Fungos Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-dechapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente. São organismos uni ou pluricelulares, destituídos de pigmentos fotossintetizantes. Dotados de parede celular, sua reprodução normalmente envolve a participação de esporos, como ocorre entre as plantas. Mas armazenam glicogênio e apresentam nutrição heterótrofa, como os animais. No entanto, enquanto os animais são heterótrofos por ingestão, os fungos são heterótrofos por absorção. Pelas diferenças que apresentam tanto em relação aos vegetais como aos animais, modernamente os fungos são enquadrados num reino “somente deles": o reino Fungi. O ramo da Biologia que se encarrega do estudo dos fungos chama-se Micologia. Estrutura Os fungos pluricelulares possuem uma característica morfológica que os diferencia dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois componentes: o corpo de frutificação é responsável pela reprodução do fungo, por meio de células reprodutoras especiais, os esporos, e o micélio é constituído por uma trama de filamentos, onde cada filamento é chamado de hifa. Ilustração 1 pluricelular - estrutura de um fungo À primeira vista, parece que todo o fungo é macroscópico. Existem, porém, fungos microscópicos, unicelulares. Entre estes, pode ser citado o Saccharomyces cerevisiae. Esse fungo é utilizado para a fabricação de pão, cachaça, cerveja etc., graças à fermentação que ele realiza. Ilustração 2 - Leveduras: fungos unicelulares. Importância Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, parasitas, ou estabelecer associações mutualísticas. Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas. Eles formam o grupo dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos. Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas formando as micorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para viver. Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens. Os fungos que parasitam o homem se manifestam, principalmente, sob a forma de micoses. As mais comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar em qualquer parte da superfície do corpo. São comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (pitiríase), das unhas e as que causam as frieiras (pé-de-atleta). As micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso do sapinho, muito comum em crianças. Essa doença se manifesta por multiplos pontos brancos na mucosa. Existem, também, fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo causador da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões. Filo Platyhelminthes O filo Platyhelminthes (do grego platy, achatado + helmins, verme). São vermes achatados dorsoventralmente, tipo fita, devido à ausência de sistema respiratório/circulatório. Apresentam simetria bilateral e são acelomados, ou seja, não possuem uma cavidade envolvida de mesoderma. Ilustração 3 - corte de um platelminto mostrando externamente a ectoderma, mais internamente o endoderma e entre os dois tecidos a mesoderma. Observe que o mesoderma é maciço. Como conseqüência disso, não formam completamente alguns sistemas (respiratório, digestório). Outra conseqüência é a sua forma achatada. Suas células têm que ficar próximas ao meio externo (para respirar) e ao intestino (para obter nutrientes). Os exemplos mais característicos de platelmintos são a tênia, a planária e o esquistossomo. - Turbellaria (Turbelários) - Platelmintos de vida livre, com epitélio ciliado. Exemplo: Planária (Digesia tigrina) - Trematoda (Trematódeos) - Vermes parasitas com epiderme não ciliada e uma ou mais ventosas. Exemplo: Schistosoma. - Cestoda (Cestódios) - Formas parasitas com corpo dividido em anéis ou proglotes. Exemplo: Taenia solium. Sistema respiratório e circulatório. São destituídos de Sistema Respiratório e circulatório . Nas espécies de vida livre a respiração é aeróbia, sendo que as trocas são feitas por difusão através do epitélio permeável. Já nos parasitas a respiração é anaeróbia. Pela ausência do sistema circulatório, as ramificações do sistema digestivo auxiliam a distribuição do alimento. Sistema digestório e excretor. Possui apenas uma abertura em todo o sistema, portanto é incompleto. Constitui-se por boca, faringe e intestino ramificado que termina em