a civilização romana - Colégio MilleniumClasse

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A CIVILIZAÇÃO ROMANA
Goiânia, 30 de Agosto de 2011
Disciplina: História • Professor: Norberto •
A CIVILIZAÇÃO ROMANA
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E POVOAMENTO DA PENÍNSULA ITÁLICA
Geograficamente, a Península Itálica divide-se em quatro regiões bem delimitadas: no extremo norte, uma região montanhosa,
entrecortada de rios; a planície do rio Pó; a região Apenina; a costa litorânea dos mares Adriático e Tirreno. O solo dessa península era mais
fértil do que o solo grego, o que tornou possível o atendimento das necessidades alimentares dos romanos dentro da própria Itália.
O processo de povoamento da península Itálica foi bastante complexo, distinguindo-se vários povos que ali se estabeleceram em
diferentes épocas. De acordo com pesquisas arqueológicas, pode-se estabelecer um povoamento anterior ao dos povos de origem indoeuropéia, cujos representantes, já nos tempos históricos, seriam os sicanos, da Sicília, os lígures, do noroeste e os messápios e iapígios, do sul.
Os grupos de origem indo-européia teriam chegado à Itália por volta de 2200 a.C., tendo os povos denominados itálicos ou italiotas
ocupado o centro-sul da península, e a Sicília. Os dois principais subgrupos dos itálicos eram os samnitas e os latinos.
Os samnitas habitavam a parte sul da Itália, próximo às colônias fundadas pelos gregos a partir de sua expansão, entre os séculos VIII
e VI a.C. Os samnitas, organizados em clãs pastoris, que se reuniam em tribos, viviam em constante luta contra os gregos, na disputa pela
riquíssima região da Campânia. Essas disputas e, conseqüentemente, os contatos com o mundo grego, levaram ao desenvolvimento do seu
poderio bélico, à fortificação de cidades, à conquista de colônias gregas e à expulsão dos etruscos.
Os latinos habitavam o curso inferior do rio Tibre, região que jamais foi conquistada pelos etruscos ou pelos gregos. Seus maiores
adversários eram os volscos, tribo montanhesa que habitava os contrafortes dos montes Apeninos, entre o Lácio e a Campânia, e que vivia
essencialmente do pastoreio. Nas montanhas habitavam também os équos e sabinos, tribos que viviam do pastoreio e do saque, também
subgrupos dos itálicos.
A expansão da colonização grega (Segunda Diáspora Grega) no sul da Itália, região conhecida como Magna Grécia, provocou atritos
com os fenícios, que povoavam a Sicília, e seus aliados, os etruscos, no mar Tirreno.
Os etruscos, outro povo que colonizou a Itália, é de origem até hoje desconhecida. Seu território inicial estava localizado entre o mar
Tirreno, a oeste, e os montes Apeninos, a leste, entre o rio Arno, ao norte, e o Timbre, ao sul. Há pesquisadores que os consideram autóctones
e outros que os consideram oriundos da Ásia Menor. O que se sabe é que sua língua não é de origem indo-européia, apresentando apenas
algumas afinidades com a língua falada pelos habitantes da ilha egéia de Lemnos, na fase anterior à conquista ateniense.
Já por volta do século VII a.C., os etruscos estavam organizados em um império que constituía, na prática, uma liga de várias cidadesestados. Ocupavam-se da agricultura, do pastoreio, do trabalho manufaturado e do comércio, que não podia ser separado da pirataria. Eram
comerciantes ativos no mar Mediterrâneo, aliados à cidade fenícia de Cartago. Seus produtos metalúrgicos e têxteis chegavam a todo o Oriente
e a todo o Mundo Grego por intermédio dos cartagineses e dos colonos gregos. O povoamento da Itália se completou com a chegada dos
gauleses, no início do século IV a.C., que se estabeleceram ao norte, no vale do rio Pó
(Gália Cisalpina).
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A ORIGEM DE ROMA
O Poeta Romano Virgilio, conta a lenda da fundação de Roma em sua Obra Eneida. Esta obra foi escrita no início do período imperial
romano. É considerada, simultaneamente, uma obra de tom mitológico e histórico: mitológico porque narra a história do herói Enéias e seus
descendentes, utilizando-se de lendas tradicionais do povo romano; histórico, porque utiliza este argumento para exaltar Roma e o imperador
Augusto, procurando valorizar tanto os feitos do imperador quanto os feitos mais remotos do seu povo. Desta forma, o poeta conseguiu realizar
a tarefa que Augusto lhe incumbira, compondo a epopéia latina por excelência, capaz de equiparar-se à Ilíada e à Odisséia, consagradas
epopéias homéricas. Todavia, esta não era a única preocupação da Eneida: Virgílio procurou retratar, também, os valores e virtudes que
fundamentavam a sociedade romana.
De acordo com a tradição lendária, Roma teria sido fundada em meados do século VIII a.C. por Rômulo, juntamente com Remo, filhos
gêmeos da princesa latina Réia Sílvia e do deus Marte (Ares para os gregos). Rômulo teria sido então o iniciador da realeza romana.
Outra importante obra sobre as origens de Roma, que tem como autor Tito Lívio, é a Ab Urbe Condita, que pode ser traduzido como
"Desde a fundação da cidade", deixa claro que o autor pretendia narrar a história de Roma desde a sua mítica fundação. A obra está concebida
como uma narrativa analítica (ou seja, em "anais"), modelo característico da historiografia romana, sobre seções cronológicas marcadas pelos
eventos mais importantes de cada ano, tais como a eleição de cônsules, que são usados como pontos de referência e datação. Tito Lívio mesmo
nos diz como a falta de documentação anterior a 390 a.C., próxima à época do saque de Roma pelos gauleses, tornou mais imprecisa e insegura
a narração dos fatos mais antigos da história da cidade, que então se baseou em boa parte em relatos míticos, como o dos antigos reis.
As pesquisas arqueológicas têm confirmado alguns dados apresentados pela tradição, como por exemplo, a época de fundação da
cidade. Em meados do século VIII a.C. já existia no local da cidade de Roma uma aldeia latina que não se comparava, entretanto, em brilho e
importância, às cidades etruscas e gregas existentes na península Itálica, no mesmo período. Os latinos, habitantes da primitiva Roma, eram
basicamente povos agricultores e pastores, mas que realizavam algumas trocas com outros povos da região.
A partir do final do século VII a.C., acentuou-se a urbanização de Roma, com o aparecimento de templos e edifícios públicos, abertura
de ruas mais regulares e pavimentação rudimentar. Portanto, já teria existido em Roma um processo de urbanização anterior à dominação
etrusca, que corresponderia ao período lendário dos reis latinos e sabinos.
A acelerada urbanização dessa aldeia latina se justifica pela sua posição geográfica estratégica, no baixo vale do rio Tibre,
representando o ponto de confluência de várias rotas de comunicação com as regiões vizinhas, particularmente com a Etrúria e a Magna
Grécia. A presença de mercadores etruscos e gregos já era acentuada no século VI a.C. Foi exatamente sua posição estratégica que levou os
etruscos à conquista de Roma, em meados do século VI a.C., o que a transformou na principal cidade da região do Lácio.
MONARQUIA
REPÚBLICA
IMPÉRIO
ALTO IMPÉRIO OU PRINCIPADO
BAIXO IMPÉRIO OU DOMINATO
DIVISÃO DA HISTÓRIA ROMANA
753 - 509 a.C.
509 - 27 a.C.
27 a.C.- 476 d.C.
SUBDIVISÃO DO PERÍODO IMPERIAL ROMANO
27 a.C. – 235 d.C (séc. I a.C.- III d.C.)
235 - 476 d.C. (séc. III - V d.C.)
A MONARQUIA ROMANA (753 a.C. a 509 a.C.)
O período monárquico iniciou-se com a fundação da cidade de Roma e terminou em 509 a.C., quando uma revolta da aristocracia
depôs o último rei – Tarquínio, o Soberbo e estabeleceu a República.
Durante a monarquia, a organização social básica do mundo romano era a gens (COMUNIDADES GENTÍLICAS PATRIARCAIS), que
pode ser definida como uma comunidade formada por um grupo extenso de pessoas que se reconhecem como descendentes de um
antepassado comum e que organizam sua vida econômica e social baseada na solidariedade e subsistência. A gens romana, entretanto, não
tinha características de comunidade igualitária, pois constituía uma organização aristocrática, muitas vezes proprietária de escravos.
As propriedades e as fortunas não saíam do interior da gens porque imperava o direito paterno, que excluía as mulheres da herança,
uma vez que, a partir do casamento, deixavam de pertencer à gens paterna para se vincularem à do marido. A vinculação com uma gens criava
laços de solidariedade obrigatórios. A gens tinha uma sepultura comum para os seus mortos, cultos particulares aos seus antepassados míticos
(denominados LARES) e o hábito de reuniões para tomada de decisões coletivas.
A organização em gens era restrita à população nativa da cidade. Seus membros eram conhecidos como PATRÍCIOS, denominação
derivada da palavra latina pater, que significa pai ou chefe da família, elemento que tinha direito de vida e morte sobre os outros membros.
A reunião de dez gens constituía uma cúria, e da reunião de dez cúrias formava-se uma tribo. Cada cúria tinha suas práticas religiosas,
seus santuários e seus sacerdotes. Das tribos saía o chefe militar e grande sacerdote. O conjunto das três tribos formava o POPULUS
ROMANUS (povo romano). Só pertencia ao povo romano o membro de uma gens, que era, também, a partir desta, membro de uma cúria e de
uma tribo.
Os membros das tribos submetidas pela população romana nativa não faziam parte das gens e eram chamados de PLEBEUS. Eram
homens livres; podiam possuir propriedades territoriais, pagavam impostos e prestavam serviços militares, sem, no entanto, terem o direito de
exercer funções públicas ou partilhar da repartição das terras conquistadas pelo Estado Romano. Os plebeus, portanto, não eram cidadãos e
sim súditos de Roma.
Além dos patrícios e plebeus existiam os CLIENTES, homens livres, mas dependentes de um aristocrata romano, em virtude de algum
favorecimento (OBSEQUIUM) político ou material concedido por um patrício (PATRONUS).
Os escravos eram constituídos, sobretudo, por prisioneiros de guerra e por aqueles que não conseguindo pagar suas dividas
perdiam a liberdade. Durante o período monárquico os escravos eram pouco numerosos. A escravidão só atingiu maiores proporções a
partir da República devido as guerras de conquistas e expansão territorial. Os escravos eram utilizados em diversas atividades: serviços
domésticos, secretários, professores, artesãos etc.
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DIVISÃO SOCIAL ROMANA NA MONARQUIA
PATRÍCIOS
PLEBEUS
CLIENTES
ESCRAVOS
eram grandes proprietários de terras, rebanhos e
escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam
desempenhar altas funções públicas no exército, na
religião, na justiça ou na administração. Eram os
cidadãos romanos.
eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao
comércio, ao artesanato e aos trabalhos agrícolas.
Apesar da conotação do nome, havia plebeus ricos.
eram homens livres que se associavam aos patrícios,
prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de
auxílio econômico e proteção jurídica e social
(obsequium).
Representavam uma propriedade, e, assim, o senhor
tinha o direito de castigá-los, de vendê-los ou de alugar
seus serviços. Nesse período a escravidão era incipiente
. Predominava a escravidão por dívidas (nexum).
Quanto à organização política da monarquia romana, podemos afirmar que Roma era governada por um rei, que tinha o título de
REX SACRORUM. Era ao mesmo tempo chefe militar, juiz supremo e sumo sacerdote, sendo escolhido entre os chefes militares e religiosos
saídos das três tribos romanas. O conselho dos anciãos formava o SENADO, que prestava assistência ao rei. Seus membros eram recrutados
entre as mais ricas e nobres famílias romanas. Todos os homens adultos pertencentes ao populos romanus reuniam-se em assembléias, por
cúrias - COMITIA CURIATA -, onde elegiam os chefes, declaravam a guerra ou firmavam a paz.
