VISITANTES FLORAIS DAS PLANTAS MEDICINAIS

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
UNIDADE ACADÊMICA DE HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
VISITANTES FLORAIS DAS PLANTAS MEDICINAIS Calendula
officinalis L. (ASTERACEAE), Chamomilla recutita L. (ASTERACEAE) e
Foeniculum vulgare Mill. (APIACEAE), CULTIVADAS NO MUNICÍPIO
DE GRÃO-PARÁ, SANTA CATARINA
CAROLINE HOBOLD
CRICIÚMA, SC
2009
1
CAROLINE HOBOLD
VISITANTES FLORAIS DAS PLANTAS MEDICINAIS Calendula
officinalis L. (ASTERACEAE), Chamomilla recutita L. (ASTERACEAE) e
Foeniculum vulgare Mill. (APIACEAE), CULTIVADAS NO MUNICÍPIO
DE GRÃO-PARÁ, SANTA CATARINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
para obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Biológicas da Universidade do
Extremo Sul Catarinense, UNESC.
Área de Concentração:
Manejo e Gestão de Recursos Naturais
Orientadora:
Profª. Dra. Birgit Harter-Marques
CRICIÚMA, SC
2009
a
2
Aos meus pais, Nilo Hobold e Arnete Buss Hobold, por representarem meu maior exemplo e
experiência de amor, amizade e lealdade e, sobretudo, pelo apoio e dedicação.
Dedico...
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Nilo e Arnete, por tornarem meu sonho possível, por sempre me apoiarem
nos momentos difíceis, pela preocupação quando eu ligava chorando por besteiras, por serem
pais admiráveis e principalmente por serem maravilhosos amigos. Amo vocês.
Aos meus irmãos, Juliano e Rafael, por todas as mais diversas formas de demonstração de
amor. Pelas horas despendidas em conversas inteligentes e pelo companheirismo em todas as
situações.
A minha avó, Terezinha, pelos conselhos, pelas comidas maravilhosas e por ter sido uma
segunda mãe em todos os momentos da minha vida.
A Profª. Dra. Birgit Harter-Marques, pela ajuda na identificação dos grupos de insetos,
pelo incentivo a Pesquisa Científica, por sempre responder as perguntas fora de hora que eu
insistia em querer respostas, pelo exemplo profissional e pela ótima amizade construída.
Ao meu amigo e namorado, Lucas, pelo amor, carinho, companheirismo, por me aturar nas
horas de “stoniamento”, por me fazer muito feliz e estar sempre ao meu lado em todas as
situações.
A minha “família” em Criciúma, Leonardo, Kátia e André, por sempre me acolherem de
braços abertos e com muito carinho.
As três jóias que encontrei nesta faculdade, Van, Loy e Cati, por serem maravilhosas amigas
e irmãs de coração.
Aos meus companheiros do Laboratório de Interação Animal-Planta (LIAP), pela amizade
conquistada, pelo auxílio neste trabalho e pelos momentos de descontração.
A minha amiga e futura colega de profissão, Mainara, pela ajuda na identificação do grupo
das abelhas.
4
Ao Sr. Antônio Alberton e toda sua família, por cederem sua propriedade para que este
estudo fosse realizado e pelas ótimas conversas entre uma coleta e outra.
Ao Pedro Marques, pela ajuda nas coletas de campo, amizade e por sempre compartilhar da
sua incansável alegria e bom humor.
Ao Prof. Dr. Andreas Köhler, pela realização da identificação do grupo de Syrphidae e
Vespidae.
A todos os meus colegas, que encerram comigo mais esta jornada, e a todos os professores
que fizeram parte desta minha formação.
E por fim, presto sinceros agradecimentos a todos aqueles que, de alguma forma,
influenciaram ou simplesmente fizeram votos para o sucesso deste trabalho.
OBRIGADA!
5
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar
a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence
obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis”.
José de Alencar
6
RESUMO
Recentemente as plantas medicinais têm recebido maior atenção por parte dos pesquisadores,
buscando informações para fins de padronização dos materiais a serem utilizados ao longo da
cadeia produtiva. Até o momento, os estudos sobre plantas medicinais concentram-se
principalmente em suas propriedades químicas e farmacológicas, deixando de enfocar suas
interações ecológicas. Neste trabalho foi registrada a entomofauna visitante das
inflorescências de três espécies medicinais: Calendula officinalis L., Chamomilla recutita L. e
Foeniculum vulgare Mill. As coletas dos visitantes florais destas três plantas medicinais
foram realizadas em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante os meses
de agosto/2008 a janeiro/2009, quinzenalmente, durante 10 minutos de cada hora no período
das oito às 17 horas. Em Calendula officinalis foram coletados 784 indivíduos pertencentes às
ordens Hymenoptera, Lepidoptera e Diptera. O grupo das abelhas (Hymenoptera: Apoidea)
foi o mais representativo com 698 indivíduos, sendo Apidae e Halictidae as famílias mais
abundantes. Apis mellifera L. e Trigona spinipes (Fabricius) foram às espécies de visitantes
florais mais abundantes na calêndula. A maior abundância de visitantes se deu no mês de
outubro. Em Chamomilla recutita foram coletados 496 indivíduos pertencentes às ordens
Hymenoptera e Diptera. O grupo das abelhas foi o mais representativo com 408 indivíduos,
sendo representando principalmente pelas famílias Apidae e Halictidae. O pico de maior
abundância foi no mês de outubro. As espécies de visitantes mais abundantes foram Plebeia
remota (Friese) e Dialictus sp. 2. Estas duas plantas medicinais pertencem à família
Asteraceae, que possui morfologia floral e tipo de inflorescência que torna mais fácil o acesso
aos seus recursos pelas abelhas e por outros grupos de insetos. Em Foeniculum vulgare foram
coletados 400 indivíduos pertencentes às ordens Hymenoptera e Diptera. Hymenoptera foi o
grupo mais representativo com 324 indivíduos, sendo o grupo das vespas o mais abundante.
Vespidae se mostrou à família com maior abundância seguida por Apidae e Halictidae. O
período de maior visitação de insetos foi no mês de novembro. Polybia sp. 1 e Polistes
cavapityformis Richard foram as espécies mais abundantes. O padrão de ocorrência de uma
alta riqueza e abundância de Apidae e Halictidae nas três plantas pode ser explicado devido a
grande parte das espécies destas famílias apresentarem padrão generalista na coletas de
recursos florais. A maior ocorrência de visitantes florais coincidiu com o mês em que cada
planta apresentava seu pico de floração, oferecendo uma maior quantidade de flores. A
comparação entre os visitantes florais por planta evidenciou uma baixa similaridade.
PALAVRAS-CHAVES: Visitantes florais, Abelhas, Calendula officinalis, Chamomilla
recutita, Foeniculum vulgare.
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Plantação de Calendula officinalis e Chamomilla recutita na propriedade rural do
Sr. Antônio Alberton no município de Grão-Pará, SC. .................................................... 15
Figura 2: Abundância de insetos visitantes florais da planta medicinal Calendula officinalis
cultivada sob manejo orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de
floração. ............................................................................................................................ 22
Figura 3: Flutuação da abundância de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C.
officinalis em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu
período de floração. .......................................................................................................... 23
Figura 4: Flutuação da riqueza de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C. officinalis
em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de
floração ............................................................................................................................. 23
Figura 5: Curva do coletor referente aos meses de coletas realizadas durante o período de
floração da espécie medicinal Calendula officinalis cultivada em uma propriedade rural
no município de Grão-Pará, SC........................................................................................ 24
Figura 6: Estimadores de riqueza não-paramétricos: Chao 1, Chao 2, Jacknife 1, Jacknife 2 e
Bootstrap e a curva do coletor (spp. amostradas)............................................................. 24
Figura 7: As cinco espécies de visitantes florais mais representativas coletadas na planta
medicinal C. officinalis em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC,
durante seu período de floração........................................................................................ 25
Figura 8: Distribuição das espécies de visitantes florais amostradas na planta medicinal C.
officinalis em propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, nas três categorias
segundo o cálculo da medida faunística da constância .................................................... 26
Figura 9: Abundância de insetos visitantes florais da planta medicinal Chamomilla recutita
cultivada sob manejo orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de
floração. ............................................................................................................................ 28
Figura 10: Flutuação da abundância de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C.
recutita em propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de
floração. ............................................................................................................................ 29
Figura 11: Flutuação da riqueza de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C. recutita
em propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração 29
Figura 12: Curva do coletor referente aos meses de coletas realizadas durante o período de
floração da espécie medicinal C. recutita realizadas em uma propriedade rural no
município de Grão-Pará, SC............................................................................................. 30
Figura 13: Estimadores de riqueza não-paramétricos: Chao 1, Chao 2, Jacknife 1, Jacknife 2 e
Bootstrap e a curva do coletor (spp. amostradas)............................................................. 30
Figura 14: As cinco espécies de visitantes florais mais representativas coletadas na planta
medicinal C. recutita em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante
seu período de floração..................................................................................................... 31
Figura 15: Distribuição das espécies de visitantes florais amostradas na planta medicinal C.
recutita em propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, nas três categorias
segundo o cálculo da medida faunística da constância. ................................................... 32
Figura 16: Abundância de insetos visitantes florais da planta medicinal Foeniculum vulgare
cultivada sob manejo orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de
floração. ............................................................................................................................ 34
Figura 17: Flutuação da abundância relativa de abelhas visitantes florais da espécie medicinal
F. vulgare em propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de
floração. ............................................................................................................................ 35
8
Figura 18: Flutuação da riqueza de abelhas visitantes florais da espécie medicinal F. vulgare
em propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração 36
Figura 19: Curva do coletor referente aos meses de coleta do período de floração da espécie
medicinal F. vulgare realizadas em uma propriedade rural no município de Grão-Pará,
SC. .................................................................................................................................... 36
Figura 20: Estimadores de riqueza não-paramétricos: Chao 1, Chao 2, Jacknife 1, Jacknife 2 e
Bootstrap e a curva do coletor (spp. amostradas)............................................................. 37
Figura 21: As quatro espécies de visitantes florais mais representativas coletadas na planta
medicinal F. vulgare em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante
seu período de floração..................................................................................................... 38
Figura 22: Distribuição das espécies de visitantes florais amostradas na planta medicinal F.
