ROMANTISMO GOYA, MANET e GÉRICAULT Prof.Dr. Percival Tirapeli Os fuzilamentos de 3 de maio, Madrid, 1814. Francisco de Goya Fuzilamento em massa Os espanhóis se amotinaram contra o exército de Napoleão e os franceses se vingaram fuzilando 400 pessoas na madrugada de 2 para 3 de maio de 1808. Sobre um cume foram executados tendo a paisagem desolada do fundo hoje convertida em um parque de Madri. Naquela noite Goya esboçou o quadro pois viu o ocorrido da janela de sua casa e lá foi com uma lanterna de madrugada. Executado esta obra seis anos depois como encomenda oficial Para salvar a realeza Uma multidão viu uma carruagem sair com uma dos membros da família real e reagiram contra um guarda francês e o marechal Murat atirou contra a multidão. Na Puerta del Sol a multidão reagiu pela captura de Fernando VII única esperança já que outros tinham unido a Napoleão. Os gestos são dramáticos: encobrem os rostos, pedem piedade e os corpos se amontoam. Máquinas mortíferas Os oito soldados se alinham como máquina mortífera e disparam. Usam uniformes autoritários: casacos de inverno, calças compridas e barretina cilíndrica coberta de couro a prova d’água. Os soldados são mercenários italianos, polacos, alemães e o exército espanhol se encontrava em Flandres. Napoleão menosprezou a Espanha cristã, monarquia incapaz e povo ignorante para aceitar os ideais da revolução francesa iluminista Aliados anteriormente contra a monarquia os intelectuais também se revoltaram após o fuzilamento. A Igreja combativa Napoleão era visto como Anticristo e o povo espanhol estava acostumada a pegar em armas como para lutar contra mouros. A Igreja, o frade que cai, está na linha de frente de combate e do fuzilamento. Por Deus, pelo País e pelo Rei – a ordem. Havia toda sorte de clero que fazia guerrilha e Goya os criticou. Os espanhóis se refugiaram na França e a guerrilha desmoralizou o exército francês. Ao restaurar o trono, Fernando VII perseguiu a todos e retornou a Inquisição. A Igreja estava onipresente. Ambiguidades de Goya. Durante a ocupação retrarara os franceses Perseguido propôs fazer a tela que foi aceita e paga pelos governantes. O quadro mostra a ordem dos franceses e a desordem e desalinho dos espanhóis. Nada é heroico neles. Goya acreditava que as reformas viria do exterior. Filho de artesão glorifica o povo combativo. O gesto do pobre homem é do Crucificado. Uma obra de disparates Durante anos teve o apoio da monarquia. Goya fez a série de gravuras Os desastres da guerra, Diaparates, colocandocolocando-se contra a Igreja até que teve que se exilar na França em 1824 Debaixo de suas gravuras escrevia – Nascestes para isso – Bárbaros – Não se pode olhar. A execução de Maximiliano, 1868. 2,52 x 3,05 - Monet Manet e um escândalo político O quadro representa o fuzilamento, no México, do Imperador Maximiliano, imposto por Napoleão III. Maximiliano (Arquiduque da Áustria) e seus dois generais mandaram que o exército francês regressasse à França. Presos os 3, foram executados. O quadro retratando a cena provocou um escândalo político. Émile Zola declarou “um artista ousou por diante de nossos olhos uma ironia cruel: a França fuzila Maximiliano”. Nenhuma dessas obras foi exposta ou vendida enquanto o artista estava vivo. Após sua morte, a tela foi cortada empedaçõs, que apareceram em Londres, Copenhagen e Boston. A última versão, de 1868, foi comprada em 1909, na Alemanha. Como um troféu de perfídia da França, contra o Arquiduque. O sargento se parece, nos traços, com Napoleão III. Manet, de rica família burguesa, não simpatizava com o II Império. Culpava assom o desprezível Napoleão, o pequeno. Napoleão, o pequeno Assim foi chamado Louis Napoléon Bonaparte, 18081808-1873. Elegeu--se presidente da República e 3 anos depois tornou Elegeu tornou--se imperador por meio de um golpe de estado. Foi infeliz na política externa e aventurouaventurou-se no longínquo México. Depois de 1820, o México caíra em desordem e anarquia, quando Benito Juarez se uniu a Napoleção, querendo criar um império latino católico, sob a proteção da França como um bastião, uma muralha contra as pretensões angloanglo-americanas. Por 3 anos ficaram os franceses no México. E os Estados Unidos reconheceram Juarez como presidente, proibindo os franceses. Napoleão, o pequeno estava diante de seu Moscou e de seu Waterloo. Acima do muro, a massa de mestiços, mulatos, índios e negros que não tinham nem direitos nem bens, observam a execuçao. O índio Benito Juarez confiscou os bens da Igreja, deu ao povo terra e uma Constituiçãoem 1857, e apoiou os franceses. Em 1864, os mexicanos se insurgiram contra o Imperador Maximiliano e assim que as tropas saíram, o condenaram. Juarez os condenou, recusandorecusando-lhes o perdão, causando indignação mundial. Em Paris, protestos contra os mexicanos. Na primeira versão da obra de Manet os soldados tinham sombreros na cabeça; na última, Manet retocou os pormenores exóticos e colocou os soldados com roupa francesa. O pintor estava acusando o governo; os franceses matavam Maximilinao e o povo mexicanos limitava--se a assisistir. limitava A Cruz de Monet O rosto pouco nítido do Imperador foi copiado de uma fotografia; com dignidade morria um Habsburgo coberto por um sombrero. Napoleão III , arrebatado por sonhos românticos, sonhara redimir o México. O imperador fora traído por um oficial mexicano. Suas últimas palavras foram evocar, como Cristo, que sentia--se traído, enganado e roubado. sentia Manet sempre quisera pintar um Cristo na Cruz. Serviu--se da figura de Maximilino e o sombrero foi sua Serviu auréola. Monet se recorda das atrocidades de Napoleão I, na Espanha. O francês renunciou aos pormenores melodramáticos, como se podia ver nos jornais da época. Foi sóbrio, com uma cor fria. Os atiradores estão perto demais de suas vítimas; faltafaltalhes compaixão. Manet nunca foi recebido com sucesso no Salon. Pensou que com esse quadro seria reconhecido, mas quando trocou a roupa dos soldados mexicanos pela dos franceses, já tinha certeza de que estava fazendo um grande quadro histórico, moral, e deveria condenar o perjúrio e a traição e lançar uma acusação:“A França fuzilou Maximiliano!”.