ESTRUTURAS GEOLÓGICAS DO MUNICÍPIO DE ITAPOROROCA/PB, FORMAS DE EXPLORAÇÃO ECONÕMICA E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Ivanildo Costa da Silva Universidade Estadual da Paraíba [email protected] Dr. Lanusse Salim Rocha Tuma Departamento de Geo-História/UEPB/CH [email protected] 1 INTRODUÇÃO Nos dias atuais os estudos Geológicos estão relacionados entre os mais importantes da ciência moderna, pois os mesmos são de relevante importância para elaboração de diversos serviços indispensáveis ao desenvolvimento econômico e social das civilizações contemporâneas, a exemplo de construções, planejamento ambiental, extração de recursos minerais e demais outros. É com base no exposto anteriormente que esta pesquisa foi elaborada, levando em consideração a complexidade da evolução da Geologia como ciência, assim como a sua importância para manutenção do desenvolvimento humano. A mesma é intitulada “Estruturas Geológicas do município de Itapororoca/PB, Formas de Exploração Econômica e Sustentabilidade Ambiental” e visa à caracterização litológica dos materiais rochosos aflorantes no Município. Tal estudo se faz necessário pelo fato de que o município de Itapororoca é muito pobre no tocante a estudos de natureza geológica, exemplo disto, é que esta pesquisa é uma das pioneiras onde foi enfocado todo o Município, com objetivo de especificar de forma detalhada os tipos de rochas, sua gênese e suas consequentes associações minerais. Portanto, tem esta ainda, um importante papel como base na elaboração de trabalhos mais específicos, com a utilização de métodos e técnicas mais avançadas que possibilitem um maior detalhamento nas observações. Outro fator que deve ser levado em consideração é a posição geográfica do Município, que dispõe em sua área central de um terreno nas imediações do Parque Municipal da Nascença, onde o mesmo é caracterizado por diversos trabalhos de ordem mais geral, a exemplo do CPRM (2005), Brasil (1981) e Brito Neves et al (2008), como Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 área de vulcanismo, existindo. Desta forma, torna-se um importante campo a ser explorado, o que só ocorrera de forma sustentável se tomadas as devidas precauções. Segundo Eicher (1996) “para se compreender a história de uma área deve-se, primeiro, estabelecer a seqüência correta de eventos históricos” (EICHER, 1996, p.36), é importante também levar em consideração os princípios propostos por Nicolas Steno e James Hutton, pois para os mesmos, “Princípio consiste em um ponto de partida; é uma referência, de certo modo inquestionável, sem a qual não se pode avançar, em ciência, com qualquer segurança” (CARNEIRO et al., 2005, p. 9). Os três princípios apresentados por Steno foram: o Princípio da Horizontalidade Original, a Lei da Superposição e o Princípio da Continuidade Lateral Original, e ainda James Hutton estabeleceu o Princípio das Relações de Intersecção. Nos estudos das Unidades Litoestratigraficas, o exposto acima é de fundamental importância, pois esclarece determinadas formações que se apresentam na área de estudo. As Unidades Litoestratigraficas “são porções das rochas da crosta terrestre, distinguidas e delimitadas tridimensionalmente por critérios litológicos” (POOP, 1998, p. 57). Esta definição revela que, estudos mais detalhados destas Unidades requerem uma aplicação de recursos técnicos avançados para obtenção de figuras tridimensionais da área de estudo e o esclarecimento de outros pontos como continuidade lateral, discordâncias litológicas, entre outros. Uma unidade litoestratigráfica pode ser considerada formal ou informal. As formais “são aquelas definidas e denominadas de acordo com um esquema de classificação explicitamente estabelecido e convencionalmente aceito” (IBGE, 1998, p.28). E as informais “correspondem a corpos de rochas referidos ocasionalmente na estratigrafia dos quais não se têm informações ou bases suficientes que justifiquem sua designação” (IBGE, 1998, p.32) 2 OBJETIVOS Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar os processos que originaram as Unidades Litoestratigraficas do município de Itapororoca/PB, seus consequêntes materiais rochosos aflorantes e levantar suas possíveis formas sustentáveis de explorações econômicas em prol da sociedade, de forma