vulgare em propriedade rural no município de Grão Pará, SC, nas três categorias
segundo o cálculo da medida faunística da constância. ................................................... 39
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Espécies de visitantes florais e abundâncias absolutas encontradas na espécie
medicinal Calendula officinalis, cultivada sob manejo orgânico no município de GrãoPará, SC, durante o período de floração da espécie.......................................................... 20
Tabela 2: Número de gêneros, espécies e indivíduos de abelhas distribuídos por família,
coletados na planta medicinal Calendula officinalis no município de Grão-Pará, SC,
durante o período de floração da espécie.......................................................................... 22
Tabela 3: Espécies de visitantes florais e abundâncias absolutas encontradas na espécie
medicinal Chamomilla recutita, cultivada sob manejo orgânico no município de GrãoPará, SC, durante o período de floração da espécie.......................................................... 26
Tabela 4: Número de gêneros, espécies e indivíduos de abelhas distribuídos por família,
coletados na planta medicinal Chamomilla recutita no município de Grão-Pará, SC. .... 28
Tabela 5: Espécies de visitantes florais e abundâncias absolutas encontradas na espécie
medicinal Foeniculum vulgare cultivada sob manejo orgânico no município de GrãoPará, SC, durante o período de floração da espécie.......................................................... 32
Tabela 6: Número de gêneros, espécies e indivíduos de abelhas distribuídos por família,
coletados na planta medicinal Foeniculum vulgare no município de Grão-Pará, SC. ..... 35
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 14
2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 14
2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 14
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 15
3.1 Área de estudo ......................................................................................................... 15
3.2 Plantas medicinais estudadas................................................................................. 16
3.3 Metodologia ............................................................................................................. 17
3.3.1 Coleta de insetos visitantes florais............................................................. 17
3.3.2 Análise de Dados ......................................................................................... 18
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 20
Calendula officinalis L.................................................................................................... 20
Chamomilla recutita L. ................................................................................................... 26
Foeniculum vulgare Mill................................................................................................. 32
Similaridade entre as plantas....................................................................................... 39
5 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 40
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 47
APÊNDIC ................................................................................................................................ 52
11
1 INTRODUÇÃO
plantas medicinais são consideradas aquelas administradas de alguma forma e por
alguma via ao homem ou animal, exercendo sobre eles uma ação farmacológica qualquer
(ALMEIDA, 1993). O uso de plantas medicinais pela população mundial tem sido muito
significativo nos últimos anos (MARTINS, 2000). Segundo dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas no mundo já fizeram uso de algum tipo de erva
medicinal e, sendo assim, o cultivo de plantas medicinais se torna de uma importância
fundamental, pois é ele que vai suprir a necessidade de demanda dessas plantas no mercado
(CORRÊA JÚNIOR; MING; SHEFFER, 1994).
Existe uma necessidade imediata de se intensificar os estudos sobre o cultivo de
ervas medicinais, uma vez que é crescente o interesse pela fitoterapia, tanto pela classe
médica quanto pelo mercado consumidor (MAIA et al., 2008). Recentemente, as plantas
medicinais têm recebido maior atenção por parte dos pesquisadores, buscando informações
para fins de padronização dos materiais a serem utilizados ao longo da cadeia produtiva. Até o
momento, os estudos sobre plantas medicinais concentram-se principalmente em suas
propriedades químicas e farmacológicas, dando um enfoque menor à suas interações e seus
aspectos ecológicos.
As informações relacionadas à polinização e aos visitantes florais das inflorescências
das três plantas medicinais utilizadas neste estudo, Calendula officinalis, Chamomilla recutita e
Foeniculum vulgare são restritas no Brasil (LEITE et al., 2005; PEREIRA, 2008; WANDERLEY
et al., 2008).
No processo de cultivo das espécies medicinais alguns fatores podem afetar de forma
significativa a qualidade e a quantidade de princípios ativos produzidos pelas plantas (SILVA
et al.,1995). Mudanças na composição química de plantas podem ser induzidas em resposta a
ataques por insetos herbívoros ou por insetos visitantes florais (VALLADARES et al., 2002).
Nas plantas aromáticas tais mudanças podem afetar compostos específicos nos quais a
atividade farmacológica está baseada.
As interações entre plantas e seus insetos visitantes são vitais para a integridade
estrutural e funcional dos ecossistemas, assim como para a manutenção ou aumento na
produção de alimento para o ser humano (FIGUEIREDO, 2003). Acredita-se que entre as 250
mil espécies de plantas com flores, 90% são polinizadas por animais e principalmente por
diversas ordens de insetos (BAWA, 1990). A maioria dos grupos de insetos visitantes florais,
12
especialmente Hymenoptera, Lepidoptera e Diptera, utiliza o pólen e o néctar para a
alimentação dos adultos e/ou também para a maturação das larvas (SILVA; VIANA, 2002).
Cabe ressaltar que nem sempre visitantes florais são polinizadores das plantas.
Polinizadores efetivos depositam grãos de pólen de plantas co-específicas nos estigmas e para
isto devem mostrar fidelidade floral, transportar grãos de pólen, tocar os estigmas e voar entre
indivíduos da mesma espécie (SCHLINDWEIN, 2004). Dentre os insetos visitantes florais, os
adultos de lepidópteros e dípteros, que utilizam néctar e pólen para sua alimentação, são
considerados polinizadores efetivos de poucas espécies vegetais (BUZZI, 2005). Já entre os
himenópteros visitantes florais, encontramos os grupos das abelhas e vespas que utilizam
recursos fornecidos pelas plantas. O grupo das vespas normalmente utiliza as plantas para se
alimentar de néctar, e assim como díptera e lepidóptera, é considerado polinizador efetivo de
poucas espécies (DUTRA; MACHADO, 2001). Já o grupo das abelhas, em contraste com os
demais visitantes, utiliza o néctar para sua própria alimentação e também coleta o pólen para a
criação da sua prole, sendo totalmente dependente das plantas. Com essa dependência, as
abelhas evoluíram adaptações morfológicas e etológicas para a coleta e o transporte do pólen,
sendo consideradas os principais polinizadores das angiospermas (BAWA, 1990; BUZZI,
2005; HESS, 1990).
A polinização pode ser realizada por diversos tipos de insetos, vento, chuva e por
gravidade, porém nenhum destes tem a eficiência das abelhas. As abelhas dependem das
flores para a obtenção de alimento e as plantas recebem os benefícios da polinização,
mantendo, assim, uma diversidade de interações interespecíficas que asseguram a manutenção
dos ecossistemas em que se encontram (SCHLINDWEIN, 2000; PIRANI; CORTORASSILAURINO, 1993). É sabido que, apesar de sua morfologia adaptada, nem sempre as abelhas
polinizam as flores. Certas espécies são consideradas polinizadores ocasionais, pois
conseguem atingir o nectário sem necessariamente tocar as partes reprodutivas da flor devido
ao seu tamanho e morfologia (DUTRA; MACHADO, 2001). Outras espécies são
consideradas polinizadores eficientes, pois possuem morfologia adaptada às características
estruturais das flores, sempre contatando os órgãos reprodutores ao visitá-las na procura de
néctar ou pólen (DUTRA; MACHADO, 2001). As plantas tendem apresentar modificações
em forma, cor e odor para que exista uma maior atração dos visitantes florais e para que
consigam aumentar o seu sucesso reprodutivo.
Aspectos da biologia floral e da polinização de plantas cultivadas são
praticamente desconhecidos no nosso país (FIGUEIREDO, 2003). As pesquisas na área da
biologia floral ajudam a gerar informações de processos das espécies de estudo, bem como
13
elucidar algumas complicações taxonômicas em nível de espécie e gêneros importante
(TEIXEIRA; ZAMPIEROM, 2007). Estudos relacionados à interação destas plantas com seus
visitantes florais podem indicar não só a importância das plantas na dieta e manutenção das
populações destes visitantes, mas também mostrar a importância dos visitantes no processo de
polinização das espécies vegetais. Desta forma, o destino de muitas plantas depende da
preservação de suas relações mutualísticas com os polinizadores e vice-versa (KEARNS;
INOUYE, 1997). Assim, estudos que envolvam a biologia floral e a polinização possuem uma
enorme importância para a ciência, tanto como mecanismo de preservação, quanto de
controle.
14
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Identificar os visitantes florais das plantas medicinais Calendula officinalis L.,
Chamomilla recutita L. e Foeniculum vulgare Mill., cultivadas sob manejo orgânico em
propriedade rural no município de Grão-Pará, sul do estado de Santa Catarina.
2.2 Objetivos Específicos
•
Registrar os visitantes florais nas inflorescências durante o período de floração das
diferentes espécies de plantas medicinais cultivadas na área de estudo durante um
período de seis meses.
•
Verificar a flutuação da riqueza e abundância das abelhas visitantes florais ao longo do
período de floração de cada espécie medicinal.
•
Detectar quais visitantes florais são mais abundantes em cada espécie de planta
medicinal estudada.
•
Calcular a diversidade, equitabilidade, dominância e constância dos visitantes florais
de cada espécie de planta medicinal estudada.
•
Verificar a similaridade dos visitantes florais entre as espécies medicinais estudadas.
