1 MAÇONS MEDIEVAIS OU OS PRIMÓRDIOS DA MAÇONARIA 12121212-1492 ROBERTO AGUILAR M. S. SILVA A∴R∴L∴S∴ SENTINELA DA FRONTEIRA FRONTEIRA, CORUMBÁ, MS ACADEMIA MAÇÔNICA DE LETRAS DE MATO GROSSO GROSSO DO SUL BRASIL 2 MAÇONS MEDIEVAIS OUOS PRIMÓRDIOS DA MAÇONARIA 12121212-1492 1492 ROBERTO AGUILAR M. S. SILVA A∴R∴L∴S∴ SENTINELA DA FRONTEIRA FRONTEIRA, CORUMBÁ, MS ACADEMIA MAÇÔNICA DE LETRAS DE MATO GROSSO GROSSO DO SUL BRASIL A Idade Média A Idade Média, Idade Medieval, era Medieval ou Medievo foi o período intermédio numa divisão esquemática da História da Europa, convencionada pelos historiadores, em quatro "eras", a saber: a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea. Este período caracteriza-se pela influência da Igreja sobre toda a sociedade. Esta encontra-se dividida em três classes: clero, nobreza e povo. Ao clero pertence a função religiosa, é a classe culta e possui propriedades, muitas recebidas por doações de reis ou nobres a conventos. Os elementos do clero são oriundos da nobreza e do povo. A nobreza é a classe guerreira, proprietária de terras, cujos títulos e propriedades são hereditários. O povo é a maioria da população que trabalha para as outras classes, constituído em grande parte por servos. O sistema político, social e económico característico foi o feudalismo1, sistema muito rígido em progressão social. 1 O feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações servocontratuais (servis). Tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou na Europa durante a Idade Média. 3 Fome, pestes e guerras são uma constante durante toda a era medieval. As invasões de árabes, vikings e húngaros dão-se entre os séculos VIII e XI. Isto trouxe grande instabilidade política e económica. A economia medieval é em grande parte de subsistência. A riqueza era medida em terras para cultivo e pastoreio. O comércio era escasso e a moeda era rara. A economia baseava-se no escambo2. Muitos Estados europeus são criados nesta época: França, Inglaterra, Dinamarca, Portugal e os reinos que se fundiram na moderna Espanha, entre outros. Muitas das línguas faladas na Europa evoluíram nesta época a partir do latim, recebendo influências dos idiomas dos povos invasores. O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, ter-se-ia iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente3, no século V (em 476 d. C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente4, com a Queda de 2 Escambo,permuta, troca direta ou, simplesmente, troca é a transacção ou contrato em que cada uma das partes entrega um bem ou presta um serviço para receber da outra parte um bem ou serviço em retorno, sem que um dos bens seja moeda. Isto é, sem envolver dinheiro ou qualquer aplicação monetária aceita ou em circulação. 3 O Império Romano do Ocidente constituía a metade Ocidental do Império Romano após a sua divisão por Diocleciano em 286 d.C. e existiria intermitentemente em diversos períodos entre os séculos III e V, após a Tetrarquia de Diocleciano e as reunificações associadas a Constantino o Grande e seus sucessores. Considera-se que o Império Romano do Ocidente terminou com a abdicação de Rômulo Augusto em 4 de setembro de 476, forçada pelo chefe germânico Odoacro. Sua contraparte, o Império Romano do Oriente, sobreviveria por mais 1.000 anos. Embora unido lingüisticamente - e, mais tarde, sob o cristianismo romano -, o Império Romano do Ocidente englobava, na verdade, grande número de culturas diferentes que haviam sido assimiladas de maneira incompleta pelos romanos, diferentemente do Império Romano do Oriente, que falava o grego e era culturalmente unificado desde as conquistas de Alexandre o Grande no século IV a.C. Portanto, o Império Romano de fato era dividido em termos culturais, religiosos e lingüísticos. Se o Oriente helenístico sustentava-se em torno da cultura grega e da Igreja Ortodoxa, a unidade cultural do Ocidente foi gravemente afetada pelo influxo dos bárbaros. Em 410, Roma foi saqueada pela primeira vez em mais de 800 anos, pelos visigodos comandados por Alarico I, e aos poucos a parte Ocidental do império passou a ser governada pelas tribos invasoras. Apesar de breves períodos de reconquista pelo Império Romano do Oriente, o Império do Ocidente não conseguiria reerguer-se. 4 O Império Bizantino (em grego Βασιλεία Ῥωµαίων), inicialmente conhecido como Império Romano do Oriente ou Reinado Romano do Oriente, sucedeu o Império Romano (cerca de 395) como o império e reinado dominante do mar Mediterrâneo. Sob Justiniano I, considerado o último grande imperador romano, albergava Cartago e áreas nos atuais Marrocos, sul da península Ibérica, sul da França, Itália, bem como suas ilhas, península Balcânica, Anatólia, Egito, Oriente Próximo e a Crimeia, no mar Negro. Sob a perspectiva ocidental, não é errado inserir o Império Bizantino no estudo da Idade Média, mas, a