que sejam conciliados os interesses econômicos com a Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 manutenção do equilíbrio natural da área explorada. É importante salientar que a área de estudo está inserida na Depressão Sublitorânea e, consequentemente, na Bacia Sedimentar Costeira da Paraíba, tornado-se, assim, necessária uma análise geológica, de forma breve destes dois importantes ambientes, para que se tenha uma visão mais holística no decorrer de nossa pesquisa, considerando que os fenômenos geológicos devem estar interligados. “Muitos registros locais reunidos contribuem para o conhecimento da história de amplas regiões, e da Terra como um todo” (EICHER, 1996). Outro objetivo é diante da falta de referências bibliográficas que abordem a rica geologia do referido município, colocar a disposição da sociedade científica uma pesquisa geológica que sirva de base para estudos mais detalhados que deverão ser realizados com um aparato tecnológico mais avançado, para que assim reste o mínimo de dúvidas sobre essa distinta e complexa área e se alcance resultados confiáveis e úteis na preservação dos elementos naturais que a compõe. 3 METODOLOGIAS Os trabalhos tiveram início em agosto de 2008 e foram realizados envolvendo práticas de sistematização de referenciais adequados, seguidas das observações in loco e posterior analise e sistematização dos dados. Na sistematização dos referenciais foram realizadas minuciosas buscas ao que melhor se adequava as propostas de estudo desta pesquisa, a exemplo de Poop (1998), Leinz e Amaral (1987), Mendonça (1992) e Nascimento et al (2007) que indicam de forma clara os melhores caminhos a serem percorridos para se alcançar resultados confiáveis e seguros, além de seguirem as orientações de Serra Junior e Ojima (1998) e Scortegagna e Negrão (2005) onde “os trabalhos de campo são de fundamental importância no aprendizado de Geologia e Geografia” (SCORTEGAGNA; NEGRÃO op cit., p.37) A partir destas obras entre outras, se buscou estabelecer metas para entender as características dos afloramentos, os eventos geológicos associados e suas potencialidades, isto nas observações in loco, visto que a mesma é entendida como uma das mais esclarecedoras e importantes na realização da pesquisa. Durante a fase das observações foram realizadas várias visitas técnicas às áreas de interesse. A primeira foi realizada no mês de dezembro de 2008, e percorreu-se a unidade Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 geológica citada pela CPRM (2005) como Complexo São Caetano, que aflora de norte a sul do município e na ocasião foram coletadas três amostras de minerais e duas amostras de rochas. No dia 11 de fevereiro de 2009 foi realizada a segunda visita a campo, o objetivo foi o reconhecimento dos melhores pontos de afloramento para caracterização dos minerais e das rochas expostas. Foi coletada apenas uma amostra na localidade do Sitio Timbó, porque a mesma chamou atenção pelas peculiaridades de suas formas que não permitiram a elaboração de um parecer seguro para o esclarecimento de sua nomenclatura e origem. Na terceira viagem a campo, realizada no dia 19 de fevereiro de 2009, onde o objetivo foi o reconhecimento dos afloramentos e coleta de amostras para posterior caracterização e, por conseguinte, sanar eventuais dúvidas dos pontos anteriormente visitados, como falhas e formações existentes no terreno. Na ocasião, foram coletadas duas amostras. Desta forma foram estudas todas as unidades rochosas através descrições detalhadas e estudos de gabinete. Na etapa de analise e sistematização dos dados, foram realizadas as devidas identificações e classificações das amostras quanto às suas características físicas como indicado por Poop (1998) e Leinz e Amaral (1987), tanto as amostras de rochas quanto nos minerais associados. Nos manuseios das amostras ocorreram as limpezas com o objetivo de retirar as impurezas que pudessem ocultar algumas informações importantes quantos as suas características, considerando o fator alteração, as análises foram realizadas em locais apropriados tanto nas residências dos autores, quanto no laboratório de Geologia da Universidade Estadual da Paraíba - Campus III, na cidade de Guarabira/PB. Foram analisadas com o auxilio de lupa de bolso (20x) as