fundo cego. Os cestóides não possuem sistema digestório. A digestão é extra e intracelular. A excreção é feita por células-flama (ou solenócitos, ou protonefrídios). Estruturas típicas dos platelmintos, as células-flama eliminam os excretas para a superfície corpórea. São amoniotélicos, isto é, secretam amônia e não uréia como nós seres humanos. Ilustração 6 - reprodução assexuada em planárias: bipartição com regeneração. Principais doenças platelmintos: Ilustração 4 - sistema excretor: célula-flama. Reprodução Geralmente são hermafroditas (podendo ou não fazer a autofecundação), sendo que alguns se reproduzem por partenogênese. Os platelmintos de menor porte podem se dividir por fissão (também chamada de bipartição). As planárias sofrem fissão longitudinal, e cada metade se regenera e forma uma nova planária. Trata-se de uma forma de reprodução assexuada. Os platelmintos também podem realizar reprodução sexuada. Novamente como exemplo as planárias, elas se unem e trocam espermatozóides realizando a fecundação cruzada. causadas por A esquistossomose É causada por platelmintos da classe Trematoda. Estes ocorrem em diversas regiões do mundo sendo que, no Brasil, o responsável pela doença é o Schistossoma mansoni. Este tem a espécie humana como hospedeiro definitivo, e caramujos de água doce do gênero Biomphalaria, como hospedeiros intermediários. Ilustração 7 - Casal de Schistosoma mansoni. Ilustração 5 - reprodução sexuada em planárias: fecundação cruzada entre hermafroditas. Pessoas contaminadas permitem com que outros indivíduos adquiram a doença ao liberar ovos do parasita em suas fezes e urina, quando estas são depositadas em rios, córregos e outros ambientes de água doce; ou quando chegam até estes locais pelas enxurradas. Na água, a larvas - denominadas miracídios são liberadas e só continuam seus ciclos de vida se alojarem-se em caramujos do gênero Biomphalaria. Em seu organismo, os miracídios se desenvolvem em milhares de larvas denominadas cercárias e são liberadas na água. Em contato com a pele e mucosa humanas, penetram no organismo e podem causar inflamação, coceira e vermelhidão nessas regiões. No organismo, os adultos se instalam nas veias do fígado e intestino, reproduzem e eliminam ovos obstruindo esses vasos. Os sintomas, quando aparecem, surgem aproximadamente cinco semanas após o contato com as larvas. Na fase crônica, fígado e baço podem aumentar de tamanho. Hemorragias, com liberação de sangue em vômitos e fezes, e aumento do abdome (barriga d’água) são outras manifestações possíveis. O tratamento é feito com antiparasitários, geralmente em dose única. A prevenção consiste em identificação e tratamento das pessoas adoecidas, saneamento básico, combate aos caramujos, e informação à população de risco. Evitar contato com água represada ou de enxurrada e usar roupas adequadas ao entrar em contato com água suspeita de estar infectada são medidas individuais necessárias. anéis denominados proglótides e na extremidade anterior, denominada escólex, há presença de ventosas que auxiliam na fixação do animal. A Taenia solium, possui nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é denominado rostro, auxiliando também na fixação. Ilustração 9 - Tênia detalhando os dois tipos de escólex. Ilustração 8 - ciclo de vida do Schistomosa mansoni. A teníase É uma doença causada pela tênia, um platelminto da Classe Cestoda, representada por parasitas intestinais. Em razão deste modo de vida, esses indivíduos não possuem sistema digestório, uma vez que absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro. Usualmente, consideramos duas espécies de tênias: a Taenia solium, que parasita suínos e a Taenia saginata, parasitando bovinos. Ambas possuem corpo dividido em vários As tênias são hermafroditas, uma vez que cada proglótide possui sistema reprodutor masculino e feminino.No ciclo da teníase, o animal humano é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados hospedeiros intermediários. No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e se autofecunda. Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente. Esses podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um dos hospedeiros. Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfurada pelo embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. Este, alojado, confere à região um aspecto parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo nome de “canjiquinha”. Ao se alimentar da carne crua ou mal passada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da doença. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjôos, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas fezes contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas. Um indivíduo que ingere ovos da Taenia solium diretamente, pode ter seu organismo bastante comprometido, uma vez que o embrião (oncosfera) passa do intestino para a corrente sanguínea. Com o auxílio de suas ventosas e, principalmente, dos ganchos, pode se alojar no cérebro, olhos, pele ou músculos – inclusive do coração - podendo conferir ao portador quadro de cegueira definitiva, convulsão ou, até mesmo, óbito. Este processo de ingestão direta do ovo da tênia do porco pelo indivíduo humano é denominado cisticercose. Medidas de prevenção incluem o saneamento básico (tratamento de água e esgoto), fiscalização das carnes de porco e boi; cozimento prolongado da carne com cisticerco antes da ingestão; tratamento de doentes e bons programas de educação e sensibilização, incentivando bons hábitos de higiene no dia-a-dia. pseudocelomados, ou seja, possuem uma cavidade interna no corpo, porém, esta não é totalmente revestida de mesoderma. Ilustração 11 - corte de um nematelminto mostrando externamente a ectoderma, mais internamente o endoderma e entre os dois tecidos a mesoderma com a cavidade. Observe que esta cavidade não é um celoma verdadeiro por não estar envolvida pelo mesoderma por todos os lados. Geralmente têm sexos separados, e as diferenças entre o macho e a fêmea podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos. De modo geral o macho é menor do que a fêmea da mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de gancho. Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada película protetora, que é bem lisa e resistente. Ilustração 10 - ciclo de vida da Taenia solium. Filo Nematoda Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico, afilado nas extremidades. Muitas espécies são de vida livre e vivem em ambiente aquático ou terrestre; outras são parasitas de plantas e de animais, inclusive o ser humano. Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com boca e ânus. Uma importante característica está no desenvolvimento embrionário, uma vez, que são Sistema circulatório e respiratório Assim como os platelmintos, os nematelmintos são avasculares (não possuem sistema circulatório). A cavidade corporal (o pseudoceloma) contém um líquido, e a contínua movimentação desse líquido, propiciada pela contração da musculatura longitudinal do corpo, permite uma relativa distribuição de materiais entre as diferentes partes do corpo. Eles não possuem órgãos respiratórios. As trocas gasosas acontecem na superfície corporal, por difusão. Os nematelmintos de vida livre são aeróbicos e obtêm o oxigênio no meio onde vivem. Os parasitas são geralmente anaeróbicos e fazem f fermentação. Dessa forma não requerem oxigênio e a maioria não elimina CO2, porque realizam a fermentação láctica, que não libera esse gás. Digestão e excreção O tubo digestivo dos nematelmintos é completo, ou seja, possui um orifício de entrada de alimentos (a boca) e um outro orifício de saída de dejetos (o ânus). Na boca, podem ser encontradas placas cortantes semelhantes a dentes, com as quais os nematelmintos podem perfurar os tecidos de outros seres vivos. A faringe é musculosa e serve para esmagar os alimentos e também para dirigi-los para o intestino, que não possui qualquer musculatura. O alimento é completamente digerido pelas enzimas que atuam sobre ele no interior do tubo digestivo, e os nutrientes são passados para a cavidade do corpo para serem distribuídos pelas células. Os resíduos metabólicos são excretados a partir do líquido que ocupa o pseudoceloma, por meio de dois tubos longitudinais ligados por um menor, transversal. A distribuição desses tubos, no corpo, dá a eles o nome de tubos em “H”. Os dois ramos longitudinais do sistema se abrem em orifícios próximos da boca. Reprodução A maioria das espécies são dióicas, (realizam fecundação interna), ocorrendo