proposta curricular da disciplina de filosofia

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COLÉGIO ESTADUAL PEDRO ARAUJO NETO
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE
FILOSOFIA
General Carneiro
2010
Apresentação da disciplina de Filosofia
A disciplina de filosofia, em razão de sua história inconstante e de sua condição até
pouco tempo facultativo nas escolas de ensino médio, sempre enfrentou problemas em
relação à construção de sua identidade, de seu papel e, consequentemente, com a
elaboração dos conteúdos programáticos, que pudessem lhe oferecer uma certa
homogeneidade. Esta problemática colocou e, invariavelmente, coloca a disciplina em
uma condição marginal diante das demais. Isso tem provocado uma situação muito
diversificada quanto à valoração da disciplina, pautada pela subjetividade junto às
diretorias, às escolas, aos professores e alunos. Um trabalho de reflexão e análise em
conjunto poderia, a nosso ver, se não superar, pelo menos amenizar tais problemas.
Assim como instigar as partes a buscarem a construção de uma identidade e
homogeneidade que tragam à disciplina maior solidez no ensino médio.
Ao longo de sua história a disciplina de filosofia sofreu várias alterações no que se
refere ao seu lugar, ao seu papel e à sua importância junto ao trabalho de formação
educacional. Foi retirada dos currículos do segundo grau no período do regime militar
(pós-64) e, posteriormente (meados da década de 1980), em virtude da luta de vários
profissionais da área, que reivindicavam o retorno da disciplina aos currículos, a filosofia
obteve novamente um lugar no ensino médio, porém em caráter facultativo (deveria haver
a opção de duas, dentre três disciplinas: sociologia, psicologia e filosofia), e sem carga
horária definida. No entanto, novas propostas pedagógicas começaram a ser elaboradas
em atendimento às exigências da nova LDB, cuja elaboração teve início em meados da
década de 1980.
Em meados da década de 1990 a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação) estava praticamente pronta e em Dezembro de 1996 foi promulgada sob o n.
9364/96. A partir de então, a nova LDB, como ficou conhecida no sentido popular, passou
a direcionar os modelos pedagógicos formulados a partir de 1997. Estes resultaram, entre
outras produções, na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Médio
(PCNEM), 488 que não tratavam temáticas como filosofia, sociologia, psicologia, entre
outras, como disciplinas, mas sim como áreas de conhecimento inerentes às demais
áreas já constituídas em disciplinas, tais como história, língua portuguesa, etc. Na LDB
(9394/96), o artigo 36, § 1º, inciso III, define que: “ao final do ensino médio os educandos
devem demonstrar domínio dos conhecimentos de filosofia e sociologia necessários ao
exercício da cidadania”. Em princípio, tal denominação parece remontar à obrigatoriedade
da disciplina no currículo de ensino médio.
A realidade, no entanto, é outra, pois a denominação “domínio dos conhecimentos
de...” não define, necessariamente, a presença da disciplina. E isso se comprova nos
Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Médio que, adequados à nova LDB,
definem os conhecimentos de filosofia como atributos de várias áreas de conhecimento,
alicerçadas na formação ética, política e para a cidadania (Cf. ALVES, 2000; PECHULA,
2001; GALLO, 2003).
Voltando ao contexto de implantação da LDB 9.394/96 e dos PCNEM (Parâmetros
Curriculares Nacionais de Ensino Médio), perseverou um grupo de profissionais da área
de filosofia que, também inspirados pela leitura da nova LDB, reivindicavam à disciplina
um lugar definido no ensino médio, ou seja, sua presença na condição de disciplina, com
papel e conteúdos definidos. Essa proposta transformou-se em Projeto de Lei (n.
3178/97) formulado pelo deputado Roque Zimmermann, que acabou sendo aprovado pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado (sob o nº. 009/2000, de responsabilidade do
senador José Fogaça), porém, vetada pelo então presidente da República Fernando
Henrique Cardoso.
Sobre o papel e a identidade da filosofia no ensino médio. Fazer perguntas é fácil; tarefa
difícil é respondê-las. Historicamente, a filosofia sempre teve essa dupla função: fazer as
perguntas de fundamento (quem sou eu? o que é o mundo? como tudo começou?) e
buscar respostas que, por sua vez, sempre geraram novas perguntas e respostas ainda
mais profundas. Também suas bases fundamentais sofreram alterações. No início, com
os gregos, sua preocupação era basicamente encontrar a resposta verdadeira e universal
acerca dos problemas desconhecidos pelo homem. No medievo, sua base de sustentação
assenta-se na fé, presa a uma doutrina determinada pela igreja católica.
