A TERRA, UM PLANETA MUITO ESPECIAL Biologia e Geologia 10º ano Natércia Charruadas 1 A Terra, um planeta muito especial Como se formou o Sistema solar? Quais os astros que constituem o Sistema Solar? Quais as particularidades do sistema Terra-Lua? Quais os impactes ambientais da exploração de recursos naturais? Podem as acções humanas potenciar situações de risco geológico? Como minimizar os impactes antróficos no meio ambiente? 2 A coisa mais incompreensível acerca do nosso Universo é que ele pode ser compreendido. Albert Einstein O que é o Universo? Como se formou o Universo? Qual é a nossa galáxia? Onde se localiza o Sistema Solar? Como se formou o Sistema Solar? Como é constituído o Sistemas Solar? Como funciona o Universo? 3 Como funciona o Universo? Desde tempos imemoriais o Homem questionou-se por que razão as estrelas se movem no firmamento e por que razão algumas (às quais chamaram planetas) às vezes até andam para trás, enfim como funciona o Universo. Cedo se constatou que um objecto luminoso se torna menos perceptível quanto mais afastado estiver. Provavelmente baseado nesta observação Ptolomeu, por volta de 130 aC, postulou que as estrelas estariam agarradas à superfície de uma esfera de cristal, a uma certa distância da terra, que os planetas se deslocavam sobre um círculo que por sua vez se deslocava sobre um outro círculo, cujo o centro se encontrava perto da terra, explicando desta forma a razão dos planetas avançarem e recuarem no firmamento. epicycle-move.gif Em 1543 Nicolau Copérnico compreendeu que o movimento (aparente) das estrelas e planetas podia ser explicado supondo que o Sol era o centro do Universo, que a terra rodava sobre si própria cada 24 horas, que esta orbitava em torno do Sol dando uma volta completa em cada ano, que a Lua orbitava em torno da terra a cada 28 dias, que os restantes planetas também orbitavam em torno do Sol e que as estrelas estariam a uma distância bastante grande deste pelo que pareciam fixas. http://www.pa.uky.edu/ ~shlosman/anim/copernican-move.gif 4 Os sistemas de Ptolomeu (geocêntrico) e Copérnico (heliocêntrico) são semelhantes, pois em ambos os planetas movem-se em epiciclos (ciclos com centros em outros ciclos). A diferença está que no sistema ptolomaico a Terra é o centro do Universo, enquanto que no sistema coperniciano o Sol ocupa o centro. Movimento dos astros segundo Ptolomeu. Movimento dos astros segundo Copérnico. 5 Desde a sua publicação, até aproximadamente 1700, poucos astrónomos foram convencidos pelo sistema de Copérnico, apesar da grande circulação do seu livro (aproximadamente 500 cópias da primeira e segunda edições, o que é uma quantidade grande para os padrões científicos da época). Entretanto, muitos astrónomos aceitaram partes de sua teoria, e o seu modelo influenciou muitos cientistas renomeados que viriam a fazer parte da história, como Galileu e Kepler, que conseguiram assimilar a teoria de Copérnico e melhorá-la. As observações de Galileu das fases de Vénus produziram a primeira evidência observacional da teoria de Copérnico. Além disso, as observações de Galileu das luas de Júpiter provaram que o sistema solar contém corpos que não orbitavam a Terra. Galileu forneceu finalmente uma prova decisiva que apoiava a tese do sistema heliocêntrico de Copérnico ao descobrir, com o seu telescópio, as fases de Vénus. Em particular observou que, tal como na Lua, também havia a fase Vénus "cheio", a qual era incompatível com o sistema de Ptolomeu, como pode ser visto na figura da direita. A hipótese heliocêntrica passou a ser mais aceite com a descoberta das leis de Kepler, o qual trabalhou a enorme compilação de medições astronómicas feitas por Tycho Brahe. Ironicamente Tycho Brahe tinha compilado estas medições com o intuito de refutar a tese de Copérnico! Em 1666 Isaac Newton mostrou que estas leis eram consequência da Lei da Gravitação Universal, mostrando desta forma que a força que explica a queda dos objectos na Terra é a mesma que explica o movimento dos astros no firmamento. 