostram em seus estudos que o fato da maior ocorrência dos acidentes serem em pessoas do
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Tempo
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
número de casos
Quanto a sazonalidade dos acidentes, como mostra a figura 3, foram notificados 3 (5%)
casos no mês de Janeiro, 3 (5%) no mês
FIGURA 3. Distribuição quanto à sazonalidade de
de Fevereiro, 2 (3,3%) em Março, 4
acidentes registrados no SINAN de Porto
(6,7%) em Abril, 7 (11,7%) casos no mês
Nacional - TO entre 2009 e 2013.
15
de Maio, 4 (6,7%) no mês de Junho, 15
15
(25%) no mês de Julho, 4 (6,7%) no mês
de Agosto, 9 (15%) no mês de Setembro,
9
10
7
2 (3,3%) em Outubro, 3 (5%) no mês de
Novembro e 4 (6,7%) no mês de
4
4
4
4
3 3
3
5
2
2
Dezembro. Os dados mostram que a
época de maior prevalência de acidentes
0
por raias foi no mês de Julho, o que é
justificado pelo fato de estar relacionado
Meses
à temporada de praia e ao aumento do
número de turistas na região.
Com base no tempo decorrido
FIGURA 4. Distribuição quanto tempo decorrido entre a picada
entre a picada/atendimento, a figura 4
e o atendimento dos pacientes acidentados por raias
mostra que 27 (45%) dos acidentados
registrados no SINAN de Porto Nacional - TO entre
2009 e 2013.
por raias procuraram o local de
atendimento nos intervalos de 0 ⱶ 1h;
17(28,3%) entre 1ⱶ 3h; 4 (6,7%) entre
27
30
3ⱶ 6h; 2 (3,3%) entre 6 ⱶ12h; 3 (5,0%)
de 12 ⱶ 24h; 5 (8,3%) procuraram
25
atendimento após as 24 horas em
17
20
diante, e 2 (3,3%) foram ignorados,
15
dados observados na figura 4.
10
De acordo com os dados
5
4
3
2
2
5
coletados, dos pacientes acidentados
por raias 59 (98,3%) apresentaram
0
manifestações clinicas locais e
apenas 1 (1,7%) não apresentou
número de casos
nenhuma manifestação clínica. Dos
60 (100%) casos de pacientes
acidentados por raias registrados no SINAN de Porto Nacional-TO nos anos de 2009 e 2013, 60
(100%) evoluíram para cura.
5 CONCLUSÃO
Os dados apresentados na pesquisa foram possíveis traçar o perfil epidemiológico dos
pacientes acidentados por raias, concluindo que a maioria dos acidentes está relacionada ao sexo
masculino, com idade entre 21 e 31 anos.
Torna-se possível através do presente estudo, identificar a sazonalidade dos acidentes,
onde a grande maioria ocorre entre a temporada de verão e inverno, possibilitando assim, a
elaboração de estratégias e medidas preventivas à população de risco. Dentre os dados coletados,
não foram encontrados registros de que os acidentes estejam relacionados à atividade de trabalho
ou atividade de lazer, porém outros estudos evidenciaram que possivelmente esses acidentes
devem-se a atividade de pesca, atividades de lazer e ao fato de que com o aumento da temperatura
ambiente, ocorre também o aumento das atividades turísticas em regiões de praias, balneários,
favorecendo assim, uma grande prevalência dos acidentes por raias.
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sexo masculino, provavelmente está relacionado à frequência com que os homens realizam
atividades de pesca ou arrastões para captura de peixes.
Com base na faixa etária, a presente pesquisa mostra que 15 (25,00%) pacientes
acidentados por raias possuem idade entre 21 a 31 anos. Garrone Neto e Hadda Jr (8) mostram em
seus estudos realizado na região Sudeste do Brasil, que 62,5% das vítimas de acidentes por raias,
apresentavam faixa etária entre 16 e 30 anos.
Quanto à escolaridade, o estudo mostrou que a maioria 19(31,7%) acidentados apresentam
Ensino Fundamental Incompleto (EFI), o que provavelmente deve-se ao fato de muitos acidentados
possuírem vida simples e abandonarem os estudos para trabalhar. Foster (14), em um estudo no ano
de 2009, realizado em regiões ribeirinhas do rio Paraná, com uma amostra de 61 entrevistados,
onde 16 entrevistas realizadas na região de Itapura, 10 (62,5%) entrevistados possuem Ensino
Fundamental Incompleto, porém em todas as outras regiões em que a pesquisa foi submetida,
mostrou que os entrevistados também possuíam EFI.
Os dados obtidos no presente estudo quanto à zona de ocorrência desses acidentes,
mostraram que 90% dos acidentes ocorreram em zona urbana, o que pode ser justificado pela
existência do lago e a praia Porto Real.
Em relação à sazonalidade dos acidentes, Pardal (2) mostra em seu estudo realizado com
116 pacientes acidentados por raias, que a maior prevalência dos acidentes ocorreram no mês de
Julho registrando 44 (37,9%) casos, seguido do mês de Outubro com 18 (15,5%). Afirma ainda, o
que fato da maior prevalência dos acidentes ocorrerem no mês de Julho, pode estar relacionado ao
aumento da temperatura ambiente, fazendo com que a população procure praias, balneários para
atividade de lazer, agravando-se nos períodos de férias.
Quanto ao tempo decorrido entre picada/atendimento figura 4, os dados obtidos na pesquisa
conferem com Pardal (2), em que constatou que a maioria dos pacientes 92 (79,3%) procuraram
atendimento médico entre 0ⱶ01h. Confirmando assim os dados encontrados no presente estudo.
A presente pesquisa mostrou que 59 (98,3%) apresentaram manifestações clinicas.
Contrariando aos dados obtidos nessa pesquisa, Pardal (2) mostra em seu estudo, que dos 116
casos de acidentes por raias, 100% dos pacientes tiveram manifestações clinicas local, sendo
provavelmente dor, edema ou necrose, evoluindo para manifestações sistêmicas.
Embora não tenha sido encontrado dados que mostrem o período dos acidentes, estima-se
a maioria dos acidentes ocorreram no período vespertino. Garrone Neto e Haddad Jr (8) publicaram
estudo realizado entre 2004 e 2009 na região Sudeste, com 16 casos de acidentes por raias, onde
8 (50%) dos acidentes aconteceram no período da tarde, 4 (25%) no período da manhã e 4 (25%)
no período da noite.
Não foram encontrados dados que evidenciam o local da picada desses acidentes. Alguns
estudos mostram, que locais mais atingidos são os membros inferiores em região de pernas e pés
(3)
.
PERFIL DE CASOS DE TUBERCULOSE NA REGIÃO NORTE DO BRASIL: REVISÃO DE
LITERATURA
TUBERCULOSIS PROFILE CASES IN NORTH REGION BRAZIL: LITERATURY REVEW
Fernanda Moreno de Castro1, Weverson Sousa Monteiro1, André Moreira Rocha2.; Anne Caroline Dias
Neves²; Vanessa Regina Maciel Uzan²; Nelzir Martins Costa²; Asterio Souza Magalhães Filho².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - Aproximadamente um terço da população está infectada pelo
Mycobacterium tuberculosis e podem desenvolver a doença tuberculose transmitindo o bacilo de
(Koch). Na América Latina, o Brasil é o único país de prioridade da OMS entre 22 países existentes
nesse continente, pois foram notificados no Brasil 72.194 casos novos de Tuberculose no ano de
2007, que corresponde há uma incidência de 38/100.000 habitantes. Sendo que 41.117 casos
novos de bacilíferos (baciloscopia de escarro positiva), justifica um coeficiente de 41/100.000
habitantes. Com esses indicadores o Brasil ficou em 19ª posição em relação aos números de casos,
e na 104ª posição em relação à incidência da doença. Objetivo - Analisar o perfil sócio demográfico
dos indivíduos infectados pela tuberculose na Região Norte do Brasil nos anos de 2005 a 2015.
Métodos - Este trabalho se trata de uma pesquisa de caráter qualitativa e quantitativa analítica,
foram realizadas coletas de dados utilizando métodos de pesquisa de múltiplos estudos originais
de diferentes bibliotecas virtuais para o levantando dados sobre idade, sexo, raça, escolaridade e
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n. 01
REFERÊNCIAS
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
O papel da enfermagem nos acidentes por raias está relacionado à promoção de saúde ao
acometidos, e pelo fato de não existir um protocolo especifico para este tipo de acidente, o
profissional deve estar buscando capacitações com a finalidade de proporcionar um atendimento
especializado e de qualidade às vítimas por acidentes por raia, além disso, necessitam de dados
epidemiológicos, a fim de elaborar e coordenar as atividades educativas e preventivas dos
acidentes.
1 INTRODUÇÃO
A tuberculose (TB) é problema de saúde pública, afeta uma grande parcela da população,
com elevado quadro de morbimortalidade e números expressivos de casos no Brasil como no
mundo. Aproximadamente um terço dos habitantes estão infectados pelo Mycobacterium
tuberculosis e poderão desenvolver o quadro da doença transmitida pelo o bacilo de Koch. Este é
um processo infecto-contagioso em emergência mundial, estando sempre ligados aos fatores
relacionados à vida do homem tal como as condições de vida e ao desenvolvimento do seu país. A
incidência e a prevalência da doença são estimulados através da expansão urbana desenfreada
seguida da taxa de co-infecções da TB, Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), Síndrome de
deficiência imunológica adquirida (AIDS), acompanhada da pobreza (ALMEIDA et al. 2013).
Estima-se que cerca de 50 milhões de brasileiros, estejam infectados com o bacilo de Koch,
havendo mais de 80 mil casos novos da doença por ano. O número de óbito é em torno de 4 a 5
mil anualmente, o sexo masculino tem uma prevalência de adoecimento duas vezes mais que o
feminino. Destaca-se a região sudeste pelos maiores números de casos da doença. A redução dos
casos de morbimortalidade e a diminuição da transmissão estão ligadas a um diagnóstico e
tratamento precoce (BRASIL, 2011).
No estado federativo do Tocantins, o coeficiente da infecção é de 16,7 casos a cada 100 mil
habitantes no período de 2013, colocando o estado na 3° colocação de menor índice de tuberculose
ficando atrás apenas de Distrito Federal e Goiás (Antunes et al. 2013).
A vigilância à saúde brasileira possui um aliado: o Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN). Neste além de outros agravos, se registra notificações voltadas à investigação
e/ou confirmação de casos suspeitos de TB. A base de dados do SINAN é fonte para a Vigilância
Epidemiológica da TB nos municípios, nos estados ou em todo o país. Analisando estes dados
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ABSTRACT: Introduction - Approximately one third of the population is infected with
Mycobacterium tuberculosis and can develop TB disease transmitting the bacillus (Koch). In Latin
America, Brazil is the only country of WHO's priority among existing 22 countries on the continent
as they have been reported in Brazil 72,194 new cases of TB in 2007, which corresponds there is
an incidence of 38 / 100,000 inhabitants. Which 41,117 new cases of active tuberculosis (positive
sputum smear), justifies a coefficient of 41 / 100,000 inhabitants. With these indicators Brazil ranked
19th place in the cases of numbers, and the 104th position in relation to the incidence of the disease.
Objective - To analyze the socio-demographic profile of affected by tuberculosis in Northern Brazil
between the years of 2007 to 2012. Methods - This paper is a qualitative research study and
quantitative analytical, data collection was carried out using research methods of multiple original
studies in different virtual libraries which there was a survey about old data, sex, race, scholarity,
and area of residence. Results - The higher incidence of this disease occurred in males, aged to 21
to 40 years with 59.39% cases. Men showed greater vulnerability to disease with 59.65% of affected,
and breed brown (59.87%). Conclusion - It was observed scarcity of publications that addressed
the epidemiology of tuberculosis in the states located in Brazilian northern. However the results bring
attention for the need from the management bodies of public health an health professionals, so that
they work in the implementation of educational measures and guidance in order to clarifications to
professionals and the population reducing the contagion and the spread of the bacillus of Koch.
Key-words: Pneumonia. Bacillus Koch. Epdemiological surveillance.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
zona de residência. Resultado - O maior acometimento dessa patologia ocorreu em indivíduos do
sexo masculino, pardos com faixa etária de 21 – 40 anos com 59,39% dos casos. Os homens
demonstraram maior vulnerabilidade à doença aproximadamente 59,65% dos acometidos, e de
raça parda (59,87%) Conclusão - Foi observado escassez de publicações que abordassem o perfil
epidemiológico da tuberculose nos estados situados no norte do Brasil. Entretanto os resultados
trazem a necessidade de uma atenção por parte das entidades de gestão da saúde pública e dos
profissionais de saúde, de modo que trabalhem na implantação de medidas educativas e de
orientação afim de esclarecimentos aos profissionais e a população diminuindo o contágio e a
disseminação do Bacilo de koch.
Palavras-chave: Pneumonia, Bacilo de Koch, Vigilância epidemiológica.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
obtêm-se todos os aspectos da tuberculose em cada cidade ou estados do país (ALMEIDA et al.
2013).
Um dos fatores de agravo à tuberculose é de causas sociais como renda familiar, má
alimentação e educação precária, então são recomendadas atenção dobrada aos indivíduos
etilistas, usuários de drogas, desnutridos e imunodeprimidos por ter um maior risco de desenvolver
á doença por causa da queda do estado imunológico. A tuberculose (TB) é compreendida pelo
paciente como uma doença curável, entretanto comportamentos negativos como álcool, drogas e
tabaco agravam a doença (PAIVA et al. 2011). A população mais afetada na TB são os mais pobres,
e homens com idade produtiva, isso dificulta o crescimento econômico, o desenvolver da sociedade,
gerando mais pobreza no país (CHIRINOS e MEIRELLES, 2011).
A tuberculose Pulmonar esta presente há séculos na humanidade, pois acredita que os
primeiros casos ocorridos foram confirmados em múmias egípcias, com mais de 500 anos a.C. É
uma doença infecciosa antiga, que no século XVIII foi denominada como “peste branca” ou também
“tísica pulmonar” por Hipócrates. As pessoas não sabiam que a doença era ocasionada pelo
Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch (MACIEL et al. 2012).
A incidência da Tuberculose Pulmonar teve seu aumento por suas relações, uma com a
pandemia do HIV, e a outra com um aumento da miséria em vários níveis socioeconômicos, por
causa das migrações e poucos investimentos na saúde do país sendo que por sua vez afeta
primeiramente a saúde publica em níveis primários (BRUNELLO et al. 2011).
O enfermeiro juntamente com agente comunitário de saúde (ACS) tem um papel
fundamental nas condutas realizadas em paciente com TB, pois as responsabilidades do tratamento
a esses indivíduos é de extrema responsabilidade dos profissionais (SÁ e GOMES, 2011).
A estratégia da Saúde da Família tem uma grande dificuldade no cuidado ao paciente
infectado pela TB, pois o vinculo que poderia ser estabelecido entre profissional e paciente não
existe, contribuindo assim para o abandono do tratamento. Por tanto, há uma enorme necessidade
por partes dos profissionais da atenção primaria buscarem melhorias na adesão do tratamento e
eliminação dos casos de abandono. O enfermeiro como líder da equipe de ESF, tem que está
extremamente ligado ao controle da TB, pois fornecer orientação e levantamento de dados
importância sobre a conduta dos medicamentos corretamente e o tratamento da doença, reduzindo
o numero de abandono por individuo.
Um dos problemas emergenciais e de prioridade na saúde publica do país é a Tuberculose
Pulmonar. A portaria nº. 104/2011 do Ministério da Saúde relata que o os casos confirmados de
Tuberculose Pulmonar serão de notificação obrigatória (Brasil, 2011).
Entre os tipos de tuberculose, classifica-se a Tuberculose extrapulmonar sendo aquela que
ocorre em qualquer órgão ou sistema do corpo humano, entretanto é difícil encontrar casos
notificados dessa Tuberculose, ou seja, seu percentual é bastante pequeno chegando a 16% ou
menos de casos. Destas a Tuberculose ganglionar vem a se desenvolver quando a pessoa esta
imunodeprimida, principalmente em casos de HIV, ou pessoas idosas2. Os linfonodos apresentamse inchados e indolores nas regiões supraclaviculares e cervicais (BETHLEM, 2012).
Há também outras formas de Tuberculose Extrapulmonares, entre estas o globo ocular
quando acometido pela TB ocasionando panoftalmite, corioretinite, uveíte, e conjuntivite flictenular;
A TB congênita disseminada para o feto através da placenta ou liquido amniótico acometendo
diversos órgãos como baço, linfonodo, fígado, e outros órgãos (ALMEIDA et al. 2013).
A população brasileira da região Norte está estimada entorno de 15.856.454 de habitantes
com densidade demográfica de 4,12 habitantes/km2, sendo classificados das seguintes formas
populacionais: Rondônia (1.562.409 hab), Acre (733.559 hab), Amazonas (3.483.985 hab), Roraima
(450.445 hab), Pará (7.581.051 hab), Amapá (669.526 hab), Tocantins (1.383.445 hab) (BARBOSA
e COSME, 2013).
A representação da região norte diante da base econômica sobre o Produto Interno Bruto
(PIB), que é o total de bens e serviços produzidos pela região, onde houve um aumento significativo
2 MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho se trata de uma pesquisa de caráter qualitativa e quantitativa analítica, tendo
em vista a dimensão da necessidade de se realizar uma busca para se desenvolver os objetivos da
pesquisa. Sendo estudos epidemiológicos dos casos de Tuberculose na Região Norte do Brasil.
Foi realizada a coleta de dados utilizando métodos de pesquisa de múltiplos estudos
originais de diferentes pesquisas bibliográficas e artigos que possibilitaram os achados de
informações que respondessem aos objetivos específicos.
As buscas foram realizadas nas bases de dados eletrônicas Lilacs e SciELO, em que foram
investigados artigos publicados entre os anos de 2005 e 20015.
O conhecimento do tema investido foi construído mediante uma sistemática e organizada
pesquisa de seleção dos artigos realizada mediante as informações contidas em seus resumos,
observando o levantamento dados sobre idade, sexo, raça, escolaridade e zona de residência.
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em 2010 5,3% sendo que esse índice estava em baixa no ano de 2002 que era 4,7 da participação
regional. Já no foco das representações de cada estado referente ao seu produto interno bruto, o
Pará em 2010 destacou-se ao registrar o maior PIB da macrorregião, sendo de 38%, seguido por
amazonas 29% e Rondônia 11,69%. Já os demais estados em suas participações marcaram as
seguintes pontuações: Tocantins 5,56%, Acre 4,21%, Amapá 4,10% e Roraima 3,15% do PIB
(JERONIMO e SONAGLIO, 2014).
Ao que desrespeita sobre a renda dos brasileiros a regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste
estão em desataque. São Paulo, que tem o maior parque industrial do Brasil, o valor é R$ 1.432. Já
o Goiás com rendimento nominal domiciliar, por individuo, de R$ 1.031. O Distrito Federal e o estado
com o maior rendimento nominal domiciliar per capita entre as 27 unidades da federação, com R$
2.055. A menor renda por pessoa foi registrada em Alagoas (R$ 604). Atrás do Distrito Federal e de
São Paulo, estão os três estados do Sul: Rio Grande do Sul, com R$ 1.318; Santa Catarina, com
R$ 1.245, e o Paraná, com R$ 1.210. E logo depois está o Rio de Janeiro (R$ 1.193). Já na área
que engloba os estados do Norte e Nordeste têm rendimento nominal familiar per capita abaixo dos
R$ 1 mil, como valores de R$ 604, em Alagoas, e R$ 758, em Sergipe (OLIVEIRA, 2015).
De janeiro de 2005 a dezembro de 2010, 41.832 casos novos da tuberculose foram
confirmados na região norte do Brasil (Tabela 1), com a taxa média 6.972 casos diagnosticados por
ano. O Pará mostrou o maior índice de registros, sendo seguido pelo estado do Amazonas que
apresentou à média anual de (66,52 casos/100 hab) estando acima da média da região Norte
(46,04% casos/100 mil hab). Diante dos casos novos de tuberculose na macrorregião Norte, 84,9%
foi diagnosticado clinicamente sendo como forma pulmonar. Sendo que esse maior percentual
médio anual mostrou-se no estado do Acre sendo (87,7%) pulmonares, e a menor expressão
representativa da forma clínica foi observada no estado de Roraima (80,1%). Sendo que a taxa de
letalidade dos casos pulmonares para período mostrou-se 5,43%. Onde o estado do Tocantins
apresentou (7,66%) e logo em seguida o Acre (7,46%) sendo que os estados com a letalidade na
região acima da média. Já Roraima mostrou no período a menor taxa de letalidade sendo de 3,49%
(BARBOSA e COSME, 2013).
Com base nestes conhecimentos surge a pergunta: Qual seria o perfil sócio demográfico
dos casos notificados de tuberculose na região norte do Brasil? É esperado que a tuberculose
acomete indivíduos pardos do sexo masculino sendo jovens e adultos.
Esse trabalho justifica-se, pois ao apontar o perfil da tuberculose na região norte do país,
sendo possível identificar um determinado grupo que seja vulnerável à doença, que ao ser descrito
permitirá aos profissionais de saúde uma maior atenção permitido à detecção precoce dos casos,
seguido de medidas para o tratamento dos acometidos, contribuindo assim para o controle e
erradicação da doença.
O objetivo desta revisão foi analisar o perfil epidemiológico de casos de tuberculose na
região do norte do País, nos anos de 2005 a 2015.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As buscas nas bibliotecas eletrônicas levaram ao encontro de quatro (4) artigos publicados
abordando os objetivos desta pesquisa, ou seja, estudos epidemiológicos dos casos de tuberculose
na região norte do Brasil. Para interpretação observacional do estudo, os dados epidemiológicos
registrados em cada um destes documentos foram organizados (Tabela 1) sistematicamente.
Os estudos analisados trazem dados dos Municípios de Gurupi-TO (ANTUNES et al. 2013),
Belém e Ananindeua – PA (RIBEIRO, 2011) e ainda dos Estados do Acre (GONÇALVES et al. 2006)
e do Amazonas (FARIAS,
Figura 1 – Frequência de Idade dos Acometidos em Médica Anual de
2010). O período de estudo
Notificações no Municípios de Gurupi – TO, Belém e
Ananindeua – PA, e no Estado do Acre.
de cada artigo avaliado é
diferente, ou seja, 18, 2, 4 e
45,00%
40,20%
40,00%
1
ano
de
estudo
35,00%
29,30%
respectivamente.
Então
30,00%
para a finalidade de
25,00%
17,70%
comparar
estes
20,00%
12,80%
15,00%
documentos,
os
10,00%
pesquisadores optaram por
5,00%
calcular a média anual de
0,00%
cada dado epidemiológico
≤ 20 anos:
21├ 40 anos: 41├ 59 anos:
≥ 60 anos:
organizado
Frequência de Idade dos Acometidos em Média Anual de
sistematicamente a partir
Notificações
dos registros encontrados
Fonte: Artigos analisados pelos pesquisadores.
nos artigos analisados.
A frequência dos dados epidemiológicos da idade, dos gêneros e da raça dos acometidos
foi expressa em gráficos (Anexos), pois eram variáveis de estudo de mais de um artigo, entretanto
os registros de escolaridade e zona de residência não foram considerados, pois eram variáveis de
estudo de somente um artigo cada uma dessas variáveis.
No que comporta variáveis referentes à idade dos indivíduos acometidos pela TB (Figura 1),
os dados analisados evidenciaram que a TB, acometi predominantemente a faixa etária de 21 a 40
anos como total de 263 casos (59,30%), seguido de 170 casos (35,50%) na faixa etária de 41 a 59
anos, 79 casos (17,70%) na faixa etária ≤ 20 anos e 57 casos (12,80%) na faixa etária ≥ 60 anos.
Comparando este resultado com o estudo realizado no município de Timóteo – MG
(FIRMINO e ASSIS, 2010), também houve maior índice nesta faixa etária (22 a 45), isto ocorre pelo
fato de pacientes nesta faixa serem mais expostos à doença, devido estarem expostos a fatores de
risco como o consumo de álcool e fumo. No perfil traçado pelo estudo realizado em Montes Claros
(SANTO et al. 2014) foi evidenciado que a faixa etária mais predominante é entre 20 a 49 anos e
este alerta que esta é a faixa etária relatada pela secretaria de vigilância em saúde como população
economicamente ativa.
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As palavras-chave utilizadas foram: Tuberculose, Tuberculose Pulmonar, Vigilância
cadastrados no DECS – Descritores em Ciências da Saúde, no idioma português.
Foram incluídos na pesquisa para a revisão os dados de interesse como: sexo, raça, idade,
escolaridade e zona de residência.
As variáveis quantitativas receberam um tratamento descritivo utilizando software Excel de
domínio da Microsoft. Os dados foram expostos em formas de tabelas e gráficos, facilitando a
interpretação observacional do objeto estudo.
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Já de acordo com os resultados que
FIGURA 2 – Frequência de Sexo dos Acometidos em
envolve o gênero (Figura 1), o sexo masculino se
édia Anual de Notificações nos
destacou com maiores índices totalizando 1064
Municípios de Gurupi – TO, Belém e
(59,65%) casos constados. Já o feminino
Ananindeua – PA e no Estado do
mostrou-se com 720 (40,35%) dos casos
Amazonas.
notificados divulgados nos artigos estudados.
70,00%
Estudo realizado em São Gabriel da
59,65%
60,00%
Cachoeira (LEVINO e OLIVEIRA, 2007), confirma
que o sexo mais acometido também é o
50,00%
40,35%
masculino. Os estudos realizados em Piripiri – PI
40,00%
(MASCARENHAS et al. 2005) e no Hospital
Universitário em Vitória – ES também confirmam
30,00%
a predominância de acometidos do sexo
20,00%
masculino (PRADO et al. 2008). As equipes de
saúde devem se atentar e orientar esses
10,00%
pacientes, pois o sexo masculino visita com
0,00%
menos frequência os serviços de saúde
M
F
acarretando ao diagnóstico tardio da doença entre
Frequência de Sexo dos Acomentidos em
esses indivíduos (FIRMINO e ASSIS, 2007).
Média Anual de Notificações
Com relação à etnia (Figura 3), os achados
Fonte: Artigos analisados pelos pesquisadores.
evidenciaram maior grau de acometimento em
Figura 3 – Frequência da Raça dos Acometidos em
pessoas pardas (99,87%, n = 1210), estando logo
Média Anual de Notificações no
em seguida os brancos (0,1%, n = 1), os
Município de Gurupi – TO e no
acometidos negros e amarelos somam menos de
Estado do Amazonas.
1 (0,01%) acometimento por ano.
120,00%
No estudo realizado no estado do
99,88%
100,00%
Maranhão no período de 2001 a 2010, tem como
resultado a cor não branca como maior percentual
80,00%
para pessoas acometidas com a TB, já as
60,00%
pessoas brancas tem uma taxa menor, porem
existe muitos casos com essa etnia (SILVA e
40,00%
MOURA, 2014).
20,00%
O estudo realizado na região Sul do país
0,10%
0,01%
0,01%
0,00%
na cidade de Porto Alegre-RS, apontaram dados
Parda
Branca
Negra Amarela
diferentes aos resultados esperados pelos
pesquisadores onde a cor branca tem pessoas
Frequência da Raça dos Acometidos em
mais acometidas pela TB, esses resultados é
Média Anual de Notificações
Fonte:
Artigos
analisados
pelos pesquisadores.
esperado devido á raça branca ser mais
predominante na região, onde sabe-se que a
região foi colonizada pelos europeus (PAIVA et al.
2011).
No Mato Grosso do Sul a etnia mais prevalente de casos foi à cor branca, entretanto a cor
parda e apontada quando o estudo avalia taxas/habitantes no estado, prevalecendo então pacientes
da cor branca e parda no estado (FERRAZ e VALENTE, 2014).
O estudo feito na região Centro-oeste no estado de Minas Gerais-MG aponta que as raças
não brancas são de mais ocorrências que as brancas, como a raça parda, por exemplo, que é a
mais prevalente no país (PAIXÃO e GONTIJO, 2008).
Foi observado escassez de publicações que abordassem o perfil epidemiológico da
tuberculose nos estados situados no norte do Brasil. Com a busca realizada nas bases de dados
SciELO e Lilacs, foram encontrados trabalhos de somente 4 estados que foram consolidados e
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
processados os dados epidemiológicos de perfil de casos de pessoas acometidas pela TB, onde ao
analisar o perfil destes é encontrado um índice maior de indivíduos do sexo masculino, de faixa
etária de 20 a 41 anos da raça parda, ou seja, sendo estes os mais vulneráveis a doença. Por tanto
é visível a necessidade de uma atenção por parte das entidades de gestão da saúde pública e dos
profissionais de saúde, de modo que trabalhem na implantação de medidas educativas e de
orientação afim de esclarecimentos aos profissionais e a população diminuindo o contágio e a
disseminação do Bacilo de koch.
REFERÊNCIAS
ABSTRACT: introduction - Spiders are arthropods animals and cause accidents in several
countries, mainly in tropical. These accidents happen during all year and there is an increase in the
mating sea son. In Brazil the accident data with venomous animals are collected and stored in the
Notifiable Diseases Information System (SINAN). Objective - Describe the main epidemiological
factors of accidents with poison ous animals notification type spider during the years 2010-2014.
Methods - This study describes the epidemiology with venomous animals to long 5 years, data were
collected from articles published in the period 2010 to 2014, and a systematic review of the literature.
Results - According to the Minis try of Health in Brazil only three kind have species of importance;
are the kind Latrodectus, Loxosceles and Phoneutria totaling about 20 species. The severity of
accidents can be classified as mild, moderate and severe and the symptoms range from pain,
sweating, blurred vision, vomiting, coma, etc. In 2010 it has been proven that 56% of accidents were
mild and 5% severe. In 2011 80.2% of the accidents were mild and 0.5% severe. Already in 2012
383.4% to 91% lighter and 0.5% severe and 100% light and finally in 2014 of accidents involving
piders72.5% light and1.8% serious. Conclusion - Accidents involving spider shave medical
importance to occur frequently. It is therefore the need for public policies to guide the public about
the sear achnids and training of the althorn server involved in this process.
Key-words : Spider. Epidemiology. Animal Poisonous.
1 INTRODUÇÃO
Os acidentes causados por animais peçonhentos são uma emergência clinica em muitos
países tropicais sendo mais frequentes nas zonas rurais de países da América Latina, também nos
continentes Africano, Asiático e na Oceania (SILVA et al. 2015).
As Aranhas pertencem ao filo das Artrópodes e subfilo Chelicerata, classe Arachnida e
ordem Araneae (CHAGAS et al. 2010). Aranhas compõem um dos grupos zoológicos de maior
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RESUMO: Introdução - As aranhas são animais artrópodes e causam acidentes em diversos
países, principalmente nos tropicais. Esses acidentes acontecem durantes todo o ano e há um
aumento na época do acasalamento. No Brasil os dados de acidentes com animais peçonhentos
são coletados e usados para alimentar o Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN). Objetivo - Descrever o perfil epidemiológico de notificação de acidentes por aranhas
durante os anos de 2010 a 2014. Métodos - O presente estudo descreve a epidemiologia com
animais peçonhentos ao longo de 5 anos, os dados foram coletados de artigos publicados no
período de 2010 a 2014, sendo uma revisão sistemática de literatura. Resultados - Segundo o
Ministério da Saúde, no Brasil apenas três gêneros apresentam espécies de importância; são os
gêneros Latrodectus, Loxosceles e Phoneutria. A severidade dos acidentes pode ser classificada
em leve, moderado e grave, os sintomas variam entre dor, sudorese, visão turva, vômitos, coma,
etc. Em 2010 foram comprovados que 56% dos acidentes foram leves e 5% grave. No ano de 2011
80,2% dos acidentes foram leve e 0,5% grave. Já em 2013 83,4% à 91% leve e 0,5% grave14 e
100% leve24 e por último em 2014 dos acidentes ocorridos com aranhas 72,5% leve e 1,8% grave.
Conclusão - O acidente com aranhas tem importância médica por ocorrerem frequentemente.
Verifica-se assim a necessidade de políticas públicas voltadas a orientação da população sobre
esses aracnídeos e capacitação dos servidores em saúde envolvidos nesse processo.
Palavras-chave: Aranha. Epidemiologia. Animais Venenosos.
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Ronelson Pinto Ciqueira1, Iwilson Oliveira Martins Júnior1, Bruna Mirelly Simões Vieira2; Carina Scolari
Gosch²; Fernanda Silva Magalhaes².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
n. 01
EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF CASES NOTIFIED OF ARANEISM: LITERATURE REVIEW
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE ARANEISMO: REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
FIGURA 1. Phoneutria bahiensis
FIGURA 2. Loxosceles similis
Fonte: Simó, Brescovit 2001.
Fonte: Antunes e Málaque, 2003.
Já os acidentes por Loxosceles têm sido mais freqüentes no Estado do Paraná, mais
especificamente na cidade de Curitiba, onde representam mais de 90% dos acidentes do país
(1.500 casos/ano). O registro do latrodectismo (acidentes por Latrodectus) (Fig 3), no entanto,
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abundância e diversidade do planeta. Atualmente são conhecidas cerca de 40.000 espécies
agrupadas em 110 famílias (PLATNICK, 1995).
Acidentes em seres humanos têm sido provocados por estes animais em muitas regiões do
mundo, incluindo países desenvolvidos, porém poucas são as espécies que têm sido consideradas
de interesse médico, embora em alguns casos se revistam de gravidade expressiva e com acidentes
fatais (GOYFFON e BON, 1996).
Estudo mostra que dos acidentes causados por animais peçonhentos, 28,9% foram
causados por aranhas, sendo 45,4% pelo Gênero Phoneutria e 5,1% por aranhas do Gênero
Loxosceles (MARTINS et al. 2012). Outro estudo mostra que dos acidentes causados por aranhas,
11% foram pelo gênero Loxosceles e 1% por aranhas do gênero Latrodectus (CHAGAS et al. 2010).
Apesar da última publicação do Ministério da Saúde com dados epidemiológicos sobre
acidentes por animais peçonhentos ser relativamente recente os dados nela contidos ainda se
referem aos registros de décadas passadas, sem refletir a realidade nacional (BRASIL, 2001).
Estima-se anualmente no Brasil quase 5.000 acidentes causados por aranhas (16%
identificados como de importância médica), dos quais 400 ocorrem na região Nordeste (BRASIL,
2001). Os acidentes causados por aracnídeos podem ocorrer durante todas as estações do ano,
notado um aumento durante o acasalamento, pois é nesse período que elas estão mais ativas
podendo ficar mais agressivas (GUERRA et al. 2014).
As Phoneutria (Aranha Armadeira) são encontradas na América do Sul e Central, tendo o
maior número de registros no Brasil. Lotrodectus (Viúva Negra) Costumam habitar as regiões mais
quentes de todos os continentes (CHAGAS et al. 2010). Loxosceles (Aranha Marrom) são
encontradas na Europa, África, Austrália, Partes da Ásia, América do Norte e América Central e
representadas por mais de 30 espécies na américa do Sul e no Brasil. Tanto o foneutrismo
(acidentes por Phoneutria) (Fig 1) como o loxoscelismo (acidentes por Loxosceles) (Fig 2) são
freqüentemente referidos para as regiões sul e sudeste do Brasil. O primeiro é mais conhecido em
São Paulo, onde é facilmente identificado em serviço especializado do Hospital Vital Brasil, no
Instituto Butantan, com uma média anual de mais de 700 casos, chegando a 50% dos casos de
araneismo nesse Estado (ANTUNES e MÁLAQUE, 2003).
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, referentes aos artigos publicados no
período de 2010 a 2014. Para a coleta de dados foi utilizado levantamento eletrônico de artigos
nacionais indexados na base de dados SCIELO, associados aos Descritores em Ciências da Saúde
(Decs). Sendo que para fazer a busca dos artigos usou-se os seguintes descritores: Aranha,
Epidemiologia e Animais Venenosos.
Foram utilizados como critério de inclusão os artigos publicados nos últimos 5 anos, os quais
correspondem aos anos de 2010 ao ano de 2015, bem como a inclusão de artigos publicados
relacionados, que abordassem no título e os descritores de acordo com a truncagem citada.
3 RESULTADOS E DICUSSÃO
Foram analisados 12 artigos após a seleção no banco de dados da Scielo, sendo que os
resultados consolidados deste trabalho encontram no quadro 1, nota-se que várias palavras chaves
não estão em consonância com os Descritores de Saúde (DEC’s) (Figura 4).
Constatou-se que embora o tema abordado fosse o perfil epidemiológico, alguns artigos
abordaram variáveis diferentes dos demais.
Com relação ao gênero as aranhas, verificou nessa revisão que a aranha pertencente ao
gênero Loxoceles apresentou maior descrição (Figura 5).
Ao analisar os 12 artigos, pode-se verificar que apenas 5 (33,33%) apresentaram a variável
severidade do agravo (Quadro 2).
Após listar as palavras chaves dos 12 artigos, contabilizou-se 34 termos os quais ao serem
cruzados com as palavras chaves com base nos Descritores em Ciência da Saúde
(http://decs.bvs.br/), notou-se que a maioria dos termos utilizados constam a lista de descritores,
entre elas pode-se citar: Aranha marrom, Loxoscelismo e picadura de insetos entre outros. Outro
ponto visto foi que a palavra chave modal N= 6 (17,64%) indicada foi Epidemiologia.
A Organização Mundial de Saúde considera apenas quatro gêneros com espécies de
importância médica no mundo: Latrodectus Walckenaer 1805 (Theridiidae), Loxosceles Heinecken
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
revela menor freqüência (cerca de 2% dos
casos de araneismo no país) e está quase FIGURA 3. Latrodectus sp grupo mactans.
restrito à região Nordeste (mais de 80% dos
casos) (ANTUNES e MÁLAQUE, 2003). Os
registros dos acidentes por animais
peçonhentos devem ser feitos através da
notificação compulsória dos casos.
O Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN) é um
recurso de fins informatizado, que tem como
objetivo coletar e disseminar os dados
coletados e gerados com um sistema
rotineiro pelo sistema de vigilância
epidemiológica das secretarias municipais e
estaduais de saúde. Esse sistema foi
desenvolvido no inicio da década de 90,
mais precisamente em 1993 e permite Fonte: Antunes e Málaque, 2003.
acompanhar doenças de notificações
compulsórias (CHAGAS et al. 2010).
O objetivo deste trabalho foi descrever o perfil epidemiológicos da notificação de acidentes
com animais peçonhentos do tipo aranha nos anos de 2010 à 2014.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
& Löwe 1835 (Sicariidae), Phoneutria Perty 1833 (Ctenidae), todas Araneomorphae e Atrax
Cambridge 1877 (Hexathelidae – Mygalomorphae) (LUCAS, 2003).
No Brasil, as estatísticas do Ministério da Saúde indicam que apenas três gêneros
apresentam espécies de importância médica e de saúde pública pertencem aos gêneros
Latrodectus (viúva negra), Loxosceles (aranha marrom) e Phoneutria (armadeira) perfazendo um
total de cerca de 20 espécies (BRASIL, 2001; LISE e GARCIA, 2007).
O gênero Loxosceles é cosmopolita e possui mais de 100 espécies que têm como centro de
origem a África e as Américas (GERSTSH, 1967). Os grupos presentes no continente americano
são: reclusa, na América do Norte e Central e gaúcho, spadicea, amazônica e laeta, na América do
Sul.
O estudo das características clínicas e epidemiológicas do araneísmo permite relatar que
entre os acidentes com aranhas o loxoscelismo é predominante, e o araneísmo aumentou 36,3%
de 1995 a 2003 (LISE e GARCIA, 2007), possivelmente em decorrência aumento da densidade
populacional de aranhas do gênero Loxosceles por fatores antrópicos (LISE e GARCIA, 2007).
No que tange a severidade pode ser classificada em Leve, Moderado e Grave. No primeiro
caso, os principais sintomas são dor, irradiação da dor, parestesia, sudorese, hiperemia, edema e
o sinal da picada; como tratamento geral ,indica-se a observação clínica, anestésico local e/ou
analgésico.
Os sintomas dos acidentes classificados como moderados são a taquicardia, hipertensão
arterial, sudorese profusa, agitação psicomotora, visão turva, vômitos ocasionais, dor abdominal,
priapismo e sialorréia discreta; o tratamento geral é internação hospitalar, anestésico local e/ou
analgésico, além de soro antiaracnídico 2-4 ampolas IV (Intra-Venoso) (CUPO et al. 2003).
No caso de acidentes graves, os principais sintomas são vômitos profusos e freqüentes,
bradicardia, hipotensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, choque, dispnéia, coma,
convulsões, edema pulmonar agudo e parada cardiorespiratória; o tratamento indicado é internação
em Unidade de Cuidados Intensivos e soro antiaracnídico 5-10 ampolas IV (CUPO et al. 2003).
O veneno da Loxosceles possui atividade hemolítica e dermonecrótica, que parecem ser
causadas pela esfingnomielinase-D. A picada é praticamente imperceptível e raramente se
evidencia lesão imediata. Inicialmente, a picada causa dor de pequena intensidade passando
praticamente Imperceptível pela vítima, lembram picada de inseto e evolui lentamente. A ação do
veneno pode produzir lesões tanto cutâneas quanto cutâneo visceral (CUPO et al. 2003).
A evolução é caracterizada pela intensificação da dor, aparecimento de isquemia, vaso
espasmo, formigamento, eritema e edema, progredindo para uma lesão com áreas irregulares
posteriormente evoluindo para placas enduradas e escuras, dando origem a uma úlcera necrótica
com diâmetros diferenciados (BARBARO e CARDOSO, 2003).
Na grande maioria dos casos, os sintomas são localizados, como dor no local da picada e
vesículas, como surgimento posterior de áreas hemorrágicas associadas a alterações isquêmicas.
Quando surgem sintomas sistêmicos, em geral, são constituídos por febre e exantema, podendo
chegar a hemólise intravascular e coagulação intravascular disseminada (CIVD) (BARBARO e
CARDOSO, 2003).
Destaca-se a importância de uma avaliação detalhada da lesão pelo enfermeiro que deve
atentar-se para os sinais e sintomas locais de inflamação, o aparecimento de secreções, tecido
desvitalizado e necrose. O processo de enfermagem possibilita uma maior interação com o paciente
e o conhecimento das implicações do acidente aracnídeo, o que facilita o planejamento da
assistência de forma integralizada (KAMIMURA et al. 2009).
