Calendário de 2006

Propaganda
Segunda Guerra Mundial
1939-1945
Ao dar início à sua política expansionista, Hitler
previu a guerra desde o início. Com a invasão da
Polônia em setembro de 1939, deflagrou um
conflito mundial que se estendeu até 1945.
Hitler não se contentou em anexar a Áustria e os Sudetos (em março e setembro de
1938, respectivamente). Sua intenção era dominar a Europa. Depois de desmembrar a
então Tchecoslováquia, ordenou a invasão da Polônia em 1º de setembro de 1939. O
Reino Unido e a França declararam guerra à Alemanha dois dias depois, cumprindo o
acordo de defesa da Polônia. Começava, assim, a Segunda Guerra Mundial, que até
1945 devastou grande parte da Europa.
Josef Stalin, que recusava uma aliança com a França e o Reino Unido, assinara um
pacto de não agressão com a Alemanha em 23 de agosto de 1939. Hitler fez um jogo
militar ousado com seus adversários. Sabendo que a vantagem alemã no armamento
não se manteria por muito tempo, e que somente uma rápida sequência de campanhas
militares poderia evitar um fracasso semelhante ao da Primeira Guerra Mundial, criou
o conceito do blitzkrieg.
Gdansk, a Prússia Ocidental e algumas regiões que sempre pertenceram à Polônia
foram anexadas ao Deutsches Reich após a capitulação daquele país no fim de
setembro. Os judeus poloneses foram amontoados em guetos, como o de Varsóvia.
Depois da Polônia, a França
Superestimando o poderio militar alemão nesse momento, o Reino Unido e a França
permaneceram na defensiva. Como os adversários não reconhecessem suas anexações
no leste da Europa, Hitler iniciou uma campanha em 10 de maio de 1940, invadindo a
França depois de ferir a neutralidade de Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Paris foi
ocupada pelas tropas alemãs em 14 de junho de 1940.
Embora o então primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill propusesse uma
união com a França, bem como o prosseguimento da resistência francesa no norte da
África, a maioria do gabinete francês decidiu-se por um armistício.
Este foi assinado em 22 de junho pelo marechal Philippe Pétain, que dias depois
transferiu seu governo para Vichy, no sul da França. Seu regime cooperou com o
nazismo. O general Charles de Gaulle, que se refugiara em Londres, anunciou a
continuidade da resistência.
Países e regiões ocupados foram colocados sob comando militar alemão; Luxemburgo
e a Alsácia Lorena, anexados. No entanto, falharam tentativas alemãs de preparar um
desembarque na Grã-Bretanha e de enfraquecer o adversário através de uma ofensiva
aérea. Nesse meio tempo, os Estados Unidos passaram a apoiar cada vez mais o Re ino
Unido.
África, Bálcãs e Grécia
No fim de 1940, o exército britânico iniciou uma ofensiva contra as forças italianas no
norte da África. Hitler atendeu a um pedido de Mussolini, enviando uma esquadra à
Sicília e, em fevereiro de 1941, uma divisão à Líbi a integrando o Afrika-Korps, sob o
comando do marechal Erwin Rommel.
Após o fracasso do ataque italiano à Grécia, iniciado em 28 de outubro de 1940, Hitler
preparou uma ofensiva de apoio, procurando incluir Hungria, Romênia, Bulgária e os
países dos Bálcãs na Tríplice Aliança, forjada com a Itália e o Japão em 27 de
setembro de 1940. As tropas alemãs esbarraram em resistência na Iugoslávia e, depois
de tomar Belgrado em 17 de abril de 1941, venceram o exército grego. Dez dias depois,
entraram em Atenas.
Os preparativos para a campanha contra a União Soviética foram iniciados em julho
de 1940. Até meados de 1941, mais de 3 milhões de soldados alemães haviam
avançado na região entre o Mar Báltico e o Mar Negro, bem como na Finlândia. Além
dos objetivos militares, Hitler queria aplicar seu programa racial.
Convencido da superioridade da raça ariana, ele determinou, a partir de 1941, o
extermínio sistemático dos judeus, a dizimação da população eslava e a aniquilação da
liderança comunista. Um plano geral para o Leste Europeu, elaborado pela cúpula da
SS, previa a expulsão e o traslado de milhões de eslavos e uma gradual germanização
da Europa Oriental.