Na modernidade, dá-se a recuperação do caráter racional da filosofia só que
sustentado no sujeito pensante (cogito ergo sun cartesiano), único capaz de conhecer e
definir a verdade absoluta sobre todas as coisas. A certeza cartesiana abre as portas para
o conhecimento sustentado pela ciência, que se torna a partir do século XIX, a única fonte
de conhecimento verdadeiro. O desenvolvimento da ciência acabou por designar ao
conhecimento um caráter empírico, voltado para o avanço tecnológico. No entanto, por
mais que a tecnicidade e a praticidade abreviem a necessidade do homem em
compreender-se a si mesmo e ao mundo ao qual pertence, a busca de respostas sobre
suas indagações ainda constitui o centro da preocupação humana.
Ante a esta realidade a tarefa da filosofia é desafiante: suscitar o desejo de
conhecimento capaz de integrar o homem, o mundo e a natureza num projeto de
compreensão existencial e transformação consciente. Neste sentido, é necessário
identificar o papel da filosofia no processo educacional o que significa não tratá-la apenas
como mais uma disciplina, pura e tão somente, mas como uma prática reflexiva ( práxis),
que auxilie na descoberta da identidade do homem diante da natureza, na construção da
liberdade e na transformação consciente da realidade. É evidente que tarefas tão árduas
e complexas não são privilégios da filosofia isoladamente. Tal empreitada exige uma
relação minimamente interdisciplinar, cabendo à filosofia uma tarefa definida entre as
demais, igualmente definidas, porém unidas quanto aos objetivos centrais.
A- Conteúdos Estruturantes e Básicos
DE FILOSOFIA
Mito e Filosofia
-
A origem da filosofia;
-
A filosofia é grega;
-
O legado da filosofia grega para o Ocidente europeu;
-
O nascimento da filosofia;
-
condições históricas para o surgimento da filosofia
-
O que perguntavam os primeiros filósofos;
-
Mito e filosofia;
-
Cultos Afro e uma construção de mitologia;
-
Lei 10639 /06 – história e cultura afro-brasileira e africana.
-
O mito Hoje;
-
Interpretação da Alegoria da caverna;
-
Das sombras ao logos;
-
Racionalização do Mito
-
Do senso comum ao senso crítico ou filosófico;
-
Ciência e senso comum
-
Biografia de Sócrates;
-
Ironia e Maiêutica;
-
Ironia e filosofia;
-
A filosofia como exercício da ironia;
-
Principais características da filosofia nascente;
-
Campos de investigação da filosofia;
-
Os períodos da filosofia;
-
Principais períodos da história da filosofia;
-
A filosofia na história;
Teoria do conhecimento
-
Possibilidade do Conhecimento;
-
A preocupação com o conhecimento;
-
Aspectos da filosofia contemporânea;
-
As questões discutidas pela filosofia contemporânea;
-
O problema do Conhecimento;
-
A consciência pode conhecer tudo?
-
As formas de conhecimento humano;
-
Filosofia e método;
-
Perspectivas do conhecimento;
-
Os filósofos modernos e a teoria do conhecimento;
-
Conhecimento e lógica;
Ética
-
A existência da Ética;
-
Pluralidade ética
-
Razão, desejo e vontade;
-
Senso moral e consciência moral;
-
Juízo de fato e de valor;
-
Ética e violência
-
Os constituintes do campo da Ética;
-
A virtude em Aristóteles e Sêneca;
-
A arte e a moral;
-
O Problema da existência do mal;
-
Liberdade autonomia do sujeito e a necessidade das normas;
Filosofia Política
-
Natureza social do homem;
-
A vida política:
-
O poder despótico;
-
A invenção da política;
-
A origem da vida política;
-
Lei 11645/ 08 – história e cultura dos povos indígenas
-
Entendimento da política por alguns grupos indígenas na contemporaneidade;
-
A vida política dos povos indígenas no Brasil;
-
Maquiavélico, maquiavelismo;
-
A tradição libertária;
-
A perspectiva marxista
-
A democracia como ideologia;
-
A sociedade democrática;
-
O atual movimento ecológico é uma nova forma de utopia política?(Desafios
contemporâneos)
-
A questão Política do Meio Ambiente;
-
Cidadania formal ou participativa;
-
Relações entre política e moral;
-
A vida política dos povos indígenas do Brasil e a invasão dos bárbaros;
-
A concepção Liberal de política e a reforma fiscal; (Desafios Educacionais
Contemporâneos.