rigor, ele viveu uma extensão da Idade Antiga. Os historiadores especializados em Bizâncio em geral concordam que seu apogeu se deu com o grande imperador da dinastia Macedônica, Basílio II Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros), no início do século IX. A sua regressão territorial gradual delineou a história da Europa medieval, e sua queda, em 1453, frente aos turcos otomanos, marcou o fim da Idade Média. A palavra bizantino vem de Bizâncio, o antigo nome da capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla. O termo bizantino começou a ser utilizado por historiadores do século XVII para se criar uma distinção entre o Império da Idade Média e o da Antiguidade. O Tradicionalmente, era conhecido apenas como Império Romano do Oriente 4 Constantinopla5, no século XV (em 1453 D.C.) ou com a descoberta da América (em 1492). A Era Medieval pode também ser subdividida em períodos menores, num dos modos de classificação mais populares, é separada em dois períodos: 1. Alta Idade Média, que decorre do século V ao X; 2. Baixa Idade Média, que se estende do século XI ao XV. Uma outra classificação muito comum divide a era em três períodos: 1. Idade Média Antiga (ou Alta Idade Média ou Antiguidade Tardia) que decorre do século V ao X; 2. Idade Média Plena (ou Idade Média Clássica) que se estende do século XI ao XIII; 3. Idade Média Tardia (ou Baixa Idade Média), correspondente aos séculos XIV e XV. Esse período inicial da história medieval é conhecido como "Primeira Idade Média", pois é uma fase de transição e de adaptações da Europa. Períodos históricos "de transição" também podem ser denominados Idade Média, porém o período medieval é um evento estritamente europeu. Principalmente a partir do século V, os pensadores cristãos perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, com o intuito de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Desse modo a Filosofia, que até então possuía traços marcadamente clássicos e helenísticos6, passou a receber (devido à divisão do Império feita pelo imperador romano Teodósio I, no século IV da Era Cristã). 5 Denomina-se queda de Constantinopla a conquista da capital bizantina pelo Império Otomano sob o comando do sultão Maomé II, na terça-feira, 29 de maio de 1453. Isto marcou não apenas a destruição final do Império Romano do Oriente, e a morte de Constantino XI, o último imperador bizantino, mas também a estratégica conquista crucial para o domínio otomano sobre o Mediterrâneo oriental e os Bálcãs. A cidade de Constantinopla permaneceu capital do Império Otomano até a dissolução do império em 1922, e foi oficialmente renomeada Istambul pela República da Turquia em 1930. 6 Designa-se por período helenístico (do grego, hellenizein – "falar grego", "viver como os gregos") o período da história da Grécia e de parte do Oriente Médio compreendido entre a morte de Alexandre o Grande em 323 a.C. e a anexação da península grega e ilhas por Roma em 146 a.C.. Caracterizou-se pela difusão da civilização grega numa vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia Central. De modo geral, o helenismo foi a concretização de um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava. Foi naquele período que as ciências particulares tiveram seu primeiro e grande desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides e Arquimedes. O helenismo marcou um período de transição para o domínio e apogeu de Roma. Durante o período helenista foram fundadas várias cidades de cultura grega, entre elas Alexandria e Antioquia, capitais do Egito ptolemaico e do Império Selêucida, respectivamente 5 influências da cultura judaica e cristã. Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como: "Fé", "Salvação", "Providência e Revelação Divina" e "Criação a partir do nada" passaram a fazer parte de temáticas filosóficas. A partir do século IX, desenvolveu-se a principal linha filosófica do período, que ficou conhecida como Escolástica7. Essa filosofia ganhou acentos notadamente cristãos, surgida da necessidade de responder às exigências de fé ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade e, por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da mesma fé. A Escolástica teve uma constante de natureza neoplatônica8, que combinava elementos do pensamento de Platão9 com valores de ordem espiritual, reinterpretados pelo Ocidente cristão. No século XIII, Tomás de Aquino10 incorporou elementos da filosofia de Aristóteles11 no pensamento escolástico. A questão chave que vai atravessar todo o pensamento filosófico medieval é a harmonização de duas esferas; "a 7 A Escolástica (ou Escolasticismo) é uma linha dentro da filosofia medieval, de acentos notadamente cristãos, surgida da necessidade de responder às exigências da fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade. Por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da mesma fé. Esta linha vai do começo do século IX até ao fim do século XVI, ou seja, até ao fim da Idade Média. Este pensamento cristão deve o seu nome às artes ensinadas na altura pelos escolásticos nas escolas medievais. Estas artes podiam ser divididas em Trivium (gramática, retórica e dialéctica) e Quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música). A escolástica resulta essencialmente do aprofundar da filosofia. 