O Renascimento abre caminhos

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Módulo 3 • Unidade 1
O Renascimento
abre caminhos...
Para início de conversa...
O período que estudaremos é muito significativo para todos os brasileiros.
Sabe por quê? Foi durante o Renascimento – o primeiro grande movimento
de renovação intelectual e artística dos tempos modernos – que Cabral e suas
esquadras chegaram ao Brasil. As conquistas marítimas portuguesas e espanholas,
que também ficaram conhecidas como “As Grandes Navegações”, tornaram-se
possíveis com as conquistas científicas dos séculos XIV a XVI.
O Renascimento é considerado por alguns como um movimento que nega
as conquistas da Idade Média e propõe um retorno à Antiguidade, como se o
período medieval estivesse ligado ao atraso, e o Renascimento, ao progresso. Em
verdade, não houve uma ruptura entre os dois períodos, com o Renascimento
valorizando a cultura laica, racional e científica, enquanto a Idade Média estaria
presa aos valores teocêntricos. Sabemos que não foi bem deste modo, pois
muitos dos valores de ambos os períodos se entrelaçaram, assim como os
pintores renascentistas não se desvincularam completamente da reprodução da
religiosidade medieval em suas obras de arte.
Desse modo, podemos entender que o desenvolvimento científico e
cultural e a mudança de mentalidade renascentista possibilitaram a chegada dos
portugueses à Ilha de Vera Cruz, que foi o primeiro nome do Brasil.
Ciências Humanas e suas Tecnologias • História
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Figura 1: Mapa da Itália no início do Renascimento, movimento que rapidamente se espalhou pela Europa.
Objetivos da aprendizagem:
ƒƒ Relacionar o Renascimento cultural e científico com as conquistas marítimas e comerciais europeias dos séculos
XV e XVI.
ƒƒ Compreender que o Renascimento é uma abertura para novas formas de pensamento, e não uma ideia única,
imóvel e estável.
ƒƒ Caracterizar a oposição entre as culturas humanista e religiosa, identificando o antropocentrismo renascentista e
o teocentrismo medieval.
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Módulo 3 • Unidade 1
Seção 1
O Renascimento
O Renascimento, também conhecido por Renascença, foi um período na história do mundo ocidental que
começou a se desenvolver por volta do século XIII, e que, não por acaso, surgiu na Itália. As cidades italianas do
norte, como Veneza, Milão, Florença e Gênova, foram beneficiadas por suas localizações privilegiadas e se tornaram as
mais ricas do Continente europeu, pois eram o centro do intenso comércio mediterrâneo entre a Europa e o Oriente
Médio. A rapidez com que essas ideias se propalaram deve-se, também, à invenção da prensa móvel, feita pelo
inventor alemão Gutenberg em 1439, que ampliou enormemente a produção de livros, estimulou a arte da escrita e
possibilitou outras formas de difusão de conhecimento sem a intermediação da Igreja. O primeiro livro impresso por
Gutenberg foi a Bíblia.
Além de atingir a Filosofia, as Artes e as Ciências, o Renascimento registra várias transformações culturais,
políticas, sociais, econômicas e religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo. O termo
Renascimento é atribuído ao florentino Giorgio Vasari, pintor e escultor italiano, que o teria utilizado pela primeira
vez em 1550 para explicar o contexto artístico do seu tempo. O Renascimento foi muito além de um simples reviver
da cultura clássica; significou a valorização do ser humano em oposição ao divino e ao sobrenatural, ideias que eram
tão caras para a Idade Média.
Figura 2: As rotas comerciais bloqueadas pelo Império Otomano em 1453 após a queda de Constantinopla. Em preto, as
rotas terrestres e, em cinza, as marítimas.
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Características do Renascimento
Podemos destacar as principais características do Renascimento:
- A valorização da cultura greco-romana.
- A valorização das ciências e da razão, e a crença de que tudo pode ser explicado pela razão.
- O desenvolvimento do conhecimento em várias áreas, como Biologia, Matemática, Física, Astronomia,
Botânica e Anatomia. Daí podermos afirmar que não houve um Renascimento, mas vários renascimentos.