em algumas nítido dimorfismo sexual: normalmente os machos são menores que as fêmeas, apresentam espinhos copulatórios e possuem a cauda encurvada. Na cópula, os machos depositam os seus espermatozóides no poro genital das fêmeas. Os machos não possuem poro genital, e a saída dos espermatozóides ocorre pelo ânus. Também são características exclusivas dos nematódeos a ausência de células ciliadas e os espermatozóides amebóides, sem flagelo, deslocando-se por pseudópodos. A fecundação acontece dentro do corpo da fêmea (fecundação interna). Depois de fecundado, o zigoto se desenvolve dentro de um ovo com a casca resistente. Muitas espécies eliminam os ovos fecundados para o ambiente, onde as primeiras divisões se processam e o ovo se torna embrionado. Principais doenças Nematelmintos: causadas por Ascaridíase A ascaridíase é o resultado da infestação por Ascaris lumbricoides no organismo, sendo mais frequentemente encontrado no intestino. Aproximadamente 25% da população mundial possui estes parasitas, sendo tais ocorrências típicas de regiões nas quais o saneamento básico é precário. Este patógeno, conhecido popularmente como lombriga, tem corpo cilíndrico e alongado, e pode chegar até 40 centímetros de comprimento. Fêmeas são maiores e mais robustas que os machos; e estes apresentam a cauda enrolada. Surpreendentemente, um único hospedeiro pode apresentar até 600 destes indivíduos. Ilustração 12 - foto de Ascaris lumbricoides. A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo, água, alimentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas. No intestino delgado, liberam larvas que atravessam as paredes deste órgão e se direcionam aos vasos sanguíneos e linfáticos; se espalhando pelo organismo. Atingindo a faringe, estas podem ser liberadas juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda, serem deglutidas, alcançando novamente o intestino. Lá, reproduzem-se sexuadamente, permitindo a liberação de alguns dos seus aproximados 200 mil ovos diários, pelas fezes, propiciando a contaminação de outras pessoas. Devido ao espalhamento das larvas, febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite, pneumonia, convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se apresentar; dependendo do órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se apresenta assintomática. Quanto à prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-los, lavar sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados, dente outras, fazem parte desta lista. Ilustração 13 - ciclo de vida do parasita Ascaris lumbricoides. Ancilostomose A ancilostomose, também conhecida por amarelão, é uma doença causada por vermes nematódeos (espécie: Necator americanus e Ancylostoma duodenale). As formas adultas desses parasitas se instalam no aparelho digestivo do seres humanos, onde ficam fixadas na porção que compreende o intestino delgado, nutrindo-se de sangue do hospedeiro e causando anemia. estômago e alcançando a parede do intestino. Neste local se reproduzem, eliminando ovos juntamente às fezes. A adesão dos vermes no ducto intestinal ocorre devido à presença de um aparelho bucal munido de dentículos que se inserem na superfície interna da região duodenal, provocando lesão e conseqüentemente sangramento, agravando o quadro anêmico. Essa doença pode ser controlada, mediante as seguintes medidas profiláticas: - Utilização de calçados, evitando o contato direto com o solo contaminado; - Fornecimento de infra-estrutura básica para a população, proporcionando saneamento básico e condições adequadas de higienização; - Ter o máximo de cuidado quanto ao local destinado ao lazer das crianças, pois acabam brincando com terra; - Educação da comunidade, bem como o tratamento das pessoas doentes. Ilustração 15 - ciclo de vida do parasita Ancylostoma duodenale. Ilustração 14 - foto da cápsula bucal do Ancylostoma duodenale. Essa doença é transmitida através da penetração ativa de pequenas larvas infectantes na pele de um indivíduo em contato com ambientes propensos, principalmente o solo, contendo fezes contaminadas por ovos que eclodem e desenvolvem as larvas. Após passarem pela epiderme, as larvas atingem a corrente sangüínea, seguindo em direção aos alvéolos pulmões (pequena circulação). Por meio das vias