O governo soviético não fez grandes preparativos de guerra, apesar das advertências.
Stalin não acreditava que Hitler atacasse a Rússia antes de encerrar a campanha na
frente ocidental. Em vão, tentou negociar com Hitler, a fim de ganhar tempo para
armar o Exército Vermelho e mobilizar de 10 a 12 milhões de reservistas.
A expansão da guerra
Em 22 de junho de 1941, a Alemanha e seus aliados europeus atacaram a União
Soviética. Hitler calculava que seria possível debilitar o Exército Vermelho em pouco
tempo e depois transferir a maior parte dos tanques para as campanhas seguintes. A
combatividade do Exército Vermelho e sua superioridade numérica, porém, levaram
ao fracasso o ataque alemão rumo a Moscou.
A contraofensiva soviética no duro inverno de 1941/42 causou muitas baixas ao
exército alemão. Hitler, que ordenara "não se perder uma polegada" do solo
conquistado e que os soldados mostrassem uma "resistência fanática", assumiu
pessoalmente o comando militar.
O ataque à União Soviética levou à formação da "coalizão anti -Hitler", que até então
fracassara pelo conflito de interesses. Em 12 de julho de 1941, o Reino Unido e a
União Soviética assinaram um tratado de ajuda mútua. No mês seguinte, um ataque
conjunto dos dois países ao Irã abriu caminho para o envio de material de apoio
logístico à União Soviética.
O agravamento do conflito entre os Estados Unidos e o Japão fez com que os combates
se estendessem. Depois que os japoneses ocuparam o sul da Indochina, o presidente
norte-americano Franklin Roosevelt determinou um embargo de petróleo que afetou
profundamente a economia japonesa.
Em 1º de dezembro de 1941, o Japão declarou guerra aos Estados Unidos e ao Reino
Unido e, em 7 de dezembro, atacou Pearl Harbor. Estabeleceram -se assim as frentes
de guerra: as potências do Eixo, no triângulo Berlim -Roma-Tóquio, e os Aliados,
compondo a coalizão anti-Hitler. O Japão e a União Soviética, contudo, mantiveram o
acordo de neutralidade assinado em abril de 1941.
A luta no Pacífico
O Japão conquistou rapidamente terreno no Sudeste Asiático, avançando por
Tailândia, Birmânia, Malaia (atual Malásia), Cingapura, Hong Kong e boa parte da s
Filipinas, o que lhe garantiu o acesso a matérias-primas de que necessitava para uma
guerra de longa duração.
No início de 1942, Alemanha e Japão dividiram as zonas de operação, mas não chegou
a haver uma intensa cooperação militar entre os dois países. Preferindo subjugar
primeiramente a União Soviética, Hitler rechaçou o plano do comandante da Marinha,
almirante Erich Raeder, de atuar em conjunto com o Japão e transferir as ações de
guerra alemãs para o Mediterrâneo e o Oriente Médio.
O Holocausto
As primeiras ordens para o extermínio dos judeus foram
dadas em 31 de julho de 1941, mas foi durante a
Conferência de Wannsee, em 20 de janeiro de 1942, que
assumiram forma concreta os planos da "solução final"
(Endlösung): a aniquilação sistemática de todos os
judeus nos países sob o domínio nazista.
Deportação de judeus do gueto
de Varsóvia
Nos meses seguintes, começou o genocídio dos judeus
nos campos de concentração e extermínio de Auschwitz,
Treblinka, Belzec, Sobibor, Chelmno e Maidanek. Os que não morreram de doenças e
subnutrição durante a rotina de trabalhos forçados foram levados para as câmaras de
gás. Fuzilamentos em massa, geralmente executados pelas SS, também foram
freqeentes, principalmente na Europa Oriental. O genocídio custou a vida de 5,2
milhões a 6 milhões de judeus, a maioria poloneses.
A guerra marítima
No mar, os submarinos alemães causavam graves perdas aos inimigos e às nações que
os apoiavam, atacando e afundando navios até mesmo da Marinha Mercante
Brasileira. De janeiro a julho de 1942, a marinha de guerra alemã afundou tant os
navios aliados que, somados, pesariam 2,9 milhões de toneladas.