15
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Área de estudo
O presente estudo foi realizado em uma propriedade rural do Sr. Antônio
Alberton, localizada no município de Grão-Pará, Santa Catarina (28º 14’ 00.0’’ S, 49º 17’
58.7’’ W). O município de Grão Pará possui uma área de aproximadamente 328 km² (IBGE,
2007) e está situado no Vale do Rio Tubarão em uma altitude de 110 m (SANTA
CATARINA, 1990).
O clima do município classifica-se como mesotérmico úmido, segundo Köppen
(1931), sem estação seca, com verões quentes apresentando temperatura média anual de 19,2°
C e precipitação total anual de 1.300 a 1.600 mm (SANTA CATARINA, 1990).
As plantas medicinais foram cultivadas na propriedade do Sr. Antônio Alberton
(Fig. 1), onde parte da área de plantio é utilizada para a produção de plantas medicinais em
sistema orgânico para fins comerciais, sendo esta a principal fonte de renda da família. A
propriedade está inserida, em sua maioria, numa região produtora de fumo. Entretanto, ainda
ocorrem remanescentes da vegetação nativa do local na região.
Figura 1: Plantação de Calendula officinalis e Chamomilla recutita na propriedade rural do Sr. Antônio Alberton
no município de Grão-Pará, SC.
16
3.2 Plantas medicinais estudadas
Neste trabalho foram registrados os insetos visitantes florais de três espécies
medicinais: Calendula officinalis L., Chamomilla recutita L. e Foeniculum vulgare Mill.
Calendula officinalis L. (Asteraceae, APG II), conhecida popularmente como
malmequer, calêndula, maravilha-dos-jardins e margarida-dourada (LORENZI; MATOS,
2008; MARTINS, 2000), é uma planta herbácea, anual, ramificada, de 30-60 cm de altura.
Suas flores possuem coloração amarela a alaranjada, dispostas em capítulos terminais grandes
(LORENZI; MATOS, 2008; MARTINS, 2000). A corola de suas flores centrais é tubulosa e a
periférica é ligulada (FRANCO, 2001). Nativa das ilhas Canárias e da região Mediterrânea é
uma planta de clima temperado, amplamente utilizada em todo o mundo na medicina
tradicional (CORRÊA; BATISTA; QUINTAS, 2000; FRANCO, 2001; LORENZI; MATOS,
2008). As inflorescências e as folhas são as partes da planta utilizada para fins terapêuticos,
possuindo ação cicatrizante, anti-séptica, analgésica, depurativa, antiinflamatória, sudorífera e
antiespasmódica (FRANCO, 2001; LORENZI; MATOS, 2008). Além do uso medicinal, a
calêndula é utilizada no paisagismo, na indústria cosmética e alimentícia, possuindo grande
interesse comercial, sendo seu cultivo considerado economicamente viável na agricultura
familiar (LEITE et al., 2005).
Chamomilla recutita L. (Asteraceae, APG II) é uma planta herbácea, anual,
aromática de até um metro de altura, com folhas pinatissectas, conhecida popularmente como
camomila, macanilha, camomila-da-alemanhã e matriarca (CORRÊA; BATISTA; QUINTAS,
2000; LORENZI; MATOS, 2008; MARTINS, 2000). Suas flores estão reunidas em capítulos
compactos, agrupados em corimbos com as flores centrais amarelas e as marginais de corola
liguladas brancas, que ficam pendentes quando a inflorescência amadurece (LORENZI;
MATOS, 2008; MARTINS, 2000). É nativa dos campos da Europa e aclimatada em algumas
regiões da Ásia e nos países latinos, inclusive na região sul do Brasil (LORENZI; MATOS,
2008). A parte utilizada para fins medicinais são os capítulos florais secos ao ar, tendo ação
calmante, antiinflamatória, analgésica, sedativa, digestiva e emenagoga (FRANCO, 2001;
LORENZI; MATOS, 2008; MARTINS, 2000). A camomila é uma das plantas de uso mais
antigo pela medicina tradicional européia, sendo hoje incluída oficialmente nas farmacopéias
de quase todos os países (LORENZI; MATOS, 2008).
Foeniculum vulgare Mill. (Apiaceae, APG II), conhecida popularmente como
erva-doce, falsa-erva-doce, fiolho, funcho-comum e pinochio, é uma erva anual ou bienal,
17
ereta, perenifólia, fortemente aromática, de 15-30 cm de altura (CASTRO; CHEMALE, 1995;
LORENZI; MATOS, 2008; MARTINS, 2000). Suas flores são pequenas, de cor amareloesverdeadas, reunidas em umbelas compostas terminais, dispostas acima das folhagens
(LORENZI; MATOS, 2008). É nativa do sul da Europa, mais especificamente da região do
Mediterrâneo, sendo cultivada em vários países de clima subtropical e temperado brando
(CASTRO; CHEMALE, 1995; LORENZI; MATOS, 2008; MARTINS, 2000). Suas raízes e
sementes são utilizadas para fins terapêuticos tendo indicações como carminativo, digestivo,
diurético, tônico geral e sedativo (LORENZI; MATOS, 2008; MARTINS, 2000). Esta planta
é possivelmente a mais universal de todas as ervas condimentares usadas na culinária em todo
o mundo, sendo também muito utilizada como aromatizante em perfumaria (LORENZI;
MATOS, 2008).
3.3 Metodologia
3.3.1 Coleta de insetos visitantes florais
As coletas dos visitantes florais das plantas medicinais foram realizadas durante
os meses de agosto de 2008 a janeiro de 2009, quinzenalmente, durante 10 minutos de cada
hora no período das 8 às 17 horas. Os insetos foram coletados diretamente nas flores ou logo
após abandoná-las com auxilio de rede entomológica e acondicionados, individualmente, em
câmaras mortíferas com acetato de etila. Em laboratório, os insetos coletados foram
alfinetados e, no caso de Hymenoptera, os espécimes foram identificados até nível de espécie
ou classificados em morfoespécie por meio de comparação e com o auxilio de literatura
específica e de especialistas. Os espécimes das demais ordens foram classificados até nível de
família por meio de literatura específica, com exceção de Syrphidae (Diptera) onde os
indivíduos coletados foram identificados até morfoespécie com auxílio de especialistas. Desta
forma, para os cálculos de abundância foram considerados todos os visitantes florais e para os
demais cálculos apenas as espécies/morfoespécies de Hymenoptera.
18
3.3.2 Análise de Dados
Os insetos visitantes florais foram analisados quantitativamente e qualitativamente
calculando-se a riqueza (S) e abundância (N) das espécies. As abundâncias foram
determinadas, contando-se todos os indivíduos coletados durante o período da floração das
plantas medicinais de todas as espécies de inseto. Os índices de diversidade de ShannonWiener (H’) e de equitabilidade (J) para cada espécie medicinal estudada foram calculados
com uso do programa estatístico PAST (HAMMER; HARPER; RYAN, 2001).
A curva do coletor foi construída, utilizando-se a acumulação de espécies durante
o período de coleta. Para estimar a riqueza da comunidade, foram calculados os estimadores
de riqueza Chao1, Chao2, Jacknife1, Jacknife2 e Bootstrap, utilizando o programa estatístico
EstimateS 8.0 (COLWELL, 2006). Para o uso deste programa foram aplicadas 100 repetições.
Para calcular a similaridade dos visitantes florais nas diferentes espécies de
plantas estudadas foi utilizado o índice de Jaccard.
Para verificar se ocorreu flutuação da riqueza e abundância dos visitantes florais
ao longo do período de floração de cada espécie medicinal, foram contados os números de
espécies e de indivíduos coletados por mês para cada espécie medicinal estudada e a flutuação
avaliada a partir de representação gráfica.
Para cada espécie de abelha coletada foi determinada a medida faunística da
constância pela equação C= (p x 100) / N, apresentada em Silveira Neto et al. (1976), onde
C= constância em percentual; p = número de coletas contendo a espécie em estudo; N =
número total de coletas efetuadas. Assim, as espécies foram classificadas em constantes
(quando presentes em mais de 50% das coletas), acessórias (as encontradas entre 25% e 50%
das coletas) ou acidentais (presentes em menos de 25% das coletas). A dominância das
espécies de abelhas encontradas na área de estudo foi determinada através do cálculo do
limite de dominância a partir da equação LD = (1/S) x 100, citado por Sakagami e Laroca
(1971), onde LD representa o limite de dominância e S representa o número total de espécies.
Este parâmetro classifica as espécies em dominantes quando os valores do limite inferior de
cada espécie apresentam-se superiores ao limite de dominância e não dominantes quando os
valores encontrados foram menores (adaptado de SILVA, 2005). O limite inferior de cada
espécie foi calculado pela fórmula Li= [1- ((k’1 x F0) / (k’2 + (k’1 x F0))]x100, onde:
Li, representa o limite inferior para cada espécie;
19
F0 = valor obtido da tabela de distribuição de F ao nível de 5% de significância para
graus de liberdade obtidos em k’1 e k’2 (ZAR, 1999);
k’1 = 2(N – ni + 1);
k’2 = 2(ni + 1);
N = número total de indivíduos;
ni = número total de indivíduos da espécie i.
4 RESULTADOS
Calendula officinalis L.
Nas inflorescências de C. officinalis foram coletados 784 indivíduos de 49
espécies/morfoespécies pertencentes às ordens Hymenoptera, Lepidoptera e Diptera (Tab. 1).
Além destas espécies/morfoespécies foram coletados 36 indivíduos pertencentes às ordens
citadas anteriormente, dos quais a identificação foi possível apenas ao nível de família.
Tabela 1: Espécies de visitantes florais e abundâncias absolutas encontradas na espécie medicinal Calendula
officinalis, cultivada sob manejo orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante o período de floração da
espécie.