respiratórias, as larvas se deslocam pela traquéia até a laringe, onde são deglutidas com os alimentos ingeridos, passando pelo esôfago, Filariose É a doença causada pelo parasita nematódeo Wuchereria bancrofti também conhecido como filária, que se aloja nos vasos linfáticos causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de perna de elefante do paciente com esta doença. Tem como transmissor os mosquitos dos gêneros Culex (mais comum), Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes nas regiões tropicais e subtropicais. Quando o nematódeo obstrui o vaso linfático o edema é irreversível, daí a importância da prevenção com mosquiteiros e repelentes, além de evitar o acúmulo de águas paradas em pneus velhos, latas, potes e outros. Filo annelida. Ilustração 16 - foto de Wuchereria bancrofti. As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitos. Da corrente sanguinea elas dirigem-se para os vasos linfáticos, onde se maturam nas formas adultas sexuais. Após cerca de oito meses da infecção inicial (período pré-patente), começam a produzir microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos órgãos. O mosquito é infectado quando pica um ser humano doente. Dentro do mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de alguns dias em formas infectantes, que migram principalmente para a cabeça do mosquito. Ilustração 17 - ciclo de vida das filárias. Ilustração 18 - portadores de elefantíase. Vulgarmente chamam-se anelídeos (Annelida - latim annelus, pequeno anel) aos vermes segmentados - com o corpo formado por “anéis” como a minhoca e a sanguessuga. Existem espécies destes animais em praticamente todos os ecossistemas, terrestres, marinhos e de água doce. Os anelídeos são animais triblásticos, ou seja, em seu desenvolvimento embrionário, formam-se três folhetos embrionários, que dão origem a todas as partes do seu corpo. São celomados (possuem uma cavidade corporal delimitada pelo mesoderma). Ilustração 19 - corte de um anelídeo mostrando externamente a ectoderma, mais internamente o endoderma e entre os dois tecidos a mesoderma com o celoma. Pelo celoma, circulam líquidos que facilitam a distribuição de materiais entre as várias partes do corpo. Na cavidade celomática, ficam alojados os órgãos do animal. Em toda a extensão do corpo. A maioria dos anelídeos apresenta cerdas, expansões de quitina que se projetam externamente à cutícula. Elas comportam-se como apêndices de locomoção ou de fixação ao substrato sobre o qual o animal se encontra apoiado. Ocorrem na água doce, salgada e solo úmido; podendo ser de vida livre, habitando galerias ou tubos. Os anelídeos de vida livre são encontrados no solo, na água doce ou em ambientes marinhos. Algumas espécies marinhas são fixas, habitando no interior de tubos calcários secretados pelo próprio verme. Outros se locomovem ativamente, explorando o ambiente à procura de alimento. Também podem ser ectoparasitas de vertebrados. A epiderme é constituída por epitélio simples, cilíndrico contendo células glandulares e sensoriais. Recobrindoa encontramos uma cutícula permeável e não quitinosa. A quantidade de cerdas classifica os anelídeos em três categorias. De acordo com o número e a distribuição das cerdas na superfície do corpo, os anelídeos são classificados em quatro classes: Oligochaeta (poucas cerdas), Polychaeta (muitas cerdas) e Hirudinea (sem cerdas). Classe Polichaeta (Poliquetas) São vermes marinhos distintamente segmentados, apresentando na porção anterior do corpo uma cabeça nítida com apêndice sensitivo (tentáculos), e ao longo dos metâmeros numerosas cerdas implantadas em pares de parapódios laterais. Os sexos são separados, com fecundação externa fundindo-se óvulos e espermatozóides na água do mar. Ilustração 20 - fot o de um oligoqueta. Classe Hirudínea (hirudíneos) São vermes de água doce mais conhecidos como sanguessugas. Vivem principalmente em brejos, sendo ectoparasitas hematófagos ocasionalmente do homem e dos animais domésticos. Ilustração 21 - foto de um hirudíneo. Classe Olichaeta (Oligoquetas) A minhoca é o exemplo mais conhecido, e apresenta as seguintes características externas: Possui corpo cilíndrico e alongado, afilando nas extremidades; Apresenta zona de crescimento próximo da extremidade posterior; Não