6 Origem e formação do Universo O Big Bang, ou, grande expansão, também conhecido como modelo da grande explosão térmica, parte do princípio de Friedmann, segundo o qual enquanto o Universo se expande, a radiação contida e a matéria arrefecem. Acredita-se que a matéria primordial - muitos acreditam ser o hidrogénio - ao aglomerar-se gravitacionalmente deu origem às primeiras galáxias, onde surgiram posteriormente estrelas e planetas, num processo de expansão que ainda está em marcha, desde há cerca de 13.7 bilhões de anos. O universo subdivide-se em aglomerado de galáxias, que se subdivide em grupos de galáxias (com aproximadamente entre 3 e 5 milhões de anos luz de diâmetro), que se subdivide em galáxias, que se subdivide em sistemas solares, que contém corpos celestes (como estrela, planetas, asteróides, etc.). 7 Origem e formação do Universo À escala do tempo médio de vida de um ser humano, a dinâmica dos corpos celestes, dos quais fazem parte as estrelas, os planetas, as nebulosas, os cometas, entre outros, parece-nos tranquila, lenta e imutável. No entanto, se pudéssemos observar o cosmos em câmara acelerada, seríamos surpreendidos pelo insuspeito dinamismo que existe às grandes escalas do Universo: o movimento das galáxias, o nascimento e morte de estrelas e sistemas solares, e todo o movimento imperceptível aos nossos olhos das grandes nebulosas e das poeiras interestelares. As previsões apontam para uma idade do Universo entre 13 e 15 mil milhões de anos. Para a Via Láctea, quase tão velha como o próprio Universo, é estimada uma idade de 13.6 mil milhões de anos. A datação de meteoritos do sistema solar, das rochas mais antigas da Terra, assim como dados obtidos da actual fase da vida do Sol apontam para uma idade do sistema solar entre 4.5 e 4.6 mil milhões de anos. Portanto, foi aproximadamente a dois terços da idade actual do Universo que num dos braços da Via Láctea, no seio de uma nuvem molecular gigante, se precipitou a agregação, por gravidade mútua dessas partículas, dando origem ao Sol e, na sua periferia, ao Sistema Solar. 8 O nascimento do Universo (Parte 1 de 5) 9 O nascimento do Universo (Parte 2 de 5) 10 O nascimento do Universo (Parte 3 de 5) 11 O nascimento do Universo (Parte 4 de 5) 12 O nascimento do Universo (Parte 5 de 5) 13 Como nascem as estrelas? A dinâmica gravitacional das galáxias acumula em certas zonas, com anos luz de tamanho, grandes quantidades de gás e pó interestelar a densidades muito baixas. É no seio destas nebulosas que se pode dar o nascimento de estrelas. Para tal, é necessário que a atracção gravitacional entre os átomos ou moléculas do gás suplante a pressão do gás, que tende a afastá-los. Por esta razão, numa zona de formação de estrelas é preciso, por um lado, que a densidade não seja demasiado baixa, de forma a que as partículas possam "comunicar" gravitacionalmente de forma significativa, por outro é necessário que a temperatura seja reduzida de forma a que a pressão também seja pequena. Existem vários tipos de nebulosas, a maioria demasiado rarefeitas para que possa acontecer o nascimento de uma estrela. Mas uma perturbação exterior, como a onda de choque criada pela explosão supernova de uma estrela próxima, pode provocar uma contracção nos gases e poeiras levando à formação de uma nuvem mais densa, opaca, chamada por isso nebulosa escura. É nestas nebulosas, com uma massa equivalente a centenas ou milhares de massas solares e com dezenas de anos luz de comprimento, que nascem as estrelas. Na figura ao lado pode ver a famosa nebulosa cabeça de cavalo, um exemplo de uma nebulosa escura. Como se formou o Sistema Solar? 