RESOLUÇÃO – Exame nacional 2013 – 2ª Fase – Versão 1 Grupo I 1. Um sinal eletromagnético apresenta, no vácuo, uma velocidade que se representa por c: c = 3,00 × 108 m s–1 Como se trata de uma velocidade constante, sabemos que o seu valor é igual ao valor da velocidade média, o que significa que podemos escrever: c= Δr Δt onde Δr é o valor do deslocamento do sinal e Δt o intervalo de tempo. Não esquecer de que é necessário converter o deslocamento a unidades S.I. Temos, portanto: Δt = 3,6 × 104 × 103 3,00 × 108 Assim: (A) – F. (B) – V. (C) – F. (D) – F. 2.Para verificarmos que um satélite a 3,6 × 104 km de altitude demora um dia a dar a volta à Terra, vamos calcular o período do movimento do satélite para comprovar que é igual a 24 horas. Para cumprir o que é solicitado no enunciado, partiremos da segunda lei de Newton: Fres = ma Considera-se que o satélite está sujeito apenas à força da gravidade da Terra, pelo que, aplicando a lei da gravitação universal: GMm GM = ma ⇔ a = ⇔ a = 0,222 m s–2 r2 r2 Recordemos que o satélite apresenta movimento circular uniforme, pelo que a aceleração é igual à aceleração normal (ou centrípeta): a = an = 2 v r Conhecendo o valor da aceleração e o raio, r, da órbita do satélite, podemos calcular o valor da sua velocidade: v = a ×r ⇔ v = 3,07 × 103 m s–1 © 20_valoresFQ_p143a168.indd 1 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 1 / 10 26/07/13 11:19 Por outro lado, o valor da velocidade de um corpo que apresente movimento circular uniforme é sempre dado por: v= 2π r T Desta expressão podemos retirar o período orbital, T, do satélite: T= 2π 3,6 × 107 ⇔ T = 8,7 × 104 s = 24 h 3,07 × 103 3. 3.1. O painel terá que estar orientado segundo um plano perpendicular à direção da radiação incidente, de modo a que essa mesma radiação atinja a maior área possível de painel. A intensidade média da radiação incidente corresponde à radiação que atinge, em média, cada metro quadrado de painel, mas, evidentemente, o painel poderá ter uma área diferente de 1 m2. (A) – V. (B) – F. (C) – F. (D) – F. 3.2. P odemos começar por calcular a potência da radiação solar que atinge os painéis, a partir da intensidade média de radiação solar incidente, I, e da área total, A: P = I × A ⇔ P = 1,56 × 104 W Desta radiação incidente, apenas 20% é transformada em corrente elétrica, pelo que a potência elétrica média produzida pelo conjunto de painéis fotovoltaicos (que podemos designar potência útil, Pu) será: Pu = 15600 × 0,2 ⇔ P = 3,12 × 103 W = 3,12 kW Fazemos a conversão para quilowatt, kW, porque queremos obter a energia em quilowatt-hora, kW h. Agora, resta-nos calcular a energia elétrica média produzida pelo conjunto de painéis fotovoltaicos durante um dia (24 horas): P= E ⇔ E = 3,12 × 24 ⇔ E = 74,9 kW h Δt 4. A) As radiações micro-ondas são pouco absorvidas pela atmosfera. B) As radiações micro-ondas não se difratam apreciavelmente na atmosfera. C) As radiações micro-ondas não se refletem apreciavelmente na atmosfera. OU D) As radiações micro-ondas são pouco absorvidas pela atmosfera. E) As radiações micro-ondas propagam-se em linha reta na atmosfera. © 20_valoresFQ_p143a168.indd 2 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 2 / 10 26/07/13 11:19 Grupo II 1. 1.1. O principal processo de transferência de energia, como calor, que permite o aquecimento de todo o ar contido no balão é a convecção. O ar que se encontra na base do balão aquece, tornando-se menos denso, o que dá origem a uma corrente quente ascendente. Simultaneamente, o ar mais frio no topo do balão desce por ser mais denso, o que dá origem a uma corrente fria descendente. As correntes quentes ascendentes e as correntes frias descendentes repetindo-se, em simultâneo, ao longo do tempo, permitem o aquecimento de todo o ar contido no balão. 