8 O Neoplatonismo foi uma corrente de pensamento iniciada no século III que se baseava nos ensinamentos de Platão e dos platônicos, mas interpretando-os de formas bastante diversificadas. Apesar de muitos neoplatônicos não admitirem, o neoplatonismo era muito diferente da doutrina platônica. O prefixo neo, inclusive, só foi adicionado pelos estudiosos modernos para distinguir entre os dois, mas na época eles se autodenominavam platônicos. 9 Platão (em grego: Πλάτων, transl. Plátōn, "amplo", Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 a.C.) foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acreditase que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento. 10 São Tomás de Aquino (Roccasecca, 1225 — Fossanova, 7 de março 1274) foi um padre dominicano, filósofo, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado Doctor Communis ou Doctor Angelicus pela Igreja Católica. 11 Aristóteles (em grego: Ἀριστοτέλης, transl. Aristotélēs; Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, a poesia, o teatro, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. 6 fé" e "a razão". O pensamento de Agostinho de Hipona12 (século V) reconhecia a importância do conhecimento, mas defendia uma subordinação maior da razão em relação à fé, por crer que esta última venha restaurar a condição decaída da razão humana. Já a linha de Tomás de Aquino (século XIII) defende maior autonomia da razão na obtenção de respostas, apesar de não negar tal subordinação da razão à fé. Como resultado das migrações bárbaras13 e da implosão do Império Romano do Ocidente, a Europa Ocidental do início da Idade Média era pouco mais que uma manta de retalhos de populações rurais e tribos bárbaras. Perdeu-se o acesso aos tratados científicos original da antiguidade clássica (em grego), ficaram apenas versões resumidas, e até deturpadas, que os romanos tinham traduzido para o latim. A única instituição que não se desintegrou juntamente com o falecido império, a Igreja Católica, manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica14. O homem instruído desses séculos era quase sempre um clérigo15 para quem o estudo dos conhecimentos naturais era uma pequena parte de sua escolaridade. Esses estudiosos viviam numa atmosfera 12 Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius Augustinus), dito de Hipona, conhecido como Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um Padre latino e Doutor da Igreja Católica. 13 Na História da Europa, dá-se o nome de invasões bárbaras, ou período das migrações, ou a expressão alemã Völkerwanderung [fœlkervandəruŋ], à série de migrações de vários povos que ocorreu entre os anos 300 a 900 a partir da Europa Central e que se estenderia a todo o continente. A referência aos bárbaros, nome cunhado pelos gregos e que em grego antigo significava apenas estrangeiro, foi usada pelos Romanos para designar os povos que não partilhavam os seus costumes e cultura (nem a sua organização política),pode induzir alguns leitores, incorrectamente, na hipótese que as migrações implicaram violentos combates entre os migrantes e os povos invadidos. No entanto, a história provou que nem sempre assim foi, já que os romanos também eram chamados de "bárbaros" (estrangeiros) pelos gregos e os povos migrantes já coexistiam pacificamente com os cidadãos do Império nos anos que antecederam este período. 14 Um mosteiro ou monastério é uma instituição e edifício de habitação, oração e trabalho de uma comunidade de monges ou monjas. Os mosteiros budistas são chamados de Vihara (embora no budismo tibetano possa ser usado o termo "gompa"). Os mosteiros cristãos ocidentais também são chamados de abadia, priorado, convento cartuxo, convento de frades, e preceptoria, enquanto a habitação de freiras também pode ser chamada de convento. A vida comum de um mosteiro cristão é chamada cenobítica, ao contrário do anacorético (ou anacoreta) da vida de um anacoreta e da vida eremítica de um eremita. 15 Clero (do grego κληρος, transl. klêros), designa o conjunto de sacerdotes (ou clérigos ou ainda ministros sagrados) responsável por um culto religioso. 