14 Como se formou o Sistema Solar? Doc.3, p. 70 e 71 15 De uma nebulosa escura ao Sistema Solar Numa nebulosa escura a densidade de gases e poeiras é suficiente para precipitar a sua contracção gravitacional. Forma-se uma grande nuvem de gás, muito maior do que o nosso sistema solar, chamada nebulosa solar onde a pressão é suficientemente baixa para que a atracção gravitacional domine. À medida que a nuvem se vai contraindo, a temperatura dos gases que a constituem aumenta, assim como a pressão. O desenlace deste processo depende da massa da nuvem em contracção. Para uma estrela típica, com uma massa da ordem da massa do Sol, a contracção continua até que o seu interior atinge os milhões de Kelvins e têm início as reacções termonucleares: –A transformação de hidrogénio em hélio por via da fusão nuclear. Estas reacções libertam uma quantidade tal de energia que a pressão no interior da estrela aumenta o suficiente para travar a contracção gravitacional e a estrela atinge um equilíbrio hidrostático, que manterá ao longo de muitos milhões de anos (10 mil milhões de anos para uma estrela com a massa do nosso Sol) até esgotar o seu combustível nuclear: –O hidrogénio. No Sol, assim como noutros sistemas solares, a nuvem inicial teria algum movimento de rotação em torno do seu centro, resultado do balanço global dos movimentos desordenados das partículas. À medida que a nuvem foi encolhendo, e à semelhança do que acontece com um patinador que encolhe os braços para girar mais rápido, a velocidade de rotação das partículas foi aumentando e a força centrífuga associada a esta rotação fez com que as partículas a rodar suficientemente longe do eixo de rotação pudessem escapar ao colapso gravitacional na protoestrela, ficando a formar uma nuvem achatada perpendicular ao eixo de rotação, ver figura. É neste disco de partículas em órbitas aproximadamente circulares e coplanares que se vão formar os planetas . 16 À medida que a nebulosa solar diminuía de tamanho, aumentava a sua velocidade de rotação e o material das zonas exteriores, que não foi incorporado na protoestrela devido à força centrífuga, formou o chamado disco protoplanetário. Foi a partir do material deste disco, composto principalmente por hidrogénio e hélio no estado gasoso e uma pequena percentagem de outros elementos mais pesados, que se formaram os planetas do sistema solar. Desde o princípio da contracção da nebulosa solar até à formação do disco protoplanetário terão passado 100 mil anos; Até ao início das reacções termonucleares no interior da estrela terão passado 10 milhões de anos. Por esta razão pensa-se que a formação dos planetas começou muito antes de o Sol ter o tamanho e a luminosidade actuais. No início da contracção, a nebulosa solar teria uma temperatura de 50 K, mas à medida que a protoestrela foi aquecendo, a temperatura da parte interior do disco foi também aumentando até cerca de 2000 K na zona mais próxima do Sol. Assim, o disco protoplanetário então formado ganhou duas regiões distintas: uma interior, donde resultaram os planetas terrestres, onde as temperaturas eram da ordem das centenas de graus Kelvin, e uma região exterior, que deu origem aos planetas gasosos e onde as temperaturas se mantiveram na ordem das dezenas de graus Kelvin. Nesta fase a pressão era suficientemente baixa para que as substâncias não pudessem existir no estado líquido, ou se encontravam no estado sólido ou no estado gasoso, dependendo da sua temperatura de condensação. O hidrogénio e o hélio têm temperaturas de condensação muito baixas e consequentemente em toda a nebulosa encontravam-se no estado