Táxon
Número de indivíduos
Hymenoptera
Andrenidae
Panurginae
Protandrenini
Psaenythia bergi Holmberg, 1884
Apidae
Apinae
Apini
Apis mellifera Linnaeus, 1758
Bombus morio Swedereus, 1787
Plebeia droryana (Friese, 1900)
Trigona spinipes (Fabricius, 1793)
Eucerini
Melissoptila sp. 1
Melissoptila sp. 2
Alloscirtetica sp. 1
Xylocopinae
Ceratinini
Ceratina (Crewella) asuncionis (Strand, 1910)
Ceratina sp. 2
Ceratina (Crewella) sp. 4
Halictidae
Halictinae
Augochlorini
Augochlora (Augochlora) amphitrite (Schrottky, 1910)
Augochlora (Augochlora) tantilla (Moure, 1943)
Augochlora (Augochlora) sp. 3
Augochlora (Augochlora) sp. 6
Augochlora (Augochlora) sp. 8
Augochlora (Augochlora) sp. 15
Augochlora (Augochlora) sp. 16
2
369
1
3
151
7
2
1
6
1
1
31
7
1
2
1
1
1
21
Táxon
Augochlora (Oxystoglossula) semirames
Augochloropsis cupreola (Cockerell, 1900)
Augochloropsis cf. euterpe (Holmberg, 1886)
Augochloropsis sparsilis (Vachal, 1903)
Augochloropsis sp. 10
Augochloropsis sp. 11
Neocorynura oiospermi (Schrottky, 1909)
Halictini
Dialictus sp. 1
Dialictus sp. 2
Dialictus sp. 3
Dialictus sp. 4
Dialictus sp. 5
Dialictus sp. 6
Dialictus sp. 7
Dialictus sp. 8
Pseudagapostemon (Pseudagapostemon) pruinosus
(Moure & Sakagami, 1984)
Megachilidae
Megachilinae
Megachilini
Megachile (Pseudocentron) sp. 1
Megachile (Austromegachlile) sp. 1
Número de indivíduos
33
6
5
2
1
1
23
9
11
1
6
1
1
1
1
5
2
1
Diptera
Syrphidae
Syrphinae
Syrphini
Allograpta sp. 1
Toxomerini
Toxomerus sp. 1
Toxomerus sp. 2
Toxomerus sp. 3
Eristalinae
Eristaliini
Eristalinus sp. 1
Palpada sp. 1
Palpada sp. 2
Palpada sp. 3
Palpada sp. 4
Palpada sp. 5
Palpada sp. 6
Palpada sp. 7
Palpada sp. 8
Muscidae
Tachinidae
Lepidoptera
Hesperidae
Lycaenidae
Nymphalidae
Pieridae
11
39
2
1
1
12
8
4
3
1
1
1
2
7
11
9
1
6
2
22
Do total de insetos coletados nas inflorescências, o grupo das abelhas
(Hymenoptera, Apiformes) foi o mais representativo com 698 indivíduos, seguido por Diptera
com 104 indivíduos e Lepidoptera com 18 indivíduos (Fig. 2).
Diptera
13%
Lepidoptera
2%
Hymenoptera
85%
Figura 2: Abundância de insetos visitantes florais da planta medicinal Calendula officinalis cultivada sob manejo
orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
As abelhas coletadas estão distribuídas em quatro famílias: Andrenidae, Apidae,
Halictidae e Megachilidae. Apidae apresentou a maior abundância, com 77,6% do total dos
indivíduos coletados, seguida de Halictidae (21,6%), Megachilidae (0,43%) e Andrenidae
(0,29%) (Tab. 2). Em relação à riqueza, Halictidae foi a família mais representativa, seguida
por Apidae, Megachilidae e Andrenidae (Tab. 2).
Tabela 2: Número de gêneros, espécies e indivíduos de abelhas distribuídos por família, coletados na planta
medicinal Calendula officinalis no município de Grão-Pará, SC, durante o período de floração da espécie.
Família
Andrenidae
Apidae
Halictidae
Megachilidae
Total
Nº de gêneros Nº de espécies
1
1
7
10
5
23
1
2
14
36
Nº de indivíduos
2
542
151
3
698
O período de floração de Calendula officinalis inciou-se no fim do mês de agosto,
estendendo-se até o ínicio do mês de dezembro. A maior abundância de abelhas foi registrada
no mês de outubro, quando foram coletados 286 indivíduos visitando as flores de calêndula. A
23
maior riqueza foi registrada no mês de setembro, onde foram coletadas 20 espécies de abelhas
nas inflorescências. O menor registro de abundância e riqueza foi no mês de dezembro, com
apenas 37 indivíduos e 4 espécies de abelhas coletados (Fig. 3 e 4).
Nº de Indivíduos
350
300
250
200
150
100
50
0
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Meses de Floração
Figura 3: Flutuação da abundância de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C. officinalis em uma
propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
Nº de Espécies
25
20
15
10
5
0
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Meses de Floração
Figura 4: Flutuação da riqueza de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C. officinalis em uma
propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração
A curva real do coletor demonstrou que houve acréscimo de espécies até o final
do período de floração, não havendo assim estabilidade da curva no final das coletas (Fig. 5).
Os estimadores de riqueza não-paramétricos variaram entre 57,9 (Bootstrap) e 80,5 (Chao 1).
24
Estes índices sugerem que entre 60,9% e 84,6% da fauna de visitantes florais identificados até
nível de espécie/morfoespécie foi efetivamente amostrada (Fig. 6).
60
Nº de espécies
50
40
30
20
10
0
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Meses de floração
Nº de espécies
Figura 5: Curva do coletor referente aos meses de coletas realizadas durante o período de floração da espécie
medicinal Calendula officinalis cultivada em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC.
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Spp. amostradas
Chao 1
Chao 2
Jacknife 1
Jacknife 2
Bootstrap
1
2
3
4
5
Dias de coleta
6
7
Figura 6: Estimadores de riqueza não-paramétricos: Chao 1, Chao 2, Jacknife 1, Jacknife 2 e Bootstrap e a curva
do coletor (spp. amostradas).
Cinco espécies/morfoespécies coletadas na calêndula foram consideradas mais
representativas, possuindo um número maior do que 30 indivíduos coletados. Dentre estas
cinco espécies/morfoespécie, a abelha africana Apis mellifera representou 45% dos indivíduos
amostrados, seguida pela abelha eussocial Trigona spinipes que representou 18,5%. O díptero
25
Toxomerus sp. 1 (Syrphidae), também foi representativo, porém apresentou apenas 5,5% do
total de indivíduos amostrados (Fig. 7).
Nº de indivíduos
400
350
300
250
200
150
100
te
ph
it r
i
es
A.
am
A.
se
m
ira
m
.1
sp
er
us
To
x
om
pn
ip
es
T.
s
A.
m
ell
ife
ra
50
0
Espécies de visitantes florais
Figura 7: As cinco espécies de visitantes florais mais representativas coletadas na planta medicinal C. officinalis
em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) foi 2,083 e a equitabilidade (J)
foi de 0,535.
O cálculo da medida faunística da constância (C) mostrou que, das 49 espécies de
visitantes coletadas na propriedade, nove são consideradas constantes (Apis mellifera,
Augochlora amphitrite, Augochlora semirames, Dialictus sp. 1, Dialictus sp. 2,
Pseudagapostemom pruinosus, Neocorynura oiospermi, Toxomerus sp.1 e Trigona spinipes),
oito acessórias (Allograpta sp. 1, Augochlora tantilla, Augochloropsis cupreola, Melissoptila
sp. 1, Palpada sp. 1, Palpada sp. 2, Palpada sp. 3 e Plebeia remota) e 32 consideradas
acidentais (Fig. 8 , Apêndice A).
O índice de dominância mostrou que somente cinco das 49 espécies amostradas
tiveram o limite inferior calculado acima do limite de dominância (LD = 2,04) e, portanto
foram consideradas dominantes nas inflorescências da calêndula (Apis mellifera/Li=47,07;
Trigona spinipes/Li=19,30; Toxomerus sp. 1/Li=10,87; Augochlora amphitrite/Li=2,96;
Augochlora semirames/Li=2,96).
26
Acessórias
22%
Constantes
16%
Acidentais
62%
Figura 8: Distribuição das espécies de visitantes florais amostradas na planta medicinal C. officinalis em
propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, nas três categorias segundo o cálculo da medida faunística da
constância
Chamomilla recutita L.
Nas inflorescências da planta medicinal Chamomilla recutita foram coletados 496
indivíduos de 32 espécies/morfoespécies pertencentes às ordens Hymenoptera e Diptera (Tab.
3). Além destas espécies/morfoespécies foram coletados 71 indivíduos pertencentes às ordens
citadas anteriormente, dos quais a identificação foi possível apenas ao nível de família.
Tabela 3: Espécies de visitantes florais e abundâncias absolutas encontradas na espécie medicinal Chamomilla
recutita, cultivada sob manejo orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante o período de floração da
espécie.