7 que dava prioridade à fé e tinham a mente mais voltada para a salvação das almas do que para o questionamento de detalhes do universo físico. Em alguns aspectos, no século IX, o retrocesso causado pelas migrações já estava revertido. No século X ocorre a contenção das últimas ondas de invasões estrangeiras. E por volta de 1100 ocorre uma revolução que combinou renascimento urbano e comercial, ampliação de culturas e fronteiras agrícolas, crescimento econômico, desenvolvimento intelectual e grandes evoluções tecnológicas. Começam a serem abertas novas escolas ao longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas menores. Por volta de 1200 são fundadas as primeiras universidades – Paris, Coimbra, Bolonha e Oxford – (em 1500 já seriam mais de 70). Começa um forte movimento de tradução de documentos em língua árabe e grega, que tornam o conhecimento do mundo antigo novamente disponível para os eruditos europeus. Tudo isso possibilitou um grande progresso em conhecimentos como a Astronomia, a Matemática, a Biologia e a Medicina. Causavam espanto e admiração inovações tais como grandes relógios mecânicos que transformaram a noção de tempo nas cidades. Presenciaramse descobertas como as dos óculos, em 1285, e da prensa móvel, em 1448. Houve também muitas inovações na forma de utilizar os meios de produção, com as técnicas de serralheria e incisão de pedras, a fundição de ferro, e os avanços nas técnicas de construção aplicadas ao estilo gótico. No setor agrícola, temos o desenvolvimento de ferramentas como a charrua16, melhorias em carroças e carruagens, arreios para animais de carga, e a utilização de moinhos d'água. Avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio17, na confecção de mapas e a invenção das caravelas tornaram possível a expansão marítimo-comercial Europeia na Idade Moderna. 16 A charrua é semelhante ao arado, mas rasga mais profundamente a terra e é mais durável, já que usa-se o ferro na sua construção; geralmente, essa relha de ferro é puxada por animais. Esse sistema foi desenvolvido durante a Idade Média Central, e era considerado um dos avanços tecnológicos daquela época. Sua adoção proporcionou um aumento na produção, e dessa forma gerou um excedente de alimentos, já que antes era praticada a agricultura de substência. Mais tarde, esse entre outros avanços tecnológicos ajudaram no retorno da prática do comércio devido à sobra de produtos. 17 O astrolábio é um instrumento naval antigo, usado para medir a altura dos astros acima do horizonte. 8 Antes de 1500, a visão do mundo dominante na Europa, assim como na maioria das outras civilizações, era orgânica. As pessoas viviam em comunidades pequenas e coesas, e vivenciavam a natureza em termos de relações orgânica, caracterizadas pela interdependência dos fenômenos espirituais e materiais e pela subordinação das necessidades individuais às da comunidade. A natureza da ciência medieval baseava-se na razão e na fé, e sua principal finalidade era compreender o significado das coisas e não exercer a predição ou o controle da história. A Idade Média foi, em termos bélicos, como um período de grandes desenvolvimentos tecnológicos, essencialmente provindos de dois grandes laboratórios, o Médio Oriente e a península Ibérica. As duas zonas, que desde muito cedo se tornaram palcos de violentas batalhas entre mouros18 e cristãos, 18 Denominam-se mouros de forma geral às populações islamizadas do noroeste de África, responsáveis pela Invasão islâmica da península Ibérica a partir do século VIII. Na Antiguidade, os romanos denominavam "mauri" (mauros) às populações que habitavam a região noroeste da África, que por sua vez designavam de Mauritânia. Estas populações pertenciam a grupo étnico maior, o dos berberes, que posteriormente, à época da expansão islâmica, vieram a adotar esta religião, muitos dos quais adotando mesmo a língua árabe, além do idioma nativo. Estas populações juntaram-se aos árabes na conquista da península Ibérica durante o século VIII. A chamada "civilização moura" ou "civilização mourisca", que floresceu na Idade Média, era predominantemente árabe. Na tradição oral portuguesa, os mouros são protagonistas de narrativas associáveis a cultos pré-cristãos, muitas vezes pré-históricos. Em geral, as lendas 9 fizeram com que a prática, a filosofia, a tecnologia e a própria génese da guerra evoluíssem. Temos que ter consciência que os termos cruzada19 e jihad20 surgem nesta época, e embora ambas tenham um significado extremamente semelhante, são dois paradigmas de uma realidade muito peculiar. Quando ocorreu a invasão muçulmana da península Ibérica21, o povo dominante eram os Visigodos22, cujos exércitos se apoiavam essencialmente das mouras encantadas que guardam tesouros, andam associadas a montes, florestas, rochedos, monumentos pré-históricos ou fontes e revelam restos de tradições muito antigas. 19 Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão. Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob controle dos turcos muçulmanos. No médio oriente, as cruzadas foram chamadas de invasões francas, já que os povos locais viam estes movimentos armados como invasões e por que a maioria dos cruzados vinha dos territórios do antigo Império Carolíngio e se auto-denominavam francos. 