Ao analisar os artigos, com relação às alterações locais, em decorrência da picada de
aranha, foi verificado que em quatro (04) artigos mencionaram, que a característica principal foi a
dor (MARTINS et al. 2012; MEDEIROS et al. 2013), e bolhas e prurido 9 MARTINS et al. 2012;
GUERRA et al. 2014).
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n. 01
4 CONCLUSÃO
Os acidentes por aranhas são de importância médica devido as morbidades evidenciadas
nos indivíduos acidentados, estudos que delineiam o perfil epidemiológico, a incidência e a
prevalência destes tipos de acidentes ainda são escassos no estado do Tocantins assim como na
Região Norte do Brasil.
Politicas públicas voltadas ao conhecimento e orientação da população sobre os hábitos das
aranhas assim como as características do araneismo, podem levar a diminuição do numero de
acidentes ou a minimização das mórbidas, pois a população melhor instruída procurará atendimento
médico logo após o acidente com estes aracnídeos.
Cabe ao enfermeiro o papel educativo no que tange ao esclarecimento da população quanto
a este tipo de acidente, prevenindo o contato com este artrópode por meio de medidas higiênicas
no ambiente doméstico. Assim como, a observação das vestimentas antes de usá-las, pois é
comum encontra-la em objetos de uso pessoal. Na ocorrência deste tipo de acidente, após a
identificação ou a suspeita do artrópode, deverá procurar atendimento imediato, pois com o passar
do tempo a ação do veneno é intensificada levando a destruição dos tecidos com alterações
sistêmicas. Portanto, quando o tratamento específico for instituído precocemente evitará a
hospitalização e complicações.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Ao explorar a faixa etária dos acometidos com a picada da aranha, constatou-se que o
período das idades modal compreende entre 20Ⱶ39 anos (Chagas et al. 2010; MEDEIROS et al.
2013; GUERRA et al. 2014; SILVA et al. 2015). Estes dados são corroborados pelos dados
fornecidos por (MIRANDA et al. 2000; MÁLAQUE et al. 2002; HARADA, 2003), em que a faixa etária
em que as vítimas foram mais atingidas variou entre 20-40 anos e ao contrário de (SILVA et al.
2006), em que a maioria dos acometimentos ocorreram entre 30-50 anos.
PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO BASEADO EM PROTOCOLOS
PRENATAL DENTAL BASED PROTOCOLS
Salvanir Rodrigues da Silva¹; Laura Souza de Castro Santos²; Cintia Ferreira Gonçalves²; Mariana Vargas
Lindemaier e Silva²; Valdir Francisco Odorizzi;² Viviane Tiemi Kenmoti².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: O período gestacional é marcado por inúmeras mudanças no organismo da mulher
inclusive na cavidade bucal e, portanto, constitui um grupo de pacientes que apresenta risco
temporário, devido às condições e mudanças tanto físicas, psicológicas e hormonais que são
presentes neste período. Ainda existem muitas dificuldades enfrentadas pelos cirurgiões-dentistas
frente ao atendimento odontológico à pacientes grávidas, principalmente no que diz respeito às
crenças, mitos e a falta de conhecimento de se manter a saúde bucal no período gestacional. Com
o intuito de auxiliar os cirurgiões dentistas na instituição de uma correta conduta profissional,
ao elaborar e realizar um plano de tratamento odontológico para gestantes é necessário que
esta asserção se inicie desde uma detalhada anamnese, auxiliado por um correto protocolo de
atendimento. Assim este trabalho visa instituir protocolos e fichas de anamnese direcionados às
pacientes no período gestacional fornecendo suporte à prescrição medicamentosa bem como aos
exames radiográficos inerentes ao período gestacional, visando um plano de tratamento e
atendimento adequado, seguro e eficaz. Os métodos aplicados incluíram estratégia de busca na
literatura e critérios de inclusão e exclusão para a seleção dos artigos a serem adotados. As bases
de dados incluídas foram Lilacs e Scielo no período de 2006 a 2016. De 1420 trabalhos
encontrados, foram selecionados 15 artigos. Através da revisão verificou-se que existe uma
grande carência de preparação dos cirurgiões-dentistas,
em
executar
procedimentos
voltados para o período gestacional.
Palavras-chave: Gravidez. Saúde Bucal. Cirurgião-Dentista.
ABSTRACT: The gestational period is marked by numerous changes in the woman's body
including the oral cavity, and therefore this is a group of patients presenting temporary risk due to
their condition and the changes both physical, psychological and hormonal that are present in
this period. There are still many difficulties faced by dentists during dental care to pregnant women,
especially in regard to beliefs, myths and lack of knowledge to maintain oral health during
pregnancy. In order to assist dentists in establishing a proper professional conduct to prepare and
carry out a dental care plan for pregnant women it is necessary that this assertion starts from a
detailed history, aided by a correct care protocol. Thus, this work aims to establish protocols and
anamnesis chips targeted at patients during pregnancy, providing support to drug prescription
and the radiographic examination inherent to gestation, seeking adequate, safe and effective
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2 METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados do Lilacs e Scielo, utilizando
os seguintes descritores: gravidez, “saúde bucal” e cirurgião- dentista. Para uma pré-seleção
destes artigos foram escolhidos somente artigos completos e na língua portuguesa.
Como critérios de inclusão foram selecionados apenas artigos publicados no período
entre os anos de 2006 e 2016. Como critérios de exclusão, artigos que em seu título e seu
resumo, não relacionavam ao tratamento odontológico no período gestacional. Em seguida,
foi realizada a leitura completa dos artigos para obtenção das informações necessárias para a
revisão.
A partir dos descritores utilizados foram encontrados 1420 trabalhos. A seleção dos
artigos foi somente na língua portuguesa, diante disso a quantidade de resultados caiu de 1420
para 1210 artigos. Dentre estes, 1140 artigos completos. Em seguida foi realizada a leitura do
título e do resumo dos artigos encontrados nas bases de dados, e selecionados de acordo com
os critérios de inclusão e excl usão mencionados anteriormente.
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1 INTRODUÇÃO
O relatório da 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal de 1986 enfatiza a saúde bucal
como parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo. A odontologia teve sua
importância reconhecida como promotora de melhorias nas condições de vida com a presença do
cirurgião-dentista como promotor de saúde. Atendendo o ser humano de forma humanista e
atuando diretamente na prevenção e na cura das patologias que acometem a cavidade oral.
(RODRIGUES et al., 2009) No entanto, o que se observa é que ainda existem algumas
indisposições relacionadas ao tratamento odontológico quando se refere especificamente a
mulheres grávidas, ou seja, não existe ainda uma integração no atendimento a esse público como
sugere a promoção de saúde bucal (REIS et al., 2010) Este fato deve- se a muitas crenças e
mitos que ainda não foram totalmente esclarecidos, o que de certa forma levam ao medo,
dificultando ou impedindo a procura por atendimento neste período (NOGUEIRA et al., 2012).
Outro aspecto a ser analisado é a falta de conhecimento com relação à importância do
acompanhamento odontológico das gestantes (CODATO, L, A, B; NAKAMA, L; MELCHIOR, R.
2008).
Compreende-se que esta é uma fase de grandes mudanças tanto do ponto de
vista físico e emocional como fisiológico, e é neste momento, onde a mulher passa por um
período de inúmeras alterações hormonais bem como algumas mudanças de hábitos. O fato de a
gravidez ser um fator modificador do organismo desencadeia algumas patologias pré-existentes
o que potencializam esses problemas e permitem o aparecimento e agravamento de alguns
problemas dentários, como cárie, gengivites, doença periodontal e algumas manifestações
tumorais, como o granuloma piogênico (MARTINS et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2014).
A inserção de novos profissionais de odontologia no mercado de trabalho é muito
grande, com acentuada diferença no grau de conhecimento. Tornam-se necessárias
capacitações para os dentistas em relação à saúde das gestantes para o esclarecimento quanto
à importância do acompanhamento nesse período, bem como instalações físicas adequadas
para o atendimento a esse público (CANEPPELE et al., 2011). O objetivo deste trabalho
visa instituir protocolos e fichas de anamnese, tomando como base a revisão da literatura,
direcionada as pacientes no período gestacional fornecendo suporte à prescrição medicamentosa
bem como, aos exames radiográficos inerentes ao período gestacional.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
treatment plans. The methods applied included a literature search strategy and, inclusion and
exclusion criteria for the studies selection characteristcs. The databases included were Lilacs
and Scielo, at the period of 2006 a 2016. From the 1420 articles found, 15 articles were
selected.
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3 RESULTADO E DISCUSSÃO
Existe uma grande resistência quanto ao tratamento odontológico quando este
coincide com o período gestacional. Através de várias gerações as crenças populares afirmavam
que o tratamento odontológico era prejudicial para o bebê, fazendo com que muitas mulheres
recusassem o tratamento odontológico neste período (NOGUEIRA et al., 2012). Com o intuito
de desmistificar estas crenças e auxiliar no tratamento, foi implantado o pré-natal odontológico
(CODATO; NACAMA; MELCHIOR, 2008).
A gestação não é por si só causadora de doenças bucais, mas fatores como as
alterações hormonais, higienização bucal insatisfatória e aumento do fluxo salivar são
desencadeadores das manifestações de doenças bucais como a gengivite, periodontite e cáries
no período gestacional. Através do pré-natal odontológico é possível identificar os possíveis riscos
à saúde bucal da gestante, as necessidades de tratamento e a implantação de ações de caráter
educativo preventivos, pois na fase gestacional a mulher está muito receptiva a novas informações
que trarão saúde e bem-estar para seu filho (REIS et al., 2010).
Com a intensificação de estudos científicos foi possível comprovar que não existe
problemas associados ao tratamento odontológico no período gestacional, desde que se
obedeça alguns critérios para aplicação do mesmo, como a seleção de agentes mais seguros,
o tempo de duração de atendimento nas sessões e ao período gestacional, oferecendo um
tratamento seguro à gestante (OLIVEIRA et al., 2014).
É importante conhecer os diversos aspectos que envolvem o pré-natal odontológico,
pois este engloba o conhecimento e a percepção da gestante em relação às suas condições de
saúde, a assistência recebida e a capacitação dos profissionais envolvidos no serviço.
Enfermeiros, médicos, cirurgiões-dentistas e técnicos são fundamentais para a organização e
aplicação das ações em saúde nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) (MOIMAZ et al., 2010).
O pré-natal odontológico deveria ser visto como uma fase importante por todos os
integrantes que trabalham nas UBS tendo em vista que este é um dos quatro pilares para uma
maternidade segura (CABRAL et al., 2013).
Oliveira et al. (2014) afirmaram que, a época mais adequada para desmistificação de
crenças e orientações relacionadas à saúde bucal, como a importância de se manter o controle
do biofilme dentário e uma dieta adequada é durante o período gestacional.
Relataram ainda que, os inadequados hábitos alimentares das gestantes, a introdução
de mais carboidratos, a maior frequência alimentar, seguidos de precários hábitos de higienização
gerados pela desatenção ou dificuldades na escovação devido a náuseas, tem por consequência
um desequilíbrio no meio bucal, estando assim diretamente relacionados com o aparecimento e
agravamento de fatores de risco e o surgimento da cárie dentária e doenças periodontais.
A importância dos nutrientes advindos da dieta desempenha um importante papel para
a nutrição da mãe e para o desenvolvimento do bebê. Ao evitar a ingestão de alimentos ricos
em açúcares por esta futura mãe estará minimizando uma predileção do paladar do bebê para
alimentos doces, tendo em vista que o desenvolvimento do paladar começa por volta 14º semana
intrauterina. A ingestão de açúcares naturais dos alimentos é suficiente para suprir as
necessidades da mãe e do feto (SILVA et al., 2006).
Para o controle das doenças bucais como cárie e gengivite, recomenda- se que a
escovação dos dentes seja realizada pelo menos duas vezes ao dia, o uso do fio dental pelo
menos uma vez ao dia, seguido do uso de enxaguatórios bucais e regulares consultas
odontológicas para profilaxia profissional (OLIVEIRA et al., 2014).
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Em seguida, foi realizada a leitura completa dos artigos para obtenção das
informações pertinentes para a revisão. Depois de aplicados os critérios de inclusão/exclusão,
foram selecionados 15 artigos para compor esta revisão.
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A insegurança dos cirurgiões-dentistas em atender as gestantes é um dos fatores
que impedem o atendimento assistencial odontológico a este público. Isso acontece devido a
heranças passadas, onde os cirurgiões-dentistas eram orientados a atender as gestantes
somente em casos de urgência. Ao observar atuação dos cirurgiões dentistas inseridos na
Estratégia de Saúde da Família (ESF), verificou que os profissionais apresentavam um perfil
com finalidades clínicas. Araújo et al. em (2006) afirmam que, poderia estar relacionado à sua
formação acadêmica, onde ainda se aplica práticas tradicionais isoladas, fragmentadas e
principalmente a falta de incentivo a estes profissionais para fazer com que os mesmos reflitam
sobre suas práticas e monitorarem a realização de suas ações.
Em estudo realizado por Nogueira et al. em (2012) sobre o retardo na procura do
tratamento odontológico e percepção da saúde bucal em mulheres grávidas, verificou-se que, 2%
das gestantes que procuraram por atendimento odontológico sentiram resistência por parte dos
profissionais em atendê-las. O que mostra o despreparo do cirurgião-dentista para prestar
assistência no acompanhamento deontológico durante o período gestacional, sendo, portanto mais
um dos empecilhos para o acompanhamento do pré-natal odontológico.
Sendo assim os autores se preocuparam em esclarecer que a gravidez
não deve ser vista como motivo para não se executar o atendimento odontológico, mas sim o
momento ideal para a implantação de bons hábitos, onde se observa uma preocupação da mãe
com relação à saúde e desenvolvimento do filho tornando-a receptiva a adquirir novos
conhecimentos, modificar alguns hábitos que influencie na saúde do filho, tornando as gestantes
um grupo estratégico para se implantar novos métodos de saúde, e neste contexto, garantir nesse
grupo a introdução de hábitos saudáveis (NOGUEIRA et al., 2012).
Costa et al. em (2012) observaram a atuação dos cirurgiões-dentistas inseridos
na Estratégia de Saúde da Família (ESF), constataram que, os profissionais
apresentavam um perfil com finalidades clínicas, com práticas tradicionais isoladas
e
fragmentadas que estão diretamente relacionado à sua formação acadêmica.
No entanto, já se observa algumas mudanças nas atuações das equipes de saúde
bucal como foi observado em uma pesquisa realizada no estado de Minas Gerais, onde apesar
das dificuldades foi possível identificar pontos positivos como a ampliação da jornada de trabalho
para oito horas favorecendo a ampliação e a qualidade dos trabalhos oferecidos para a
comunidade.
Para tanto é de suma importância o conhecimento por parte do cirurgião dentista no
que diz respeito ao atendimento odontológico às gestantes com relação às principais
características de cada período gestacional no que se refere as recomendações e cuidados a
serem tomados durante o atendimento promovendo assim um atendimento mais seguro
(POLETTO et al., 2008).
Com base em pesquisas científicas comprovou-se que a maioria dos tratamentos
odontológicos pode ser prontamente realizada durante a gravidez, desde que se respeitem
todos os protocolos de atendimento à gestante (OLIVEIRA et al., 2014). Esses procedimentos
podem ser realizados mediante alguns cuidados, como o planejamento de sessões curtas,
adequar a posição da cadeira odontológica e sempre que possível evitar consultas matinais,
visto que é o período que apresenta maior índice de náuseas, aumentando o risco de
hipoglicemia (COSTA et al., 2012).
A redução do medo e do estresse nas consultas são resultados obtidos pelo vínculo
recíproco de confiança gerado entre o profissional dentista e a gestante, com uma abordagem
direcionada e diferenciada referente às mudanças inerentes ao período que se encontra
(OLIVEIRA et al., 2014). O primeiro trimestre de gestação é a época apontada como restrita por
ser o período da organogênese e onde acontece o início de formação do feto e da diferenciação
orgânica. Entende-se que é o momento de risco de aborto e risco teratogênico, ou seja, o risco
de má-formação pelo uso de medicamentos (SILVA; STUANI; QUEIROZ, 2006).
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O segundo trimestre é visto como sendo o período que oferece maior conforto para os
profissionais cirurgiões-dentistas, por isso é a época ideal para que intervenções odontológicas
sejam realizadas (OLIVEIRA et al., 2014). O último trimestre de gestação merece atenção especial
com relação à mãe, uma vez que houve um ganho de peso e tamanho por parte do bebê
prejudicando a postura da paciente na cadeira odontológica, neste momento o feto acaba
pressionando a veia cava inferior, podendo causar hipotensão, síncope, inconsciência e perda dos
sentidos da mesma (COSTA et al., 2012).
Nesta fase, devido ao aumento da frequência urinária, edema de pernas, hipotensão
postural, e o fato da gravida não apresentar comodidade em posição de decúbito dorsal, exige
mudanças para uma posição de decúbito lateral para o lado esquerdo ou até mesmo a postergação
do atendimento pelo profissional, tendo em vista a aproximação do término da gravidez (SILVA;
STUANI; QUEIROZ, 2006). Apesar de ser um fenômeno fisiológico, a gravidez exige que o
profissional cirurgião- dentista atente-se para as singularidades de cada período, e que, busquem
na anamnese todas as informações da saúde médica anterior e atual necessárias para se traçar
um plano de tratamento odontológico diferenciado e seguro para cada paciente (OLIVEIRA et al.,
2014;COSTA et al., 2012).
Os exames radiográficos têm se mostrado motivo de muitas preocupações
para os cirurgiões-dentistas quanto a suas aplicações em pacientes gestantes (CANEPPELE et
al., 2011). Problemas relacionados a radiações no embrião e no feto podem estar diretamente
associados a mutações, lesões no SNC, espinha bífida, catarata, microcefalia, dentre outras,
porém isto estará diretamente relacionado com a dose, o tempo de exposição, a região irradiada
e a fase da gestação (BASTOS et al., 2014).
Estudos apontaram que a quantidade de radiação emitida em uma radiografia
odontológica é bem inferior a dose máxima permitida, o que se pode dizer que a radiação
recebida pelo feto é mínima, e constatou que esta seria menor que as doses naturais de radiação
recebidas diariamente (POLETTO et al., 2008). Para tanto, torna-se indispensável os meios de
proteção tanto para a mãe como para o feto, como o uso de filmes ultra-rápidos, filtro de alumínio,
localizadores e avental de chumbo, e desta forma garantindo a proteção da mãe e do feto
mediante a exposição (BASTOS et al., 2014).
Foi constatado que o grupo dos anestésicos locais que oferece maior segurança e,
portanto estão indicados no tratamento de gestantes é o grupo dos amídicos, o qual inclui a
lidocaína, no caso de usar a mepivacaína deve se considerar o estado da paciente como
normal sendo que, a mepivacaína deve ser usada com cautela na gestação (SILVA; STUANI;
QUEIROZ, 2006).
Na década de 1950 e 1960 houve uma intensificação nos estudos sobre o uso de
medicamentos no período gestacional, isso ocorreu devido à grande incidência no nascimento de
crianças com malformações de membros, causado pelo uso indevido de medicamentos, como é o
caso da talidomida, usada para amenizar enjoos. Uma das maiores preocupações no momento de
se aplicar uma terapia medicamentosa em pacientes gestantes é de que esta não venha causar
efeitos teratogênicos ao feto, sabendo que pelo processo de difusão vários fármacos atravessam
a barreira placentária (VASCONSELOS et al., 2012).
Em pesquisa de revisão de literatura realizada por Bastos et al.(2014), sobre a
desmistificação do atendimento odontológico à gestante, verificou-se que os potenciais riscos
teratogênicos no feto, podem ser percebidos de várias formas como alterações anatômicas,
fisiológicas ou comportamentais. A administração de medicamentos à gestante deve restringir-se
ao mínimo considerando o fato de que o feto apresenta limitação para a metabolização das drogas
que chega até ele, porque o seu fígado encontra-se imaturo, do mesmo modo que o seu sistema
enzimático (CANEPPELE et al., 2011).
Sendo assim, é importante considerar a categorização da agência reguladora norteamericana Food and Drug Administration (FDA) que, com base em estudos experimentais e
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clínicos, classifica os fármacos de acordo com seus riscos teratogênicos. Segundo a FDA, devese optar por medicamentos das categorias A e B para o uso durante a gestação, como as
penicilinas, por exemplo, que estão na categoria B. Os de categoria C podem ser administrados
apenas quando os benefícios à gestante suplantarem os malefícios ao feto, como o caso da
administração do Ibuprofeno. Já a prescrição dos fármacos de categoria D justifica- se quando
houver absoluta necessidade e aqueles classificados na categoria X estão proibidos durante
a gravidez devido às evidencias de decorrências maléficas ao feto. Cabe ao profissional, portanto,
atentar-se para o risco fetal dos fármacos antes de instituir uma terapia medicamentosa à
paciente gestante (BASTOS et al, 2014).
Segundo a FDA os betas lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) pertencentes à
categoria B foram considerados seguros para uso em gestantes, sendo assim os de primeira
escolha, apesar de atravessarem a barreira placentária em baixas concentrações não provocam
danos ao feto. Em caso de alergia as penicilinas deve-se administrar os macrolídios
(eritromicina, clindamicina, azitromicina) também pertencentes à categoria B e que oferece as
mesmas condições dos betas lactâmicos, sendo considerados os mais indicados por não
oferecerem risco de toxicidade e teratogenicidade (SILVA; STUANI; QUEIROZ,
2006; CANEPPELE et al., 2011).
A antibioticoterapia se faz necessária em gestantes quando os benefícios superarem
os riscos, e, diante de uma infecção com potencial de disseminação sistêmica (septicemia) faz
se necessário o emprego da medicação, visto que o potencial de teratogenicidade e de causar
abortos da infecção é tão potencial quanto o uso do medicamento (BASTOS et al., 2014).
Dentre os anti-inflamatórios geralmente empregados na odontologia, podem-se citar
os não esteroidais (AINES) e os corticosteróides. Entre os AINES encontra-se uma grande
quantidade de medicamentos e, no entanto, a indicação dos mesmos para gestantes fica restrita
a algumas drogas da categoria, e quando o uso se faz necessário estes devem ser administrados
nas menores doses eficazes (BASTOS et al., 2014). Estudos apontam que o uso de antiinflamatórios não esteroidais por tempo prolongado tem provocado efeitos prejudiciais na
circulação do feto (SILVA; STUANI; QUEIROZ, 2006).
Dentre os efeitos indesejados causados por esses medicamentos observou-se o
bloqueio da síntese de prostaglandinas, podendo constringir o ducto arterioso intrauterino, causar
hipertensão pulmonar sustentada no recém-nascido, alterações hemostáticas como a inibição
da agregação plaquetária decorrente do uso de ácido acetilsalicílico, além de prolongar a
gestação e interferir no trabalho de parto. Vale ressaltar ainda que o uso do ibuprofeno foi
correlacionado com os casos de defeitos glomerulares, acarretando insuficiência renal (BASTOS
et al., 2014).
Os corticosteroides são classificados como C na categoria de risco e, contudo ainda
foi considerado como sendo mais seguros que os AINES, quando empregados topicamente nas
lesões inflamatórias da cavidade oral. Depois de vários estudos observou que a prednisona e
a prednisolona são considerados os medicamentos anti-inflamatórios de preferência para uso em
gestante, visto que a barreira placentária oferece maior resistência contra essas drogas. A
betametasona e a dexametasona são os medicamentos corticosteróides indicados para uso
procedimentos cirúrgicos ou endodônticos que tenham possibilidades de postergação, sempre
respeitando a dose terapêutica indicada para as grávidas que são doses únicas de 4 mg. Embora
sendo considerados seguros possam influenciar de forma negativa dependendo da administração
e, podem acarretar vários danos como diabetes, hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, insuficiência
das supras renais e Síndrome de Cushing (BASTOS et al., 2014).
Os problemas relativamente causados pela administração dos analgésicos são
considerados pequenos diante dos problemas causados pela dor constante, onde esta irá
aumentar a descarga adrenérgica endógena, aumentando o estresse e outras alterações
fisiológicas que são considerados como mais prejudiciais para o feto do que o emprego
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dos analgésicos, essa dor pode ser tão prejudicial quanto um processo infeccioso (CANEPPELE
et al., 2011)
Os analgésicos opióides e não-opióides foram classificados pela FDA na categoria B,
e são considerados seguros no período gestacional. O paracetamol foi considerado como sendo
de primeira escolha para uso em gestante, respeitando a dose de 4g por dia/adulto (BASTOS et
al., 2014). A dipirona pode ser ministrada como segunda escolha quando extremamente
necessária, pois seu uso crônico pode provocar agranulocitose no sangue periférico do feto
provocando neutropenia deixando-o susceptível às infecções (CANEPPELE et al., 2011;
BASTOS et al., 2014).
Como forma de prevenção vale ressaltar que as aspirinas não devem ser
administradas durante a gestação, pois, pode provocar aumento no tempo de trabalho de parto,
devido a um tempo de sangramento aumentado e ainda pode provocar diminuição plaquetária no
bebê (CANEPPELE et al., 2011).
A dipirona pode ser ministrada como segunda escolha quando extremamente
necessária, pois seu uso crônico pode provocar agranulocitose no sangue periférico do feto
provocando neutropenia deixando-o susceptível às infecções (CANEPPELE et al., 2011; BASTOS
et al., 2014). Como forma de prevenção vale ressaltar que as aspirinas não devem ser
administradas durante a gestação, pois, pode provocar aumento no tempo de trabalho de parto,
devido a um tempo de sangramento aumentado e ainda pode provocar diminuição plaquetária no
bebê (CANEPPELE et al., 2011).
Codato et al. (2008) afirmam que, uma das principais preocupações da época era
quebrar mitos que a tantos anos foram sustentados acerca do tratamento odontológico no período
gestacional. Nogueira et al. (2012), relataram que mesmo depois da implantação do serviço
de atendimento de mulheres no período gestacional ainda era comum encontrar resistência
no momento do tratamento. Oliveira et al.(2014) e Reis et al.(2010), apontaram a necessidade
de intensificação do trabalho de esclarecimento quanto a importância de manter a saúde bucal no
período gestacional, enfatizando as principais alterações que ocorrem no período de gestação, e
os benefícios que são gerados com a manutenção da saúde bucal, tanto para mãe quanto para o
bebê.
Outro aspecto a ser considerado segundo Poletto et al.(2008) e Nogueira et
al.(2012), está diretamente ligado ao profissional cirurgião-dentista, que se mostra inseguro para
o atendimento de mulheres no período gestacional. Araujo; Dimenstion.(2006), apontaram que,
estas inseguranças estariam diretamente ligadas à formação acadêmica de muitos cirurgiõesdentistas atuantes, principalmente, nas unidades básicas de saúde onde a preparação destes tinha
predileção para clínica e não para a coletividade. A principal dúvida que aflige o profissional
cirurgião-dentista estava diretamente ligada ao atendimento dessas pacientes, no que se refere a
procedimentos como: período de atendimento, tempo da consulta, quantidade de radiação,
medicação e principalmente com relação à posição da paciente durante o atendimento. Oliveira
et al.(2014) e Costa et al. (2012), afirmaram que, a identificação das necessidades e o
conhecimento das peculiaridades de cada período gestacional, dará ao cirurgião-dentista
segurança para traçar um plano de tratamento com maior segurança desde que respeite os
protocolos de atendimento.
Vasconcelos et al. (2012) e Martins et al. (2013) afirmaram que, o anestésico que
oferece maior segurança é a lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 respeitando a dose máxima
de 2 tubetes por sessão. A mepivacaína poderá ser usada com cautela, desde que seja feita uma
análise do estado de saúde geral da paciente (SILVA; STUANY; QUEIROZ, 2006).
Na administração de uma terapia antibiótica Caneppele et al. (2011),Bastos et al.
(2014) e Vasconcelos et al. (2012) sugerem que, seja feita uma análise criteriosa dos ricos
benefícios e que quando o uso se faz necessário, a classe das penicilinas e cefalosporinas
4 CONCLUSÃO
A partir dessa revisão literária, foram encontrados e lidos 15 artigos que tratam sobre
o tema para realização desse trabalho. Observou-se uma grande carência de preparação por
parte dos profissionais cirurgiões-dentistas em executar um atendimento voltado para o período
gestacional, o que pode dificultar a conscientização dessas pacientes sobre a importância da
manutenção da saúde bucal no período gestacional.
Desta maneira, o cirurgião-dentista deve prescrever de forma racional e responsável,
com o intuito de evitar os efeitos indesejáveis que podem ser causados pelo uso dos
medicamentos. A instituição de métodos auxiliares como, fichas de anamnese direcionadas para
gestantes e de protocolos tanto de atendimento como medicamentoso tem o intuito de auxiliar o
profissional em um atendimento seguro e eficaz, acerca das peculiaridades de cada período
gestacional, bem como ressaltar a importância sobre as recomendações e cuidados durante o
atendimento.
REFERÊNCIAS
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199
Prefixo Editorial: 69629
ISBN 978-85-69629-06-1
v. 02
n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
são consideradas como as mais seguras, e em casos de relatos de alergias a classe dos
macrolídios também é considerada segura e portanto pode ser usada como substituta.
A indicação do uso de anti-inflamatórios no período gestacional tem indicação
extremamente restrita como relatam Silva; Stuani; Queiroz, (2006), Vasconcelos et al. (2012) e
Bastos et al. (2014). Ao comentar os riscos que os anti- inflamatórios não esteróides podem
causar ao bebê, deve se optar por medicamentos como os corticosteroides, isto quando
seu uso se faz extremamente necessário. Na presença de processos inflamatórios na cavidade
oral, e com indicação de forma tópica a prednisona e a prednisolona foram as que apresentaram
maior segurança por apresentarem maior dificuldade de atravessar a barreira placentária. Em
processos com necessidades de intervenção cirúrgica sem possibilidades de postergação a
dexametasona e a betametasona foram consideradas de escolha.
Caneppele et al. (2011) e Bastos et al. (2014) consideram que, os malefícios
causados pelo uso dos analgésicos são considerados pequenos mediante os prejuízos
desencadeados pelos processos dolorosos. Desta forma, o paracetamol foi considerado como
sendo a droga analgésica de primeira escolha para uso em pacientes gestantes, desde que leve
em consideração a intensidade da dor, a adequação da dose terapêutica aceitável para ser
considerada segura. A dipirona sódica poderá ser ministrada como segunda escolha em casos de
dores agudas, devido a sua ação rápida, mas quando isso se faz necessário recomenda-se dose
única, pois seu uso prolongado pode acarretar vários problemas como, por exemplo,
agranulocitose no sangue periférico do feto. Ao sentir a preocupação dos cirurgiões- dentistas
com o uso dos exames radiográficos Poletto et al.(2008),Caneppele et al. (2011) e Bastos et al.
(2014) observaram que, a dose de radiação emitida em uma tomada radiográfica odontológica é
consideravelmente inferior as doses permitidas diariamente e que a eleição de filmes ultrarrápidos,
localizadores apicais e aventais de chumbo propicia maior segurança no momento de execução
do exame.
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n. 01
v. 02
ISBN 978-85-69629-06-1
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PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO UTERINO PELOS ANTIOXIDANTES NA PROMOÇÃO
DA SAÚDE: Revisão de Literatura
CERVICAL CANCER PREVENTION CANCER BY ANTIOXIDANTS IN HEALTH PROMOTION:
Literature Review
Andressa Azevedo Silva¹; Carolinny Cruvinel Maia¹; Laura Leão Martins¹; Raymundo do Espirito Santo
Pedreira²; Viviane Tiemi Kenmoti²; Flávio Dias Silva²; Nelzir Martins Costa²; Carlos Eduardo Bezerra do
Amaral Silva².
______________________________
1 - Acadêmicos ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO - A Neoplasia do Colo do Útero é um problema de Saúde Pública e atinge todas as
classes sociais e regiões econômicas do mundo. Por pressuposto, objetiva-se com esta pesquisa
avaliar as evidências disponíveis na literatura a respeito dos fatores de risco para a neoplasia de
colo do útero, visando obter maior conhecimento sobre a doença, seus fatores de risco e políticas
públicas relacionadas. Trata-se de revisão integrativa de 18 trabalhos científicos a qual acarretará
em benefícios aos profissionais da saúde, pois proporcionará uma sistematização do conhecimento
acerca dos fatores de risco para a neoplasia do colo do útero, facilitando assim a interação
profissional/paciente. São conhecidos os diversos fatores de risco para o desenvolvimento desse
tumor, sendo este relacionado à infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), tabagismo, iniciação
sexual precoce, multiplicidade de parceiros, multiparidade, uso de contraceptivos orais, baixa
ingestão de vitaminas e coinfecção por agentes infecciosos como HIV e Chlamydia trachomatis. A
realização deste estudo acarretou na ampliação do conhecimento sobre os fatores de risco para a
neoplasia do colo do útero, bem como aumentou a visão crítica a respeito das literaturas cientificas
disponíveis.
Palavras-chave: Neoplasias do Colo do Útero; Fatores de Risco; Colo do Útero.
ABSTRACT - The Cervical Cancer is a public health problem and affects all social classes and
economic regions of the world. By assumption, the objective of this research is to evaluate the
evidence available in the literature regarding risk factors for cervical cancer in order to obtain more
knowledge about the disease, its risk factors and related public policy. It is about the integrative
review of 18 scientific papers, which will result in benefits to health professionals, because it will
provide a systematization of knowledge about risk factors for cervical cancer, thereby facilitating the
professional/patient interaction. Many are known risk factors for the development of this tumor, which
is related to infection with human papilloma virus (HPV), smoking, early sexual initiation, multiple
200
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
31(2), 2013.
CANEPPELE,
Taciana
Marco
Ferraz
et
al.
Conhecimento dos cirurgiões-dentistas sobre o
atendimento de pacientes especiais: hipertensos,
diabéticos e gestantes. Journal of Biodentistry and
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385-90 2010.
201
Prefixo Editorial: 69629
ISBN 978-85-69629-06-1
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n. 01
1 INTRODUÇÃO
Carcinogênese é o processo de formação do câncer. Células cancerosas são definidas por
duas propriedades hereditárias, reproduzem-se desobedecendo por erro nos limitadores da divisão
celular e invadem regiões que seriam destinadas a outras células. O câncer do colo uterino, também
chamado de cervical, é a terceira neoplasia maligna mais comum nas mulheres, responsável pela
morte de aproximadamente 265 mil mulheres por ano (INCA, 2014). Apresenta elevado potencial
de cura e prevenção. É causado por um agente etiológico conhecido como Papilomavírus Humano
(HPV). Esse vírus induz lesões no epitélio cervical que podem evoluir para lesões precursoras e
neoplasia invasiva. Estudos apontam que vitaminas antioxidantes atuam identificando ações do
câncer e prevenindo lesões displásicas.
Os antioxidantes agem contra as espécies reativas de oxigênio, inibindo ou atrasando suas
taxas de oxidação. A priori, eles previnem a formação de substâncias agressoras, interceptando os
radicais livres e destruindo-os para que não se acumulem no organismo. Logo, é notório enfatizar
uma dieta rica em frutas, verduras e legumes. Universidades canadenses observaram através de
pesquisas que a ingestão diária de vegetais, consumidos semanalmente, está associada
positivamente na eliminação do HPV oncogênico.
As vitaminas A,C e E apresentam melhor eficácia nos estágios iniciais da carcinogênese
cervical inibindo a evolução de lesões malignas no epitélio do colo uterino. A vitamina A contém os
carotenóides que inibem ações de radicais livres, sendo também potentes moduladores da
diferenciação celular, inibindo o desenvolvimento do HPV. As vitaminas C e E, por sua vez, evitam
a formação de carcinógenos e aumentam a imunidade. Testes feitos em ratos com a 1,25Dihidroxivitamina D3 mostrou o encolhimento do tumor leiomioma uterino (tumor benigno), e dados
clínicos e epidemiológicos sugerem que a maior dosagem de vitamina D3 pode reduzir o risco de
câncer.
A camada basal do epitélio geralmente é a primeira a ser atingida pelo HPV. O mecanismo
da lesão se inicia por interferência genômica do vírus sobre a célula saudável, determinando a
síntese de proteínas anômalas que culminarão com a neoplasia. A complexidade dessas alterações
morfológicas ocorre no epitélio cervical, mas depende de vários fatores, desde o tipo de vírus, sua
persistência até as condições preexistentes do hospedeiro. Sendo assim, essa infecção também
está sujeita a fatores ambientais, físicos, genéticos, químicos, hormonais e a dieta alimentar.
Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer cervical são as
condições socioeconômicas. A vulnerabilidade de grupos que residem em um local onde existem
barreiras de acesso à rede de serviços de saúde, para detecção e tratamento de patologia e de
suas lesões precursoras. O diagnóstico da doença requer procedimentos tecnológicos como, por
exemplo, testes de detecção do DNA do HPV em esfregaços citológicos ou espécimes
hispatológicos, e provavelmente numa região carente em recursos básicos é improvável que
existam condições para a realização desses procedimentos.
O câncer de colo uterino é um problema de saúde pública no Brasil. O diagnostico do câncer
pode determinar discriminação social, desde o âmbito familiar até as atividades produtivas, já que
numa sociedade o indivíduo é explorado de forma mercantilista e a perda de capacidade produtiva
gera um desamparo social. Além disso, a magnitude das taxas de mortalidade do câncer do colo
uterino, principalmente em mulheres de baixo nível econômico, exige maior atenção quanto ao
processo de controle e tratamento.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
partners, multiparity, use of oral contraceptives, low consumption of vitamins and coinfection caused
by infectious agents such as HIV and Chlamydia trachomatis. This study resulted in the expansion
of knowledge about risk factors for cancer of the cervix, as well as increased the
critical view regarding the scientific literature available.
Keywords: Cervical Cancer; Risk Factors; Cervix.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram encontrados 03 artigos nas bases de dados consultados que falavam sobre
neoplasia do câncer de colo uterino e a importância das vitaminas antioxidantes como sendo um
tratamento alternativo na prevenção dessa carcinogênese. Foram selecionados artigos que usuram
estudos clínicos comparativos, relatos de casos, pesquisa de campo e laboratorial que abordavam
de forma científica a relevância de uma dieta rica em nutrientes antioxidantes para melhorar a
qualidade de vida do indivíduo.
De acordo com Giuliano (2003), as vitaminas C e E são fundamentais para evitar a
formação de carcinógenos, além de aumentar a imunidade corporal. Enquanto que a vitamina A,
inibe a formação de radicais livres e a evolução de lesões malignas, atuando como moduladores da
resposta imune frente à presença ou persistência do vírus HPV.
Segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer, um dos fatores de risco no
desenvolvimento de câncer de colo uterino é a alimentação pobre em nutrientes. Apesar de o vírus
HPV ser o principal fator etiológico do câncer, estudos apontaram que podem ser insuficientes para
causar o câncer cervical. É necessário ocorrer lesões displásicas no organismo existente de fatores
externos como o tabagismo, alta paridade e fatores dietéticos.
QUADRO 1- Eficácia dos antioxidantes na prevenção do colo uterino entre os autores pesquisados
Autores
Resultados
SIEGEL (2010)
Enfatiza a importância do mamão e da laranja como sendo nutrientes
importantes na prevenção do câncer de colo uterino, pois contém substâncias
como β-criptoxantina e α-caroteno.
GIULIANO (2003) Descreve sobre os efeitos das vitaminas A, C e E, que inibem a formação de
radicais livres, além de serem potentes moduladores de diferenciação celular, o
que confere proteção para inibir o vírus HPV.
FUCHSRessalta a melhora da qualidade de vida do paciente que recebeu vitaminas
TARLOVSKY
antioxidantes, determinando o efeito da suplementação de β-caroteno, vitamina
(2011)
C e E sobre o stress oxidativo durante o tratamento antineoplásico com
cisplatina e radioterapia.
Fonte: AZEVEDO, A., MAIA, C. C., MARTINS, L. L., 2015.
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ISBN 978-85-69629-06-1
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n. 01
2 METODOLOGIA
Em Fevereiro de 2015, foi conduzida uma busca nas bases de dados eletrônicos BIREME,
LILACS, INCA e SciELO englobando o período de 1996 a 2012. Foram utilizados os seguintes
descritores extraídos do vocabulário estruturado e trilíngue DeCS – Descritores em Ciência de
Saúde: Câncer do Colo Uterino and Antioxidantes. Foram encontrados 24 artigos, dentre os quais
15 foram selecionados por apresentar com eficácia a ação dos antioxidantes na prevenção do
câncer do colo uterino.
A partir da análise dos 15 artigos, foram identificados 03 que estavam diretamente
relacionados, por meio de desenvolvimento, avaliação, teste, tradução ou discussão aos índices
subjetivos atendendo aos objetivos de versar sobre a utilização de vitaminas antioxidantes na
prevenção do câncer de colo uterino. Consideraram-se os artigos publicados em português,
espanhol e inglês, tendo sido excluídos os estudos publicados nos demais idiomas, assim como
aqueles que disponibilizaram apenas resumos. Foram excluídos trabalhos científicos que relatavam
o tratamento e prevenção do carcinoma de colo uterino mediante controle do tabagismo.
A extração de dados dos artigos selecionados foi realizada pelos revisores deste trabalho,
utilizando roteiro pré-estruturado.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Este trabalho propõe conhecer quais vitaminas antioxidantes estão relacionadas com a
prevenção do câncer de colo de útero. Apreciar quais são os alimentos fontes dessas vitaminas.
Compreender a importância de uma alimentação saudável para redução do desenvolvimento da
neoplasia de colo uterina.
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alimentos mais ricos em antioxidantes
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ISBN 978-85-69629-06-1
6° Ciclo
0,42 ± 0,20
1,42 ± 0,42
2,14 ± 0,14
1,85 ± 0,34
0,85 ± 0,40
1,57 ± 0,42
3,57 ± 0,29
1,28 ± 0,28
2,28 ± 0,80
0,71 ± 0,18
1,14 ± 0,59
3,28 ± 0,56
3,28 ± 0,56
0,28 ± 0,18
1,77 ± 0,48
3 ± 0,48
n. 01
4° Ciclo
0,70 ± 0,30
1 ± 0,42
3 ± 0,39
2 ± 0,51
0,60 ± 0,40
2,2 ± 0,35
2 ± 0,47
1 ± 0,29
2 ± 0,66
2 ± 0,66
1 ± 0,25
1,70 ± 0,49
3,10 ± 0,27
0,70 ± 0,33
1,40 ± 0,45
3,2 ± 0,32
FIGURA 1 – Ressonância magnética da neoplasia do câncer de colo uterino. A: corte sagital que
mostra o tumor hipertenso no colo uterino. Parte do estroma cervical encontra-se
intacto. O canal vaginal está preservado (estádio Ib). B: corte sagital que mostra o tumor
levemente hipertenso na porção posterior do colo uterino, com extensão ao terço
superior da vagina (estágio Ila).
