Aula 13 – Teoria do Consumidor – 12/04/2010 – Bibliografia VASCONCELLOS (2006) Capítulo 5 e MANKIW (2007) Capítulo 7. Utilidades da teoria do consumidor: a) Servir de guia para elaboração e interpretação de pesquisas de mercado, principalmente as relacionadas com o lançamento de um novo produto cuja demanda potencial é desconhecida. b) fornecer métodos para comparar-se a eficácia de diferentes políticas de incentivo ao consumidor. c) dar alguns elementos necessários à avaliação da eficiência dos sistemas econômicos. Teoria da utilidade. Pessoas desejam consumir porque existe algum prazer em consumir. Ninguém demanda injeção no olho, por exemplo. O prazer do consumidor em consumir pode ser chamado de utilidade. Exemplo: chocolate em barra. Se passarmos a dar uma barra por semana para uma criança, ela fica feliz. Se passarmos a dar 2 barras por semana, a felicidade total aumente, mas a felicidade pelo consumo de cada barra se reduzirá. Se passarmos a dar uma quantidade ilimitada de chocolate, ela não mais vai sentir tanto prazer em consumir cada barra de chocolate. O chocolate deixa de ser um bem escasso. Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 107 A utilidade marginal é decrescente. Utilidade Marginal do consumo de determinada mercadoria é o acréscimo à utilidade total decorrente do consumo de uma unidade adicional dessa mercadoria. Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 107 A utilidade total é a soma de todas as utilidades marginais. Curva de demanda Individual Medida de utilidade do consumo pode ser o valor que a pessoa deseja pagar por determinado bem. A criança está disposta a pagar R$ 4,00 pela primeira barra de chocolate. Pela segunda está disposta a pagar apenas R$ 3,50. Este valor deve ser maior do que a utilidade da terceira barra e menor que a utilidade da primeira barra. Pela terceira barra a criança está disposta a pagar R$ 3,00. Pela quarta barra ela está disposta a pagar R$ 2,00. Pela quinta barra, a criança só pagaria R$ 1,00. Preço marginal de reserva é o preço que o consumidor está disposto a pagar por uma unidade adicional do bem. Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 111 Imagine que o preço é de R$ 1,50. Quantas barras ela vai comprar? R: 4 barras. O EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR é atingido quando o a quantidade consumida é aquela para qual o preço marginal de reserva é igual ao preço efetivo de mercado. Excedente do consumidor: Até agora vimos apenas como ocorre a alocação dos recursos escassos na economia. O excedente do consumidor pode propiciar uma visão de como os recursos são distribuídos. Excedente do consumidor é a diferença entre o que o consumidor está disposto a pagar e o quer ele efetivamente paga por uma mercadoria. Imagine que você tem um disco do Noel Rosa. Você não gosta muito de samba e decide vender. Você decidiu fazer um leilão. Para este leilão, aparecem 4 compradores, que são fãs incondicionais do Noel. John, Paul, George e Ringo. Para cada um deles o disco possui uma utilidade. John paga até 100 Paul paga até 80 George paga até 70 Ringo paga até 50. POR QUE VALOR VOCE VAI VENDER O DISCO? Resposta: por 80 mangos, (ou um pouco acima). Que benefício o John tem ao comprar o disco por 80? 20 mangos. Porque o disco possui uma utilidade de 100 para ele e ele pagou apenas 80. 20 mangos é o excedente do consumidor. Exemplo 2: Imagine que você vá até a Vila Izabel e ache não um, mas dois discos do Noel na lixeira. No leilão, você irá vender os dois pelo mesmo preço, para duas pessoas diferentes. Qual o preço que sairia? Resposta: $ 80 (ou um pouco acima). Qual o excedente do mercado?? 