INTRODUÇÃO À ECOLOGIA

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Fungos
Os fungos são popularmente conhecidos por
bolores, mofos, fermentos, levedos,
orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-dechapéu (champignon). É um grupo bastante
numeroso, formado por cerca de 200.000
espécies espalhadas por praticamente
qualquer tipo de ambiente.
São organismos uni ou pluricelulares,
destituídos de pigmentos fotossintetizantes.
Dotados de parede celular, sua reprodução
normalmente envolve a participação de
esporos, como ocorre entre as plantas. Mas
armazenam
glicogênio
e
apresentam
nutrição heterótrofa, como os animais. No
entanto,
enquanto
os
animais
são
heterótrofos por ingestão, os fungos são
heterótrofos por absorção.
Pelas diferenças que apresentam tanto em
relação aos vegetais como aos animais,
modernamente os fungos são enquadrados
num reino “somente deles": o reino Fungi.
O ramo da Biologia que se encarrega do
estudo dos fungos chama-se Micologia.
Estrutura
Os fungos pluricelulares possuem uma
característica morfológica que os diferencia
dos demais seres vivos. Seu corpo é
constituído por dois componentes: o corpo
de
frutificação
é
responsável
pela
reprodução do fungo, por meio de células
reprodutoras especiais, os esporos, e o
micélio é constituído por uma trama de
filamentos, onde cada filamento é chamado
de hifa.
Ilustração 1
pluricelular
-
estrutura
de
um
fungo
À primeira vista, parece que todo o fungo é
macroscópico. Existem, porém, fungos
microscópicos, unicelulares. Entre estes,
pode ser citado o Saccharomyces cerevisiae.
Esse fungo é utilizado para a fabricação de
pão, cachaça, cerveja etc., graças à
fermentação que ele realiza.
Ilustração 2 - Leveduras: fungos unicelulares.
Importância
Os fungos apresentam grande variedade de
modos de vida. Podem viver como
saprófagos, parasitas, ou estabelecer
associações mutualísticas.
Os fungos saprófagos são responsáveis por
grande parte da degradação da matéria
orgânica, propiciando a reciclagem de
nutrientes. Juntamente com as bactérias
saprófagas. Eles formam o grupo dos
organismos decompositores, de grande
importância ecológica. No processo da
decomposição, a matéria orgânica contida
em organismos mortos é devolvida ao
ambiente, podendo ser novamente utilizada
por outros organismos.
Dentre os fungos mutualísticos, existem os
que vivem associados a raízes de plantas
formando as micorrizas (mico= fungo; rizas
= raízes). Nesses casos os fungos degradam
materiais do solo, absorvem esses materiais
degradados e os transferem à planta,
propiciando-lhe um crescimento sadio. A
planta, por sua vez, cede ao fungo certos
açucares e aminoácidos de que ele necessita
para viver.
Certos grupos de fungos podem estabelecer
associações
mutualísticas
com
cianobactérias ou com algas verdes, dando
origem a organismos denominados líquens.
Os fungos que parasitam o homem se
manifestam, principalmente, sob a forma de
micoses. As mais comuns ocorrem na pele,
podendo-se manifestar em qualquer parte
da superfície do corpo.
São comuns as micoses do couro cabeludo e
da barba (pitiríase), das unhas e as que
causam as frieiras (pé-de-atleta).
As micoses podem afetar também as
mucosas como a da boca. É o caso do
sapinho, muito comum em crianças. Essa
doença se manifesta por multiplos pontos
brancos na mucosa.
Existem, também, fungos que parasitam o
interior do organismo, como é o caso do
fungo causador da histoplasmose, doença
grave que ataca os pulmões.
Filo Platyhelminthes
O filo Platyhelminthes (do grego platy,
achatado + helmins, verme).
São vermes achatados dorsoventralmente,
tipo fita, devido à ausência de sistema
respiratório/circulatório.
Apresentam
simetria bilateral e são acelomados, ou seja,
não possuem uma cavidade envolvida de
mesoderma.
Ilustração 3 - corte de um platelminto
mostrando externamente a ectoderma, mais
internamente o endoderma e entre os dois
tecidos a mesoderma. Observe que o
mesoderma é maciço.