Entretanto, o autor Siegel (2010), faz uma associação inversa entre o estado nutricional do
indivíduo e a persistência do HPV. Especificamente, ingestão de luteína, zeaxantina, β-criptoxantina
e vitamina C encontradas em frutas como laranja e mamão apresentam efeito protetor contra a
displasia cervical. Esses antioxidantes impedem o desenvolvimento de lesões intra-epiteliais (SIL)
associadas ao HPV.
Fuchs-Tarlovsky (2011) fez uma pesquisa com pacientes que receberam antioxidantes e
outros que receberam placebo no tratamento de câncer de colo uterino. De acordo com os
resultados, a suplementação com antioxidantes melhorou a qualidade de vida dos doentes
suplementados em relação àqueles que não se alimentaram com as vitaminas recomendadas.
Alimentos como laranja, limão, cenoura, abóbora, mamão, couve, espinafre, leite, ovos, iogurte,
203
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
TABELA 1 – Média e erro-padrão do consumo semanaldos
nos diferentes ciclos de quimioterapia.
Antioxidantes
Alimentos
2° Ciclo
Fígado
0,77 ± 0,20
Batata doce
0,92 ± 0,34
Vitamina A
Cenoura
2,38 ± 0,36
(µg/dia)
Espinafre
1 ± 0,32
Pimentão
1,30 ± 0,38
Laranja
2 ± 0,33
Vitamina C
Mamão
2,92 ± 0,41
(mg/d)
Manga
1,15 ± 0,27
Óleo de girassol
1,23 ± 0,53
Vitamina E
Óleo de soja
2,77 ± 0,53
(md/d)
Abacate
0,61 ± 0,24
Margarina
2,23 ± 0,48
Carne vermelha
3,15 ± 0,19
Zinco
Peru
0,30 ± 0,13
(mg/d)
Amendoim
0,92 ± 0,30
Queijo
3 ± 0,25
Fonte: Adaptado de ROHENKOHL (2011).
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MEDICAMENTOS ALIADOS À INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS VISANDO MELHORIAS NA
SAÚDE DAS COMUNIDADES PARKINSONIANAS: Revisão de Literatura
MEDICINES ALLIES TO THERAPEUTIC INTERVENTION AIMED IMPROVING HEALTH OF
COMMUNITIES PARKINSONIAN: Literature Review
Camilla Macedo Abreu¹; Matheus Andrade Rocha¹; Wanessa Araújo Machado¹; Asterio Souza Magalhães
Filho²; Raymundo do Espirito Santo Pedreira²; Viviane Tiemi Kenmoti²; Carlos Eduardo Bezerra do Amaral
Silva².
______________________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO - Atualmente o Brasil passa pela mudança de perfil epidemiológico, onde a população
está envelhecendo. Com o aumento da população idosa, amplia-se também o número de doenças
crônicas associadas ao envelhecimento, dentre elas a Doença de Parkinson (DP), que é definida
204
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n. 01
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente aos estudos abordados, conclui-se que as vitaminas A, C e E que contém βcaroteno, tocoferóis e carotenóides encontradas nos alimentos como mamão, laranja, limão e
cenoura principalmente atuam na diminuição do risco de câncer cervical do útero. As análises
realizadas demonstraram que a ingestão desses alimentos que contém vitaminas antioxidantes é
fundamental para aumentar a expectativa e a qualidade de vida, frente à prevenção do câncer.
É importante ressaltar que mesmo sendo algo aparentemente trivial a ênfase em uma
alimentação saudável pode de fato prevenir a ocorrência da neoplasia de colo uterino, frente à
importância epidemiológica dessa doença, faz-se necessária a divulgação exaustivamente dessas
informações por meio de campanhas públicas e educação em saúde, voltadas ao público feminino,
referindo a reeducação alimentar como medida validada na prevenção da patologia supra citada.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
queijo, manteiga e fígado são importantes para serem consumidos no tratamento antineoplásico
associado à cisplatina e radioterapia.
Vários autores pesquisados concordam que as vitaminas são substâncias que mesmo em
baixas concentrações são capazes de inibir ou atrasar as taxas de oxidação, além de prevenirem a
formação de lesões displásicas e melhorar a qualidade de vida de pacientes em tratamento
(SIEGEL, 2010; GIULIANO, 2003; FUCHS-TARLOVSKY, 2011).
ABSTRACT - Currently Brazil is the changing epidemiological profile, where the population is aging.
With the aging population, increases also the number of chronic diseases associated with aging,
among them Parkinson's disease (PD), which is defined as a primary degenerative disease located
in the substantia nigra compact which is synthesized dopamine. Despite several advances related
to the treatment of PD, its cure has yet been found, so all existing treatments aim to control symptoms
in order to keep the wearer with maximum autonomy and functional independence as possible, thus
providing a better quality of life. Several types of treatment are indicated in the case of this disease,
so it is very important to know them, so this study aimed to analyze which treatments most commonly
used in PD, and its impact on the lives of those affected, through. A literature search, descriptive
and retrospective of the last twenty years (1990-2011) related to PD and its treatment. A survey in
databases such as LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences Literature), SciELO
(Scientific Electronic Library Online) and MEDLINE (International Literature on Health Sciences),
using materials in Portuguese, English and Spanish. The terms used in the search were: Parkinson's
disease, treatment, physiotherapy, home care, and manual search in the library collection of the
University Center Philadelphia. This work showed that it is essential that the person with PD is
treated in an integrated manner, it is extremely important the work of a multidisciplinary team. When
it comes to public health was found in just about programs solely with the PD, thus showing the need
for more research on the related SD in primary care and also to develop programs to reach this
population only in the Basic Health
Keywords: Parkinson's disease, treatment, physiotherapy, home care.
1 INTRODUÇÃO
O mal de Parkinson é uma doença degenerativa que afeta milhares de pessoas no
mundo, principalmente idosos, e se caracteriza por apresentar distúrbios motores e desequilíbrio
psíquico e mental. Os sintomas da doença prejudicam a qualidade de vida do afetado, a qual fica
comprometida seriamente.
Rigidez muscular, abalo, transtornos psíquicos, insônia, alterações cognitivas,
imobilidade, dificuldades nas articulações, salivação, problemas gastrointestinais, vertigens, passos
cambaleados, movimentos desordenados com alterações posturais e micrografia são algumas
características clínicas que aparecem no decorrer da progressão do Parkinson. O parkinsoniano,
quando ereto, faz uma flexão de todas as articulações, levando a uma posição característica. Estes
ocorrem devido ao desiquilíbrio químico causado pela morte das células que produzem Dopamina
(DOWNIE, 1987). Os pacientes sofrem gradativamente com o avanço da doença sendo esta mais
comum na terceira idade.
205
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n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
como uma doença degenerativa primária localizada na substância negra compacta onde é
sintetizada a dopamina. Apesar de vários avanços relacionados ao tratamento da DP, sua cura
ainda não foi encontrada, portanto todos os tratamentos existentes visam o controle dos sintomas
com o objetivo de manter o portador com o máximo de autonomia e independência funcional
possível, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida. Vários tipos de tratamento são
indicados no caso desta patologia, portanto é de grande importância conhecê-los, sendo assim este
trabalho teve como objetivo analisar quais os tratamentos mais utilizados na DP, e qual o seu
impacto na vida dos seus portadores, por meio de uma Pesquisa Bibliográfica, descritiva e
retrospectiva relacionado à DP e seu tratamento. Foi realizado um levantamento nas bases de
dados como Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Scielo
(Scientific Electronic Library Online) e Medline (Literatura Internacional em Ciência da Saúde),
sendo utilizados materiais nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Os termos usados na busca
foram: Doença de Parkinson, tratamento, fisioterapia, atendimento domiciliar. Este trabalho mostrou
que é primordial que o portador de DP seja tratado de maneira integral, sendo de extrema
importância a atuação de uma equipe multiprofissional. Em se tratando de saúde pública pouco foi
encontrado em relação a programas de atendimentos exclusivos aos portadores de DP, mostrando
assim a necessidade de mais pesquisas relacionadas sobre a DP na assistência básica e também
a implantação de programas que atinjam exclusivamente esta população nas Unidades Básicas de
Saúde.
Palavras-chave: Doença de Parkinson, tratamento, fisioterapia, atendimento domiciliar.
2 METODOLOGIA
Entre fevereiro e março de 2015, foi coordenada uma busca nas bases de dados
eletrônicos MEDLINE, SciELO e Bireme abrangendo o período de 1987 a 2013. Para facilitar a
busca no campo de pesquisa, utilizamos os seguintes descritores: Parkinson. Qualidade de Vida.
Intervenções Terapêuticas. Foram encontrados 17 artigos, dentre os quais 10 foram aproveitados
por abordar novos métodos de intervenções terapêuticas para beneficiar a saúde das comunidades
parkinsonianas assim como os demais trabalhos associados àqualidade de vida dos pacientes e a
gravidade da patologia.
A partir da análise de 14 artigos, foram identificados 11 que estavam diretamente
relacionados por meio de desenvolvimento, avaliação, teste, tradução ou discussão aos índices
subjetivos atendendo os objetivos de relacionar o tratamento medicamentoso com métodos
alternativos para estabelecer uma melhor qualidade de vida para os portadores de Parkinson.
Decidiu-se por selecionar os artigos reconhecidos como versões originais os quais exibem
discussões executadas por seus autores e testes validados para a intervenção do Parkinson.
Consideraram-se os artigos publicados em português e inglês, tendo sido descartados os estudos
divulgados nos demais idiomas, assim como aqueles que disponibilizaram apenas resumos.
A extração de dados dos artigos selecionados foi realizada pelos revisores deste
trabalho, utilizando roteiro pré-estruturado. Foram colhidas as seguintes informações: como a
qualidade de vida dos pacientes portadores de Parkinson é afetada, a eficácia dos tratamentos
alternativos contra essa patologia, os medicamentos administrados e resultados dos estudos feitos
pelos autores citados.
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O tratamento medicamentoso é o mais recomendado por ser o principal meio de controle
da doença, porém sem adesão á terapia, os resultados não são tão evidentes. Não existem
medicamentos capazes de cessar o mecanismo da patologia ou impedi-la, a terapêutica baseia-se
no controle dos sintomas, mediante reposição da dopamina estriatal. A levodopa é o medicamento
de primeira linha no tratamento. Na maioria das vezes, é preciso integrar outros remédios a fim de
potencializar a atuação da levodopa ou combater os efeitos colaterais, como náusea, midríase,
taquicardia e xerostomia (GONÇALVES, 2007).
O diagnóstico da enfermidade é complexo, pois não há exame específico para identificála. Este é formado com a aparência de sinais da doença adicionados de assimetria do quadro e da
resposta primitiva ao uso de levedopa. Porém o estudo clínico do paciente ainda é condição
essencial para o diagnóstico exato. Diante da forma da descoberta do caso, a pessoa sofre com o
longo prazo e a incerteza dos resultados.
Estudos comprovam que intervenções terapêuticas auxiliam na manutenção da
qualidade de vida do enfermo. A busca por tratamentos inovadores para diminuir os efeitos do
Parkinson, como a fisioterapia aquática, exercícios, intervenção fonoaudiológica e a facilitação
neuromuscular proprioceptiva, é comum devido à severidade da doença. Estes buscam
restabelecer a potência muscular, a força, a velocidade da contração muscular, o equilíbrio e o
tempo de movimento em idosos.
Melhorar a qualidade de vida das pessoas é uma tarefa árdua, porém gratificante para
o ser humano, estudar novas alternativas é de extrema importância para viabilizar melhores
condições para o parkinsoniano. A atualização dos tratamentos deve ser feita regularmente devido
ao avanço progressivo e a característica incerta da patologia.
Esse trabalho propõe constatar a eficácia do tratamento medicamentoso para a doença
de Parkinson exposta pelos autores pesquisados. Conhecer intervenções terapêuticas alternativas
que possam contribuir para a melhor qualidade de vida desses pacientes e reconhecer benefícios
dessas terapias sobre a redução dos sintomas parkinsonianos.
De acordo com Gonçalves (2007), ainda não há remédios capazes de interromper o curso
da doença nem de evita-la, os que existem tendem ao controle dos sintomas, objetivando manter o
portador
com
FIGURA 1 - Características clínicas que ocorrem no decorrer da progressão
independência funcional,
do Parkinson.
autonomia e equilíbrio
psicológico, o que é
possível
devido
a
reposição da dopamina
estriatal.
A
terapia
medicamentosa
mais
sugerida no controle
efetivo dos sintomas é a
administração
de
Fonte: ABREU, ROCHA, MACHADO (2015).
levodopa,
sendo
considerada como recurso de primeira linha no tratamento. Entretanto, torna-se necessário acrescer
a dose e reduzir o intervalo das tomadas à medida que a doença progride, pois em longo prazo
aparecem obstáculos ao seu emprego, tais como: flutuações do desempenho motor, perda da
eficácia e alterações mentais. Além disso, associam-se outros medicamentos para combater os
efeitos colaterais (náuseas, vômitos) ou para potencializar a ação da levodopa. O tratamento
neurocirúrgico, como atalamotomia ou palidotomia, é utilizado quando o doente não responde mais
à farmacoterapia. A estimulação cerebral crônica aplicada no tálamo, núcleo subtalâmico ou globo
pálido é outra técnica neurocirúrgicautilizada com o benefício de ser reversível, caso advenham
revelações adversas.
De acordo com Marchi (2013) et al, a adesão aos medicamentos tem sido foco de várias
pesquisas com doenças crônicas nos últimos anos, apesar do estudo em pacientes com DP ter sido
aprofundado apenas recentemente. Regimes terapêuticos complexos reduzem a aderência dos
enfermos à terapia, devido principalmente ao número de medicações e aos horários diversos de
administração por dia (pacientes com DP tomam em média 5,2 medicamentos em 3,8 doses ao
dia). A prevalência de depressão na DP é alta, podendo abordar até 68,1% dos pacientes. Pacientes
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3 DISCUSSÃO E RESULTADOS
Foram encontrados 11 artigos nas bases de dados consultadas que falavam sobre a
doença Mal de Parkinson e suas particularidades, segundo os critérios de inclusão. Tratam-se de
aspectos gerais da doença e métodos de tratamento, tanto medicamentosos como terapêuticos,
que buscam melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença.
A Doença de Parkinson tem prevalência avaliada de 3,3% no Brasil e afeta,
aproximadamente, 1% da população com mais de 65 anos e 4% dos idosos com mais de 80 anos.
É a segunda patologia neurodegenerativa mais corriqueira em idosos (depois da de Alzheimer) e
aborda a todos, sem relevância de classes sociais e raças (SANTOS, 2012). Esta possui maior
incidência nos homens, além de ser afecção comum em idosos e um grave problema de saúde
pública. (CHRISTOFOLETTI, 2012).
Seus sintomas (FIGURA 1) são motores e não motores, comprometendo todas as áreas
relacionadas à qualidade de vida. Estes limitam o desempenho de atividade física diária, aumentam
o comprometimento de forma física, emocional, social, econômica, pois causa perda de relações
sociais, atividades financeiras, trabalho e lazer. Cada pessoa tem uma percepção própria da sua
condição crônica de saúde e o conhecimento desta é importante para melhorar a pratica de médicos
e enfermeiros. Entre os sintomas não motores da DP, a depressão é altamente prevalente com
taxas em torno de 32% (SILBERMAN, 2013). Os sinais clínicos aparecem com a diminuição do
neurotransmissor dopamina e abrangem, dentre outros: diminuição ou ausência total dos
movimentos do corpo, tremor, rigidez (SANTOS, 2012).
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deprimidos são três vezes mais predispostos a ter menor adesão aos medicamentos propostos do
que pacientes sem depressão. O baixo grau de adesão afeta de forma negativa a evolução clínica
do paciente e a sua qualidade de vida, tornando-se um acentuado problema de saúde pública.
Tratamentos inovadores (FIGURA 2) para diminuição dos efeitos do Parkinson, como a
fisioterapia aquática (SILVA, 2013), exercícios (RODRIGUES-DE-PAULA, 2011), intervenção
fonoaudiológica (PALERMO, 2009) e a facilitação neuromuscular proprioceptiva (SANTOS, 2011),
estão presentes em estudos recentes da doença. Estes, associados ao tratamento medicamentoso,
contribuem
para
a
QUADRO 1- Objetivos apresentados nos artigos sobre intervenções
melhoria da qualidade de
terapêuticas em conjunto com medicamentos que auxiliam na
vida do parkinsoniano de
manutenção da qualidade de vida de portadores.
forma significativa, o que
Autores
Objetivos
justifica a atenção de
Rodrigues-de-Paula,
Mensurar os efeitos de um programa de exercícios
et al (2011)
aeróbios sobre a capacidade física dos pacientes
estudos
e
pesquisas
com DP.
voltados a ele. Os
Santos, et al (2012)
Explorar os efeitos da Facilitação Neuromuscular
objetivos das pesquisas
Proprioceptiva em indivíduos com Parkinson.
em relação as terapias
Silva, et al (2013)
Avaliar os efeitos da fisioterapia aquática na
dos artigos citados estão
manutenção da qualidade de vida dos portadores do
no quadro abaixo:
mal de Parkinson.
Palermo
et
al,
(2009)
Descrever o perfil clínico de 32 pacientes entre 2007
A qualidade de
e 2008. Expor técnicas fonoaudiológicas aos
vida (QV) dos pacientes
profissionais da área para que possam atuar contra a
pode ser influenciada de
doença.
forma
positiva
pela
Silberman, et al
Avaliar o número de mortes em uma amostra de
fisioterapia aquática (FA).
(2013)
parkinsonianos
com e sem depressão.
Segundo Silva et al
Fonte: ABREU, ROCHA, MACHADO (2015).
(2013), a FA é um recurso
fisioterapêutico que utiliza
os
efeitos
físicos,
fisiológicos e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em piscina aquecida como recurso para
ajudar na reabilitação ou prevenção de alterações funcionais. Seus estudos comprovaram que a FA
proporcionou uma melhora na qualidade de vida dos pacientes com doença de Parkinson.
Ainda de acordo com o autor anterior, a fisioterapia compõe um importante recurso
porque promove exercícios que conservam a atividade muscular e poupam a mobilidade,
minimizando e diferindo o desenvolvimento dos sintomas sendo seu foco a melhora do equilíbrio,
da instabilidade postural e do e redução do risco de queda. Já a ação terapêutica da imersão em
meio hídrico ocasiona aumento do metabolismo e diminuição da tensão muscular, proporcionando
um ambiente aconchegante, agradável e relaxante. A terapia da água aquecida aumenta os níveis
de dopamina no sistema nervoso central, que se mantêm por algumas horas após a imersão.
Rodrigues-de-Paula et al (2011) em estudo avaliativo sobre o efeito dos exercícios em
parkinsonianos concluíram que estes melhoraram o desempenho funcional e capacidade física,
além de contribuírem nas medidas de desempenho funcional de parkinsonianos: ganhos na
velocidade da marcha, no nível de atividade, na velocidade para subir e descer escadas e nos
sintomas clínicos expostos por tais sujeitos. Os dorsoflexores bilaterais foram o único grupo
muscular a exibir maior torque após a intervenção e os principais rendimentos notados foram nos
domínios de reação emocional, interação social e habilidade física: acréscimo dos níveis de energia,
aumento dechances de socialização e transformações nas alterações emocionais comuns em
indivíduos com DP. O tratamento tem como vantagem a fácil aplicação do programa de exercícios,
além da combinação de técnicas simples e não requerimento de equipamentos caros e complexos,
sendo facilmente implantado como abordagem terapêutica em clínicas, consultórios ou até em
domicílios. O uso de programas específicos de atividade física como estratégia de reabilitação de
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indivíduos com DP é justificado pela melhora da capacidade física, da mobilidade e o aumento da
socialização entre estes (RODRIGUES-DE-PAULA, 2011).
Outro tipo de terapêutica é o tratamento fonoaudiológico, que se define pela utilização de
exercícios de base com etapas de terapia indireta, manobras facilitadoras e técnicas posturaisem
função das alterações da comunicação oral e deglutição dos pacientes, a fim melhorar os aspectos
da mobilidade, possibilitar a articulação de sons, das palavras, coordenar as estruturas da fala,
aumentar e controlar a capacidade respiratória. Para isso, modifica a postura das estruturas
fonoarticulatórias e no momento
da avaliação fonoaudiológica é FIGURA 2 - Modelo esquemático das terapias alternativas
sempre instruído ao paciente, aplicadas sobre os parkinsonianos.
assim como aos familiaresa
manobra
da
retirada
do
engasgo(Palermo et al, 2009).
Ainda segundo o autor
anterior
este
tratamento
fonoaudilógico
apresenta
melhoria na qualidade de vida dos
doentes, contribuindo para a
manutenção
das
funções
assistidas em longo prazo. A
maior alíquota de alteração foi em
eficiência glótica e a menor na
hipercontração
das
pregas
vocais.
As
alterações
fonoaudiológicas relacionadas à
voz surgiram em praticamente
todos os pacientes com DP.
De acordo com Santos
et al (2012), a Facilitação
Neuromuscular
Proprioceptiva Fonte: ABREU, ROCHA, MACHADO (2015).
(FNP) foi escolhida como um
método alternativo de terapia porque propicia mecanismos que auxiliam na melhora da função
motora, além de abordar ao mesmo tempo diferentes aspectos que em outras terapias são utilizadas
de forma separadas. A FNP ajuda na manutenção das atividades diárias dos portadores através de
treinamentos de mobilidade, portanto essa terapia serve como base para a construção de
intervenções apropriadas para os pacientes. Os resultados da pesquisa foram animadores, pois
houve um relevante avanço nos movimentos e diminuição da dor.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho objetivou demonstrar medicamentos para a doença de Parkinson
aliados à métodos alternativos. Foi constatado que as intervenções terapêuticas foram eficientes
para a melhoria de alguns sintomas que os parkinsonianos apresentam. A Doença de Parkinson é
crônica e incurável, sendo necessária a manutenção da qualidade de vida dos portadores, os quais
sofrem com a progressão das características patológicas.
Todos os tratamentos alternativos expostos pelos artigos citados anteriormente
mostraram um relevante avanço na melhoria das manifestações clínicas. A fisioterapia aquática
proporcionou, assim como os exercícios aeróbios, a recuperação de parte do desenvolvimento
funcional muscular; a facilitação neuromuscular proprioceptiva teve um avanço significativo na
redução da dor. Destaca-se que exercícios aeróbios obtiveram maior sucesso dentre essas
terapias, pois teve maior número de benefícios para os parkinsonianos, como: contribuição na
capacidade física, no nível de atividade, na velocidade da marcha e interação social. O recurso
REFERENCIAS
n. 01
v. 02
PETERNELLA, F.M. N.; MARCON, S. S.
Descobrindo a doença de Parkinson: impacto para o
parkinsoniano e seu familiar. Revista Brasileira de
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Fisioterapia e Pesquisa. v. 20, n. 1, p.17-23. 2013.
PRINCIPAIS MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA UTILIZADOS NA PERÍCIA
ODONTOLÓGICA
MAIN METHODS OF IDENTIFICATION HUMAN EXPERTISE USED IN DENTAL
Clara Cíntia Marinho Pires¹; Ana Paula Pedroso Brito²; Cristiano da Silva Granadier²; Danilo Felix Daud²;
Joelcy Pereira Tavares²; Jonas Eraldo de Lima Júnior².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO - A Odontologia legal adquire um papel relevante no processo de identificação,
fornecendo esclarecimentos à justiça de maneira eficaz para uma identificação positiva. Nos dias
de hoje, ela é imprescindível para resolver grande número de casos em que a identificação da
vítima por outros métodos se torna moroso. Nos casos de identificação, a principal vantagem da
evidência dentária é que, como qualquer outro tecido duro, geralmente é preservado
indefinidamente após a morte. Apesar das características dos dentes de uma pessoa mudar, por
causa dos tratamentos realizados ao longo da vida, a combinação dos dentes hígidos,
cariados, ausentes e restaurados é reproduzível e pode ser comparada em qualquer tempo. O
cirurgião-dentista possui papel ativo frente à nova realidade e deve participar de equipes
laboratoriais que tenham como objetivo a busca de opções técnicas para a realização de exames
de confiabilidade incontestável. Neste trabalho foi feito uma revisão de literatura, onde será
abordado principais métodos de identificação humana na perícia odontológica: identificação
humana, identificação pelas arcadas dentárias, identificação por fotografias de sorriso e
finalizando com a identificação pela técnica de DNA.
210
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CHRISTOFOLLETI, G.; CÂNDIDO, E. R.; OLMEDO, L. et al.
Efeitos de uma intervenção cognitivo-motora sobre os
sintomas depressivos de pacientes com a doença de
Parkinson. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. v. 61, n. 2, p.
78-83. 2012.
CHRISTOFOLETTI, G.; FREITAS, R. T.; CÂNDIDO, E. V. et
al. Eficácia de tratamento fisioterapêutico no equilíbrio
estático e dinâmico de pacientes com doença de Parkinson.
Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 259-263.
2010.
DOWNIE, P. A. Neurologia para Fisioterapeutas. 4. ed. São
Paulo: Pan-americana, 1987. P.
GONÇALVES, L. H. T.; ALVAREZ, A. M.; ARRUDA, M. C.
Pacientes portadores da doença de Parkinson: significado de
suas vivências. ActaPaulista de Enfermagem. v.20, n. 1, p.
62-68. 2007.
MARCHI, K. C.;CHAGAS, M. H. N.; TUMAS, V. et al. Adesão
à medicação em pacientes com doença de Parkinson
atendidos em ambulatório especializado. Ciência & Saúde
Coletiva. v. 18, n. 3, p. 855-862. 2013.
PALERMO, S.; BASTOS, I. C. C.; MENDES, M. F. X. et al.
Avaliação e intervenção fonoaudiológica na doença de
Parkinson. Análise clínica- epidemiológica de 32 pacientes.
Revista Brasileira de Neurologia. v. 45, n. 4, p. 17-24. 2009.
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terapêutico fonoaudiológico ajudou na alteração da eficiência glótica com longos prazos de
tratamento.
O medicamento mais sugerido para o Parkinson é a Levedopa, por controlar os sintomas
da mesma. Entretanto, deve ser associada a outros fármacos para combater os efeitos colaterais.
Conclui-se que houve uma concordância entre os artigos citados sobre as intervenções
terapêuticas aliadas com medicamentos visando o bem-estar e manutenção da qualidade de vida
das comunidades parkinsonianas.
papel importante no dia-a-dia da população, principalmente através de perícias civis e criminais,
contribuindo para aplicação da lei sem riscos de cometer injustiças, por desconhecer dos
magistrados sobre a ciência odontológica4.
A identificação pela arcada dentária são características dentais únicas para cada indivíduo
e os dentes mostram um grande número de detalhes individuais, além da resistência 5. A
identificação por fotografias do sorriso apresenta imagens que mostram características dentais
específicas do individuo, por meio da análise comparative 6. E as técnicas de exame de DNA que
são amostras de referência direta ou familiar, possui características únicas que não se alteram ao
longo do tempo. Tem alto custo e necessita de maior tempo para obtenção dos resultados 5
O Odontolegista no Instituto Médico Legal compreende perícia no vivo (lesões corporais e
determinações de idade), perícias no morto (necroscopia e identificações), perícias em objetos
(próteses e instrumentos) 7. O cirurgião-dentista possui papel ativo frente à nova realidade e deve
participar de equipes laboratoriais que tenham como objetivo a busca de opções técnicas para a
realização de exames de confiabilidade incontestável 8.
Nesse trabalho será feito uma revisão de literatura, onde será abordado principais métodos
de identificação humana que se justifica pelo fato que os remanescentes ósseos e estruturas
dentais compreendidas no aparelho estomatognático que contribuem para o sucesso dessa
identificação e apresenta fundamentos valiosos para as técnicas utilizadas na perícia odontológica.
2 OBJETIVOS
O objetivo desse trabalho é descrever, através de uma revisão de literatura,
métodos de identificação humana utilizados na perícia odontológica; Demonstrar a identificação
pelas arcadas dentárias; Destacar a identificação por fotografias de sorriso; Definir a identificação
pela técnica de DNA.
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1 INTRODUÇÃO
A Odontologia Legal é a especialidade que tem como objetivo a pesquisa de fenômenos
psíquicos, físicos, químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o ser humano vivo, morto
ou ossada, e mesmo fragmentos, que resulta em lesões parciais ou totais, reversíveis ou
1
irreversíveis . Pode ser interpretada, de modo geral, como uma disciplina que visa fornecer
esclarecimentos técnicos à Justiça, referentes aos conhecimentos da Odontologia e de suas
diversas especialidades2.
A Odontologia Legal emergiu da casualidade e tornou-se evidente após alguns acidentes,
que apontaram para a necessidade de técnicas de identificação das vítimas e uma das
alternativas utilizadas foi o reconhecimento dos corpos através dos dentes3. Está sendo um
n. 01
ABSTRACT - Legal Dentistry acquires a relevant role in the identification process, providing
clarification to justice effectively for positive identification. These days, it is essential to resolve
large number of cases where the identification of the victim by other methods becomes
cumbersome. In the case of identification, the main advantage of dental evidence is that, like any
other hard tissue, is usually preserved indefinitely after death. Although the characteristics of the
teeth of a person to change, because the treatments performed during the life of the
combination healthy, decayed, missing, and filled teeth is reproducible and can be compared
at any time. The dentist has active role with the new reality and must participate in laboratory
teams that aim the search of technical options for conducting unquestionable reliability tests.
This work will be done a literature review, which will address main methods of human identification
in dental expertise: human identification, identification by dental arches, identification Smile photos
and ending with the identification by DNA technique.
Keywords: Forensic Dentistry. Identification. Dental Arch.
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Palavras–chave: Odontologia Legal. Identificação. Arcada Dentária.
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3 REULTADO DE DISCUSSÃO
A identificação humana é, sem dúvida, a mais conhecida aplicação da Odontologia no
campo forense 10. O perito cirurgião-dentista é um auxiliar da justiça e trata de problemas diversos
de ordem judicial. Em geral de ordem penal e civil. No campo do direito penal que se tem com
maior freqüência, pretende resolver dois grupos de problemas: identificação de pessoas e
reconstrução dos fatos. Algumas das aplicações práticas e de maior interesse estão na identificação
de pessoas 9.
O mais importante para obter a identificação de um indivíduo através da odontologia
forense, é poder fazer um estudo minucioso da dentadura questionada de modo a poder captar o
maior número possível de informações que permitam a sua caracterização 11.
Alguns conceitos são importantes para que se possa entender melhor sobre o método de
identificação humana, como a perícia que é um procedimento especial de constatação, prova ou
demonstração científica ou técnica que se relaciona com a veracidade de uma situação ou análise.
Identidade, conjunto de caracteres que permitem distinguir uma pessoa das demais,
individualizando-a física e juridicamente, e por fim a identificação que é um processo técnico
científico pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou de um objeto 12.
Em 1897 o doutor Oscar Amoedo Valdés, desenvolveu o primeiro tratado sobre
identificação usando a arcada dentária. O estudo dos dentes é de fundamental importância para a
determinação da identidade, especialmente em cadáveres carbonizados13.
Não houve, não há e nunca haverá duas pessoas com as arcadas dentárias iguais, pois
suas características são absolutamente singulars 14. Diversas características particulares podem
estar presentes na arcada dentária, incluindo as anomalias e alterações dentárias 15.
A identificação pela arcada dentária exige duas ocasiões especiais: a ante-mortem que
diz respeito às informações antes da morte, quanto mais precisas, melhores serão. A segunda
ocasião é a post-mortem, que coletará dados do cadáver e através dela se fará a comparação
com as informações ante-mortem 16.
Informações como posição e características dos dentes, ausência de um ou vários
dentes, cáries, e muito mais contribuirá para a identificação. Após a comparação dos dois
registros, se afirmará ou negará que o material estudado é da pessoa procurada 16.
A comparação é feita com os raios-X feitos pelo dentista do suposto falecido e
raios-X do cadáver, tiradas exatamente do mesmo ângulo. As imagens são sobrepostas no
computador para aferir semelhanças. Sua importância neste sentido talvez seja decorrente da
extraordinária resistência das peças dentárias às situações que, via de regra, produzem a
destruição das partes moles, como a putrefação e as energias lesivas como, por exemplo,
agentes traumáticos, energias físicas, energias químicas 17.
As radiografias intraorais comuns podem fornecer evidências importantes quando
empregadas em Odontologia Legal devido à grande quantidade de informações registradas no
filme. Características anatômicas, como tamanho e forma das coroas, anatomia pulpar, posição
e forma da crista do osso alveolar, podem ser muito úteis. O tratamento dentário resulta em
características únicas e individuais que, na maioria das vezes, são bem visíveis nas radiografias
comuns 17.
Os arcos dentários, por serem de difícil destruição permitem uma identificação bastante
precisa do indivíduo. Mesmo que o cadáver nunca tenha freqüentado um consultório odontológico
18
.
Espécie - Diferenciação entre humanos e animais. Os dentes humanos possuem coroa
e raiz que se encontra em um mesmo plano, enquanto que nos outros animais, a raiz descreve
curvas. Além da presença de prismas de esmalte que são ondulados e tem 2 mm de comprimento
nos dentes humanos 18.
Grupo Racial - Os molares são os principais dentes para identificação racial. Pessoas
brancas possuem os molares superiores com cúspides disto palatinas pequenas quando
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comparadas com as mesio palatinas. Já, indivíduos negros possuem as cúspides disto palatinas
dos molares superiores com mesmo tamanho das mesio palatinas, e as cúspides dos
molares inferiores bem demarcadas 18.
Gênero - Os incisivos superiores exibem o maior dimorfismo sexual; os incisivos centrais
superiores são mais volumosos no gênero masculino;
Idade - Se relaciona ao fato de que a erupção definitiva é mais precoce na mulher;
Altura - Existe proporcionalidade entre os diâmetros dos dentes e a altura do indivíduo;
Dados Particulares - Comparação com fichas odontológicas existentes (restaurações,
perdas dentárias, implantes); elementos congênitos (supranumerários, micro e macrodontia,
rotações, diastemas); formas dos arcos dentários(elipse, trapezoidal triangular, redonda,
assimétrica);
Estigmas resultantes das profissões - Certas profissões podem produzir marcas
permanentes nos dentes por razões mecânicas ou químicas; como por exemplo, nos sapateiros,
costureiras devido a ação mecânica, nos operários graças a ação química de determinadas
substâncias como chumbo, ferro e cobre 16.
Um fato que chama atenção que ocorreu em 1912, no qual o transatlântico Titanic
naufragou após chocar-se contra um iceberg. Dos 2.220 passageiros, 1.513 foram a óbito. Muitos
desses corpos foram reconhecidos pelo exame da arcada dentária 18.
Amoedo realizou a primeira identificação odontológica em um desastre ocorrido em
Paris em 04 de maio de 1897, onde morreram 126 pessoas 13.
Uma técnica que tem encontrado grande aceitação em todo mundo é a aplicação de
fotografias do sorriso para a identificação humana de desconhecido apresentam imagens que
mostram características dentais específicas, por meio da análise comparative 5.
A avaliação odontológica para identificação humana em sua maioria é constituída de
metodologias classificadas como comparativas, pois confrontam informações obtidas de
documentação ante-mortem com dados coletados post- mortem. O sucesso dessa técnica
depende, primordialmente, das informações ante- mortem fornecidas e de registros post-mortem
adequados, sendo o processo de identificação dificultado na ausência de registros das condições
de saúde bucal 20.
Quando se trata de uma ossada, é muito mais simples, porquanto podem se estudar
ambos os arcos, superior e inferior, separadamente. Já, quando se trata de cadáver fresco,
completo ou de cabeça decepada quando o homicida pretende que não se identifique o cadáver,
deverá proceder-se a retirada do arco maxilar e do mandibular, para facilitar o manuseio, obtendo
toda a informação dental, inclusive permitir a tomada de radiografias 17.
O exame do cadáver inicia-se, geralmente, analisando as características extraorais.
Em seguida, possíveis detritos encontrados na cavidade oral devem ser eliminados. O exame intraoral é, então, realizado, observando-se as condições anatômicas e fisiológicas. Para realizar exame
intra-oral, o profissional deve utilizar roupas protetoras, instrumentos dentários, material de
impressão, material para registro dos dados e uma máquina fotográfica, de forma a recolher
toda a informação necessária 21.
Muitas vezes, porém, o acesso adequado à cavidade oral torna-se difícil e comprometido.
Por isso, em alguns casos, recomenda-se a remoção dos maxilares para a realização da autópsia
oral, possibilitando, assim, a preservação dos dentes, melhorando a visualização da cavidade
oral e facilitando a realização de radiografias. Todas as informações obtidas no exame
dentário devem ser registradas em odontograma próprio para cada individuo 21.
Para que se proceda à identificação odontológica, é necessário que o cirurgião-dentista
responsável pelo atendimento daquele indivíduo tenha confeccionado e armazenado corretamente
o prontuário odontológico, de modo que as informações contidas possam ser utilizadas pelo perito,
que buscará pontos de semelhança entre a documentação fornecida e os dados levantados no
cadaver 22.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Importa enfatizar que os dentes ocupam uma posição anatômica privilegiada,
pois estão protegidos pelos lábios, língua e bochechas, e são constituídos pelos tecidos mais
resistentes do corpo, sendo um dos últimos a sofrer danos frente a uma agressão externa, como
a que ocorre em casos de carbonizações 7.
A identificação positiva envolve a comparação das características físicas do morto
(avaliação post-mortem) com registros daquelas características feitos antes da morte (avaliação
ante-mortem). O dentista forense obtém informações odontológicas post-mortem, incluindo
exame das estruturas bucais (como: tratamento endodôntico, implantes dentais, características
anatômicas não usuais e registro completo das restaurações existentes) e radiográfico (de boca
toda, interproximais e panorâmicas). Fotografias do rosto e intraorais também são úteis. Modelos
da dentição do morto fornecem uma vista tridimensional que não pode ser observada em
radiografias bidimensionais, e esses modelos podem ser particularmente úteis se evidencias antemortem documentarem o uso de aparelhos protéticos restauradores e aparelhos de tratamento 17.
Apenas se tem uma identificação positiva caso haja uma base de dados para comparar.
Sem o registro primário, não haverá confirmação 16. Quando a identificação não acontece com
sucesso, o Instituto Médico Legal não pode fornecer o atestado de óbito, impossibilitando a
devolução do cadáver aos familiares e deixando-o como desconhecido 23.
Relato de caso pericial verificou, por análise antropológica, que a idade era de
aproximadamente, 19 a 28 anos, sexo masculino, estatura entre 1,67m a 1,76m e ancestralidade
provavelmente caucasiana. Foram solicitados aos familiars toda e qualquer documentação
relevante (fotografias, fichas médicas e odontológicas, radiografias, etc). Porém, a família não
possuía históricos médicos e odontológicos, sendo entregue uma fotografia onde se destaca o
sorriso do suspeito. Na análise do registro fotográfico entregue, observou-se que o canino superior
esquerdo se encontrava vestibularizado em relação aos outros elementos dentais superiores. Os
dados da fotografia foram comparados aos arcos dentais do crânio da ossada encontrada e
assim, confirmada a identidade do cadaver 6.
A identificação utilizando-se essa técnica não deve ser encarada como modo simplista;
visto que a técnica, assim como outras, apresenta suas limitações, pois as fotografias apresentam
diferenças de posicionamento. Vale ainda ressaltar que a fotografia utilizada deve ser recente 6.
No Brasil, a maior parte dos exames de DNA é realizada para atender a demanda da
justiça civil, na investigação de paternidade, a qual é feita por diversos laboratórios, públicos e
privados. Os exames de DNA realizados para fins criminais, por outro lado, é realizada nos
laboratórios das instituições de perícia oficial dos estados e da União, na qual engloba uma maior
variedade de aplicações como violência sexual, partenidade criminal, identificação de cadáver e
amostras de local de crime 24.
Na Odontologia Legal, as técnicas de DNA abriram uma grande perspectiva
para o dentista, porque até mesmo naqueles casos onde o vestígio humano é íntimo, ele tende ser
sempre ou quase sempre os dentes, pois eles são as peças mais resistentes do corpo humano. O
dentista é constantemente chamado, porque têm a possibilidade de executar a identificação por
meio dos exames de DNA das peças mais resistentes do organismo, os dentes 25.
As chegadas do exame de DNA na investigação em Odontologia Legal vêm por esses
casos realmente históricos e em milhares de outros eventos (guerras, acidentes aéreos, incêndios,
assassinatos acompanhados pela imprensa) que “análises odontológicas foram um determinante
seguro na procura por identificação de restos humanos específicos nos últimos séculos” 25.
Com os avanços da biologia molecular, a técnica de DNA em amostras forenses tem sido
crescentemente utilizada nos processos de identificação humana, e a Odontologia Legal vem a
participar cada vez mais desses processos, tendo em vista que os dentes (principalmente a
polpa dentária) são importantes fontes de DNA 15.
A polpa dental é um dos poucos materiais orgânicos disponíveis para a técnica de DNA,
pelo fato de o esmalte dentário ser a substância mais dura do corpo humano, não é surpresa que
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os métodos de identificação humana são de extrema importância para a sociedade e
buscam fornecer os elementos necessários ao estudo minucioso para a identificação de ossadas,
fragmentos de ossos ou outros elementos que possam apresentar o maior número de
informações, que venham possibilitar a caracterização. Como atividade pericial a identificação
humana que pode ser realizada através de diferentes técnicas. Os métodos odontológicos de
identificação humana possuem características fundamentais que são vistos como vantajosos, por
serem feitos de forma comparativa através de dados obtidos da vítima ainda em vida. As
técnicas de identificação utilizadas em Odontologia Forense, área que vem se aprimorando, a cada
dia, na busca de tecnologias que permitam resultados mais sensíveis, específicos e, a cada vez,
mais rápidos. Conclui-se que o método de identificação pelas arcadas dentárias, permanece como
a mais utilizada no campo forense, só que, o método de identificação por fotografia de sorriso está
sendo muito eficiente e por fim o método de identificação pela técnica de DNA que é um método
de alta confiabilidade utilizado quando nenhum desses métodos anteriores são eficazes, possui
alto custo e necessita de maior tempo para obtenção dos resultados.