propriedades físicas das rochas, tais como: estrutura, cor, dureza, modo de ocorrência, minerais típicos, entre outras. E nos minerais foram analisados suas formas geométricas, cor, brilho, níveis de alteração etc. Estas rochas e minerais foram estudados tendo sempre como referencia desenhos esquemáticos e fotos, disponíveis nos referencias teóricos usados como base para pesquisa que a todo o momento eram observados para serem feitas as devidas comparações entre as características apresentadas nos minerais e rochas em manuseio e o apresentado nos desenhos a exposto a exemplo de Poop (1998, p. 20 e 49). Os pontos de coletas de amostras foram registrados com câmera fotográfica digital (Sony DSC-S750) e suas devidas coordenadas geográficas obtidas através de aparelho de Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 GPS (modelo Garmin Etrex CX), as características das rochas e dos ambientes visitados, foram registrados em ficha de campo elaborada especialmente para este fim. Utilizou-se ainda microcomputadores na elaboração das fichas e no tratamento das imagens, além de outros materiais indispensáveis em trabalhos de campo, como martelo geológico, lupas, roupas e calçados adequados, o automóvel do orientador desta pesquisa, além de Motocicleta (Honda CG-125). 4 RESULTADOS Através das atividades realizadas em campo e no escritório foram obtidos os resultados que serão apresentados de acordo com cada área em estudo, onde foram estudadas todas as Unidades Litoestratigráficas presentes no Município de Itapororoca, com exceção da Suíte granítica-migmatítica peraluminosa Recanto/Riacho do Forno pertencente ao Período Mesoproterozóico, por falta de condições de acesso ao local. As demais Unidades são do Cenozóico, do Mesozóico, do Neoproterozóico, do Mesoproterozóico (apenas o Complexo São Caetano) e do Arqueano, cada uma nomeada de acordo com os parâmetros estabelecidos pela CPRM. 5.1 Área do Arqueano (Complexo Cabaceiras O termo complexo deve ser usado para rochas metamórficas de alto grau que contêm corpos ígneos intrusivos não metamorfizados que não foram ou que não podem ser mapeados separadamente e para intrusões que contêm enclaves de rochas metamórficas os quais não podem ser separados na prática da unidade litológica dominante (BRASIL, 1998, p.31). O Complexo Cabaceiras ocupa a maior parte do município, a priori destaca-se sua geomorfologia, que apresenta formas diferenciadas entre as partes leste e oeste. A parte oeste é caracterizado por possuir vales com profundidades acentuadas e vertentes bastante íngremes resultantes da ação tectônica exercida nesta área e pelas condições exógenas atuantes. Desta forma, estas atividades tectônicas resultaram em uma série de arqueamentos e metamorfismos nas rochas preexistentes, portanto pode-se dizer que a parte oeste do Complexo é mais perturbada por causa da maior proximidade dos esforços tectônicos ocorridos com o soerguimento do Planalto da Borborema, enquanto a parte leste apresenta relevo suave ondulado e possui menores movimentações. Clark Jr. (1971) relata que Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 “quando submetidas à ação de esforços, as rochas podem sofrer arqueamentos ou rupturas, resultando respectivamente em dobras e fraturas” (CLARK JR. op cit., p. 9). Segundo a CPRM (2005) o Complexo Cabaceiras é formado por ortognaisses, tonalito-granodiorito e intercalações de metamárficas, sendo esta diferenciação de gênese da estrutura geológica da Unidade a principal característica que a denomina de Complexo em alusão a sua complexidade de ser estudada e compreendida entre outras. 5.2 Área do Mesoproterozóico (Complexo São Caetano) O Complexo São Caetano está localizado ao sul do Lineamento Patos (LP) e totalmente inserido a norte do Terreno Alto Pajeú (TAP), citado por Brito Neves et al. (2008) como sendo Terreno do Eoneopaleozóico. Foram identificados em alguns pontos do Complexo São Caetano alguns tipos de minerais. Através dos conhecimentos obtidos com o referencial teórico e as observações de amostras coletadas, pode-se afirmar que trata-se de: turmalina preta, ametista e berilo. São também encontrados grandes bolsões de uma massa composta, sobretudo de feldspato alcalino, contendo também grãos de quartzo e mica nas cores preta (biotita) e acinzentada, além de piroxênio em alguns casos. Estes bolsões, quanto a sua largura, possuem extensões métricas a centimétricas, e desenvolvem-se em fraturas nas rochas, neste caso, sendo identificados como Pegmatitos. Estes minerais (turmalina preta, ametista e berilo) podem ser utilizados na produção de produtos artesanais, sendo necessário apenas a utilização de técnicas de limpeza e desagregação dos blocos principalmente da ametista além da utilização de possíveis recursos motorizados para o trabalhamento e acabamento das peças. 