Como conseqüência disso, não formam
completamente
alguns
sistemas
(respiratório, digestório).
Outra conseqüência é a sua forma achatada.
Suas células têm que ficar próximas ao meio
externo (para respirar) e ao intestino (para
obter nutrientes).
Os exemplos mais característicos de
platelmintos são a tênia, a planária e o
esquistossomo.
- Turbellaria (Turbelários) - Platelmintos de
vida livre, com epitélio ciliado. Exemplo:
Planária (Digesia tigrina)
- Trematoda (Trematódeos) - Vermes
parasitas com epiderme não ciliada
e uma ou mais ventosas. Exemplo:
Schistosoma.
- Cestoda (Cestódios) - Formas parasitas com
corpo dividido em
anéis ou proglotes. Exemplo: Taenia solium.
Sistema respiratório e circulatório.
São destituídos de Sistema Respiratório e
circulatório . Nas espécies de vida livre a
respiração é aeróbia, sendo que as trocas
são feitas por difusão através do epitélio
permeável. Já nos parasitas a respiração é
anaeróbia. Pela ausência do sistema
circulatório, as ramificações do sistema
digestivo auxiliam a distribuição do
alimento.
Sistema digestório e excretor.
Possui apenas uma abertura em todo o
sistema, portanto é incompleto. Constitui-se
por boca, faringe e intestino ramificado que
termina em fundo cego. Os cestóides não
possuem sistema digestório.
A digestão é extra e intracelular. A excreção
é feita por células-flama (ou solenócitos, ou
protonefrídios).
Estruturas típicas dos platelmintos, as
células-flama eliminam os excretas para a
superfície corpórea. São amoniotélicos, isto
é, secretam amônia e não uréia como nós
seres humanos.
Ilustração 6 - reprodução assexuada em
planárias: bipartição com regeneração.
Principais
doenças
platelmintos:
Ilustração 4 - sistema excretor: célula-flama.
Reprodução
Geralmente são hermafroditas (podendo ou
não fazer a autofecundação), sendo que
alguns se reproduzem por partenogênese. Os
platelmintos de menor porte podem se
dividir por fissão (também chamada de
bipartição). As planárias sofrem fissão
longitudinal, e cada metade se regenera e
forma uma nova planária. Trata-se de uma
forma de reprodução assexuada. Os
platelmintos
também
podem
realizar
reprodução sexuada. Novamente como
exemplo as planárias, elas se unem e trocam
espermatozóides realizando a fecundação
cruzada.
causadas
por
A esquistossomose
É causada por platelmintos da classe
Trematoda. Estes ocorrem em diversas
regiões do mundo sendo que, no Brasil, o
responsável pela doença é o Schistossoma
mansoni. Este tem a espécie humana como
hospedeiro definitivo, e caramujos de água
doce do gênero Biomphalaria, como
hospedeiros intermediários.
Ilustração 7 - Casal de Schistosoma mansoni.
Ilustração 5 - reprodução sexuada em
planárias:
fecundação
cruzada
entre
hermafroditas.
Pessoas contaminadas permitem com que
outros indivíduos adquiram a doença ao
liberar ovos do parasita em suas fezes e
urina, quando estas são depositadas em rios,
córregos e outros ambientes de água doce;
ou quando chegam até estes locais pelas
enxurradas.
Na água, a larvas - denominadas miracídios são liberadas e só continuam seus ciclos de
vida se alojarem-se em caramujos do gênero
Biomphalaria. Em seu organismo, os
miracídios se desenvolvem em milhares de
larvas denominadas cercárias e são liberadas
na água. Em contato com a pele e mucosa
humanas, penetram no organismo e podem
causar inflamação, coceira e vermelhidão
nessas regiões. No organismo, os adultos se
instalam nas veias do fígado e intestino,
reproduzem e eliminam ovos obstruindo
esses
vasos.
Os sintomas, quando aparecem, surgem
aproximadamente cinco semanas após o
contato
com
as
larvas.
Na fase crônica, fígado e baço podem
aumentar de tamanho. Hemorragias, com
liberação de sangue em vômitos e fezes, e
aumento do abdome (barriga d’água) são
outras
manifestações
possíveis.
O tratamento é feito com antiparasitários,
geralmente
em
dose
única.