20 Jihad (em árabe: د, jihād) é um conceito essencial da religião islâmica. Pode ser entendida como uma luta, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita. Ao contrário do que muitos pensam, jihad não significa "Guerra Santa", nome dado pelos Europeus às lutas religiosas na Idade Média (por exemplo: Cruzadas). Aquele que segue a Jihad é conhecido como Mujahid. 21 A invasão muçulmana da Península Ibérica, também chamada conquista árabe ou conquista muçulmana, refere-se a uma série de deslocamentos militares e populacionais ocorridos a partir do esforço iniciado em 711, quando tropas muçulmanas vindas do Norte de África, lideradas pelo general Tárique, cruzaram o mar Mediterrâneo, na altura do estreito de Gibraltar, e entraram na península Ibérica, vencendo Rodrigo, o último rei visigodo da Hispânia, na batalha de Guadalete. Após a vitória, termina o Reino Visigótico de Toledo. Nos séculos seguintes, os muçulmanos foram alargando as suas conquistas na península, assenhoreandose do território designado em língua árabe como Al-Andalus, que governaram por quase oitocentos anos. Al-Andalus (em árabe: ا ــــد س, al-ʼAndalus; alåndɑlʋs) foi o nome dado à península Ibérica pelos seus conquistadores islâmicos do século VIII, tendo o nome sido 10 numa infantaria pesada, muito lenta. Os exércitos mouros, todavia, utilizavam uma cavalaria extremamente veloz, com armamento defensivo muito ligeiro, que lhes permitia uma rápida evolução no terreno e que deu a estes exércitos a vantagem, pelo menos numa fase inicial, e permitiu a conquista da maior parte da península a um ritmo apenas observado nos conflitos contemporâneos. Peste negra Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes europeus morreu nesta época, seja pela doença, por guerras ou por fome. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. utilizado para se referir à península independentemente do território politicamente controlado pelas forças islâmicas. 22 Os visigodos foram um de dois ramos em que se dividiram os godos, um povo germânico originário do leste europeu, sendo o outro os ostrogodos. Ambos pontuaram entre os bárbaros que penetraram o Império Romano tardio no período das migrações. Após a queda do Império Romano do Ocidente, os visigodos tiveram um papel importante na Europa nos 250 anos que se seguiram, particularmente na península Ibérica, onde substituíram o domínio romano na Hispânia, reinando de 418 até 711, data da invasão muçulmana, que substituiria o reino visigodo pelo Al-Andaluz. 11 Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos. Muitos fugiam para o meio rural com medo de serem infectados. Imagem extraída de Bíblia (Toggenburg Bible, 1411) que retrata os efeitos da Peste na população européia do período medieval. Médico (usando máscara) que cuidava de doentes com a peste negra. 12 Maçonaria Medieval Segundo a Loja São Paulo 43, a Maçonaria tem sua origem na Inglaterra, na época medieval. Uma data histórica separa dois períodos da Instituição: 24 de junho de 1717. Até esta data, podemos classificá-la como Maçonaria Operativa. A partir disso, Maçonaria Aristocrática, cujo limite se estende ao ano de 1789. Deste ano em diante, até os nossos dias, surge o período Democrático. Maçonaria Operativa Neste período, as Lojas, as organizações dos pedreiros (freemasons) usavam pergaminhos legais, conhecidos como “Old Charges”- “Antigos Deveres”, baseando neles seus Regulamentos Gerais. Os “Old Charges” faziam referência às Lojas e aos Regulamentos, Deveres, Segredos e Usos da Fraternidade. Uma das primeiras referências que temos de um maçom é um libelo contra o Nicholas le maçom (“Nicholas le Freemason”) que em 1325 foi acusado de ajudar os prisioneiros fugir de prisão Newgate em Londres. Prisão Newgate em Londres. 13 No entanto, este é simplesmente o primeiro uso conhecido da palavra em Inglês, e há uma referência em latim para Sculptores Liberorum Lapidum (escultores de pedras), em Londres em 1212. Conforme Prescott (2011) as origens da moderna maçonaria como um movimento social encontram-se as fraternidades religiosas que floresceram particularmente após a Peste Negra de 1349. Essas fraternidades existiram primeiramente para orar pelas almas dos seus membros, mas cada vez mais, fraternidades particulares receberam a participação de certas grupos de artesãos (guildas), e eles começaram a assumir a responsabilidade pela regulamentação do comércio. Estas corporações emergentes começaram a ser dominada por grupos de elite. Guilda de tecelões. A sugestão de que isso aconteceu dentro do ofício dos pedreiros ocorreu em Londres, em 1376, onde há uma referência à corporação dos pedreiros livre (“freemasons”) que depois foi substituída pela palavra 'maçom'. Existem outras indicações de que a partir do século XIV, o termo maçom foi