apresenta cabeça diferenciada; No ultimo seguimento encontramos o ânus, em forma de fenda vertical. Ilustração 22 - foto de um oligoqueta Nutrição, digestão e excreção O sistema digestório é completo e apresenta forma tubular. Os poliquetos são carnívoros e possuem mandíbulas para a captura de alimentos, que muitas vezes são outros poliquetos. As minhocas nutrem-se de vegetais em decomposição no solo. As sanguessugas possuem ventosas por onde sugam o sangue de vertebrados, sendo ainda necrófagas e predadoras de minhocas. O sistema excretor é constituído por unidades denominadas nefrídeos, que removem excretas do celoma e corrente sangüínea, diretamente para o exterior. Cada segmento ou metâmero possui um par de nefrídeos. Ilustração 23 - esquema de um anelídeo mostrando o sistema excretor. Sistema circulatório e respiratório Consiste de uma série de tubos ou vasos sangüíneos (sistema circulatório fechado). O sangue é bombeado através de vasos sangüíneos para outros órgãos do corpo por cinco pares de arcos aórticos ou corações. O sangue é constituído por placas que contém amebócitos livres e hemoglobina dissolvida. A respiração pode ser por meio de brânquias em alguns habitantes de tubos, ou pela epiderme onde o oxigênio penetra e é transportado pelo sangue para outras partes do corpo. De maneira semelhante o dióxido de carbono e é eliminado através da cutícula. Reprodução A forma de reprodução dos anelídeos varia de espécie para espécie, podendo ser tanto assexuada como sexuada. Embora as minhocas sejam animais hermafroditas, são necessárias duas minhocas para a reprodução. Elas se unem de forma a ficarem os poros masculinos de uma encostados aos receptáculos seminais de outra, possibilitando, assim, a fecundação dos óvulos pelos espermatozóides. b) Wuchereria bancrofti e um mosquito do gênero Culex. c) Wuchereria bancrofti e o caramujo. d) Schistosoma mansoni e a filária. e) Ancylostoma duodenale e a filária. 3.(UFMG) Observe a figura: Exercícios propostos: 1.(PUC-MG) Leia, com atenção, as informações abaixo: I - Triblástico pseudocelomado. II - Não possui hospedeiro intermediário. III - Larvas desenvolvem-se no solo. O parasita que possui as características acima é: a) Taenia solium. b) Schistosoma mansoni. c) Ancylostoma duodenale. d) Ascaris lumbricoides. e) Enterobius vermiculares. N o ciclo evolutivo da Taenia solium, as setas com a linha contínua estão corretas e uma das setas com linha tracejada está errada. a). Para que este ciclo fique correto, deverá ser eliminada uma das setas com a linha tracejada. Cite o número da seta que está errada. b). Com base no ciclo evolutivo da Taenia solium, responda: b1) Qual é o seu hospedeiro definitivo? b2) Em que órgão se localiza a Taenia adulta? c). Considerando os sistemas digestivo, circulatório, respiratório e reprodutor, indique o que estaria presente na Taenia adulta. d). Cite uma medida de saneamento que atue diretamente na diminuição da incidência da cisticercose suína. 2.) (CESGRANRIO) A elefantíase ou filariose é uma parasitose comum na região amazônica. Sua profilaxia pode ser feita através do combate ao inseto vetor e do isolamento e tratamento das pessoas doentes. O agente causador e o hospedeiro intermediário dessa parasitose são, respectivamente: a) Ascaris lumbricoides e um mosquito de gênero Culex. 4.(UFF-RJ) No Brasil, a esquistossomose encontra-se em franca expansão, com focos surgindo nas cidades do sul e noroeste de Minas Gerais. Esta doença tem no homem seu principal hospedeiro definito, sendo que as modificações ambientais, introduzidas pelo mesmo, favorecem a sua proliferação. Quais as medidas profiláticas disponíveis no combate a esta parasitose? 5.(PUC-RJ) O esquema abaixo representa um verme capaz de parasitar o intestino humano. Assinale a opção que corresponde a uma adaptação desse verme à vida parasitária: a) fecundação cruzada. b) circulação aberta. c) pigmentos respiratórios. d) excreção por células-flama. e) ausência do tubo digestivo. Gabarito: 1).c 2).b 3.a). Seta 3. b1). Hospedeiro definitivo: homem b2). Intestino C). Só o reprodutor. d). Construção e tratamento da rede de esgotos. 4). Tratamento do doente com medicamento que eliminam o verme; instação de fossas ou rede de esgotos e combate ao caramujo. 5). e