REFERÊNCIAS
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Legal, (2): 4. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012
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dentária nas Forças Armadas. Rio de Janeiro: ESSEX.
2008. Trabalho de conclusão de curso (Formação de
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
os dentes e estruturas dentais freqüentemente resistem a eventos post-mortem que provocam
a destruição de outros tecidos 26.
O exame de DNA é classificado como um recurso confiável que por depender do grau de
degradação do corpo, pode ainda ser recolhido e comparado. Quando as impressões digitais,
exames de arcos dentários e exames antropométricos são inviáveis de serem realizados, utiliza-se
a tipagem de DNA 3.
Os métodos de análise de DNA vêm sendo utilizados mundialmente para solucionar
identidades em crimes violentos, atentados terroristas, desastres em massa e para encontrar
pessoas desaparecidas. A análise do DNA é feita a partir do perfil genético, que é obtido por meio
da decodificação do exame de DNA nuclear ou mitocondrial. Os gêmeos monozigóticos são os
únicos que possuem perfis genéticos iguais, portanto, quando estes são suspeitos de um crime, a
análise do DNA não pode ser utilizada no esclarecimento dos fatos 21.
A análise genética pode, ainda, ser feita por meio da saliva humana, pois o DNA salivar
mantém-se estável e pode ser recuperado sobre a vítima viva ou no cadáver, dependendo do
tempo em que ocorreu a lesão. A análise da saliva pode ser feita, por exemplo, em casos de
violência em que restaram na vítima marcas de mordida. Nessas circunstâncias, o DNA salivar
encontrado na marca de mordida pode ser fundamental para a descoberta do agressor. As
investigações criminais podem contar, também, com a análise de DNA salivar encontrado em
objetos e restos de alimentos na cena do crime, o que pode levar à identificação do
criminoso 27.
No passado, confiamos em impressões digitais, métodos odontológicos, radiológicos e
patológicos para identificação, agora, em adição a esses métodos, as ferramentas da biologia
molecular estão sendo usados com uma freqüência cada vez maior, e a identificação vem sendo
baseada em tipificação de DNA, uma nova abordagem para a busca da identidade 25.
Dentro das metodologias de identificação pôde-se verificar que a identificação através do
exame de DNA, é sem dúvida alguma, o método de maior confiabilidade para a identificação,
entretanto possui limitações como o alto custo e a dificuldade de localizar parentes próximos da
vítima que possam ser utilizados para estabelecer o vínculo genético com a vítima, para que a
mesma possa ser positivamente identificada 28.
RECIDIVAS EM CASOS DE HANSENÍASE: REVISÃO DE LITERATURA
RELAPSES IN LEPROSY CASES: LITERATURE REVIEW
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Oficiais do Serviço de Saúde) Programa de PósGraduação em Aplicações Complementares às
Ciências Militares, Escola de Saúde do Exército, Rio de
Janeiro 17.Vanrell J. e Borborema M. Vademecum de
Medicina Legal e Odontologia
Legal. 2. ed., São Paulo: J.H. Mizuno; 2007, 67-91.
18. Kallyne K.F.A.F., Odontologia Legal: Os arcos
dentários na identificação humana. 3 de maio 2014.
Mostrando também o artigo 342 do Código Penal
Brasileiro.
Disponível
em:
<HTTP://www.portaleeducação.com.br/odontologia/
artigos/56722/odontologia-legal-osarcosdentáriosnaidentificaçãohumana.Acessado em
28 de maio de 2015.
19. Vanrell J.P. Odontologia Legal e antropologia
forense. 2.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
20. Silva RF, Pereira SDR, Mendes SDSC,
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Radiografias odontológicas: fonte de informação
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humana. Odontologia Clín-Científ. 2006; 5: 239-42
21. Carine G. V. C. O papel do odontolegista nas
perícias criminais. RFO, Passo Fundo, maio/ago.
2013; 18 (2); 217-223.
22. Raquel A. S. Identificação humana por meio
de
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de
imagens radiográficas
odontológicas: relato de caso. Ver. Odontol. UNESP.
42(1):
67-71. São Paulo; 2013 jan-Feb
23. Paranhos L.R; Caldas, J.C.F; Iwashita, A.L;
Scanavini, M.A; Paschini, R.C. A importância do
prontuário
odontológico
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perícias
de
identificação humana. RFO, janeiro-abril 2009. 14(1),
14-17. Citada também Código de Ética Odontológica
24. Jesus A V, Gustavo C G, A E, Carlos E P M, Marta
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Forenses. [S.d] [S.a.
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técnico- pericial. Revista Odonto. 16 (31) jan-jun (2008)
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2. Malthus F G. Importância do cirurgião dentista nos
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Legal:
Aspectos
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Disponível
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importante no dia-a-dia da população. OAB – Mato
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Disponível
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<http://oabmt.jusbrasil.com.br/noticias/859769/odontologia-legaldesempenha-papel- importante-no-dia-a-dia-da-populacao>
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Uma Introdução às Principais Áreas da Criminalística
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Forenses. [S.d] [S.a.]
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Universidade Federal da Paraíba-PB, João Pessoa.
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Educação - segunda- feira, 14 de maio de 2012. Disponível
em:
http://www.portaleducacao.com.br/
odontologia
/artigos/12342/identificacao-humana-pelosdentes>acessado em:
15 de maio de 2015.
ABSTRACT: Introduction - Leprosy is a disease reported on biblical historical documents,
characterized by being contagious, muti-latent and incurable, causing an attitude of rejection,
discrimination and exclusion. Hansen's disease or leprosy is caused by an intracellular bacillus,
Mycobacterium leprae, which was identified in the nineteenth century by the Norwegian physician
Gerhard Hansen. It is an infectious contagious disease of slow evolution, manifested mainly through
dermatological and neurological symptoms. The nerve damage is the disease hallmark and provides
a potential to cause physical disabilities and deformities, being defined by the Brazilian Ministry of
Health as a notifiable disease and of mandatory investigation. The occurrence of relapse is an
important factor for its epidemiological assessment. The relapse of leprosy is defined as the
occurrence of clinical signs on the disease activity, after the patient discharge, and keeping away
the possibility of reactive states. Objetive - to conduct a survey of scientific articles about the
epidemiology of the relapse associated factors and measures to be applied in its subject. Materials
and Methods - a retrospective bibliographic and descriptive study conceived by a literature analysis
review. The chosen studies are distributed between the years 2005 to 2014. The main databases
used in this research to collect the articles were BIREME, SciELO and BDENF. Results - it became
evident a relative significance for leprosy cases due to relapse in terms of age (adults), gender
(male), race (black or mixed), clinical form (MB), bacterial index, treatment abandon or irregular
treatment, low education level, type of residence and housing factors. Conclusion - Articles
specialized in leprosy and factors associated with its relapse point to social strata to be targets for
health education actions and aimed for a closer and lasting surveillance. The health strategies must
observe many ways in addressing this or changes in the disease epidemiology.
Key-words: Epidemiology. Leprosy. Relapses.
1 INTRODUÇÃO
A hanseníase foi identificada no século XIX, pelo médico norueguês Gerhard Henrik Armauer
Hansen e possui a sinonímia: Mal de Hansen ou Doença de Hansen. É uma doença com
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RESUMO: Introdução - A hanseníase é uma doença que possui relatos em documentos históricos
bíblicos, caracterizando-se por ser contagiosa, mutilante e incurável, provocando uma atitude de
rejeição, discriminação e exclusão da sociedade. É causada por um bacilo intracelular,
Mycobacterium leprae, que foi identificado no século XIX, pelo médico norueguês Gerhard Hansen.
É uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, que se manifesta, principalmente, através
sintomas dermatológicos e neurológicos. O comprometimento nervoso é característica marcante da
doença e confere potencial para provocar incapacidades físicas e deformidades, sendo definida
pelo Ministério da Saúde como doença de notificação e investigação compulsória. Um importante
fator na avaliação epidemiológica da doença é a ocorrência de recidiva. A recidiva da Hanseníase
é definida como ocorrência de sinais de atividade clínica da doença, após a alta por cura e
afastando-se a possibilidade de estados reacionais. Objetivo - Realizar um levantamento de artigos
científicos sobre a epidemiologia da recidiva, fatores associados e medidas a serem aplicadas em
sua temática. Materiais e Métodos - Estudo retrospectivo e descritivo bibliográfico concebido pela
análise de literatura: revisão bibliográfica. Os estudos selecionados encontram-se distribuídos entre
os anos de 2005 a 2014. Os principais bancos de dados utilizados para a coleta dos artigos foram
BIREME, SciELO e BDENF. Resultados - Evidenciou-se significância correlata em casos de
recidiva por hanseníase em relação à idade (adultos), sexo (masculino), raça (parda ou negra),
forma clínica (MB), índice baciloscópico, abandono do tratamento ou tratamento irregular, baixo
nível de instrução, tipo de residência e fatores habitacionais. Conclusão - Artigos especializados
em hanseníase e fatores associados à suas recidivas apontam estratos sociais que devem ser alvos
de ações de educação sanitária e objetos de uma vigilância mais atenta e duradoura. As estratégias
em saúde devem observar diversos caminhos no enfrentamento desta ou alterações na
epidemiologia da enfermidade.
Palavras chaves: Epidemiologia. Hanseníase. Recidivas.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Ana Paula Rodrigues Parenteiii, Kleverson Wessel Oliveira²; Fernanda Silva Magalhaes²; Flavio
Dias Silva²; Tania Maria Aires Gomes Rocha²; Mribel Fernàndez Fernàndez².
_________________
1
- Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2
– Docentes ITPAC Porto Nacional
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
características de infectividade e contágio causada pelo bacilo intracelular obrigatório
Mycobacterium leprae1. A hanseníase possuis relatos em documentos históricos bíblicos,
caracterizando-se por ser contagiosa e mutilante, provocando uma atitude de rejeição,
discriminação e exclusão pela sociedade2. Possui evolução lenta e se apresenta, principalmente,
através de sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente
os responsáveis pela inervação ocular e dos membros. O comprometimento nervoso é a
característica marcante da doença e lhe confere potencial para provocar incapacidades físicas e
deformidades, sendo definida pelo Ministério da Saúde (MS) como doença de notificação e
investigação compulsória3.
As vias aéreas superiores são a principal porta de entrada (PE) e via de eliminação (VE) do
bacilo. A pele previamente erodida ou lesionada (solução de continuidade) pode ser considerada
PE da infecção. As secreções orgânicas como leite, esperma, suor, e secreção vaginal funcionam
com VE, embora não possuam relevância na disseminação da enfermidade4.
Ridley e Jopling desenvolveram um sistema de classificação mundial para os pacientes de
hanseníase, agrupando-os em: virchowiano (VV), dimorfo-virchowiano (DV), dimorfo-dimorfo (DD),
dimorfo-tuberculóide (DT), tuberculóide (TT) ou indeterminadas (I)5. O Ministério da Saúde do Brasil
adotou a classificação de Madrid (1953) para o diagnóstico clínico dos casos, que considera os
aspectos morfológicos das lesões cutâneas em quatro formas clínicas: indeterminada, tuberculóide,
dimorfa e virchowiana. Entretanto, para fins de tratamento e ampliação da cobertura de diagnóstico,
o Brasil segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que utiliza a
classificação operacional, baseada no número de lesões. Pacientes com até 5 lesões de pele, são
classificados como paucibacilares (PB), enquanto os pacientes com mais de 5 lesões são
classificados como multibacilares (MB)4.
O diagnóstico de hanseníase baseia-se em anamnese, diganóstico clínico, avaliação
dermatológica, avaliação neurológica e diagnóstico laboratorial. Estes são basilares na abordagem
do paciente, devendo-se atentar para possíveis diagnósticos diferenciais e para o estado reacional
(principalmente em pacientes já em alta)6. O diagnóstico da hanseníase é clínico-laboratorial e é
feito para ter um ou mais dos sinais cardinais: máculas hipopigmentadas ou eritematosas (com
edema ou não) com diminuição da sensibilidade, espessamento dos nervos periféricos e
demonstração de Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR)1.
Alguns testes laboratoriais como a baciloscopia e exame histopatológico de biópsia de lesão
de pele podem auxiliar no diagnóstico de hanseníase. A biópsia de lesão de pele pode auxiliar e
baseia-se na análise microscópica de cortes de tecidos corados por hematoxilina-eosina visando
identificar presença de granulomas de células epitelióides, agressão neural, vasculite na derme e/ou
hipoderme, paniculite, infiltrado celular e espessamento de tecidos4. A baciloscopia é um exame
microscópico que permite identificar a presença de bacilos nos esfregaços de raspados
intradérmicos, corados pela técnica de Ziehl-Neelsen, coletados de lesões, lóbulos auriculares,
cotovelos e/ou joelhos ou material de biópsia. A carga bacilar é expressa como um índice
baciloscópico (IB) que reflete o número de bacilos por campo microscópico em escala logarítmica7.
Em pacientes tuberculóides a baciloscopia é geralmente negativa, enquanto em virchowianos é
positiva. Entretanto, um resultado negativo não afasta o diagnóstico da hanseníase, pois o exame
é de baixa sensibilidade para pacientes PB1.
O tempo médio de incubação da doença é de 5 anos e para aparecerem os primeiros
sintomas pode demorar até 20 anos, fato que atrapalha na redução dos casos da doença e prejudica
sua irradicação no mundo8. A evolução em pesquisas clínicas e terapêuticas tem ajudado no
processo de cura e afastamento da exclusão social como forma única de impedir a cadeia
epidemiológica da doença. Por volta de 1940 o medicamento diaminodifenilsulfona e seus derivados
(fórmula química: C12H12N2O2S - Dapsona®) passam a ser utilizados no tratamento das pessoas
com hanseníase, em regime ambulatorial, afastando o isolamento em leprosários como medida
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente material baseia-se em um estudo retrospectivo (análise de acervo previamente
escrito à redação do trabalho em questão) e descritivo (observação e análise descritiva do material
estudado) bibliográfico concebido pela análise de literatura: revisão bibliográfica.
A busca pelos materiais visava levantar artigos científicos sobre a epidemiologia da recidiva,
fatores associados e medidas a serem aplicadas em sua temática. Em vista da preponderância de
casos de recidiva no Brasil (conforme dados da OMS) esta busca se deu por critérios qualitativos
que prezaram pela relevância e tecnificação dos artigos.
Os estudos selecionados para o desenvolvimento deste trabalhado encontram-se distribuídos
entre os anos de 2009 a 2015 (conforme Tabela 01) e foram coletados e acessados em bancos de
dados livres por meio da Internet. Compoem-se de artigos de pesquisa originais, guias de vigilância
e epidemiologia emitidos por órgãos ou instituições oficiais de saúde – MS e OMS - específicos
sobre a hanseníase e interface com as recidivas.
A seleção e análise constitutiva dos materiais se deu entre os meses de setembro e outubro
de 2015, onde foram analisadas a semântica e a pertinência dos mesmos quanto à temática que
baseou-se na tríplice: hanseníase, recidiva e análise epidemiológica. Materiais que fugissem à esta
tríplice referência foram descartados ou ainda aqueles que embora primassem pela mesma não
trouxessem significância à sua inclusão no presente trabalho. Buscando refinar a pesquisa e
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
salutar4. Entre as estratégias para controle de endemia da hanseníase destaca-se o tratamento
adequado dos pacientes com o regime de poliquimioterapia (PQT) recomendado pela OMS7.
Os esquemas de tratamento são esquema paucibacilar (PQT/PB): dose mensal
supervisionada de rifampicina (600mg) e dapsona (100 mg), e uso diário de dapsona (100mg) com
duração de seis doses mensais, as quais devem ser feitas em até nove meses; esquema
multibacilar (PQT/MB): dose mensal supervisionada de rifampicina (600mg) e dapsona (100 mg) e
clofazimina (300mg), e uso diário de dapsona (100mg) e clofazimina (50mg) com duração de doze
doses mensais, que devem ser utilizadas em até dezoito meses. Os pacientes que não
apresentarem melhora clínica, cujas lesões estejam ativas ao final do tratamento, podem ser
avaliados em unidades de referência para possível utilização de 12 doses adicionais de PQT/MB8.
O controle da hanseníase tem melhorado em virtude de campanhas na maioria dos países
endêmicos, integração de serviços primários com colaborações e parcerias eficazes que levaram a
uma redução considerável nos casos. As atividades focalizadas na intensificação do tratamento
com múltiplas drogas foi um dos responsáveis pela redução dos casos9. A cura em hanseníase é
definida pelo MS com base na regularidade e efetividade do tratamento. O paciente curado é aquele
que conclui o tratamento nos prazos estabelecidos em protocolos, conforme esquemas terapêuticos
modulados pela OMS e adotados pelo MS10.
Apesar dos avanços no entendimento da doença, a mesma continua sendo um problema de
saúde pública mundial7. A recidiva da hanseníase é caracterizada pela ocorrência de sinais de
atividade clínica da doença após a alta por cura, afastada a possibilidade de surtos reacionais
(surtos imunológicos causados por reação hansênica)11. De acordo com boletins epidemiológicos
compilados pela OMS: o Brasil é o país com maior número de recidivas (relapses). Em 2012, o país
foi responsável por 1.709 (49,8%) do total de 3.427 casos de recidiva registrados no mundo,
superando o número de casos de recidivas na Índia – 697 casos7.
A constante avaliação das taxas de recidiva é considerada por alguns pesquisadores como
método singular para medir a eficácia do tratamento12. O estudo sistemático e o enfrentamento em
casos de recidiva de hanseníase devem ser tratados como prioritários13. E tomando por base esse
importante fato supracitado – a relevância da ocorrência de recidivas de hanseníase no Brasil – que
se elabora este documento a fim de se realizar um levantamento de artigos científicos sobre a
epidemiologia da recidiva, fatores associados e medidas assertivas, aumentando e disponibilizando,
assim, mais informações sobre este assunto.
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3 RESULTADOS
Os resultados gerados pela análise e revisão integrativa de literatura dos trabalhos apontaram
resultados convergentes (em sua maioria) e um dissonante14 quanto à valores ou parâmetros
apontados como preditivos à ocorrência de recidivas em hanseníase.
Ao se abordar a temática hanseníase e sua recidiva são necessárias atentar para indicadores
epidemiológicos específicos, tais como: taxa bruta de recidiva (taxa bruta de recidiva = nº
recidivas/nº total de pacientes que completaram a PQT na época da análise X 100); taxa pessoasano de recidiva (taxa pessoas-ano de recidiva = nº de recidivas X 1000/nº de pessoas-ano do
acompanhamento); risco cumulativo de recidiva (calculado por métodos estatísticos) e a magnitude
de recidiva4.
A revisão de diversos artigos aponta que os melhores indicadores para medir a eficácia do
tratamento são os fatores supracitados1. Todavia, são negligenciados em bioestatística aplicada à
hanseníase e em grande parte das organizações de saúde15.
Não existe padronização para cálculos estatísticos e nem todos estes parâmetros são gerados
pelos Serviços de Saúde, dificultando assim a geração, análise e comparação de diferentes
trabalhos e documentos técnicos. Logo os dados a serem analisados por vezes são esparsos, mas
cabe a citação de dados tabulados pela OMS que registram que o risco cumulativo de recidiva é
baixo para pacientes MB (0.77%) e para pacientes PB (1,07%) 16.
Outro artigo cita dados
semelhantes, trazendo ainda o fator temporal: risco estimado de recidiva após a implementação da
PQT é de 1,1% para os casos paucibacilares (PB) e de 0,8% para os multibacilares (MB) em nove
anos após tratamento10.
Corroboram aos valores supracitadoss as baixas taxas de recidiva demonstradas por diversos
estudos a excelente resposta ao PQT dose fixa1,4,8,10.
Embora diversos autores relatem a relevância desses parâmetros as taxas de recidiva não
integram os indicadores epidemiológicos para monitoramento e avaliação para a redução da carga
de hanseníase propostos pelo MS17. Após o levantamento bibliográfico constatou-se que estudos
que busquem a associação de hanseníase a características socioeconômicas são raros, embora
dados da OMS (onde se extraem os países com mais casos de hanseníase e suas recidivas)
permitam inferir que estas sejam relevantes. A OMS informa que o baixo nível socioeconômico está
comumente associado à hanseníase em todas as populações, porém as razões que levam a esse
fato ainda permanecem sem uma profunda e correta concatenação - análise de dados de forma
ampla e padronizada15.
A produção de estudos que caracterizem os casos de recidiva que tracem associações com
fatores associados (socioeconômicos ou não) são essenciais para que busquem melhores
protocolos em diagnóstico clínico e laboratorial, avaliações epidemiológicas dotadas de maior
assertividade, uma melhor terapêutica em recidivas e uma reestruturação nos Serviços de Saúde1.
Alguns autores apontam como responsáveis pela recidiva: a persistência do bacilo (o
Mycobacterium leprae tornar-se pouco ativo e passa a se multiplicar após o término da PQT)11, a
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restringir os artigos quanto ao tema proposto, foram ainda determinados o seguintes requisito:
artigos originais e manuais técnicos que abordassem a doença levando em consideração o seu
efeito social. Os dados de interesse de cada publicação então foram selecionados e agrupados
tematicamente de modo a melhor contribuir na arquitetura do trabalho.
Os principais bancos de dados utilizados para a coleta dos artigos foram BIREME (Biblioteca
Virtual em Saúde), a SciELO (Scientific Electronic Library Online) e a BDENF (Base de Dados de
Enfermagem).
A pesquisa foi realizada utilizando as seguintes palavras ou expressões-chaves: (1)
hanseníase; (2) recidivas; (3) epidemiologia das recidivas de hanseníase. Os artigos foram
organizados na Tabela 01, apresenta classificando-os por país de origem do pesquisador e data de
publicação, contendo todos os materiais usados na elaboração deste trabalho acadêmico.
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resistência medicamentosa e a reinfecção4. Já outros relatam que os fatores preditivos de recidiva
relacionam-se com condições de moradia, hábitos de vida, organização dos serviços de saúde,
formas clínicas e esquemas terapêuticos4,5,10,11,12,13.
Uma pesquisa aponta dominâncias em relação a indivíduos masculinos (59,2%), pardos ou
negros (83,3%)4. Em relação aos níveis de estudo a maior parte dos pacientes (79,7%) não estudou
ou não concluiu o ensino fundamenta e 5% deles tiveram acesso ao nível médio completo ou ao
ensino superior4. A proporção de contatos examinados entre os contatos intradomiciliares
registrados de casos novos de hanseníase é um dos indicadores epidemiológicos utilizados pelo
MS para avaliar a qualidade das ações e serviços oferecidos (considera-se precário quando menor
de 75%) e a proporção evidenciada foi menor que 60%10.
Um trabalho ao analisar fatores de recidivas de hanseníase no Mato Grosso demonstrou que
os fatores correlacionados são: indivíduos residentes em casas alugadas, em domicílio de
madeira/taipa, que moravam com mais de cinco pessoas, com transtorno de uso de álcool,
irregularidade do tratamento, sem esclarecimento sobre a doença/tratamento que usavam
transporte coletivo para o acesso à unidade de saúde12.
Em outra publicação a maioria dos recidivantes (74,1%) era do sexo masculino, a idade variou
entre 17 a a 83 anos, sendo que a faixa etária mais encontrada foi a de 29 a 42 anos (44,4%). Os
sinais e sintomas que demonstraram a recidiva da hanseníase foram lesões novas em sua maioria
(81,5%) e as formas clínicas predominantes foram as MB (dimorfa e virchowiana), com 48,1% de
ocorrência em cada16. A classificação operacional MB esteve presente em 96,3% dos pacientes. Já
o tempo de aparecimento da recidiva após a alta por cura do primeiro tratamento foi entre cinco a
dez anos, com percentual de 55,6% e de 11 a 16 anos em 25,9% dos pacientes1.
Outro trabalho apresenta os seguintes dados: predominância masculina (70,9%), maiores que
15 anos (98,5%) e com idade média de 42,6 anos, forma MB (82,4%) e predominância dimorfa
(48,3%) e apresentando taxa de recidiva global de 1%13. Já outra publicação dispõe que o
percentual de recidiva foi de 3,2%, o sexo masculino 59,3% e multibacilar 72,6%10.
Em outro estudo observa-se um fato discrepante: inexiste significância nos casos de recidiva
em relação à idade, sexo e forma clínica14. De forma que se apresenta de forma contrastante à
maioria dos trabalhos avaliados, exigindo maior acesso para análise de seus dados para que sejam
evidenciadas as razões desta discrepância.
O tratamento inadequado ou irregular pode ocasionar casos de recidiva da doença1. Outros
fatores relacionados ao desenvolvimento da recidiva podem estar relacionados à persistência ou
resistência do bacilo, à imunossupressão, gravidez, formas virchowianas avançadas do hospedeiro,
à endemicidade do meio (reinfecção) e ao diagnóstico tardio e erro de classificação4. Além disso, as
taxas de detecção de hanseníase e recidivas de hanseníase tem alta variabilidade entres os estados
e regiões brasileiras, demonstrando a necessidade de avaliação sistemática e minuciosa de tais
dados, tais como 0,31 (região Sul) a 3,93 (região Centro-Oeste) e 0,10 (Rio Grande do Sul) a 10,19
(Mato Grosso)18.
Dados compilados pelo MS demonstram que de 1994 a 2000 foram inseridos na base de
dados governamental 2.221 casos de recidiva, cabendo ressaltar que já no ano de 2002 foram 1.394
casos de recidiva4. A ocorrência de recidiva, no começo de 2007, foram de 2.270 casos no mundo
segundo dados da OMS, dois quais 1.584 (69,8%) foram registrados no Brasil, ressaltando a
importância do levantamento e análise dos dados sobre recidivas11. Dentro do país existem
diferenças importantes em taxas de recidivas em regiões brasileiras nas quais a prevalência da
doença é alta, como nos estados que compõem a Amazônia Legal1.
Em estudo realizado em Unidades Básicas de Saúde de Imperatriz - MA, observou-se que
40% dos pacientes faltaram ao menos uma vez ao tratamento e outros 4,8% abandonaram1. Outro
estudo retrospectivo no Maranhão com dados epidemiológicos de 2001 a 2012 encontrou dados de
recidivas na proporção de 2,73% (1493 casos) do total de casos notificados (54.719 casos de
hanseníase), logo dados ligeiramente superiores aos encontrados em outros levantamentos2.
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Dados epidemiológicos de área de alta endemicidade no Pará demonstram que de um total
de 27 pacientes (14,55%) com recidiva (de um total de 393 tratados em Marituba – PA),
demonstrando a relevância das recidivas em área de alta endemicidade e da manutenção da
enfermidade na população11. Infere-se que a recidiva pode ser causada por persistência bacilar e à
reinfecção, porém esta é uma condição estritamente difícil de ser analisada em uma área endêmica
ou hiperendêmica como esta11.
Em levantamento de casos de recidiva no estado do Mato Grosso englobando dados de 2004
a 2006, totalizando 323 casos de recidiva em hanseníase. Das novas entradas de recidiva, 20% foi
confirmado nas Unidades Especializadas e 80% em Unidades Básicas de Saúde, entretanto, a
maioria dos diagnósticos em UBS tinham baciloscopia negativa. O sexo masculino atingiu 71%,
com idade média de 43 anos. Cabe ressaltar que não foi observada diferença nos percentuais
segundo forma clínica e grau de incapacidade física. Do total de municípios do estado, 64,7%
apresentou recidiva, com percentual variando 6% e 20% dos casos10.
Em trabalho que abordou casos de recidiva em Rondonópolis – MT entre os anos de 1994 e
2010 encontrou os seguintes achados: foram avaliados 1.863 prontuários (92,6% adultos e 7,4%
menores de 15 anos), com idade média 38 anos, sendo 818 indivíduos tratados com esquema PB,
886 MB e 158 com outros esquemas terapêuticos. Entre os indivíduos avaliados, 151 apresentaram
reativação da hanseníase, porém entre os indivíduos que fizeram esquema PB, somente 8 eram
recidivas verdadeiras, 16 reativaram como MB e 17 fizeram tratamento irregular. Dentre os que
fizeram esquema MB, 16 recidivaram e 8 fizeram tratamento irregular. Após avaliação de
prontuários e reclassificação de alguns dados detectou-se porcentagem real de recidivas foi
1,28%12.
Analisando dados sobre recidivas em Teresina – PI de 2001 a 2011 observou-se 8.659 casos
de hanseníase, sendo que 8.374 casos novos e 285 recidivas, onde o percentual de recidiva foi de
3,2%, o sexo masculino 59,3%, multibacilar 72,6%, PQT 12 doses com 65% e 40% sem nenhuma
dose supervisionada. Cabe ressaltar que a análise dos dados pelo pesquisador concluiu que
existem falhas no preenchimento das fichas de notificação, afetando a vigilância em casos de
recidiva13.
No que condiz aos aspectos do bacilo, incluem-se sua persistência e resistência. Contribuem,
ainda, características e hábitos do hospedeiro, como imunossupressão, gravidez, abuso do álcool,
formas virchowianas e avançadas. O meio em que vive a pessoa (moradia, utilização de transporte
público) pode propiciar a reinfecção, e os serviços de saúde ineficientes e despreparados levam ao
diagnóstico tardio, à terapia irregular, como já pontuado, e ao erro de classificação em formas MB
ou PB, determinando tratamento insuficiente 1,4,10,12.
Em levantamento feito em área de alta endemicidade no Pará demonstrou-se que dentre os
recidivantes 96,3% pertenciam à classificação multibacilar, predominantemente no sexo masculino
(74,1%), com a faixa etária de 29 a 42 anos de idade (44,4%), a maioria da região metropolitana de
Belém (70,4%). A manifestação clínica caracterizou-se por lesões novas (81,5%), com tempo de
aparecimento entre cinco a dez anos (55,6%). O diagnóstico usou avaliação clínica e de índice
baciloscópico (63%), destes 40,7% obtiveram baciloscopia entre 4 a 6+11.
Na abordagem das recidivas, especial tratamento deve ser dado aos surtos reacionais
(episódios inflamatórios gerados por alterações agudas na reação imunomediada entre hospedeiro
e o Mycobacterium leprae). É indispensável afastar esta possibilidade (reduzindo os falsos positivos
de recidiva), devendo-se observar para o paciente PB: alta por cura, dor no trajeto de nervos, novas
áreas com alterações de sensibilidade, lesões novas ou exacerbação de lesões anteriores com
baixa ou nenhuma responsividade ao tratamento com corticoide, por pelo menos 90 dias; ou surtos
reacionais tardios, em geral, cinco anos após a alta. Já para o paciente MB: alta por cura, lesões
novas ou exacerbação de lesões antigas, novas alterações neurológicas que não respondem às
doses e prazos recomendados e baciloscopia positiva ou ainda pacientes com surtos reacionais
4 DISCUSSÃO
Os resultados analisados apontam que a hanseníase continua a ser problema de saúde
pública relevante no Brasil, seja por sua característica debilitante ou por sua capacidade de persistir
e incorrer em recidivas. Dados apresentados da OMS e do MS permitem inferir que fatores
relacionados às recidivas e sua vigilância devem ser melhor estudados e evidenciados, reduzindo
suas taxas e preservando o usuário do Sistema de Saúde4. Existe a necessidade de padronização
estatística e inserção de certos parâmetros na avaliação oficial (OMS e MS) para acompanhamento
sistemático das recidivas em hanseníase, tais como: taxa bruta de recidiva; taxa pessoas-ano de
recidiva; risco cumulativo de recidiva) e a magnitude de recidiva1,4,10. A OMS calcula o risco
cumulativo de é 0,77% para MB e 1,07% para PB15.
Por vezes os trabalhos demonstram que alguns parâmetros não são levantados e/ou
avaliados pelas unidades de saúde, refletindo em ausência de dados relevantes à elucidação do
ciclo epidemiológico das recidivas por Mycobacterium leprae1. Outro fator relevante a ser
considerado na avaliação e vigilância de recidivas em hanseníase é a circunstância temporal, pois
o tempo necessário para aparição dos sinais de recidiva é longo. O ínterim demonstrado nos
trabalhos pode ser de 3 a 16 anos, apontando a necessidade de acompanhamento no pós-cura a
longo prazo4,15.
A OMS relata fatores socioeconômicos estão associado à hanseníase em todas as
populações, porém as razões ainda necessitam de maior investigação que venha a gerar
acreditação da comunidade científica7. A valoração preditiva positiva de tais fatores pode se tornar
uma excelente auxiliar na estratégia de eliminação da hanseníase4. A avaliação dos perfis
epidemiológicos extraídos dos trabalhos dá a dimensão do problema, pois diversos autores dispões
sobre a significância correlata em casos de recidiva por hanseníase em relação à idade (adultos),
sexo (masculino), raça (parda ou negra) e forma clínica (MB)4,10,11,12,15,16.
Resta prejudicada a avaliação que tenta elucidar o porquê de um trabalho não apresentar
correlação em certos parâmetros com a ocorrência de recidiva em virtude de sua exposição de
dados ser condensada, porém seus dados não devem ser desconsiderados pelo fato de serem
advindos instituição de ensino e saúde proba e dignatária. Cabe ressaltar que houve significância
correlata aos outros trabalhos quanto à forma, sendo ela a MB14.
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tardios (geralmente cinco anos após a alta) ; aumento do índice baciloscópico em 2+ em qualquer
sítio de coleta, comparado ao de exame anterior do paciente após-alta da PQT 15.
Um estudo desenvolvido em Araguaína – TO demonstra a importância da avaliação correta
de reações hansênicas, frente a seus dados apresentados: de 282 pessoas acometidas pela
hanseníase, um total de 56 (19,8%) indivíduos apresentou reação hansênica no momento do
diagnóstico. Desses, 53 (94,6%) permaneceram com reação hansênica até o final do tratamento, e
outros 35 (12,4%) desencadearam novo episódio durante o tratamento. Dos 88 (31,2%) casos
identificados com episódios reacionais no momento da alta, 72 (25,5%) permaneceram em reação
após o final do tratamento, enquanto que 27 (9,6%) novos episódios reacionais surgiram neste
período. Por fim, 99 (35,1%) apresentaram reação no período do pós-alta, cabendo a estes últimos
um acompanhamento sistemático que venha a evitar seu errôneo diagnóstico como redicivante6.
O intervalo de tempo entre o término do primeiro tratamento e o início dos sintomas de recidiva
têm sido relatados como, geralmente, superior há 3 anos7. Já OMS relata que pacientes que
apresentam índice baciloscópico alto (IB ≥ 4) no início do tratamento têm maior risco de recidiva, a
qual geralmente ocorre no período superior a cinco anos após a cura15. Observam-se taxas de
recidiva entre 3% e 17% com intervalo de tempo entre 2 e 15 anos para a ocorrência de recidiva
Um estudo da OMS revelou tempo médio para recidivar de 2,75 anos nos PB e 3,42 anos 4. Cabe
aos Serviços de Saúde oferecer orientações adequadas aos pacientes, bem como garantir a
regularidade do tratamento, pois a vigilância efetiva sobre os pacientes em recidiva e após esta é
fator primordial para diminuir os índices de recidiva e elucidar suas causas8.
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Diversos fatores podem ser apontados pelos trabalhos como parâmetros relevantes: índice
baciloscópico (embora por vezes seja relatada sua negligência nas rotinas dos serviços de saúde)
abandono do tratamento ou tratamento irregular, baixo nível de instrução/ escolaridade, tipo de
residência e fatores relacionados à habitação1,4,5,10,13,16. Um quesito exposto e abordado por
diversos trabalhos dispõe sobre a indissociável necessidade de diferenciação de reação hansênica
com quadros de recidiva, pois se incorre em retratamentos desprovidos de real causa, incremento
errôneo nas taxas de recidiva e risco aos pacientes. Um ponto (inclusive sendo citado por alguns
autores) a ser atingido pelas autoridades em saúde no Brasil é a disseminação do treinamento das
equipes multiprofissionais em diagnóstico diferencial de recidivas, focando em sua diferenciação
com recidivas1,2,3,4,16,17.
Outro fator evidenciado na análise dos trabalhos por parte de seus autores é o baixo número
de oferta de trabalhos especializados na avaliação de recidivas e seus fatores intrínsecos,
denotando a massiva abordagem terapêutica ou a outros fatores terapêuticos1,4. O presente fato é
evidenciado buscando-se trabalhos que se concentrem em recidivas e a constatação do baixo
número de publicações especializadas, inclusive fontes de dados oficiais dos serviços de saúde.
Alguns autores chamam a atenção à reflexão de evidência encontradas na análise de dados
estatísticos e de prontuários in loco: incompletude de preenchimento de informações em formulário
específicos e, por vezes, protocolos operacionais de diagnóstico, terapêutica e vigilância não
seguidos completamente4. A sistematização na assistência do paciente recidivante de hanseníase
e sua completude pode ser ponto chave no processo de mitigação em manutenção e ocorrência de
recidivas em hanseníase1.
A temática recidiva e hanseníase são extensas e não se resumem às quantificações e
abordagens terapêuticas. O seu enfrentamento passa pela avaliação corriqueira e por alçar os
fatores socioambientais ao protagonismo, avaliando toda a cadeia epidemiológica da enfermidade
(incluídos os fatores: meio ambiente, contatos e determinantes sociais).
5 CONCLUSÃO
O levantamento de artigos especializados em hanseníase e fatores associados à suas
recidivas apontam tendências que revelam estratos sociais que devem ser alvos de ações de
educação sanitária e objetos de uma vigilância mais atenta e duradoura. Estes estratos devem ser
objeto de ações específicas voltadas ao atendimento de suas necessidades. O traçar de estratégias
em saúde não deve deixar de observar as conclusões científicas, pois estas por vezes demonstram
caminhos no enfrentamento da doença ou alterações significativas na epidemiologia das
enfermidades, incluindo aí a hanseníase e seu quadro de recidiva.
Embora já notória (frente à extensa produção sobre o fato) a importância da instituição da
PQT e seus protocolos, fica patente a necessidade de acompanhamento das equipes de saúde
sobre a irregularidade e evasão ao tratamento. Estes últimos são apontados como fatores
relevantes à ocorrência de recidivas e consequente manutenção da enfermidade na população.
Buscar a instrução sanitária e o engajamento da família no tratamento devem ser considerados na
abordagem temática.
A equipe de saúde é fator indissociável ao sucesso do tratamento, mas aspira por maior
disponibilidade de treinamento e abordagens transdisciplinares para se configurarem como
sentinelas na detecção de pacientes com reações hansênicas e sua diferenciação com pacientes
em recidivas, evitando conforme alguns relatos de autores o retratamento daqueles e sua
consequente inserção em tabulação de dados oficiais. A abordagem ao paciente recidivante em
hanseníase é complexa e multifatorial como assim dispõe os pilares do SUS, buscando por sua
integralidade e abrangência. É necessário voltar-se para elaboração de estratégias diferenciadas
ao enfermo e à sociedade íntima no qual se insere.
Negar a importância de fatores sociais é relegar a epidemiologia a segundo plano, culminando
com a manutenção da enfermidade em nosso meio e o status negativo que o país carrega frente à
suas taxas de distribuição e de recidiva em dados da OMS. A conscientização pública e política das
RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE CONSULTAS DE PRÉ-NATAL E QUANTIDADE DE
EXAMES REALIZADOS POR GESTANTES
RELATIONSHIP BETWEEN THE NUMBER OF PRENATAL CARE CONSULTATIONS AND
QUANTITY OF LAB TESTS PERFORMED FOR PREGNANT WOMEN
Marco Aurélio Leão Beltrami¹, Túlio César de Oliveira Júnio¹r, Natália Beltrami¹, Adriana Mendes Barros¹,
Bruna Araújo de Morais Borba¹, Thompson de Oliveira Turíbio²; Carlos Eduardo Bezerra do Amaral Silva²
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
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de Palmas-Tocantins. Revista Eletrônica Gestão & Saúde.
2013. 04 (02): 139-48
n. 01
REFERÊNCIAS
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
peculiaridades da enfermidade e sua recidiva – por seus fatores clínicos e epidemiológicos – é meio
eficaz para atingir os objetivos da Portaria nº 3.125, de 7 de outubro de 2010 que aprova as
Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da hanseníase.
Assistir ao paciente que se encontra em recidiva de hanseníase não passa apenas por instituir
um esquema terapêutico, mas também por avaliar e reavaliar os fatores determinantes no quadro
saúde-doença deste enfermo. A vigilância contínua é algo indissociável ao processo de eliminação
da enfermidade e de suas sequelas.
1 INTRODUÇÃO
Os números da mortalidade de gestantes e bebês são diretamente proporcionais às
condições de assistência durante o parto e o pré-natal, aos aspectos fisiológicos da reprodução
humana e a presença de doenças provocadas pelo ciclo gravídico (COIMBRA et al, 2003).
A assistência ao pré-natal e puerperal são prioridades no nível de atenção básica, e são
regidos por normas definidas pelo Ministério da Saúde por meio do Programa de Humanização no
Pré-Natal e Nascimento – PHPN para que haja um atendimento de qualidade e acessível a
população (BRASIL, 2000). O calendário de atendimento do pré-natal deve ser programado em
função dos períodos gestacionais, sendo iniciado precocemente e cumprido de forma regular.
Durante o período de gestação devem ser realizadas no mínimo 6 consultas, uma no primeiro
trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre, esquema esse que deve ser
priorizado. As consultas devem ser regulares e só terminarem após o 42º dia após o parto (BRASIL,
2006).
Durante o pré-natal exames como dosagem de hemoglobina e hematócrito; grupo sanguíneo
e fator Rh; sorologia para sífilis; glicemia em jejum; exame de urina; sorologia anti-HIV; sorologia
para hepatite B; sorologia para toxoplasmose e ultrassonografia são complementares da consulta
médica e indispensáveis para segurança e bom acompanhamento da gestação (BRASIL, 2006). Os
exames laboratoriais mostram a condição fisiológica da mãe e previne a ocorrência de possíveis
complicações durante a gravidez como a hipertensão e a diabetes.