Sobre as águas, porém, as batalhas praticamente terminaram para os alemães após o
afundamento do navio de guerra Bismarck, em 27 de maio de 1941. Paralelamente,
desde março de 1942, aumentaram os ataques aéreos britânicos contra cidades
alemãs.
A capitulação na África
A mudança decisiva no cenário de guerra europeu e africano começou no fim de 1942,
com a grande ofensiva do general britânico Bernard Montgomery contra Rommel na
África. Em etapas, a batalha foi se deslocando para o oeste. Tropas americanas e
britânicas aterrissaram no Marrocos e na Argélia, sob o comando de Dwight
Eisenhower. Os Aliados escolheram a região do Mediterrâneo para uma guerra de
desgaste, em grande estilo.
Na conferência de Casablanca, em 24 de janeiro de 1943, Roosevelt e Churchill
anunciaram como objetivo de guerra a "capitulação incondicional" da Alemanha, da
Itália e do Japão. Decidiu-se reforçar os bombardeios contra a Alemanha, que
passaram a contar com a participação da Força Aérea dos Estados Unidos. A
capitulação do que restou do exército de Rommel e das tropas italianas na África deu se em 13 de maio de 1945.
A ofensiva soviética
Na frente leste, uma grande ofensiva soviética no fim de 1942 acabou cercando o 6º
Exército alemão entre os rios Volga e Don. Embora Hitler proibisse tanto a
capitulação como a retirada, o marechal Friedrich Paulus entregou -se, com parte das
tropas, em 31 de janeiro de 1943. Stalingrado foi o começo do fim para Hitler. A
notícia de que os Aliados haviam desembarcado na Sicília, em 10 de julho de 1943, fez
com que ele interrompesse os combates no Cáucaso para concentrar forças na Itália. A
partir de então, a União Soviética passou a ditar os acontecimentos na frente leste.
Após um último aumento da capacidade destrutiva dos submarinos alemães até março
de 1943, os ingleses conseguiram decifrar o código alemão de radiocomunicação. As
perdas foram tão grandes que o comandante da marinha de guerra alemã, almirante
Karl Dönitz, suspendeu, em maio, o combate aos comboios aliados no Atlântico.
A queda da Itália
O desembarque dos Aliados na Sicília encontrou pouca
resistência italiana. Uma moção de desconfiança contra
Mussolini culminou com sua prisão em 25 de julho de
1943. O governo nomeado pelo rei Victor Emmanuel 3º
assinou
um
armistício
com
os
Aliados,
que
desembarcaram no sul da Itália em setembro.
As tropas alemãs ocuparam Roma em 10 de setembro e
Prisioneiros de guerra alemães
começaram a desarmar as tropas italianas. Mussolini foi em Stalingrado
libertado por um comando alemão de pára-quedistas e
passou a chefiar uma república social italiana, fascista e dependente da Alemanha. A
grande ofensiva aliada, contudo, só teve início em 12 de maio de 1944. No mês
seguinte, as tropas alemãs deixaram Roma, concentrando -se no norte.
Em 3 de janeiro de 1944, o Exército Vermelho ultrapassou a fronteira soviético polonesa de 1939. Em 22 de junho do mesmo ano, quando se completavam três anos
da invasão alemã, Stalin ordenou uma grande ofensiva contra as divisões alemãs
concentradas no centro. Como Hitler insistisse em manter a linha do front, em poucos
dias os soviéticos conseguiram rompê-la, desgastando as 38 divisões alemãs. Com
isso, os soviéticos chegaram até o leste de Varsóvia e cortaram as vias de
abastecimento das tropas alemãs nos países bálticos.
A ofensiva aérea dos Aliados ganhou grande força a partir do verão de 1943.
Bombardeios britânicos causaram graves danos a cidades alemãs, como Hamburgo e
Berlim. No ano seguinte, o alvo foram as refinarias, o que levou a uma queda fatal da
produção de combustível.
O desembarque na Normandia
Após meses de preparativos, o grande desembarque dos Aliados na costa da
Normandia teve início na madrugada de 6 de junho de 1944. Apesar da resistência dos
alemães, as tropas aliadas conseguiram romper as linhas de defesa. Tropas
americanas e da resistência francesa tomaram Paris em 25 de agosto. Dias antes, os
Aliados também haviam desembarcado na costa mediterrânea. De Gaulle assumiu o
governo da França.