Filosofia da Ciência
-
O progresso da ciência;
-
A questão do método científico;
-
Pensar a ciência;
-
O ideal científico;
-
Ciência desinteressada e utilitarismo;
-
A filosofia não aceita limitações impostas pela ciência;
-
O conflito entre a fé religiosa e a fé científica;
-
O conceito da sobrevivência do mais apto e o culto de super-homem;
-
Bioética e Aborto (educação sexual);
Estética
-
Filosofa e arte;
-
O problema estético;
-
O fim da obra de arte;
-
Pensar a Beleza;
-
A arte moral;
-
A universidade do gosto;
-
A industria cultural e cultura de massa;
-
Cinema e televisão;
Metodologia da disciplina de Filosofia
A disciplina de filosofia adota a Metodologia de sensibilização; a problematizarão; a
investigação e a criação de conceitos. Pois acreditamos que o processo educacional de
ensino aprendizagem é construído na relação entre sujeitos pensantes, construtores de
conceitos e construção de história.
Para o ensino da Filosofia no Ensino Médio começamos pela exibição de um filme
ou uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; audição de uma música;
partindo desse primeiro momento buscamos a sensibilização do aluno através de debates
das imagens retiradas de fotos e de textos clássicos de filosofia.
Recursos que serão utilizados: TV-pendrive, LDB, Biblioteca do Professor,
artigos e reportagens de revistas como “Caros Amigos”, “Mundo Jovem”, revistas
eletrônicas, como “Agência Carta Maior”e “Carta Capital”.
Cada ato do sujeito (professor X aluno) possibilita um Aprendizado e,
consequentemente, desenvolvimento. Portanto, aprendemos com nossas ações, nossas
investigações, nossas descobertas, nosso trabalho.
Trabalhamos para que nossos alunos de filosofia atinjam o seguinte objetivo:
Que possam criar e construir uma nova realidade a partir da que vivem, investigando,
descobrindo e agindo com criatividade, flexibilidade e responsabilidade. Conscientes de
que são e fazem parte de um projeto, cujo processo é mediado com liberdade e respeito
por todos os componentes da sociedade em que vivem.
Avaliação da disciplina de Filosofia
A disciplina de filosofia trabalha a Educação como PROCESSO e, portanto, a
avaliação é PROCESSUAL. Ocorrerá diariamente e constantemente; INTERATIVO, pois
é feita com muito debate, com mediação, com respeito, individual e em grupo;
CONSTRUTIVO, pois o ser humano é um ser ascendente, está em construção o tempo
todo.
Diariamente os alunos produzem conhecimento, criam, constroem, investigam,
enfim, trabalham em prol da sua aprendizagem. Para tanto nós professores elaboramos
ATIVIDADES DE CLASSE (trabalhos, exercícios, desafios, jogos, leituras, etc.), com o
objetivo de auxiliar o aluno no seu desenvolvimento ao longo de cada semestre todos o
Processo avaliativo ocorrera da seguinte maneira: Uma avaliação diagnóstico para
verificar o nível de aprendizagem, uma avaliação no decorrer do processo para subsidiar
a aprendizagem e uma outra no final para redimensionar a ação pedagógica. em atividade
como essa, os Critérios de avaliação serão levado em conta a capacidade de
argumentação e interpretação oral e escrita. Assim se constata se o aluno: incorpora na
sua linguagem os conceitos filosóficos. Será garantido ao longo do processo ensinoaprendizagem a recuperação concomitante dos conteúdos, sempre que se fizer
necessário.
Os instrumentos de avaliação para essas atividades são: Seminários, debates,
pesquisa, avaliação escrita, avaliação oral, trabalhos em grupo, participação em sala de
aula.
Referências
B. Mondin; Introdução à Filosofia (tradução de J. Renard; revisão técnica de Danilo
Morales; revisão literária de Luiz Antônio Miranda). – São Paulo: Paulus, 1980. 272pp
(coleção filosofia 2)
CHAUI, Marilena. Filosofia. São Paulo – SP. Atica, 2005. 232pp
PARANÁ, Secretaria de estado da educação. Departamento de Educação Básica.
Filosofia. Curitiba: SEED, 2008. (Livro Didático Público).
PARANÁ, Secretaria de estado da educação. Diretrizes curriculares da educação
Básica. Filosofia. Curitiba, 2008.
Identidade do Ensino Médio, SEED-PR, 2006.
SOUZA, Y. F. de; Introdução às Diretrizes Curriculares, SEED-PR, 2006.
Santos, Eberth; Saliba, Marco; De Moura, Josana; Filosofia e Literatura – Uberlândia –
MG: Claranto, 2004. 528pp
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