Táxon
Hymenoptera
Apidae
Apinae
Apini
Apis mellifera Linnaeus, 1758
Bombus morio Swedereus, 1787
Melipona (Melipona s.str.) quadrifasciata Lepeletier, 1836
Plebeia remota (Holmberg, 1903)
Tetragonisca angustula (Latreille, 1811)
Trigona spinipes (Fabricius, 1793)
Xylocopinae
Número de indivíduos
35
1
1
167
9
51
27
Táxon
Número de indivíduos
Ceratinini
Ceratina (Ceratinula) biguttulata (Moure, 1941)
Ceratina (Rhysoceratina) sp. 1
Halictidae
Halictinae
Augochlorini
Augochlora (Oxystoglossula) semirames
Augochloropsis sp. 9
Augochloropsis sp. 10
Augochloropsis cupreola (Cockerell, 1900)
Augochloropsis cf. euterpe (Holmberg, 1886)
Neocorynura oiospermi (Schrottky, 1909)
Halictini
Dialictus sp. 1
Dialictus sp. 2
Dialictus sp. 3
Dialictus sp. 4
Dialictus sp. 5
Dialictus sp. 9
Dialictus sp. 10
Dialictus sp. 11
Pseudagapostemon (Pseudagapostemon) pruinosus (Moure
& Sakagami, 1984)
Megachilidae
Megachilinae
Megachilini
Megachile (Pseudocentron) sp. 2
Megachile (Dactylomegachile) sp. 1
Diptera
Syrphidae
Syrphinae
Syrphini
Allograpta sp. 1
Toxomerini
Toxomerus sp. 1
Toxomerus sp. 2
Eristalinae
Eristaliini
Eristalinus sp. 1
Palpada sp. 1
Palpada sp. 4
Palpada sp. 8
Calliphoridae
Muscidae
Sarcophagidae
Tachinidae
1
1
5
9
2
1
8
7
23
68
1
5
1
1
3
3
1
1
1
26
45
1
1
13
2
2
4
29
6
32
Do total de insetos coletados nas inflorescências, o grupo das abelhas
(Hymenoptera, Apiformes) foi o mais representativo com 408 indivíduos, seguido por Diptera
com 159 indivíduos (Fig. 9).
28
Diptera
28%
Hymenoptera
72%
Figura 9: Abundância de insetos visitantes florais da planta medicinal Chamomilla recutita cultivada sob manejo
orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
As abelhas coletadas estão distribuídas em três famílias, Apidae, Halictidae e
Megachilidae. Apidae apresentou maior abundância, com 65,5% do total dos indivíduos
coletados, seguida de Halictidae (34%) e Megachilidae (0,5%) (Tab. 4). Em relação à riqueza,
Halictidae foi a família mais representativa, seguida por Apidae e Megachilidae (Tab. 4).
Tabela 4: Número de gêneros, espécies e indivíduos de abelhas distribuídos por família, coletados na planta
medicinal Chamomilla recutita no município de Grão-Pará, SC.
Família
Apidae
Halictidae
Megachilidae
Total
Nº de gêneros Nº de espécies
7
8
5
15
1
2
13
25
Nº de indivíduos
266
138
2
406
O período de floração de Chamomilla recutita iniciou-se no final do mês de
agosto, estendendo-se até o final do mês de novembro. A maior abundância de abelhas foi
registrada no mês de outubro, quando foram coletados 184 indivíduos visitando as flores da
camomila e a maior riqueza foi registrada em setembro, onde foram coletadas 18 espécies de
abelhas. A menor abundância e riqueza foi registrada em agosto, onde foram coletados apenas
26 indivíduos e 8 espécies de abelhas (Fig. 10 e 11).
29
Nº de indivíduos
200
150
100
50
0
Ago
Set
Out
Nov
Meses de floração
Figura 10: Flutuação da abundância de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C. recutita em propriedade
rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
Nº de espécies
20
15
10
5
0
Ago
Set
Out
Nov
Meses de floração
Figura 11: Flutuação da riqueza de abelhas visitantes florais da espécie medicinal C. recutita em propriedade
rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração
A curva real do coletor demonstrou que houve um acréscimo de espécies até o
final do período de floração, não havendo estabilidade da curva no final das coletas (Fig. 12).
Os estimadores de riqueza não-paramétricos variaram entre 37,43 (Bootstrap) e 69,5 (Chão 2).
Estes índices sugerem que entre 46% e 85,5% da fauna de visitantes florais foram
efetivamente amostradas (Fig. 13).
30
35
Nº de espécies
30
25
20
15
10
5
0
Ago
Set
Out
Nov
Meses de floração
Figura 12: Curva do coletor referente aos meses de coletas realizadas durante o período de floração da espécie
medicinal C. recutita realizadas em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC.
Nº de espécies
100
Spp. amostradas
80
Chao 1
60
Chao 2
40
Jacknife 1
20
Jacknife 2
Bootstrap
0
1
2
3
4
5
6
7
Dias de coleta
Figura 13: Estimadores de riqueza não-paramétricos: Chao 1, Chao 2, Jacknife 1, Jacknife 2 e Bootstrap e a
curva do coletor (spp. amostradas).
Cinco espécies/morfoespécies coletadas na camomila foram consideradas mais
representativas, possuindo um número maior de 30 indivíduos coletados. Dentre estas cinco
espécies/morfoespécies, a abelha eussocial Plebeia remota representou 29,5% dos indivíduos
amostrados, seguida por Dialictus sp. 2 que representou 12%. O díptero Toxomerus sp. 1,
31
pertencente à família Syrphidae, também foi representativo, porém apresentou apenas 8% do
ra
1
A.
me
l
li f
e
sp
.
er
us
To
xo
m
sp
in
T.
tu
ss
p.
D
ia
lic
re
m
P.
ip
es
2
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ot
a
Nº de indivíduos
total de indivíduos amostrados (Fig. 14).
Espécies de visitantes florais
Figura 14: As cinco espécies de visitantes florais mais representativas coletadas na planta medicinal C. recutita
em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) foi 2,326 e a equitabilidade (J)
foi de 0,671.
O cálculo da medida faunística da constância (C) mostrou que, das 32 espécies de
visitantes coletadas na propriedade, 11 são consideradas constantes (Apis mellifera, Plebeia
remota, Trigona spinipes, Augochlora cf. euterpe, Neocorynura oiospermi, Dialictus sp.1,
Dialictus sp. 2, Dialictus sp. 4, Allograpta sp.1, Toxomerus sp. 1 e Palpada sp. 1), sete
acessórias (Tetragonisca angustula, Augochlora semirames, Augochloropsis sp. 9, Dialictus
sp. 10, Dialictus sp. 11, Toxomerus sp. 2 e Palpada sp. 8) e 14 consideradas acidentais (Fig.
15 , Apêndice B).
O índice de dominância mostrou que sete das 32 espécies amostradas tiveram o
limite inferior calculado acima do limite de dominância (LD = 3,12) e, portanto foram
consideradas dominantes nas inflorescências de camomila (Apis mellifera/Li=4,16; Trigona
spinipes/Li=7,71; Plebeia remota/Li=33,73; Dialictus sp. 1/Li=3,24; Dialictus sp. 2
/Li=13,84; Allograpta sp. 1/ Li=3,65 e Toxomerus sp. 1/Li=6,82).
32
Constante
34%
Acessória
22%
Acidental
44%
Figura 15: Distribuição das espécies de visitantes florais amostradas na planta medicinal C. recutita em
propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, nas três categorias segundo o cálculo da medida faunística da
constância.
Foeniculum vulgare Mill.
Nas inflorescências da planta medicinal Foeniculum vulgare foram coletados 400
indivíduos de 41 espécies/morfoespécies pertencentes às ordens Hymenoptera e Diptera (Tab.
5). Além destas espécies/morfoespécies foram coletados 80 indivíduos pertencentes às ordens
citadas anteriormente, dos quais a identificação foi possível apenas ao nível de família.
Tabela 5: Espécies de visitantes florais e abundâncias absolutas encontradas na espécie medicinal Foeniculum
vulgare cultivada sob manejo orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante o período de floração da espécie.
Táxon
Hymenoptera
Apidae
Apinae
Apini
Apis mellifera Linnaeus, 1758
Plebeia remota (Holmberg, 1903)
Tetragonisca angustula (Latreille, 1811)
Número de indivíduos
5
10
41
33
Táxon
Trigona spinipes (Fabricius, 1793)
Halictidae
Halictinae
Augochlorini
Augochlora (Augochlora) tantilla (Moure, 1943)
Augochloropsis cupreola (Cockerell, 1900)
Augochloropsis cf. euterpe (Holmberg, 1886)
Halictini
Dialictus sp. 2
Dialictus sp. 4
Dialictus sp. 5
Dialictus sp. 9
Vespidae
Eumeninae
Monobia sp. 1
Ancistrocerus sp. 1
Pachodynerus sp. 1
Parancistrocerus sp. 1
Polistinae
Polybia sp. 1
Polybia sp. 2
Protonectarina sp. 1
Polistes versicolor (Olivier)
Polistes cavapityformis Richard, 1978
Brachygastra lecheguana (Latreille, 1924)
Polybia sericea (Olivier, 1791)
Mischocyttarus sp. 1
Polybia fastidiosuscula Saussure, 1854
Polistes sp. 1
Polistes sp. 2
Polistes sp. 3
Polistes sp. 4
Diptera
Syrphidae
Syrphinae
Syrphini
Allograpta sp. 1
Ocyptamus sp. 1
Syrphus sp.1
Toxomerini
Toxomerus sp. 1
Toxomerus sp. 2
Toxomerus sp. 4
Toxomerus sp. 5
Eristalinae
Número de indivíduos
14
2
2
1
8
1
1
1
1
1
1
1
140
1
3
13
52
5
3
3
6
1
1
4
2
40
6
1
9
3
2
2
34
Táxon
Eristaliini
Eristalinus sp. 1
Palpada sp. 1
Palpada sp. 3
Palpada sp. 4
Palpada sp. 5
Palpada sp. 8
Calliphoridae
Muscidae
Sarcophagidae
Stratiomyidae
Tachinidae
Número de indivíduos
2
3
2
2
3
1
6
17
13
1
43
Do total de insetos coletados nas inflorescências, o grupo das abelhas e vespas
(Hymenoptera) foi o mais abundante com 324 indivíduos, seguido por Diptera com 156
indivíduos (Fig. 16).