- O antropocentrismo, isto é, a valorização do Ser Humano em contraposição ao Teocentrismo medieval, que
trazia a religião como alicerce de toda a sociedade.
A ideia de Renascimento como a valorização da cultura clássica foi propagada pelos humanistas. Eles
defendiam que os valores morais e éticos, como a solidariedade, a justiça, o respeito, a liberdade e tantos
outros, eram de responsabilidade dos seres humanos, e não apenas uma criação divina como até então
se acreditava. Percebe-se, assim, uma oposição entre essas duas formas de pensamento. As muitas e
divergentes interpretações sobre o Humanismo e o Renascimento também geraram inúmeros debates e
controvérsias entre os historiadores durante os séculos XIX e XX. Desse modo, ao estudarmos o Renascimento, devemos considerar que os historiadores “são fruto do seu tempo” e, assim, imersos em diferentes
temporalidades. Eles escrevem e produzem envoltos e condicionados pelos limites do entendimento da
sua época.
Abaixo temos duas pinturas: a da esquerda representa a Idade Média e a da direita foi
produzida no período renascentista. Observe bem as duas e faça uma comparação.
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O Renascimento e a ciência
Quando as descobertas de Galileu, com a luneta, se tornaram conhecidas, Kepler clamou, entusiasmado: “Ó onisciente luneta, mais preciosa do que o cetro de um rei! Quem te tiver na mão é senhor do
Universo! Quem poderá guardar silêncio ante coisas tão portentosas?”
Houve grande desenvolvimento no campo das ciências durante a época renascentista, responsável por
impulsionar o conhecimento na astronomia, na matemática, na física e na medicina. Eis alguns dos principais
representantes do Renascimento científico:
Nicolau Copérnico (1473-1543) é considerado o pai da Astronomia moderna e foi quem desenvolveu a teoria
heliocêntrica do Sistema Solar, segundo a qual é o Sol, e não a Terra, o centro do sistema planetário.
Johann Kepler (1571 – 1630) aperfeiçoou a teoria de Copérnico, descobrindo que os planetas descreviam
órbitas elípticas em torno do Sol,
André Vesálio (1514-1564) transformou-se no pai da moderna anatomia, publicando, em 1543, o primeiro livro
extenso sobre o assunto: "Sobre a estrutura do corpo humano".
Giordano Bruno defendia que o Universo era um sistema ilimitado em eterna transformação e que a Terra
não estava no centro do Universo. Ele afirmava: "Não existem fins, termos, margens, muralhas que nos defraudem e
roubem a infinita abundância das coisas".
Figura 3. O Homem Vitruviano é a representação do ideal clássico de beleza e suas perfeitas proporções. O desenho apresenta uma figura masculina separada e simultaneamente em duas posições sobrepostas, com os braços inscritos em um círculo
e em um quadrado.
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Figura 4: Linha do tempo indicando os principais acontecimentos históricos ocorridos durante o período do Renascimento.
O Renascimento como expressão das artes
O Renascimento cultural foi tão abrangente que transformou várias áreas do conhecimento. Estudando a
pintura e a escultura, percebe-se que elas, até então, apareciam apenas como detalhes ou complementos das obras
arquitetônicas, enfeitando-as ou passando as mensagens religiosas através dos seus vitrais. A partir do Renascimento
essas manifestações artísticas, além de se tornarem independentes, transformaram-se em referências do próprio
movimento. Embora muitos tenham sido os pintores e escultores do período, você vai conhecer um pouco mais dos
que mais se destacaram: Leonardo Da Vinci e Michelangelo Buonarroti.
Leonardo Da Vinci
Leonardo Da Vinci é um dos mais importantes representantes do Renascimento, passando por várias áreas do
conhecimento que lhe deram destaque como anatomista, engenheiro, matemático, músico, naturalista, arquiteto,
inventor e escultor. Apesar de seus inúmeros trabalhos, foi como artista que conseguiu o reconhecimento e o prestígio
das pessoas de sua época. As principais características de sua pintura são a utilização da técnica da perspectiva,
que dava a ilusão de profundidade, e o uso de cores próximas da realidade. As figuras humanas perfeitas, os temas
religiosos, o uso da matemática em cálculos artísticos, a centralização das principais imagens, as paisagens de fundo
e as figuras humanas com expressões de sentimento também são marcas deste genial pintor.