gasoso. No entanto, na zona interior do disco, apenas os materiais com altas temperaturas de condensação como o ferro, o magnésio, o enxofre, entre outros, sobreviveram no seu estado sólido. Substâncias como a água, o metano e a amónia foram vaporizadas pelas altas temperaturas. Nebulosa Solar Disco Protoplanetário 17 Nestas condições, na zona interior, os pequenos corpos que resistiam às altas temperaturas em órbita do futuro Sol começaram a atrair-se gravitacionalmente, a colidir e a ligar-se, dando origem a objectos cada vez maiores. À medida que foram aumentando de tamanho, passando de planetesimais a protoplanetas, as colisões entre os vários corpos foram sendo cada vez mais espectaculares. Foi provavelmente numa destas colisões que a Lua ficou gravitacionalmente ligada à Terra. Foi ainda devido ao calor libertado nestas colisões que o material dos planetas recém-formados derreteu, permitindo que os materiais mais pesados se 'afundassem', dando origem aos densos núcleos de ferro dos planetas interiores. Quanto aos planetas exteriores, também começaram por ser pequenos planetesimais, mas desta feita não só os materiais rochosos estavam disponíveis para formar pequenos planetas, mas também o gelo existia em quantidades muito superiores. Esta é uma das razões pelas quais os planetas exteriores são muito maiores do que os interiores. Além disso havia ainda grandes quantidades de hidrogénio e hélio, que pelas baixas temperaturas se moviam mais lentamente, o que facilitou a sua captura pelos planetas em formação. O resultado foram vários planetas gigantes, com núcleos rochosos, de massas 5 a 10 vezes superiores à massa da Terra e com uma grande atmosfera de hidrogénio envolvente. Planetesimais Protoplanetas Entre Marte e Júpiter sobreviveu ainda a chamada cintura de asteróides. Ao que tudo indica são protoplanetas que nunca chegaram a formar um planeta devido às perturbações gravitacionais causadas por Júpiter. Julga-se que a restante matéria da nebulosa solar, que não foi incorporada na formação de nenhum planeta, tenha sido ejectada para fora do sistema solar pelo vento solar, então milhares de vezes mais forte do que actualmente e por encontros gravitacionais. Sistema Solar 18 Em resumo: (observação: trabalho realizado por alunos, com algumas lacunas relativamente ao Português) Explorar as páginas 72 e 73 do livro ARGUMENTOS A FAVOR DA TEORIA NEBULAR REFORMULADA 19 Origem e constituição do Sistema Solar Será plutão considerado um verdadeiro planeta? Doc.1, p. 63 20 Quais os astros que constituem o Sistema Solar? SISTEMA SOLAR Segundo a 26ª Assembleia Geral da União Astronómica Internacional, o Sistema Solar é constituído por: ESTRELA PLANETAS PRINCIPAIS Uma estrela é um corpo celeste luminoso formado de plasma. Por causa de sua pressão interna, produz energia por fusão nuclear, transformando átomos de hidrogénio em hélio. A energia gerada é emitida por meio do espaço sob a forma de radiação electromagnética (luz), neutrinos e vento estelar. Corpos celestes que: 1 - orbitam em torno do Sol; 2 - têm massa suficiente para ter gravidade própria e que assumem uma forma arredondada; 3 - dominam claramente a sua órbita, isto é, possuem uma órbita desimpedida de outros astros. Planetas secundários ou também designados satélites naturais, são planetas que giram em torno de outros planetas. Alguns planetas secundários possuem um diâmetro superior a alguns planetas principais. SOL VER PRÓXIMO DIAPOSITIVO VER PRÓXIMO DIAPOSITIVO PLANETAS SECUNDÁRIOS PLANETAS ANÕES PEQUENOS CORPOS Corpos celestes muito semelhantes aos planetas principais, uma vez que orbitam em torno do Sol, têm uma forma arredondada, mas não possuem uma órbita desimpedida. Não possuem força gravítica suficiente para removerem