ASMA: IMPORTÂNCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
ASMA: IMPORTÂNCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO E DE ATIVIDADES
MOTORAS
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
Universidade de São Paulo - USP
Instituto Punin de Informação e
Referência em Asma - INSPIRA
[email protected]
Introdução
A asma é uma doença comum que afeta o indivíduo de qualquer idade,
causando inúmeros prejuízos a criança e alto índice de utilização dos serviços de saúde.
Calcula-se que nos E.U.A. existam 12 milhões de asmáticos, dos quais 4 milhões têm
menos de 18 anos. Estas crianças têm suas atividades restritas pela doença por mais de
cem dias por ano e o custo anual para o tratamento da asma excede a 4,6 bilhões de
dólares. Reconhecendo o impacto da asma sobre a criança, seus familiares e sociedade, o
National Heart, Lung, and Blood Institute, em 1989, elaborou um manual para seu
diagnóstico e tratamento e instituiu o programa de educação e controle da asma. O
principal objetivo do tratamento é dar a criança asmática uma boa qualidade de vida; é
proporcionar à criança condições para que possa participar de todas as atividades próprias
de sua idade, a fim de que tenha um bom desenvolvimento físico e psíquico. Este objetivo
só é conseguido através de uma terapêutica medicamentosa adequada e de um programa
de educação no qual a criança é incentivada e habilitada a participar ativamente de seu
tratamento. O programa de educação deve ter início no momento do diagnóstico e deve
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ser integrado ao atendimento médico. Uma consulta, embora breve, é uma oportunidade
para educar a criança. A informação deve ser clara, objetiva e apropriada ao nível da
criança. Além da informação é necessário que a criança seja treinada repetidamente, de
modo que ela possa usar seus conhecimentos de forma apropriada e obter resultados. O
programa pode ser dado individualmente ou em pequenos grupos, devendo abordar os
seguintes temas: conceito de asma, fatores desencadeantes e controle ambiental, noções
sobre os medicamentos usados, técnicas de administração dos aerossóis, sinais de
exacerbação e um plano de ação (o que fazer quando a asma sair de controle).
É importante também que a escola seja envolvida no Programa de educação
e controle da asma, pois é uma das principais causa de falta escolar. Nas aulas de
educação física o professor, muitas vezes, impede que a criança participe das atividades
com receio que ela entre em "crise".
O controle da asma
O adequado controle da asma pode não ser conseguido por motivos
relacionados a criança e sua família e/ou por motivos relacionados ao médicos e
tratamento:
a) Causas relativas a criança
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Não adesão ao tratamento;
Distúrbios de ordem emocional;
Não reconhecimento de uma exacerbação da doença;
Exposição a fatores desencadeantes de crise;
Técnica incorreta de uso das medicações em aerosol;
Preconceitos em relação aos medicamentos anti-asmáticos;
Fumo ativo ou passivo;
b) Causas relativas ao médico
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Má avaliação do estado do paciente;
Não prescrição de medicamentos preventivos;
Indicação inadequada de broncodilatadores;
Uso de doses ineficazes de corticóides inalados;
Sub-utilização dos métodos disponíveis para a inalação de drogas;
Falta de consenso entre os médicos sobre o manuseio da asma.
Asma e objetivo das atividades motoras
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As atividades físicas (motoras) são importantes para a saúde física e mental,
tanto da criança e adolescente como do adulto. São essenciais para as crianças, pois
proporcionam
as
desenvolvimento.
experiências
básicas
de
movimento,
importantes
no
seu
Proporcionam oportunidades de relacionamentos pois é através das
atividades físicas que as crianças relacionam-se entre si, seja no brincar ou no
engajamento
em
atividades
esportivas,
fato
que
vai
prevenir
o
isolamento
psicológico/social e melhorar a auto-imagem e auto-confiança.
Na adolescência, onde geralmente as atividades esportivas são mais intensas
e competitivas, o asmático muitas vezes sente-se preferido e menos capaz.
Esse comportamento acaba por leva-lo a evitar atividades físicas/esportivas e
assim torna-se realmente menos apto, por falta de prática e não por incapacidade física.
Na idade adulta as atividades viram manter as capacidades físicas (força,
elasticidade,
mobilidade),
a
função
cárdio-pulmonar,
a
mobilidade
torácica
e
conseqüentemente uma adequada mecânica respiratória. A melhoria da capacidade
aeróbia, diminuição dos depósitos de gorduras e proteção contra o estresse também são
importantes ganhos.
As atividades físicas para o asmático objetivam:
1 - Aumentar a mobilidade torácica
2 - Melhorar a mecânica respiratória
3 - Reduzir o gasto energético da respiração
4 - Prevenir as alterações posturais e torácicas
5 - Melhorar a condição física geral
6 - Favorecer o desenvolvimento normal
As atividades físicas devem portanto ser incentivadas como fator de saúde. É
importante que os profissionais da área saibam orientar e incentivar sua prática,
respeitando a tolerância do asmático quanto à intensidade e duração da mesma.
Recomendações e conclusões
Um programa de atividades físicas adaptadas ao asmático deve conter:
exercícios respiratórios diafragmáticos intercaladas nas atividades; caminhadas com
respiração diafragmática; corridas curtas e sem provocar perda do controle/rítmo
respiratório;
exercícios
posturais;
exercícios
de
quadrupedismo
em
extensão
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alongamento, que são preventivos de alterações posturais/torácicas e promovem
mobilidade torácica.
Um programa regular de atividades físicas pode melhorar a mecânica
respiratória e tornar mais eficaz a ventilação pulmonar de asmáticos e assim aumentar sua
tolerância ao exercício físico.
A reeducação da mecânica respiratória, associada a um plano de exercícios
tem ação preventiva sobre as alterações torácicas e posturais.
São necessárias orientações quanto ao tipo e intensidade das atividades
físicas para se evitar o broncoespasmo induzido pelo exercício.
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