RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO O retículo endoplasmático está presente apenas nas células eucarióticas. É um conjunto de vesículas multiformes geralmente localizadas próximas ao núcleo que, embora sejam analisadas separadamente em dois tipos (liso e rugoso) em uma visualização por microscopia eletrônica, são interligadas, formando contínuos canais tubulares. O retículo endoplasmático encontrado nas células musculares é chamado de retículo sarcoplasmático, e tem a função de armazenar e liberar íons cálcio no citoplasma da célula muscular para que ocorra a contração muscular. Este conteúdo pertence ao Biologia 10. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Este conteúdo pertence ao Biologia 10. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO (RER) O retículo endoplasmático rugoso também é conhecido como retículo endoplasmático granuloso, retículo endoplasmático granular ou ergastoplasma. É uma organela membranosa assim como o retículo endoplasmático liso (revestida por uma bicamada lipoproteica muito semelhante à membrana plasmática) e fica localizada próxima ao núcleo celular. O RER recebe esse nome pelo fato de sua superfície voltada ao citosol ser revestida de ribossomos (partículas densas aos elétrons, de aproximadamente 20 nm, formadas por RNAr) que conferem esse aspecto granuloso (rugoso) à organela. Essa organela membranosa está disposta em forma de invaginações no formato de sacos achatados, as chamadas cisternas saculares achatadas, cuja extremidade superior é aberta para que as proteínas formadas pelos ribossomos possam entrar no RER; o seu interior é chamado de superfície luminal. Essas lâminas ou cisternas estão dispostas paralelamente, e são mais ou menos dilatadas conforme a funcionalidade da célula. Células que sintetizam e secretam proteínas ativamente possuem RER bem desenvolvido, chegando a ocupar mais da metade da área total da célula: é o caso das células do pâncreas, que secretam enzimas digestivas, e das células calciformes da parede do intestino, que secretam muco. As funções do RER são: - Síntese proteica: Por ser repleto de ribossomos, o RER terá como função principal a produção de proteínas principalmente para secreção, ou seja, fabricação de proteínas para uso do organismo e não da célula onde o ergastoplasma se encontra. No entanto, uma minoria das proteínas produzidas pelo RER são utilizadas internamente, ou seja, pela própria célula, como algumas enzimas digestivas (a exemplo das enzimas que compõem os lisossomos) e proteínas componentes das membranas celulares. É importante destacar que as proteínas que agem no citosol, ou que são incorporadas no núcleo celular, mitocôndrias, peroxissomos e cloroplastos não são sintetizadas pelo RER, mas por ribossomos livres no citoplasma. - Transporte de substâncias no meio intracelular: É também função do RER transportar substâncias no meio intracelular, pois no citoplasma há uma grande quantidade de substâncias reativas que podem interagir com essas Este conteúdo pertence ao Biologia 10. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. substâncias e mudar suas características. Para evitar transformações em uma substância que precisa ser transportada internamente, a superfície luminal do RER serve de canal para a passagem dessas substâncias. - Modificações de macromoléculas: Na superfície luminal, o RER modifica determinadas moléculas, como por exemplo as proteínas, através de alguns procedimentos químicos, como a glicosilação inicial de proteínas, sulfatação e fosforilação. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO (REL) O retículo endoplasmático liso, retículo endoplasmático não-granuloso ou retículo endoplasmático agranular, localiza-se logo após o rugoso, onde há uma continuidade das invaginações do ergastoplasma, porém, desta vez em forma de sacos tubulares ou vesículas globulares: são as cisternas tubulares. As funções do REL são: - Produção de lipídios: Na superfície luminal do REL ocorre a produção de praticamente todos os lipídeos (óleos, hormônios, biomembranas, esteroides, etc), por isso, células que sintetizam e secretam lipídeos bem como hormônios, ativamente, possuem o REL bem desenvolvido, como é o caso das células intersticiais dos testículos e das adrenais. No entanto há poucos lipídeos, principalmente os que compõem membranas celulares, que não são sintetizados no REL. Há também alguns lipídeos que são inicialmente produzidos pelo REL e completados no Complexo de Golgi, assim como também há lipídeos que necessitam da interação com enzimas mitocondriais para serem completados, como é o caso da transformação do colesterol nos esteroides (estrógeno, progesterona e testosterona). Também ocorre no REL a dessaturação e elongação de ácidos graxos. - Transporte de substâncias no meio intracelular: Assim como o ergastoplasma, o REL também tem a função de transportar substâncias no meio intracelular. - Desintoxicação: É a degradação de substâncias tóxicas (agrotóxicos, drogas, álcool, etc). Os hepatócitos (células do fígado) têm o REL muito Este conteúdo pertence ao Biologia 10. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. desenvolvido (com um tamanho muito grande, devido sua necessidade de trabalho intenso), pois é nessas células que ocorrem a degradação de quase todas as substâncias tóxicas. Após a primeira ingestão de uma droga ou outra substância tóxica, o indivíduo têm sintomas muito fortes devido as reações intensas de desintoxicação pelos REL das células do fígado. Desde então o organismo desse indivíduo começa a intensificar a produção de REL preparando-se para uma eventual ingestão de substâncias tóxicas, criando uma certa resistência à essas substâncias. Assim, em uma outra ingestão, o indivíduo não perceberá o mesmo efeito da primeira e aumentará a ingestão, buscando uma sensação próxima à primeira, dando início à dependência química. O aumento de REL aumenta consequentemente o gasto de ATP para a manutenção de suas atividades, levando à uma carência de energia no organismo, e com isso, a perda ou diminuição de outras funções das células por falta de energia, causando a morte das células, acarretando em inúmeros prejuízos à esse indivíduo. O aumento de REL nos hepatócitos pode causar maior tolerância à medicamentos, e assim, diversos medicamentos, não terão ação precisa no organismo do indivíduo. Além das células do fígado, as células da pele, dos pulmões e dos rins também realizam processos de desintoxicação, embora seja os hepatócitos as células que se destacam na realização dessa função. - Produção dos vacúolos: É no REL que são produzidos os vacúolos. Este conteúdo pertence ao Biologia 10. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.