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Você sabe o que é perspectiva?
Perspectiva é um método utilizado para criar a ilusão de profundidade em uma superfície plana. A palavra é de origem latina, perspicere, e significa “ver através de”. É a representação gráfica do que vemos.
Figura 5: A Última Ceia.
“A Última Ceia” é uma das pinturas mais famosas de Leonardo Da Vinci e foi realizada
entre 1495 e 1497. É uma pintura mural e está no convento dominicano de Santa Maria da
Graça, na cidade italiana de Milão. É considerada por muitos historiadores e estudiosos de
arte como uma das mais importantes e representativas obras de arte de todos os tempos.
Mona Lisa é uma das mais populares pinturas de Leonardo Da Vinci. Também conhecida
como Gioconda, foi retratada entre 1503 e 1506. É uma pintura em óleo sobre madeira de
álamo e está exposta no Museu do Louvre, em Paris.
Figura 6: Mona Lisa.
Michelangelo Buonarroti
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni é outro grande representante do Renascimento. Nasceu em 1475, em
Caprese, e passou parte da infância e adolescência em Florença. Foi pintor, poeta, escultor, arquiteto e desenvolveu seu
trabalho por mais de 70 anos. Ele começou sua carreira como aprendiz e quem lhe ensinou as primeiras técnicas foi Domenico
Girlandaio, que ao perceber seu talento mandou-o para Florença, para aprender com Lorenzo de Médici. Michelangelo
sofreu influências artísticas de vários pintores e intelectuais, pois Florença era centro de muita produção cultural.
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Entre 1508 e 1512 pintou o teto da Capela Sistina, uma de suas mais famosas obras. Também trabalhou na
reconstrução do interior da Igreja de São Lourenço, em Florença, e foi indicado como arquiteto oficial da Basílica de
São Pedro, no Vaticano. Morreu em Roma, em 1564, aos 89 anos de idade.
Seguem quatro das suas obras mais famosas:
Figura 7: “David”, de Michelangelo. Observando esta obra, percebemos o quanto os conhecimentos acerca da Anatomia o
ajudaram enquanto escultor.
Figura 8: “Pietá”, uma das esculturas mais famosas da história.
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Figura 9: O Teto da Capela Sistina é um monumental afresco de Michelangelo realizado entre os anos de 1508 e 1512.
Figura 10: O afresco “A criação de Adão”, feito por Michelangelo, adorna o teto da Capela Sistina, no Vaticano. A cena representa um episódio do Livro de Gênesis, no qual Deus cria o primeiro homem: Adão.
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Já estudamos que muitas das características da chamada ciência moderna surgiram
durante o Renascimento. Este movimento introduziu valores que permitiram a revalorização
da razão e o advento da revolução científica no século XVII. Mas os pesquisadores enfrentaram grandes obstáculos por defenderem suas ideias, como o astrônomo Galileu Galilei, que
foi acusado de ser herege por defender o heliocentrismo.
Cite uma das características da ciência moderna usada desde o Renascimento e indique o principal obstáculo enfrentado pelos homens da ciência no Renascimento.
Sobre a expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI, é correto afirmar que:
a.
Buscava metais preciosos necessários à ampliação e monetarização da economia
europeia.
b. Atendia à ambição dos reis em aumentar o seu poder.
c.
Procurava obter matérias-primas para o mercado europeu que se ampliava crescentemente.
d.
Procurava novos caminhos para atingir as fontes produtoras de especiarias no
Oriente.
e.
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Todas as alternativas estão corretas.