No Brasil, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde mostra o crescimento da
fecundidade de mulheres de 15-19 anos, em confronto à queda significativa no grupo de 20-24
(GAMA et al, 2001). Diversos fatores podem contribuir de forma direta para isso, tais como: menarca
precoce; deficiência na educação sexual; ausência de serviços de saúde especializados em
adolescentes, entre outros (LOPEZ et al, 1989).
Os resultados de uma gravidez na adolescência podem trazer riscos para as jovens que
passam por essa situação, dentre os quais: o abandono da família, afastamento de amigos, a
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n. 01
ABSTRACT: Prenatal care is fundamental for the success of pregnancy. Knowing the importance
that should be given to prenatal, Ministry of Health of Brazil has standardized a program that gives
priority to consultations and examinations to women in this situation. It is essential to plan strategies
for the development of policies with the objective of increasing the accessibility and quality of
pregnant’s care. For this, the Basic Healthcare Units (BHU) must maintain a conection between
medical team and pregnant women, who is inexperienced in pregnancy care sometimes. This work
intends to correlate the number of consultations with the amount of lab tests realized for women
during the prenatal care. Therefore, were collected data about the organization and assistance of
prenatal in Porto Nacional - TO, available at Health Department of the city. The correlation was
based on a population sample of 577 pregnant women registred in 16 BHU of Porto Nacional city.
Were selected the three with the highest number of pregnant women cataloged.
Keywords: Prenatal care; Preganant women, Health Centers
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
RESUMO: Os cuidados no pré-natal são de fundamental importância para o êxito da gestação.
Sabendo da importância que deve ser dispensada ao pré-natal, foram normatizados pelo Ministério
da Saúde uma política de assistencialismo que prioriza consultas e exames de cuidados com a
gestante. É indispensável que estratégias de atendimento sejam empreendidas, desenvolvendo
políticas que visem o aumento da acessibilidade e qualidade de atendimentos do pré-natal. Para
isso, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem manter uma consonância entre equipe médica
e gestante que, em alguns casos, se faz inexperiente nos cuidados do pré-natal. Este trabalho
pretende correlacionar o número de consultas de pré-natal com a quantidade de exames realizados
por gestantes. Para tanto, foram coletados os dados sobre a organização e a assistência ao prénatal de Porto Nacional - TO disponíveis na Secretaria de Saúde do Município. A correlação baseouse em uma amostra populacional de 577 gestantes em 16 UBS de Porto Nacional. Destas Unidades,
foram selecionadas 3, de modo a privilegiar a maior quantidade de gestantes acompanhadas.
Palavras-chave: Pré-natal; Gestantes; Centros de Saúde.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A contagem dos dados revelou a uma população de 577 gestantes em 16 Unidades Básicas
de Saúde de Porto nacional, após a seleção das três UBS com maior número de gestantes, que
foram: UBS Dr. Carlos Alberto, UBS Maria da Conceição F. Moura Aires e UBS Brigadeiro Eduardo
Gomes, o espaço amostral se limitou a 211 mulheres grávidas. Com isso foi possível correlacionar
a quantidade de consultas e o número de exames realizados por essas gestantes e avaliar,
utilizando o índice de Kessner (modificado por Takeda), a qualidade do pré-natal.
A faixa etária das mulheres varia dos 15 a 55 anos, havendo prevalência de gestantes entre 20 e
24 anos em duas das unidades de saúde, e dos 25 aos 29 em uma das unidades, como descrito na
tabela 1. Rios e Vieira (2007) relatam como resultado de uma coleta de dados no ambulatório de
um hospital universitário do Maranhão a incidência de 31,8% das gestantes na faixa dos 20 aos 24
anos e 13,3% abaixo dos vinte anos. As gestantes adolescentes merecem a tenção especial devido
aos riscos que a gravidez precoce pode ocasionar, muitas vezes devido a não finalização do estágio
de amadurecimento físico e mental, falta de experiência, problemas relacionados a família, como
vícios e violência e riscos à saúde do bebê (SPINDOLA e SILVA, 2009; RIOS e VIERIA, 2007;
SIMÕES et al, 2003).
Quando se compara o número de consultas com a data de início do pré-natal percebe-se
que a classificação da gestação em duas UBS é considerada adequada e em uma UBS inadequada
(tabela 2), isso segundo parâmetros baseados no índice de Kessner. Na cidade de Juiz de Fora MG, os estudos de Coutinho et al (2003) mostraram que a adequação do pré-natal ocorre na maioria
dos casos de forma intermediária (60,5%), seguido pela forma adequada (27,6%) e inadequada
(11,9%). Nessa comparação, as gestantes de Porto Nacional se mostram, em sua maioria, adeptas
a forma adequada em relação aos cuidados do pré-natal.
227
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho se constitui de um estudo retrospectivo de dados dos anos de 2009 e 2010
gerados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Porto Nacional. Os dados foram gerenciados
pela Secretaria Municipal de Saúde do Município. No estudo, foram levados em consideração os
números de consultas realizadas durante o pré-natal das gestantes dentro de um intervalo préestabelecido que considera o tempo e a quantidade de exames por gestante. Para os resultados
finais, foram selecionadas três unidades de saúde que apresentavam maior quantidade gestantes.
Com junção dessas duas variáveis, a consulta e a quantidade de exames, é possível
classificar, de acordo com o critério de Kessner (modificado por Takeda), a qualidade do pré-natal
das gestantes em: adequado (seis ou mais consultas com início antes de 20 semanas de gestação),
inadequado (menos de 3 consultas ou início com mais de 28 semanas de gestação) e intermediário
(outras situações) (SILVEIRA; SANTOS e COSTA, 2001)
Os resultados do estudo foram apresentados em forma de tabelas (quando se tratavam de
frequências), e gráficos (quando foram mostrados outros dados estatísticos).
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
interrupção de projetos de vida, além de riscos tanto para a sua vida quanto para o bebê. Vale
ressaltar como problemas principais a vida a doença hipertensiva da gestação, parto prematuro e
nascimento de crianças abaixo do peso normal, pois a mãe se encontra em um momento de sua
vida em que ainda estão ocorrendo transformações corporais e psicológicas (SPINDOLA e SILVA,
2009).
Este trabalho objetiva correlacionar as consultas feitas por gestantes com o número de
exames realizados por essa mesma amostra da população. Os dados foram coletados de bases de
dados do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento junto à Secretaria Municipal de
Saúde de Porto Nacional. Este programa foi desenvolvido com o objetivo de aumentar o nível de
assistência às gestantes, traçando dados que mostram a organização e a assistência ao Pré-natal
(CARDOSO, 2007).
19 (27%)
18 (22%)
29 (47%)
24 (29%)
17 (27%)
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13 (18%)
Quantidade de consultas
Quantidade de exames
A média de consultas por
Figura 3 - Correlação entre o número de consultas
gestantes foi de 4,65 e a do período
e a quantidade de exames das gestantes da UBS
de gestação na data de início do préDr. Carlos Alberto
natal foi de 2,86 meses. Cerca de
16
76% das gestantes aderiram ao
14
programa no primeiro trimestre, 23%
y = 2,2555x - 0,622
12
R² = 0,6987
10
no segundo 0.95% no terceiro. Os
8
estudos realizados por Silveira,
Série1
6
Santos e Costa (2001) com uma
4
amostra de 839 gestantes, no
2
0
município de Pelotas - RS mostrou
0
2 Número 4
6
8
de consultas
uma média de consultas de 5,3 e de
idade gestacional para início do prénatal 17,8 semanas (4,45 meses), em
relação ao período de gestação 46%
Figura 4 - Correlação entre o número de
consultas e a quantidade de exames das
iniciaram no primei, 41% no segundo
gestantes da UBS Brigadeiro Eduardo Gomes
e 13% no terceiro. O Ministério da
16
Saúde preconiza que cada gestante
14
realize no mínimo 6 consultas de pré12
natal, dessa forma tanto em Porto
y = 1,5373x + 1,7448
10
Nacional como em Pelotas os
R² = 0,4997
8
números se encontram abaixo do
6
recomendado.
4
Ao analisar o número de
2
Série1
consultas das gestantes e a
0
0
5
10
quantidade de exames realizada,
Quantidade
de
exames
observa-se uma baixa correlação
entre os valores. O que está de
acordo com Silveira, Santos e Costa (2001) que afirma que uma maior quantidade de consultas não
determina o melhor nível de pré-natal. Os gráficos com os dados da relação entre as consultas e os
exames da amostra pesquisada apresentaram coeficiente de variação variando de 0,351 a 0.698,
como demonstrado nas figuras 3, 4 e 5.
228
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Intermediário
n. 01
Inadequado
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
TABELA 2 – Classificação segundo índice de Kessner.
Avaliação do processo
Adequado
Maria da Conceição F.M.
37 (53%)
Aires
Brigadeiro Eduardo Gomes
39 (48%)
Dr. Carlos Alberto
15 (24%)
Prefixo Editorial: 69629
TABELA 1 – Quantidade de gestantes por faixa etária.
10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 55
Dr. Carlos
0
1
15
21
18
6
5
0
0
Alberto
Brigadeiro
0
3
34
30
11
9
1
1
1
Eduardo Gomes
Maria da
Conceição F. M.
0
7
28
29
14
9
4
0
0
Aires
REFERÊNCIAS
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Revista Saúde pública, São Paulo, 1989.
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pré-natal e nascimento: avaliando e construindo
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avançar.
Dissertação
(Mestrado
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Enfermagem) – Curso de Pós-Graduação em
Enfermagem, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2007.
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Atenção pré-natal na rede básica: uma avaliação da
estrutura e do processo. Caderno de Saúde Pública.
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J.D.; COUTINHO, L.M. Adequação do Processo de
Assistência Pré-natal entre as Usuárias do Sistema
Único de Saúde em Juiz de Fora-MG. Revista
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2003.
10. RIOS, C. T. F. e VIEIRA, N. F. C. Ações educativas no
pré-natal: reflexão sobre a consulta de enfermagem
como um espaço para educação em saúde. Revista
Ciência e Saúde Coletiva. 2007
11. SIMÕES, V.M.F.; SILVA, A.A.M.; BETTIOL, H.;
LAMY-FILHO, F.; TONIAL, S.R.; MOCHELE, E.G.
Características da gravidez na adolescência em São
Luís, Maranhão. Revista Saúde Pública, 2003
REPERCUSSÕES DO USO DE DROGAS ILÍCITAS NO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL:
Revisão de Literatura
REPERCUSSIONS OF ILLICIT DRUG USE IN PRENATAL DEVELOPMENT: Literature Review
Larissa Rodrigues Vieira¹; Patrícia Magalhães Vieira¹; Nathália Frederico Giuvannucci¹; Hanna Paula
Carolayne Ferreira Pereira¹; Nelzir Martins Costa²; Albeliggia Barroso Vicentine²; Ana Carolina Camargo
Rocha².
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n. 01
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Título do Eixo
4 CONCLUSÃO
As consultas de pré-natal, apesar de não serem determinantes de uma boa qualidade do
processo,
exercem
papel
Figura 5 - Correlação entre o número de
extremamente importante no cuidado e
consultas e a quantidade de exames das
prevensão de riscos à saúde da mãe e
gestantes da UBS Maria da Conceição F. M.
do bebê. A maioria das gestantes
14 Aires
analisadas em Porto Nacional se
12
mostrou
fiel
à
rotina
de
10
acompanhamento da equipe de saúde
y = 1,2512x + 2,3744
8
R² = 0,3517
das UBS, apresentando porcentegens
6
altas de adequação ao programa. A
4
correlação da quantidade de consultas
Série
1
2
e o número de exames realizados pelas
0
grávidas mostrou que as duas variáveis
0
5
10
são independentes em sua relação.
Título do Eixo
Apesar da média de consultas se
encontrar abaixo do valor preconizado
pelo Ministério da saúde, a maioria das gestantes aderiam ao pré-natal no primeiro trimestre de
gravidez, o que mostra, dentre outras coisas a preocupação em relação aos cuidados que a
gestação necessita. O program do pré-natal merece atenção especial dos gestores, pois ele prevê
os possíveis riscos da gestação e consequentemente diminui o risco de morte tanto da mãe quanto
da criança em desenvolvimento.
ABSTRACT - Illicit drugs use in pregnancy is a complex social and public health issue. As a growing
problem worldwide, it results in significant increase of maternal and fetal morbidity and mortality, with
higher rates of drug exposure and neonatal abstinence syndrome, besides loss in the subsequent
development of children exposed to such substances. Due to the variety of social, psychosocial,
behavioral and biomedical factors that are implicated in adverse neonatal outcomes, users should
receive guidance regarding conception, antepartum and postpartum risks caused by illicit drugs.
Ideally, prenatal care should be performed by a multidisciplinary team. Obstetricians and
gynecologists have an ethical obligation to learn and utilize universal screening protocols for the use
of illegal substances, undertake initial interventions and refer users and their families for specialized
medical treatment. The construction of a non-judgemental physician-patient relationship based on
reciprocal trust is also a fundamental prerequisite. The frequency of antenatal visits and assessment
of fetal well-being must be guided by constant and individualized analysis of risks, according to the
guidelines of care for high-risk pregnancies. After birth, the follow-up of mothers, newborns and their
families should continue in properly prepared health care services.
Keywords: Illicit drugs/pregnancy; Cannabis/prenatal care; Cocaine/prenatal care; Opioids/prenatal
care; Pregnancy complications.
1 INTRODUÇÃO
O ambiente, o estilo de vida e os hábitos da progenitora são determinantes para o
desenvolvimento embrionário. O uso de certos fármacos, substâncias alucinógenas, bebidas
alcoólicas ou até mesmo alguns tipos de infecções maternas poderão vir a comprometer o
desenvolvimento normal do embrião, podendo ocasionar, inclusive, severas anomalias anatômicas.
Analisar o contexto em que uma gestante se encontra e sua forma vida é imprescindível
para determinar sua posição no grupo de risco, ou seja, aquelas que são propensas a sofrerem as
consequências da ingestão ou inalação de determinadas substâncias. O histórico familiar,
acompanhamento médico e o acesso à informação são dados que ajudam a identificar o foco da
abordagem. As diversas pesquisas já divulgadas apontam aumentos significativos no consumo dos
mais diversos tipos de produtos nocivos, entre os principais encontra-se maconha, cocaína, crack,
entre outros, em território nacional e internacional, que estão diretamente relacionados com o
crescente índice de anomalias congênitas.
Em alguns casos, o uso indiscriminado de narcóticos durante a gestação acarreta
alterações teratogênica, as quais acometem com maior frequência o sistema nervoso central e o
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RESUMO - O uso de drogas ilícitas na gravidez é um problema complexo de cunho social e de
saúde pública. Com ocorrência crescente na população mundial, resulta no aumento significativo
da morbiletalidade materno-fetal, com maiores taxas da exposição às drogas e da síndrome de
abstinência neonatal, além de prejuízos no desenvolvimento subsequente das crianças expostas a
tais substâncias. Em virtude da variedade de fatores sociais, psicossociais, comportamentais e
biomédicos que estão implicados nos resultados neonatais adversos, as usuárias devem receber
orientações acerca dos riscos periconcepcionais, anteparto e pós-parto causados pelas drogas de
abuso. Idealmente, a assistência pré-natal deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar. Os
tocoginecologistas têm a obrigação ética de aprender e utilizar protocolos para rastreio universal do
uso das substâncias ilegais, empreender intervenções iniciais e encaminhar as usuárias e seus
familiares para tratamento médico especializado. A construção de uma relação médico-paciente
desprovida de preconceitos e baseada em confiança recíproca é também pré-requisito fundamental.
A frequência das consultas pré-natais e a avaliação da vitalidade fetal devem ser pautadas pela
análise constante e individualizada dos riscos, segundo as diretrizes de assistência às gestações
de alto risco. Após o parto, o seguimento das mães, dos recém-nascidos e de suas famílias deve
prosseguir em serviços devidamente capacitados.
Palavras-chave: Drogas ilícitas/gravidez; Cannabis/cuidado pré-natal; Cocaína/cuidado pré-natal;
Opioides/cuidado pré-natal; Complicações na gravidez.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
______________________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
2 METODOLOGIA
Em fevereiro de 2015, foi conduzida uma busca nas bases de dados eletrônicos Google
Acadêmico e Scielo englobando o período de 2002 a 2013. Foram utilizados os seguintes
descritores extraídos do vocabulário estruturado e trilíngue DeCs – Descritores em Ciências da
Saúde. Desenvolvimento Embrionário. Embriologia. Gravidez de alto risco. Foram encontrados 10
artigos, dentre os quais foram selecionados por abordar as consequências do uso indiscriminao de
drogas ilícitas no desenvolvimento pré-natal.
A partir da análise dos 10 artigos, foram identificados 10 que estavam diretamente
relacionados, por meio de desenvolvimento, avaliação, teste, tradução ou discussão aos índices
subjetivos atendendo aos objetivos de esclarecer a fase de desenvolvimento embrionário mais
propícia aos danos promovidos pelo consumo de drogas, detalhar a interferência destas sobre o
crescimento fetal e verificar de que forma o modo de vida e o contexto social influenciam no uso ou
não de drogas durante o período gestacional. Optou-se por selecionar os artigos confirmados como
versões originais os quais apresentaram discussões realizadas por seus autores e a partir de testes
validados para os efeitos do uso de drogas ilícitas no desenvolvimento embrionário. Consideraramse os artigos publicados em português, tendo sido excluídos os estudos publicados nos demais
idiomas, assim como aqueles que disponibilizaram apenas resumos.
A extração de dados dos artigos selecionados foi realizada pelos revisores deste
trabalho, utilizando roteiro pré-estruturado. Foram colhidas as seguintes informações: autores, local
de publicação, ano de publicação, período de estudo, tipos de diagnósticos aplicados, principais
achados e problemas identificados.
3 RESULTADO E DISCUSSÃO
Foram encontrados 10 artigos nas bases consultadas sobre defeitos embrionários
causados pelo uso indiscriminado de drogas ilícitas, segundo os critérios de inclusão. Tratam-se de
estudos de casos, entrevistas, pesquisas de campo e outras formas de obtenção de dados.
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circulatório. A droga ilícita estimula o sistema noradrenergético, responsável pela manutenção do
estado geral de ativação do organismo, esse estímulo pode resultar em uma taquicardia e uma
possível vasoconstricção, o que dificulta a chegada de oxigênio e nutrientes para o feto, o que
compromete uma gestação segura.
Entre as etapas do desenvolvimento, a organogênese é considerada a mais sensível e
particularmente a mais susceptível a erros, que se tornam mais prováveis em casos em que a
gestante é usuária de algum tipo de droga. Nesses casos, a substância utilizada torna-se capaz de
atravessar a barreira placentária, expondo o feto a certa concentração da droga, que se torna ainda
mais preocupante devido ao fato do metabolismo e eliminação desta substância no feto serem mais
lentos.
O número de gestantes que utilizam de drogas ilícitas é crescente. A divulgação das
consequências de tais usos é crucial para que haja uma maior atenção ao assunto. É interessante
o relato do uso de drogas no período gestacional, uma vez que a maior parcela da sociedade não
recebe a informação necessária quanto ao grau de risco desencadeado por esse comportamento.
É perceptível em programas de assistência ao pré-natal que aspectos primordiais à saúde da
gestante e do feto não são plenamente abordados. A intervenção para minimizar o abuso de drogas
são indispensáveis, porém nos serviços públicos diários isso não ocorre com a frequência
necessária.
O objetivo deste artigo é verificar os fatores de risco inerentes a utilização de
substâncias ilícitas. Visa também detalhar a interferência destas sobre o crescimento fetal e
constatar de que forma o modo de vida e o contexto social influenciam no uso ou não de drogas
durante o período gestacional.
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Sob a perspectiva de Marangoni et al (2012), da singularidade analisada do relato de
caso de uma usuária de drogas ilícitas de 32 anos (começou aos 14) que teve 11 gestações, das
quais uma resultou em morte fetal, é possível observar as deficiências no acolhimento dos usuários
de drogas, reconhecer o contexto sociocultural no qual o indivíduo está inserido, nesta situação
específica, encontra-se a influências que os pais exerciam ao fumar e ingerir bebida alcoólica na
frente da vítima e seu o filho mais novo (6 anos), foi achado complemente alterado pelo álcool na
rua e foi levado ao Conselho Tutelar. É importante identificar os fatores de risco que permeiam o
uso disfuncional de drogas para a criação de estratégias de melhoria da saúde com equipes
especializadas unidas à população em prol das pessoas mais vulneráveis.
Silva et al (2011) percebeu que os membros de uma das famílias observadas em seu
estudo não possuíam uma rotina de estudo e nem de trabalho que lhes proporcionassem uma
melhoria de vida no futuro. Os indivíduos são vulneráveis aos atrativos maléficos de fatores
específicos autodestrutivos a essa condição psicossocial, tais como álcool e drogas, devido as
responsabilidades para cada membro e a falta de orientações paternas.
Em complementação às afirmações de Silva et al (2011), Caputo et al (2008) afirma que
a gravidez na adolescência independentemente da influência de fatores como uso inadequado de
métodos contraceptivos, idade da mãe na primeira gestação e baixa escolaridade dos pais, está
associada ao uso de drogas ilícitas por familiares que residem no mesmo domicilio. Por outra
vertente, em um contexto de baixa renda familiar e baixa escolaridade dos pais, o anseio de cursar
a faculdade funciona como proteção à gravidez antes dos 18 anos entre estudantes de escolas
públicas.
Conforme Portela et al (2013), das nove puérperas entrevistadas, sendo estas de idades
entre 15 e 28 anos, seis primíparas e três multíparas, somente duas delas possuíam o ensino
fundamental completo e as demais não o havia completado. Os fatores de risco mais relacionados
ao uso de drogas pelas mães entrevistadas foram: problemas familiares, ausência de parceiro,
instabilidade financeira, baixa autoestima e solidão. Muitas delas alegaram baixa adesão ao pré natal pelo fato de não deixarem de utilizar de drogas ilícitas para receberem o acompanhamento
médico. O uso de drogas no período gestacional é também um problema de saúde pública, uma
vez que causa vários danos aos recém – nascidos, como malformações congênitas, desconforto
respiratório, infecção neonatal, baixo peso, icterícia, edema agudo de pulmão, sífilis congênita e
sofrimento fetal.
De acordo com Cunha et al (2001), as deformações teratogênicas são usuais em fetos
de mães que utilizam algum tipo de substância ilícita, como a cocaína, dentre essas podem-se citar:
deformidades distais, gastrosquise, anomalidades urogenitais, defeitos cardíacos, malformações do
SNC, distúrbios na migração neuronal e no desenvolvimento prosencefálico como agenesia de
n. 01
Entre outubro de 1997 e fevereiro de 2012 foram recrutadas 845 pacientes
soropositivas atendidas no serviço de pré-natal de alto risco do HC-UFMG. Entre
essas, 64 (7,6%) afirmaram ter usado drogas ilícitas em algum momento durante a
gestação, ao serem perguntadas durante as consultas do pré-natal. Com relação a
drogas consideradas lícitas, 52,9% afirmaram fumar durante a gravidez, 30,6%
relataram uso de álcool e 18,8% fizeram uso de ambas as substâncias. Entre as 64
gestantes que afirmaram ser usuárias, 16,7% relataram uso de cocaína e 43,3%
usaram crack; 8,3% usaram cocaína e crack; 15% usaram maconha; 8,3% usaram
cocaína, crack e maconha simultaneamente e 8,4% usaram outros tipos de drogas,
como inalantes. (MELO et al, 2014, p. 557).
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Yabuuti et al (2014) propõe que 80% das grávidas que foram entrevistadas durante sua
pesquisa, relataram uso indiscriminado de crack, em conjunto com outras substâncias como
maconha, inalantes, tabaco e cola. 13% afirmaram abstinência no período gravídico e 6,66% não
relatou.
Segundo Renner et al (2012), o paciente cuja progenitora usava drogas ilícitas durante
a gestação, em especial o crack, apresentava prematuridade extrema (24 – 25 semanas de
gestação, pequeno em relação a idade gestacional e não havia abertura ocular ao exame físico).
Este possuía também insuficiência respiratória associada à cianose e ao diagnóstico de hérnia
diafragmática volumosa. Recebeu ventilação mecânica e duas doses de surfactante. Cateterismos
de vasos umbilicais foram feitos para a preservação de membros. A mãe é VDRL positiva, por isso
associado ao quadro respiratório foi iniciado com penicilina G cristalina e gentamicina. Os exames
realizados no período de internação pós – nascimento foram: Radiografia de tórax e Hemograma,
verificando ausência de anemia (hemoglobina 12,6), ausência de leucocitose ou leucopenia, leve
plaquetopenia, PCR e VDRL
Figura 1 – Deformações embrionárias causadas por fatores
teratogênicos.
negativos.
Do ponto de vista
de Nunes et al (2011), o uso
do haxixe durante a gestação
poderá
desencadear
na
criança, ao nascer, uma crise
de abstinência, devido à
brusca ausência da droga, o
que incluirá a manifestação de
sinais e sintomas de doenças
como tremores, diarreia, etc.
Além disso, o consumo dessa
substância
no
período
gestacional proporciona um Fonte: SOUZA et al. (2015).
efeito analgésico tanto na mãe
quanto no feto, a diminuição do teor de oxigênio durante a gravidez e a redução do volume do
Sistema Nervoso Central fetal. Devido ao fato do haxixe ser muito lipossolúvel e sua eliminação do
organismo ser lenta, a exposição fetal a essa substância se torna potencializada. Em alguns casos,
a depender do tipo e da dose da droga utilizada, essa prática poderá repercutir, inclusive, em
alterações do desenvolvimento, comportamento e rendimento escolar de crianças mais velhas.
Já para Martins et al (2008), os recém nascidos de mães usuárias de alguns opiáceos
e cocaína, geralmente desenvolvem síndrome de abstinência e nascem com baixo peso, mas
apesar da toxicodependência materna, as crianças também podem apresentar crescimento e
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QUADRO 1 – Alterações congênitas relacionadas ao uso de drogas de acordo com o período
de gestação, dentre os autores selecionados.
AUTORES
ALTERAÇÕES CONGÊNITAS DROGA
PERÍODO
USADA
GESTACIONAL DO
USO
Anormalidades
urogenitais,
deformidades
fetais,
Cunha et al (2001) gastrosquise, mal formação do Cocaína
Toda a gestação
SNC.
Insuficiência
respiratória,
Renner et al (2012) hérnia diafragmática volumosa, Crack
Toda a gestação
prematuridade.
Síndrome de abstinência fetal,
diminuição do SNC, atraso no
Haxixe durante toda
Nunes et al (2011)
desenvolvimento psicomotor à Maconha e a
gestação
e
nível de linguagem motricidade Haxixe
maconha até a 8ª
com 1 ano.
semana.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
corpo caloso, ausência de septo pelúcido, hipoplasia do nervo ótico displasia septo-ótica,
esquizencefalia, disgenesia e coloboma.
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Prevalência da exposição pré-natal à cocaína em uma
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SOUZA et al. Drogas Teratogênicas. Disponível em:
http://drogasteratogenicasfarma.blogspot.com.br/2011/11/tipos-de-agentesteratogenicos.html. Acessado em: 15/03/2015
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA SEXUALIDADE DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO, NA
VISÃO DO CUIDADOR
REPRESENTATION OF SOCIAL INSTITUTIONALIZED ELDERLY SEXUALITY, IN CAREGIVER
VISION
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de drogas ilícitas é prejudicial ao ser humano em amplos aspectos, em especial,
no período de gestação. Pesquisas indicam que o consumo e abuso de substâncias ilícitas durante
o período gravídico aumentaram nos últimos anos, principalmente em mulheres jovens, com pouca
escolaridade, baixa renda e instabilidade familiar.
Entre as principais drogas usadas, está a cocaína que atravessa a barreira placentária,
sendo metabolizada e eliminada lentamente, além de agir na vascularização fetal, viabilizando
vasoconstrição, mal formação urogenital e cardiovasculares. A maconha diminui a perfusão
uteroplacentária, retardo da maturação do sistema nervoso fetal, aumenta os níveis plasmáticos de
norepinefrina ao nascimento, o que prejudica o crescimento fetal e provoca distúrbios
neurocomportamentais precoces. O uso do crack por parte da gestante poderá acarretar no
nascimento prematuro do feto e em insuficiência respiratória.
A maneira como a progenitora vive é determinante para a saúde do feto. Problemas
familiares, violência doméstica, instabilidade financeira e baixo autoestima podem influenciar no
desenvolvimento seguro. O apoio à gestante, o acompanhamento pré-natal regular, ambiente calmo
e acolhedor são primordiais para que a mulher não sinta necessidade de recorrer a substâncias
psicoativas.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
desenvolvimento normais. Portanto, a quase totalidade das crianças apresenta um crescimento
dentro da normalidade. Apesar do baixo peso ao nascer, acabam por ter uma boa evolução ponderal
e apesar do sistema nervoso central ser muito frequentemente atingido, o perímetro cefálico é, em
média, normal.
ABSTRACT: Introduction - Sexuality of institutionalized elderly is something that a lot of the times
goes unnoticed in the eyes of the people, however the caregiver of the elderly need to have a
different vision, respecting the sexuality of institutionalized elderly. Objective - This article have to
objective for selective literature review, the look caregive about the experiences of sexuality of
institutionalizes elderly. Methodology - This is a descriptive study of bibliographical review, and
emerged as scientific contribution in the nursing field, in order to encourage professionals in this
area to act and go deep in relation to the theme focused on the caregiver's view of the sexuality of
the institutionalized elderly. Results and Discussion - The social representation of sexuality of the
elderly institutionalized in the caregiver's vision is seen in different ways because each caregiver has
his way of thinking, being and living. See that the prejudice that has been won to over time.
Conclusion - The sexuality of the institutionalized elderly is being seen more freely and respectfully
towards the caregiver.
Key-words: Caregiver. Elderly. Institutionalized. Sexuality.
1 INTRODUÇÃO
A velhice deve ser compreendida em sua totalidade, porque é simultaneamente, um
fenômeno biológico com conseqüências psicológicas, considerando que certos comportamentos
são apontados como características da velhice. Como todas as situações humanas, a velhice tem
uma dimensão existencial, que modifica a relação das pessoas com o tempo, gerando mudanças
em suas relações com o mundo e com sua própria história. Assim, a velhice não poderia ser
compreendida senão em sua totalidade; também como um fato cultural (1).
Ao longo dos anos, a velhice vem despertando o interesse de pesquisadores das mais
diversas áreas do conhecimento científico, dentre elas a profissão de Enfermagem. Para a ciência,
um de seus desafios é conciliar os conceitos de desenvolvimento e envelhecimento. Entretanto, na
atualidade, estes processos já são concebidos como coexistentes ao longo do ciclo vital, embora
com pesos diferentes na determinação das mudanças evolutivas, onde são chamadas de ganhos
ou perdas (2).
Os estudos acerca da sexualidade da pessoa idosa são escassos e limita- se, quase sempre,
a uma abordagem médico terapêutico que, invariavelmente, aborda a temática em questão a partir
de concepções patológicas associadas a distúrbios fisiológicos. De modo geral, ignoram todos os
aspectos psicológicos, sociais e culturais que permeiam e condicionam as vivências sexuais dos
idosos (3).
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RESUMO: Introdução - A sexualidade dos idosos institucionalizados é algo que muito às vezes
passa despercebida aos olhos das pessoas, porem o cuidador desses idosos precisa ter uma visão
diferenciada, respeitando a sexualidade dos idosos institucionalizados. Objetivo - O presente artigo
tem como objetivo identificar através de revisão de literatura, o olhar do cuidador sobre à vivencia
da sexualidade do idoso institucionalizado. Metodologia - Trata-se de um estudo de caráter
descritivo de revisão bibliográfica, e surgiu como contribuição científica na área de enfermagem,
com a finalidade de incentivar os profissionais desta área a atuarem e se aprofundarem em relação
à temática voltada para a visão do cuidador sobre a sexualidade do idoso institucionalizado.
Resultados e Discussão - A representação social sobre a sexualidade dos idosos
institucionalizado na visão do cuidador é vista de modos diferentes, pois cada cuidador tem seu
modo de pensar, ser e viver. Vê se que o preconceito que vem sendo vencido ao decorrer do tempo.
Conclusão - A sexualidade dos idosos institucionalizados esta sendo vista de forma mais livre e
respeitosa em relação à visão do cuidador.
Palavras-chaves: Cuidador. Idoso. Institucionalizado. Sexualidade.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
ISBN 978-85-69629-06-1
Prefixo Editorial: 69629
Jairo Ribeiro Luz1 Tania Maria Aires Gomes Rocha2; Ana Carolina Camargo Rocha²;
Ana Paula Faria Moraes²; Valdir Francisco Odorizzi²; Asterio Souza Magalhães Filho²; Carlos Eduardo
Bezerra do Amaral Silva².
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
As pessoas idosas definem e expressam sua sexualidade de forma singular, diferentemente
das demais fases do desenvolvimento. À medida que envelhece, o ser humano apresenta
mudanças em sua vida, entre elas as sexuais. A velhice é uma etapa em que a sexualidade gira
mais em torno da intimidade, da companhia, da admiração, das conversas eróticas e do consumo
de material cinematográfico ou visual erótico. Os idosos devem estar conscientes das mudanças
que estão ocorrendo em seus corpos decorrentes do processo de envelhecimento. Destaca-se que
os parceiros precisam investir mais em carícias, toques, beijos e carinhos durante todo o dia, e não
apenas, durante a relação sexual (4).
Entende-se por institucionalização o atendimento integral, em regime de internato, às
pessoas de 60 anos ou mais, dependentes ou independentes, sem vínculo familiar ou que não
dispõem de condições para prover sua própria subsistência. As Instituições de Longa Permanência
para Idosos (ILPIs), conhecidas também como asilos, abrigos, lares, casas de repouso, clínicas
geriátricas e ancionatos, devem satisfazer às necessidades desses idosos, quanto à moradia,
alimentação, saúde e convivência social, por meio do trabalho da assistência social, enfermagem,
medicina, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, odontologia, nutrição, entre outros serviços
(5)
.
A institucionalização não se constitui ainda uma prática comum em nossa sociedade.
Segundo o Censo Demográfico de 2000, havia 103 mil idosos residentes em domicílios coletivos
incluindo os asilos, representando em torno de 0,8% da população idosa (6). Contudo, fatores
demográficos, sociais e de saúde constituem-se em causas que tendem a levar idosos a residir em
instituições de longa permanência para idosos, denominação atual para os tradicionais asilos (7).
O surgimento de instituições para idosos não é recente. A história dessas instituições
remonta à Grécia Antiga, com a existência dos gerontokomeions (do grego géron, gérontos, velho
+ kómeo, cuidar), que funcionavam tanto como hospício, quanto hospital, asilo, abrigo ou albergue
para velhos (8).
Havia cerca de 10 milhões de idosos em 1990. Em 2000, este número foi de 15 milhões de
idosos, em 2025 espera-se que alcance a 34 milhões. A lei 8.842/94 e o Estatuto dos Idosos 2004
consideram idosa, a pessoa que se encontra na faixa etária a partir de 60 anos (9).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013) o Brasil tem, hoje,
cerca de 190.732.694 habitantes. Existente 8.000.000 de população estão entre 60 e 64 anos,
conforme gráfico 02 (10).
O cuidador é a pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, cuida do
idoso em exercício de suas atividades diárias, tais como alimentação, higiene pessoal, medicação
de rotina, acompanhamento aos serviços de saúde, excluídas as técnicas ou procedimentos
identificados com profissões legalmente estabelecidas, particularmente na área da Enfermagem (11).
Os cuidadores têm importante papel em auxiliar os idosos nas suas adaptações físicas e
emocionais necessárias ao autocuidado e, para tanto, devem ser capacitados para isso (11). Diante
disso, entende-se ser fundamental trabalhar esses aspectos com os cuidadores que atuam nas
ILPIs para que tenham uma prática que respeite o tempo de execução das tarefas pelo idoso,
evitando a superproteção e o estímulo à dependência.
O Cuidador de Idoso é a pessoa capacitada para auxiliar o idoso o qual apresenta limitações
para realizar as atividades e tarefas da vida cotidiana, fazendo elo entre o idoso, a família e serviços
de saúde ou da comunidade. O Cuidador de idosos poderá atuar de forma autônoma ou voluntária
no atendimento ao público da terceira idade, em Instituições de Longa Permanência para Idosos
(ILPI), clínicas, hospitais, centros de atenção ao idoso ou em domicílio (12).
Pouco se conhece sobre o perfil de cuidadores de idosos, suas necessidades e sua
formação. A urgência de se estruturar uma equipe multidisciplinar qualificada com amplo
conhecimento geriátrico é iminente, na busca da melhoria da qualidade de vida dos idosos
institucionalizados (9).
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo trata-se de um estudo de caráter descritivo de revisão bibliográfica, e surgiu
como contribuição científica na área de enfermagem, com a finalidade de incentivar os profissionais
desta área a atuarem e se aprofundarem em relação à temática voltada para a visão do cuidador
sobre a sexualidade do idoso institucionalizado.
Os artigos que foram selecionados em beneficio deste estudo; foram específicos entre os
períodos e 2008 a 2015. Foram inclusos os artigos e estudos que constituíram em seus escritos
assuntos sobre a percepção social da sexualidade dos idosos institucionalizados na visão do
cuidador. O levantamento de dados baseou-se na análise de artigos escrito em português,
disponíveis on-line, a partir de pesquisas na internet em bases como Scielo (Scientific Eletronic
Library on Line), Bireme e revistas científicas oficiais, com as seguintes palavras-chaves: Idoso,
Institucionalizado, Sexualidade e Cuidador.; todas as palavras chaves são reconhecidas pelo DECS
(Descritores em Ciências da Saúde).
Para a organização das informações, contidas inicialmente foi utilizada a leitura dos resumos
dos trabalhos, identificando-se o objeto, os objetivos do estudo e os resultados. Os dados foram
registrados em forma de fichas de leitura. Para o estudo dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo
que se caracteriza por um conjunto de técnicas de análise de comunicação que visa obter, por
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontrados 5.160 resumos de artigos, utilizando as palavras-chaves nas bases de
dados citadas anteriormente. Destes artigos, 35 foram considerados estudos com relevância para
realização da seguinte pesquisa bibliográfica, os quais foram analisados criteriosamente. Porém,
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Os profissionais de saúde devem ter uma visão holística das pessoas idosas que lhes
possibilite desenvolver estratégias para facilitar o envelhecimento harmonioso, que compreenda a
vertente sexual. Os enfermeiros podem contribuir para desmistificar esta temática, encarando-a
com naturalidade, de modo a permitir que os idosos vivenciem de forma saudável e satisfatória esta
etapa da vida através da realização de sessões de educação para a saúde na comunidade, com o
objetivo de sensibilizar idosos, cuidadores e família (13).
A institucionalização é outro dos fatores que pode comprometer a vida sexual dos idosos
pela perda de privacidade, pela inflexibilidade dos regulamentos das instituições e pelo
comportamento dos cuidadores. Embora alguns reconheçam que os idosos têm o direito de
expressar a sua sexualidade dentro de determinados parâmetros, outros ignoram por completo esta
realidade considerando-a, muitas vezes, como uma afronta aos seus códigos morais. Embora no
decorrer do envelhecimento as necessidades do indivíduo sofram alterações, o direito de
permanecer sexualmente ativo mantém-se, desde que respeite a sua vontade e não interfira com
os direitos dos outros, independentemente da idade, capacidade ou preferência sexual (13).
Um estudo realizado em 2011 teve o objetivo descrever o modo como os cuidadores
percebem o processo de envelhecimento de si e do outro, destacou-se que o cuidador possui uma
visão negativa em relação à maneira de definir o ser idoso; onde se foi para a temática “O cuidador
tem um olhar crítico para a sexualidade do idoso institucionalizado, muito das vezes esquecida e
não lembrada pelos cuidadores” Os cuidadores devem ser profissionais em relação ao processo de
envelhecimento, levando em conta o termo sexualidade ao idoso institucionalizado. (14).
O artigo presente tem o tendência de amadurecer o pensamento do cuidador em relação à
sexualidade do idosos institucionalizado, procurando esclarecer a realidade que por muitas das
vezes está escondida por detrás de muros de uma instituição para idosos.
Deste modo, este artigo tem como objetivo identificar através de revisão de literatura, o olhar
do cuidador sobre à vivencia da sexualidade do idoso institucionalizado.
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apenas 18 artigos realmente se enquadraram dentro dos critérios utilizados para serem validados
e incluídos na pesquisa.
A pessoa idosa, ao se institucionalizar, perde o domínio sobre seus atos, que passam a ser
administrados pela instituição que, por sua vez, regula toda sua vida. Nesses termos, a disciplina é
reforçada pela percepção pouco compreensiva que os funcionários têm da necessidade das
atividades mental, física e sexual para dar sentido à vida das pessoas dessa faixa etária; foi feito
estudos em torno da percepção de funcionários e idosos da casa São Vicente Paulo na Amazonas
sobre a sexualidade na terceira idade; Como resultado principal, 75% dos funcionários ainda
apresentam resistência para aceitar a representação sexual do idoso institucionalizado, o que
contrasta com a percepção dos idosos, uma vez que 90% afirmaram que o sexo é natural nesta
fase da vida como em qualquer outra fase, pois é um processo natural do ser humano (15).
O cuidador do idoso institucionalizado em si próprio é natural o preconceito quanto a
representação sexual de pessoas mais velhas fisiologicamente, os cuidadores que trabalham a mais
tempo tem uma visão mais centrada pensamento e viver do idosos institucionalizado. Apesar da
grande maioria dos cuidadores afirmarem que a sexualidade dos idosos institucionalizados é
natural, 25% deles tem certo preconceito quanto ao assunto. Os 10% dos idosos que não optaram
pela liberdade a representação sexual podem ser assexuado ou escondem suas sexualidades por
receio do que vão falar, julgar ou aceitar.
A nossa sociedade ainda está repleta de mitos e tabus em relação a sexualidade na velhice
e em especial aos idosos institucionalizados. Para uma melhor compreensão da sexualidade na
velhice é preciso ter maior tolerância das pessoas que convivem e trabalham nesse ambiente.
