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Veículo: Easycoop
Link: http://easycoop.com.br/cooperativismo/noticias/noticia.asp?id=25040
Data: 05/03/2013
Cooperativa reaproveita alimentos da Feira de São Joaquim
Cada ida à feira é um processo de escolhas. Aquele ato de selecionar as frutas e verduras que
serão levadas para casa deixa como resultado um monte de alimentos que são descartados
diversas vezes, até o momento diário em que vão para o lixo.
Buscando reaproveitar este excesso, também chamado de "refugo", alguns trabalhadores da Feira
de São Joaquim se juntaram para criar a cooperativa de alimentos CooperFeira Novo Sabor.
A instituição será oficialmente inaugurada no próximo dia 2, quando os 12 trabalhadores irão
oferecer aos visitantes sua primeira produção: doces de jenipapo que os cooperativados
aproveitam integralmente.
Sustentabilidade
Para isso, os jenipapos passaram pelo procedimento padrão de todo material que chega na sede
da CooperFeira, localizada na Rua do Muro, dentro da Feira de São Joaquim.
"Primeiro, selecionamos os alimentos que estão em boas condições. Depois, fazemos a
higienização lavando o produto com água corrente três vezes. Em seguida, colocamos em uma
solução de cloro a 70%, por 15 minutos. Após enxaguar, o alimento está pronto para ser
processado", explicou a nutricionista Graça Wanderley, que ministrou um curso de formação para
os cooperados.
A nutricionista destaca que "refugos" não podem ser confundidos com lixo. Para a feirante e
integrante da cooperativa Edinalva dos Santos, o projeto é uma forma de reaproveitar os
alimentos que não são vendidos em seu box.
"É o caso de algumas frutas que não podem ficar para o dia seguinte, porque estão machucadas
ou muito maduras e o cliente não vai comprar", disse a vendedora.
No caso do jenipapo, as frutas foram reaproveitadas integralmente, já que a casca foi utilizada e as
sementes conservadas para uma próxima produção. "A ideia é sempre produzir o mínimo possível
de lixo", acrescenta a nutricionista.
Produtos temporários
Frutas desidratadas, doces, compotas, geleias e polpas são alguns dos produtos que serão
confeccionados e comercializados dentro e fora da feira. Mas a produção deve adaptar-se ao
ritmo dela.
"Durante a pesquisa do projeto, percebemos uma grande sazonalidade nos "refugos", por isso a
cooperativa não pode oferecer sempre os mesmos produtos", acrescentou Adriana Caroline,
assessora de comunicação do projeto, que acompanhou toda a pesquisa, desde março de 2013.
Entre as vantagens de reaproveitar os alimentos, Graça Wanderley destaca o valor nutricional.
“Quando a gente desidrata frutas, por exemplo, elas ficam concentradas com vitaminas e
minerais", afirma.
Outra forma de evitar o desperdício é a utilização de cascas. "Devemos ter muito cuidado, pois a
casca conserva nutrientes, mas também uma grande quantidade de fertilizantes. Quem higienizar
e sanitizar da forma correta pode utilizar em casa para diversas receitas, como bolo feito com
casca de bananas" disse.
Economia solidária
Os membros da cooperativa são trabalhadores dos mais diversos setores da feira. "Comerciantes,
ambulantes, uma vendedora de sacolas de plástico, donos de bares, um carregador. É
enriquecedor, porque são vários olhares sobre a feira", afirma Adriana Caroline.
Ela diz que, durante este tempo, os cooperados se reuniam semanalmente para discutir gestão e
estudar os refugos. "O projeto faz parte da lógica da economia solidária. Até então, uma psicóloga,
uma gestora e uma nutricionista estavam acompanhando o grupo. A partir de agora, eles vão
definir tudo, desde a rotina de trabalho até a comercialização".
A cooperativa é resultado do projeto É Dia de Feira Solidária, executado pela ONG Avante Educação e Mobilização Social, em parceria com o Sindicato dos Feirantes e Ambulantes de
Salvador (Sindfeira). Os recursos são da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esportes
(Setre).
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