pequenos corpos cujas órbitas os levem a colidir, capturar entre si ou sofrer perturbações gravitacionais. Asteróides - são corpos rochosos, de forma irregular. A Cintura de Asteróides permite separar os planetas interiores dos exteriores. Cometas - são pequenos corpos celestes esferoidais, constituídos essencialmente por água, gases congelados e poeiras rochosas, com diâmetro entre 1 e 10 Km; possuem órbitas excêntricas, têm núcleo, cabeleira e cauda, quando se aproximam do Sol. Meteorídes - partículas rochosas, de dimensões variadas, originadas da colisão de asteróides ou desagregação de cometas Localizam-se na Cintura de Kuiper. Ex.: Plutão e Éris 21 Planetas do Sistema Solar - Parte I 22 Planetas do Sistema Solar - Parte II 23 Todos os planetas do Sistema Solar realizam dois movimentos: - o movimento de translacção, que os planetas principais efectuam em torno do Sol. A Terra realiza-o em 365 dias e daí resultam as quatro estações do ano. - o movimento de rotação, que o planeta efectua em torno de si mesmo. A Terra demora, aproximadamente, 24 horas e como resultado surge a sucessão dos dias e das noites. A maioria dos planetas gira no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio - sentido directo. Vénus e Úrano possuem um movimento no sentido retrógrado, isto é, no sentido dos ponteiros do relógio. 24 Planetas telúricos e planetas gasosos Quadro, p. 65 Doc.4 e p. 78 a 81 25 Asteróides, Meteoróides, Meteoros e Meteoritos 26 Classificação dos meteoritos Sideritos ou férreos são, essencialmente, formados por uma liga metálica de ferro e níquel e apresentam inclusões de um mineral (troillite) não muito frequentes na Terra. Siderólitos ou petroférreos são constituídos por proporções idênticas de minerais silicatados, tal como feldspato, e de uma liga metálica de ferro e níquel. Aerólitos ou pétreos possuem na sua composição uma elevada percentagem de minerais silicatados e uma reduzida percentagem da liga ferro e níquel. Condritos são meteoritos pétreos com côndrulos (pequenos agregados esféricos, com cerca de 1mm de diâmetro, de minerais de alta temperatura, tais como a olivina e a piroxena). Ordinários Carbonosos contêm compostos orgànicos de origem extraterrestre e água. Certos cientistas admitem que, por este motivo, podem ter estado na origem da vida no nosso planeta. Acondritos são meteoritos pétreos de textura homogénea, isto é, sem o desenvolvimento de côndrulos, apresentando grande semelhança com as rochas da superfície terrestre, em composição e textura. 27 Cometas Doc.2, p. 66 28 O Universo: Cometas e Meteoros Mortais (Parte 1 de 5) 29 O Universo: Cometas e Meteoros Mortais (Parte 2 de 5) 30 O Universo: Cometas e Meteoros Mortais (Parte 3 de 5) 31 O Universo: Cometas e Meteoros Mortais (Parte 4 de 5) 32 O Universo: Cometas e Meteoros Mortais (Parte 5 de 5) 33 Conclusão: O estudo comparativo dos diferentes corpos do Sistema Solar leva a admitir que os processos que intervieram na génese do nosso planeta se enquadram nos fenómenos que intervieram na génese de todos os outros componentes do Sistema Solar (afinal somos regidos pelas mesmas leis da física). A Terra terá resultado da acreção de pequenos corpos - os planetesimais que ao colidirem entre eles produziram calor. Este calor, juntamente com o da desintegração radioactiva e da compressão dos materiais, terá originado energia suficiente que está na base da geodinâmica interna. O estudo da Lua e dos meteoritos tem contribuido sobremaneira para aumentar o conhecimento do nosso planeta. Origem do Sistema Solar (Lisboa Editora, 2003) Acreção e diferenciação (Lisboa Editora, 2003) 34 A Terra e os outros planetas telúricos - Para pensar... Planetas telúricos - comparativo (Porto Editora, 2007) 1. Fomule uma hipótese que explique a origem dos gases responsáveis pelo efeito de estufa no planeta Vénus. 