sendo cada vez mais aplicada aos prósperos pedreiros contratados para 14 trabalhos individuais. A peste negra tinha causado uma escassez de artesãos qualificados particularmente acentuada no setor da construção civil. Guildas As guildas, corporações artesanais ou corporações de ofício, eram associações de artesãos de um mesmo ramo, isto é, pessoas que desenvolviam a mesma atividade profissional que procuravam garantir os interesses de classe . Ocorreram na Europa, durante a Idade Média e mesmo após. Cada cidade tinha sua própria corporação de ofício. Essas corporações tinham como finalidade proteger seus integrantes. As primeiras guildas surgiram para direito do trabalhador (o mais antigo testemunho das guildas chegado a nós data de 779 d. C., mas as fontes não conseguem confirmar o local onde surgiram). Apesar de a maioria das guildas limitar-se às fronteiras da cidade ou comuna, algumas formaram-se sobre espaço geográfico amplo, por vezes uma nação inteira. Também havia as associações de mercadores, ou hansas, que monopolizavam determinados trechos de comércio. O segredo industrial era parte importante da instituição das guildas. A passagem para o grau de mestre normalmente acontecia com a revelação destes segredos. Hierarquia nas guildas Aprendizes Os aprendizes iniciavam seu treino ainda na infância, quando passavam para a tutela de um mestre; com o tempo e longo aprendizado, podiam chegar a mestres também, se fossem aprovados num exame da corporação (a obraprima). Normalmente os aprendizes eram filhos ou parentes do mestre. Eles trabalhavam recebendo, em troca, comida, moradia, etc. Mestres Os mestres eram os donos das oficinas, devidamente licenciados como sábios na atividade. 15 Artesãos Os artesãos eram trabalhadores pagos que embora terminado o seu aprendizado, não possuiam oficinas próprias. Em 1425, foi aprovada uma lei que proíbia os pedreiros de realizarem assembléias para exigir salários mais altos. É neste caso que podemos encontrar nas origens da Maçonaria de que grupos de maçons tinham recebidos cartas permitindo-lhes realizar suas assembléias. Eles também reagiram contra a estratificação crescente da sua profissão, desenvolvendo procurando demonstrar que todos os pedreiros eram irmãos através de estatutos de igualdade. Os Manuscritos Regius e Cooke Os dois manuscritos, preservados na Biblioteca Britânica e conhecidos como os manuscritos Regius e Cooke, aparentemente foram utilizadas por esses encontros ilícitos. O núcleo lendas sobre os Manuscritos Regius e Cooke, em especial a alegação de que os maçons receberam uma carta do rei Edwin23, um alegado 23 Edwin de Inglaterra (941? - 1 de Outubro, 959) foi Rei de Inglaterra de 955 a 959. Era o filho mais velho do rei Edmundo I de Inglaterra, e sucedeu ao tio Edred. Edmundo I (921 - 26 de Maio, 946) foi Rei de Inglaterra entre 939 e 946, sucedendo ao seu irmão Athelstane. Era um dos filhos de Eduardo o Velho. Edmundo lidou com várias revoltas e invasões dos reinos vizinhos ao que era então Inglaterra. Estabeleceu uma aliança com o rei Malcolm I da Escócia onde ficaram determinadas as fronteiras entre os dois países. Edmundo foi um defensor do cristianismo e fundou diversos mosteiros. Em 946, Edmundo foi assassinado durante um banquete por Leofa, um homem que havia sido exilado da corte. Como os seus filhos, Edwin e 16 filho do rei anglo-saxão Aethelstan24, continua a ser de fundamental importância para a Maçonaria moderna. Maçons esperam há muito tempo que estas lendas incorporem algo espécial dessas antigas lendas transmitida de boca a boca. Muitos manuscritos sobrevivem da Historia, classificados em 8 recensões (famílias de manuscritos) que diferem entre si em vários aspectos. Alguns manuscritos incluem uma menção ao quarto ano do reinado de Merfyn (825844), rei de Gwynedd25, o que indicaria que o texto foi escrito entre os anos 829 e 830. Porém, como os eventos históricos tratados na obra terminam no século VII, alguns pesquisadores acreditam que o texto atual da Historia pode estar baseado numa versão ainda mais antiga. De fato alguns manuscritos atribuem a obra ao filho de Urien de Rheged, um líder militar que viveu no século VI. Edgar, eram apenas crianças à data da sua morte, foi sucedido pelo irmão Edred. O reinado de Edwin de Inglaterra foi marcado por conflitos internos com os seus súbditos e a Igreja Católica. A insatisfação dos nobres, encabeçados pelo seu irmão Edgar, causou uma breve guerra civil que Edwin perdeu na batalha de Gloucester. Nos acordos subsequentes, o reino foi dividido: Edwin permaneceu senhor dos territórios a sul do Tamisa, incluíndo Wessex e Kent, enquanto que Edgar se tornou rei no Norte. Com a morte de Edwin sem descendência, a Inglaterra voltou a unir-se nas mãos de Edgar. 