A prevenção consiste em identificação e
tratamento
das
pessoas
adoecidas,
saneamento básico, combate aos caramujos,
e informação à população de risco. Evitar
contato com água represada ou de
enxurrada e usar roupas adequadas ao
entrar em contato com água suspeita de
estar infectada são medidas individuais
necessárias.
anéis denominados proglótides e na
extremidade anterior, denominada escólex,
há presença de ventosas que auxiliam na
fixação do animal. A Taenia solium, possui
nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é
denominado rostro, auxiliando também na
fixação.
Ilustração 9 - Tênia detalhando os dois tipos de
escólex.
Ilustração 8 - ciclo de vida do Schistomosa
mansoni.
A teníase
É uma doença causada pela tênia, um
platelminto da Classe Cestoda, representada
por parasitas intestinais. Em razão deste
modo de vida, esses indivíduos não possuem
sistema digestório, uma vez que absorvem
nutrientes digeridos pelo hospedeiro.
Usualmente, consideramos duas espécies de
tênias: a Taenia solium, que parasita suínos
e a Taenia saginata, parasitando bovinos.
Ambas possuem corpo dividido em vários
As tênias são hermafroditas, uma vez que
cada proglótide possui sistema reprodutor
masculino e feminino.No ciclo da teníase, o
animal humano é o hospedeiro definitivo e
suínos
e
bovinos
são
considerados
hospedeiros intermediários. No hospedeiro
definitivo, o animal adulto fica fixado às
paredes intestinais e se autofecunda. Cada
proglótide fecundada, sendo eliminada pelas
fezes, elimina ovos no ambiente. Esses
podem contaminar a água e alimentos,
gerando grande possibilidade de serem
ingeridos por um dos hospedeiros.
Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros
intermediários, estes têm a parede do
intestino perfurada pelo embrião contido no
ovo, que se aloja no tecido muscular. Este,
alojado, confere à região um aspecto
parecido com canjica – e é por esse motivo
que algumas pessoas chamam esta doença
pelo
nome
de
“canjiquinha”.
Ao se alimentar da carne crua ou mal
passada do animal contaminado, o homem
completa o ciclo da doença. O animal se
desenvolve até o estágio adulto no intestino
humano e pode conferir ao portador dores
de cabeça e abdominais, perda de peso,
alterações do apetite, enjôos, perturbações
nervosas, irritação, fadiga e insônia. O
hospedeiro definitivo tem potencial de
continuar o ciclo da doença, caso suas fezes
contaminem a água e alimentos dos
hospedeiros intermediários ou de outras
pessoas.
Um indivíduo que ingere ovos da Taenia
solium diretamente, pode ter seu organismo
bastante comprometido, uma vez que o
embrião (oncosfera) passa do intestino para
a corrente sanguínea. Com o auxílio de suas
ventosas e, principalmente, dos ganchos,
pode se alojar no cérebro, olhos, pele ou
músculos – inclusive do coração - podendo
conferir ao portador quadro de cegueira
definitiva, convulsão ou, até mesmo, óbito.
Este processo de ingestão direta do ovo da
tênia do porco pelo indivíduo humano é
denominado cisticercose.
Medidas
de
prevenção
incluem
o
saneamento básico (tratamento de água e
esgoto), fiscalização das carnes de porco e
boi; cozimento prolongado da carne com
cisticerco antes da ingestão; tratamento de
doentes e bons programas de educação e
sensibilização, incentivando bons hábitos de
higiene no dia-a-dia.
pseudocelomados, ou seja, possuem uma
cavidade interna no corpo, porém, esta não
é totalmente revestida de mesoderma.
Ilustração 11 - corte de um nematelminto
mostrando externamente a ectoderma, mais
internamente o endoderma e entre os dois
tecidos a mesoderma com a cavidade. Observe
que esta cavidade não é um celoma verdadeiro
por não estar envolvida pelo mesoderma por
todos os lados.
Geralmente têm sexos separados, e as
diferenças entre o macho e a fêmea podem
ser bem nítidas, como no caso dos principais
parasitas humanos. De modo geral o macho
é menor do que a fêmea da mesma idade e
sua extremidade posterior possui forma de
gancho. Esses animais são envolvidos por
uma fina e delicada película protetora, que
é bem lisa e resistente.