Segundo a tradição, a monarquia romana teve sete reis, sendo:
Quatro de origem latina
• Rômulo (753-716 a.C.);
• Numa Pompílio (716-673 a.C.);
• Túlio Hostílio (673-641 a.C.);
• Anco Márcio (641-616 a.C.)
Três de origem etrusca
• Tarquínio Prisco (616-578 a.C.);
• Sérvio Túlio (578-534 a.C.);
• Tarquínio “o Soberbo” (534-509 a.C.)
REX
SENADO ROMANO
ASSEMBLEIA CURIATA (CURIAE)
INSTITUIÇÕES POLÍTICAS DA MONARQUIA ROMANA
era escolhido pelo senado e aprovado pela assembleia
curiata. Acumulava funções: legislativa, militar, judicial
e religiosa.
era uma espécie de conselho de anciãos, formado
apenas pelas famílias patrícias mais importantes da
cidade. Essas famílias constituíam a aristocracia de
Roma. Era função do senado escolher o rex (rei),
discutir as propostas apresentadas pelo monarca e
vetá-las, caso violassem as tradições e os interesses dos
patrícios. Seus membros recebiam, provavelmente, a
designação de pater.
compunha-se de todos os cidadãos em idade militar;
também era dominada pelos patrícios. Cabia à
assembleia aprovar o nome do rex sacrorum escolhido
pelo senado, declarar guerra e firmar paz. Também lhe
era creditado o poder de aprovar e rejeitar leis.
Contudo, conforme a tradição, as decisões do soberano
não eram contestadas.
É possível que a presença etrusca em Roma seja anterior ao governo do rei Tarquínio, o Antigo, primeiro dos três reis etruscos em
Roma. A presença dos reis etruscos em Roma reflete as lutas entre as cidades-estado pela hegemonia na Península Itálica. Durante todo o
período de reinado etrusco, estes reis tentaram limitar o poder dos patrícios, aliando-se aos comerciantes plebeus, destacando-se as reformas
de Sérvio Túlio.
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A REFORMA DE SÉRVIO TÚLIO (REFORMA SERVIANA)
Sérvio Túlio dividiu a população em cinco classes, de acordo com a renda de cada indivíduo. Cada classe deveria contribuir com certo
número de soldados para o exército. As questões militares passaram a ser decididas nas assembléias das centúrias, que eram divisões do
exército romano em cem homens, comandados pelo centurião. As centúrias patrícias conseguiam impor sua posição porque eram em maior
número. A reforma implementada por Sérvio Túlio parece Ter concedido alguns direitos aos plebeus, entre eles o acesso ao serviço militar. A
partir de então as questões militares passaram a ser decididas nas ASSEMBLEIAS DAS CENTÚRIAS – (Comitia Centuriata) divisões do exército
romano com cem homens, comandados por um centurião. As centúrias patrícias conseguiam impor sua vontade porque eram em maior
número. Sérvio Túlio construiu uma das primeiras grandes muralhas para proteger Roma.
A REPÚBLICA ROMANA (509 a.C. a 31 a.C.)
De acordo com a tradição lendária, a monarquia teve fim em 509 a.C., quando a aristocracia rebelou-se contra a dominação etrusca e
a tirania do rei Tarquínio, que foi deposto. O senado assumiu o poder, transformando-se na mais poderosa instituição política do mundo
romano.
Nos primeiros tempos da República a aristocracia continuou a ser a classe que dominava a vida econômica e política da cidade,
ocorrendo uma tendência para uma estratificação mais acentuada da sociedade romana. O endividamento dos pequenos proprietários levava
ao aumento do número de escravos, dos trabalhadores servis e mesmo dos clientes. Acirraram- se os conflitos entre patrícios e plebeus.
Entretanto, também entre os plebeus começou a se evidenciar uma estratificação: os plebeus pobres passaram a lutar pela abolição das
dívidas, da servidão por dívidas e pela repartição das terras, enquanto os plebeus mais ricos preocupavam-se principalmente com o acesso aos
cargos públicos.
Ao mesmo tempo, a cidade de Roma, após consolidar sua hegemonia sobre a liga das cidades do Lácio, passou a organizar lutas
contra seus vizinhos, os volscos, équos e hérnicos. As lutas tinham inicialmente caráter defensivo, passando depois a um caráter nitidamente
expansionista, visando o controle de toda a Itália meridional.____________________________________________________________
Durante a República o número de escravos chegou a ser quatro vezes maior do que o restante da população de Roma. Daí as
rebeliões de escravos. Todavia, essas rebeliões fracassaram diante do poder do Estado. O fracasso das rebeliões pode ser explicado pela
forma desigual de exploração da população escrava. "Havia, por exemplo, uma profunda diferença entre o grau de exploração de um
escravo urbano, que trabalhava como secretário, e de um escravo rural, que sofria no penoso trabalho agrícola. Essas diferenças de
condições de exploração tornavam a classe dos escravos bastante desigual quanto ao nível de disposição de lutar pela liberdade do grupo
como um todo" Pode-se ainda destacar que a luta dos escravos possuía apenas um caráter de rebelião e não de
revolução.___________________________________
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DA REPÚBLICA
A base da República Romana era o Senado, formado por trezentos patrícios, com a responsabilidade de propor leis. Os cargos eram
vitalícios, abrigando outras funções: garantir a integridade da tradição e da religião, supervisionar as finanças públicas, conduzir a política
externa e administrar as províncias. A presidência do senado era exercida pelo magistrado, que o convocava, podendo ser um cônsul, um
pretor ou um tribuno.
Até o século III a.C., quando se iniciou a expansão romana pelo Mediterrâneo Ocidental, a República possuiu um caráter
essencialmente aristocrático, ou seja, os patrícios mantinham a direção das instituições do Estado.
Existiam assembleias encarregadas de votar as leis sugeridas pelo senado. A Assembleia Curiata, que perdeu quase toda a sua
importância política inicial, voltando-se para os assuntos religiosos durante a República. A Assembleia Centuriata, formada pelas centúrias
(divisões políticas e militares compostas por cem cidadãos), a quem cabia de fato discutir e votar as propostas. Cada centúria possuía um
voto, apesar dos plebeus poderem participar dessa assembleia desde a reforma serviana, ainda durante a monarquia etrusca, a hegemonia
permaneceu durante muito tempo sob o controle dos patrícios. A Assembleia Centuriata elegia os Cônsules e votava as leis. A Assembléia
Popular teve sua importância política aumentada, pois, de simples órgão que registrava os editos reais, passou a votar as questões que lhe
eram apresentadas pelos cônsules.
O poder executivo era exercido pelos MAGISTRADOS, pertencentes, na maioria das vezes, à classe dos patrícios. Com exceção do
censor, todos os magistrados eram eleitos pela Assembléia Centuriata para um mandato de um ano. Coletivas, as magistraturas exigiam a
presença de dois ou mais magistrados para cada cargo. Os magistrados eram os seguintes:
- CÔNSULES: Detinham o maior poder, equivalente ao dos antigos reis. Eram dois eleitos para um período de um ano. Eles tinham como
atribuições comandar o exército, convocar o Senado e presidir os cultos. Nos períodos de crise, indicavam um DITADOR, que exercia o poder
de forma absoluta durante o período máximo de seis meses;
- PRETORES: Tinham por função administrar a justiça. Era posto privativo das famílias patrícias, até 337 a.C., quando os plebeus puderam
ascender ao cargo. Os pretores, cujo cargo era vitalício, estabeleciam as audiências do fórum. Ao longo do tempo, o número foi aumentando
devido às crescentes necessidades administrativas da República Romana. Havia vários tipos de pretores, entre eles o "Pretor Urbano", que
cuidava da cidade de Roma, e o "'Pretor Peregrino", que cuidava da zona rural e da relação com os peregrini (as comunidades sem cidadania
romana). Os "Pretores Provinciais" destinados a governar os países conquistados e comandar os exércitos, quando havia vários campos de
operação. O cargo de pretor detinha uma escolta de 6 litores;
_____________________________________________________________________
Litores cuidavam da segurança eram encarregados de ir a frente de um magistrado com feixes de varas denominados fasces, abrindo espaço
para que esse passasse. O seu número variava de acordo com o grau de importância do magistrado. Eram também encarregados de convocar o
réu, quando fosse solicitado pelo magistrado, para solução da lide.____________________________________________________
- CENSORES: eram eleitos em número de dois pela Assembleia das Centúrias. A função dos censores incluía o recenseamento dos cidadãos, com
base em sua riqueza, a elaboração do Álbum Senatorial (lista que designava as pessoas em condições de serem escolhidas para o Senado),
orientação da construção pública e fiscalização da conduta moral dos cidadãos;
- QUESTORES: eram responsáveis pela administração da fazenda pública, ou seja, controle o erário do Estado e cobrança dos tributos;
- EDIS (EDIL): eram encarregados da preservação da cidade, do abastecimento, da polícia dos mercados e das ações penais correlatas, bem
como da jurisdição civil contenciosa nas questões ali ocorridas.
- TRIBUNOS DA PLEBE: era o magistrado PLEBEU que atuava junto ao Senado em defesa dos direitos e interesses da plebe. (foi cargo
conquistado pelos plebeus a partir de 494 a.C.).
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INTENSIFICAÇÃO DA LUTA ENTRE PATRÍCIOS E PLEBEUS
Para se compreender a intensa luta travada entre plebeus e patrícios é necessário ter-se uma visão geral de estrutura econômica e
social vigente em Roma, pelo menos até o final da república.
A agricultura era a atividade básica, predominando a pequena propriedade rural, cultivada pelo próprio dono, às vezes auxiliado por
escravos. As mesmo tempo, as terras pertencentes ao Estado – ager publicus – aumentavam consideravelmente principalmente quando se
acentuou a tendência expansionista. Essas terras deveriam ser cedidas aos membros da comunidade: os terrenos desocupados seriam cedidos
como pastos, e os terrenos já ocupados, na época da conquista, estariam sujeitos ao pagamento de taxas. A maior parte das terras públicas,
porém, era abandonada e inculta, sendo ocupada por particulares, sem o pagamento de qualquer taxa.
Na apropriação dessas terras, a aristocracia patrícia sempre levava vantagem, principalmente porque eram seus membros que
ocupavam os principais cargos públicos. O senado e a magistratura eram monopólio dos patrícios. A participação dos plebeus na COMITIA
CENTURIATA (assembléia da centúria) era puramente formal, pois a aristocracia detinha o poder de decisão, uma vez que as centúrias patrícias
eram mais numerosas. Os plebeus também não podiam casar com patrícios nem podiam ser sacerdotes.
Essa situação foi se agravando cada vez mais, porque os plebeus também passaram a ter participação na vida militar; e como as
campanhas militares se intensificavam, os pequenos proprietários, que se mantinham muito tempo afastados de suas propriedades, ficavam
sujeitos à ruína, enquanto as propriedades dos patrícios eram aumentadas, progressivamente, com as novas conquistas.
No ano de 494 a.C., os plebeus abandonaram Roma e foram para o Monte Sagrado, próximo à cidade. Essa retirada significou em
enfraquecimento do exército romano, o que levou os patrícios a admitirem uma série de concessões aos plebeus. A principal concessão foi o
direito de eles elegeram um tributo da plebe, com poder de veto sobre as decisões dos magistrados, com exceção das decisões militares. Esses
tribunos, inicialmente em número de dois e mais tarde de dez, gozavam de inviolabilidade pessoal e residencial, pois suas casas eram
consideradas lugares de “asilo”. Tornaram-se verdadeiros protetores da plebe, já que, além das atribuições já citadas, podiam impedir qualquer
ação do Estado contra os plebeus, através da simples oposição a essa medida – intercessio.
As leis romanas eram baseadas na tradição e interpretadas pelos patrícios. Os plebeus, num processo semelhante ao ocorrido na
Grécia, passaram a exigir leis escritas, o que levou ao aparecimento, em 450 a.C., do primeiro código de leis escrito da história romana – a Lei
das Doze Tábuas -, redigido por uma comissão de decuriões composta de patrícios e plebeus.