5.3 Área do Neoproterozóico Constatou-se que esta Unidade é formada por rochas ígneas e chegou-se aos seguintes resultados: a estrutura geológica da área é formada por uma rocha clara, com alterações em alguns pontos dos afloramentos, apresentando minerais primários e secundários, sobretudo nas rochas alteradas. Estes minerais, quanto sua cor, variam de máficos (escuros) a félsicos (claros) sendo estes (os félsicos) os predominantes. Observou-se forte presença de feldspato do tipo plagioclásio que segundo Wernick (2004, p. 103) é Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 frequentemente claro, como ocorre na rocha citada. Observa-se ainda a presença de biotita em pequena escala e presença considerável de quartzo. A rocha é fanerítica (vê-se os minerais a olho nu) com estrutura granular e compactação coerente. Portanto, chegou-se a conclusão que se trata de um granito. Segundo a CPRM (2005), a área é formada por granitóides indiscriminados, granitos, granodioritos e monzogranitos, sendo que segundo Wernick (2004, p.103) “o termo granitóide num sentido muito amplo indica uma rocha plutônica com textura granítica, baixo nível de coloração, contendo teores variáveis de feldspato alcalino, plagioclásio, quartzo e nefilita”. Este tipo de rocha é muito utilizado em construção das mais variadas. Skinner (1985, p. 86 e 87) relata que já em 1967, foram extraídas nos Estados Unidos 2.011.000 de toneladas de calcário e de granito, e que no Brasil, as rochas mais utilizadas para obtenção de pedra britada são granitos, gnaisses e basaltos. 5.4 Área do Mesozóico (Vulcânicas Félsicas Itapororoca it) Esta Unidade Geológica estende-se da parte central a norte do Município de Itapororoca. Suas características são bastante peculiares, pelo fato de apresentar uma estrutura complexa e de difícil compreensão, além de varias anomalias geológicas. Em recente pesquisa realizada com suporte tecnológico avançado com o objetivo de estudar apenas esta região, Brito Neves et al. (2008) supõe que a região apresenta indícios de atividade vulcânica. Ressalta-se ainda, a presença de estruturas circulares no terreno, comprovadas em fotografias aéreas, onde se localiza o Balneário Municipal chamado de Piscina da Nascença, importante do ponto de vista hidrogeológico e turístico, por abrigar o reservatório hídrico do município. Brito Neves et al. (2008) denomina, informalmente e provisoriamente, esta Área de Unidade/Complexo Estratigráfica Piriri do Vigário – UEPV e explica as anomalias apresentadas em outras pesquisas que envolvem a Unidade, porém com foco em áreas de maior abrangência, como anomalias de F, Cr e Ni na porção mais superficial e frações reliquiares de rochas ultramáficas e alcalinas. Durantes as visitas a campo observou-se um afloramento natural, contendo rocha de tonalidade avermelhada, com evidências de fortes aquecimentos no seu passado geológico, possuindo estrutura maciça, siliciclástica, granulação fina, matriz quartzosa, compactação coerente, mineralogia composta de muito quartzo e minerais secundários de óxido de ferro e Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 minerais ferromagnesianos e apresenta um considerável grau de alteração. A rocha foi identificada como Silexito. Na mesma visita foi observado um afloramento natural formado por uma rocha com cores marrom escuro a cinza escuro, massa fundamental afanítica a fanerítica, presença de minerais máficos e ferromagnesianos, além da presença de feldspato e quartzo. A essa rocha deu-se o nome de Riolito ou Quartzo-pórfiro (é o equivalente efusivo do granito), como também foi citado por Brasil (1981). Sua matriz é escura e sua compactação coerente, apresenta estrutura fluidal com características porfirítica. Sua ocorrência