Ilustração 10 - ciclo de vida da Taenia solium.
Filo Nematoda
Os nematelmintos (do grego nematos:
'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes
de
corpo
cilíndrico,
afilado
nas
extremidades. Muitas espécies são de vida
livre e vivem em ambiente aquático ou
terrestre; outras são parasitas de plantas e
de animais, inclusive o ser humano.
Ao
contrário
dos
platelmintos,
os
nematelmintos possuem tubo digestório
completo, com boca e ânus. Uma importante
característica está no desenvolvimento
embrionário,
uma
vez,
que
são
Sistema circulatório e respiratório
Assim
como
os
platelmintos,
os
nematelmintos
são
avasculares
(não
possuem sistema circulatório). A cavidade
corporal (o pseudoceloma) contém um
líquido, e a contínua movimentação desse
líquido, propiciada pela contração da
musculatura longitudinal do corpo, permite
uma relativa distribuição de materiais entre
as diferentes partes do corpo.
Eles não possuem órgãos respiratórios. As
trocas gasosas acontecem na superfície
corporal, por difusão. Os nematelmintos de
vida livre são aeróbicos e obtêm o oxigênio
no meio onde vivem. Os parasitas são
geralmente anaeróbicos e fazem
f
fermentação. Dessa forma não requerem
oxigênio e a maioria não elimina CO2,
porque realizam a fermentação láctica, que
não libera esse gás.
Digestão e excreção
O tubo digestivo dos nematelmintos é
completo, ou seja, possui um orifício de
entrada de alimentos (a boca) e um outro
orifício de saída de dejetos (o ânus).
Na boca, podem ser encontradas placas
cortantes semelhantes a dentes, com as
quais os nematelmintos podem perfurar os
tecidos de outros seres vivos. A faringe é
musculosa e serve para esmagar os
alimentos e também para dirigi-los para o
intestino,
que
não
possui
qualquer
musculatura. O alimento é completamente
digerido pelas enzimas que atuam sobre ele
no interior do tubo digestivo, e os nutrientes
são passados para a cavidade do corpo para
serem distribuídos pelas células.
Os resíduos metabólicos são excretados a
partir do líquido que ocupa o pseudoceloma,
por meio de dois tubos longitudinais ligados
por um menor, transversal. A distribuição
desses tubos, no corpo, dá a eles o nome de
tubos em “H”. Os dois ramos longitudinais
do sistema se abrem em orifícios próximos
da boca.
Reprodução
A maioria das espécies são dióicas,
(realizam fecundação interna), ocorrendo
em algumas nítido dimorfismo sexual:
normalmente os machos são menores que as
fêmeas, apresentam espinhos copulatórios e
possuem a cauda encurvada.
Na cópula, os machos depositam os seus
espermatozóides no poro genital das
fêmeas. Os machos não possuem poro
genital, e a saída dos espermatozóides
ocorre pelo ânus.
Também são características exclusivas dos
nematódeos a ausência de células ciliadas e
os espermatozóides amebóides, sem flagelo,
deslocando-se por pseudópodos.
A fecundação acontece dentro do corpo da
fêmea (fecundação interna). Depois de
fecundado, o zigoto se desenvolve dentro de
um ovo com a casca resistente. Muitas
espécies eliminam os ovos fecundados para o
ambiente, onde as primeiras divisões se
processam e o ovo se torna embrionado.
Principais
doenças
Nematelmintos:
causadas
por
Ascaridíase
A ascaridíase é o resultado da infestação por
Ascaris lumbricoides no organismo, sendo
mais
frequentemente
encontrado
no
intestino.
Aproximadamente
25%
da
população mundial possui estes parasitas,
sendo tais ocorrências típicas de regiões nas
quais o saneamento básico é precário.
Este patógeno, conhecido popularmente
como lombriga, tem corpo cilíndrico e
alongado, e pode chegar até 40 centímetros
de comprimento. Fêmeas são maiores e mais
robustas que os machos; e estes apresentam
a cauda enrolada. Surpreendentemente, um
único hospedeiro pode apresentar até 600
destes
indivíduos.
Ilustração 12 - foto de Ascaris lumbricoides.