Uma década depois, por proposta dos tribunos da plebe Licínio e Séxtio, os plebeus conseguiram conquistar o direito de um dos
cônsules ser de origem plebéia. Mais tarde, obtiveram também o direito de ocupar o cargo de ditador.
A aristocracia romana, porém, soube absorver as conquistas sociais e políticas dos plebeus e manteve o controle do Estado, fosse
através do sistema de votação na comitia centuriata, que inviabilizava a participação dos cidadãos mais pobres, fosse através da
arregimentação dos clientes, que foi perdendo seu caráter de base eleitoral.
Em 445 a.C., foram permitidos os casamentos entre plebeus e patrícios, o que levou a uma associação entre as famílias plebéias mais
ricas e os patrícios, fazendo surgir uma nova aristocracia – a nobilitas -, composta de um número reduzido de famílias que, durante muito
tempo, controlaram o acesso aos mais elevados cargos do Estado.
Com a expansão militar romana, novas magistaturas foram criadas: os pretores, que cuidavam dos assuntos juriciários; os censores,
que dividiam os cidadões segundo os bens e preparavam a lista dos senadores; os edis, que cuidavam do abastecimento e da vigilância da
cidade de Roma; os questores, que administravam o tesouro público. Os plebeus conseguiram ter acesso a todos esses cargos, porém, cada vez
mais se acentuava a divisão interna da camada plebéia entre pobres e ricos.
PRINCIPAIS CONQUISTAS DOS PLEBEUS
- 494 a.C. O primeiro passo foi a conquista de um órgão político de defesa de seus interesses, O TRIBUNATO DA PLEBE. Essa conquista ocorreu
depois que os plebeus ameaçaram criar, em 494 a. C., uma sociedade plebéia separada da dos patrícios, nas vizinhanças de Roma.
- 471 a.C. Concilium Plebis ou Comitia Plebis, assembleia que legislava apenas para os plebeus. Conquistaram, também, o direito de eleger 10
tribunos da plebe.
- 450 a.C. Lex Duo Décima Tabularum ou Lei das Doze Tábuas, primeiro código de leis escritas em Roma.
- 445 a.C. Lei Canuléia, permitia o casamento entre patrícios e plebeus.
- 367 a.C. Leis Licinias-Sextias, dividiu o Consulado entre patrícios e plebeus; determinaram a divisão de terras públicas, o ager publicus;
proibiram que o corpo fosse garantia de dívidas.
- 326 a.C. Lex Poetelia Papiria, aboliu definitivamente os escravos por dívidas.
- 300 a.C. Lei Olgúnia, determinou a igualdade religiosa, isto é, plebeus seriam eleitos para o cargo de Pontífice. Pontífice era o magistrado
eleito para cuidar dos cultos públicos romanos, tem mandato de um ano e é parte de um Colégio Pontifício, liderado pelo Pontífice Máximo.
- 286 a.C. Lei Hortência, determinou que todas as resoluções aprovadas pelo plebeus na comitia plebis, o plebiscito, adquirissem força de lei e,
portanto, aplicada a todos os cidadãos sem requerer a aprovação do Senado Romano.
EXPANSÃO ROMANA: AS CONQUISTAS
Foi durante o período republicano que Roma se transformou de simples cidade- estado em um grande domínio territorial, voltando-se
inicialmente para a conquista da Itália e mais tarde de todo o mundo mediterrâneo.
A expansão imperialista provocou profundas transformações na vida econômica, social e política de Roma, podemos identificar
diferentes fatores para justificá-la em épocas determinadas da história romana. Para simplificar o estudo desses fatores, dividiremos a
expansão em duas fases: a primeira, que se estende até o século III a.C., identificada com a conquista da Itália; e a Segunda, que corresponde à
formação do poderoso domínio mediterrâneo.
Na primeira fase, o fator determinante da expansão foi a necessidade de novas terras cultiváveis, numa sociedade onde o
desenvolvimento das forças produtivas era limitado e o conflito entre aristocracia e pequenos proprietários bastante acentuado. A disputa
pelas terras do Estado, que aumentava, ao mesmo tempo em que encontrava na conquista uma válvula de escape e uma motivação para a luta,
acirrava as lutas internas entre a aristocracia e a plebe. A aristocracia rural, através da conquista, ampliava seus domínios territoriais e seu
poder político e militar, estabelecendo alianças com as aristocracias dos Estados conquistados aumentando os contingentes de seu exército,
uma vez que Roma integrou, progressivamente, as regiões conquistadas ao seu sistema político, admitindo seus habitantes como cidadãos
romanos, em graus diferenciados
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Para as massas camponesas, a conquista representava um alívio, na medida em que possibilitava o aumento das unidades de
produção familiares, sempre sujeitas a profunda fragmentação pelo direito de herança e pagamento de dotes. Além desse fator, a participação,
ainda que minoritária, na divisão das presas ou saques de guerra.
Na Segunda fase imperialista, quando os latifúndios escravistas (propriedades aristocráticas, com mão-de-obra escrava e produção
especializada, voltada para o mercado) dominaram a economia romana, o fator determinante do expansionismo militar passou a ser
recrutamento da mão-de-obra escrava, obtida a partir das populações vencidas. Estudaremos mais detalhadamente esse período na transição
da república para o império e na fase imperial.
A CONQUISTA DA ITÁLIA
Em princípio do século V a.C., o objetivo fundamental da aristocracia romana era manter sua hegemonia na região do Lácio, o que
preocupava as cidades etruscas.
Os latinos que viviam próximos a Roma sabiam que sem a ajuda romana não poderiam conter nova dominação etrusca. Formaram,
então, uma liga das cidades latinas, a Liga Latina, que foi sob dominada e passou a ser comando de Roma.
Em 449 a.C., os sabinos foram derrotados pelos romanos, que se apoderaram de boa parte do seu território. Pouco depois, os latinos
venceram os volscos, que queriam isolá-los do mar, e novas colônias romanas foram instaladas nos territórios ocupados.
Em 395 a.C., os romanos venceram a cidade etrusca de Veios, numa luta iniciada pelo controle da foz do rio Tibre. Após essa vitória
seguiu-se uma derrota, por volta de 390 a.C., quando os gauleses que organizavam expedições de saque às regiões do sul da Etrúria chegaram
ao território romano, saquearam a população e exigiram o pagamento de resgate, em dinheiro, para a libertação da cidade.
A invasão dos gauleses levou as cidades latinas a refazerem a aliança com Roma, que andava bastante abalada. Até meados do século
IV a.C., a expansão deveu-se à liga latina, dissolvida em 340 a.C., quando a sublevação das cidades latinas levou Roma a submetê-las totalmente
à sua hegemonia. A partir daí, a conquista passou a ser feita sob o controle absoluto de Roma, mas as colônias instaladas tinham um caráter
latino.
De 327 a 290 a.C., Roma guerreou contra os samnitas pelo domínio da fértil região da Campânia. A maior parte dos samnitas acabou
se aliando aos romanos.
Posteriormente, Roma submeteu o norte da Etrúria, cujos domínios compreendiam a Itália central e parte da Itália setentrional.
Quando a supremacia romana se estendeu ao sul da Itália, algumas cidades gregas, como Nápoles, aliaram-se a Roma, enquanto outras, como
Tarento, declararam-lhe guerra.
Em 272 a.C., o sul da Itália, inclusive Tarento, se rendeu. Toda a península Apenina, exceto o vale do Pó, passou ao domínio romano
Ao conquistarem uma região italiana, pelo menos um terço do território ocupado era apropriado pelo Estado – ager publicus – e
distribuído aos cidadãos romanos, para várias finalidades: instalação de colônias, distribuição de lotes individuais ou ocupação pela aristocracia,
que tinha os meios disponíveis para o seu aproveitamento.
A EXPANSÃO FORA DA ITÁLIA
A expansão fora do território italiano teve início com as Guerras Púnicas (264-146 a.C.), contra - Cartago, cidade-estado, antiga
colônia fenícia, localizada ao norte da África, que por volta do século III a.C. dominava o comércio do Mediterrâneo possuindo colônias na
Sicilia, Sardenha, Córsega, “Espanha” e em toda a costa setentrional da África.
Os conflitos entre Roma e Cartago se iniciaram a partir da expansão romana pela Itália meridional. Quando Roma anexou os portos
italianos do sul e os interesses de Nápoles e Tarento (colônias gregas rivais de Cartago) se tornaram interesses romanos, a guerra passou a ser
inevitável. Era quase certo que Roma, como líder dos gregos ocidentais, iria intervir na luta secular entre sicilianos e cartagineses.
A maior parte da ilha da Sicília era habitada por cartagineses, em luta constante com as colônias gregas ali existentes. Os romanos
intervieram nessa luta e uma de suas legiões ocupou a cidade de Messina. Os cartagineses declararam guerra a Roma. As forças das duas
potências eram bastante equilibradas, pois o poderio de ambas era sustentado por uma comunidade de cidadãos e um poderoso exército,
apoiado por aliados em caso de guerra.
Nas três Guerras Púnicas (de 264 a.C. a 146 a.C.), os romanos venceram os cartagineses, impondo seu domínio na Sicília, Córsega e
Sardenha, além da “Espanha”, que só foi totalmente integrada ao império romano após a total submissão dos celtiberos, em 133 a.C.
“Portugal’, por sua vez, caiu sob o domínio romano em 140 a.C., quando os lusitanos, liderados por Viriato, foram vencidos pelas tropas
romanas. Parte do norte da África também foi dominada pelos romanos, a partir da queda e destruição de Cartago, em 146 a.C. Todo o
Mediterrâneo Ocidental passou para o domínio romano (Mare Est Nostrum).
Ao mesmo tempo em que estava envolvida com as Guerras Púnicas, Roma voltou sua atenção para o Mediterrâneo Oriental, região
dos reinos helenísticos.
A Macedônia, aliada a Cartago na Segunda Guerra Púnica, foi derrotada em 197 a.C., tornando-se protetorado romano.
Posteriormente, com a revolta dos macedônios, Roma dominou totalmente a região, transformando-a em província romana, em 168 a.C.
A Síria foi vencida em 189 a.C., seguindo-se depois a conquista da Grécia e da Ásia Menor e o estabelecimento de um protetorado
romano no Egito.
Com a conquista da Gália Transalpina, efetivada por Júlio César (51 a.C.), a Roma republicana transformou-se no maior império da
Antigüidade.
CONSEQÜÊNCIAS DA EXPANSÃO ROMANA
A expansão romana exigiu uma nova forma de administrar as terras conquistadas e, no plano interno, trouxe profundas modificações
na sociedade.
A partir da conquista de terras fora da península Apenina, Roma passou a agrupar os territórios anexados em províncias, cujo sistema
de exploração sofreu profundas transformações. Enquanto na expansão inicial dava-se ênfase à conquista das terras incorporadas ao ager
publicus, às alianças políticas e ao fornecimento de soldados, na fase posterior da expansão romana destacava-se a cobrança de tributos anuais,
em espécie ou moeda, o pagamento de indenizações de guerra, a exclusividade na exploração das minas e principalmente o recrutamento de
escravos entre a população dominada.
Nas regiões dominadas ficavam o exército e os governadores, que controlavam o poder civil e militar. A arrecadação dos impostos
provinciais era arrendada pelo Estado romano a particulares - os publicanos - que se tornaram um poderoso grupo, de grande importância nas
lutas sociais travadas no final do período republicano. A expansão romana provocou transformações radicais na vida econômica e social
de Roma, sem, no entanto, alterar sua estrutura política.