Percebeu-se que, dentro da perspectiva dos funcionários já há uma visão mais positiva e realista
da sexualidade longeva. Os cuidadores tem uma visão sexual acerca dos idosos institucionalizados
como um ser sexuado, ao mesmo tempo em que vê isso normal, tem em si também certo
preconceito, vendo essa sexualidade como algo desnecessário, chamando esses atos de tarados
ou sem-vergonhas (12).
Os idosos e os enfermeiros devem compreender que a sexualidade não significa
absolutamente ter relações sexuais freqüentes. O enfermeiro deve ajudar o idoso a compreender
que toda a forma de expressão está impregnada de emoções e estas fazem parte da sexualidade.
Portanto é necessário que o enfermeiro, juntamente com o idoso, seja capaz de construir estratégias
para estimular o interesse e a criatividade em relação à sexualidade deste (13).
É vasta a contribuição do enfermeiro sobre a vivência da sexualidade saudável dos idosos;
acredita-se na importante e eficaz atuação da enfermagem no cuidar dos idosos. O profissional de
saúde (cuidador) deve ter uma visão holística das pessoas idosas que lhes possibilite desenvolver
estratégias para facilitar o envelhecimento harmonioso, que compreenda a uma vertente sexual (13).
É percebível neste estudo, que os autores identificaram um olhar respeitoso para com a
sexualidade dos idosos institucionalizados, mostrando a real importância da visão do cuidador aos
idosos institucionalizados nas mãos dos enfermeiros. O enfermeiro como cuidador é de excelência
escolha, pois a enfermagem olha não só a doença, estado psicossocial ou a questão sexualidade,
a enfermagem olha a pessoa em si, o ser humano por completo. O enfermeiro pode influenciar na
visão do cuidador de idosos institucionalizados quando a sexualidade na terceira idade, fazendo
isso com palestras, mini cursos e realizando periodicamente uma inter-relação entre idosos
institucionalizados e seus cuidadores.
O cuidado ao idoso institucionalizado exige o respeito pela pessoa humana como ser único,
cujo significado e finalidade de vida é prioridade máxima do cuidador, o qual deve canalizar todos
os esforços no respeito à liberdade, pontos de vista e comportamentos do indivíduo que está a
cuidar. Os idosos merecem serem cuidados de forma segura, responsável e digna (16).
O idoso é uma pessoa como outro qualquer, deve-se olhar para ele como olhamos para nos
mesmos, é uma etapa da vida onde tem-se os sentimentos, vontades, desejos e sonhos ativos e
livres para realizá-los, mesmos que estejam em uma instituição de longa permanência ou não.
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Para se tornar apto a ser um cuidador de idosos institucionalizados, a pessoa precisa estar
ciente quanto a algumas características, como a de ter simpatia, ser paciente, ter expectativas
realistas, manter fortaleza física e mental, ter serenidade, calma e confiança para enfrentar diversas
circunstâncias que são obrigações de um profissional em uma casa de institucionalização de idosos.
De acordo com um trabalho realizado, 82,8% de uma amostra, discorda que os idosos já
não tenham capacidade de amar e de se relacionar emocionalmente. Estes dados comprovam que
a capacidade de amar e de se relacionar emocionalmente acompanha o indivíduo ao longo de todo
o ciclo vital (17).
O gráfico 01 faz direito a um estudo, onde mostra que a maioria dos inquiridos consideram
que a forma como o cuidador encara a sexualidade dos idosos, condicionando a compreensão e
aceitação da vivência e expressão da sexualidade do idoso. Discordando desta afirmação cerca de
10,3% da amostra, 24,1% não concorda e nem discorda, apresentando 55,2% concorda e 10,3%
concorda totalmente (17).
Em meio a concordâncias e discordâncias em pró da sexualidade dos idosos
institucionalizados, percebe-se que nas pesquisas realizadas, existem cuidadores conservadores e
os liberais, pois cada um pensa de uma maneira diferente. A maioria dos cuidadores tem boa
aceitação sobre o tema abordado. Ressalto que muitos cuidadores podem ter um distúrbio de
pensamentos e idéias que mudam o ver de acordo com modo de vida em que esta vivenciando.
Devido a algumas limitações evidenciadas no processo de envelhecimento, como a falta de
tempo para cuidar de seus idosos leva as famílias a optarem pela sua institucionalização.
Entretanto, a institucionalização se deu em decorrência das circunstâncias que envolvem o cuidado,
como a falta de tempo, a insuficiência de pessoas da família para cuidar, dentre outras. Para
algumas famílias, os idosos estão sendo bem cuidados pelos funcionários do lar, muitos
manifestando satisfação pelo cuidado dispensado ao idoso, fazendo o que podem, dentro das
possibilidades de cada um (9).
Esse estudo é bastante interessante, porem ele ressalta o idoso que foi institucionalizado
pela família, que se julga estar cansada ou sem tempo na vida para cuidar do mesmo. E esse
modelo de família é muitas vezes mal interpretado pela sociedade e pelos cuidadores em
Instituições de Longa Permanência para Idosos; as mesmas famílias que institucionaliza seus
idosos, é satisfeita pelo cuidado ministrado pelos cuidadores. Não se sabe se elas realmente
confiam nos cuidadores de idosos ou querem apenas afastar uma pessoa idosa de suas obrigações
como família. Aplicando isso à representação social da sexualidade dos idosos institucionalizados,
vê se uma visão mais quebrantada, pois o cuidador aceita essa sexualidade dos idosos, vendo nele
uma forma de substituir a ausência da família.
Para os cuidadores de idosos que conseguem obter satisfações e enxergam recompensas
no serviço de cuidar, o próprio processo de envelhecimento pode ser mais saudável e mais tranquilo
porque eles procuram compreender tudo o que acontece com cada idoso; no entanto, para os
outros, “envelhecer” ainda é muito difícil, humilhante, principalmente por haver dependência física
e financeira (10).
Observa-se que o autor procura passar neste artigo, que para o cuidador ter um bom
envelhecimento, é aconselhável respeitar e procurar entender os idosos; encarando com seriedade
os deveres, afazeres e ate mesmo o modo e a escolha sexual do idoso, valendo para os idosos de
forma geral, seja ele institucionalizado ou não.
Nos dias de hoje, o estudo da sexualidade na terceira idade assume cada vez mais
importância, não só devido ao aumento do número de idosos, como também pelo aumento da
duração da vida que é cada vez maior (acima dos 80 anos). Estas são duas razões que levaram à
tomada de consciência que a terceira idade é um importante e longo período da vida do qual a
sexualidade faz parte (17).
Estamos em uma fase de vida onde vivemos em mundo repleto de adultos com idade de 60
a 80 anos, pois é nesta idade que as pessoas são consideradas idosas; esta é à base da idade dos
5 CONCLUSÕES
O cuidador precisa ter em si, respeito e credibilidade ao idoso institucionalizado, dentro
representação social sobre sexualidade; pois essa mesma visão que é tida hoje em relação à sua
sexualidade, poderá ser refletida ao decorre de sua vida pessoal, pois o adulto jovem de hoje será
o idoso de amanhã.
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240
Prefixo Editorial: 69629
ISBN 978-85-69629-06-1
v. 02
n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
idosos que estão institucionalizados, e o cuidador vê a proporção do aumento deste número
(Gráfico2).
Existem fatores que podem influenciar a visão do cuidador sobre a sexualidade dos idosos
institucionalizados, como exemplo a falta de oportunidade de outros empregos; ou a infra-estrutura
precária da instituição; ate mesmo o salário baixo, a falta de conhecimento necessário para exercer
o cuidado; esses são fatores que tem o poder de negativar o olhar do cuidador em relação a
sexualidade do idosos institucionalizado. Porem os cuidadores que trabalham por amor pelo seu
trabalho, os que mais tempo de serviço tem um olhar maduro, mais centralizado sobre o tema,
enxergando a sexualidade como essencial da vida do ser humano.
O envolvimento emocional ou o tempo de serviço podem alterar a relação e a visão do
cuidador perante a sexualidade do idoso institucionalizado; lembrando que a própria
institucionalização é outro fator que compromete a sexualidade dos idosos pela perda de
privacidade em meio aos estudos percebe-se que os profissionais cuidadores mais antigos tem uma
visão mais ampla e respeitosa da representação sexual dos idosos institucionalizados, eles vêem e
não a ignoram suas sexualidades, reconhecendo que os idosos têm o direito de expressar sua
sexualidade dentro do parâmetro institucional; os cuidadores mais novos no termo profissional, têm
um olhar mais critico, onde suas atitudes
demonstram julgamento, muito das vezes não enxergando ou procurando não enxergar a
sexualidade existente entre esses idosos, visando o idosos institucionalizado sem o direito de expor
suas sexualidades, vendo isso uma afronta aos seus códigos morais.
Maria Izabel Saturnino dos Santos Lúcioiv, Fabiano Rodrigues de Souza²; Valdir Francisco Odorizzi²; Tania
Maria Aires Gomes Rocha²; Viviane Tiemi Kenmoti²; Jonas Eraldo de Lima Júnior².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - A gravidez é um fenômeno fisiológico que ocasiona uma série de
transformações no organismo da mãe. A assistência nutricional durante a gestação tem grande
relevância, e as equipes de saúde têm papel importante na ampliação da cobertura do cuidado prénatal. O Ministério da Saúde institui que a gestante deva ter seu estado nutricional avaliado como
rotina do pré-natal. A assistência nutricional é fundamental para esta avaliação nutricional e o
preparo da maternidade sem intercorrêcias gestacionais. Objetivos - Descrever o estado
nutricional antropométrico gestacional adotado no Brasil para avaliar o ganho de peso gestacional
nos últimos dez anos conforme método proposto por Atalah et al. Metodologia - Trata-se de uma
revisão sistemática, onde foram selecionados artigos publicados entre 2004 e 2014, em português
e espanhol , nas bases eletrônicas de dados , Medline, Lilacs e Scielo. As palavras-chave foram:
Gestantes. Estado Nutricional. Índice de massa corporal. Ganho de peso. Foram excluídos estudos
em que as gestantes tinham sido avaliadas por outros métodos de avaliação nutricional e estudos
com gestantes adolescente. Resultados - O estado nutricional inicial mostrou uma alta prevalência
de sobrepeso e obesidade (39,4%) porém não superior a o estado eutrófico segundo os estudos
analisados. Conclusão - A seleção de um método de avaliação nutricional na gestação é alvo de
amplas discussões na literatura e nos órgãos responsáveis pelo monitoramento nutricional nos
serviços de saúde no Brasil.
Palavras chaves: Estado Nutricional. Ganho de peso. Gestantes. Índice de massa corporal.
ABSTRACT: Introduction - Pregnancy is a physiological phenomenon that causes many changes
in the mother's body. Nutritional care during pregnancy has great relevance, and the health teams
play an important role in expanding the coverage of prenatal care. The Brazilian Ministry of Health
establishes that the mother should have her nutritional status evaluated as prenatal routine.
Nutritional care is critical to this assessment and the preparation of motherhood should be without
pregnancy complications. Objectives - This study aims to describe the gestational anthropometric
nutritional status adopted in Brazil to evaluate the gestational weight gain over the past decade,
according to the Atallah et al. Methodology - This study is a systematic review of selected articles
in Portuguese and Spanish published from 2004 to 2014 in electronic databases of Literature Latin
American Health Sciences (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), and Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline). The keywords were pregnant women,
Nutritional Status, Body mass index, and Weight gain. Studies concerning pregnant women
evaluated by other nutritional assessment methods and studies focusing teenager pregnant women
were excluded. Results - The initial nutritional status showed a high prevalence of overweight and
obesity,1.639 (39.4%), according to the analyzed studies. Conclusion - The selection of a nutritional
assessment method during pregnancy is a subject of extensive discussions in the literature and by
the bodies responsible for monitoring the nutritional health services in Brazil.
Key-words: Body mass index. Nutritional status. Weight gain. Pregnant women.
241
Prefixo Editorial: 69629
ISBN 978-85-69629-06-1
ANTHROPOMETRIC NUTRITIONAL STATE SYSTEMATIC REVIEW OF PREGNANT
BRAZILIAN
v. 02
REVISÃO SISTEMÁTICA DO ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE GESTANTES
BRASILEIRAS
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo é uma revisão sistemática, de artigos científicos sobre a avaliação
nutricional antropométrica e ganho ponderal de gestantes brasileiras segundo o método proposto
por Atalah et al. Para utilização dos artigos, realizou-se, uma busca nas bases eletrônicas de dados:
Medical Literature Analises and Retrieval System Online (Medline), Literatura Latino-Americano e
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ISBN 978-85-69629-06-1
v. 02
n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
1 INTRODUÇÃO
O período gestacional é marcado por mudanças de aspectos psicológicos, físicos e
fisiológicos para possibilitar o crescimento e desenvolvimento do feto e ao mesmo tempo, garantir
a manutenção da composição corporal materna. O metabolismo energético na gestação é afetado
pelo crescimento fetal e pelas necessidades do organismo materno que se adapta à gravidez 1, 2.
Para que o período gestacional transcorra normalmente, há uma necessidade que a
alimentação materna seja precedida de um bom aporte nutricional, que esse será a exclusiva fonte
de nutrição fetal no transcorrer da gestação. A inadequação do estado nutricional antropométrico
materno, tanto pré-gestacional quanto gestacional, favorece o desenvolvimento de intercorrências
na gravidez e no período pós-parto, além de atuar sobre as condições de saúde do concepto 3, 4, 5.
A deficiência nutricional materna é um fator de risco evidente, mas não definitivo, podendo
ser modificado por meio da assistência adequada no pré-natal, que tem como um dos objetivos
identificar gestantes sob-risco nutricional (baixo peso, sobrepeso ou obesidade) principalmente no
início da gestação, mediante a avaliação e monitoramento da relação peso/altura/idade gestacional,
possibilitando detectar as situações de peso insuficiente ou excessivo conforme a idade gestacional
6,7
.
O estado nutricional é caracterizado utilizando-se as medidas de peso e altura, para o cálculo
do Índice de Massa Corporal (IMC) e os indicadores propostos pelo Ministério da Saúde. Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), o monitoramento do ganho de peso durante a gestação é
uma conduta de baixo custo e de grande importância para determinar as intervenções nutricionais
adequadas, e também diminuir os riscos maternos e fetais 8, 9.
A orientação nutricional, pode proporcionar um ganho de peso adequado, prevenindo o
ganho elevado ou diagnosticando o ganho ponderal insuficiente. A OMS através de seu comitê de
especialistas em Nutrição, considera que o peso gravídico, não deve ser analisado apenas em
função do objetivo de prognóstico e monitorizarão do baixo peso do recém-nascido 4,8,10.
O método para avaliação nutricional de gestantes tem sido especialmente estudado no Brasil
com o apoio técnico da OMS nos últimos 20 anos. Na década de 90, Atallah et al., propôs um novo
método para a avaliação antropométrica de gestantes com base no IMC gestacional, no período da
10ª a 42ª semanas a partir de um estudo prospectivo populacional, realizado no Chile, como uma
abordagem alternativa à curva de Rosso, método utilizado anteriormente4,8 .
O conhecimento do estado nutricional materno antes e durante a gravidez, é fator
fundamental para a saúde da mãe, e de seu filho. No Brasil, a preocupação com a persistência do
baixo peso e com o crescente aumento da prevalência da obesidade feminina é premente,
particularmente em mulheres em idade reprodutiva, devido aos riscos para desfechos gestacionais
e neonatais desfavoráveis e seus respectivos efeitos imediatos e em longo prazo10.
Quais as condições nutricionais antropométricas das gestantes brasileiras? O método
utilizado e fidedigno? Este estudo foi elaborado no intuito de contribuir para avaliação das
características nutricionais antropométricas de gestantes brasileiras. Com os resultados, esperarse-á reforçar a importância do conhecimento sobre o método de avaliação nutricional
antropométrica utilizado para as gestantes brasileiras.
Diante do exposto, o atual estudo, pretende através de uma revisão sistemática, descrever
o estado nutricional antropométrico gestacional, adotado no Brasil, para avaliar o ganho de peso
gestacional nos últimos dez anos conforme método proposto por Atalah et al.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente foram identificados 82 artigos na base de dados Medline, Lilacs e Scielo e após
primeira análise, destes, foram selecionados 43 artigos. Em seguida após uma análise criteriosa e
a leitura dos artigos na integra, 9 papers em vocábulo espanhol, foram excluídos. Tal exclusão, se
justifica, por terem sido estudos realizados em outros países. Ressalta-se ainda, que 11 artigos,
não foram avaliados, pois não calculavam o IMC de gestantes e 9 utilizavam outros métodos de
avaliação nutricional. Apenas 14 artigos seguiam os critérios de inclusão do estudo vigente. Foram
excluídos os trabalhos identificados como sem relação com o tema de revisão, e que relatavam o
emprego de outras modalidades de avaliações nutricionais antropométrica.
Os resultados da pesquisa em tela, denotam resultados de um déficit, notório nas regiões
Centro-Oeste e Norte, que talvez se justifique pela opção das bases de dados escolhidas para o
presente estudo, conforme, dados da Tabela 1. Com esta revisão, observou-se que no Brasil, são
poucos estudos que utilizam apenas o método determinado pelo Ministério da Saúde (MS), para
avaliação nutricional antropométrica de gestantes. Talvez, porque, desde o ano de 2004, o MS
tenha adotado tal método, e de suma importância enfatizar que o Brasil integra uma combinação
dos métodos para se realizar uma avaliação nutricional sendo eles o de Atalah, e a recomendação
do ganho ponderal determinada pelo Institute of Medicine dos Estados Unidos da América(IOMEUA), durante o acompanhamento de gestantes no pré-natal8,11.
TABELA 1. Artigos Avaliados sobre Classificação Nutricional Antropométrica entre 2004 e 2014. (*)
porcentagem estimada de acordo com o número da amostra do estudo original.
Autor
Niquine et.al
2008
local de estudo
Rio de Janeiro-RJ
Campina Grande-PB
Classificação Nutricional
Antropométrica
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso (*)
Tamanho
Amostra
11
106
33
21
171
27
da
%
6,4
62,0
19,3
12,3
100
23,0
243
Prefixo Editorial: 69629
ISBN 978-85-69629-06-1
v. 02
n. 01
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
do Caribe em Ciencias da Saúde (Lilacs) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) de todos os
artigos publicados sobre Avaliação Nutricional Antropométrica da gestante pelo método de Atalah,
no período de 2004 a 2014. A busca bibliográfica dos artigos compreendeu o período de fevereiro
e abril de 2015, onde se realizou uma seleção a partir dos títulos dos artigos encontrados
inicialmente e, quando disponíveis, dos resumos obtidos a partir da busca eletrônica.
A busca nas bases de dados fora realizada utilizando às palavras-chaves cadastradas nos
descritores em Ciências da Saúde, criados pela biblioteca virtual em saúde, que permite o uso da
terminologia comum em português e espanhol, todos os resumos de artigos contendo as palavraschaves foram lidos.
Os critérios de inclusão dos estudos encontrados foram: utilização do método de Atalah,
classificação nutricional da gestante, conter nos títulos as palavras chaves completas ou em parte,
são eles: estado nutricional, ganho de peso, gestantes e índice de massa corporal, e estarem
escritos nos idiomas espanhol e português.
Os critérios de exclusão foram estudos em que as gestantes tiveram avaliação nutricional
por outros métodos e estudos com gestantes adolescentes devido faixa etária da escala de
avaliação nutricional de Atalah, ser aplicada, apenas para mulheres maiores de 19 anos.
As informações selecionadas nos artigos para compor o estudo foram: ano de publicação,
tipo do estudo, tamanho da amostra, local do estudo, faixa etária, variáveis de controle utilizadas,
método utilizado na avaliação antropométrica, e principais resultados encontrados nos estudos
utilizados como base. Foram respeitados os direitos autorais de todos artigos utilizados no
respectivo estudo.
São Paulo-SP
Nast et.al
2010
Porto Alegre-RS
Fonseca et.al
2011
São Paulo-SP
Andreto et.al
206
Recife-PE
Lima et.al
2004
Teresina-PI
Melo et.al
2006
Recife-PE
Hedrich et.al
2006
Guarapuava-PR
Alves et.al
2011
Paranaguá-PR
Sato et.al
2007
São Paulo-SP
Melo O. et.al
2006
Campina Grande-PB
Francisqueti et.al
2009
Botucatu-SP
Prefixo Editorial: 69629
da
%
50,0
13,5
13,5
100
12,3
44,9
19,8
23,0
100
10,3
38,4
27,8
23,5
100
6,9
58,4
24,0
10,7
100
25,4
48,3
12,5
13,8
100
17,7
67,9
7,9
6,5
100
20,1
45,4
18,2
16,3
100
11,4
71,4
11,4
5,7
100
8,3
39,6
33,3
18,8
100
10,0
50,0
30,0
10,0
100
23,0
50,0
19,0
8,0
100
12,0
46,0
ISBN 978-85-69629-06-1
Fazio et.al
2008
Tamanho
Amostra
59
16
16
118
23
84
37
43
187
56
209
151
128
544
49
416
171
76
712
61
116
30
33
240
49
188
22
18
277
199
450
181
162
992
4
25
4
2
35
4
19
16
9
48
3
15
9
3
30
26
58
22
9
115
33
127
v. 02
Tavares et.al
2006
Classificação Nutricional
Antropométrica
Eutrófico (*)
Sobrepeso (*)
Obesidade (*)
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso*
Obesidade*
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso*
Obesidade*
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
n. 01
local de estudo
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Autor
244
Prefixo Editorial: 69629
da
%
13,0
29,0
100
15,8
9,7
47,0
27,6
100
Os estudos dos artigos avaliados evidenciam uma prevalência de sobrepeso e obesidade
nas diferentes regiões do País. A prevalência do ganho excessivo de peso é considerada um
problema de saúde pública, pois se apresenta elevadas taxas, tanto na gestação, quanto em outras
fases da vida. O estado antropométrico materno inadequado, tanto pré-gravídico quanto
gestacional, se constitui em um problema de saúde pública, pelo fato de estar associado
diretamente ao desenvolvimento de intercorrências gestacionais (morbidades), influência nas
condições de saúde do concepto, o peso ao
TABELA 2. Classificação Nutricional
nascimento, o tipo de parto, a duração da
Antropométrica de Gestantes
gestação e a saúde materna no período pósClassificação
Nutricional
Tamanho da
parto 4,8,12,14. Outros resultados, direcionam a
%
Antropométrica
de
Amostra
populações na região Nordeste, com uma maior
Gestantes
prevalência de mulheres com baixo peso,
Baixo Peso
611
14,7
entretanto, essa observação, não supera os
Eutrófico
1.912
45,9
Sobrepeso
924
22,2
valores médio do sobrepeso e da obesidade no
Obesidade
715
17,2
País. Enquanto que na Região Sudeste as
Totais
4.162
100%
gestantes com baixo peso, correspondem a um
número/porcentagem menor, como elencados nos estudos avaliados7.
O IOM-EUA, defende o peso pré-gestacional, como um dos principais determinantes do
ganho ponderal, indicando que o ganho de peso ideal seja avaliado em função do estado nutricional
inicial da gestante, sendo este definido de acordo com as condições do IMC 11,12. Em virtude da
junção de dois métodos distintos serem utilizados de forma simultânea, as recomendações, do
Ministério da Saúde do Brasil e do IOM- EUA recomendam ganhos de peso diferenciados de acordo
com o estado nutricional pré-gestacional. Mulheres que apresentam baixo peso devem ter um ganho
ponderal de 12,5 a 18,0 kg; gestantes de peso adequado de 11,5 a 16,0 kg; mulheres com
sobrepeso de 7,0 a 11,0 kg; e gestantes obesas devem apresentar ganho menor ou igual a 7,0 kg
6,11,12
. Embora essas recomendações, estejam em vigor no País desde 2004, ainda são
consideradas insatisfatórias, e alvo de discussões na literatura, pois as populações dos estudos
nutricionais em mulheres grávidas realizado por Atalah e colaboradores eram americanas. Dessa
maneira, mais estudos são necessários para a proposição de uma curva de ganho de peso
adequada para a realidade da população brasileira13.
De acordo com os resultados da Tabela 2, de um total de 4.162 gestantes avaliadas nos
artigos, segundo o índice de massa corporal, e as determinações de ganho de peso do IOM-EUA,
determinou-se que 1.912 (45,9%) estavam inseridas na categoria de peso eutrófico. A maior parte
dos estudos evidenciaram à associação direta do estado nutricional das gestantes, adequado com,
desfechos positivos para o binômio mãe/filho15,16. O estado nutricional antropométrico materno
adequado como também ganho de peso a cada trimestre são fatores importantes para o bom
resultado da gravidez, bem como para a manutenção da saúde no decorrer dos anos, tanto para
mãe quanto para o concepto16,17. Os parâmetros adotados para a vigilância nutricional
antropométrica em gestantes são: IMC < 18,4 (Baixo peso), 18,5-24,9 (Eutrofico), 25-29,9
(Sobrepeso) e ≥ 30 (Obesa) e ganho de peso gestacional 18.
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Tamanho
Amostra
36
80
276
66
40
196
115
417
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Rio de Janeiro-RJ
Classificação Nutricional
Antropométrica
Sobrepeso
Obesidade
Totais
Baixo Peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Totais
n. 01
Seabra et.al
2006
local de estudo
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Durante muitos anos, vários métodos foram utilizados para avaliação nutricional das
gestantes, mas a cada método utilizado, se percebia situações que superestimavam os reais
resultados das avaliações nutricionais das gestantes e de outros grupos também19, 20. Na variável
baixo peso analisada nesse trabalho, os resultados apontam que, 611 gestantes (14,7%), estavam
com ganho ponderal insuficiente. É importante citar
que os fatores de risco pré-gestacionais como a idade, as condições de saúde gestacional e os
fatores gestacionais modificáveis a exemplo: baixas ingestões calóricas, exercício físico,
influenciam diretamente e igualmente para o risco de baixo peso materno. Ainda, sob avaliação
das pesquisas, os resultados denotam que um total de 924 (22, 2%) mulheres, apresentavam
sobrepeso, e 715 gestantes (17,2%), foram classificadas como obesas. O sobrepeso e a obesidade
gestacional estão diretamente associados as complicações infecciosas no pós-parto, e
intercorrências gestacionais que aumentam a necessidade de intervenções obstétricas. Salientase, neste estudo, uma observação de maior chance de hipertensão gestacional em obesas quando
comparadas aos grupos com sobrepeso e baixo peso19. É possível, que para o ganho de peso
excessivo e os fatores pré-gestacionais contribuam para complicações gravídicas,
substancialmente mais do que as condições de saúde gestacional e os fatores gestacionais
modificáveis 21,22.
Segundo resultados obtidos com as leituras, aproximadamente 1.639 gestantes (39,4%),
corresponderam a pacientes com sobrepeso ou obesas, Gráfico 1. Os estudos brasileiros
apresentam uma significante prevalência do excesso de peso entre as gestantes brasileiras, porem
apresentam variações nos percentuais a cada região avaliada, sendo evidenciados através dos
resultados realizados no Pais. O ganho de peso excessivo durante a gestação pode ocasionar a
retenção de peso no pós-parto, favorecendo a obesidade materna, que pode posteriormente pode
ser agravada por gestações subsequentes18, 23,24. Vários fatores podem interferir na evolução e no
prognóstico da gravidez, sendo um deles o estado nutricional materno, colocando em ênfase a
abordagem de realizar-se estudos com o tema “nutrição” entre as gestantes em virtude dos riscos
que a inadequação da mesma pode gerar ao binômio25,26. Ressalva-se que, não apenas o excesso
de peso pode acarretar desfechos maternos e perinatais indesejáveis, como também o baixo peso
da mãe, pode determinar riscos e aumento da morbimortalidade neonatal27.
A seleção de um método de avaliação nutricional na gestação é alvo de amplas discussões
na literatura e nos órgãos responsáveis pelo monitoramento nutricional nos serviços de saúde no
Brasil. O ganho ponderal gestacional é um indicante antropométrico amplamente utilizado, tanto
nos serviços de saúde quanto em pesquisas de avaliação da saúde materno-fetal.
A explanação dos resultados, de forma concluinte, das pesquisas aqui relacionadas, ao
ganho de peso na gestação devem levar em consideração a precisão de um método empregado
para o cálculo da idade gestacional, a forma de obtenção do peso pré-gestacional e a inclusão ou
não do peso fetal, como componente do ganho de peso materno. O método proposto por Atalah et
al., vem sendo utilizado há mais de 10 anos no Brasil conforme preconiza o Ministério da Saúde.
Porém, são poucos os estudos sobre avaliação nutricional para avaliar com precisão se o método
está adequado ao perfil das gestantes brasileiras.
SATISFAÇÃO DOS ENFERMEIROS QUANTO AOS ASPECTOS PROFISSIONAIS
SATISFACTION OF NURSES REGARDING ASPECTS PROFESSIONALS
Luana Lima de Oliveira¹v, Mylla Fabiele Ferreira Sousa¹, Renata Alves Bandeira²; Ana Carolina Camargo
Rocha²; Ana Paula Faria Moraes²; Ronyere Olegário de Araujo²
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO: Introdução - Os enfermeiros, no seu ambiente de trabalho, realizam tarefas
desgastantes e exaustivas, as quais são desenvolvidas a partir de uma relação intensiva e
interpessoal com o paciente. Se por algum motivo este trabalhador não estiver satisfeito na
instituição em que trabalha e com a profissão em si, o ato do cuidar e prestar assistência ao paciente
poderá se comprometer, causando assim baixa qualidade na prestação do serviço. Objetivo Reunir e sintetizar publicações e posteriormente realizar uma revisão sistemática de literatura
visando identificar os fatores que mais influenciam na satisfação e insatisfação profissional dos
247
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n. 01
desfechos associados à gestação. Rev. Bras. Ginecol
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nutricional no pré-natal em sete unidades de saúde da
família do Município do Rio de Janeiro. Rev. Ciênc. saúde
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20 - Nomura RMY, Paiva LV, Nunes Costa V, Liao
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crescimento fetal, em gestações de risco. Rev. Bras.
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gestação em um serviço público de pré-natal de baixo risco.
Rev.Bras Epidemiol. 2007;10(1):99-108.
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, com o processo de globalização estão ocorrendo transformações
econômicas e sociais e isso tem alterado a relação entre o homem e o seu trabalho. O mercado de
trabalho exige dos profissionais melhor produtividade, com economia de produção e com o objetivo
de obter melhores produtos no cenário capitalista. Com relação a isto, observa-se um aumento dos
serviços e da carga horária de trabalho e uma diminuição da satisfação dos trabalhadores em
realizar as tarefas, o que pode refletir na qualidade de vida, interferindo no processo saúde/doença1.
O trabalho de enfermagem é diferenciado dos demais trabalhos porque é contínuo,
desgastante, exaustivo e desenvolvido a partir de uma relação interpessoal muito próxima com o
paciente sob seus cuidados. E proporciona sentimentos como alegria, satisfação e prazer aos
trabalhadores, sem os quais seria praticamente impossível o exercício da profissão2.
Para trabalhadores da saúde, em consequência do tipo de trabalho realizado, o assunto
qualidade toma um conceito diferente de outros setores que abrangem a produção de bens e
serviços, pois é de extrema importância uma assistência que tenha um olhar holístico em todo o
paciente, a fim de executar os cuidados com excelência para que o paciente/cliente e sua família
fiquem satisfeitos3.
A satisfação profissional é relevante aos gestores que devem ter um olhar diferenciado para
esta questão por inúmeros motivos: profissionais insatisfeitos são mais faltosos, apresentam uma
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n. 01
ABSTRACT: Introduction - Nurses in their workplace perform stressful and exhausting tasks
developing intensive and interpersonal relationship with the patient. If, for some reason, the
employee is not satisfied in the institution where he works and with the profession itself, the act of to
provide patient care may be compromised, thus, causing poor quality in service delivery. Objective
- This study aims to gather and synthesize literature publications concerning the area and then to
identify the factors that most affect the nurses’ job satisfaction. Methodology - Ten selected
scientific articles were studied, using and operating the databases of Literature Latin American
Health Sciences (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), and Medical Literature
Analysis and Retrieval System Online (Medline). Results - The remuneration is considered the
biggest factor of nursing professionals' dissatisfaction. As a result of low wages, most nurses choose
to work in more than one job position. Working conditions also contribute to professionals’
dissatisfaction; and the most items included in this category are workload, lack of resources and
materials, and lack of infrastructure in their working institutions. However, satisfied and successful
professionals enjoy the labor, have good multiprofessional relationship, affinity with the
assistance/care provided to people/patients, addition to being well-paid. Conclusion - Based on the
analysis of different studies, it is concluded that nursing professionals are satisfied with their work in
the health/disease process because they enjoy the labor; however, the profession is seen as
challenging and full of mishaps.
Key-words: Nursing. Motivation. Job Satisfaction.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
enfermeiros. Metodologia - Realizou-se um estudo bibliográfico por meio da exploração das bases
de dados Literatura Latino-Americana de Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Eletronic Library
Online (Scielo) e Medline, com seleção de dez artigos científicos. Resultados - A remuneração é
considerada o maior fator de insatisfação dos profissionais enfermeiros. Em decorrência dos baixos
salários, a maioria dos profissionais de enfermagem optam por trabalhar em mais de um emprego.
As condições de trabalho também contribuem para insatisfação dos profissionais, e os itens mais
incluídos nessa categoria são: carga horária de trabalho, escassez de recursos e materiais e falta
de estrutura por parte das instituições. Entretanto, enfermeiros satisfeitos ou realizados
profissionalmente são os que gostam do que fazem, possuem bom relacionamento
multiprofissional, afinidade com a assistência/cuidado prestado a pessoas/pacientes, além de
serem bem remunerados. Conclusão - Através da análise dos estudos apresentados, conclui-se
que os profissionais de enfermagem estão satisfeitos com o trabalho que realizam no processo
saúde/doença, pois gostam do que fazem, entretanto, a profissão é tida como desafiadora e cheia
de percalços.
Palavras chave: Enfermagem. Motivação. Satisfação no Trabalho.
e da situação, e ao passar do tempo pode ser influenciada por agentes internos e externos do
ambiente de trabalho e que podem afetar os profissionais em seu bem-estar físico e emocional,
repercutindo sobre a vida, as instituições e nos cuidados ao paciente2.
Posto isto, o objetivo do estudo é realizar uma revisão sistemática de literatura visando
identificar os fatores que mais influenciam na satisfação e insatisfação profissional dos enfermeiros.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma revisão sistemática de literatura que obedeceu às seguintes etapas:
definição do tema, seleção de descritores, definição dos critérios de inclusão e exclusão,
levantamento do material bibliográfico, organização das informações e análise e discussão dos
dados obtidos.
O estudo visou reunir e sintetizar publicações e posteriormente avaliar quais os fatores que
mais influenciam na satisfação e insatisfação dos enfermeiros. A pesquisa bibliográfica foi realizada
entre setembro de 2014 e maio de 2015 através da exploração das bases de dados Literatura
Latino-Americana de Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e
Medline. Utilizaram-se os seguintes descritores: “Enfermeiros”, “Motivação”, “Satisfação no
Trabalho”.
Para refinamento da pesquisa, os seguintes critérios de inclusão foram estabelecidos:
artigos que descrevessem a satisfação e insatisfação profissional dos enfermeiros; disponíveis na
íntegra; publicados em português, publicados entre os anos de 2005 e 2014. E como critérios de
exclusão: artigos indisponíveis gratuitamente. Os dados foram analisados, apresentados e
discutidos de forma descritiva.
Esta revisão assegura ainda os aspectos éticos, garantindo a autoria dos artigos
pesquisados, utilizando para citações e referências dos autores.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a busca nas bases de dados utilizadas, foram encontradas 157 publicações. Seguindo
os critérios de inclusão e exclusão, o refinamento das referências gerou a amostra desta revisão,
que totalizou em 10 artigos.
Para tanto os resultados foram apresentados de forma descritiva e agrupados em duas
categorias: fatores de insatisfação e fatores de satisfação (Quadro ‘1 ).
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tendência maior a pedir demissão, com reflexo de alta rotatividade. O bem estar profissional pode
ser visto como a conquista de metas, bens e probabilidades de crescimento profissional, assim a
ausência de motivação deve ser pensada como um obstáculo, visto que esta está ligada à
satisfação4.
É importante lembrar que embutidos na satisfação estão fatores que ajudam a estimular os
trabalhadores, como: instalações apropriadas, benefícios extras oferecidos pela empresa, formação
continuada, plano de carreira, segurança, bons salários e relacionamento interpessoal. Esse
conjunto de fatores estimula os funcionários a exercerem melhor e com mais qualidade suas
funções5.
Por outro lado, a insatisfação pode trazer vários elementos desfavoráveis que influenciam
na qualidade dos serviços e também na qualidade de vida dos profissionais, como: salários
inadequados ao cargo de atuação, ausência de benefícios e privação de crescimento na carreira6.
Conhecer a satisfação dos enfermeiros em relação a sua profissão e aspectos financeiros
pode ajudar como estratégia aos gestores para incentivar e melhorar a atuação de qualidade
durante a jornada de trabalho, levando em consideração a influência que essa satisfação exerce
sobre a assistência prestada à população7.
Sendo assim, a satisfação no trabalho é um acontecimento complexo e de difícil explicação,
pois é um estado subjetivo que apresenta variações que dependem do indivíduo
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Em relação ao fator remuneração os estudos 4, 6, 7, 8, 9, (Quadro 1) evidenciaram que a
maioria dos profissionais entrevistados encontram-se insatisfeitos com seu salário. A baixa
remuneração foi vista como um fator de insatisfação por 73,53% dos profissionais do estudo 4
(Quadro 1) e por 70,8% do estudo 6 (Quadro 1)8, 9, 10, 11, 12.
Já no estudo 7 (Quadro 1) um dos entrevistados descreveu o seguinte: “A minha
insatisfação está em acreditar que eu não ganho o suficiente para o papel que desempenho, poderia
ser um salário melhor”10. Em concordância com a afirmação, os estudos 8 e 9 (Quadro 1) apontaram
a remuneração como o primeiro item de relevância para a insatisfação profissional, o primeiro com
um escore médio de 2,3, que variou de 1 a 6 na escala, e o segundo com uma media de 2,27 de
uma variação que foi de 1 a 7, levando em consideração que o que mais se aproxima de 1 recorre
como insatisfação e próximo de 6 e 7 analisa-se como satisfeitos10, 11, 12.
Seguindo a mesma proposta o estudo 1 (Quadro 1), entrevistou 52 profissionais, dos quais
(44),
84,6%
julgam
estar
insatisfeitos com seu salário13. QUADRO 1. Fatores que mais influenciam na satisfação e
insatisfação profissional dos enfermeiros.
Porém entre as resposta às
Fatores de Insatisfação
Fatores de Satisfação
questões abertas foi percebido o
Baixa Remuneração
Realização Profissional
seguinte: 30,7%, (16) pesquisados
Condições de Trabalho
Bom Relacionamento
relacionaram a remuneração com a
Multiprofissional
motivação, e justificaram que ela
Carga Horária
Autonomia
melhora a qualidade de vida e
Escassez de Recursos e
Status Profissional
aumenta
consequentemente
a
Materiais
qualidade do serviço prestado.
Estrutura Físicas precárias
Segurança
Hierarquia
Qualidade de Vida no
Quando
perguntado
se
a
Trabalho
remuneração é o único fator
motivacional:
38,4%,
(20)
pesquisados consideraram como fator motivador, porém destacaram que este não é o único fator
para se exercer com afinco a profissão. E por último quando perguntados se a remuneração
influencia na motivação no trabalho: 15,3%, (08) respondentes disseram que o salário não interfere
na motivação13.
Pensando nisso os resultados encontrados no estudo 1 (Quadro 1), evidenciam que
enquanto existem pessoas que se motivam pelo sucesso financeiro, outras se sentem felizes
fazendo o que gostam, desde que isso lhe dê retorno financeiro para sua sobrevivência13.
Portanto, percebe-se que o salário é considerado o maior fator de insatisfação dos
profissionais enfermeiros, pelo fato de que na maioria das vezes apresentam-se incompatíveis com
as funções desempenhadas, mas também por não atender e não se adequar à realidade capitalista
dos dias atuais5, 8, 13. A remuneração é vista como fator extrínseco para satisfação no trabalho, já
que a grande maioria dos enfermeiros a julgam como injusta14.
O salário é uma das principais razões que leva uma pessoa a procurar um emprego e ter
uma profissão, pois os benefícios e o dinheiro são de fundamental importância para que os
indivíduos atinjam suas metas pessoais e também suas necessidades básicas e de sua família.
Além disso, a maioria dos assalariados almejam sistemas de pagamento mais justos, que atendam
suas expectativas e/ou que o serviço executado tenha uma retribuição conforme a complexidade
e/ou de acordo com as demandas do cargo, a fim de que os empregados sintam-se satisfeitos e
motivados3.
Além disso, o estudo 9 (Quadro 1) evidencia que em decorrência dos baixos salários, a
maioria dos profissionais de enfermagem optam por trabalhar em mais de um emprego, o que os
leva a ficarem mais tempo no âmbito hospitalar. Isso provoca um maior período de exposição aos
perigos presentes nesses lugares, podendo prejudicar a qualidade de vida no trabalho12.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Outro fator relevante para insatisfação é a diminuição de tempo para outros tipos de
atividades, como lazer, passar o tempo com a família, que são extremamente indispensáveis para
a conservação da saúde física, mental e espiritual dos profissionais12, 10.
As condições de trabalho também contribuem para a insatisfação dos profissionais, obtendo
um escore de 71 pontos em uma escala que varia de 38 a 180 ficando na terceira posição 13. Esta
também aparece entre os descontentamentos da maioria dos enfermeiros pesquisados pelos
estudos 2, 3, 5 e 7, (Quadro 1) que mostram que os itens mais inclusos nessa categoria são: carga
horária de trabalho, escassez de recursos e materiais e falta de estrutura por parte das instituições14,
15, 16, 10
.
Desse modo as condições de trabalho referem-se à falta e a precariedade de recursos de
materiais, jornada de trabalho excessiva e estruturas físicas de péssima qualidade10. Isso provoca
diretamente uma queda da qualidade da assistência prestada ao paciente, além de exigir mais
energia tanto física quanto mental à medida que não se consegue solucionar os problemas do
cliente e suas próprias necessidades em referência à qualidade da assistência oferecida, além
disso, uma jornada de trabalho muito longa limita o convívio com a família, que junto com os outros
dois fatores gera uma consequente insatisfação profissional13, 16, 17.