Em 20 de julho de 1944, o alemão Claus Schenk, conde d e Stauffenberg, perpetrou um
atentado contra Hitler, em nome do movimento de resistência do qual faziam parte
vários oficiais. Hitler saiu apenas levemente ferido da explosão de uma bomba em seu
quartel-general na Prússia Oriental. A represália não se fez esperar: mais de 4 mil
pessoas, membros e simpatizantes da resistência, foram executadas nos meses
seguintes.
Embora a queda do Terceiro Reich fosse incontestável, Hitler ordenou, em 25 de
setembro de 1944, que todos os homens alemães de 16 a 60 anos fosse m convocados
para o exército, pouco depois de seu ministro da Propaganda, Josef Goebbels, tornar a
proclamar a "guerra total". A inversão da situação fez com que pequenos países que
haviam se aliado à Alemanha, como a Romênia, abandonassem a guerra ou muda ssem
de frente.
O fim da guerra na Europa
Enquanto a ofensiva nas Ardenas consumiu as últimas reservas alemãs na frente
ocidental, um novo ataque soviético acabou com o que restava das tropas alemãs no
leste. O Exército Vermelho tomou Varsóvia em 17 de jan eiro de 1945 e logo depois
isolou a Prússia Oriental do resto do Reich.
Em 30 de janeiro, as tropas soviéticas atingiram o rio Oder, na atual fronteira entre a
Polônia e a Alemanha. Nos meses seguintes, os alemães caíram na Silésia, Prússia
Ocidental, Pomerânia Oriental, e em Königsberg e Gdansk.
A ofensiva dos aliados ocidentais não avançou com tanta rapidez. Vindos da Holanda,
os norte-americanos entraram na Alemanha em 23 de fevereiro, chegando a Colônia
em 7 de março de 1945.
No mesmo dia, tomaram a ponte de Remagen, sobre o Reno, a única que não fora
destruída. Os ingleses dirigiram-se à região industrial do Ruhr e avançaram depois
para o norte, enquanto as tropas americanas rumaram para o sul.
A queda de Berlim e a capitulação
Munique caiu em 30 de abril, restando ao Exército Vermelho a conquista de Berlim,
Praga e Viena. O comandante de Berlim capitulou em 2 de maio de 1945. Hitler se
suicidou dias antes na capital alemã, em 30 de abril, num bunker, após nomear o
almirante Karl Dönitz seu sucessor como chefe de Estado.
Dönitz ordenou que o chefe do Estado-Maior, general Alfred Jodl, assinasse a
capitulação incondicional em 7 de maio de 1945, no quartel -general dos Aliados, em
Reims. A rendição entraria em vigor no dia seguinte, 8 de maio, data que marca ,
oficialmente, o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
Dois dias depois, o comandante da Wehrmacht, marechal Wilhelm Keitel, assinava a
capitulação também no quartel-general soviético, em Berlim. Em 5 de junho de 1945,
os quatro comandantes-em-chefe dos Aliados anunciaram ter assumido o controle em
toda a Alemanha.
No Pacífico, a guerra se estendeu até 2 de setembro de 1945, quando o Japão assinou
sua capitulação. Para pôr fim ao conflito, os norte-americanos usaram bombas
nucleares. Atiraram as primeiras bombas atômicas sobre Hiroshima em 6 de agosto de
1945, e Nagasaki, em 9 de agosto.
O balanço
A Segunda Guerra Mundial deixou um saldo de pelo menos 30 milhões de mortos –
algumas estimativas calculam o número em mais de 55 milhões. Só na União
Soviética, morreram cerca de 20 milhões. O Holocausto custou a vida de 5,2 milhões a
6 milhões de judeus. Na Alemanha, morreram 5,25 milhões; na Polônia, 4,5 milhões;
no Japão 1,8 milhão, e na Iugoslávia, 1,7 milhão de pessoas.
Ao fim da Segunda Guerra, a Alemanha, a Itália e o Japão deixaram de ser grandes
potências. Os Estados Unidos e a nova superpotência União Soviética haviam definido
a guerra na Europa, que dividiram de fato em duas zonas, conforme seu poderio e sua
esfera de influência. No Leste Asiático, os EUA dominaram inicialmente, enquanto a
Grã-Bretanha e a França, embora também vencedores, entraram em declínio.
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