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- 6 -A
Roma continuava sendo uma cidade-estado governada pela aristocracia, através do seu principal órgão político - o senado. A camada
aristocrática havia alterado sua composição, com a incorporação dos plebeus ricos, mas não havia alterado suas concepções nem seus objetivos
de controle exclusivo do poder. Mesmo essa nova aristocracia - a nobilitas - só muito lentamente recrutava novos quadros entre as camadas de
maior renda, os équites ou cavaleiros, que passavam a ser conhecidos como "homens novos", discriminados pela oligarquia que
tradicionalmente controlava o poder.
Por outro lado, os plebeus sofreram profunda estratificação interna, e os tribunos da plebe, pertencentes às camadas plebéias ricas,
afastavam-se cada vez mais das camadas populares.
Os pequenos proprietários, devido à mobilização permanente para a guerra, foram prejudicados e passaram a ter dificuldades de
readaptação na vida agrícola, o que levou grandes contingentes populacionais a migrar para as grandes cidades, enquanto outros grupos de
pequenos proprietários arruinados passaram a trabalhar como camponeses contratados por grandes proprietários – os coloni.
A concentração de propriedades rurais levou ao aparecimento do latifúndio. Havia, portanto, em Roma, capital abundante nas mãos
da aristocracia e mão-de-obra disponível, principalmente com o aumento do número de escravos. A especialização agrícola, com produção
voltada para o mercado, passou a dominar a vida econômica romana.
Foram essas transformações que geraram tensões, responsáveis pela crise da República: disputa entre a aristocracia da cidade de
Roma e as elites provinciais; tensões no interior do exército, que necessitava do recrutamento dos camponeses, mas cuja ação só beneficiava os
senadores e os éqüites; tensões de caráter étnico e cultural, agravadas pela escravização das populações submetidas.
A CRISE DA REPÚBLICA
É quase impossível determinar, cronologicamente, quando a sociedade romana passou a ser essencialmente escravista. A escravidão
já existia desde o período da realeza, mas como uma relação de produção sem grande importância para a vida romana. O certo é que, com a
aceleração do expansionismo romano, o escravo passou a ser a base do sistema produtivo. A partir do século II a.C., essa transformação passa a
ser bem evidente.
As revoltas dos escravos foram mais explosivas e constantes no meio rural. Dentre elas destacam-se as ocorridas na Sicília, entre 136 e
133 a.C., onde os escravos chegaram a tomar o poder, estabelecendo um governo monárquico. Também no reino de Pérgamo, na Ásia Menor,
escravos e cidadãos pobres, liderados por Aristônico, revoltaram-se contra Roma, sendo derrotados em 130 a.C. Essas revoltas preocuparam a
aristocracia romana, mas não abalaram o sistema escravista, que se consolidava cada vez mais.
Os escravos urbanos também participaram das lutas políticas, particularmente daquelas travadas no final da república, mas não como
uma camada social portadora de reivindicações e sim como massa de manobra de grupos políticos.
A REFORMA DOS IRMÃOS GRACO
Uma das questões centrais das lutas internas dos romanos era a disputa pela terra entre os ricos e os camponeses pobres.
Durante a primeira metade do século II a.C., o senado ainda manteve uma política de colonização intensa na Gália cisalpina e na parte
sul da Itália, mas não na Itália central, onde já predominavam os latifúndios escravistas. Mas a distância entre regiões colonizadas, a pequena
extensão dos lotes e os poucos recursos disponíveis levaram os colonos a abandonar as zonas de colonização. O fim dessas colônias provocou
um aumento de tensão em Roma.
Alguns elementos progressistas da aristocracia romana, influenciados pela cultura grega, bastante forte nesse período, pensaram em
reformas sociais. Um desses elementos foi o tribuno da plebe Tibério Graco, que preparou, em 133 a.C., um projeto visando melhorar a
combatividade do exército romano, desmoralizado pela sua rendição, quase sem luta, na Espanha.
Segundo Tibério Graco, a melhoria da combatividade do exército dependia da melhoria das condições de vida dos camponeses, pois,
nesse período, o campesinato constituía a base do exército romano. Assim, resolveu conceder terras àqueles que não as possuíam em
quantidade suficiente para sobreviver.
Como tal proposta só poderia ser aprovada pela assembléia popular, e só os tribunos podiam apresentar projetos, ele candidatou-se a
esse posto e venceu as eleições.
O projeto de Tibério Graco limitava a quantidade máxima de terras públicas que uma família poderia possuir em 500 iugera (uma
iugera corresponde a aproximadamente a 2.500 m2) para o chefe e 250 por filho (até o máximo de dois). Essas terras se tornariam propriedade
dos seus concessionários, porém aquelas concedidas aos pobres não se tornariam propriedade particular, pois não poderiam ser vendidas e
estavam sujeitas ao pagamento de taxas de arrendamento.
No dia da votação do projeto, uma multidão de camponeses reuniu-se em Roma. Os senadores, para não perderem a votação,
recorreram a um antigo recurso constitucional romano – o veto de um tribuno a qualquer lei. O veto foi dado por um outro Tribuno da plebe.
Tibério recorreu a um meio inconstitucional e pediu à plebe que afastasse tal tribuno e aprovasse a lei.
Para a execução da lei era necessário o apoio dos tribunos, que eram eleitos anualmente. Tibério candidatou-se novamente para o
posto, além de procurar eleger outros candidatos seus. Como a reeleição de um tribuno era contrária à tradição romana, a aristocracia passou a
acusá-lo de pretender instalar um governo tirano. No dia das eleições houve um conflito armado, onde Tibério e muitos de seus partidários
foram mortos.
Caio Graco, irmão de Tibério, foi eleito tribuno em 124 a.C., e apresentou um projeto de reformas muito mais amplo à assembléia.
Entre suas propostas, incluíam-se uma lei que estendia a todo o mundo romano as terras concedidas aos pobres; um programa de obras
públicas para dar ocupação à plebe urbana; uma reforma judiciária que favorecia camadas intermediárias, tirando o papel de juiz dos senadores
e transferindo-o para os cavaleiros (comerciantes), que passaram também a exercer importante papel nas finanças públicas com o
arrendamento da cobrança dos impostos provinciais.
Com a lei frumental, iniciou-se a distribuição de trigo para a população romana, subvencionada pelo Estado. Esse hábito assumiu
grande importância no século I a.C., tornando-se totalmente gratuito a partir do ano de 58 a.C.
Caio Graco, em sua campanha à reeleição, sugeriu que a assembléia estendesse os direitos de cidadania a todos os aliados de Roma,
mas o projeto foi derrotado e o senado ordenou a expulsão de todos aqueles que não eram cidadãos romanos.
Tentando derrubar Caio Graco, os aristocratas denunciaram-no como sendo inimigo da religião e da pátria, alegando que ele havia
fundado, em Cartago, uma colônia numa região considerada amaldiçoada. Caio Graco foi perseguido e seus partidários foram derrotados pelo
senado. Temendo tornar-se prisioneiro, pediu a um escravo que o matasse.
Os únicos beneficiários das reformas dos Graco foram os cavaleiros, que há muito pretendiam participar das estruturas efetivas de
poder do Estado. Os camponeses, porém, continuaram a perder suas terras e os latifúndios continuaram sua expansão. As tentativas de
reforma não conseguiram restaurar a propriedade camponesa nem a estrutura do exército, baseada no recrutamento dos cidadãos. O exército
passou, progressivamente, a ser profissional, composto por mercenários que faziam da vida militar seu meio de sobrevivência.
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A GUERRA CIVIL: MÁRIO E SILA
A classe senatorial consolidou seu domínio sobre a cidade de Roma e continuou sua política de conquistas.
Uma das primeiras grandes investidas do exército romano foi sobre a Numídia, ao norte da África. Mas os generais romanos, mais
preocupados com seus interesses particulares do que com os do Estado, eram subornados pelo rei daquela região e a guerra se tornava
indefinida. A conquista definitiva da Numídia aconteceu quando a assembléia romana elegeu como chefe das tropas africanas o incorruptível
Caio Mário, que foi reeleito cônsul e general-chefe.
Mário iniciou uma série de reformas no exército, ao perceber que sua base de recrutamento - os camponeses - não tinha grande
interesse em lutar, o que provocava indisciplina e deserção. Passou também a convocar a classe dos proletarii (indivíduos sem bens e com prole
para sustentar), contrariando a tradição romana, que restringia o recrutamento militar aos proprietários. Os soldados passaram a ser
assalariados, passo decisivo para a profissionalização militar.
Nessa época, a situação de Roma era difícil. Explodiram revoltas de escravos na Sicília, e povos itálicos se rebelaram por não gozarem
do direito de cidadania romana, apesar de serem seus aliados.
Os dois principais generais romanos, Mário e Sila, foram enviados para submeter os revoltosos. A luta durou três anos, e Roma só
pôde vencê-la após uma série de expedientes para dividir os aliados.
Antes do final da revolta dos itálicos, Roma teve de enfrentar outro adversário, Mitridates, rei do Ponto, que conseguiu reunir boa
parte do Oriente helenizado e massacrar toda a população latina da Ásia Menor. Roma preparou-se para enviar tropas contra Mitridates. Os
partidos popular e aristocrático apresentaram, como candidatos ao comando das tropas, Mário e Sila, respectivamente. O vencedor foi Sila, que
partiu para o Oriente.
Aproveitando-se de sua ausência, Mário e seus seguidores se apossaram do poder em Roma. No entanto, no Oriente, Sila fez um
acordo com Mitridates e retornou a Roma, onde derrotou Mário e seus partidários. A partir daí (82 a.C.) instaurou uma ditadura em Roma,
tornando-se ditador vitalício.
Durante essa ditadura, Sila anulou o poder dos tribunos, limitou os direitos da assembléia popular e entregou o controle da justiça à
aristocracia senatorial. Em 79 a.C. abdicou, retirando-se para a Sicília.
A CRISE DA REPÚBLICA CONTINUA
As lutas entre as diferentes facções e partidos políticos acirravam-se cada vez mais. É importante notar que essas lutas eram disputas
entre a classe aristocrática romana e as elites provinciais. Mas, na desorganização provocada por essas disputas, setores das camadas mais
pobres e os próprios escravos também manifestavam sua insatisfação. Foi o que ocorreu, por exemplo, na Campânia, no ano 70 a.C., quando
milhares de escravos, liderados por Espártaco e ajudados pelos proletários rurais da Itália, se rebelaram. Essa rebelião foi reprimida por Crasso,
homem rico, saído da classe dos cavaleiros.
Também no Oriente, Roma conseguiu se impor a Mitridates, vencido por Pompeu, que anexou a Síria e a Palestina.
O partido popular, liderado por Júlio César e financiado por Crasso, voltou a se manifestar em Roma, para tentar controlar o poder na
cidade, aproveitando-se da ausência de Pompeu, que combatia no Oriente. Seu instrumento foi Catilina, um nobre arruinado e com fama de
demagogo e conspirador, com grande influência sobre os desclassificados de Roma. Apoiado por Júlio César e Crasso, tentou várias vezes,
inutilmente, ser eleito cônsul. Em 63 a.C., apoiado por soldados que haviam lutado contra Mário e estavam empobrecidos, tentou organizar
uma conjuração em Roma. Seu plano foi descoberto e denunciado pelo cônsul Cícero. Catilina foi derrotado e morto pelas forças do senado.
O PRIMEIRO TRIUNVIRATO
Em 60 a.C., César, Pompeu e Crasso firmaram um pacto secreto para dividir o governo. Esse acordo denominou-se triunvirato
(governo de três pessoas). Com a ajuda de Pompeu e Crasso, César conseguiu ser eleito cônsul e tornou-se o elemento encarregado da
execução de medidas propostas pelos três. Distribuiu terras da Campânia para os soldados de Pompeu; apoiou os partidários de Crasso na
expulsão de Cícero, senador aristocrático contrário às reformas de Roma; fez com que as soluções adotadas por Pompeu, em relação ao
Oriente, fossem confirmadas pela assembléia. Para si, garantiu o governo das Gálias cisalpina e transalpina. Toda a Gália foi subjugada por
César, o que lhe permitiu conquistar uma reputação militar e recursos materiais ilimitados, que tornaram possível comprar a devoção dos seus
soldados. Nessa fase de acirrada disputa política, os soldados mantinham-se fiéis aos seus generais, em função dos interesses clientelísticos que
estes pudessem lhes garantir.