Por outro lado, os estudos 4 e 5 (Quadro 1) salientam que a hierarquia encontrada no
trabalho pode ser geradora de desentendimentos por parte dos membros das equipes e se os
profissionais não estiverem satisfeitos com seu emprego, com sua função ou não se sentirem
confortáveis no ambiente de trabalho, esses podem ser fatores geradores de um desempenho
profissional de baixa qualidade prejudicando e inclusive causando a evasão8, 16.
É de grande importância para a realidade do Brasil, reconhecer a inferência eminente de
que a carga horária está diretamente relacionada com a segurança dos clientes e que um quadro
de profissionais mais apropriados resulta em uma menor estadia no hospital17. Além disso, estudo
recente mostra que, os profissionais de enfermagem apresentam um maior número de faltas
correlacionadas às patologias originadas do cansaço físico e mental, pelas péssimas condições de
trabalho, o trabalho diário e a execução de suas atividades em ritmo acelerado18.
É visível que uma carga horária de trabalho maior, uma estrutura de trabalho inapropriada e
a falta de insumos e recursos interferem negativamente tanto na vida pessoal quanto na vida
profissional de cada trabalhador. Uma jornada extensa de trabalho impede que os indivíduos
desfrutem da vida e tenham novas experiências, visto que pessoas que possuem uma carga horária
de trabalho menor tendem a viver mais experiências positivas, sentimentos de prazer que
aumentam a qualidade de vida, consequentemente quando estão no trabalho tendem a produzir
mais e com menos risco de erros4, 15.
Outro fator que interfere é a precariedade da estrutura das instituições e a falta de materiais
que também predispõem os profissionais à insatisfação, refletindo diretamente na qualidade dos
atendimentos, pois os profissionais de enfermagem na maioria das vezes exercem suas funções
em condições insalubres, com um déficit de recurso e materiais que é extremamente necessário
para se prestar uma assistência de qualidade. Investimento para melhorar essas condições é sem
duvida umas das primeiras iniciativas a serem tomadas para recuperar a motivação e oferecer
condições dignas e justas para o desempenho de suas funções14.
A qualidade de vida no trabalho envolve muitas variáveis e subjetividades que dificultam o
estabelecimento exato dos determinantes para a sua obtenção e manutenção, todavia conforme
vários autores, fatores ambientais, estilo de vida, aspectos cognitivos, sociais e organizacionais
devem ser considerados na obtenção da qualidade de vida, o que está totalmente ligado à qualidade
de vida das pessoas no trabalho pela influência que uma área da vida exerce sobre a outra19.
Quando falamos em satisfação no desenvolvimento de atividades de trabalho, as condições
do local de atividades, salário, relações familiares, disposição, estado de saúde, longevidade, lazer,
prazer, hereditariedade, estilo de vida e até espiritualidade exercem muitas vezes papel importante
para satisfação pessoal do trabalhador20.
REFERÊNCIAS
1
Silva RMS. Satisfação profissional dos enfermeiros de 13
um hospital universitário no trabalho noturno. Universidade
Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS, Brasil 2008.
Batista AAV, Vieira MJ, Cardoso NCS, Carvalho
GRP. Fatores de motivação e insatisfação no trabalho do
enfermeiro. Revista da Escola de Enfermagem da USP
2005.
252
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Outros elementos importantes para satisfação são: a realização profissional (gostar do que
faz) e o bom relacionamento multiprofissional. Estes fatores são descritos como os mais importantes
para o bem – estar no trabalho pelos estudos pesquisados 1, 2, 6, 7 (Quadro 1)13, 14, 9, 10.
Diante disto vemos que a realização profissional, é um dos maiores fatores de satisfação
para os enfermeiros. Observando que o trabalho preenche uma área primordial na vida humana,
assim como educação, moradia e alimentação, este é uma necessidade básica do ser, sendo de
suma importância para se construir uma vida com qualidade15. O trabalho remete à busca da
realização pessoal e profissional, pois é por meio da atividade laboral que o homem relaciona-se
com a sociedade, visto que também é entendido como parte integrante da vida do ser humano14.
Emery e Trist, citados pelo estudo 6 (Quadro 1), mencionam em seus estudos que o trabalho
deve apresentar primordialmente seis características, sendo elas: variedade e desafio;
aprendizagem contínua; margem de manobra e autonomia; reconhecimento e apoio; uma
contribuição social que faça sentido e um futuro desejável9.
Isto vem nos mostrar que um trabalho que tem essência, é aquele que é fonte de
conhecimento dos vínculos humanos, cuja característica seja de proporcionar o trabalho em equipe
e prestar serviços aos outros, estabelecendo relação do tipo assistente – paciente8. Este resultado
indica o efeito positivo do trabalho em equipe, que quando é realizado de forma colaborativa visando
os mesmo propósitos aumenta o êxito da assistência e consequentemente contribui para a
satisfação no trabalho21.
Além do mais, uma organização que se preocupa e tem ações voltadas à qualidade de vida
de seus funcionários passará confiança a estes, pois são organizações que se preocupam com o
bem-estar, satisfação segurança, saúde e a motivação dos seus colaboradores18.
É importante que as organizações disponham para seus trabalhadores um ambiente de
trabalho confortável e seguro onde possam realizar suas atividades. Para que o bem-estar seja
gerado no ambiente de trabalho é relevante também que as organizações realizem atividades em
que as pessoas possam interagir de forma descontraída, pois, uma organização com funcionários
satisfeitos tende a ter maior produtividade22.
Desse modo, a qualidade de vida no trabalho é considerada um fator importante, pois tem
como objetivo fazer com que os funcionários sintam-se satisfeitos e que o ambiente de trabalho
gere bem-estar facilitando as atividades a serem realizadas. Deste modo ganha o trabalhador
satisfeito, o contratante de serviços e consequentemente os clientes/pacientes24.
Ao realizar a análise dos dez estudos, notamos que a satisfação no trabalho é uma avaliação
subjetiva realizada de forma individual por cada trabalhador. Refere-se a uma avaliação dinâmica,
ou seja, o nível de insatisfação ou satisfação pode variar de acordo com as condições de trabalho
oferecidas. O estudo mostrou que a dualidade satisfação e insatisfação no trabalho não ocorrem
isoladamente, apesar de se encontrarem em polos diferentes, são influenciadas por experiências
positivas e negativas. A ambiguidade encontrada nessa dualidade faz parte de um mesmo
fenômeno, onde a presença ou ausência de determinado fator é o responsável por gerar a
satisfação ou insatisfação no trabalho.
Indo de encontro com os resultados dessa pesquisa, chegou-se a conclusão de que no fator
satisfação, a maioria dos enfermeiros sente-se satisfeitos em fazer o que gostam, desde que o
empregador ofereça condições de trabalho adequadas. Já no fator insatisfação a remuneração foi
apontada como a principal causa de descontentamento por parte dos enfermeiros citadas pelos
estudos.
SAÚDE NA CULTURA KARAJÁ
HEALTH KARAJÁ CULTURE
Patrícia de Souza e Sousa¹; Adriano Castorino²; Valdir Francisco Odorizzi²; Flavio Dias Silva²; Obede
Rodrigues Ferreira²; Asterio Souza Magalhães Filho²
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- Acadêmico ITPAC Porto Nacional
ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes
RESUMO - Introdução: A Constituição Federal brasileira diz que “A saúde é direito de todos e
dever do estado”, significa dizer que os mais diversos povos indígenas têm direito, conforme a
mesma lei constitucional, uma saúde integral e nos seus próprios termos. Por isso, o componente
odontológico deve fazer parte do rol de atendimento garantido aos indígenas. Todavia, o
conhecimento científico da odontologia ocidentalizada e os saberes indígenas pode ser um entrave
nessa efetivação do direito à saúde bucal. Por isso, este trabalho visa conhecer a noção de saúde,
de cura no saber Karajá, povo INY que vive na ilha do Bananal. Objetivo: Este artigo de revisão
de literatura deseja compreender como se dá a significação de elementos de saúde no Povo
Karajá. Metodologia: Este trabalho é um estudo dirigido sobre as bases antropológicas da
cosmologia INY. É uma pesquisa, sobretudo bibliográfica, será listado e revisado a noção Karajá de
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
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Keywords: Anthropology. Indigenous health. Anthropological dentistry.
1. Introdução
A existência humana manifesta-se essencialmente como valores e significados de povos,
coisas e relações. É importante que profissionais da saúde compreendam as singularidades
culturais e sociais do homem para que possam trabalhar com respeito as diferenças. Neste
trabalho, a decisão de compreender como é o uso dos dentes para o Povo Karajá pressupõem que
as formas de existência desse povo prescindem de sistemas autorregulados. Para isso, esse
trabalho parte de uma pesquisa sobre a cultura Karajá. Essa pesquisa é essencialmente itinerário
de leituras.
Inicialmente este trabalho tinha uma previsão de fazer um percurso etnográfico para
conhecer como seriam as relações sociais de saúde envolvendo a boca, a saúde bucal e os dentes.
Não foi possível esse itinerário por uma série de razões, entre as quais a própria noção de que na
formação estudantil nas áreas de saúde a vivência antropológica não é tão necessária.
Superada essa limitação, aprofundei-me um pouco mais na leitura dos conceitos para que eu própria
entendesse melhor da temática. Por essa razão, sobretudo, utilizarei muito o texto de André Toral
(1992) que faz um apanhado mais denso da cultura Karajá.
Na seção de Metodologias se explicará melhor os procedimentos de processamento das
categorias de análise. Agora, portanto, cumpre dizer que a cultura Karajá, ou também cultura Iny, é
um mosaico de significados que perpassa por muitas áreas da expressão humana. Por isso, um
trabalho que vise, ao menos, entender um pouco dessa complexidade já é um imenso avanço.
Ainda mais se esse entendimento for atrelado a um objetivo de garantir para esse povo mais
possibilidades de acesso aos serviços de saúde.
Além disso, é importante ressaltar que o interesse por esse povo se deu em face de que
habitam o estado do Tocantins e também é nesse estado que o Curso de Odontologia da
FAPAC/ITPAC Porto Nacional se insere. É uma forma de explicitar o interesse tanto do curso quanto
meu de tentar contribuir com uma prática odontológica mais humana e mais comprometida com a
diversidade.
Este trabalho tem algumas partes. Uma explica um pouco a metodologia, a outra os
conceitos e última faz um balanço pessoal da experiência de lidar com essa temática. Em todas,
adoto a primeira pessoa do singular para relatar porque é nesta perspectiva que escrevo e leio
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ABSTRACT - Introduction: As the Brazilian Federal Constitution says “Health is everyone’s right
and duty of the state” means that the various indigenous peoples have the right, according to the
same constitutional law, a comprehensive health and on their own terms. Therefore, the dental
component should be part of the guaranteed service list to the Indians. However, scientific knowledge
of dentistry Westernized and indigenous knowledge can be an obstacle in this realization of the right
to oral health. Therefore, this study aims to understand the nuances of the dentition, oral health, the
role of teeth involved in the know Karajá INY people who live on the island of Bananal. Objective:
To understand how is the significance of dental elements for the Karajá. Methodology: This study
is a study conducted on the basis of anthropological INY cosmology. It is a research, especially
literature, it will be listed and reviewed the Karajá notion of health and within this the health of the
mouth and its cultural implications. Result and Discussion: Know how INY culture is the mouth.
Conclusion: Understanding how this culture under the teeth are developed and as a dental
operation would be possible at the same time guaranteeing health under the federal constitution
and respect the Karajá perspective.
n. 01
Palavras-chaves: Antropologia. Saúde indígena. Odontologia antropológica.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
saúde. Resultado e Discussão: Ampliação do aprendizado do aluno, compreensão de outras
visões culturais, o que gerou respeito às diferenças étnicas, tornando o aluno pesquisador mais
comprometido com os direitos humanos. Conclusão: Ampla análise da cultura INY de como
representam a noção de saúde e doença.
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2. Metodologia
A premissa inicial desse trabalho era a minha própria compreensão, como estudante e, a
partir disso, como profissional da odontologia. O meu orientador disse ainda no início de minhas
leituras que nosso trabalho seria balizado por minhas próprias descobertas. Isso significa dizer que
eu precisava relatar no meu TCC um pouco de minhas experiências com a temática INY.
Partindo dessa premissa, fui ler os textos. A biblioteca digital Karajá, hospedada no site do
Núcleo de Estudos Indígenas – NEAI da UFT (http://www.uft.edu.br/neai/?p=438) me ajudou muito
nesses estudos.
Em especial porque há um mergulho na cultura. Todavia, é uma leitura ainda difícil para
mim, compreendo ainda muito pouco, sobretudo porque na nossa área esse conhecimento não é o
alvo principal. A gente parte, aqui na Faculdade de Odontologia, de um pressuposto que a nossa
prática é compreendida como uma coisa simples. Mas não é. A noção de saúde, "saúde é o
completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença”, foco maior
dessa pesquisa é muito diferente e envolvem tantas coisas, tantas variáveis que não dá nem
para dizer o mesmo conceito de doença e nem o mesmo de cura.
Depois dessas leituras, passei a fazer um diário de campo com os conceitos que eu ia
lendo e com os quais ia conversando com o orientador. Um dos conceitos que mais tenho
dificuldade de entender é a noção de cosmologia. Ainda vai demorar um pouco para eu
compreender.
Além das leituras mais relativas ao Povo Karajá, li também o artigo “Odontologia na aldeia:
a saúde bucal indígena numa perspectiva antropológica” de MACHADO JR, Et al., sobre a noção
de antropologia odontológica, de odontologia na aldeia. Não avancei muito nesses temas porque
fugiria do foco principal e levaria o estudo mais voltado à antropologia que saúde, o interesse mesmo
era apenas uma compreensão mais geral do assunto.
Por isso, organizei o trabalho numa concepção de conhecimento que não fosse tão
mecanicista como é nas ciências da saúde. Isso foi um desafio. Por isso, tive de ler um texto de
Boaventura de Sousa Santos (2007). No texto, o conceito de conhecimento é apresentado como
ecologia de saberes. Isso quer dizer que o conhecimento ocidental é estratificado e disjuntivo.
Foi bom ler esse texto e perceber como as ciências da saúde, por exemplo, separam as coisas
como se a gente pudesse conhecer as partes e disso soubesse como se compreende a soma
dessas partes. Lembrei das aulas de anatomia.
Também li alguns documentos oficiais sobre saúde indígena e pude perceber como é
ter uma política de atendimento específico, aliás esse tema é o TCC de meu colega Divino, também
sob os cuidados de meu orientador. Nesse trabalho não posso dizer, por tanto, que se aplica
um critério de revisão de literatura porque o alvo deste esforço foi o meu próprio entendimento. Além
disso, nas ciências sociais, como diz Santos (2007) não há como pesquisar sem ler e fazer um
apanhado de alguns conceitos que nos possa ajudar a entender o que queremos saber.
No que se refere ao eixo de sustentação desse trabalho, busco amparo no texto de André
Toral (1992). A pesquisa etnográfica desse autor é um dos pilares para compreensão dos sistemas
de significado atribuídos ao corpo, ao sentido de doença e de cura. Nesse mesmo sentido, o texto
de Eduardo Nunes (2010) me ajudou muito a compreender como os Karajá percebem a experiência
de conhecer, de se relacionar com o mundo.
Como parte do trabalho de pesquisa havia as discussões do que ia sendo lido. Isso era
necessário para que eu fosse me organizando mentalmente diante do que lia. Pela complexidade
conceitual que envolve essa temática não pode apenas fazer uma leitura que critérios de inclusão
de descritores, por exemplo. Porque não é um simples descritor, ou tantos artigos sobre o tema.
Não. Esse tema exige uma orientação, um rumo para que a gente possa ir compreendendo. Essa
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além de que aprendi que nas ciências sociais é muito importante a minha percepção como parte
da minha atuação científica.
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3. Resusltado e Discussão
Partindo de uma lógica em que um paciente indígena traz consigo sua interpretação do
mundo ao seu redor, da vida e da morte, das causas espirituais da doença, da cura e, seguramente,
um conceito de seu próprio “sistema de saúde” cultural, começo essa parte do trabalho falando um
pouco dos Karajá. Não posso deixar de frisar que o distanciamento entre a odontologia
ocidentalizada, que praticamos tanto na faculdade quanto nos consultórios, e os saberes tradicionais
dos índios pode causar prejuízos à saúde bucal.
Linguisticamente o idioma Karajá era tido como “isolado” até bem pouco tempo atrás, só
recentemente a família linguística Karajá foi considerada como definitivamente ligada ao tronco
Macro-Jê. Genericamente associados aos Jê, em boa parte pela origem linguística comum, os
Karajá, onde são melhor conhecidos, são vistos como seus “primos longínquos”. Os Karajá chamam
os Javaé de ixyju, que significa “índio bravo, aguerrido”. Os Javaé referem-se aos Karajá como
Berohoky mahãdu, “o pessoal do rio grande”. Tanto os Javaé como os Karajá referem-se a si
mesmos como “nós todos”, INY, inyboho, simplesmente (PORTELA, 2006).
A base de sua subsistência, a exploração dos recursos do rio, torna se particularmente
intensa durante o verão, restringindo-se durante a estação das chuvas, com o aumento da
quantidade e opacidade da água. Nessa estação buscam a proximidade de suas roças, nas
“barreiras”, junto aos terrenos mais altos, nos sopés dos raros morrotes e áreas não inundáveis.
Suas aldeias localizam-se, em geral, próximas às lagoas e/ou barras dos tributários do
Araguaia, os quais são percorridos na época seca, em excursões combinadas de pesca, coleta e
caça, pela ordem de importância desempenhada por essas atividades na sua subsistência. Uma
outra fonte de renda atual são os artesanatos vendidos aos turistas (TORAL,1992).
Os Karajá estão nas margens do rio Araguaia há pelo menos quatro séculos. As primeiras
informações sobre a localização do grupo, que datam do final do século XVI, caracteriza-os como
habitantes do baixo e médio curso desse rio. Ou seja, os Karajá nunca se afastaram daquilo que
consideram seu território tradicional, mesmo depois da ocupação de uma boa parte dele pelos
brasileiros. Ao contrário: a fundação de núcleos pioneiros no alto Araguaia serviu como um fator a
mais para o estabelecimento de aldeias nessa região. Alguns grupos locais, numericamente
insignificantes, viviam no baixo curso de alguns de seus afluentes (LIMA FILHO, 2012).
Para Nunes (2010) na cultura INY, os corpos-pessoas não nascem nem prontos, nem
mesmo humanos: é necessário que se os construa, desde dentro da barriga. E, importante, isso se
faz por diversos processos, que vão desde a alimentação e “técnicas corporais” (como o uso de
certos adornos, escarificações e aplicação de substâncias geralmente vegetais) aos cuidados e
carinhos dos parentes. Os “corpos aqui”, em suma, “são feitos, não dados, e uma etnografia após a
outra tem mostrado como os corpos são construídos e transformados por meio do compartilhamento
de substâncias como os alimentos, as palavras e as doenças.
Além disso, reforça Nunes (2010), esses conceitos certamente não dão conta da forma do
conhecimento indígena, pois aqui não se trata de abstrair algo – uma atividade da (nossa) mente –
, mas sim de experimentar um ponto de vista – uma atividade do corpo (indígena), por isso, como
eu disse na introdução, aprender a saber é uma forma essencial de um profissional de saúde ter
uma convivência mínima com esse povo.
Para os Karajá a relação entre saúde e doença é estabelecida entre os hàri, que são
curadores, em termos que nós conhecemos, ou comumente chamados de Pajé. A esse respeito me
amparei no trabalho de Toral (1992) para compreender a noção de cura.
Como explica Toral (1992) os hàri são os que curam. Para entendermos esses
curandeiros, teríamos de compreender, como disse Nunes (2010) que o corpo não é dado, é
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
metodologia que eu escrevi aqui é justamente para dizer como é complicado usar os mesmos
critérios das ciências duras, ou desse conhecimento ocidental, como eu aprendi na Odontologia,
para estudar um tema mais complexo como este.
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construído. Por isso, diz Toral (1992) os rituais de cura são feitos em geral na casa do
paciente, em esteiras postas no lado de fora ou nos cômodos interiores. Os hàri podem tratar
simultaneamente de diversos pacientes, trazidos para um só local.
Toral (1992) relata que os tratamentos em geral são feitos depois que escurece,
prolongando-se noite adentro. Casos graves são tratados durante o dia, enquanto durarem os
períodos de crise no estado do paciente. Ainda em casos graves são comuns tratamentos conjuntos
feitos por dois ou três hàri. O autor explica que o hàri dispõe de um arsenal de técnicas de tratamento
que incluem massagens, fricções, sucções com a boca, aplicação de fumaça de tabaco ou
substâncias mágicas que variam conforme a missão a que se dedicam.
“Os tratamentos que testemunhei entre os Karajá e Javaé ocorreram por volta das nove
horas da noite, na frente da casa dos pacientes, diante de grande audiência composta por crianças
e curiosos das casas vizinhas. O clima de descontração da audiência contrasta com a
preocupação das famílias dos pacientes e com o tom dramático da conduta e dos cantos do xamã.
Este caminha dançando para frente e para trás, sempre olhando para o levante, progressivamente
transtornado, suando muito enquanto canta apresentando-se, dizendo-se um hàri benigno (das
profundezas ou celeste), e apresentando a entidade que o orienta e que o possuirá durante certos
momentos dessa noite de tratamentos” (TORAL, 1992. p. 226).
Toral (1992) também fala da relação entre a saúde tóri, saúde de branco, e saúde praticada
pelo hàri. É muito comum a Funai reclamar, assim como os demais agentes públicos, de
que o hàri pode decidir interromper o tratamento ou também pode pedir que os INY procurem a
saúde da cidade. Essa relação demonstra como é conflituosa essa conexão entre a noção de
doença, de cura entre esses dois modos de ver. Depois dessa imensa dificuldade de levar a
diante um tratamento por razões de perspectiva cultural, eu fiquei pensando que, assim como
explica Toral (1992), entender como os Karajá pensa é fundamental para que nosso trabalho
odontológico faça-se necessário. Isso é uma lição para mim. É preciso, portanto, para a odontologia
além de perceber que os indígenas precisam do tratamento, do cuidado odontológico, que
observem também que esse procedimento precisa ser feito sob a noção de mundo que compartilhe
com os indígenas aspectos de sua cultura.
Quando eu comecei a ler sobre esses conceitos para mim era ao mesmo tempo desafiador
e obscuro. Não entendia, eu própria, como a explicação dada por André Toral (1992) poderia ser
aceitável. Por isso que fui tendo dificuldades. Para os profissionais de saúde é difícil porque
achamos que somos necessários e pronto. Mas não é assim. Não pode ser assim. Vou continuar
essa discussão na seção seguinte.
As diferenças étnicas e culturais características dos povos indígenas brasileiros, assim
como o difícil acesso geográfico às comunidades, são consideradas dificuldades na atenção à saúde
desses povos. Mesmo com o aumento expressivo do número de dentistas atuantes na assistência
aos indígenas (ALVES FILHO, 2007, Brasil, 2009b) faz-se necessário uma ampliação de atenção a
saúde onde o respeito e compreensão aos costumes indígenas estejam incluso. No
entanto,Segundo Moimaz et al (2001), o indígena percebe naturalmente a importância da saúde
bucal e dos dentes na mastigação, na aparência e na higiene bucal, e a associa ao bom
desempenho das atividades cotidianas na aldeia, logo a forma como os índios Karajá dão
significado aos seus dentes não difere muito da forma que a nossa cultura o faz. Evidentemente,
senão para igualmente enaltecer o saber local propondo uma postura dialógica e simétrica na
relação odontólogo-indígena.
Sousa (2010) também assevera o cuidado humano com os dentes desde a antiguidade.
Ele atribui a invenção da versão moderna da escova de dente a William Addis, prisioneiro britânico
do século 18, mas relata também um protótipo chinês, feito de bambu em 1490, e um ramo de planta
achado numa tumba Egípcia de cinco mil anos com uma das extremidades desfiada à semelhança
de cerdas de uma escova de dente moderna. Também fala da recomendação de Maomé (570633) do uso de gravetos de madeira aromática para limpar e clarear os dentes, e de vários outros
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registros de uso como o da hortelã, cinza, areia e até urina como meios empregados por vários
povos na antiguidade, no cuidado com dentes e hálito.
Além desses esclarecimentos sobre os dentes, trago aqui uma experiência de um trabalho
feito para orientar como a odontologia deveria atuar em contexto indígena. Para Machado Jr. ET al.
(2012), um paciente indígena, seja de que povo for, traz consigo sua interpretação do mundo ao seu
redor, da vida e da morte, das causas espirituais da doença, da cura e, seguramente, um conceito
de seu próprio “sistema de saúde” cultural.
Continua o autor, quando, então, o profissional de saúde desenvolve seu trabalho tratando
do paciente indígena como se este fosse um paciente de um contexto urbano, o choque
ocorrerá, pois a relação profissional-paciente é outra e, devido à diversidade das culturas
envolvidas, é provável que ocorra minimamente: (1) Descrédito do indígena quanto ao tratamento
oferecido; (2) Não aceitação de um tratamento contínuo tido por “demorado” aos olhos do paciente
indígena por exigir vários retornos ao dentista; e/ou (3) Não desenvolvimento de novos hábitos
preventivos de saúde. Essas observações de Machador Jr. at all (2012) vão no mesmo sentido de
que fala Toral quando diz que os hàri podem interromper o tratamento de saúde prescrito pelos
brancos, porque as relações de significado são outras. Por isso, para uma profissional de saúde,
como agora me encontro, já no final de minha formação, é necessário, bastante necessário,
conhecer um mínimo que seja como se organiza essas sociedades para que eu não faça uma
intervenção que caia no descrédito, como disse o autor acima.Além do que já foi dito, tenho de frisar
também
que foi
criada a
Secretaria Especial
de
Saúde
Indígena
SESAI
(http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o- ministerio/principal/secretarias/secretaria-sesai).
Com essa secretaria há um objetivo de tornar a saúde indígena um tipo de serviço público
ofertado pelo estado brasileiro com finalidade específica. Aqui no Tocantins tem assistência
garantida aos povos indígenas, conforme consta do site da Sesai. Todavia, como venho defendendo
aqui, essa secretaria ainda é apenas uma possibilidade de atendimento, ainda se faz tão
necessário que o profissional, ele próprio, tenha junto ao conhecimento técnico um
conhecimento da cultura do povo para onde vai atender.
Num contexto mais amplo, eu pensei também que uma política dessas enfrenta muitas
dificuldades. Se é difícil a gente entender aqui na faculdade a importância de um conceito específico
de saúde, imagina criar uma secretaria, reservar dinheiro, contratar pessoas para atender. Nesse
trabalho pude tirar de meus olhos algumas vendas que me impediam de ver como a saúde indígena
precisa muito de uma compreensão que a veja como uma saúde específica e que tenha, por isso,
um atendimento específico.
Na cultura Karajá, como vi aqui nos textos que li, há desde uma visão indígena pura, própria
deles, e também há uma visão já construída a partir do contato com os não indígenas. Essa mistura
de sentidos pode ser um obstáculo para a gente compreender melhor a cultura INY e por isso ser
ainda mais difícil oferecer um atendimento. O que é possível eu entender por hora é que não há,
como percebi nas leituras, uma compartimentação de saúde bucal e saúde dos demais órgãos do
corpo humano.
Como não há essa compartimentação, percebo que é ainda mais difícil para eles
aceitarem nossas lógicas de dar diagnósticos separados. Na odontologia acadêmica, portanto,
científica e ocidental, sabe-se que esta área da saúde pressupõe uma divisão de competências e
diagnósticos. Numa outra oportunidade seria muito bom, por exemplo, fazer ume estudo sobre a
percepção dos indígenas em relação ao trabalho da odontologia. Infelizmente não foi possível fazer
a tão sonhada visita à aldeia no decorrer desse trabalho, porque primeiro precisávamos esperar a
autorização dos órgãos competente, como FUNAI/SESAI e lideranças dos chefes das aldeias para
nossa entrada. Precisava também conciliar os estágios práticos da clínica odontológica ITPAC,
da UBS em saúde comunidade, do estágio prático em odontologia Hospitalar, clínica de
pacientes especiais, clínica de Odontopediatria. Organizar um horário e datas que não prejudicasse
nenhuma dessas disciplinas que contém metas era muito improvável. A autorização para abonar ou
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ISBN 978-85-69629-06-1
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n. 01
5. Conclusão
A atenção à saúde indígena, que respeita os métodos de tratamentos tradicionais e a
diversidade cultural e social dos povos indígenas tem apresentado evoluções. Pois há um encontro
entre o anseio das comunidades indígenas e as expectativas de sucesso dos profissionais da área
da saúde e gestores. Assim, torna-se necessário que o cirurgião dentista adquira competência
cultural e transceda limites de um modelo assistencialista com foco no individuo, voltando o olhar
para o coletivo. Quando se pensa sobre a aplicabilidade de modelos eficientes de saúde num
contexto sociocultural indígena, percebe-se que a solução deve ir muito além da introdução urgente
de profissionais de saúde qualificados em suas especialidades nas aldeias.
Falando também sobre meu ponto de vista em relação ao que li e estudei para esse
trabalho, posso afirmar que tanto no ensino superior quanto na educação básica nem sempre são
ministradas aulas que ensine com excelência quem são os povos indígenas. O que é mais grave:
agora que somos profissionais da saúde podemos trabalhar em contextos indígenas; quilombolas;
comunidades rurais e pouco sabemos da realidade dessas culturas. Nossa formação apesar de ser
bem humanizada, valorizar o trabalho com a pluralidade étnica e cultural, nos ensinar o respeito às
diferenças, ainda tem quesitos a serem melhorados.
Foi uma oportunidade imensa poder ler esses autores aqui elencados. Faltou apenas
uma oportunidade maior de viabilizar uma visita na aldeia, pelos motivos já citados anteriormente,
mas de resto esse trabalho me ajudou a ver uma coisa que eu ignorava por completo, quando
compreendo o outro, eu me torno parte do outro, e nos tornamos todos um só, ou seja, INY.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
justificar as faltas não seria difícil, mas planejar novas datas para permitir o alcance das metas
perdidas seria inviável. Era necessário também, que para esse trabalho atingisse esse desejo
de ir à aldeia, patrocinadores da pesquisa. Aluguel de uma camionete traçada por no mínimo 03
dias, pois as estradas para chegar ao território da aldeia não passam carros pequenos; Petróleo
para o abastecimento; hospedagem próxima à aldeia e alimentação
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ABSTRACT - Currently one of the difficulties encountered by the dentist during service is the fear
and anxiety that some patients manifest in relation to the procedures that will take place during the
session. The case of pediatric patients, the perception of dental care is usually performed by
parents or guardians. Conscious sedation with the application of nitrous oxide gas (N2O) together
with oxygen has become an effective method to reduce the fear and anxiety of the patient at dental
treatment, improving their cooperation. For this reason, this literature review aims to evaluate the
indications and contraindications of nitrous oxide in child care. Nitrous oxide acts on the nervous
system mechanism of action has not been elucidated, promoting a slight depression of the cerebral
cortex, reassuring the patient during the service quickly and safely. For the professional to have
this resource should be properly trained, performing careful examination and paying attention to
the individual needs of each patient, their indications and contraindications.
Key - words: Fear, Anxiety, Nitrous Oxide.
1 INTRODUÇÃO
A odontologia hoje, é acessível a uma grande parte da população independentemente
das suas condições sociais, porém o medo da dor e a rejeição dificultam o atendimento
odontológico de qualidade¹.
O medo é parte do desenvolvimento infantil, em geral é transitório e não produz grandes
perturbações na vida diária da criança. Embora a capacidade de vivenciar o medo, seja uma
função biológica inata, respostas de medo a certos objetos e situações são em grande parte
adquiridas através da aprendizagem. A ansiedade, por outro lado é entendida como uma resposta
à situações nas quais a fonte de ameaça ao indivíduo não está bem definida, é ambígua ou não
está objetivamente presente².
Uma das dificuldades encontradas pelo cirurgião-dentista durante o atendimento
clínico, é o medo e a ansiedade que alguns pacientes manifestam em relação aos procedimentos
que terão curso durante a sessão. A importância da observação do componente emocional nos
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RESUMO - Atualmente uma das dificuldades encontradas pelo cirurgião-dentista durante o
atendimento é o medo e a ansiedade que alguns pacientes manifestam em relação aos
procedimentos que terão curso durante a sessão. Se tratando de pacientes infantis, a percepção
do atendimento odontológico geralmente é realizada pelos pais ou responsáveis. A sedação
consciente com a aplicação do gás óxido nitroso (N2O) em conjunto com oxigênio tornou-se um
método eficaz para diminuir o medo e ansiedade do paciente no tratamento odontológico,
melhorando sua cooperação. Por este motivo, a presente revisão de literatura tem como objetivo
avaliar as indicações e contra indicações do óxido nitroso no atendimento infantil. O óxido nitroso
atua no sistema nervoso com mecanismo de ação ainda não elucidado, promovendo uma leve
depressão do córtex cerebral, tranquilizando o paciente durante o atendimento de forma rápida e
segura. Para o profissional se dispor deste recurso deve ser adequadamente treinado, realizando
exame criterioso e atentando às necessidades individuais de cada paciente, suas indicações e
contra indicações.
Palavras – Chave: Medo, Ansiedade, Óxido Nitroso.
v. 02
Izabella Ferreira Neves¹; Mariana Vargas Lindemaier e Silva²; Cristiano da Silva Granadier²; Danilo Felix
Daud²; Flavio Dias Silva²; Ozenilde Alves Rocha Martins².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
n. 01
CONSCIOUS SEDATION WITH NITROUS OXIDE TREATMENT PEDIATRIC DENTISTRY:
LITERATURE REVIEW
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
SEDAÇÃO CONSCIENTE COM ÓXIDO NITROSO PARA TRATAMENTO
ODONTOPEDIÁTRICO: REVISÃO DE LITERATURA
2 OBJETIVOS
Estudar o uso da sedação consciente com óxido nitroso no tratamento
odontopediátrico através de uma revisão de literatura; Descrever as indicações específicas para o
uso adequado da sedação consciente com óxido nitroso; Abordar os benefícios do óxido nitroso
no tratamento odontológico; Descrever as vantagens e desvantagens da utilização dessa técnica.
3 RESULTADO E DISCUSSÃO
O tratamento odontológico é potencialmente ansiogênico para todos os envolvidos, do
ponto de vista do paciente, aspectos clínicos – em especial os invasivos, tais como a injeção da
anestesia – e os relacionados aos comportamentos do profissional podem gerar ansiedade e
resposta de esquiva ao paciente. Para o cirurgião-dentista, a necessidade de lidar com a
ansiedade do paciente, que requer muitas vezes estratégias diferenciadas de manejo do
comportamento, além de toda exigência pela perfeição técnica, atualização de conhecimentos
clínicos, pode tornar estressante sua rotina de trabalho. A situação segue na medida em que a
formação do profissional de odontologia seja deficiente na aquisição de conhecimentos
teóricos e práticos sobre a relação profissional-paciente e estratégias de manejo de
comportamento7.
A ansiedade é um estado emocional interno, não observável de grande importância no
processo cognitivo, uma auto descrição deste acontecimento subjetivo e individual pela própria
criança supriria valiosos dados inacessíveis em comparação com medidas técnicas mais
objetivas8.
Mastrantonio et al. (2004) afirmaram que, para um tratamento odontológico
adequado e seguro, é fundamental o controle do comportamento do paciente infantil, podendo ser
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pacientes submetidos ao tratamento odontológico surge como um diferencial clínico da mais alta
relevância. A interpretação cuidadosa do comportamento infantil auxilia o odontopediatra a utilizar
as técnicas que viabilizam e facilitam o comportamento da criança a agir com parceria
durante o tratamento odontológico. Assim, o atendimento odontológico infantil será facilitado
quanto maior o grau de conhecimento que o cirurgião-dentista possui em relação à ansiedade do
seu pequeno paciente³.
Na Odontologia existem diversas técnicas utilizadas para o controle e manejo da
ansiedade, medo e comportamento em pacientes infantil e/ou com necessidades especiais. Estes
métodos incluem modalidades do tipo psicológicas (não-farmacológicas) e farmacológicas.
Estratégias psicológicas incluem técnicas simples de relaxamento e comportamentais. Dentre os
métodos farmacológicos conhecidos para sedação consciente, os mais empregados em
odontologia são os que utilizam os benzodiazepínicos por via oral e a técnica inalatória
através da mistura de óxido nitroso (N2O) e oxigênio (O2)4.
A sedação consciente com óxido nitroso (N2O) em conjunto com o oxigênio, tornou-se
um método eficaz para diminuir o medo e ansiedade do paciente no tratamento odontológico,
melhorando sua cooperação. Administrada por meio de uma máscara nasal desenvolvida para
a odontologia, a combinação entre esses gases provocam uma leve e estável sedação no
paciente³. A aplicação da sedação consciente na odontologia gera bastante interesse aos
odontopediatra por se tratar de uma técnica segura e previsível5.
O óxido nitroso deve ser sempre associado ao oxigênio em dosagens pré- determinadas,
mantendo o paciente em estado sedativo, porém acordado e tranqüilo, conversando
normalmente com o profissional tornando-se cooperativo durante o tratamento, desta maneira a
sedação preserva a consciência do paciente e mantém intactos seus reflexos protetores, respira
voluntariamente e responde a estímulos físicos e a comandos verbais6.
O presente trabalho tem como objetivo discutir as indicações e contra- indicações,
vantagens e desvantagens da sedação consciente com óxido nitroso no tratamento odontológico.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
possível conduzir crianças apreensivas e medrosas sem o uso de medicação. Sendo necessário
que o profissional que atende crianças, conheça o desenvolvimento psicológico infantil e seu
contexto familiar, tendo o domínio das técnicas de manejo de comportamento. Citando as mais
eficazes como a falar-mostrar-fazer, reforço positivo, controle de voz, distração, comunicação
não- verbal, contensão física e técnica da mão-sobre-a-boca9.
Segundo Ferreira et al. (2009), é comum na prática
da clínica odontológica
infantil, manifestações de medo e ansiedade do paciente, que quando não controladas pelo
cirurgião-dentista podem causar danos aos mecanismos emocionais da criança e
comprometimento no atendimento.
As técnicas não farmacológicas de controle do
comportamento são as mais usadas em odontopediatria como: comunicação verbal, dizer-mostrarfazer, controle de voz, comunicação não verbal, reforço positivo, distração, presença ou ausência
dos pais e contenção física10.
Singh et al. (2000), avaliaram o medo, a ansiedade e controle ao tratamento
odontológico. Foram selecionadas 364 crianças da faixa etária de 7 a 13 anos, três questionários
com questões de múltiplas escolhas foram aplicados em grupos de 10 crianças. O primeiro
questionário destinou-se a avaliação do medo ao tratamento odontológico e outras situações, o
segundo questionário contendo 20 itens sobre as situações potencialmente produtoras de
ansiedade, e terceiro questionário contendo 40 itens sendo 20 relacionados ao controle percebido
e 20 ao controle desejado. Se tratando do medo e ansiedade a média dos escolares foi mais
elevada para o sexo feminino em relação ao masculino, à idade das crianças de faixa de 11
a 13 anos mostraram mais temerosas que as de 7 a 9 anos. No geral os dados indicaram que
valores mais altos de medo, nas crianças que antes receberam anestesia mostraram-se mais
temerosas do que as que não foram submetidas, o que permite inferir que o medo pode estar
relacionado a esse procedimento12.
Arnez et al. (2011), afirmaram que, no consultório odontológico os cirurgiões-dentistas se
deparam com pacientes que apresentam certo grau de ansiedade e medo, consequentemente com
a saúde oral prejudicada, torna se indicado a esses pacientes o tratamento associado à sedação
consciente que deve ser utilizada para procedimentos odontológicos específicos e situações em
que o paciente se beneficie da sedação consciente como método farmacológico de
abordagem no controle da ansiedade, da dor e do medo4. Analisando funcionalmente a atuação
do odontopediatra, Morais et al. (2004) acompanharam o tratamento odontológico de 3 crianças
do gênero masculino não – colaboradoras (P1, P2 e P3) com idade de 4 e 5 anos, juntamente com
um cirurgião-dentista experiente em atendimento infantil. As sessões foram filmadas e registraram
os eventos clínicos e comportamentais dos participantes. A criança foi instruída sobre os
procedimentos que seriam realizados e como ela deveria se comportar, para que ganhasse a
permissão de brincar com os brinquedos disponíveis ao final de cada sessão.
Os
resultados demonstraram que a colaboração das crianças deve ser observada como uma
condição estabelecedora para os comportamentos dos profissionais11.
Observando que o tratamento odontológico infantil está sendo pré-julgado como
desagradável e ameaçador, Alves (2005) avaliou o tratamento odontológico a partir da visão das
crianças. Foram analisadas 30 crianças de faixa etária de 6 a 10 anos de idade, que tinham se
submetido a tratamento odontológico há menos de um ano ou que ainda estivesse em tratamento.
Utilizou-se a técnica de desenho-estória com tema e entrevista em profundidade. Os resultados
possibilitaram entender determinadas reações representadas pelas crianças em relação ao
tratamento odontológico, como experiências passadas. As experiências médicas são apontadas
como fatores importantes no processo de cooperação infantil, o medo pode ser transferidos de
uma situação para a outra devido às semelhanças entre o médico e o dentista, os dois utilizam
roupa branca e são chamados de doutor. As crianças que já foram hospitalizadas diversas vezes
ou que ficam acamadas em casa em virtude de uma doença grave, tendem a apresentar-se
não cooperativa na consulta odontológica12.
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
Com intuito de especificar os benefícios físicos e psicológicos da técnica de sedação
consciente com óxido nitroso e oxigênio em consultórios odontológicos, Gaujac et al. (2009)
analisaram que o óxido nitroso atua no sistema nervoso com mecanismo de ação ainda não
elucidado, promovendo uma leve depressão do córtex cerebral, tranqüilizando o paciente de
forma rápida e segura, diminui a sensibilidade à dor e garantindo sua propriedade analgésica e
sedativa. Indicadas para o controle do medo e para pacientes ASAI e ASA II e ASA III
para atendimentos de urgência e para o controle da dor em pacientes com insuficiência coronária,
sendo contra indicadas em infecções agudas das vias aéreas superiores, doenças sistêmicas
severas, pacientes psicóticos, desordens decorrentes da deficiência B12 e gravidez, por causa da
sua baixa solubilidade o NO2 pode causar aumento da pressão arterial14.