30 do John e 10 do Paul. Excedente total é 40. Fonte: MANKIW (2007) pg 142 Neste gráfico, num primeiro momento existe o excedente do consumidor como preço em vigor. Posteriormente, com a redução do preço, ocorre uma elevação no excedente dos já consumidores e um excedente dos novos consumidores. O que o excedente do consumidor mede? Imagine que você está formulando uma política pública. É importante você levar em conta o que os consumidores desejam. É uma medida de bem estar econômico. Entretanto em alguns casos os formuladores de políticas podem não respeitar as opiniões dos consumidores. No caso dos compradores de heroína, estes podem obter um excedente elevado, já que estão dispostos a pagar uma fortuna pelo bem. Entretanto, mensurar o excedente neste caso não é uma boa idéia para medir o nível de bem estar do consumidor, já que este mesmo não pensa em seu próprio bem estar. Teoria da escolha: Na teoria da utilidade mantivemos todas as demais variáveis que influenciam a utilidade do menino que come chocolate constantes. Isso é chamada de condição coeteris paribus. A utilidade do menino elevou-se, mantendo-se tudo mais constante, ou seja, ele não teve acesso a outros doces novos ou teve seu gosto por chocolate alterado, por exemplo. Na teoria da escolha para simplificar a análise utilizamos o conceito de cesta de mercadorias. Uma cesta de mercadorias nada mais é do que um conjunto de uma ou mais mercadorias associado às quantidades consumidas de cada uma dessas mercadorias. Três condições: 1- O consumidor dirá se prefere uma cesta a outra. Se preferir a primeira em relação à segunda ou se lhe são indiferentes. 2- Se um consumidor preferir a cesta A em relação à B, e preferir B em relação à C, preferirá por óbvio a cesta A em relação à C. Isso implica que o consumidor possui racionalidade lógica. 3- Se todas as mercadorias são desejáveis o consumidor sempre preferirá mais mercadoria do que menos. Curva de indiferença. É o lugar geométrico onde os pontos representam pontos de consumo indiferentes entre si. Podemos representar por uma tabela ou por uma equação. No nosso caso iremos representar por um gráfico. Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 119 Mapa de Indiferença: Conjunto de curvas de indiferença. PROPRIEDADES DAS CURVAS DE INDIFERENÇA: 1- Curvas de indiferença mais distantes da origem representam cestas de mercadorias mais desejadas; curvas de indiferença mais próxima da origem dos eixos representam cestas de mercadorias menos desejadas. POR QUÊ? 2- Curva de indiferença tem sempre inclinação negativa. POR QUÊ? 3- Duas curvas de indiferença jamais se cruzam. POR QUÊ? LINHA DE RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA Se pudessem consumir quantidades infinitas, assim os consumidores o fariam. Entretanto, tal assertiva não é possível. Os consumidores enfrentam a restrição de seus orçamentos. Imagine o caso de João. João consome apenas dois bens, alimentos e vestuário. Qa é a quantidade de alimentos. Qv é a quantidade de vestuário. Pa e Pv são os preços dos alimentos e vestuário. Logo o gasto em consumo de João será de: Pa.Qa+Pv.Qv Isto não pode por óbvio ultrapassar a renda de João. Assim, tem-se: Pa.Qa+Pv.Qv<R Imaginando que João ganha 500 reais por mês e que Pa=R$5,00 e Pv=R$10,00. Se gastasse toda a renda comprando alimentos compraria: R/Pa=500/5=100 unidades de alimentação Se ele gastasse tudo em vestuário: R/Pv=500/10=50 unidades de vestuário. Se ele decidisse gastar 20 unidades de alimentação gastaria 5x20=100, e restaria 400 para comprar vestuário, o que daria um máximo de 400/10=40unidades. Conjunto de cestas de consumo que esgotariam a renda de João: Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 115 Podemos também colocar em um gráfico as restrições orçamentárias: Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 115 Deslocamentos da linha de restrição orçamentária podem ocorrer por dois fatores: modificações na renda do consumidor ou deslocamentos no preço das mercadorias. Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 128 Deslocamentos da restrição orçamentária: A) Redução de alimentação para $4,17 B) Aumento da aimentação para 6,25 C) Redução no vestuário para R$ 8,33 D) Aumento vestuário de Para R$ 12,50 E) Elevação da renda F) Diminuição da renda Equilíbrio do consumidor: Fonte: VASCONCELLOS (2006) pg 130