2. Comente a seguinte afirmação: “O que se está a verificar em Vénus pode ser interpretado como um aviso aos habitantes da Terra”. 3. Que outras consequências poderão advir do aquecimento da atmosfera? 35 Proposta de resolução: 1. Os gases que contribuem para o efeito de estufa no planeta Vénus podem ser o resultado de uma forte actividade vulcânica, com elevada emissão de gases. 2. Uma elevada emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera, tal como acontece actualmente na Terra, em consequência da combustão de grande quantidade de combustíveis fósseis, nomeadamente o carvão e o petróleo, pode contribuir para um aumento generalizado da temperatura superficial do nosso planeta. 3. Com um aumento da temperatura superficial da Terra podem verificar-se outras catástrofes à escala planetária, tais como: alteração das condições climatéricas; fusão das zonas da criosfera, com consequente aumento do nível do mar; aumento das áreas desérticas e diminuição de zonas de cultivo; desaparecimento de espécies com consequente modificação das cadeias alimentares e propagação de agentes causadores de doenças. 36 A Geologia dos planetas telúricos - Para pensar... Planetas Características Mercúrio Na superfície, é possível observar bacias resultantes da injecção de materiais no estado de fusão, terrenos modelados pelo impacto de meteoritos, planícies que parecem apontar para a escorrência de mantos de lava e a ocorrência de escarpas tectónicas. Vénus Através das imagens obtidas por radar, foi possível verificar a existência na sua superfície de terras altas intensamente deformadas. com vales de rifte onde predominam cones vulcânicos, fossas e cadeias montanhosas. As planícies vulcânicas parecem sugerir a existência de mantos e rios de lava fluída que ocupam grandes áreas. Embora em menor número do que em Mercúrio, é possível observar crateras de impacto. Terra Único planeta onde se conhece vida, a Terra é um planeta claramente activo do ponto de vista geológico. Na sua superfície, é possível observar modelados e formas, tais como montanhas, cones vulcânicos, dobras, falhas, oceanos, mares, rios, desertos com dunas, etc. Embora em muito menor número, também é possível observar crateras de impacto de corpos celestes. Marte As terras altas dominam o hemisfério sul do planeta e apresentam uma grande densidade de crateras de impacto. As terras baixas, com poucas crateras de impacto, ocorrem no hemisfério norte e parecem resultar da escorrência de mantos de lava. Fotografias demonstraram a existência de dorsais e cadeias montanhosas, vulcanismo efusivo e explosivo, ravinamentos, canais fluviais, depósitos lacustres e dunas eólicas. 1. Como explica a existência de poucas crateras de impacto na Terra? 2 . Elabore uma tabela com os quatro planetas do quadro e discrimine as estruturas endógenas, exógenas e exóticas de cada um deles. 3. Marte parece evidenciar que, num passado distante, já teve água no estado líquido. Formule uma hipótese que explique a ausência, na actualidade, de água neste planeta. 37 Proposta de resolução: 1. Todas as rochas e formas, incluindo possíveis crateras de impacto, ficam sujeitas à acção dos agentes da geodinâmica externa, tais como a água, o vento, a temperatura, os seres vivos, etc. e também dos agentes da geodinâmica interna (formação de cadeias orogénicas). 