1.2. Sabemos que a quantidade, n, de um gás está relacionada com o respetivo volume, V, através da seguinte expressão: n= V Vm onde Vm é o volume molar de gás nas condições de pressão e de temperatura em que se encontra. Neste caso, temos oxigénio, cujo volume, V, é 21% do volume total de ar contido no balão (800 m3). Logo, em unidades coerentes, temos: V = 800 × 103 × 0,21 dm3 E, consequentemente: n= 800 × 103 × 0,21 Vm Assim: (A) – F. (B) – F. (C) – V. (D) – F. 2.Ocorreu uma variação na pressão de 0,4 atm. Ora, se, por cada 10 m de altitude subidos há uma variação de 1,32 × 10–3 atm, bastar-nos-á aplicar uma regra de três simples para resolvermos o problema: 10 m x –––––––––––––––––––– 1,32 × 10–3 atm 0,4 atm –––––––––––––––––––– x = 3030 m (A) – F. (B) – V. (C) – F. (D) – F. 3.O trabalho do peso, Wp, pode ser calculado a partir de: WP = –ΔEpg ⇔ Wp = mghi – mghf © 20_valoresFQ_p143a168.indd 3 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 3 / 10 26/07/13 11:19 Verifica-se, portanto, que o trabalho do peso só depende das alturas final e inicial e que o desvio horizontal provocado pelo vento não terá qualquer influência no seu valor: Considerando nula a altura inicial: Wp = –2,0 × 103 m g (A) – V. (B) – F. (C) – F. (D) – F. 4.A temperatura do ar na troposfera decresce sempre à medida que a altitude aumenta. (A) – F. (B) – F. (C) – V. (D) – F. Grupo III 1.Podemos aplicar a Lei das Posições, ao longo do eixo Oy, para o movimento de queda livre, partindo, com vo = 0, de uma posição yo = 0: y= 1 2 gt 2 Para t = 0,2 s e para t = 0,4 s, temos, respetivamente: y = 0,2 m e y = 0,8 m Assim: (A) – F. (B) – F. (C) – F. (D) – V. 2. Quando o corpo se encontra em queda, com velocidade igual à velocidade terminal, verifica-se que o peso e a força de resistência do ar apresentam o mesmo módulo. É por esse motivo que a velocidade de queda permanece constante e a energia cinética não varia. Partindo do teorema da energia cinética, podemos escrever: WFres = ΔEc © 20_valoresFQ_p143a168.indd 4 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 4 / 10 26/07/13 11:19 Ora, o trabalho da força resultante é igual à soma do trabalho do peso, WP, com o trabalho da resistência do ar (força exterior), WFext. Por isso: Wp + WFext = 0 E como: Wp = –ΔEPg Concluímos que: WFext = ΔEPg Como o corpo desce 0,5 m na vertical, podemos fazer hi = 0,5 m e hf = 0, obtendo-se: WFext = mghf – mghi ⇔ WFext = –0,004 × 10 × 0,5 ⇔ WFext = –0,02 J É sabido que o trabalho de uma força corresponde à energia que essa força fornece ou retira ao corpo sobre o qual atua. Neste caso, como o trabalho é negativo, isso significa que a resistência do ar retira energia à bola. Podemos assim dizer que essa energia foi dissipada pelo sistema bola + Terra. Temos: Ed = 0,02 J 3. 3.1. A bola sobe o plano com movimento uniformemente retardado. (A) – V. (B) – F. (C) – F. (D) – F. 3.2. Se as forças dissipativas forem desprezáveis, a altura máxima atingida pela bola sobre o plano pode ser calculada a partir da lei da conservação da energia mecânica: EmA = EmB ⇔ 1 1 mv2A + mghA = mv2B + mghB 2 2 Sendo A o ponto de lançamento (hA = 0) e B o ponto de altura máxima (vB = 0), obtemos: hB = 1 2 vA 2g Logo, a altura máxima atingida é diretamente proporcional ao quadrado do módulo da velocidade de lançamento. (A) – F. (B) – F. (C) – F. (D) – V. © 20_valoresFQ_p143a168.indd 5 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 5 / 10 26/07/13 11:19 3.3. Obtemos o gráfico da parábola correspondente à equação do movimento da bola. O instante em que a bola inverteu o sentido do movimento é o mínimo da função que pode, igualmente, ser obtido com a calculadora gráfica: Grupo IV 1. 1.1. Quando temos um sistema que tende para um estado de equilíbrio químico, é boa ideia fazer um esquema que nos ajude a compreender a evolução das quantidades (ou concentrações) de cada uma das substâncias presentes: 2 SO3(g) início | | variação equilíbrio | | 2 mol dm –2x 2 – 2x + 0 +2x 2x O2(g) 0 +x x Verifica-se que o grau de decomposição, α, de SO3(g) é igual a 40%, pelo que podemos escrever: α= 2 SO2(g) –3 2x 2 × 100 ⇔ x = 0,4 mol dm–3 Substituindo: equilíbrio | | 2 SO3(g) 1,2 mol dm–3 2 SO2(g) 0,8 mol dm–3 + O2(g) 0,4 mol dm–3 Agora, já temos os dados que nos permitem calcular a constante de equilíbrio, Kc: Kc = |SO2|2eq |O2|eq ⇔ Kc = 0,18 |SO3|2eq 1.2. Se, por cada mole de SO3(g) é absorvida uma dada quantidade de energia, então, é evidente que duas moles obrigarão a uma absorção do dobro da energia. © 