Durante a campanha da Gália, César procurou manter o triunvirato. Após a morte de Crasso (53 a.C.), aumentaram os conflitos entre
César e Pompeu. César não respeitava as limitações constitucionais do seu cargo e voltava-se contra o senado, que também o temia.
Com a expiração do mandato de César nas Gálias, o senado propôs-lhe que retornasse a Roma, onde seria candidato a cônsul, e que
dispersasse seu exército, o que ele se recusou a fazer, pois sabia que isso significava perder seu poder e ser destruído pelo senado.
César invadiu a Itália e marchou sobre Roma. Os senadores abandonaram a cidade e Pompeu retirou-se para a península Balcânica,
onde, pouco tempo depois, foi abatido por César, que também derrotou seus exércitos na Espanha. O Egito, onde havia uma disputa pelo poder
entre os herdeiros, também foi alvo de César. Ele colocou a rainha Cleópatra no poder e deixou o Egito em 47 a.C.
_____________________________________________________________________
ALEA JACTA EST significa, em português, "Os dados estão lançados", mas traduzido comumente como "A sorte está lançada". Foi a frase em
latim supostamente proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália
Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que hoje corresponde ao território do norte da Península Itálica) e o território da Itália. Pela lei romana, não
era permitido às legiões ingressar no território italiano devido a episódios anteriores em que generais romanos como Mário e Sila haviam usado
seus exércitos para tomar o poder em Roma. Devido a estes precedentes, era proibido a um governador provincial, um Proconsul como César,
cruzar com suas legiões a divisa com o território italiano. O rio Rubicão demarcava esta divisa entre a Gália, governada por César, e a Itália e ao
cruzá-lo
César
declarava
um
conflito
aberto
contra
o
Senado
romano
e
Pompeu.______________________________________________________
_____________________________________________________________________
VENI, VIDI, VICI, em português: "Vim, vi, venci" é uma famosa frase latina supostamente proferida pelo general e cônsul romano Júlio César em
47 a.C.. César utilizou a frase numa mensagem ao Senado Romano descrevendo sua recente vitória sobre Farnaces II rei do Ponto (localizado a
norte da península da Anatólia, na atual Turquia) na Batalha de Zela. A frase serviu tanto para proclamar seu feito, como também alertar aos
senadores de seu poder militar.____________________________
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- 8 -A
A DITADURA DE CÉSAR
Ao retornar a Roma, César tornou-se o chefe do Estado romano, ocupando, ao mesmo tempo, o cargo de tribuno e de cônsul.
Procurou manter o funcionamento formal das instituições republicanas, mas submetendo-as totalmente ao seu controle. Na luta contra o
senado, apoiou-se nas camadas mais baixas da assembléia popular e nos veteranos do exército das províncias ocidentais.
César foi assassinado pela facção republicana do senado, em 44 a.C., mas seu desaparecimento não restituiu o poder ao senado, que,
representando a oligarquia, era combatido pelo exército, pela plebe e pelas camadas ricas, que não partilhavam do poder.
O SEGUNDO TRIUNVIRATO
Com a morte de César, seus seguidores Marco Antônio e Lépido controlaram as tropas e impediram qualquer domínio político por
parte do senado, que aceitou o acordo proposto por Marco Antônio para garantir todos os atos de César, mas a disputa entre os seguidores
deste e a classe senatorial continuou.
Bruto e Cássio, senadores que lideraram a conspiração contra César, escaparam para o Oriente, onde controlaram parte do exército
sediado na Macedônia, enfraquecendo a posição de Antônio.
Na Itália, Otávio, sobrinho de César, exigiu participação no governo e devolução do dinheiro retirado do espólio de seu tio. Antônio
recusou-se a aceitar as exigências impostas e os veteranos de guerra de César ficaram com Otávio, que ofereceu seus serviços ao senado, sendo
aceito. A maior parte dos soldados do senado passou para o comando de Otávio, que recebeu o título de cônsul e condenou os assassinos de
César.
O esperado choque entre Antônio e Otávio não ocorreu. Como nenhum deles conseguiria governar sozinho, acabaram entrando em
acordo e formaram, juntamente com Lépido, o segundo triunvirato.
Pelo acordo, dividiram entre si as principais províncias ocidentais do império e receberam poder ilimitado, por cinco anos, para
reorganizar o Estado. O acordo foi ratificado pela assembléia popular.
Para garantir a "reorganização do Estado" instaurou-se o terror em Roma, com o objetivo de eliminar a oposição e levantar fundos
para o pagamento dos soldados. Antônio e Otávio dirigiram-se para a Macedônia, onde derrotaram o exército de Bruto e Cássio. Antônio foi
para o oriente e Otávio retornou à Itália, onde começou a expropriar terras para doá-las a seus soldados.
O governo autocrático, instaurado por Antônio no Oriente, reabilitou Otávio junto à população romana, revoltada com os confiscos de
terra. Quando Marco Antônio começou a doar províncias romanas aos herdeiros de Cleópatra, sua favorita, Otávio apresentou-o aos romanos
como traidor de seus ideais. O senado apoiou Otávio, e toda a aristocracia da Itália e das províncias lhe jurou fidelidade.
Em 31 a.C., na batalha de Áctium, Marco Antônio foi derrotado pelo exército romano e, após sua morte e o suicídio de Cleópatra, o
Egito transformou-se em província romana. Começava a nascer a Roma Imperial.
O PRINCIPADO E A CENTRALIZAÇÃO DO PODER
Durante as guerras civis, acumularam-se grandes fortunas em Roma. A anarquia nas províncias e a falta de eficiência do governo
central propiciaram o enriquecimento extraordinário dos generais e governadores de províncias. Os governadores, juntamente com os équites,
enriquecidos com a espoliação das províncias, passaram a fazer parte da classe senatorial.
Roma transformou-se no maior centro comercial e financeiro do mundo antigo. O envio de riquezas do Oriente enriqueceu ainda mais
a península. Os pequenos proprietários se arruinavam, pois os cereais eram importados das províncias a preços ínfimos.
Graças à grande entrada de capitais vindos das províncias, houve grande desenvolvimento da manufatura, principalmente após a
chegada de escravos especializados, vindos da Grécia e do Oriente. Ao mesmo tempo em que Roma florescia, as províncias se empobreciam,
devido à espoliação dos governadores e dos cavaleiros.
As classes dominantes de Roma, juntamente com os cidadãos romanos, diante da anarquia gerada pelas guerras civis, sentiram
necessidade de reformas para integrar efetivamente o enorme território imperial, mantendo uma relativa paz e progresso interno, sem perder
sua situação privilegiada. Otávio expressou e interpretou esse desejo, estabelecendo um governo centralizador e autocrático – o principado,
isto é, o governo do primeiro homem do Estado (princeps).
Entre 31 a 27 a.C., Otávio passou a acumular os principais títulos romanos, entre eles:
•
PRINCEPS SENATUS era o líder do Senado romano. Este cargo era considerado de grande prestígio. Originalmente era atribuído por
períodos de cinco anos passíveis de renovação. O novo líder do senado era escolhido pelos censores entre os senadores patrícios com estatuto
consular, isto é, ex-consules. O candidato era normalmente um político respeitado, com provas dadas e respeitado pelos seus pares. As tarefas
de um princeps senatus incluíam: declarar a abertura e encerramento das sessões do senado; decidir a ordem de trabalhos e o local do
encontro; impor a ordem e demais regras do senado; representar o senado em reuniões com embaixadas de outros países; escrever as cartas e
os despachos do senado. Depois da queda da República Romana, o princeps senatus ou princeps passou a ser um cargo exclusivo do imperador.
•
IMPERATOR era um título conferido a alguns generais da República Romana. Esta palavra não é um sinônimo de imperador, apesar de ser
a sua origem latina. Tradicionalmente, eram as tropas que conferiam o título ao seu general, depois de uma batalha ou campanha bem
sucedida. Esta aclamação conferia o direito do general pedir a realização de uma parada triunfal ao senado. Uma vez que um triunfo era uma
das grandes ambições de qualquer político, a história é rica em exemplos de legiões subornadas para chamar alguém de imperator. Depois de
Otávio estabelecer o Império Romano, o título imperator ficou restrito à pessoa do imperador e a membros da sua família.
•
PONTIFEX MAXIMUS ou SUMO PONTIFEX (literalmente "Máximo construtor de pontes" ou "supremo construtor de pontes") designava o
sacerdote supremo do colégio dos sacerdotes, a mais alta dignidade na religião romana. Inicialmente somente os patrícios podiam ocupá-lo, até
um plebeu ser designado para o cargo em 254 a.C.. De posto religioso durante a República, foi gradualmente politizado até ser incorporado
pelo imperador, a partir de Otávio.
•
AUGUSTUS tinha o significado de Majestade ou Venerável. Nesta acepção, o cognome Augusto servia para identificar a pessoa na qual se
concentravam os vários ramos do poder do imperador, caracterizando também seu poder como divindade. Com esse título o Estado romano
passa a se caracterizar como uma teocracia, em virtude da apoteose. A apoteose na Roma Antiga era um rito funerário da religião romana,
porventura o mais honorífico, e que elevava o falecido à categoria dos deuses. A apoteose era marcada pelo vôo de uma águia desde o leito
fúnebre até à morada celeste dos deuses. O morto recebia o qualificativo de divinus (divino). Otávio foi o primeiro a receber a apoteose
segundo a decisão do Senado romano.
•
CAIUS JULIUS CAESAR OTAVIANUS, Otávio visando absorver a aura de poder e prestígio do nome de seu tio, incorporou-o ao seu nome.
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- 9 -A
O IMPÉRIO ROMANO (27a.C. a 476 d.C.)
A partir de 27 a.C., Otávio foi acumulando poderes e títulos, entre eles o de augusto, e o de imperador. Otávio Augusto tornou-se, na
prática, senhor absoluto de Roma. Mas não assumiu oficialmente o título de rei e permitiu que as instituições republicanas (Senado, Comício
Centurial e Tribal etc.) continuassem existindo na aparência.
ALTO IMPÉRIO ( 27 a.C. - 235 d.C) ou PRINCIPADO:
O Principado é a fase convencionada pelos historiadores para designar o Império Romano desde 27 a.C., quando o senado investiu
Otaviano - o futuro Augusto - no poder supremo com a denominação de príncipe ou princeps (primeiro em latim), até 285 d.C., quando iniciouse o dominato por Diocleciano. Durante esse período, a verdadeira natureza do regime era escondida atrás de conceitos republicanos e os
imperadores eram muitas vezes relutantes por falsa modéstia em se assumir como tal.
O principado apresentava dupla faceta em Roma e nas províncias. Em Roma, era monarquia mitigada, pois o príncipe era apenas o
primeiro cidadão, que respeita as instituições políticas da república. Nas províncias imperiais, era verdadeira monarquia absoluta, porque o
princeps tinha, lá, poderes discricionários.
Em face das peculiaridades que apresenta o principado, há controvérsia entre os autores sobre a natureza desse regime. Alguns
entendem que ele seja uma diarquia: de um lado o príncipe, e, do outro, o senado. Para outros, seria um protetorado, em que o príncipe é o
protetor e o Estado Romano o protegido. Há ainda aqueles que vêem nele a superposição de um novo órgão (o princeps) às instituições
republicanas.
Sob o principado, o governo autocrático do imperador era ainda escrupulosamente mascarado por formas e convenções herdadas do
período político da República Romana, sob o lema Senatus Populesque Romanus ou SPQR. Inicialmente a teoria implicava que o "primeiro
cidadão" tinha que ganhar sua extraordinária posição de poder por mérito, no estilo que o próprio Augusto ganhou a posição de auctoritas
(ostenta a auctoritas aquela personalidade ou instituição, que tem capacidade moral para emitir uma opinião qualificada sobre uma decisão). A
propaganda imperial desenvolveu uma ideologia paternalista, apresentando o princeps como a real encarnação de todas as virtudes atribuídas
ao governante ideal, tais como clemência e justiça, e em troca motivando o princeps a desempenhar o papel desejado na sociedade romana,
tanto na segurança política como no dever moral. O que era especificamente desejado do princeps parece ter variado ao longo do tempo.
