Uma introdução sobre a Comuna de Paris

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES.
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA – PENSAMENTO MARXISTA
DOSCENTE - ANA MONTOIA
DISCENTE - INÃ CÂNDIDO DE MEDEIRO
Uma introdução sobre a Comuna de Paris
Em 26 de março de 1871 emergiu uma insurreição que ficou conhecida como
Comuna de Paris, primeira experiência histórica de um governo operário. Foi duramente
reprimida pelas tropas francesas e estrangeiras. Durou 72 dias: de 18 de Março a 28 de
Maio de 1871.
Iniciou-se a partir da Guerra franco-prussiana (1870-1871) que colocou em lados
opostos a França de Luís Bonaparte e a Prússia do Otto von Bismarck. Foi provocada
por Bismarck como parte do plano de criar um Império Alemão unificado. A Alemanha
ainda não era um estado formado, sendo dividida em estados autônomos: Saxônia,
Baviera, Hanôver, Baden, Turíngia, Renânia, Westfália, entre outros, destacando o forte
estado da Prússia.
A vitória da Prússia impôs uma séria de obrigações aos franceses: cessão de
parte de seu território, pagamento de rígidas indenizações, ocupação do território
francês por tropas prussianas. A cidade foi sitiada durante meses. As privações
consequentes do cerco custaram à vida de milhares de pessoas. Mesmo depois da
capitulação, em janeiro de 1871, o drama dos parisienses era grande, pois o gabinete
conservador nacional governava à revelia das necessidades da população de Paris. Isso
gerou uma revolta contra o governo em março de 1871.
À dissolução do Exército seguiu-se a tentativa do primeiro ministro da França,
Thiers de desmilitarizar a Guarda Nacional. Todavia, seus integrantes resistiram em
entregar os canhões ao governo, chegando até mesmo a atacar o Hôtel de Ville, sede do
governo provisório, levando seus membros a fugir para Versalhes. Paris ficou, então,
sem comando político.
Influenciado pelas ideias socialistas, jacobinos e anarquistas, o governo
proletário instaurado através de uma série de eleições, programou várias medida no
sentido de formar um poder democrático popular. Dentre elas, pode-se destacar a
abolição do trabalho noturno, a redução da jornada de trabalho, reforma escolar,
tornando-se laica e obrigatória, a concessão de pensão a viúvas e órfãos, a substituição
dos antigos ministérios por comissões eletivas, a “lei do refém”, que ameaçava com a
pena de morte aquele que cooperasse com o governo antigo e a separação entre Estado e
igreja. Havia a expectativa de que o movimento pudesse juntar-se às comunas formadas
em Marselha e Lyon, mas sua derrota ajudou a isolar ainda mais a experiência do
governo proletário em Paris.
A Comuna de Paris havia improvisado um governo que procurava obter o
controle sem precedentes de várias instituições, inclusive as coercitivas, através de seus
eleitores que em sua maioria eram constituídos por trabalhadores manuais. Para dirigir
os assuntos públicos foram criadas comissões eletivas que substituíram os antigos
ministérios: comissão do trabalho, da indústria e comércio, de serviços públicos, de
alimentos, da fazenda, da segurança pública, da justiça, da educação, de relações
exteriores e militares. O trabalho das comissões era coordenado por uma Comissão
Executiva, que posteriormente incluiu todos os presidentes de todas as comissões. Essa
Comissão Executiva foi substituída, em primeiro de maio, pelo Comitê de Salvação
Pública, órgão executivo superior da Comuna de Paris. Cada membro da Comuna se
integrou em um encargo conservando os vínculos com seu distrito eleitoral e reunindose ali com os eleitores.
Foi desmantelado o antigo aparato estatal, expulsaram-se os burocratas e os altos
funcionários; se reduziu os vencimentos e o salário dos trabalhadores do aparato da
Comuna e de seus membros foram fixados proporcionalmente ao salário médio de um
operário. Houve a substituição de antigos juízes através de eleições. Foram demolidos
os monumentos do militarismo e da reação.
Enquanto medidas democráticas eram tomadas em Paris, Thiers negociava com
a Prússia, em Versalhes, uma aliança para derrubar o governo comunal. Em troca de
concessões da França, Bismarck libertou presos de guerra para que pudessem ajudar no
cerco à cidade. Assim, em 21 de maio de 1871, mais de 100 mil soldados assaltaram
Paris.
Em parte, a limitação geográfica do governo comunal facilitou a vitória de
Thiers. Devemos somar a outros fatores: as dissidências políticas dentro do movimento,
o fato de o governo formado em Paris não ter atacado Versalhes e a ausência de um
comando militar suficientemente preparado para uma eventual invasão.
A experiência da comuna acabou em 28 de maio, após sete dias de guerra civil,
através daquilo que ficou conhecido como a semana sangrenta. As tropas do governo
que se encontrava em Versalhes conquistaram a cidade de volta depois de um massacre.
A Comuna de Paris matou cerca de 500 presos, principalmente guardas e clérigos,
inclusive o arcebispo da cidade. Do outro lado, historiadores calculam que as tropas
governamentais mataram de 20 mil a 25 mil pessoas, durante e após a conquista da
capital.
O breve período de existência da Comuna de Paris, seus erros táticos e sua
derrota não reduzem a sua importância histórica. A experiência da Comuna
desempenhou importante papel no desenvolvimento da teoria marxista-leninista, na
história do movimento operário internacional, na preparação e realização da revolução
socialista de outubro na Rússia.
Referências
Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/comuna-de-paris/> Acesso em 16
de fevereiro de 2013
Disponível em:
<https://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/c/comuna_paris.htm> Acesso
em 16 de fevereiro de 2013
Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/historiageral/comuna-paris.htm>
Acesso em 16 de fevereiro de 2013
Download