24 Athelstane ou Athelstan ou Æþelstān (c. 895 - 27 de Outubro, 939) também chamado de "O Glorioso", foi rei da Inglaterra desde 924 a 939. Seu reinado é frequentemente deixado de lado pelos historiadores modernos, enfocando-se mais no de seu avô, Alfredo o Grande, ou no de seu sobrinho, Edgar o Pacífico. Entretanto, seu reinado foi de importância fundamental para o desenvolvimento político do século X. Athelstane era o primogênito de Eduardo o Velho, rei de Wessex, e de Edwina que era de origem humilde. Por este motivo eles se separaram e os filhos do casal foram declarados ilegítimos. Eduardo casou-se novamente, desta vez com Elfleda, que foi declarada como rainha e sua primeira esposa. Seu pai sucedeu ao trono de Alfredo o Grande sem nenhuma dificuldade. Sua tia, irmã de Eduardo, Ethelfleda, regeu a Mércia logo após a morte de seu marido, Ethelred. Com a morte de Ethelfleda, Eduardo rapidamente tomou o controle da Mércia e, com a morte de seu pai, Athelstane regeu os dois reinos. 25 Gwynedd é uma das 22 Principal Areas (regiões dirigentes) do País de Gales Localizada no noroeste do País, foi nomeada assim devido ao antigo Reino de Gwynedd que existia no local. Embora seja uma das maiores regiões, em termos geográficos, é uma das menores em densidade populacional. Esta é uma Região Dirigente cuja grande porção da população é falante da língua galesa. Em Gwynedd localiza-se a Bangor University, a Península de Llŷn, e a maior parte do Snowdonia National Park. O nome "Gwynedd" é também usado para o condado histórico preservado (preserved county), num total de 8, que até 1996 era uma divisão política oficial em Gales e cobria a região atual de Gwynedd e a região de Anglesey. Gwynedd foi um Reino, o Reino de Gwynedd independente desde o final do Período Romano até o século XIII quando foi conquistado e dominado pela Inglaterra. O território moderno de Gwynedd está baseado no território do antigo reino e foi um dos oito condados originalmente criados em 1º de abril de 1974 sob uma lei do governo local de 1972. A área deste condado cobria toda a área do condado histórico de Anglesey, Caernarvonshire com a totalidade de Merionethshire além da Edeyrnion Rural District (que foi para Clwyd), e também algumas poucas parishes (paróquias) em Denbighshire: Llanrwst, Llansanffraid Glan Conwy, Eglwysbach, Llanddoget, Llanrwst Rural e Tir Ifan. Este condado foi dividido em 5 distritos: Aberconwy, Arfon, Dwyfor, Meirionnydd e Anglesey. 17 Há um grupo de manuscritos que possui um prólogo elaborado, escrito em primeira pessoa, que atribui a tal Nênio26 a autoria da obra. Este Nênio é identificado como um monge galês que viveu no século IX, mas é incerto se este personagem foi realmente o autor ou se o prólogo é uma interpolação posterior. Outra possibilidade é que Nênio tenha sido um editor de uma versão mais antiga da Historia. O manuscrito mais completo conservado atualmente, que porém não inclui o prólogo, é o chamado Harleian 3859, datado de c. 1100 e conservado hoje na Biblioteca Britânica. Além das versões em latim, há vários manuscritos com uma versão livre da Historia em irlandês médio (Lebor Bretnach) realizada no século XI. Manuscrito Regius O Manuscrito Regius (poema maçônico, manuscrito real ou manuscrito Halliwell), data de 1390 e é composto de 794 versos com rima emparelhada em inglês arcaico, e tratam de como os mistérios maçônicos eram praticados na Inglaterra do Século XIV. Sua autoria não é totalmente esclarecida, sendo atribuído a um sacerdote que provavelmente tenha sido capelão ou de secretário da maçonaria. Foi publicado pela primeira vez em 1840 por James O. Halliwell com o título The Early History of Freemasonry in England, sendo sua existência mencionada já em 1670, num inventário da biblioteca de John Seller, vendido posteriormente à Robert Scott, onde voltou a figurar em um novo inventário realizado em 1678. Atualmente o manuscrito encontra-se no 26 Nênio ou Nénio (em latim Nennius) foi um monge galês que viveu no século IX. Nênio é conhecido como autor da Historia Brittonum (História dos Bretões), uma obra escrita em latim sobre a história antiga da Grã-Bretanha. Escrita em Gales no século IX, a Historia sobrevive atualmente em 33 manuscritos, quatro dos quais contém um prólogo supostamente escrito por Nênio em primeira pessoa. Neste prólogo, Nênio declara que usou várias fontes antigas para criar sua obra e que era discípulo de Elvodugus, comumente identificado com o bispo Elfoddw de Gwynedd, que convencera Gales a celebrar a Páscoa na mesma data da Igreja Romana, em 768. Uma tradução da Historia ao irlandês antigo realizada no século XI também aponta Nênio como autor. Na história galesa existe outro Nemnivus, mencionado num manuscrito do nono século, que teria criado um alfabeto britânico (alfabeto Nemnivus) em resposta à acusação maliciosa feita por um estudante saxão de que os bretões não possuíam alfabeto próprio. É possível, mas de nenhuma maneira certo, que Nênio e este Nemnivus sejam a mesma pessoa. Como não há manuscritos da Historia da época de vida de Nênio e poucos são os que contém o prólogo, muitos historiadores, como David N. Dumbille, consideram o prólogo como uma interpolação tardia - comum na Idade Média. A Historia Brittonum deveria, assim, considerar-se como anônima. 