Oliveira (2003) afirma que o óxido nitroso é o único agente por inalação capaz de
promover os requisitos básicos para sedar, mantendo ao mesmo tempo a consciência é utilizado
em associação com o oxigênio, com pequeno efeito de depressor sobre o SNC (Sistema
Nervoso Central). O gás apresenta como eficiente agente sedativo, promovendo a realização de
um atendimento odontológico tranqüilo e confortável, quando utilizado corretamente e dentro dos
padrões recomendados de segurança, o óxido nitroso pode ser uma excelente escolha para
o controle de comportamento da criança durante o atendimento odontológico2.
O atendimento odontológico está geralmente associado ao medo da dor ou de algum
desconforto. Atualmente diversas medidas farmacológicas e não farmacológicas podem ser
utilizadas à redução da ansiedade. A utilização do óxido nitroso é uma boa opção para o controle
da ansiedade do paciente, produzindo uma sedação consciente e efeito relaxante que o torna
cooperador. Sua utilização deve ser empregada criteriosamente em pequenas concentrações de
forma gradativa e lenta. O cirurgião-dentista deve receber formação profissional adequada para
indicação e utilização do mesmo7.
Czlusniak et al (2007), objetivando avaliar os batimentos cardíacos (bpm) e a saturação
de oxigênio no sangue (SpO2), por meio da monitoração com oxímetro de pulso, realizaram
uma pesquisa antes, durante e após a administração de uma mistura de N2O/O2 na proporção
de 50% / 50%, durante 6 minutos. Para isto, 12 pacientes saudáveis (ASA1) foram selecionados
para serem monitorados, com idade variando de 21 a 58 anos, sendo 8 mulheres e 4 homens. A
análise dos dados obtidos, concluiu se que a sedação com óxido nitroso e oxigênio, realizada
por profissionais habilitados e com todo equipamento adequado é segura e eficaz, com a finalidade
de monitoração é recomendável a utilização do oxímetro de pulso antes, durante e após a
sedação. Esta é uma técnica que proporciona maior conforto e diminuição da ansiedade,
dor e medo durante o atendimento Odontológico15.
Lorenz et al. (2009), objetivaram caracterizar o perfil da utilização do óxido nitroso
pelos cirurgiões-dentistas da cidade de Porto Alegre/RS. Através de dados obtidos no Conselho
Regional de Odontologia/RS identificou-se 21 profissionais habilitados em sedação consciente.
Um questionário foi aplicado contendo perguntas abertas e fechadas, com retorno de 76% deles.
Concluiu se que na cidade de Porto Alegre/RS, 21 cirurgiões-dentistas possuem habilitação de
sedação consciente em óxido nitroso e oxigênio, que 70% deles utilizam da técnica e 40% são
especialistas em odontopediatra formados na década de 1990 e 192016.
Amarante et al. (2004), relacionaram quais os quesitos de segurança para que o
profissional tenha o conhecimento e possa avaliar os equipamentos disponíveis no mercado
brasileiro. A sedação consciente é uma técnica que leva a um estado mínimo de depressão de
consciência, que melhora a cooperação do paciente, diminuindo sua ansiedade sem que efeitos
colaterais importantes sejam notados. Os equipamentos utilizados para a aplicação da técnica
devem possuir dispositivos que garantam a segurança, sendo criteriosamente avaliados e
observados periodicamente. Considerou se que as publicações demonstraram ser inquestionável
a questão da segurança da técnica de sedação consciente por oxigênio/óxido nitroso, desde que
os quesitos de segurança dos equipamentos utilizados sejam cuidadosamente observados20.
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Soares et al. (2013) comentam as indicações da utilização do óxido nitroso e
oxigênio por via inalatória destacam-se: o medo, a ansiedade (pacientes odontofóbicos), a
hiperatividade, pacientes com distúrbios físicos e/ou mentais. Entretanto existem contra indicações
relativas como: obstrução de vias aéreas superiores (infecções respiratórias, desvio de septo
nasal, aumento das amídalas e/ou adenóides); fissura palatal, respirador bucal, pacientes com
problemas comportamentais severos que não cooperam com a instala da máscara nasal e na
respiração dos gases; gravidez (evitar no primeiro trimestre); doenças pulmonares; pacientes
psiquiátricos, pranoicos, esquizofrênicos e psicóticos17.
Não se deve ignorar que, em geral, todos pacientes apresentam um certo nível
determinado de ansiedade, medo e fobia, independente da faixa etária, mesmo que
conscientemente não transpassa. Uma das maiores metas do tratamento odontológico infantil é
desenvolver técnicas que possam levar atitudes positivas às crianças, uma vez que é trabalhoso
e demorado alterar comportamentos não- colaborativos20.
Dentre as indicações da utilização de óxido nitroso e oxigênio por via inalatória destacamse: o medo, a ansiedade (pacientes odontofóbicos), a hiperatividade, pacientes com distúrbios
físicos e/ou mentais e alergia17.
Um dos métodos que o profissional possui para o controle desse medo é a ultilização
de anestesia por via inalatória, uma técnica abrangente indicada em situações como pacientes
ASA I e ASA II para atendimento eletivo e ASA III para atendimento de emergências. Entretanto,
o paciente ASA III precisa de hospitalização, devendo-se observar se existe comprometimento no
sistema respiratório ou cardíaco, pois pode favorecer a dificuldade de oxigenação e perfusão
sanguínea em sistema nervoso central e depressão em sistema respiratório. Sabe- se, ainda, que
o controle da dor em pacientes com insuficiência coronariana é a segunda maior indicação14.
Não há indícios de contra-indicações absolutas para o uso da sedação consciente por
oxigênio e óxido nitroso desde que se utilize a concentração de no mínimo 30 a 40% de oxigênio
na mistura de gases. A maioria dos pacientes obtém níveis ideaiscom a concentração média de
43%. Como contra-indicação relativa foram observadas a obstrução das vias aéreassuperiores
(infecções respiratórias, desvio de septo nasal, aumento das amídalas e/ou adenóides); fissura
palatal, respirador bucal, pacientes com problemas comportamentais severos que não cooperam
com a instalação da mascara nasal e na respiração dos gases; gravidez (evitar no primeiro
trimestre); doenças pulmonares crônicas; Pacientes psiquiátricos, paranoicos, esquizofrênicos e
psicóticos17.
Singh et al. (2000), Alves (2005) e Arnez et al. (2011) afirmaram que uma das dificuldades
encontradas pelo odontopediatra durante o atendimento clínico, é o medo e a ansiedade que
alguns pacientes manifestam em relação aos procedimentos que terão curso durante a
sessão1,4,12.
Rank et al.(2002), Oliveira et al. (2012) enfatizam que não se deve ignorar, em
geral todos pacientes apresentam um nível determinado de ansiedade, medo e fobia,
independente da faixa etária, mesmo que conscientemente não transpassa3,8.
Segundo Ferreira et al. (2009), Possobon et al. (2003) e Mastrantonio et al. (2004)
existem várias técnicas utilizadas para controle e manejo da ansiedade, dor, do medo, e do
comportamento em pacientes infantis ou com necessidades especiais. Dentre esses métodos
incluem modalidades psicológicas (não- farmacólogicas), como estratégias que incluem técnicas
simples de relaxamento e comportamentais. Citando as mais eficazes como, falar-mostrar-fazer,
reforço positivo, controle de voz, distração, comunicação não-verbal, presença ou ausência dos
pais e contensão física6.9.10.
Enquanto para que Arnez et al.(2011), os métodos farmacológicos como a utilização de
benzodiazepínicos por via oral e a técnica inalatória através da mistura de óxido nitroso (NO2) e
oxigênio (02) também são eficazes para controle do medo, ansiedade e fobia de pacientes
odontopediátricos4.
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Oliveira (2003), Selow et al. (2006), Gaujac et al. 2009, Arnez et al (2011) afirmam que,
o óxido nitroso é o único agente por inalação capaz de promover os requisitos básicos para sedar
mantendo ao mesmo tempo a consciência, é utilizado com associação com oxigênio, com pequeno
efeito depressor sobre o SNC (Sistema Nervoso Central)3,4,5,14.
Soares et al. (2013) comentam as indicações da utilização de óxido nitroso e
oxigênio por via inalatória destacam-se: o medo, a ansiedade (pacientes odontofóbicos), a
hiperatividade, pacientes com distúrbios físicos e/ou mentais17.
Arnez et al. (2011), Soares et al. (2013) e Oliveira (2003) Não há indícios de contra
indicações absolutas para o uso de sedação consciente por oxigênio e óxido nitroso, desde que
se utilize a concentração de no mínimo 30 a 40% de oxigênio na mistura dos gases. A maioria
dos pacientes obtém níveis ideais com a concentração média de 43%2,4,’17.
Entretanto existem contra indicações relativas que segundo Soares et al. (2013),
observaram as: Obstrução das vias áreas superiores, fissura palatal, respirador bucal , pacientes
com problemas comportamentais severos que não cooperam com a instalação da máscara nasal
e na respiração dos gases, Gravidez (evitar primeiro trimestre), doenças pulmonares crônicas,
pacientes psiquiátricos, paranoicos, esquizofrênicos e psicóticos17. Amarante et al. (2004), relata
que os equipamentos que o profissional deve utilizar para aplicação dessa técnica devem
possuir dispositivos que garantam a segurança, sendo criteriosamente avaliados e observados
periodicamente. Porém, Coutinho et al. (1997), Selow et al. (2006), Monzó et al. (2015), Arnez et
al. (2011), e Gaujac et al. (2009) ressaltam que o uso da sedação consciente utilizando óxido
nitroso e oxigênio, somente deve ser realizada por profissionais legalmente habilitados
em cursos conceituados4,5,19,20.
Selow et al. (2006), Gaujac et al. (2009), Monzó et al. (2015), Amarante et al. (2004) e
Arnez et al. (2011) afirmam que a aplicação da sedação consciente na odontologia se trata de uma
técnica segura e previsível4,5,14,19.
Conforme foi descrito anteriormente a sedação consciente com óxido nitroso é eficaz, se
respeitada às indicações. É importante ressaltar que o uso de sedação consciente utilizando óxido
nitroso e oxigênio, somente deve ser realizado por profissionais legalmente habilitados em cursos
conceituados, principalmente por que essa técnica ainda levanta muitas discussões entre médicos
e cirurgiões- dentistas.
5 CONCLUSÃO
Conclui se com tudo que foi descrito na literatura, que o óxido nitroso juntamente com o
oxigênio é uma técnica muito simples, eficaz e segura para auxiliar no tratamento de pacientes
ansiosos e temerosos quanto ao atendimento odontopediátrico. A sedação consciente com óxido
nitroso é eficaz, se respeitada às indicações. É importante ressaltar que o uso de sedação
consciente utilizando óxido nitroso e oxigênio, somente deve ser realizado por profissionais
legalmente habilitados em cursos conceituados, principalmente por que essa técnica ainda levanta
muitas discussões entre médicos e cirurgiões-dentistas.
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TEMPO DE EFEITO DA TOXINA BOTULÍNICA EM PACIENTES MEDICADOS COM
SUBSTÂNCIA A BASE DE ZINCO- Revisão de Literatura
TIME EFFECT OF BOTULINUM TOXIN ON MEDICATED PATIENTS WITH SUBSTANCE BASE
ZINC - LITERATURE REVIEW
Luara Gomes Valadares¹; Rafael Vinicius da Rocha²; Eduardo Fernandes Marquez²; Victor Cláudio de
Oliveira Alves²; Ronyere Olegário de Araujo²; Talita Rocha Cardoso²; Obede Rodrigues Ferreira².
_________________
1 - Acadêmico ITPAC Porto Nacional
2 – Docentes ITPAC Porto Nacional
RESUMO - A toxina botulínica é conhecida amplamente pelo seu uso estético, porém possui várias
aplicações para fins terapêuticos. Os efeitos da injeção podem ser sentidos entre o terceiro e o
décimo dia após a aplicação e duram em volta de seis semanas a seis meses, período em que o
paciente poderá ser analisado quanto a possibilidade de se receitar uma nova aplicação. No
entanto, para ser eficaz, cada molécula da toxina deve ser associada a uma molécula de zinco. O
objetivo do presente trabalho é analisar a relação entre o zinco e a durabilidade do efeito da toxina
Botulínica. A identificação dos artigos foi feita através de busca bibliográfica na base de dados do
Google acadêmico, SciELO e ProQuest. Como estratégia de busca utilizou-se as palavras chaves:
Toxina Botulínica, zinco e tempo de efeito. Segundo os pesquisadores, no tratamento com Botox, a
complementação oral de zinco e fitase (uma enzima que estimula a absorção do zinco pelo intestino)
prolongam a duração do efeito após a aplicação de toxina botulínica, quando comparada a
indivíduos que não realizaram o procedimento. A literatura aponta recentemente através de estudos,
pesquisas e experimentos que o medicamento composto por zinco combinado com a enzima fitase
tem o potencial de influenciar de forma positiva para o aumento dos efeitos da Toxina botulínica
quando envolvido em procedimentos terapêuticos e estéticos, sugerindo que seu uso pode levar a
266
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
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1 INTRODUÇÃO
A toxina botulínica é uma potente neurotoxina produzida pelo um bacilo gram-positivo,
anaeróbio estrito conhecido por Clostridium botulinum, que pode ser localizado principalmente no
solo e também em coleções de água doce ou salgado em todo mundo (BACHUR, 2009).
A história do C. botulinum e da toxina botulínica tem início no final do século XVIII, quando
foram relatados casos de envenenamentos alimentares após o consumo carnes e de linguiças de
sangue, com o registro da incidência de várias mortes no Reino de Württemberg na Alemanha
(ERBGUTH, 2008).
A epidemia ficou conhecida como envenenamento por linguiça e os sintomas exibidos
pelas vítimas eram a midríase e a paralisia muscular progressiva levando a princípio à suspeita de
intoxicação por atropina (Atropa belladonna) (ERBGUTH, 2008).
O Departamento de Assuntos Internos de Reino de Württemberg associou o
envenenamento por linguiças ao ácido prússico, uma substancia conhecida hoje como ácido
cianídrico. (ERBGUTH, 2008). Após a análise ao longo dos anos de casos relatados com sintomas
gastrointestinais, autonômicos e neuromusculares o governo alemão fez um anúnciopúblico
relacionando esses sintomas a envenenamentos alimentares, enfermidade posteriormente
chamada de botulismo (LEDERMANN, 2003; ERBGUTH, 2008).
Em 1822, Kerner publicou 155 relatos de caso de pacientes com dados obtidos através de
experimentos com animais realizados por ele próprio, onde fez as seguintes observações:
A toxina se desenvolve em lingüiças azedas em condições anaeróbias;
Tem a capacidade de interromper a transmissão motora no sistema nervoso periférico e
autonômico;
É letal em pequenas doses.
Somente em 1895, um microbiologista chamado Emile Van Ermengem, conseguiu isolar
esporos de um bacilo anaeróbio o qual chamou de Bacillus botulinus. Além disto, Van Ermengem
provou se tratar de uma toxina após utilizar o microorganismo isolado em animais de laboratório, os
quais apresentaram sinais de paralisia. Em seguida, o Bacillus botulinus foi renomeado, passando
a ser chamado de Clostridium botulinum (ERBGUTH, 2008).
Oito sorotipos imunologicamente caracterizados têm sido identificados. Destes, sete
sorotipos: A, B, C1, D, E, F e G são neurotoxinas. Outra toxina botulínica, a C2, é também produzida
pelo C. botulinum, mas não é uma neurotoxina (SPOSITO, 2009).
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ABSTRACT - Botulinum toxin is widely known for its aesthetic use, but has several tions apply for
therapeutic purposes. The effects of the injection can be felt between the third and deci-mo day after
application and last around six weeks to six months, during which the patient may be analyzed for
the possibility of prescribing a new application. However, to be effective, every toxin molecule should
be linked to a zinc molecule. The objective of this study is to analyze the relationship between zinc
and the durability of the effect of Botulinum toxin. The identification of the articles was made through
bibliographic search in Google Scholar database, SciELO and ProQuest. As search strategy was
used the key words: Botulinum Toxin, Zinc and effect time. According to the researchers, treatment
with Botox, oral supplementation of zinc and phytase (an enzyme that stimulates the absorption of
zinc by the intestine) extend the duration of effect after the application of botulinum toxin, compared
to individuals who did not undergo the procedure. The recent literature points through studies,
research and experiments that the drug consists of zinc combined with the phytase enzyme has the
potential to influence positively to the increase in the effects of botulinum toxin when involved in
therapeutic and cosmetic procedures, suggesting that its use may lead to less toxin injections,
improving their performance, are in effect, is the length by 30%.
Keywords: Botulinum Toxin. Zinc. Effect of time.
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
menos injeções de toxina, melhorando sua performance, seja no efeito, seja na duração em até
30%.
Palavras chave: Toxina Botulínica. Zinco. Tempo de efeito.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma revisão de trabalhos científicos. A identificação dos artigos foi feita
através de busca bibliográfica na base de dados do Google acadêmico, SciELO, ProQuest,
referente aos anos de 2003 a 2015. Como estratégia de busca utilizou-se as seguintes palavras
chaves: Toxina Botulínica, Zinco e Tempo de efeito. A busca foi conduzida a partir do ano de 2015.
A seleção dos artigos baseou-se na conformidade dos limites dos assuntos aos objetivos deste
trabalho, tendo sido desconsiderados aqueles que, apesar de aparecerem no resultado da busca,
não abordavam assuntos associados à Toxina botulínica, o zinco e a relação dos mesmos.
Foram considerados critérios de inclusão os estudos de caso-controle, ensaios clínicos/
estudos controlados que tenham sido publicados em português, inglês ou espanhol, sendo
excluídos os estudos publicados nos demais idiomas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Um dos primeiros países a produzir a toxina botulínica do tipo A, foi os Estados Unidos,
durante a segunda Guerra Mundial em resposta a suspeita da utilização desta arma biológica pelos
alemães. Posteriormente a Soviética produziu grandes depósitos de BoNT/A como arma biológica.
Outros países como Iraque, Síria e Coréia do Norte também são alvos de suspeita em envolvimento
neste tipo de produção (SPOSITO, 2009).
Em 1973 Scott e colaboradores foram os primeiros pesquisadores a estudar a utilização
terapêutica da toxina botulínica em experiências com primatas. No final da década de 1970 a toxina
foi introduzida como um agente terapêutico para o tratamento do estrabismo. Desde então suas
utilizações terapêuticas tem se desenvolvido em diferentes campos (BACHUR et., al 2009).
A toxina botulínica vem sendo empregada na terapêutica humana, há mais de 10 anos,
para um número crescente de indicações e pesquisas clínicas continuadas fazem com que, a cada
dia, novas recomendações sejam somadas àquelas já consagradas pelo uso. O bloqueio com TBA
tem as seguintes vantagens: 1- Não apresenta ausência de efeitos sensoriais nociceptivos; 2- Tem
efeito sustentável e reversível; 3- Permite acesso a músculos específicos (SPOSITO, 2004).
Os efeitos da injeção podem ser sentidos entre o terceiro e o décimo dia após a aplicação
e duram em volta de 6 semanas a 6 meses, período em que o paciente poderá ser analisado quanto
a possibilidade de se receitar uma nova aplicação em tempo devido (HUANG; FOSTER;
ROGACHEFSKY ,2005).
O zinco é um mineral que se encontra amplamente espalhado em todo o corpo humano,
todavia em pequenas concentrações (1,5g a 2,5g). Apesar da quantidade, a sua carência está
relacionada a quadros patológicos graves que surgem em sua grande maioria em função da
deficiência alimentar, presença de compostos quelantes nos alimentos, distúrbios no processo de
absorção gastrointestinal ou aumento na excreção urinária. Em algumas etapas da vida, as
necessidades deste mineral estão aumentadas, como na, infância, gestação, puberdade e velhice
(CRUZ; SOARES, 2011).
A ingestão insuficiente deste micronutriente pode gerar vários malefícios a saúde,
entretanto o excesso de zinco também é maléfico estando associada à supressão da resposta
imune, redução da lipoproteína de alta densidade (HDL) e à diminuição das concentrações de cobre
no plasma (JEN; YAN, 2010).
Para o tratamento de toxina botulínica ser eficaz, cada molécula da toxina deve ser ligado
a uma molécula de zinco. Sem zinco, a toxina tem pouco ou nenhum efeito. A suplementação de
zinco combinado com a enzima fitase, tem capacidade de aumentar 30%o tempo de efeito da toxina
botulínica (KOSHY et al., 2012).
O objetivo do trabalho é analisar a relação entre o zinco e a durabilidade do efeito da toxina
Botulínica.
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A bactéria anaeróbia Clostridium botulinum é responsável por produzir as neurotoxinas
Botulínicas, que são consideradas às toxinas mais potentes. Sua elevada toxicidade associada a
mecanismos de ação extremamente exclusivos lhes confere características singulares de alta
periculosidade, por um lado, adjunta a elevada utilidade nas ciências médicas por outro. A toxina
botulínica necessariamente bloqueia a liberação exocitótica da acetilcolina nos terminais nervosos
motores induzindo a uma diminuição da contração muscular. Esta característica a torna útil
clinicamente e terapeuticamente, em uma série de condições onde existe exagero de contração
muscular (BACHUR et al., 2007).
O modo de ação essencial da BTX é inibir a transmissão neuromuscular por meio do
bloqueio da liberação extracelular de Acetilcolina da (Ach)(HAMBIDGE, et al., 2015).
A neurotoxina botulínica ao impedir a liberação de Ach na junção neuromuscular présináptica produz uma paralisia flácida (LAM, 2003). Em um estudo de revisão da neurotoxina BTX,
BACHUR e colaboradores (2005) mencionam que a neurotoxina não penetra diretamente na
membrana celular, parecendo que a endocitose no lúmen da vesícula é um procedimento
dependente de energia e temperatura.
De acordo com HUANG, FOSTER &ROGACHEFSKY (2005) na internalização ocorre uma
endocitose intercedida por receptor e posteriormente esta etapa ocorre a clivagem das bandas da
neurotoxina. A fase seguinte consiste na acidificação do meio no interior da vesícula, o que ocasiona
alteração conformacional na estrutura da toxina, fazendo com que a porção N-terminal da cadeia
na estrutura da toxina e a porção N-terminal da cadeia pesada cause translocação da cadeia leve 50KDa para o citossol.
Em trabalho realizado sobre toxina botulínica tipo A, constatou-se que esta toxina age
como uma protease zinco dependente com seletividade para a SNAP-25, sendo o ponto de
clivagem adjacente a região COOH terminal (BLOZI, 2007). De acordo com BACHUR (2008), o
mecanismo de ação da BTX propriamente dito se dá em quatro etapas após injeção da BTX, que
são 1- A internalização com endocitose da toxina, 2- mudança do PH com alteração conformacional
da cadeia pesada, 3-translocação da cadeia leve, e 4- proteólise das SNARES- proteínas pela
cadeia leve. Este mecanismo segue obedecendo um segmento de eventos que se inicia ao injetar
a BTX em determinado grupo muscular. A partir daí a cadeia pesada da neurotoxina botulínica,
através da região C-terminal, age em aceptores glico protéicos encontrados nas terminações
nervosas colinérgicas. A seletividade da BTX pelas sinapses colinérgicas se dá pela presença de
aceptores específicos (DRESSLER, 2005).
A quantidade total de zinco no corpo humano varia de 1,5g a 2,5g, estando presente em
todos os órgãos. Concentra-se no fígado, ossos, músculos voluntários, fígado e pele (90%) e é
encontrado também nos rins, pâncreas e em outros tecidos e fluidos corporais como
espermatozoides, próstata, cabelos e unhas. No sangue, cerca de 80% do zinco é encontrado nos
eritrócitos, 16% no plasma ligado especialmente a albumina (70%) e a2-macroglobulina. Na massa
corpórea magra a concentração de zinco é de aproximadamente 300mg/g e no osso a concentração
é de 100 a 200mg/g(SENA; PEDROSA, 2008).
O papel do zinco na nutrição humana tem sido cada vez mais enfatizado, e tem possuído
um avanço dos conhecimentos no que diz respeito aos aspectos clínicos, bioquímicos e
imunológicos. A importância desse nutriente foi evidenciada com a descoberta de métodos
metabólicos, envolvendo esse mineral em diversificadas atividades enzimático (MARET, 2001;
MARREIRO, 2006).
Analisando a importância do zinco no fator de crescimento e a alta prevalência da
deficiência deste nutriente, Brown et al. Conduziram uma investigação de meta-análise para analisar
os estudos publicados entre 1969 e 1996, sobre suplementação com zinco, incluída com as
variações de peso e estatura em crianças com idade abaixo dos 13 anos. Tal análise reforçou a
importância da implementação de programas de suplementação com zinco em grupos de crianças
com baixa estatura e com deficiência de zinco no plasma (MAFRA; COZZOLINO; SILVA, 2004).
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Quanto aos pacientes infectados por HIV, os estudos com suplementação de zinco não
são conclusivos, sugerindo a necessidade de pesquisas adicionais. Os trabalhos apontam para o
fato de a suplementação com zinco apresentar benefícios sobre o crescimento em diferentes
estágios de vida. Um aumento na velocidade de crescimento foi observado em pré-adolescentes e
adolescentes com baixa estatura, após suplementação com zinco (10mg Zn/dia, por um período de
doze meses) (SENA; PEDROSA, 2008).
O efeito da suplementação de zinco sobre o sistema imunológico proporciona melhores
resultados em crianças, ampliando o controle de infecções respiratórias e diarréias,
conseqüentemente favorece uma ligeira recuperação das funções do sistema imune em crianças
com desnutrição energética – protéica. Os benefícios são notáveis em adultos que possuem anemia
falciforme, verificando-se uma maior resistência as infecções por bactérias (SENA; PEDROSA,
2008).
De acordo com BACHUR et al. (2009), a suplementação com zinco oferecida no período
pré-natal pode beneficiar o crescimento da criança, particularmente nas regiões onde é comum a
deficiência deste mineral. Trabalhos têm mostrado que crianças suplementadas com zinco têm
menor incidência de diarréia, pneumonia e malária, quando comparadas com crianças que não
recebem zinco.O zinco está relacionado com o sistema reprodutivo e sua presença no testículo é
essencial para o processo de espermatogênese (MAFRA; COZZOLINO; SILVA, 2004).
O micronutriente zinco possui uma importância funcional durante o envelhecimento, devido
seus inúmeros benefícios, os programas de atenção ao idoso devem introduzir orientação
nutricional para alcançar níveis esperados de energia e equilíbrio entre os micronutrientes, com
participação de melhores fontes de zinco na alimentação, ou ainda orientação da utilização de
suplementos a fim de alcançar níveis apropriados do micronutriente no sangue (BORGUES; WADA;
CESAR, 2005). O zinco está relacionado à melhora da sensibilidade a insulina e a redução da
gordura corporal, assim favorecendo tanto os diabéticos tipo 2 quanto os obesos. A sua
concentração na membrana das células pode ser bastante elevada dependendo do tipo celular e é
influenciada pelo estado nutricional em zinco do organismo (SENA; PEDROSA, 2008).
Várias descobertas importantes sobre as funções do mineral zinco para o corpo humano
têm sido descobertas desde o final do século passado. O zinco participa como constituinte integral
de proteínas ou co-fator enzimático em mais de 300 reações químicas que abrange síntese e
degradação de carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucléicos (COZZOLINO, 2009). Uma
melhor quantificação dos minerais em alimentos e fluidos biológicos, assim como o conhecimento
dos mecanismos através dos quais exercem suas funções no organismo, só foi possível através do
desenvolvimento de técnicas mais sensíveis e precisas que ocorreram a partir da década de setenta
(COZZOLINO, 2009).
O conhecimento a respeito dos mecanismos que os minerais em alimentos e fluidos
biológicos exercem bem como suas funções no organismo, só foi possível graças a técnicas mais
sensíveis e precisas que surgiram a partir da década de setenta (COZZOLINO, 2009). O zinco é
um mineral que desempenha papel na disposição polimérica de macromoléculas como RNA e DNA,
e é indispensável para a atividade de enzimas envolvidas inteiramente como a síntese de DNA e
RNA, como por exemplo, a RNA polimerase. Além disso, influencia a divisão celular, por meio da
atividade da dioxitimidinaquinase e adenosina (5’) tetrafosfato (5’) adenosina. Falhas na síntese ou
prejuízo da função do RNA mensageiro parecem ser levadas pela deficiência de zinco (SENA;
PEDROSA, 2008).
O zinco está relacionado com as células do sistema imune, incluindo atividade das células
T-Helper, desenvolvimento de linfócitos T-citotóxicos, hipersensibilidade retardada, proliferação de
linfócitos T, produção deinterleucina-2 e morte programada de células de origem mielóide e linfóide.
A presença de 5’NT(ecto-5'-nucleotidase) na membrana necessita de zinco14,34,35, visto que esta
enzima está presente nas subclasses de linfócitos T e B com maior expressão nos linfócitos B CD8+
(SENA; PEDROSA, 2008).
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O papel fisiológico do zinco como antioxidante é evidenciado por 2 mecanismos: proteção
de grupos sulfidrilas contra oxidação, como ocorre com a enzima d-ácido
aminolevulínicodesidratase e na inibição da produção de espécies reativas de oxigênio por metais
de transição como ferro e cobre. O zinco participa da estrutura da superóxido dismutase (SOD),
sendo a atividade desta enzima reduzida pela deficiência deste mineral. 14, 21, 22, 23,24 (SENA;
PEDROSA, 2008).
O zinco está relacionado com as células do sistema imune, incluindo atividade das células
T- Helper, proliferação e desenvolvimento de linfócitos T, produção de interleucina -2,
hipersensibilidade retardada, e morte programadas de células de origem mielóide e linfóide (SENA;
PEDROSA, 2008). O Zinco possui o papel fisiológico de atuar como antioxidade, que age por dois
mecanismos: na inibição da produção de espécies reativas de oxigênio por metais de transição, e
proteção de grupos sulfidrilas contra oxidação, como ocorre com a enzima d-ácido
aminolevulínicodesidratase (COZZOLINO, 2009).
O zinco possui um papel imprescindível na defesa do organismo, influenciando na
proliferação e maturação das células de defesa, assim indivíduos que apresentam deficiência deste
mineral ficam mais sujeitos a infecções (CRUZ; SOARES, 2011). O zinco é um dos nutrientes mais
importantes da dieta para obtenção de um adequado funcionamento dos sistemas antioxidantes.
Estes aparelhos de defesa celular neutralizam a proliferação ou protegem a membrana celular da
ação danosa das espécies reativas de oxigênio, podendo ser intra ou extracelulares, enzimáticos
ou não enzimáticos (CRUZ; SOARES 2011).
Nos últimos anos, a deficiência de micronutrientes vem ganhando importância como um
problema de saúde pública comparada à deficiência de macro nutriente (proteínas, carboidratos e
lipídeos), chamando a atenção de profissionais e autoridades de saúde em todo o mundo (CRUZ;
SOARES, 2011).
A deficiência de micronutrientes vem chamando a atenção de autoridades e profissionais
da área de saúde nos últimos anos (CRUZ; SOARES, 2011). A deficiência de zinco é considerada
um problema nutricional mundial, e afeta ao mesmo tempo grupos populacionais em países que se
encontram em processo de desenvolvimento e em países desenvolvidos. Estudos realizados em
países latino-americanos e nos EUA apontaram que o consumo médio de zinco varia entre 50% e
80% da recomendação, independente da raça, idade e gênero. Os grupos de maior risco para a
carência de zinco são os idosos, mulheres grávidas, crianças alguns grupos de atletas, pessoas
hospitalizadas, indivíduos com doenças crônicas e inflamatórias, entre outros sangues (BORGUES;
WADA; CESAR, 2005). A deficiência deste mineral pode acarretar prejuízos no metabolismo de
todos os processos em que ele está envolvido e afeta cerca de 2 bilhões de pessoas,
predominantemente, crianças e gestantes nos países em desenvolvimentos (BORGUES; WADA;
CESAR, 2005).
A primeira manifestação clínica da deficiência de zinco foi a acrodermatite enteropática,
uma desordem congênita que surge na infância e é caracterizada por alopécia, lesões de pele,
diarréia e imunodeficiência celular. A deficiência de zinco acarreta primeiro uma mobilização das
reservas funcionais e, com a deficiência prolongada, podem ocorrer , anorexia , pelo aumento dos
níveis de norepinefrina e alterações no hipotálamo ; retardo no crescimento e defeito no
desenvolvimento fetal ;defeitos no processo de cicatrização ,diminuição de produção de insulina ,
impotência sexual, atraso na maturação sexual e esquelética; restrição da utilização de vitamina A;
fragilidade osmótica dos eritrócitos; diminuição da atividade da interleucina-2; disfunções
imunológicas, ocorrendo infecções intercorrentes; hipogeusia (o Zn é componente da gustina, uma
proteína envolvida com o paladar); desordens de comportamento, aprendizado e memória; diarreia,
dermatite (BORGUES; WADA; CESAR, 2005).
Estudos conduzidos em adultos e crianças sobre suplementação com zinco em portadores
do vírus imunodeficiência humana (HIV) têm sugerido que a deficiência deste mineral pode
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aumentar a replicação do HIV, danificar a imunidade celular e acelerar a morte programada das
células envolvidas na resposta imune (BORGUES; WADA; CESAR, 2005).
Em circunstâncias de deficiência de zinco, o número absoluto de linfócitos B cai, pois, o
zinco participa da maturação destas células. Também ocorre um declínio no número absoluto de
linfócitos T CD8 e CD73+, pois estas células sofrem maturação no timo, órgão que pode atrofiar na
deficiência de zinco (BORGUES; WADA; CESAR, 2005). A deficiência moderada de zinco
especialmente em pacientes com doença renal, doenças gastrintestinais crônicas, anemia
falciforme, pacientes com AIDS e crianças com diarréia pode alterar os sistemas de defesa do
organismo, beneficiando o aumento de infecções oportunistas e, por tanto, da taxa de mortalidade.
Breves períodos de suplementação podem melhorar o sistema de defesa de pacientes com essas
enfermidades (JEN; YAN, 2010).
Alguns fatores podem induzir a deficiência de zinco, são eles: ingestão inadequada de
zinco; consumo de fitatos e fibras que diminuem a biodisponibilidade de zinco; má-absorção,
desnutrição energética – protéica (DEP); insuficiência renal crônica e outras patologias (JEN; YAN,
2010). O zinco presente em altas concentrações nas células pode interferir com outros processos
metalo-dependentes ou inibir proteínas. Assim, a tioneína (T) se acopla ao zinco e age como
marcador bioquímico que controla a concentração do zinco. Um aumento na concentração de zinco
disponível induz a síntese de tioneína, por meio da ação do zinco sobre os fatores de transcrição
zinco-dependentes, formando a metalotioneína (MT) (JEN; YAN, 2010).
Além da ingestão precária, o excesso de zinco também é maléfico para saúde humana,
estando associado a diminuição da lipoproteína de alta densidade (HDL) e a redução das
concentrações de cobre no plasma (JEN; YAN, 2010). Alta concentração de zinco presente nas
células pode intervir com outros processos metalo-dependentes ou bloquear proteínas. Um
aumento na concentração de zinco disponível induz a síntese de tioneína, por meio da ação do
zinco sobre os fatores de transcrição zinco-dependentes, formando a metalotioneína (JEN; YAN,
2010).
A fitase é um componente importante para a composição do medicamento a base de zinco,
e é uma enzima que pode ser encontrada em várias fontes vegetais, como trigo, milho, algumas
ervas, arbustos, alfaces e sementes oleaginosas (KUMAR et al., 2009). A combinação de citrato de
zinco e fitase – enzima que quebra osfitatos(presentes em grãos, feijão, soja, cereais integrais) faz
com que a toxina botulínica seja mais efetiva, ela deve se unir ao zinco presente no organismo. Os
fitatos, ao se ligarem ao zinco, impedem a máxima absorção do mineral pelo corpo humano. Com
esta combinação os fitatos são quebrados, potencializando a relação entre a toxina e o zinco
(existente no organismo e na medicação). Esse ligamento estende o efeito proporcionado pela
injeção da toxina. Um estudo recente com a substância tomada de forma oral por 4 dias antes de
injeções de toxina botulínica no tratamento do blefaroespasmo, espasmo hemifacial ou
procedimentos cosméticos resultou em um aumento em ambos os efeitos de tratamentos e da
duração da toxina botulínica. Este estudo sugere que seu uso pode levar a menos injeções de
toxina, melhorando sua performace, seja no efeito, seja na duração em até 30%. A descoberta,
publicada no JournalofDrugsinDermatology, ocorreu após uma pesquisa com 72 pacientes
acompanhadas por médicos da Faculdade de Medicina Baylor, do Centro de Câncer MD Anderson,
do Hospital Metodista e da Universidade Weill Cornell, todos no Estado do Texas, nos Estados
Unidos (KOSHY, et al., 2012).
O efeito das injeções de toxina botulínica dura cerca de seis meses. Para os que receberam
a suplementação de zinco, a duração foi 30% maior. Segundo os pesquisadores, no tratamento
com Botox, a complementação oral de zinco e fitase (uma enzima que estimula a absorção do zinco
pelo intestino) prolonga a duração do efeito após a aplicação de toxina botulínica, quando
comparada a indivíduos que não realizaram o procedimento. Os estudos foram realizados em
pacientes com rugas faciais, espasmo hemifacial e blefaroespasmo, alterações neurológicas que
provocam contrações involuntárias da face e das pálpebras, respectivamente. A utilização do zinco
4 CONCLUSÃO
A literatura científica parece, de maneira geral, sustentar os efeitos benéficos que o
micronutriente zinco possui quando presente em quantidades adequadas no corpo humano,
indicando o fato de a suplementação com este mineral apresentar benefícios sobre o crescimento
e sob diversos sistemas do organismo humano em diferentes etapas da vida. A literatura aponta
recentemente através de estudos, pesquisas e experimentos que o medicamento composto por
zincocombinado com a enzima fitase tem o potencial de influenciar de forma positiva para o
aumento dos efeitos da Toxina botulínica quando envolvido em procedimentos terapêuticos e
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ISBN 978-85-69629-06-1
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COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
foi efetiva tanto no tratamento das desordens neurológicas, quanto nas queixas estéticas (KOSHY,
et al., 2012).
A administração é indicada por 5 dias, em duas doses diárias, totalizando 10 tomadas.
Deve ser iniciada 4 dias antes e mantida até o dia da aplicação, promovendo, dessa forma, uma
maior ligação da toxina botulínica nos pontos necessários, bloqueando a transmissão do impulso
nervoso que leva à contração muscular. Não há efeitos colaterais, desde que sejam respeitadas as
dosagens indicadas. Pacientes devem evitar a ingestão concomitante da suplementação com
outros medicamentos, observando um período de pelo menos 2 horas antes ou depois de qualquer
outro medicamento ou suplemento oral. Sugestão dosagem: Zinco (forma de Citrato) 25mg/Fitase
500mg (KOSHY, et al., 2012).
Pesquisadores do Departamento de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Baylor,
EUA, conduziram um estudo clínico piloto, duplo-cego, placebo-controlado e cruzado para avaliar
os efeitos da suplementação de zinco sobre a eficácia e a duração do tratamento com toxina
botulínica. Em 77 pacientes que receberam tratamento individualizado para rugas faciais,
blefaroespasmo essencial benigno e espasmo hemifacial, foi avaliada a eficácia de três formulações
de toxina botulínica (onabotulinumtoxinA, abobotulinumtoxinA e rimabotulinumtoxinB) após a
suplementação de: Correspondem a aproximadamente e 17 mg de Zn elementar Grupo 1 Citrato
de zinco 50 mg + Fitase 3.000 PU Grupo 2 Gluconato de zinco 10 mg Grupo 3 Placebo actulose
(KOSHY, et al., 2012). O zinco em doses inadequadas pode diminuir a absorção de Tetraciclina e
Ciprofloxacina; É recomendável fazer uso pelo menos 2 horas antes ou depois de tomar estes
antibióticos: Aspirina, Azidotimidina,Captopril, Enalapril, pois os mesmos aumentam a perda de
zinco ou interferem na absorção pelo organismo de zinco; O uso do medicamento a base de zinco
está contra-indicado para grávidas e lactantes, (Literatura técnica da distribuidora do
zytase,EdenAestheticsdistribution, Londres).
O medicamento deve ser utilizado somente sobre a orientação e acompanhamento médico
e de maneira regrada; Pessoas com hipersensibilidade à substância não devem ingerir o produto;
Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda- se descontinuar o uso e consultar o médico;
Não use o medicamento com o prazo de validade vencido; Todo medicamento deve ser mantido
fora
do
alcance
das
crianças,
(Literatura
técnica
da
distribuidora
do
zytase,EdenAestheticsdistribution, Londres).
Quantidades excessivas de zinco podem reduzir os efeitos da toxina, podendo provocar
desconfortos gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarréia, dor de estômago, assim como
tontura, disfunção renal, anemia e diminuição da função imunológica. A administração demasiada
da fitase pode causar absorção elevada de zinco, resultando nos efeitos secundários mencionados
anteriormente. Caso ocorra ingestão indevida do produto, o paciente deve ser monitorado durante
vários dias, observando-se o aparecimento de sinais ou sintomas de intoxicação (KOSHY, et al.,
2012).
Manter as condições para o medicamento continuar sendo próprio para o consumo, além
de respeitar o prazo de validade indicado na embalagem, mantê-lo em temperatura ambiente (15 a
30ºC). Proteger da luz, do calor e da umidade, (Literatura técnica da distribuidora do zytase,Eden
Aesthetics distribution, Londres 2015).
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REFERÊNCIAS
COLETÂNEA CIENTIFICA PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS: Utilizando o DATASUS Como Ferramenta de investigação
estéticos, sugerindo que seu uso pode levar a menos injeções de toxina, melhorando
suaperformance, seja no efeito, seja na duração em até 30%.Apesar disso há necessidade de mais
pesquisas sobre o assunto e que apresentem um maior rigor metodológico.
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