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Seção 2
As Grandes Navegações
Hoje você vai começar a estudar “As grandes navegações”, nome dado a um conjunto de viagens marítimas
realizadas pelos portugueses e espanhóis, a partir do século XIV. Estas viagens expandiram os limites do mundo
conhecido até então e tinham como objetivos principais: encontrar novas terras e descobrir uma nova rota marítima
para as Índias, o que permitiria aos lusitanos comprar as especiarias diretamente dos asiáticos.
Uma das atividades mais lucrativas no final do século XV era o comércio de especiarias asiáticas (pimenta, nozmoscada, açafrão, gengibre, canela etc.), que eram muito procuradas e valorizadas pelos europeus. Essas especiarias
vinham do Oriente, principalmente da Índia e da China, e interessava a Portugal buscar uma nova rota para comprar
tais mercadorias diretamente dos asiáticos, pois quem comandava este lucrativo comércio eram os genoveses e
venezianos.
Além da criação das caravelas, dois fatores podem ser destacados como os que possibilitaram estas viagens
europeias: o aperfeiçoamento dos instrumentos de navegação, que tornaram as viagens um empreendimento mais
seguro, e o desenvolvimento da cartografia, que possibilitou a elaboração de mapas mais precisos. A bússola e o
astrolábio também contribuíram para o êxito deste empreendimento.
Assim, os portugueses lançaram-se aos mares, dando início ao “Ciclo Oriental”, no qual destacamos as seguintes
conquistas:
ƒƒ Em 1415, uma expedição militar tomou Ceuta no noroeste da África. Em 1434, o navegador Gil Eanes atingiu o Cabo Bojador.
ƒƒ Em 1445, os portugueses atingiram a região do Cabo Branco, e, após várias outras conquistas, em 1488,
Bartolomeu Dias contornava o Cabo da Boa Esperança no sul da África.
ƒƒ Em 1498, Vasco da Gama completou o Périplo e chegou à Calicute, na Índia, contornando o Continente
Africano. Assim, os comerciantes portugueses passaram a comercializar as especiarias na Europa, diretamente, obtendo altos lucros, que transformaram Portugal em grande potência econômica da época. Em
uma dessas viagens, uma expedição com 13 caravelas saiu de Portugal, liderada por Pedro Álvares Cabral,
e tendo como objetivo chegar à Índia desviou o seu caminho e no dia 22 de abril de 1500 chegou ao Brasil.
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Figura 11: A bússola é uma agulha magnética que indica a direção do polo Norte e ajuda identificar a posição percorrida
pelo navio.
Figura 12: Modelos de caravela. As caravelas eram embarcações fortes e velozes que permitiam navegar em alto-mar e, em
condições favoráveis, poderiam percorrer até 250 km por dia.
Figura 13: O quadrante é um arco graduado, de 45 graus, que fornece a latitude exata em que se encontra a embarcação.
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Figura 14: O astrolábio consiste em um disco metálico ou de madeira, utilizado para determinar a posição do navio com
base na posição das estrelas.
“No Renascimento, o desejo de expansão territorial e política estimulou muitas decisões por parte
das cortes europeias que estavam então se fortalecendo. A descoberta de novas terras ou de novos
caminhos para terras já conhecidas poderia significar a afirmação do poder Político e o crescimento
econômico tão almejado por muitos reis” (PROENÇA, 1998, p. 29).
Figura 15: As primeiras rotas das grandes navegações.
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Você já leu ou ouviu a frase: “Tudo vale a pena se alma não é pequena”? É um dos versos da poesia de
Fernando Pessoa chamada “Mar português”. Veja, na íntegra, esta famosa obra do poeta:
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
Resumo:
Nesta aula, vimos algumas das principais características do Renascimento, tais quais:
ƒƒ O Renascimento foi um período marcado pelas influências das culturas grega e romana; é uma das marcas
do início da Idade Moderna e tem como peculiaridade a valorização exacerbada da Razão.
ƒƒ O aperfeiçoamento da imprensa por Gutemberg e a impressão de livros possibilitaram a rápida expansão
das ideias renascentistas.
ƒƒ O Renascimento valorizou o estudo das humanidades. A visão antropocêntrica do mundo valorizava o ser
humano, enquanto o Teocentrismo medieval trazia a religião como alicerce da sociedade.