é de origem efusiva. É importante salientar que esta Unidade esta sendo estudada a partir de sondagens por empresas de mineração, para se obter informações sobre possíveis jazidas de minerais de grande importância econômica, sendo esses estudos focados principalmente na presença de uma reserva considerável de níquel. Esta possibilidade da existência de minerais com importância econômica, foi levantada através de anomalias magnéticas detectadas na área. É também importante apontar outras sugestões para o desenvolvimento do município que se contraponha à exploração da possível reserva de níquel, como a utilização de sua natureza distinta para fins econômicos de forma organizada, onde a população seria inserida de forma bem mais participativa principalmente através do turismo. 5.5 Área do Cenozóico Segundo a CPRM (2005) estas áreas são compostas de sedimentos flúvio-marinhos (fm), com depósitos indiscriminados de pântanos e mangues, depósitos fluvio-lagunares e litorâneos, além de depósitos aluvionares (a), contendo acumulações de areia, cascalhos e níveis de argilas. Estes sedimentos estão depositados sobre o Complexo São Caetano, na parte Sul do município de Itapororoca, na divisa com os municípios de Capim e Cuité de Mamanguape, pertencendo ao Período Quaternário. Diante destas viagens se observou uma área composta por terrenos propícios ao acúmulo de sedimentos, porem não apresenta como citado por CPRM (2005) formação de mangues, sendo que segundo Guerra e Guerra (2008) mangue é “um terreno baixo, junto a costa, sujeito a inundações das marés” (GUERRA e GUERRA op cit.). Desta forma, diante das observações, a área não pode ser caracterizada como tal, embora se encontrem Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 depósitos de lama, não há nenhuma influência marinha. Outro fator que descaracteriza esta como área de mangue é a falta de vegetação característica, sendo que a área é composta por vegetação típica de mata atlântica e cerrado. A área dos depósitos aluvionares encontra-se na margem esquerda do Rio Mamanguape. Trata-se de uma área plana situada no leito menor do rio, onde no período das cheias ocorrem frequentes inundações. Segundo Christofoletti (1980), trata-se “de vale fluvial recoberta com materiais depositados pelas cheias” (CHRISTOFOLETTI, 1980, P.76). Para Guerra e Guerra (2008) deposito aluvial “são acúmulos de material carregado pela água dos rios” (GUERRA e GUERRA op cit, p.188). A CPRM (2005) identificou depósitos aluvionares de cascalho, areias, e argilas decorrentes da deposição dos rios e da erosão natural das vertentes adjacentes. Para Poop (1998), os depósitos aluvionares são “acumulações sedimentares produzidas por rios ou leques” (POOP, 1998, p. 364). 5.6 Potencial econômico do material geológico de Itapororoca/PB O Município de Itapororoca/PB já explora seus recursos geológicos, principalmente na utilização das rochas cristalinas (granitos e gnaisses) para construção civil, porem esses usos, podem ser aproveitados de forma bem mais estendida e lucrativa, pois, o Município possui em seu território outras opções de exploração na sua base geológica, a exemplo, dos minerais ametista e turmalina preta (esta em pequena quantidade), alem das rochas vulcânicas e suas forma geomorfológicas. A implantação de formas de exploração dos recursos geológicos do Município como o geoturismo e a confecção de artesanato é de grande importância, pois, abrirá espaço para inserção de varias pessoas tanto na confecção, quanto na comercialização dos artesanatos e através da formação e atuação dos guias turísticos, gerando assim renda tanto para estas pessoas quanto para a Prefeitura do Município. A utilização dos minerais e rochas na confecção de artesanato já é exercida em vários lugares, a exemplo de Ouro Preto, no Estado de Minas Gerais, onde alguns fragmentos de minerais são comercializados sem nenhum tratamento estético prévio ou como artesanato, abrindo aí precedentes para esta forma de exploração econômica para o Município de Itapororoca/PB. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 Estes resultados foram logrados ao termino da pesquisa no mês de Dezembro do ano de 2009. REFERÊNCIAS BRITO NEVES, Benjamim Bley de. et al. 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