A contaminação por ele se dá pela ingestão
de seus ovos, geralmente encontrados no
solo, água, alimentos e mãos que tiveram
um contato anterior com fezes humanas
contaminadas.
No intestino delgado, liberam larvas que
atravessam as paredes deste órgão e se
direcionam aos vasos sanguíneos e linfáticos;
se espalhando pelo organismo. Atingindo a
faringe,
estas
podem
ser
liberadas
juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda,
serem deglutidas, alcançando novamente o
intestino. Lá, reproduzem-se sexuadamente,
permitindo a liberação de alguns dos seus
aproximados 200 mil ovos diários, pelas
fezes, propiciando a contaminação de outras
pessoas.
Devido ao espalhamento das larvas, febre,
dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite,
pneumonia, convulsões e esgotamento físico
e mental são alguns sintomas que podem se
apresentar; dependendo do órgão que foi
afetado. Entretanto, em muitos casos a
verminose se apresenta assintomática.
Quanto à prevenção, ingerir somente água
tratada, lavar bem frutas e legumes antes
de ingeri-los, lavar sempre as mãos, não
defecar em locais inapropriados, dente
outras, fazem parte desta lista.
Ilustração 13 - ciclo de vida do parasita Ascaris
lumbricoides.
Ancilostomose
A ancilostomose, também conhecida por
amarelão, é uma doença causada por vermes
nematódeos (espécie: Necator americanus e
Ancylostoma duodenale). As formas adultas
desses parasitas se instalam no aparelho
digestivo do seres humanos, onde ficam
fixadas na porção que compreende o
intestino delgado, nutrindo-se de sangue do
hospedeiro
e
causando
anemia.
estômago e alcançando a parede do
intestino. Neste local se reproduzem,
eliminando ovos juntamente às fezes.
A adesão dos vermes no ducto intestinal
ocorre devido à presença de um aparelho
bucal munido de dentículos que se inserem
na superfície interna da região duodenal,
provocando lesão e conseqüentemente
sangramento, agravando o quadro anêmico.
Essa doença pode ser controlada, mediante
as
seguintes
medidas
profiláticas:
- Utilização de calçados, evitando o contato
direto
com
o
solo
contaminado;
- Fornecimento de infra-estrutura básica
para
a
população,
proporcionando
saneamento básico e condições adequadas
de
higienização;
- Ter o máximo de cuidado quanto ao local
destinado ao lazer das crianças, pois acabam
brincando
com
terra;
- Educação da comunidade, bem como o
tratamento das pessoas doentes.
Ilustração 15 - ciclo de vida do parasita
Ancylostoma duodenale.
Ilustração 14 - foto da cápsula bucal do
Ancylostoma duodenale.
Essa doença é transmitida através da
penetração ativa de pequenas larvas
infectantes na pele de um indivíduo em
contato
com
ambientes
propensos,
principalmente o solo, contendo fezes
contaminadas por ovos que eclodem e
desenvolvem
as
larvas.
Após passarem pela epiderme, as larvas
atingem a corrente sangüínea, seguindo em
direção aos alvéolos pulmões (pequena
circulação). Por meio das vias respiratórias,
as larvas se deslocam pela traquéia até a
laringe, onde são deglutidas com os
alimentos ingeridos, passando pelo esôfago,
Filariose
É a doença causada pelo parasita nematódeo
Wuchereria bancrofti também conhecido
como filária, que se aloja nos vasos
linfáticos causando linfedema. Esta doença é
também conhecida como elefantíase, devido
ao aspecto de perna de elefante do paciente
com esta doença. Tem como transmissor os
mosquitos dos gêneros Culex (mais comum),
Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes
nas regiões tropicais e subtropicais. Quando
o nematódeo obstrui o vaso linfático o
edema é irreversível, daí a importância da
prevenção com mosquiteiros e repelentes,
além de evitar o acúmulo de águas paradas
em pneus velhos, latas, potes e outros.
Filo annelida.
Ilustração 16 - foto de Wuchereria bancrofti.