20_valoresFQ_p143a168.indd 6 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 6 / 10 26/07/13 11:19 Por outro lado, é importante recordar que uma absorção corresponde a uma variação positiva da energia. (A) – F. (B) – F. (C) – V. (D) – F. 2. A densidade, ρ, de qualquer substância relaciona-se com a massa, m, da amostra e com o respetivo volume, V: ρ= m V Utilizando as expressões que relacionam a massa e o volume com a quantidade de matéria de gases, podemos escrever: ρ= m m n×M ⇔ρ= ⇔ρ= V Vm n × Vm Para comparar a densidade de SO3(g) com a densidade de SO2(g) bastar-nos-á dividir uma pela outra: M(SO3) Vm ρSO3 ρ M(SO3) ⇔ SO3 = = ρSO2 ρ M(SO2) SO 2 M(SO2) Vm Precisamos apenas de substituir as massas molares, que podemos calcular recorrendo à Tabela Periódica: ρSO3 80 = = 1,25 ρSO2 64 3. Como conhecemos a densidade e o volume de solução, podemos determinar a respetiva massa, utilizando unidades coerentes: ρ= m ⇔ m = 1,84 × 100 ⇔ m = 184 g V Como a percentagem em massa de H2SO4(aq) é igual a 98%, podemos calcular a massa: mH2SO4 = 184 × 0,98 = 180 g Grupo V 1. A configuração eletrónica do oxigénio, no estado fundamental, é: O – 1s2 2s2 2p4 8 © 20_valoresFQ_p143a168.indd 7 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 7 / 10 26/07/13 11:19 Trata-se de um elemento químico cujos átomos apresentam 6 eletrões de valência, necessitando, por isso, de mais 2 eletrões para atingirem o estado de maior estabilidade. Significa isto que cada átomo de oxigénio na molécula de O2 vai ter que partilhar 2 eletrões de valência. Teremos, pois, a seguinte fórmula de estrutura: A molécula possui, portanto, dois pares de eletrões não ligantes em cada átomo de oxigénio. (A) – F. (B) – V. (C) – F. (D) – F. 2. Os eletrões de valência menos energéticos de um átomo de oxigénio, no estado fundamental, são os eletrões da orbital 2s. Esta orbital apresenta n = 2 e l = 0. Com l = 0 só podemos ter ml = 0. Assim: (A) – F. (B) – V. (C) – F. (D) – F. 3. A energia de ionização é a energia mínima para que o átomo perca um eletrão e se transforme num catião. (A) – F. (B) – F. (C) – V. (D) – F. 4. A s riscas do espectro de absorção de qualquer elemento químico estão sempre na mesma posição que as riscas do espectro de emissão. Grupo VI 1. 1.1.Quanto maior for o estado de divisão do sólido e mais forte for a agitação da solução menor será o intervalo de tempo para que ocorra dissolução completa de uma dada quantidade de sal. (A) – F. (B) – F. (C) – V. (D) – F. © 20_valoresFQ_p143a168.indd 8 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 8 / 10 26/07/13 11:19 1.2. A solubilidade, S, é o valor da concentração da solução saturada, ou seja, é o valor da concentração dos iões no equilíbrio químico: KNO3(s) K+(aq) + NO3–(aq) S S eq | | E a solubilidade relaciona-se com a constante de produto de solubilidade, Ks, através de: Ks = |K+|eq |NO3–|eq Portanto, a solubilidade é igual, neste caso, à concentração dos iões. (A) – F. (B) – F. (C) – F. (D) – V. 2. 2.1. Consultando o gráfico, ficamos a conhecer a massa de sal que é possível dissolver em 100 g de água, à temperatura de 40 oC: São 62 g, o que significa que, em 50 g de água, conseguiremos dissolver 31 g de KNO3. 2.2.O valor da solubilidade do sal à temperatura de 30 oC, obtido a partir do gráfico, é igual a 46 g por cada 100 g de água. Há, pois, um erro na medição do grupo de alunos cujo valor absoluto é: δabs = |55 – 46| = 9 g O erro relativo traduz-se na percentagem de erro absoluto relativamente ao valor correto: δrel = © 20_valoresFQ_p143a168.indd 9 9 × 100 = 20% 46 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 9 / 10 26/07/13 11:19 2.3. Verifica-se, a partir do gráfico, que a solubilidade do KNO3(s) em água aumenta à medida que a temperatura aumenta. OU Verifica-se, a partir do gráfico, que a dissolução do KNO3(s) em água é favorecida pelo aumento da temperatura. De acordo com o Princípio de Le Châtelier, um aumento de temperatura favorece o processo endotérmico. Conclui-se, assim, que a dissolução do KNO3(s) em água é um processo endotérmico. © 20_valoresFQ_p143a168.indd 10 Exame nacional 2013 – 2ª Fase • V 1 – Resolução p. 10 / 10 26/07/13 11:19