Existem alimentos perfeitos no Verão?

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Praticar uma alimentação saudável não implica passar o tempo na cozinha a fazer cálculos
complexos e, muito menos, fazer uma alimentação restritiva ou monótona.
Pelo contrário, um dos pilares fundamentais para uma alimentação saudável é a
variedade.
Comer de forma saudável é, cada vez mais, uma preocupação comum a muitas pessoas,
sobretudo à medida que nos vamos apercebendo da relação entre a alimentação e a
saúde. Ao optar por uma alimentação mais saudável e equilibrada, não tem de abdicar
daqueles alimentos de menor valor nutricional de que tanto gosta. O importante é que o
consumo desses alimentos constitua a exceção e não a regra do seu dia-a-dia alimentar.
Cereais, leguminosas, fruta e produtos hortícolas são alimentos ricos em fibra, sais
minerais, vitaminas e pobres em gordura, pelo que devem ser a base da nossa
alimentação diariamente, ou seja, a maioria das calorias que consome diariamente devem
ser provenientes destes alimentos de origem vegetal.
De igual forma, é importante encontrar um equilíbrio entre a energia que consome e a
que gasta, para que a energia ingerida não supere a energia gasta e desta forma não
contribua para a acumulação de gordura e consequentemente o aumento de peso.
O equilíbrio é uma das regras básicas de uma alimentação saudável e indispensável para
que obtenha uma boa condição física, mental e emocional.
Existem alimentos perfeitos no Verão?
Durante a época de Verão, a natureza coloca à nossa disposição uma enorme diversidade
de frutas e produtos hortícolas. Nos frutos poderemos nomear, entre outros, a ameixa, o
morango, a amora, a framboesa, o mirtilo, a pera, o pêssego, o limão, o maracujá, o
melão, a melancia, o figo e a uva. Nos produtos hortícolas deparamos com facilidade
nesta altura do ano, o alho francês, a beringela, a courgette, a couve roxa, a alface, os
brócolos, o aipo, o alho, o pimento, o tomate, cenoura e as ervas aromáticas. Estes são os
alimentos do Verão, os que naturalmente se desenvolvem nesta época do ano no nosso
país.
Portugal possui esta variedade de recursos genéticos agrícolas bem adaptados às
condições climatéricas locais. Ao mesmo tempo, é uma sorte nutricional pois estes
alimentos são relativamente “pobres” em energia e ricas em centenas de substâncias
protetoras da nossa saúde, muitas delas ainda ignoradas. Entre estas poderemos citar as
vitaminas C e a E, os carotenoides presentes nos alimentos alaranjados (como por
exemplo a cenoura), os monoterpenos presentes nos frutos cítricos ou os compostos
sulfurados como os glucosinolatos, índoles, e a alicina presentes na família das crucíferas,
no alho e na cebola ou ainda, os compostos fenólicos, presentes nos frutos vermelhos,
uva tinta e na cebola vermelha. Estes nomes são complexos e ainda pouco conhecidos do
grande público mas com características antioxidantes, capazes de proteger e prevenir as
células de agressões externas, mantendo-as saudáveis. Outro dado curioso sobre estas
substâncias é que parecem ser mais eficazes quando estão agrupadas nos frutos e
hortícolas e, aparentemente nas proporções escolhidas pela natureza, do que quando
estão sozinhas e fabricadas pelo homem através de suplementos ou medicamentos.
A natureza não pára de nos surpreender. Na atualidade sabemos que a presença destas
substâncias protetoras é condicionada por fatores como a luz solar a que estes alimentos
estão expostos. Os brócolos, por exemplo, produzem mais antioxidantes quando estão
mais expostos à radiação solar durante o crescimento. Ou ainda que a combinação de
radiação solar, chuva, humidade e tipo de solo pode originar anos excecionais de colheita
de antioxidantes (tal como nos vinhos tintos).
Os alimentos desta época são de facto um mundo imenso por descobrir. A maioria destes
frutos e legumes contêm quantidades consideráveis de água contribuindo para uma
hidratação ótima para as temperaturas elevadas que faz nessa altura. Contêm também
quantidades apreciáveis de substâncias indigeríveis que chegam ao intestino grosso,
sendo neste local parcialmente ou totalmente fermentadas pelas bactérias intestinais com
efeitos benéficos para a saúde. O efeito combinado da fermentação com subprodutos
formados fornece energia para as células e bactérias do intestino, contribuindo para a
regulação do trânsito intestinal e para a redução do risco de cancro do cólon. A fibra
solúvel presente nestes alimentos pode ainda retardar a absorção dos hidratos de
carbono, reduzindo o aumento da glicose sanguínea, que ocorre após a refeição. Mais
saciedade por mais tempo e com menos calorias.
Existem então alimentos próprios para o Verão? Existem sim, são aqueles que são capazes
de nos hidratar nos dias mais quentes, com baixo valor energético (pobre em calorias),
amigos da nossa saúde, nutritivos e deliciosos, fáceis de ter à mão e capazes de reduzir a
sensação de fome numa altura em que queremos ter uma silhueta perfeita.
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