Durante o longo governo de Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.), uma série de reformas sociais administrativas foi realizada. Roma
ganhou em prosperidade econômica. Suas primeiras medidas tinham por finalidade reestruturar a administração do novo Estado Imperial:
restringiu as funções do Senado; criou uma nova ordem administrativa (as prefeituras); melhorou as formas de cobranças de impostos; instituiu
a guarda pretoriana com a função de garantir a proteção do imperador.
Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu as rotas comerciais. Empreendeu a construção de várias obras públicas, o que
gerou muitos empregos aos plebeus. Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do “pão e circo”. A paz, a prosperidade e as realizações
artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto. O século I, em que transcorreu seu governo, ficou conhecido como “PAX ROMANA”.
Reorganizou o governo das Províncias, dividindo-as em:
Senatoriais – eram governadas por Pró-Consules, nomeados pelo Senado, que possuíam somente autoridade civil.
Imperatoriais – governados por Pró-Pretores, em nome do imperador, tinham autoridade civil e militar.
Independentes – conservavam os seus reis próprios cujo governo era fiscalizado pelo imperador.
Após a morte de Otavio Augusto , o trono romano foi ocupado por vários imperadores, que pode ser agrupados em quatro dinastias:
Dinastia dos Julios-Claudius (14-68) – Tibério, Calígula, Claudio e Nero;
Dinastia dos Flávios (69-96) –Vespasiano e Domiciano;
Dinastia dos Antoninos (96-192) – Nerva, Trajano, Adriano, Marco Arélio, Antinino Pio e Cômodo.
Dinastia dos Severos (193-235) – Sétimo, Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre.
Os romanos não eram dados a perseguir as religiões de outros povos, ao contrário, as absorvia. Porém, como exceção, perseguiram o
judaísmo e o cristianismo.
Perseguição aos Judeus
Na fase final da República, em 63 a.C., os romanos dominaram a região de Israel e estabeleceram no reino judeu um protetorado.
Entretanto, a prática da religião hebraica era constantemente reprimida pelos romanos, que interferiam na administração do Templo e
atacavam e profanavam os locais de culto.
Durante o domínio romano, o nacionalismo dos hebreus fortaleceu-se, levando-os a se revoltar contra Roma. No ano 70 d.C., o
imperador romano Tito, sufocou uma rebelião hebraica e destruiu o segundo templo de Jerusalém. Os hebreus, então, iniciaram sua dispersão
por várias regiões do mundo. Esse episódio ficou conhecido como Diáspora. Adriano foi Imperador romano de 117 a 138 d.C. sua política
encontraria sua maior contestação entre os judeus. Adriano, por volta de 131 d.C., mandara reconstruir Jerusalém (destruída por Tito em 70
d.C.) como uma cidade grega. Os judeus sentiram que a sua cidade sagrada estava sendo profanada por
estrangeiros. Diante das rebeliões dos judeus, Adriano determinou que as legiões localizadas nas províncias vizinhas atacassem os judeus e os
destruíssem. Roma decretou a exclusão dos judeus de Jerusalém, que foi reconstruída como cidade grega e passou a chamar-se Aelia Adriana.
No lugar do antigo templo judaico ergueu-se a estátua de Zeus e junto ao Gólgota (onde foi crucificado Jesus) ergueu-se um templo à deusa
grega Afrodite. A antiga província da Judéia passou a chamar-se Palestina - forma de tentar apagar a memória da presença judaica na região
pela
recordação
dos filisteus, também antigos inimigos dos judeus. Tal fato intensificou o processo da diáspora judaica que havia se iniciado em 70 d.C. Os
judeus dispersaram pelo mundo com a promessa de manterem as suas tradições e de um dia retornarem à terra do Monte Sião.
Principais motivos das perseguições dos romanos aos judeus:
1 – O judaísmo professa o monoteísmo e se recusa a adorar o imperador romano como divindade;
2 – O judaísmo é mais que uma religião, representa a própria identidade nacional do povo judeu e é o seu principal instrumento de
resistência em relação aos seus dominadores.
3 – A resistência dos judeus poderia servir de exemplo para outros povos sob o domínio romano.
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Perseguição aos Cristãos
Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do ano 4 a.C, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a
Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias (criam que seria um
grande homem de guerra e que governaria politicamente), apontado na Toráh como o enviado que os libertaria da dominação romana.
Até os 30 anos Jesus não tivera expressão e vivia em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Em pouco tempo,
aproximadamente três anos, reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando sua doutrina e, segundo a crença, fazendo
milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, logo tornou-se conhecido de todos e grandes multidões o seguiam.
Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, pois autodenominava-se o Messias. Segundo a elite judaica dos
fariseus ele não tinha aparência e poder para ser o líder que libertaria a região da dominação romana. Ele apenas pregava paz, amor ao
próximo. Para os romanos, era um agitador popular.
As ações e os ensinamentos de Jesus entraram em conflito com os interesses da elite judaica. Tal fato levou a prisão, ao julgamento e
a execução de Jesus.
Acompanhado por um grupo de homens armados, Judas chegou ao jardim enquanto Jesus orava, para prendê-lo. Ao beijá-lo na face,
revelou a identidade de Jesus e este foi preso. Por parte de seus seguidores houve um princípio de resistência, mas depois todos se dispersaram
e fugiram.
Os soldados levaram Jesus para a casa do Sumo Sacerdote Caifás. A lei judaica não permitia que o Sinédrio, a suprema corte judaica,
se reunisse durante o Pessach. Jesus foi acusado primeiramente de ameaçar destruir o templo, mas as testemunhas entraram em desacordo.
Depois, perguntaram a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus e rei dos judeus. Jesus respondeu que era, e foi então acusado de blasfemar
ao dizer-se Deus.
Após isso, os líderes judeus levaram Jesus à presença do Pró-Cônsul Pôncio Pilatos, que então governava a província romana da
Judéia. Acusavam-no de estar traindo Roma ao dizer-se rei dos judeus. Como Jesus era galileu, Pilatos enviou-o a Herodes Antipas, filho de
Herodes, o Grande, que governava a Galileia. Segundo o evangelista Lucas, Herodes zombou de Jesus, recusou-se a julgá-lo, vestindo-o com um
manto real, e devolveu-o a Pilatos.
Era de praxe os governantes romanos libertarem um prisioneiro judeu por ocasião do Pessach. Pilatos expôs Jesus e um assassino
condenado, de nome Barrabás, na escadaria do palácio, e pediu à multidão que escolhesse qual dos dois deveria ser posto em liberdade. A
multidão, manipulada pela elite judaica, escolheu Barrabás. Pilatos (lavou as mãos para eximir os romanos de qualquer responsabilidade)
entregou então Jesus para morrer na cruz. A crucificação era uma forma comum de execução romana, aplicada, em geral, aos criminosos de
classes inferiores. Aqueles que acreditam que Jesus ressuscitou ao terceiro e que voltará para julgar os vivos e os mortos deram origem ao
CRISTIANISMO.
Com o tempo o cristianismo foi crescendo, principalmente entre a massa de miseráveis de Roma. O governo imperial se incomodava
com o crescimento e com os “mistérios” que envolviam os cristãos, que se negavam a participar das cerimônias religiosas regulares realizadas
pelos romanos, bem como aceitar que o imperador fosse adorado como um deus.
Principais motivos das perseguições dos romanos aos Cristãos:
Religiosos: As reuniões dos cristãos despertavam suspeitas, por isso foram acusados de praticarem atos imorais e criminosos durante a
celebração da Ceia do Senhor. Eles se reuniam antes do nascer do sol, ou então à noite, quase sempre em cavernas ou nas catacumbas
subterrâneas. Eram acusados de incesto, de canibalismo e de praticas desumanas, a ponto de serem acusados de infanticídio em adoração ao
seu Deus. A saudação com o ósculo santo (beijo) foi transformado em forma de conduta imoral.
Políticos: Os cristãos rejeitavam a escravidão e a adoração ao imperador. A adoração ao imperador era considerada prova de lealdade. Havia
estátuas de imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Só que os cristãos não faziam essa adoração. Pelo fato de
cantarem hinos e louvores e adorarem a “outro Rei, um tal Jesus”, eram considerados pelo povo como desleais e conspiradores de uma
revolução. Dentro da crença cristã misturavam escravos com o povo, não havia a divisão: senhor e escravo, os dois eram tratados de forma
igual. Além do mais o cristianismo tornava-se cada vez mais um fenômeno de massa que escapava ao controle do Estado Romano.
BAIXO IMPÉRIO ou DOMINATO (235-476)
O baixo império corresponde à fase final do período imperial. Costuma ser subdividido em:
BAIXO IMPÉRIO PAGÃO (235-305) – período em que dominava as religiões não-cristãs.Destacou-se o reinado de Dicleciano, que dividiu o
governo do enorme império entre quatro imperadores (tetrarquia) para facilitar a administração. Esse sistema de governo, entretanto não se
consolidou.
BAIXO IMPÉRIO CRISTÃO (306-476) – nesse período, destacou-se o reinado de Constantino, que através do Edito de Milão, concedeu liberdade
religiosa aos cristãos. Consciente dos problemas de Roma, Constantino decidiu mudar a capital do império para a parte oriental. Para isso
remodelou a antiga Bizâncio (cidade fundada pelos gregos) e fundou Constantinopla, que significava "cidade de Constantino"
CRISE DO IMPÉRIO ROMANO
O Baixo Império foi sendo corroído por uma longa crise social, econômica e política. Entre os fatores que contribuíram para essa crise,
destacam-se:
•
Crise do expansionismo romano;
•
Crise do abastecimento de mão-de-obra escrava;
•
Elevados gastos públicos para sustentar a imensa estrutura administrativa e militar;
•
Aumento dos impostos para custear as despesas do exército e da burocracia administrativa;
•
Crise da política de pão e circo;
•
Crescimento do número de miseráveis entre a plebe, os comerciantes e os camponeses;
•
Desordens sociais e políticas provocadas por rebeliões tanto das massas internas quanto dos povos submetidos.
•
Crise da política de acordos com os bárbaros federados;
•
Intensificação das disputas entre os generais (anarquia militar);
•
Enfraquecimento das defesas romanas;
•
Ondas ou vagas de invasões bárbaras que se estenderam do século III ao século X.
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No processo de decadência do Império Romano, a partir do século III, com a diminuição das guerras de conquista, esgotou-se a
principal fonte fornecedora de escravos. Teve início a crise do escravismo que abalou seriamente a economia, provocou o ÊXODO URBANO e
fez surgir o COLONATO (relação de trabalho servil que se desenvolveu nas vilas, no processo de crise do escravismo romano). Além disso,
houve disputas pelo poder e as legiões diminuíram. Enfraquecido, o Império Romano foi dividido em dois e a parte ocidental não resistiu às
invasões dos bárbaros germânicos no século V, destacamos três imperadores:
GOVERNO DE DIOCLECIANO (284-305)
Imperador romano cujas reformas contribuíram para adiar o declínio de Roma e criaram as bases do que mais tarde viria a ser o
império bizantino. Depois da morte do imperador Numeriano (284), matou o suposto assassino, Árrio Áper, e assumiu o poder, apoiado pelo
exército da Anatólia. Reconhecido pelo Senado (285), após o assassínio do irmão de Numeriano, o co-imperador Carino, deu início às reformas
que marcaram seu governo. Inicialmente dividiu o império em dois (285): do Ocidente e do Oriente, com dois augustos e dois césares, com seu
homem de confiança, Maximiano, a quem entregou a metade ocidental do império, enquanto ficava com a parte oriental. Em seguida, repartiu
mais ainda o poder num sistema chamado TETRARQUIA (governo de quatro membros), implantado para acabar com as agitações nas sucessões
imperiais (293), porém com indiscutível predomínio de sua autoridade e uma progressiva centralização de poder. O governo do Ocidente ficou,
assim, dividido entre Maximiano, a quem coube a Itália e a África, e Constâncio Cloro, que recebeu a Bretanha, a Gália e a Espanha. Enquanto
no Oriente, a maior parte, inclusive o Egito, ficava com o próprio Diocleciano, e as regiões do Danúbio e da Ilíria eram confiadas a Galério.