ƒƒ A Igreja foi perdendo a exclusividade na produção do conhecimento. O pensamento religioso medieval foi,
gradualmente, abandonado.
ƒƒ Houve o desenvolvimento de várias áreas do conhecimento, como a Biologia, Matemática, Física, Astronomia,
Botânica e Anatomia. Daí podermos afirmar que não houve um Renascimento, mas vários renascimentos.
Veja ainda
Para ampliar seus conhecimentos sobre o assunto deste texto, damos as seguintes sugestões:
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Filmes sobre o Renascimento:
ƒƒ “Agonia e êxtase” (EUA – Ano de lançamento: 1965 – Diretor: Carol Reed)
O filme trata da relação tumultuada entre o Papa Júlio II (Rex Harrison) e Michelangelo (Charlton Heston) para
a pintura do teto da Capela Sistina. O projeto se transforma em uma batalha de vaidades alimentada pelas diferenças
artísticas e de temperamento, que são o ponto central deste filme.
ƒƒ “Giordano Bruno” (Ano: 1973. Direção: Giuliano Montaldo)
Giordano Bruno é um filme italiano. A trama mostra um episódio polêmico da História: o processo e a execução
do astrônomo, matemático e filósofo italiano Giordano Bruno, queimado na fogueira pela Inquisição por causa de
suas teorias contrárias aos dogmas da Igreja Católica.
Livro:
ƒƒ “O Renascimento – Coleção Discutindo a História”
Autor: Sevcenko, Nicolau – Editora: Atual
O autor defende nesta obra que o Renascimento não deve ser compreendido como uma total ruptura com a Idade
Média, mas como “o florescimento de um longo processo anterior de produção, desencadeado desde a Baixa Idade Média”.
ƒƒ “O Renascimento”
Autora: Proença, Graça. Editora Ática
O livro é da série “História em Movimento”, composta de obras destinadas à leitura extraclasse. Aborda com
clareza o amplo movimento de renovação artística e cultural chamado Renascimento. Em cores, reproduz as mais
significativas obras de arte do período.
Referências
ƒƒ ARRUDA, José Jobson. Nova História Moderna e Contemporânea. Bauru, SP: Edusc, 2004.
ƒƒ FONTANA, Josep. A História dos Homens. São Paulo: Edusc, 2004. 507 p.
ƒƒ PROENÇA, Graça. História em movimento – O Renascimento. São Paulo: Ática. 1998. 80 p.
ƒƒ __________. História da Arte. São Paulo: Ática. 2006. 277 p.
ƒƒ SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto,
2006. 439 p.
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Imagens
• http://www.sxc.hu/photo/1175613 • Sanja Gjenero
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Silk_route.jpg
• http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Meister_aus_Tahull_001.jpg
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pacioli.jpg
• http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg • http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leonardo_da_Vinci_(1452-1519)_-_The_Last_Supper_(1495-1498).jpg)
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mona_Lisa,_by_Leonardo_da_Vinci,_from_C2RMF_retouched.jpg
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:David_von_Michelangelo.jpg
• http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Michelangelo-pieta.jpg
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vatican-ChapelleSixtine-Plafond.jpg
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Creation_of_Adam.jpg
• http://www.sxc.hu/photo/954283 Kriss Szkurlatowski
• http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lagos42.jpg
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mural_Quadrant_-_by_John_Bird_-_London_1773.jpg • Heinz-Josef Lücking
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Módulo 3 • Unidade 1
• http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Astrolabe-Persian-18C.jpg • Andrew Dunn
• http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_19/america.html
• http://www.sxc.hu/photo/517386 • David Hartman.
• http://www.sxc.hu/985516_96035528.
Atividade 1
À esquerda, pintura medieval em formato plano; à direita, pintura renascentista com
abordagens a partir do perspectivismo (profundidade, racionalidade). Além disso, repare
que a figura da esquerda tem um caráter religioso e a da direita, científico.