Diptera
33%
Hymenoptera
67%
Figura 16: Abundância de insetos visitantes florais da planta medicinal Foeniculum vulgare cultivada sob
manejo orgânico no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
As abelhas e vespas coletadas estão distribuídas em três famílias: Apidae,
Halictidae e Vespidae. Vespidae apresentou maior abundância, com 73,5% do total dos
indivíduos coletados, seguida de Apidae (21,6%) e Halictidae (4,9%) (Tab. 6). Em relação à
riqueza, Vespidae foi a família mais representativa, seguida por Halictidae e Apidae (Tab. 6).
35
Tabela 6: Número de gêneros, espécies e indivíduos de abelhas distribuídos por família, coletados na planta
medicinal Foeniculum vulgare no município de Grão-Pará, SC.
Família
Apidae
Halictidae
Vespidae
Total
Nº de gêneros Nº de espécies
4
4
3
7
9
17
16
28
Nº de indivíduos
70
16
238
324
O período de floração de Foeniculum vulgare iniciou-se no começo do mês de
setembro de 2008, estendendo-se até o final do mês de janeiro de 2009. O maior registro de
abundância de abelhas e vespas foi em novembro, quando foram coletados 97 indivíduos
visitando as flores de funcho e o menor registro em relação da riqueza foi no mês setembro,
quando foram coletadas 16 espécies de abelhas e vespas. A menor abundância e menor
riqueza foi verificada no mês de dezembro, onde foram coletados apenas 27 indivíduos e 7
espécies de abelhas e vespas (Figura 17 e 18).
Nº de indivíduos
120
100
80
60
40
20
0
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Meses de floração
Figura 17: Flutuação da abundância relativa de abelhas visitantes florais da espécie medicinal F. vulgare em
propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
Nº de espécies
36
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Meses de floração
Figura 18: Flutuação da riqueza de abelhas visitantes florais da espécie medicinal F. vulgare em propriedade
rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração
A curva real do coletor demonstrou que houve um acréscimo de espécies até o
final do período de floração, não havendo estabilidade da curva no final das coletas (Fig. 19).
Os estimadores de riqueza não-paramétricos variaram entre 48,03 (Bootstrap) e 68 (Chao 2)
espécies. Estes índices sugerem que entre 60,3 e 85,36% da fauna de visitantes florais foram
Nº de espécies
efetivamente amostradas (Fig. 20).
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Meses de floração
Figura 19: Curva do coletor referente aos meses de coleta do período de floração da espécie medicinal F. vulgare
realizadas em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC.
37
Nº de espécies
100
Spp.
amostradas
Chao 1
80
60
Chao 2
40
Jacknife 1
20
Jacknife 2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Bootstrap
Dias de coleta
Figura 20: Estimadores de riqueza não-paramétricos: Chao 1, Chao 2, Jacknife 1, Jacknife 2 e Bootstrap e a
curva do coletor (spp. amostradas).
Quatro espécies/morfoespécies coletadas no funcho foram consideradas mais
representativas, possuindo um número maior do que 30 indivíduos coletados. Dentre estas
quatro espécies/morfoespécie, a vespa Polybia sp.1 representou 29,2% dos indivíduos
amostrados, seguida pela vespa Polistes cavapityformis que representou 10,8%. O díptero
Allograpta sp. 1, pertencente a família Syrphidae, também foi representativo, porém
apresentou apenas 8,3,% do total de indivíduos amostrados (Fig. 21).
sp
.1
Al
lo
gr
ap
ta
la
an
gu
stu
P.
T.
a
Po
lyb
i
ca
va
pi
ty
fo
rm
es
160
140
120
100
80
60
40
20
0
sp
.1
Nº de indivíduos
38
Espécies de visitantes florais
Figura 21: As quatro espécies de visitantes florais mais representativas coletadas na planta medicinal F. vulgare
em uma propriedade rural no município de Grão-Pará, SC, durante seu período de floração.
O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) foi 2,489 e a equitabilidade (J)
foi de 0,67.
O cálculo da medida faunística da constância (C) mostrou que, das 41 espécies de
visitantes coletadas na propriedade, oito são consideradas constantes (Apis mellifera,
Tetragonisca angustula , Dialictus sp 2, Polybia sp. 1, Polistes versicolor, Polistes
cavapityformis, Allograpta sp.1 e Toxomerus sp. 1), nove acessórias (Plebeia remota, Trigona
spinipes, Protonectarina sp.1, Brachygastra lecheguana, Mischocyttarus sp. 1, Polybia
fastidiosuscula, Ocyptamus sp. 1, Toxomerus sp. 2, Palpada sp. 1 ) e 24 consideradas
acidentais (Fig. 22 , Apêndice C).
O índice de dominância mostrou que somente quatro das 41 espécies amostradas
tiveram o limite inferior calculado acima do limite de dominância (LD = 2,44) e, portanto
foram
consideradas
dominantes
nas
inflorescências
de
camomila
(Tetragonisca
angustula/Li=8,54; Polybia sp. 1/Li=35,07; Polistes cavapityformis/Li=9,85; Allograpta sp.
1/ Li=7,65).
39
Constante
20%
Acessória
22%
Acidental
58%
Figura 22: Distribuição das espécies de visitantes florais amostradas na planta medicinal F. vulgare em
propriedade rural no município de Grão Pará, SC, nas três categorias segundo o cálculo da medida faunística da
constância.
Similaridade entre as plantas
Para as três espécies de plantas medicinais coletadas neste estudo foi calculado o
índice de Jaccard para verificar o quão similares estas são entre si. O valor obtido entre a
planta calêndula e a planta camomila foi de 0,373 e entre camomila e funcho o valor é de
0,304. Entre calêndula e funcho foi obtido o valor de 0,25, sendo este o mais baixo
encontrado entre as três espécies. Quinze espécies de insetos foram observadas visitando
igualmente as inflorescências das três espécies de plantas medicinais estudadas, 22 foram
registradas nas inflorescências de calêndula e de camomila, 18 nas inflorescências da
camomila e do funcho e 17 espécies nas flores da calêndula e de funcho.
40
5 DISCUSSÃO
Estudos específicos sobre visitantes florais de espécies de Asteraceae e Apiaceae
são raros no Brasil, restringindo-se a trabalhos realizados com girassol (Helianthus annus L.)
desenvolvidos por Morgado et al. (2002) em Lavras, MG, e por Machado e Carvalho (2006)
no recôncavo baiano. Desta maneira, a avaliação da comparação da riqueza e abundância
encontradas nas plantas estudadas com outros estudos se torna difícil.
A riqueza de visitantes florais coletados nas espécies medicinais Calendula
officinalis (S = 49) e Chamomilla recutita (S = 32), cultivadas na propriedade rural do Sr.
Antônio Alberton, se mostrou condizente com os dois estudos realizados com uma espécie da
família Asteraceae. Machado e Carvalho (2006) e Morgado et al. (2002), ao realizarem
trabalhos relacionados com a fauna de abelhas visitantes florais do girassol obtiveram,
respectivamente, um número de 26 e 45 espécies amostradas. Não foram encontrados
trabalhos realizados com espécies da família Apiaceae, para obter-se uma comparação com a
riqueza obtida em Foeniculum vulgare. Outros trabalhos realizados com visitantes florais de
plantas não pertencentes à família Asteraceae amostraram um número de espécies um pouco a
baixo do encontrado em calêndula, funcho e camomila. Costa (2005), ao realizar um trabalho
com urucum (Bixa orellana L.) em Vitória da Conquista, BA, encontrou 22 espécies.
Antonini et al. (2005) realizaram um trabalho em um Campo Ferruginoso, Ouro Preto, MG,
com a verbenácea Stachytarpheta glabra Cham e encontraram 28 espécies e Santana et al.
(2002) ao realizarem um estudo com o feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) em Lavras e Ijaci,
MG, encontraram 23 espécies visitantes florais.
Diversos levantamentos de abelhas realizados no Brasil reportam maior riqueza e
abundância destas como visitantes florais em espécies da família Asteraceae (ALVES-DOSSANTOS, 1999; BOLZAN, 2009; CASCAES, 2008; GONÇALVES; MELO, 2005; KRUG,
2007; MORALES; KÖHLER, 2008; SILVA, 2005). Esta família possui morfologia floral e
tipo de inflorescência que torna mais fácil o acesso aos seus recursos florais pelas abelhas e
por outros grupos de insetos (FARIA-MUCCI; MELO; CAMPOS, 2003). Apiaceae é pouco
representativa nesses levantamentos, porém, em um estudo realizado por Gonçalves e Melo
(2005) sobre a comunidade de abelhas no Parque Estadual da Vila Velha, Paraná, Apiaceae
foi à segunda família mais representativa, sendo suplantada apenas pore Asteraceae. Morales
e Köhler (2008), ao realizarem um estudo sobre a preferência floral de Syrphidae (Diptera) no
Cinturão Verde, RS, concluíram que as espécies de Apiaceae e Asteraceae são muito
41
importantes para a manutenção desta comunidade, por possuirem quantidade de flores e
disponibilidade de recursos florais abundantes.
Tanto nas inflorescências da calêndula, quanto nas da camomila e de funcho
foram encontrados alguns dos representantes das principais ordens entomológicas.
Hymenoptera foi a ordem mais abundante nas três plantas, o que pode ser observado em
vários dos trabalhos que enfocam visitantes florais nos levantamentos realizados (SILVA,
VIANA, 2002; DUTRA, MACHADO, 2001; SOLERA; HEFLER; PAULA, 2007;
ANTONINI et al., 2005; MORGADO et al., 2002; THUM; COSTA, 1999). Esta ordem é
dominante em vários estudos, pois, seus representantes necessitam dos recursos fornecidos
pelas plantas para sua alimentação. No caso das abelhas, a busca de recursos nas flores é
obrigatória, pois elas dependem dos produtos florais, principalmente do pólen, como fonte de
proteína para provisão das suas crias e do néctar como fonte de alimento para os adultos
(BAWA, 1990; HESS, 1990; MICHENER, 2000). Como conseqüência, a presença de abelhas
durante o período de floração das plantas em uma região é de extrema importância para
assegurar e aumentar a produção de frutos e sementes (TEIXEIRA, ZAMPIERON, 2008).