18 Museu Britânico, transferido da biblioteca real (quando passou a ser conhecido por Manuscrito Regius) em 1757 por doação do rei Jorge II. O texto original foi gravado em inglês arcaico, com letras góticas, sobre pele de carneiro. É composto por 64 páginas, contendo 794 versos. A data de sua produção, segundo especialistas, estima-se como sendo situada na década de 1390, apesar de que, supõe-se que tenha sido copiado de um documento mais antigo. O autor é desconhecido e o local de origem, segundo o historiador maçónico Wilhem Begemann, é a cidade inglesa de Worcester (fundada em 407 DC). Desde a sua redação até ser descoberto como documento maçónico, o trajeto percorrido pelo manuscrito é um tanto incerto. Aparentemente, ele foi propriedade de vários antiquários e colecionadores, tendo sido adquirido pelo Rei Carlos II, passando a pertencer à biblioteca real (Royal Library), a qual, em 1757, foi doada pelo Rei George II ao Museu Britânico. Atualmente, o documento original está guardado na Biblioteca Britânica (British Library) e faz parte da Colecção Real de Manuscritos (Royal Manuscript Collection). Para aqueles que gostariam de lê-lo em inglês é possível adquirir uma cópia por download no site da livraria virtual Amazon.com. Durante muito tempo, o Poema Régio foi descrito como um poema sobre obrigações morais, até que, em 1840, um antiquário inglês de nome James Orchard Halliwell-Phillips (que não era maçoo) o estudou e descobriu sua essência: um documento relativo à 19 maçonaria operativa. O documento é composto de várias partes que contêm lendas, episódios bíblicos, descrições de artes e normas. A sua leitura faz-nos concluir que o seu objectivo principal é transmitir as normas, regulamentos ou estatutos do ofício de franco-maçom e da corporação. O texto cita o Rei Athelstan (924-939) como o estimulador da criação dessas normas, referindo que ele convocou um encontro de maçons para que fossem estudadas e definidas as leis, regras e preços do ofício. Nele, a Maçonaria é mencionada como Geometria. Uma interpretação adjacente sobre o texto, feita por alguns estudiosos, vê nele como tema recorrente ou motivo central a apresentação do Oficio de Construtor como uma atividade nobre, ligada à realeza e à aristocracia. Por isso, seria atribuído à Maçonaria o título de Arte Real. O Nome: No original, o documento não tem um nome específico, pelo que acabou tendo mais de um: Manuscrito de Halliwell, como referência ao seu descobridor e/ou intérprete, James Orchard Halliwell-Phillips; e Poema Régio ou Manuscrito Régio, pelo fato de ter pertencido à coleção de livros e manuscritos da Biblioteca Real Inglesa. As partes: O Poema Regius é composto pelas seguintes partes: 1. A Fundação da Maçonaria segundo Euclides; 2. Introdução da Maçonaria na Inglaterra sob o reinado de Athelstan; 3. Os Deveres: quinze artigos; 4. Os Deveres: quinze pontos adicionais 5. Relato de "os Quatuor Coronati" 6. Relato de Torre de Babel 7. As Sete Artes Liberais 8. Exortação sobre a missa e como se conduzir na igreja; 9. Introdução sobre as boas maneiras. 20 Manuscrito Cooke O Manuscrito Cooke, ficou assim conhecido, porque o maçom Matthew J. Cooke foi o primeiro a divulgá-lo. Sua publicação foi feita em Londres, em 186l. A caligrafia usada é bem semelhante à do século XV. Alguns historiadores o situam na primeira metade desse século. É possível acreditar que tenha sido usado em Assembleias de Maçons como compêndio de história tradicional e das leis da Fraternidade. O Manuscrito é todo escrito em prosa. Contém imensas citações de célebres autores, narra as origens da Fraternidade, tendo como locais o Egito e a 21 Judéia. Encontramos também, prescrições relativas à assembleia, instruções para novas admissões, referência à jurisdição do xerife e uma declaração de que a assembleia foi fundada, afim de que humilde e elevado, sejam bem servidos nesta arte, por toda a Inglaterra. Bibliografia FRATERNIDADE SERRANA. Poema Regius. http://www.fraternidade serrana.com.br/Poema%20Regius.htm KNOOP, D.; JONES, G. P. The Mediaeval Mason. Manchester, University Press, 1933. PRESCOTT, A. A History of British Freemasonry 1425-2000. http://www. freemasonry.dept.shef.ac.uk/show_upload.php?id=181&blob_field=upload_file1 LOJA MESTRE AFFONSO DOMINGUES. O Manuscrito Halliwell ou Poema Regius. http://www.rlmad.net/index.php?option=com_content&task=view &id=427 LOJA SAOPAULO 43. Jurisprudencia. http://www.lojasaopaulo43. com.br/jurisprudencia.php WIKIPEDIA. Idade Média. http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9dia