As larvas são transmitidas pela picada dos
mosquitos. Da corrente sanguinea elas
dirigem-se para os vasos linfáticos, onde se
maturam nas formas adultas sexuais. Após
cerca de oito meses da infecção inicial
(período pré-patente), começam a produzir
microfilárias que surgem no sangue, assim
como em muitos órgãos. O mosquito é
infectado quando pica um ser humano
doente. Dentro do mosquito as microfilárias
modificam-se ao fim de alguns dias em
formas
infectantes,
que
migram
principalmente para a cabeça do mosquito.
Ilustração 17 - ciclo de vida das filárias.
Ilustração 18 - portadores de elefantíase.
Vulgarmente chamam-se anelídeos (Annelida
- latim annelus, pequeno
anel) aos vermes segmentados - com o corpo
formado por “anéis” como a minhoca e a
sanguessuga. Existem espécies destes
animais
em
praticamente
todos
os
ecossistemas, terrestres, marinhos e de água
doce.
Os anelídeos são animais triblásticos, ou
seja, em seu desenvolvimento embrionário,
formam-se três folhetos embrionários, que
dão origem a todas as partes do seu corpo.
São celomados (possuem uma cavidade
corporal delimitada pelo mesoderma).
Ilustração 19 - corte de um anelídeo mostrando
externamente a ectoderma, mais internamente
o endoderma e entre os dois tecidos a
mesoderma com o celoma.
Pelo celoma, circulam líquidos que facilitam
a distribuição de materiais entre as várias
partes do corpo. Na cavidade celomática,
ficam alojados os órgãos do animal.
Em toda a extensão do corpo. A maioria dos
anelídeos apresenta cerdas, expansões de
quitina que se projetam externamente à
cutícula. Elas comportam-se como apêndices
de locomoção ou de fixação ao substrato
sobre o qual o animal se encontra apoiado.
Ocorrem na água doce, salgada e solo
úmido; podendo ser de vida livre, habitando
galerias ou tubos. Os anelídeos de vida livre
são encontrados no solo, na água doce ou
em ambientes marinhos. Algumas espécies
marinhas são fixas, habitando no interior de
tubos calcários secretados pelo próprio
verme. Outros se locomovem ativamente,
explorando o ambiente à procura de
alimento. Também podem ser ectoparasitas
de vertebrados. A epiderme é constituída
por epitélio simples, cilíndrico contendo
células glandulares e sensoriais. Recobrindoa encontramos uma cutícula permeável e
não quitinosa.
A quantidade de cerdas classifica os
anelídeos em três categorias.
De acordo com o número e a distribuição das
cerdas na superfície do corpo, os anelídeos
são classificados em quatro classes:
Oligochaeta (poucas cerdas), Polychaeta
(muitas cerdas) e Hirudinea (sem cerdas).
Classe Polichaeta (Poliquetas)
São
vermes
marinhos
distintamente
segmentados, apresentando na porção
anterior do corpo uma cabeça nítida com
apêndice sensitivo (tentáculos), e ao longo
dos
metâmeros
numerosas
cerdas
implantadas em pares de parapódios
laterais.
Os sexos são separados, com fecundação
externa
fundindo-se
óvulos
e
espermatozóides na água do mar.
Ilustração 20 - fot o de um oligoqueta.
Classe Hirudínea (hirudíneos)
São vermes de água doce mais conhecidos
como sanguessugas. Vivem principalmente
em brejos, sendo ectoparasitas hematófagos
ocasionalmente do homem e dos animais
domésticos.
Ilustração 21 - foto de um hirudíneo.
Classe Olichaeta (Oligoquetas)
A minhoca é o exemplo mais conhecido, e
apresenta as seguintes características
externas: Possui corpo cilíndrico e alongado,
afilando nas extremidades;
Apresenta zona de crescimento próximo da
extremidade posterior; Não apresenta
cabeça diferenciada; No ultimo seguimento
encontramos o ânus, em forma de fenda
vertical.
Ilustração 22 - foto de um oligoqueta
Nutrição, digestão e excreção
O sistema digestório é completo e
apresenta forma tubular. Os poliquetos são
carnívoros e possuem mandíbulas para a
captura de alimentos, que muitas vezes são
outros poliquetos. As minhocas nutrem-se de
vegetais em decomposição no solo. As
sanguessugas possuem ventosas por onde
sugam o sangue de vertebrados, sendo ainda
necrófagas e predadoras de minhocas.