Apidae e Halictidae foram às famílias de abelhas mais ricas e abundantes nas três
plantas deste estudo, sendo também consideradas as mais diversas e abundantes para toda a
região sul do Brasil (ALVES-DOS-SANTOS, 2007). Nos trabalhos conduzidos por Morgado
et al. (2002) e por Teixeira e Zampieron (2008) no girassol, essas duas famílias foram
encontradas também como as mais representativas. O padrão de ocorrência de uma alta
riqueza e abundância de Apidae e Halictidae pode ser explicado pelo fato de que grande parte
das espécies destas famílias apresentam padrão generalista na coleta de recursos florais
(MICHENER, 2000).
Em C. officinalis, as espécies mais abundantes foram Apis mellifera e a abelha
nativa Trigona spinipes. Em estudos realizados com o girassol, que possui morfologia similar
à calêndula, essas duas espécies de abelhas também foram encontradas como as mais
abundantes (MORGADO et al., 2002; MACHADO; CARVALHO, 2006; TEIXEIRA;
ZAMPIERON, 2008). Leite et al. (2005), ao verificar artrópodes associado a calêndula,
encontrou essas duas espécies como as únicas representantes do grupo das abelhas. Tanto A.
mellifera quanto T. spinipes são abelhas eussociais que conseguem rapidamente recrutar um
grande número de operárias para utilizarem com eficiência um recurso quando este é
disponibilizado por uma planta (DEL-CLARO; TOREZAN-SILINGARDI, 2006). O sirfídeo
Toxomerus sp. 1 também mostrou-se dominante no estudo, porém, em comparação com as
abelhas citadas anteriormente, apresentou baixa abundância. Em nenhum momento foram
42
encontrados dois indivíduos forrageando a mesma inflorescência, provavelmente porque as
duas espécies de abelhas mais abundantes apresentam um comportamento agressivo e
estariam competindo por recursos entre si e entre as outras espécies de visitantes encontradas
(MINUSSI; ALVES-DOS-SANTOS, 2007; DEL-CLARO; TOREZAN-SILINGARDI, 2006).
T. spinipes e A. mellifera vem sido considerada bons polinizadores em alguns
estudos (MACHADO; CARVALHO, 2006; THUM; COSTA, 1999). Pela abundância que
essas espécies apresentaram nas flores e por terem sido encontradas com grande quantidade
de pólen em suas escopas, supõe-se que ambas são boas polinizadoras para C. officinalis.
Entretanto, a fidelidade dessas espécies deve ser verificada através de análises polínicas para
confirmar a eficiência das mesmas na polinização da planta.
As abelhas de pequeno porte, tais como Plebeia remota e Dialictus sp. 2, foram
encontradas como as mais abundantes nas inflorescências de Chamomilla recutita. Como a
camomila apresenta inflorescências menores e um tipo de capítulo com receptáculo globoso,
em comparação com a calêndula que possui inflorescências maiores e um tipo de capítulo
com receptáculo plano, o pouso e a coleta dos seus recursos são facilitados para insetos de
tamanho menor. Espécies como Apis mellifera, que possuem tamanho corporal maior,
provavelmente encontram dificuldades para pousar nas inflorescências e coletar pólen na
camomila. Além disso, as flores marginais da camomila possuem corolas liguladas brancas e
as da calêndula são amarela–alaranjadas. Possivelmente, essas diferenças na forma e na cor
entre as duas espécies interferiram diretamente na atração de visitantes florais, uma vez que as
duas espécies de plantas estavam florescendo lado a lado, fazendo com que a maioria das
abelhas mostrasse preferência de forrageamento nas inflorescências maiores e mais vistosas
da calêndula.
Entre as três plantas estudadas, somente o funcho não apresentou o grupo das
abelhas como o mais abundante. Como o óleo essencial retirado da planta Foeniculum
vulgare é utilizado para controlar os pulgões Hyadaphis foeniculi Passerini e Aphis gossypii
Glover em algumas plantas das famílias Umbelliferae e Malvaceae esta substância também
poderia ser tóxica para as abelhas, sendo um dos motivos para não ocorrer grande abundância
destas (ABRAMSON et al., 2006; TRUSHEVA et al., 2006 apud ABRAMSON et al., 2007).
Porém Abramson et al. (2007), ao realizar vários experimentos para verificar se o óleo
essencial do funcho era tóxico para a abelha africana Apis mellifera concluiu que não houve
influência comportamental ou repelente com esta espécie em relação aos óleos essenciais
extraídos do funcho. A ocorrência de menor número de abelhas pode estar associado também
à morfologia desta planta que não é muito atraente para este grupo, pois possui inflorescências
43
de tamanho pequeno e cores fracas (amarelo-esverdeado). O fato ter sido observado o grupo
das vespas como o mais abundante nas flores de funcho corrobora com resultados obtidos por
Hermes e Köhler (2006) que, ao realizarem um estudo sobre as vespas sociais encontradas em
duas áreas do Rio Grande do Sul, concluíram que a família Apiaceae é muito visitada por
diversas espécies deste grupo. O número grande de representantes de Polybia sp. 1 e Polistes
cavapytiformis nas flores do funcho pode ser explicado pelo fato de que ambas são espécies
de vespas sociais e que provavelmente haveria um ninho próximo à área de cultivo das
plantas. Apesar de que essas espécies de vespas geralmente utilizam somente o néctar para
sua alimentação, as mesmas poderiam ser os polinizadores mais eficientes do funcho. Porém é
necessário que se desenvolvam estudos mais aprofundados sobre o comportamento desses
visitantes em Foeniculum vulgare e a sua fidelidade como visitante floral.
Os índices de diversidade e equitabilidade obtidos para o funcho (H’=2,489;
J=0,67), a camomila (H’=2,326; J=0,671) e a calêndula (2,083; J=0,535) apresentaram um
alto valor. Em um trabalho com girassol conduzido por Machado e Carvalho (2002), no
recôncavo baiano, o índice de Shannon encontrado foi de 1,34 e a equitabilidade de 0,41.
Conclui-se que as três espécies vegetais apresentaram um espectro de visitantes florais muito
diverso, e que nas três ocorreu dominância de poucas espécies, se refletindo nos valores
obtidos para a equitabilidade.
As espécies de insetos mais abundantes e consideradas dominantes nas três
plantas, respectivamente, também mostraram-se constantes ao longo do período de floração
das mesmas. Para o processo de polinização a constância destas espécies de visitantes mais
abundantes se mostra muito importante, pois diariamente estes indivíduos estão forrageando a
mesma espécie de planta, demonstrando possuírem uma fidelidade floral, e obtendo assim,
mais chances de serem polinizadores eficientes (SCHLINDWEIN, 2004).
A flutuação da abundância de abelhas visitantes florais nas plantas C. officinalis e
C. recutita foi maior no mês de outubro, pois ambas se encontravam no pico da floração,
apresentando uma maior quantidade de flores por planta (dados não apresentados), tornando
alta a quantidade de néctar e pólen disponível na população (SIGRIST, SAZIMA, 2002). No
mês de agosto, o número de visitantes encontrados nas duas plantas foi baixo, pois ambas
estavam iniciando seu período de floração e nem todas os espécimes estavam florindo, além
de que, neste mês, foi realizada apenas uma coleta, pois antes desta data não havia
inflorescências disponíveis. Para a calêndula, o número de indivíduos encontrados com flores
no mês de dezembro também foi baixo. Assim como para o mês de agosto, essa baixa
abundância pode ser explicada pelo fato de ser o final da floração da espécie e que apenas
44
uma coleta foi realizada. No funcho a floração teve seu pico no mês de novembro,
coincidindo com o mês de ocorrência do maior número de abelhas. Em dezembro foi possível
realizar somente uma coleta, devido à quantidade de chuvas, o que pode ter ocasionado a
diminuição do número de indivíduos coletados. Setembro e janeiro foram, respectivamente, o
início e o final da floração dessa espécie, apresentando uma baixa abundância de visitantes
florais.
Em relação à riqueza, para C. officinalis pode-se perceber um número maior de
espécies encontrado no início da floração. Provavelmente, esse fato ocorreu porque neste
período ainda não havia maior abundância das abelhas africanizadas Apis mellifera e da
abelha nativa Trigona spinipes, que, por serem abelhas eussociais, visitam as flores de certas
espécies de plantas com grande abundância apenas quando essas oferecem recursos em
grandes quantidades (ROUBIK, 1989) e, ainda, defendem os recursos, expulsando outros
insetos. À medida que aumentou a quantidade de flores, provavelmente a disputa pelos
recursos com as demais abelhas nativas de hábito solitário aumentou, o que poderia explicar a
diminuição da riqueza de insetos visitantes florais nos meses de outubro e novembro.
As curvas do coletor demonstraram que não foi atingido uma suficiência amostral
em nenhuma das plantas. Isto pode ser explicado pelo fato de as coletas terem sido realizadas
no período de floração das espécies que duraram somente poucos meses. Provavelmente, se o
número de coletas fosse aumentado, aconteceria também um aumento na precisão das
informações obtidas, mas não haveria uma estabilização da curva, pois muitas espécies raras
costumam aparecer após muitas coletas já terem sido realizadas (BARROS, 2007).