Atividade 2
O Renascimento trouxe a observação e a experimentação como critérios para explicar os fenômenos naturais. A Igreja Católica foi o grande obstáculo ao trabalho dos pioneiros da Ciência, pois a explicação do mundo passou a ser estabelecida pela razão, e não
pela fé.
Atividade 3
A expansão marítima europeia dos séculos XIV a XVI atendia a vários objetivos, dentre os quais: buscar metais preciosos necessários à ampliação e monetarização da economia europeia; atender à ambição dos reis em aumentar o seu poder; procurar obter matérias-primas para o mercado europeu que se ampliava crescentemente, além de procurar
novos caminhos para atingir as fontes produtoras de especiarias no Oriente.
Deste modo, todas as alternativas estão corretas. (Letra E).
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O que perguntam por aí?
(ENEM 2006, Questão 7, prova amarela)
No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com
palavras o que o escultor Michelangelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação.
(…)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(…)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
trouxeste a chave?
(Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14.)
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:
a. a nostalgia do passado colonialista revisitado.
b. a preocupação com o engajamento político e social da literatura.
c. o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos.
d. a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética.
e. a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
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Resposta:
Alternativa “C”. É a opção que estabelece a relação entre a literatura e a escultura, representadas por Drummond
e Michelangelo. O trabalho do poeta é comparado com o de um escultor, os dois trabalhos são considerados artesanais,
e, neste sentido, as palavras são como um bloco de mármore a ser esculpido para criar a forma desejada.
(ENEM 2010 Questão 135 prova azul ):
Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse et Artificiose Machine, no qual
descrevia uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma roda de hamster, a invenção
permitia que o leitor fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira. Hoje podemos alternar entre
documentos com muito mais facilidade – um clique no mouse é suficiente para acessarmos imagens, textos, vídeos e
sons instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e principalmente a internet – tecnologias que não estavam
disponíveis no Renascimento, época em que Romelli viveu. (BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.)
O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios definidores do hipertexto: a quebra de
linearidade na leitura e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. Além de ser característica
essencial da internet, do ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade se manifesta também em textos
impressos, como
a. dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso à informação.
b. documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e das imagens.
c. relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepção dos fatos.
d. editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos.
e. romances românticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenários.
Resposta:
Alternativa “A”. Uma das características do hipertexto é a quebra da linearidade. Daí, podemos dizer que os
dicionários também têm essa característica, já que permitem o acesso ao texto de acordo com o interesse do leitor.
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Anexo • Módulo 3 • Unidade 1
Questão 38 – Enem 2011 – Prova Azul
Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o
espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa
aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
(SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.)
O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela constante
relação entre
a. fé e misticismo.
b. ciência e arte.
c. cultura e comércio.
d. política e economia.
e. astronomia e religião.
Resposta:
Alternativa “B”. Uma das características do Renascimento é a valorização do homem, da razão e da ciência, que
afastam este período do Teocentrismo. O movimento renascentista muito contribuiu para a relação entre a ciência
e arte, o que podemos perceber no seguinte trecho do texto: “os cientistas também iriam se atirar nessa aventura,
tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento”.
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Caia na rede!
ƒƒ Para se aprofundar no tema do Renascimento, acesse o site a seguir:
http://www.suapesquisa.com/renascimento/ Ele traz muitas informações sobre o período, os artistas mais representativos, abordagens interessantes das
inovações científicas e culturais, além de resumos didáticos.
ƒƒ Você deve ter se encantado com as imagens das obras de Michelangelo, afinal ele é um dos artistas mais
reverenciados da História! Para conhecer mais sobre esta notável personalidade, acesse:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=197 Este site destaca a vida deste grande artista renascentista. Rico em imagens, apresenta as mais conhecidas
obras, tais como: Davi, Pietá, pintura da Capela Sistina, entre outras.
ƒƒ Para quem busca informações sobre a base filosófica deste importante momento da História, a dica é acessar: http://www.mundodosfilosofos.com.br/renascenca.htm Lá você encontra discussões acerca de temas como humanismo, aristotelismo, ceticismo, estoicismo e
platonismo.
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