Embora tenha sido relativamente bem-sucedido enquanto esteve em vigor, o sistema tetrárquico de Diocleciano ruiu logo após sua abdicação,
diante das disputas dinásticas rivais de Magêncio e Constantino, filhos de Maximiano e Constâncio, respectivamente.
No campo executivo limitou os poderes do Senado, fortaleceu e ampliou o exército imperial e promoveu reformas tributárias e
legislativas. No campo judiciário, determinou que se realizassem duas compilações de leis imperiais, os códigos gregoriano e hermogeniano.
Estabeleceu EDITO SOBRE OS PREÇOS MÁXIMOS, em 301, foi a tentativa de controlar a inflação através do controle de preços. A medida
fracassou, pois, as mercadorias passaram a serem vendidas no mercado paralelo com ágio. Portanto, tal medida foi malsucedida,
contraproducente e rapidamente ignorado.
No campo religioso, tornou obrigatório o culto a Júpiter, com quem se identificou, e ordenou uma violenta perseguição aos cristãos
(303), que se estenderia por mais de dez anos, na Itália, África e no Oriente. Muito doente, abdicou a 1 de maio (305). Embora tenha sido
relativamente bem-sucedido enquanto esteve em vigor, o sistema tetrárquico de Diocleciano ruiu logo após sua abdicação, diante das disputas
dinásticas rivais de Magêncio e Constantino, filhos de Maximiano e Constâncio, respectivamente.
GOVERNO DE CONSTANTINO (306 - 337)
Constantino era filho de Constâncio Cloro e de sua concubina, Helena. Cresceu na corte do imperador Diocleciano e teve educação
esmerada. Em 305, juntou-se ao pai, então nomeado "césar" do Ocidente, e participou das campanhas da Britânia (Grã-Bretanha).
No ano seguinte, com a morte de Constâncio Cloro, foi aclamado imperador pelas legiões que comandava. O título, porém, não foi
reconhecido em Roma. Em 313, após muitas batalhas e lutas políticas, Constantino conseguiu derrotar seus oponentes, passando a dividir o
Império com Licínio. No mesmo ano, foi promulgado o EDITO DE MILÃO, reconhecendo a legalidade da religião cristã e estabelecendo a
liberdade de culto.
Constantino e Licínio conseguiram revezar-se no poder, junto com os filhos, até 324, quando entraram em conflito. Com Licínio
derrotado, Constantino tornou-se chefe único do Império Romano.
Em 325, Constantino convocou o CONCÍLIO ECUMÊNICO DE NICÉIA, que normatizou os dogmas cristãos. Foram convocados mais de
300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia,
ameaçavam sua autoridade e domínio.
Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus
Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou
que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai.
Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina,
e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único
gerado, ou unigênito"), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido
unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados. Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias
passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de
Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.
Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse. As sessões regulares, no entanto, começaram somente
com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos
procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. O
Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em
algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram
destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. Mas a
decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram
expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria.
Em 326, o imperador iniciou a construção de Constantinopla (atual Istambul), com o fim de transferir para lá a sede oficial do
governo, que sempre havia sido Roma. A nova cidade foi inaugurada em 330. Dali, Constantino governou até a morte, em 337. Constantino
ganhou fama de soldado brilhante, pois nunca perdeu uma batalha, mas seu feito mais notável foi ter sido o primeiro imperador a reconhecer e
oficializar a fé cristã. Apesar disso, ele só se deixou batizar no final da vida.
GOVERNO DE TEODÓSIO (379 - 395)
O imperador Graciano nomeou Teodósio co-imperador do Império Romano do Oriente em 378, após a morte do imperador Valente,
morto pelos godos na Batalha de Adrianópolis (378). Teodósio, após algumas campanhas inconclusivas, acabou por fazer um tratado pelo qual
os godos preservavam sua independência política no interior do Império Romano em troca da obrigação de fornecerem tropas ao exército
imperial. Este tratado seria uma das causas do enfraquecimento militar romano que levaria ao saque de Roma pelos mesmos godos em 410.
Após a morte do filho de Graciano, Valentiniano II em 392, a quem ele tinha apoiado contra várias usurpações, Teodósio acabou por tomar o
Ocidente do império e governou como imperador único, após derrotar o usurpador Eugênio em 394, na Batalha do Rio Frigidus.
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O edito de Tessalônica, também conhecido como "Cunctos Populos" ou De Fide Catolica foi decretado por Teodósio a 27 de fevereiro
de 380 pelo qual estabeleceu que a "religião católica" tornar-se-ia a religião de Estado exclusiva do Império Romano, abolindo todas as práticas
politeístas dentro do Império e fechando templos pagãos
Teodósio teve dois filhos, Arcádio e Honório. Com a morte do pai em 395, Arcádio foi o seu herdeiro no Oriente e Honório no
Ocidente. Estava consolidada definitivamente a divisão do Império Romano. Império Romano do Ocidente, com sede em Roma e Império
Romano do Oriente, com sede em Constantinopla.
A finalidade dessa divisão era fortalecer cada uma das partes do império para vencer a ameaça das invasões Bárbaras. Entretanto, o
Império Romano do Ocidente não teve organização interna para resistir aos sucessivos ataques dos povos bárbaros.
Os bárbaros tinham exército eficientes, que contavam com soldados guerreiros, coesão interna das tropas e boas armas metálicas.
Apesar de rudes, os bárbaros exibiam ideal e vigor. Roma, por sua vez, mostrava-se corrompida pela discórdia, pela indisciplina no exército e
pela falta de entusiasmo das populações miseráveis. É por isso que cerca de quinhentos mil bárbaros conseguiram desestabilizar o um império
com mais de oitenta milhões de pessoas. Em 476, o ultimo imperador de Roma, Romulo Augusto, foi deposto por Odoacro, rei do hérulos, um
dos povos bárbaros.
Quanto ao Império Romano do Oriente, embora com transformações, sobreviveu até 1453, ano em que os turcos conquistaram
Constantinopla.
EXERCÍCIOS
1- A expansão de Roma durante a República, com o consequente
domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis
transformações sociais e econômicas, dentre as quais
A) marcado processo de industrialização, êxodo urbano,
endividamento
do
Estado
B) fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena
propriedade, propagação do cristianismo.
C) crescimento da economia agro-pastoril, intensificação das
exportações, aumento do trabalho livre.
D) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma
poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escravos.
E) diminuição da produção nos latifúndios.
2- Várias razões explicam as perseguições sofridas pelos cristãos no
Império Romano, entre elas:
A) a oposição à religião do Estado Romano e a negação da origem
divina do Imperador, pelos cristãos.
B) a publicação do Edito de Milão que impediu a legalização do
Cristianismo e alimentou a repressão.
C) a formação de heresias como a do Arianismo, de autoria do bispo
Ário, que negava a natureza divina de Cristo.
D) a organização dos Concílios Ecumênicos, que visavam promover a
definição da doutrina cristã.
E) o fortalecimento do Paganismo sob o Imperador Teodósio, que
mandou martirizar milhares de cristãos.
3- Sobre os primitivos habitantes da Itália, pode-se afirmar que os:
A) italiotas acomodaram-se no Sul da Itália, onde desenvolveram
povoados.
B) gregos ocuparam a parte Central da Península, subdividindo-se em
vários clãs.
C) etruscos, provavelmente originários da Ásia, ocuparam o Norte da
Península.
D) lígures fixaram-se ao Sul combatendo ferrenhamente os etruscos.
E) sículos penetraram na Península através da cadeia dos Alpes e
ocuparam o Norte.
4- O Edito de Milão (313), no processo de desenvolvimento histórico
de Roma, reveste-se de grande significado, tendo em vista que
A) combateu a heresia ariana, acabando com a força política dos
bispados de Alexandria e Antioquia.
B) tornou o cristianismo a religião oficial de todo Império Romano,
terminando com a concepção de rei-deus.
C) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então dominavam
a vida religiosa.
D) deu prosseguimento à política de Deocleciano de intenso combate
à expansão do cristianismo.
E) proclamou a liberdade do culto cristão passando Constantino a ser
o protetor da Igreja.
5- Teodósio estabeleceu que após a sua morte, ocorrida em 395, o
Império deveria ser
A) fracionado em quatro partes, com dois Imperadores e dois
Césares.
B) dividido em duas partes: o Império do Ocidente e o Império do
Oriente.
C) atrelado ao paganismo e direcionar uma operação para destruir as
catacumbas.
D) aliado dos árabes para defendê-los contra os hunos que se
avizinhavam de Roma e de Meca.
E) dividido em áreas denominadas Condados e, doadas em caráter
hereditário, a seus sucessores.
6- Sobre as funções dos magistrados em Roma, assinale o que for
correto:
01) Os cônsules exerciam o Poder Executivo na República.
Comandavam o exército e convocavam o Senado.
02) O questor tinha como função administrar a justiça.
04) O pretor administrava a cidade e cuidava do abastecimento.
08) O censor era responsável pelo recenseamento dos cidadãos e
orientação da conduta moral.
16) O edil assumia o poder durante seis meses para resolver
problemas gerados por uma crise.
7- A vida difícil do escravo romano provocou a organização de várias
revoltas. Espártaco liderou um dos maiores levantes de escravos, no
ano de 73 a.C. Sobre essa revolta, é correto afirmar:
01) Foi uma conseqüência do assassinato de Júlio César, por
inspiração de elementos da aristocracia.
02) Espártaco era um gladiador que utilizou sua força física para
incitar outros escravos a lutar por uma vida mais justa.
04) Os escravos chegaram a formar um poderoso exército, reunindo
milhares de combatentes.
08) Espártaco foi capturado, julgado e absolvido. O Senado romano
temia condenar um líder popular.
16)Em 71 a.C, o senador Crasso sufocou a revolta e mandou crucificar
6 mil escravos ao longo da Via Ápia.
8- Na antiguidade, Roma estendeu amplamente seu território e
dominou povos diversos, criando um império em redor do mar
Mediterrâneo. São marcas dessa expansão e contatos:
01) A elaboração do "Jus Gentium" ("direito das gentes")
02) A organização das províncias como unidades administrativas do
governo.
04) A implantação de extensa rede de estradas e difusão do latim
como língua oficial.
08) A democratização da propriedade da terra.
16) A concessão de cidadania romana apenas aos que tivessem pai e
mãe romanos.
9- Nos séculos III d.C. e IV d.C., o Império Romano viveu uma fase de
crise e de profundas transformações. A respeito disso, é correto
afirmar que:
01) As cidades do Ocidente romano tornaram-se centros econômicos
do Império, em florescente processo de urbanização
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02) Antes religião perseguida, o cristianismo passou a ser aceito e
veio a tornar-se a religião oficial do Império Romano, em substituição
ao paganismo.
04) Os povos bárbaros invadiram o Império e se estabeleceram em
seus territórios, contribuindo para a crise do mundo romano.
08) A divisão político-administrativa do Império fez surgir o Império
Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.
10- Identifique as afirmações corretas relativas à sociedade e à
política da Roma Antiga:
01) A República Romana, instaurada após a deposição do rei etrusco,
foi inicialmente dominada pelos patrícios, possuidores de cidadania
romana completa. Com o passar dos séculos, a plebe passou a
participar do poder.
02) Entre as conquistas políticas da plebe inclui-se a aceitação pelos
patrícios de que o resultado do plebiscito passasse a ter força de lei
para todo o Estado Romano.