Os valores obtidos pelo índice de similaridade de Jaccard mostraram que as três
espécies medicinais são pouco similares entre si, quanto aos visitantes florais. A assembléia
dos visitantes florais de C. officinalis e C. recutita foram as mais similares, com 22 espécies
em comum, ou 37,3%. Esse resultado era esperado uma vez que ambas as flores pertencem à
família Asteraceae, possuindo suas inflorescência em forma de capítulo (LORENZI; MATOS,
2008; MARTINS et. al, 2000). A similaridade mais baixa foi encontrada entre C. officinalis e
F. vulgare (17 espécies ou 25%), e pode ser explicada por estas serem morfologicamente
muito diferentes e pelo fato de que o funcho recebeu poucas visitas de abelhas e muitas visitas
de vespas, ao contrario da calêndula, que recebeu muitas visitas de abelhas e nenhuma visita
de vespas.
45
6 CONCLUSÃO
O número de espécie/morfoespécie encontrados se mostrou de acordo com outros
estudos realizados com visitantes florais, que ainda são escassos para todas as espécies com
flores, porém merecem uma atenção especial, devido a sua importância no sistema de
polinização das plantas. Como os insetos visitantes florais podem modificar os compostos de
plantas medicinais nos quais a exploração está baseada, é interessante, também, que se façam
trabalhos com o intuito de verificar até onde estes compostos podem ser alterados e se isso é
prejudicial ou não para a bioatividade medicinal que se deseja obter daquela planta.
Foram encontrados representantes das principais ordens entomológicas.
Hymenoptera foi o mais representativo, seguido por Diptera e Lepidoptera. As abelhas foram
o grupo mais abundante no estudo, demonstrando o quanto sua relação com as plantas são
importantes para manutenção da sua população e que as três plantas medicinais foram uma
grande fonte de recursos para esses indivíduos. O fato de ter sido encontrado um grande
número de vespas em Foeniculum vulgare mostra que é necessário a realização de outros
estudos com o intuito de verificar o comportamento destes visitantes ao forragearem flores de
funcho, visto que vespas procuram as flores à procura de néctar, geralmente não sendo bons
polinizadores.
Apidae e Halictidae mostraram-se mais abundantes para calêndula e camomila,
possivelmente, por estas abelhas apresentarem um padrão generalista na coleta de recursos
florais.
Várias espécies nativas foram encontradas forrageando as três plantas estudadas.
Segundo Alves-dos-Santos (2003), inúmeras espécies nativas de abelhas são polinizadores
eficientes de plantas cultivadas, porém poucas são manejadas com este fim para aumentar a
produção destas plantas. O manejo tanto de espécies nativas, quando da espécie exótica Apis
mellifera vem se tornando muito importante, uma vez que, segundo vários autores, existe uma
crise de polinizadores em todo o mundo (IMPERATRIZ-FONSECA; SARAIVA;
GONÇALVES, 2007; GHAZOUL, 2005).
As diferenças morfológicas, como tamanho, forma e cor, entre as inflorescências
das três plantas estudadas influenciaram na atração de diferentes tipos de visitantes florais e
possivelmente nos baixos valores de similaridade obtidos pelo índice de Jaccard. C. officinalis
apresentou inflorescências grandes, com receptáculo plano, flores ligulares amarela-
46
alaranjadas que atraiam grande número de abelhas, principalmente as eussociais que
apresentaram, temporariamente, fidelidade floral quando a oferta de recursos foi grande,
assumindo o papel de possível polinizador. C. recutita apresentou inflorescências menores,
com receptáculo globoso, flores ligulares brancas, que são menos atrativas para abelhas,
sendo visitada principalmente por insetos pequenos que provavelmente são os polinizadores
efetivos dessa espécie. F. vulgare apresentou flores pequenas, de cor amarelo-esverdeadas,
atraindo, principalmente, vespas sociais que, provavelmente, polinizam as flores desta espécie
ao coletar o néctar.
47
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52
APÊNDIC
APÊNDICE A - Espécies de visitantes florais de Calendula officinalis e seus valores da
medida faunística da constância, seguido do enquadramento nas categorias previstas por este
cálculo.
53
Espécie
Constância C (%)
Psaenythia bergi
20
Apis mellifera
100
Bombus morio
10
Plebeia remota
30
Trigona spinipes
80
Melissoptila sp. 1
40
Melissoptila sp. 2
20
Alloscirtetica sp. 1
10
Ceratina (Crewella) asuncionis
20
Ceratina sp. 2
10
Ceratina (Crewella) sp. 4
10
Augochlora (Augochlora) amphitrite
90
Augochlora (Augochlora) tantilla
30
Augochlora (Augochlora) sp. 3
10
Augochlora (Augochlora) sp. 6
20
Augochlora (Augochlora) sp. 8
10
Augochlora (Augochlora) sp. 15
10
Augochlora (Augochlora) sp. 16
10
Augochlora (Oxystoglossula) semirames
70
Augochloropsis cupreola
40
Augochloropsis cf. euterpe
20
Augochloropsis sparsilis
20
Augochloropsis sp. 10
10
Augochloropsis sp. 11
10
Neocorynura oiospermi
60
Dialictus sp. 1
50
Dialictus sp. 2
60
Dialictus sp. 3
10
Dialictus sp. 4
20
Dialictus sp. 5
10
Dialictus sp. 6
10
Dialictus sp. 7
10
Dialictus sp. 8
10
Pseudagapostemon
(Pseudagapostemon)
50
pruinosus
Megachile (Pseudocentron) sp. 1
20
Megachile (Austromegachlile) sp. 1
10
Allograpta sp. 1
30
Toxomerus sp. 1
90
Toxomerus sp. 2
20
Toxomerus sp. 3
10
Eristalinus sp. 1
10
Palpada sp. 1
40
Categoria
Acidental
Constante
Acidental
Acessória
Constante
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Constante
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Constante
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Constante
Constante
Constante
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Constante
Acidental
Acidental
Acessória
Constante
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
54
Palpada sp. 2
Palpada sp. 3
Palpada sp. 4
Palpada sp. 5
Palpada sp. 6
Palpada sp. 7
Palpada sp. 8
30
30
20
10
10
10
10
Acessória
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
55
APÊNDICE B - Espécies de visitantes florais de Chamomilla recutita e seus valores da
medida faunística da constância, seguido do enquadramento nas categorias previstas por este
cálculo.
56
Espécie
Apis mellifera
Constância C (%)
57,1
Categoria
Constante
Bombus morio
14,3
Acidental
Melipona (Melipona s.str.) quadrifasciata
14,3
Acidental
Plebeia remota
85,7
Constante
Tetragonisca angustula
28,6
Acessória
Trigona spinipes
71,4
Constante
Ceratina (Ceratinula) biguttulata
14,3
Acidental
Ceratina (Rhysoceratina) sp. 1
14,3
Acidental
Augochlora (Oxystoglossula) semirames
42,8
Acessória
Augochloropsis sp. 9
42,8
Acessória
Augochloropsis sp. 10
14,3
Acidental
Augochloropsis cupreola
14,3
Acidental
Augochloropsis cf. euterpe
57,1
Constante
Neocorynura oiospermi
57,1
Constante
Dialictus sp. 1
85,7
Constante
Dialictus sp. 2
100
Constante
Dialictus sp. 3
14,3
Acidental
Dialictus sp. 4
71,4
Constante
Dialictus sp. 5
14,3
Acidental
Dialictus sp. 9
14,3
Acidental
Dialictus sp. 10
42,8
Acessória
Dialictus sp. 11
28,6
Acessória
Pseudagapostemon (Pseudagapostemon)
14,3
Acidental
Megachile (Pseudocentron) sp. 2
14,3
Acidental
Megachile (Dactylomegachile) sp. 1
14,3
Acidental
Allograpta sp. 1
85,7
Constante
Toxomerus sp. 1
100
Constante
Toxomerus sp. 2
28,6
Acessória
Eristalinus sp. 1
14,3
Acidental
Palpada sp. 1
100
Constante
Palpada sp. 4
14,3
Acidental
Palpada sp. 8
28,6
Acessória
pruinosus
57
APÊNDICE C - Espécies de visitantes florais de Foeniculum vulgare e seus valores
da medida faunística da constância, seguido do enquadramento nas categorias previstas por
este cálculo.
58
Espécie
Apis mellifera
Plebeia remota
Tetragonisca angustula
Trigona spinipes
Augochlora (Augochlora) tantilla
Augochloropsis cupreola
Augochloropsis cf. euterpe
Dialictus sp. 2
Dialictus sp. 4
Dialictus sp. 5
Dialictus sp. 9
Monobia sp. 1
Ancistrocerus sp. 1
Pachodynerus sp. 1
Parancistrocerus sp. 1
Polybia sp. 1
Polybia sp. 2
Protonectarina sp. 1
Polistes versicolor
Polistes cavapityformis
Brachygastra lecheguana
Polybia sericea
Mischocyttarus sp. 1
Polybia fastidiosuscula
Polistes sp. 1
Polistes sp. 2
Polistes sp. 3
Polistes sp. 4
Allograpta sp. 1
Ocyptamus sp. 1
Syrphus sp.1
Toxomerus sp. 1
Toxomerus sp. 2
Toxomerus sp. 4
Toxomerus sp. 5
Eristalinus sp. 1
Palpada sp. 1
Palpada sp. 3
Palpada sp. 4
Palpada sp. 5
Palpada sp. 8
Constância C (%)
55,5
33,3
77,7
44,4
11,1
11,1
11,1
77,7
11,1
11,1
11,1
11,1
11,1
11,1
11,1
100
11,1
33,3
77,7
100
33,3
22,2
33,3
44,4
11,1
11,1
11,1
11,1
100
44,4
11,1
55,5
33,3
22,2
22,2
22,2
33,3
11,1
22,2
22,2
11,1
Categoria
Constante
Acessória
Constante
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
Constante
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Constante
Acidental
Acessória
Constante
Constante
Acessória
Acidental
Acessória
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
Acidental
Constante
Acessória
Acidental
Constante
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
Acessória
Acessória
Acidental
Acidental
Acidental
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