O sistema excretor é constituído por
unidades denominadas nefrídeos, que
removem excretas do celoma e corrente
sangüínea, diretamente para o exterior.
Cada segmento ou metâmero possui um par
de nefrídeos.
Ilustração 23 - esquema de um anelídeo
mostrando o sistema excretor.
Sistema circulatório e respiratório
Consiste de uma série de tubos ou vasos
sangüíneos (sistema circulatório fechado).
O sangue é bombeado através de vasos
sangüíneos para outros órgãos do corpo por
cinco pares de arcos aórticos ou corações.
O sangue é constituído por placas que
contém amebócitos livres e hemoglobina
dissolvida. A respiração pode ser por meio
de brânquias em alguns habitantes de tubos,
ou pela epiderme onde o oxigênio penetra e
é transportado pelo sangue para outras
partes do corpo. De maneira semelhante o
dióxido de carbono e é eliminado através da
cutícula.
Reprodução
A forma de reprodução dos anelídeos varia
de espécie para espécie, podendo ser tanto
assexuada como sexuada.
Embora as minhocas sejam animais
hermafroditas,
são
necessárias
duas
minhocas para a reprodução. Elas se unem
de forma a ficarem os poros masculinos de
uma encostados aos receptáculos seminais
de
outra,
possibilitando,
assim,
a
fecundação
dos
óvulos
pelos
espermatozóides.
b) Wuchereria bancrofti e um mosquito do
gênero Culex.
c) Wuchereria bancrofti e o caramujo.
d) Schistosoma mansoni e a filária.
e) Ancylostoma duodenale e a filária.
3.(UFMG) Observe a figura:
Exercícios propostos:
1.(PUC-MG) Leia, com atenção, as
informações abaixo:
I - Triblástico pseudocelomado.
II - Não possui hospedeiro intermediário.
III - Larvas desenvolvem-se no solo.
O parasita que possui as características
acima é:
a) Taenia solium.
b) Schistosoma mansoni.
c) Ancylostoma duodenale.
d) Ascaris lumbricoides.
e) Enterobius vermiculares.
N
o ciclo evolutivo da Taenia solium, as setas
com a linha contínua estão corretas e uma
das setas com linha tracejada está errada.
a). Para que este ciclo fique correto, deverá
ser eliminada uma das setas com a linha
tracejada. Cite o número da seta que está
errada.
b). Com base no ciclo evolutivo da Taenia
solium, responda:
b1) Qual é o seu hospedeiro definitivo?
b2) Em que órgão se localiza a Taenia
adulta?
c). Considerando os sistemas digestivo,
circulatório, respiratório e reprodutor,
indique o que estaria presente na Taenia
adulta.
d). Cite uma medida de saneamento que
atue diretamente na diminuição da
incidência da cisticercose suína.
2.) (CESGRANRIO) A elefantíase ou filariose
é uma parasitose comum na região
amazônica. Sua profilaxia pode ser feita
através do combate ao inseto vetor e do
isolamento e tratamento das pessoas
doentes. O agente causador e o hospedeiro
intermediário dessa parasitose são,
respectivamente:
a) Ascaris lumbricoides e um mosquito de
gênero Culex.
4.(UFF-RJ) No Brasil, a esquistossomose
encontra-se em franca expansão, com focos
surgindo nas cidades do sul e noroeste de
Minas Gerais. Esta doença tem no homem
seu principal hospedeiro definito, sendo que
as modificações ambientais, introduzidas
pelo mesmo, favorecem a sua proliferação.
Quais as medidas profiláticas disponíveis no
combate a esta parasitose?
5.(PUC-RJ) O esquema abaixo representa
um verme capaz de parasitar o intestino
humano.
Assinale a opção que corresponde a uma
adaptação desse verme à vida parasitária:
a) fecundação cruzada.
b) circulação aberta.
c) pigmentos respiratórios.
d) excreção por células-flama.
e) ausência do tubo digestivo.
Gabarito:
1).c
2).b
3.a). Seta 3.
b1). Hospedeiro definitivo: homem
b2). Intestino
C). Só o reprodutor.
d). Construção e tratamento da rede de
esgotos.
4). Tratamento do doente com medicamento
que eliminam o verme; instação de fossas ou
rede de esgotos e combate ao caramujo.
5). e
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