04) Na República Romana, os escravos eram numericamente poucos e
por isso não chegaram a fazer revoltas nem representavam
concorrência com a mão-de-obra livre.
08) Sob Otávio Augusto foi instituído o regime do Principado, que
corresponde à fase de implantação do Império Romano, extinguindose o período da República.
16) Pelo Édito de Caracala (212 d.C), o direito de cidadania romana foi
estendido a todos os habitantes livres do Império.
11- "Augusto conquistou os soldados com presentes, o povo com pão
barato, e todos os homens com os frutos da paz. Assim tornou-se
progressivamente mais poderoso, congregando em si as funções do
Senado,
dos
magistrados
e
das
leis."
(Tácito, Anais 1.2, MOSES HADAS, ED., THE COMPLETE WORKS OF
TACITUS, NEW YORK, RANDOM HOUSE, 1942, p. 3).
A) Identifique o período da história de Roma tratado nesse texto.
B) A partir dos elementos indicados no texto, caracterize o Estado
romano durante esse período.
EXERCÍCIOS
(UFPB 2009)
Leia o texto abaixo:
Na República Romana, o Estado foi organizado por um conjunto de
instituições: Senado, magistraturas e Assembléias do povo ou
Comícios. O Senado supervisionava as finanças públicas e a
administração das províncias, conduzia a política externa, zelava pelas
tradições e a religião. Os Cônsules eram os principais magistrados,
comandavam o Exército, dirigiam o Estado, convocavam o Senado e
presidiam os cultos públicos. Os Comícios eram organizados por:
tribos (assembléia tributa, que nomeava questores e edis); classes, de
acordo com a fortuna (assembléia centuriata, que elegia os cônsules e
votava as leis); clãs (assembléia curiata, que decidia sobre matérias
religiosas).
1) Com base no texto e nos conhecimentos históricos relativos à
República Romana, é correto afirmar:
A) A distribuição do poder entre as várias instituições republicanas
objetivava impedir a sua concentração em uma só pessoa.
B) A res publica (coisa pública), em seus primórdios, não discriminava
os habitantes de Roma, todos, indistintamente, partícipes do poder
com os mesmos direitos.
C) O povo, o conjunto de cidadãos romanos sem direito político
algum, era mero espectador das disputas entre os Cônsules e o
Senado.
D) O poder dos Cônsules era limitado às questões militares, sem
influência alguma sobre os negócios públicos.
E) O exército, na República romana, não tinha papel político ativo,
exceto como defensor da participação do povo, devido à origem
popular de seus generais.
(UFPB 2009)
O mapa, a seguir, representa o Império Romano na transição entre
os séculos IV e V d.C, portanto, já em sua fase de crise final.
12- "A atividade dos Gracos foi objeto de debates apaixonados e
formulavam-se sobre ela os juízos mais diversos (... ). Os políticos
romanos dividiam-se nitidamente em dois grupos ou partidos, pelos
quais os Gracos eram considerados heróis ou criminosos."
(M. Rostovtzeff. "História de Roma".)
O autor refere-se aos irmãos Tibério e Caio Graco, tribunos da
Assembléia da Plebe de Roma no século II a.C.
A) Como estava constituída a sociedade romana na época de atuação
dos irmãos Tibério e Caio Graco?
B) Dê uma razão pela qual os irmãos Graco eram "objeto de debates
apaixonados".
GABARITO
1-D; 2-A; 3-C; 4-E; 5-B; 6-(01, 08); 7-(02, 04, 16); 8-(01, 02, 04); 9-(02,
04, 08);
10-(01, 02, 08, 16).
QUESTÃO - 11
A) A transição da República Romano e o início do Império.
B) Poderes centralizados nas mãos do Imperador, utilização da
política do pão e circo e adoção da Pax Romana.
QUESTÃO - 12
A) Patrícios (aristocratas), plebeus (camada popular marginalizada),
cavaleiros ou homens novos (ricos comerciantes), clientes
(agregados ou patrícios) e escravos.
B) Propunham a realização de uma reforma agrária para amenizar as
dificuldades dos plebeus.
http://wps.ablongman.com/wps/media/objects/262/268312/art/figures/KISH_
06_140a.gif . Acesso em: 27 jul. 2008.
2) No período ao qual o mapa se refere, o Império fragmentou-se
em vários reinos, oriundos das invasões bárbaras. Sobre esse
processo de crise e transição, identifique a afirmativa INCORRETA:
A) A fase final do Império Romano foi marcada pela ruralização, que
substituiu, gradualmente, o escravismo pelo colonato. Neste sistema,
os camponeses que cultivavam terras de grandes proprietários recebiam proteção e parte dos rendimentos.
B) Os “bárbaros” eram, em sua maioria, povos de línguas germânicas,
que viviam nas fronteiras do Império. Muitas vezes, lutavam
juntamente com os romanos como federados, condição essa que os
obrigava a cederem soldados em troca de terras.
C) A causa imediata das invasões germânicas foi a pressão dos Hunos,
um povo de cavaleiros e arqueiros que era aparentado aos mongóis.
Os Hunos, que chegaram à Europa no século IV d.C, foram derrotados
por uma aliança romano-germânica.
Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 - Setor Bueno – Goiânia-GO - Fone: 3285-7473 – www.colegioclasse.com.br
- 14 -A
D) A maior parte dos povos germânicos que realizaram as invasões já
não vivia em sociedades “primitivas” no século V d.C. Eles já possuíam
diferenças socioeconômicas e uma elite aristocrática, que aderiu a
uma forma herética do cristianismo, o arianismo.
E) A principal invasão ao Império Romano foi feita pelos anglo-saxões,
que saquearam Roma (410 d.C). Os anglo-saxões, que construíram um
reino independente no norte da África, caracterizavam-se pela presença de uma poderosa marinha de guerra.
(UFPB 2008)
3) A cultura romana incorporou vários elementos de outras culturas,
inclusive, na esfera religiosa. Sobre a religião na Roma Antiga,
considere as afirmativas a seguir:
I. Os romanos, apesar de monoteístas, aceitavam facilmente o culto
de deuses de outros povos. Essa interação cultural pode ser explicada
pelo fato do Estado romano, envolvido apenas com questões
políticas, não ter se importado com assuntos religiosos.
II. A civilização romana praticava a tolerância e identificava-se com
outros povos que cultuavam um único deus. Tais características foram
fundamentais para a expansão do Cristianismo e sua adoção como
religião oficial do Estado romano, no século II d.C.
III. A religião romana, politeísta, foi se diversificando à medida que
Roma ganhava importância política e econômica. Assim como os
exércitos incorporavam novos territórios, a religião romana foi
absorvendo deuses e cultos de outros povos.
Está(ão) correta(s) apenas:
A) I
B) II
C) III
D) I e II E) II e III
“Somos servos da lei para podermos ser livres.”
Cícero
“O que apraz ao príncipe tem força de lei.”
Ulpiano
4) As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que
viveram praticamente no mesmo século, quando ocorreu a
transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano). Tendo
como base as sentenças acima, considere as afirmações:
I- A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que
os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas.
II- Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de
discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano.
III- A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam
quando começavam os direitos de outro cidadão.
IV- Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.
Estão corretas, apenas:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
(UFAM2009)
Tal como a história dos gregos, também a dos romanos começou pelo
desenvolvimento de instituições políticas assentadas na cidade e
elaboradas em benefício de uma comunidade de homens livres – os
cidadãos –proprietários de terras e que reivindicavam a descendência
direta dos fundadores de sua pátria. Em ambos os casos, estes
cidadãos privilegiados conseguiram, no momento em que a vida
urbana começou ganhar certa amplitude e consistência, eliminaram a
monarquia (cuja origem se confundia com a própria origem da pátria)
dando início a instituições capazes de assegurar o seu domínio.
FLORENZANO, M.B. O Mundo Antigo: economia e sociedade.
SãoPaulo: Brasiliense,1986, p.56.
5) O texto aponta que os cidadãos romanos percorreram uma
trajetória política singular. Sobre as instituições latinas ao longo
deste processo podemos destacar:
I.O Senado, instituição mais importante do período republicano, que,
no plano legislativo, aprovava as leis votadas nas assembleias,
propunha novas leis para serem submetidas ao voto do povo, além de
decidir sobre medidas excepcionais, como a de atribuir o poder
supremo aos cônsules.
II.A Ditadura ou uma magistratura extraordinária, dotada de poderes
excepcionais, substitutiva do Império, ao qual se recorria em
momentos de particular gravidade.
III.O Tribunato da Plebe, cuja função era defender indivíduos e
propriedades da plebe e administrar os jogos públicos, sendo o poder
dos tribunos derivado do fato de serem invioláveis.
A) Apenas II é correta.
B) Apenas I é correta.
C) Apenas III é correta.
D) I, II e III são corretas.
E) I, II, e III são incorretas.
(PUC/PR–2007)
6) As lutas por riquezas e territórios sempre estiveram presentes na
História. Na Antiguidade, o Mediterrâneo foi disputado nas Guerras
Púnicas por:
A) romanos e cartagineses.
B) gregos e persas.
C) macedônicos e romanos.
D) romanos e germânicos.
E) gregos e romanos.
(UFMS –2009)
7) Sobre a história de Roma, é correto afirmar:
01. Paralelamente à versão lendária da fundação de Roma pelos
irmãos gêmeos Rômulo e Remo, descobertas arqueológicas atestam
que, antes de 753 a.C., a região do Lácio já era habitada por povos de
diferentes etnias, organizados em comunidades agrícolas e pastoris,
entre eles os etruscos que, entre os séculos VII e VI a.C., expandiram
seu território e controlaram a monarquia em Roma.
02. O período republicano foi marcado por lutas entre patrícios e
plebeus, as quais resultaram na criação de magistrados especiais,
conhecidos como Tribunos da Plebe, encarregados de defender os
interesses jurídicos, políticos e sociais da plebe junto ao Senado.
04. A expansão dos domínios romanos, na Península Itálica e em
torno do Mar Mediterrâneo, acarretou uma desaceleração do
processo de concentração fundiária nas mãos da aristocracia patrícia,
haja vista que o Estado romano estabeleceu uma série de medidas
visando distribuir terras aos pequenos e médios proprietários e à
plebe urbana empobrecida.
08. Entre as maiores heranças culturais dos romanos, para a
civilização ocidental, estão o Direito, bem como a língua latina,que
serviu de matriz lingüística a inúmeros idiomas modernos.
16. Deterioração do exército, crise de suprimento da mão de obra
escrava, inflação, instabilidade política, instituição do colonato, como
novo tipo de relação de trabalho, foram algumas das características
que marcaram o período da história romana conhecida como
Diarquia, instaurada entre os séculos III e V d.C.
(UEPB –2009)
8) Dentre os movimentos sociais que marcaram a República
Romana, podemos destacar as lutas entre patrícios e plebeus. Sobre
estas lutas, é correto afirmar:
A) O casamento entre patrícios e plebeus não foi permitido, apesar
das conquistas do povo romano nas lutas contra os patrícios.
B) Apesar da marginalização política, não havia discriminação entre
patrícios e plebeus.
C) Os plebeus conquistaram, em 367 a.C, o direito de participar do
consulado com a promulgação da Lei Licínia, que também
regulamentou a exploração das terras públicas.
D) Quando um patrício tornava-se insolvente, sem condições de pagar
dívidas, tinha de se submeter ao nexum. Este foi um dos fatores que
causou os conflitos entre plebeus e patrícios.
E) Em 450 a.C, foi publicada a Lei das Doze Tábuas, um dos
fundamentos do Direito Romano, que não assegurou a igualdade
jurídica entre patrícios e plebeus.
GABARITO
1-A; 2-E; 3-C; 4-E; 5-B; 6-A; 7-(01, 02, 08); 8-C.
Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 - Setor Bueno – Goiânia-GO - Fone: 3285-7473 – www.colegioclasse.com.br
- 15 -A
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