2. Estruturas endógenas - resultam da acção de processos e forças que actuam no interior dos planetas, como por exemplo, dobras, falhas, fissuras, cones vulcânicos, filões, entre outras. Estruturas exógenas - são originadas por processos que ocorrem na superfície do planeta, tais como rios, dunas e ravinamentos. Estruturas exóticas - têm uma origem exterior ao planeta, como é o caso de crateras de impacto de meteoritos e outros corpos celestes. Planetas Estruturas Mercúrio Bacias ígneas, mantos de lava, terrenos modelados pelo impacto de meteoritos, escarpas tectónicas. Vénus Terras deformadas. rifte, cones vulcânicos, cadeias montanhosas, planícies vulcânicas, rios de lava e crateras de impacto. Terra Montanhas, cones vulcânicos, dobras, falhas, oceanos, mares, rios, desertos, dunas e crateras de impacto. Marte Mantos de lava, dorsais, cadeias montanhosas, vulcanismo, ravinamentos, canais fluviais, depósitos lacustres e dunas eólicas. Crateras de impacto. 3. Algumas hipóteses podem colocar-se para a ausência de água líquida à superfície de Marte, tais como: alterações na atmosfera ou alterações na temperatura superficial do planeta. Actualmente há dados que apontam para a existência de gelo, designadamente no seu pólo sul. 38 Sistema Terra-Lua Explorar p. 82 39 A Lua - Parte 1 de 4 40 A Lua - Parte 2 de 4 41 A Lua - Parte 3 de 4 42 A Lua - Parte 4 de 4 Doc. 5 e Trabalho Prático, p. 83 a 86 43 A Terra, um planeta a proteger Como se pode investigar os fundos oceanicos? 44 Morfologia do fundo oceânico 45 Morfologia do fundo oceânico A - Crosta continental B - Fossa oceânica C - Crosta oceânica D - Rifte E - Fossa oceânica F - Crosta continental 1 - Astenosfera 2 - Formação de crosta oceânica 3 - Subducção 4 - Câmara magmática 46 Morfologia do fundo oceânico 47 Referências: Imagens: http://hangover80.files.wordpress.com/2009/11/terra.jpg http://api.ning.com/files/Vg7eHVJfXBsDhhK6S1wll8N985F71PLHkWQietKcbQcd25kcWOEKyedCnEKwLEwRn58ao9viDvvFYo9L7SwUfvmDVaLFYiI/universo.jpg http://leifi.physik.uni-muenchen.de/web_ph11/geschichte/09epizyklen/weltbildaristoteles.htm http://tarrascao.files.wordpress.com/2008/12/universo_digital.jpg http://www.apolo11.com/imagens/etc/via_lactea_bracos_small.jpg http://images.google.com/imgres?imgurl=http://sites.google.com/site/biogeonorte2/AcreoeDiferenciao.jpg&imgrefurl=http://sites.g http://herisalves.blog.uol.com.br/images/mercurio1.jpg http://inspirationoflyric.files.wordpress.com/2009/03/venus.jpg http://acqua.files.wordpress.com/2008/04/imagem_planeta_terra.jpg http://www.on.br/glossario/alfabeto/m/imagens/marte_nasa.jpg http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/_/rsrc/1226847356854/biologia-e-geologia-10º/a-terra-um-planeta-unico-a-proteger/ gagocoutinho_equip.png http://www.ufrgs.br/geociencias/cporcher/Atividades%20Didaticas_arquivos/Geo02001/geomorfologia_arquivos/image012.jpg http://www.netxplica.com/manual.virtual/exercicios/imagem/placas.fundo.oceanico.1.png http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/_/rsrc/1226851105531/biologia-e-geologia-10º/a-terra-um-planeta-unico-a-proteger/ Crosta%20Oceânica.jpg 48 Referências: Vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=taGegvJjGjk&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=r5Z1nZLStSs&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=taOe1tN2tr8&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=Uh1RSimp8uo&NR=1 http://www.youtube.com/watch?v=ITbJCoB8mfw&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=B1AXbpYndGc http://www.youtube.com/watch?v=4iCuHjvehvU&NR=1 http://www.youtube.com/watch?v=yP5XGojbX64 http://www.youtube.com/watch?v=4BhhXdkZ5LE http://www.youtube.com/watch?v=NsliYGyOqfA&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=MLrJapYdelA&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=onamHTdFxU4&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=UozLt6myifs&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=ClV11SKJ6gs http://www.youtube.com/watch?v=v1NQBJFZPNQ 49 Referências: Vídeos (continuação): http://www.youtube.com/watch?v=2YBRVm143EE&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=AJ6qBZ1ZMsw&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=Ym6UeEEiTDE&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=Q4pXlvC5I5g&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=-zvik5CpNBI&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=cuaomDUD-Qc http://www.youtube.com/watch?v=IR3_Op7tq2A&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=057yscJjUUg&NR=1 http://www.youtube.com/watch?v=y6DOkvgawa8&NR=1 http://www.youtube.com/watch?v=9cGBHSLgLnI&NR=1 50 Referências: Sites: http://www.nasa.gov/ http://pt.wikipedia.org/wiki http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA/ http://images.google.com/imgres?imgurl=http://sites.google.com/site/biogeonorte2/AcreoeDiferenciao.jpg&imgrefurl=http:// sites.google.com/site/biogeonorte2/2.aterra,umplanetamuitoespecial&usg=__-wPnGlLdw02ByEAfZ3ckrXKSDs=&h=607&w=1479&sz=166&hl=pt-PT&start=7&um=1&tbnid=Kpbg15XYgw8sM:&tbnh=62&tbnw=150&prev=/images%3Fq%3Dterra%2Bacre%25C3%25A7ao%2Be%2Bdiferencia%25C3%25A7ao%26hl %3Dpt-PT%26client%3Dsafari%26rls%3Den%26sa%3DX%26um%3D1 Livros: Terra, Universo de Vida, Porto editora Geologia 10º ano, Areal Editores 51 ANEXOS 52 Ptolomeu Claudius Ptolemaeus (em grego: Κλαύδιος Πτολεμαῖος; em português dito Cláudio Ptolomeu ou Ptolemeu; 90 – 168), foi um cientista grego que viveu em Alexandria, uma cidade do Egipto. Ele é reconhecido pelos seus trabalhos em matemática, astrologia, astronomia, geografia e cartografia. Realizou também trabalhos importantes em óptica e teoria musical. A sua obra mais conhecida é o Almagesto (que significa "O grande tratado"), um tratado de astronomia. Esta obra é uma das mais importantes e influentes da Antiguidade Clássica. Nela está descrito todo o conhecimento astronómico babilónico e grego e nela se basearam as astronomias de Árabes, Indianos e Europeus até o aparecimento da teoria heliocêntrica de Copérnico. No Almagesto, Ptolomeu apresenta um sistema cosmológico geocêntrico, isto é a Terra está no centro do Universo e os outros corpos celestes, planetas e estrelas, descrevem órbitas ao seu redor. Estas órbitas eram relativamente complicadas resultando de um sistema de epiciclos. Ptolomeu foi considerado o primeiro "cientista celeste". No entanto, Ptolomeu foi duramente criticado por alguns cientistas, como Tycho Brahe e Isaac Newton, sendo acusado de não ter realizado nenhuma observação astronómica, mas apenas plagiado dados de Hiparco, entre outras acusações. adaptado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ptolemeu 53 Copérnico Nicolau Copérnico (em polaco Mikołaj Kopernik; em latim Nicolaus Copernicus; Toruń, 19 de Fevereiro de 1473 — Frauenburgo, 24 de Maio de 1543) foi um astrónomo e matemático polaco que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico. Sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a Terra como o centro), é tida como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna. Copérnico acreditava que a Terra era apenas mais um planeta que concluía uma órbita em torno de um sol fixo todo ano e que girava em torno de seu eixo todo dia. Ele chegou a essa correcta explicação do conhecimento de outros planetas e explicou a origem dos equinócios correctamente, através da vagarosa mudança da posição do eixo rotacional da Terra. Ele também deu uma clara explicação da causa das estações : O eixo de rotação da terra não é perpendicular ao plano de sua órbita. Do ponto de vista experimental, o sistema de Copérnico não era melhor do que o de Ptolomeu. E Copérnico sabia disso, e não apresentou nenhuma prova observacional em seu manuscrito, fundamentando-se em argumentos sobre qual seria o sistema mais completo e elegante. adaptado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Copérnico 54